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Narrativa brasileira I – Juliana Santini

O ensaista tem a liberdade de estruturar o ensaio de acordo com a sua opção e leitura –
policarpo quaresma que pode ser pensado em dois vieres argumentativos – necessidade de
estruturação dos textos lidos – ensaio do Antonio Candido –

Dado prévio – a produção circunscrita entre 1880/1908 – escolha do objeto

Memorias póstumas de Brás cubas – 1881

Historia sem data -1884

Quincas Borba – 1892

Varias historias – 1896

Paginas recolhidas – 1889

Dom casmurro – 1900

Esaú e Jacó – 1906

Diferença nos temas, nos recortes, nos personagens – germe de machado, a narrativa
perspicaz – diante da escolha do objeto, recorte da obra com um contexto maior que é a ficção
brasileira no século XIX – a linguagem do machado contrasta com a produção da época –

O ensaio de Candido tem três partes, com duas numeradas. A ultima parte tem seis itens –
como entender a estrutura? Dentro da proposta inicial em produzir por camadas – o texto faz
uma leitura em camadas, as três partes são uma camada de leitura – a primeira considera o
machado num contexto mais amplo da literatura brasilerita =- a segunda Le a critica do
machado a partir dele e feito esse percurso, analisa e alinhava os dois primeiros

Primeiro o lugar ocupado por machado na critica literária e depois machado de Assis e a serie
literária brasileira – no conjunto da literatura brasileira – o lugar que machado ocupa na
literatura do século XIX –

Temos que olhar para a literatura de machado – marginalizado, negro, pobre – que o
considera homem de seu tempo, sem quaisquer excepcionalidades – cândido já aponta para
uma escolha e perspectiva, desconsiderando sua biografia – escolha crítica, não biográfica – a
critica de viés biográfico muitas vezes procura na obra reflexos da vida do escritor – outra
caracteristia da primeira parte, o escritor como gênio ou como criador – um texto ficcional é
uma criação estética consciente – sai do viés do gênio romântico – gênio opõe a criação
passional consciente – o romantismo quebra com a noção de imitação e a substitui pela noção
de criação – o poeta é um ser inspirado, o gênio é quem tem uma inspiração divina que vem,
geralmente, com o uso de drogas – o poema expressa uma dor, é uma boca de sangue que ao
cair não pode assumir uma forma fixa – a ambivalência do homem. Candido desvencilha a sua
leitura – primeira parte, recorte do objeto e da perspectiva critica que será adotada.
Três paradigmas críticos –

1 - Percurso evolutivo da critica sobre machado

a) Critica de viés biográfico – Alcides maya, Alfredo pujol


b) Critica psicologizante - machado trabalha com um homem dual
c) Análise dos temas de machado – Roger bastide

Candido faz um esquema interpretativo, com uma organização temática – a ideia desse texto é
pensar a existência desses temas na construção da narrativa machadiana - Candido observa
de que maneira machado de Assis faz usos de temas universais arrastando-os para a literatura
brasileira –

Primeiro tema machadiano – a questão da identidade da perpectiva do desdobramento da


identidade, da fragmentação do sujeito, da ambigüidade do ser – os limites entre razão e
loucura (alienista e Quincas Borba) – em perspectivas distintas por vezes se vê a loucura ao
lado da razão inquirindo a razão – segundo tema: o melhor de machado de Assis é a
exploração de contrastes – identidade, desdobramento da personalidade – relação entre o real
e o imaginário – a problematizaçao com o questionamento que o real é a visão que um sujeito
tem do real – terceiro tema – a relação entre a validade do ato e o intuito que o move – todo
ser é corruptível, dentro de uma dada estrutura social , o sujeito age em favor de si – quarto –
o desejo pela perfeição que esbarra na falibilidade do mundo, da dimensão trágica de que
somos falíveis – quinto tema – a ambigüidade entre o bem o mal, o justo e o incorreto, o certo
e o errado, a transformação do homem em objeto do homem.

Onisciência narrativa - aquele que tem uma visão demiúrgica dos fatos –

20.03.18

A missa do galo – M.A.

Gerard Genette - Estrutura da narrativa

Voz – é a instancia responsável pelo ato enunciativo, é a instancia que fala, voz=agente, o
domínio da voz pertence:

a) Narrador heterodiegético – que não participa dos fatos narrados, nenhuma relação
com o que narra, quase sempre em terceira pessoa. Grau máximo de distanciamento,
não está implicado na matéria.
b) Narrador homodiegético – participa dos fatos narrados sem ser o protagonista (amigo
dele, seu auxiliar, empregado, testemunha dos fatos)
c) Narrador autodiegético – que se auto narra, que participou dos fatos como
protagonista, viveu os fatos. Normalmente se manifestam em primeira pessoa.
Implicação afetiva e ideológica

