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PARA PRODUZIR SUA MÚSICA EM CASA

Já faz tempo que produzir música de qualidade no conforto da sua casa é uma realidade.
Os softwares de gravação chegaram e mudaram completamente a nossa forma de gravar,
editar, mixar e masterizar música.

Quando eu comecei nesse ramo era necessário ir para um estúdio grande para fazer um
bom trabalho. Hoje nós vamos para um estúdio grande porque gostamos de estar lá, nos
divertimos, e experimentamos equipamentos que normalmente não temos acesso, mas
não faz sentido dizer que é necessário um estúdio grande pra produzir música.

No entanto muita gente ainda tem dificuldade para realizar as suas produções em casa.

Produzir uma música por ano não pode ser considerado produzir. Como dizer que um
músico é produtivo se ele não consegue lançar um trabalho novo periodicamente?

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Existem certas coisas da época dos estúdios grandes que podemos usar nas nossas
produções caseiras de hoje, e não, eu não estou falando de som, de equipamento, de
técnicas de áudio, eu estou falando de produtividade.

Os estúdios grandes cobravam por hora. O estúdio Midas por exemplo, onde trabalhei por
11 anos, cobrava em torno de R$200,00 por hora no meio dos anos 2000.

Isso mesmo, se você reservasse um dia de estúdio, e no meio desse dia saísse pra
almoçar por uma hora, você pagaria R$200,00 somente pra sair pra almoçar.

O que acontecia é que todo mundo que ia gravar já chegava preparado, com as
composições, arranjos e letras prontos, e já havia ensaiado exaustivamente antes de
entrar no estúdio.

O resultado é que, em questão de 100 a 200 horas de trabalho (10 a 20 dias) saiam com
um cd pronto, 12 faixas produzidas, e iam fazer o que os músicos fazem, shows,
entrevistas de divulgação e etc.

A produtividade era grande, vários artistas lançavam um disco novo por ano, e esses
discos eram o alicerce para uma carreira de sucesso. A continuidade de lançamentos é
muito importante para um artista.

Quando me perguntam o que eu sinto falta dessa época, respondo que sinto falta
exatamente disso, da produtividade. Os equipamentos, as salas bem projetadas...
Tudo isso era muito legal, mas nada era mais legal do que trabalhar com músicos focados.

Resolvi fazer esse Ebook pra passar cinco dicas que podem fazer uma grande diferença na
sua produtividade, coisas simples, que talvez você já tenha pensado, mas que se não
aplicou no seu trabalho, ainda está nessa de produzir uma música por ano.

Preparado? Vamos lá!

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DICA #1
PRIMEIRO COMPONHA, DEPOIS ARRANJE E GRAVE
Esse é um erro muito comum, e um erro gravíssimo!

Você está voltando pra casa, no meio da rua bate aquela ideia pra uma música nova.

Sensacional! Na sua cabeça ela já está fluindo. Você chega em casa, pega o seu violão,
acha alguns acordes e aí liga o computador.

Você abre o seu software de gravação, tenta achar o andamento da música no click, pega
um microfone pra gravar o seu violão (som de linha é feio, né?), pega um afinador, move
o mic mais pra direita, acha o som, e grava aquela sequência de 4 acordes que você já
encara como sua música nova.

Caramba, está ficando legal... Aí você pensa numa levada de bateria, abre o Ez Drummer
e começa a procurar uma levada na parte de rítmos pré-gravados dele. 40 minutos depois
você tem uma levada de bateria, mas o timbre da bateria... Não está rolando, é melhor
testar outra extensão do Ez Drummer...

A original não rolou. A metal Machine é muito agressiva. Pra que que eles fizeram esse
Twisted kit? Tem umas panelas no meio do troço... Mas é divertido, né? Você passa os
próximos 20 minutos brincando com esse kit.

Meia hora depois você tem o kit que queria, o Nashville encaixou como uma luva. Ótimo,
hora de continuar a música.

Um baixo ia bem, né? Você não tem baixo em casa, mas você tem uns samples no
Kontakt.

Você tem um controlador, você toca teclado muito mal, mas que seja. Meia hora depois
você tem uma linha de baixo, mas o timbre...

Essa música não tem cara de Rickenbacker, né? Acho que o Jazz Bass soaria melhor. Vinte
minutos depois você tem o som de Precision que rola bem com a música.

Aí já é hora de comer alguma coisa e ir dormir, amanhã o trabalho começa cedo.

Você se viu nessa cena? Ok, talvez tenha usado outros instrumentos, mas você se viu
nessa cena? Hora de repensar a sua forma de compor.