Modo – quem olha para o fato narrado, a narrativa se constrói com olhares. O domínio do
olhar é muito importante para a narrativa (focalização, perspectiva ou ponto de vista
narrativo) –

a) Focalização externa – um olhar, uma perspectiva superficial dos fatos. Ao narrador é


dado conhecer apenas a superficialidade dos fatos (efeito câmera) – acesso a um olhar
de superfície. O domínio da focalização corresponde a quantidade de informação a
que o narrador tem acesso. Tem o mínimo de informação e é meramente descritiva.
Restrição da informação a dados externos.
b) Focalização onisciente – “focalização zero” – uma abstração – um olhar para os fatos
em que temos total acesso ao pensamento do personagem, a intenção do
personagem, o narrador se comporta como um demiurgo – o máximo de informação,
acesso a tudo que se vê. Descrição do pensamento e do caráter do personagem.
Posição demiúrgica; olhar que penetra na consciência do personagem e descreve essa
consciência. Anatomia do caráter, mimetismo psíquico.
c) Focalização interna – é a narração do sexto sentido, em que o narrador faz uso do
olhar do personagem – como se investido do olhar do personagem, como ele vê o
mundo sem a intrusão moral do personagem. Sutilezas de linguagem que conduzem à
focalização interna. E pode ser de trÊs tipos:
1) Fixa – faz uso do campo de visão de um único personagem
2) Múltipla - faz uso do olhar de um grupo de personagens
3) Variável - diferentes personagens olhando para o mesmo fato e o fato terá tantas
versões quanto os olhares existentes.

Tempo

O domínio da descrição é o primeiro nível da análise (constatação) – interpretação da


estrutura. Separar a instancia da voz da do ponto de vista, da perspectiva – Friedman não
separa voz e olhar – (ex: O sexto sentido, como narrativa que é produto do adulto encerrado
em códigos e um menino, a narrativa é construída pelo olhar da psicanálise. Também o filme
Os outros, quem são os outros? Qual o ponto de vista narrativo?)

Presente da narração e o presente dos fatos narrados (modelão pra o autodiegético) – a


distancia temporal em que o narrador (eu narrante) constrói um personagem de si mesmo (eu
narrado).

03.04.18

Aula substituta – missa do galo –


Papel da mulher, a sujeição, o teatro para a amante, preocupações sobre a existencia e a
condição da mulher no século XIX – perfil da conceição – aparência e essencia das pessoas –
tempo da narrativa (tempo de anunciação) e tempo dos acontecimentos – narradores
capciosos em machado – expediente machadiano : faz uma observação e, depois, se defende
em ponderação – há uma missão no narrador machadiano em enganar o seu leitor –

Foco flutuante – proximidade da vivencia da personagem –

10.04.18

Narrador autodiegético

Presente da narração (narrador próximo à morte) – presente dos fatos narrados (1859/60)
narrador jovem, 42 anos.

Procópio constrói uma imagem de si e o leitor constrói por si uma imagem dele – a confissão,
contar um segredo e ser absolutamente honesto – o jogo de argumentação construído está
previsto todos os contra-argumentos possíveis – no interior da fala há os indícios de revelação
meticulosa, consciente de suas ações – consciente dos recursos que deve empregar para
agradar ao coronel – constrói uma imagem de bondade para si ao falar bem do coronel –
estratégias explicitas e dubiedade explicita – não se pode afirmar nada, mas há indícios – típico
narrador machadiano – tudo que se narra está submetido à construção de um sujeito que se
revela consciente de toda a estratégia que será mobilizada para convencer ao outro- ora como
confiar nesse narrador?- toda a narração está posta sob o signo da dúvida – narrador
autodiegético machadino – num domínio mais amplo há a construção de um sujeito que cria
internamente uma mascara externa (vila, casa do coronel, Corte, domínio do público e do
privado) – construção de uma natureza meticulosa – narração natural daquilo que é mais
absurdo

O narrador autodiegéteico – dimensão da suspeição , da dúvida, do ambíguo – nada do que


acontece na missa do galo é narrado como fato preciso, mas imaginado , em o enfermeiro está
posto na revelação da natureza do narrador, mas a dúvida não está nos fatos ocorrridos (como
é na missa do galo, a relação do fato vivido e o imaginado, segundo Candido) aqui a dúvida
está numa outra chave: colocar sob suspeita a fala do narrador – mas desde o primeiro
momento o narrador pensa na confissão, tudo supostamente revelado, esgarçado, toda a
verdade está posta – no percurso narrativo estão postos os recursos para convencer o outro e,
nesse sentido, pode estar mobilizando os mesmos argumentos para manipular o leitor – poder
do discurso, da argumentação – por meio do discurso se é capaz de convencer o outro – o
poder da argumentação está posto nesse conto.

Espaço público e privado – como o agente age no espaço público e no espaço privado – o
contraste entre essas esferas faz por revelar o sujeito (aparência e essência) –

Outro conto: a causa secreta (reiteração de algumas palavras. Sobretudo verbos para a
construção do campo semântico)
08.05.18

A literatura de resistência para a sala de aula – prática de leitura – conceitos: Roger Chatier –
leitura e subjetividade: Michelle Petit – Edmir Perrotti: a leitura como prática de uma
linguagem – a literatura na escola cumpre o papel primeiro que é o de formar o leitor literário
que não significa o desprezo das leituras do jovem leitor – a escola parte de uma concepção de
leitura literária que é bastante conservadora e elitista – quem é a escola? Não é alguma coisa
abstrata, mas um agente – como pensar isso a partir de uma concepção de literatura e
resistência –

Trabalhar intertextualidade como recurso lingüístico – produção de sentido –

Trabalho – entregar um plano de aula (vai mandar o modelo) em que se leva um texto literário
para sala de aula e trabalhem essa narrativa a partir de outra linguagem. Pensar uma
experiência de trabalho em sala de aula para alunos do ensino médio – não precisa ser cânone.
Entregar para o dia 12 de junho (em dupla).

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