Vamos a uma regrinha importante: Compor não é arranjar, muito menos gravar.

Você ficou horas pra ter uma sequência de 4 acordes, sem melodia, sem letra, só uma
sequência de quatro acordes. Sabe quando você vai terminar essa música? No final do ano
(isso se você estiver lendo esse texto em maio!).

Na hora de compor, apenas componha.

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Pegue seu violão, papel e caneta, anote os tais acordes e uma sequência que vem depois,
talvez um refrão, ou um pré refrão.

Pegue seu celular (todos eles tem gravadores de som), tenha uma ideia de melodia e
grave enquanto toca o violão, só pra não perder a ideia, desenvolva mais, já tem uma
ideia pra letra? anote. Ficou legal? Sim, eu sei que ainda tem que mexer, mas vá pro
segundo verso.

Te garanto que no final de umas 4h, sem as distrações do aranjo e dos timbres
da gravação, você terá uma música completa, sim, algumas coisas ainda não
estarão 100%, mas a música já fará sentido.

Se você pegar o jeito da coisa, é possível fazer umas duas músicas por semana. No final
de 3 meses você terá 24 músicas, o dobro do que voê precisa pra fazer um cd completo.
Aí você escolhe as doze melhores pra gravar o seu cd. Lindo!

Se a sua ideia é gravar um single, trabalhe pelo menos umas 3 semanas, faça umas seis
músicas e escolha a melhor delas pra produzir. Lembre-se que um single tem que ser
muito, muito bom, ele será o primeiro (e se for ruim, o único) contato que as pessoas
terão com a sua música.

Lembre-se:

A música é a parte mais importante para se fazer uma carreira em música.

Eu sei que é redundante, mas parece que as pessoas se esquecem.

De repente aprender a usar o Elastic Audio do Pro Tools, ou aprender a masterizar com o
Ozone parece mais importante, mas repito, a música é a parte mais importante.

Com as músicas escolhidas, agora sim é hora de começar a pensar em arranjos, e fazer
testes de gravação.

DICA #2
ESCOLHA AS SUAS FERRAMENTAS, E SIGA COM ELAS ATÉ
O FINAL DO TRABALHO
Eu lembro de um amigo, que tinha uma banda de metal sinfônico e resolveu fazer um
disco. Ele já tinha as músicas (Ótimo!), ele é formado em música, sabe escrever as
orquestrações, e já tinha uma boa parte delas escritas. O disco iria ter um coral também,
feito por 4 ótimos cantores, mas com muitas dobras, pra simular um coral clássico.

A bateria seria programada, já que o som que eles procuravam era meio sintético, as
guitarras e baixo seriam feitos com simuladores de amplificadores, e as orquestrações com
samplers. Eles tinham um ótimo cantor, e todos da banda tocavam bem.

Então, apesar de ser um trabalho complexo, com muita coisa pra ser gravada, seria um
trabalho tranquilo de fazer, já que tudo estava bem resolvido.

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Mas o meu amigo, que era o cabeça da coisa, começou a pesquisar sobre novos plugins
de som de bateria e de orquestra...

Foram dez anos até o lançamento do Cd, juro pra você, dez anos.

No meio do caminho, ele trocou o som de bateria 4 vezes, porque sempre saía um
software novo, que soava melhor que o anterior.

Foram também uns 4 ou 5 instrumentos virtuais de som de orquestra, e sempre que ele
trocava o som de bateria, ou da orquestra, ele percebia que o som de guitarra poderia ser
melhor, e como gravava com simuladores em Hardware (Pods, V Amps e etc.) ele
regravava a guitarra.

O que eu costumo dizer é que, não sei se o som pode ser melhor, mas ele sempre
pode ser ao menos diferente, por isso é importante escolher o que vai usar pra gravar,
e manter as escolhas que fizer durante todo o processo de produção.

Ok, mas como escolher, sendo que existem tantas possibilidades?

Escolha sendo muito, mas muito objetivo. Vamos separar a nossa produção em dias
de testes e dias de gravação.

Vamos fazer um ou dois dias de testes para cada instrumento.

Por exemplo, você tem 5 guitarras, e está na dúvida qual usar em que música.

Você vai usar, basicamente, 4 timbres diferentes: Uma base distorcida, uma base crunch
(levemente distorcida), uma base limpa, e um timbre para os solos.

Escolha uma música onde vai usar todos esses timbres e grave o mesmo trecho com cada
guitarra.

Digamos que vai gravar primeiro a base distorcida, escolha o mesmo trecho, grave com
todas elas, veja qual delas você se sente melhor tocando, e qual delas soa melhor para
aquela parte. Anote.

Faça o mesmo com os outros timbres, crunch, limpo e solo.

Pronto, você já sabe que guitarra vai usar em que partes das músicas.

Agora, é testar os amplificadores pra cada parte, sabendo que eles tem que soar bem com
as guitarras que você escolheu.

No final do dia você vai ter os sons básicos do seu disco definidos, qual guitarra, e qual
ampli usar em cada situação.

Se caso você usa amplificadores virtuais e tem mais de 60 amplificadores pra escolher, não
se preocupe, a maioria deles não vai soar bem pra você logo de cara, e dos que vão soar
bem terão uns 2 ou 3 que te deixarão na dúvida.

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Grave o mesmo trecho com esse 2 ou 3 e veja qual soa melhor. Anote, porque esse é o
amp que você vai usar no seu disco pra esse tipo de som.

Sabendo qual guitarra e qual amplificador usar, agora é só mexer nos controles do amp
quando for gravar para o som se encaixar bem com a música.

O mesmo se aplica a voz e vários microfones, a vários baixos, a vários sons de VSTIs, a
posicionamento de microfones em amps e instrumentos...

O importante é que você já tenha o sons básicos do seu disco antes de começar
a gravar, porque daí, na hora de gravar, você vai se preocupar mais com a sua
performance do que com o timbre, o que te fará ganhar tempo, e te fará tocar
mais a vontade.

DICA #3
FAÇA UMA AGENDA DE TRABALHO REALISTA
Se eu ganhasse um real por cada vez que uma banda disse pra mim que faria um cd num
tempo recorde, eu estaria milionário. É incrível como os músicos acham que tudo é fácil, e
que eles estão prontos pra gravar, hehehe.

No entanto, como fazer uma previsão de tempo pra gravar? Isso é muito subjetivo, não?

Nem um pouco.

Você vai precisar gravar uma música pra ter uma ideia de tempo geral de um disco
completo, mas vamos dizer que você conseguiu gravar a base de guitarra de uma música
em 2 horas.

Lembre-se que você já sabia que guitarra e amp iria usar, isso você já resolveu no tópico
anterior, então estamos falando somente de fazer uma boa performance.

Se você gravou uma base em 2 horas, deixe uma "sangria" pensando naquelas músicas
que são mais complicadas, e se planeje pra usar 3 horas para cada base de guitarra. Faça
o mesmo com todos os outros instrumentos, e aí some o total, vou fazer uma planilha de
exemplo:

3h Programação de bateria
2h Gravação de baixo
3h Gravação de base de guitarra
2h Gravação de solo de guitarra
3h Gravação de teclados
3h Gravação de vozes
16h Por música
192h Para gravar o cd completo

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Pronto, você já sabe quantas horas vai precisar pra gravar o seu cd. O que você precisa
fazer agora é uma agenda realista de quanto tempo você vai usar pra cada uma
dessas etapas.

Digamos que você pode gravar as guitarras a noite, depois do trabalho, mas você é
casado e tem filhos.

Você não vai poder usar 3h do seu dia, de segunda a segunda pra gravar as guitarras.
Seria melhor pensar em 2 dias por semana, então, no final de 6 semanas (1 mês e meio)
você teria as bases de guitarra gravadas.

Eu reservaria 2 meses, vai que rola algum imprevisto e você perde um dia ou outro de
gravação, né?

Digamos que seu vocalista trabalha e estuda, portanto só pode gravar nos finais de
semana, mas você, que é o responsável pela gravação, não pode gravar aos domingos
(almoço com a família, jogo do Corínthians, e etc.), então você só teria os sábados para
gravar.

Voz é uma coisa complicada, não dá pra colocar o cara pra cantar por 12h seguidas, então
você deve programar 2 músicas por sábado, umas 6h de trabalho. Possivelmente não vai
rolar de gravar todo sábado, eu programaria dois sábados sim, e um sábado não, então,
ele gravaria as 12 músicas em dois meses de trabalho.

Entende onde eu quero chegar?

Se você deixar pra fazer "quando dá", você não vai fazer, sempre tem uma coisa
ou outra que é mais importante pra ser feita, mas se fizer uma agenda muito
apertada, também não vai fazer, por isso que eu chamei de fazer uma agenda
realista.

DICA #4
NÃO DEIXE PRA CONSERTAR NA PRÓXIMA ETAPA

Hoje tudo é possível em termos de produção musical.

O som do bumbo ficou ruim? Coloque um sample no lugar, o baixista tocou fora do
tempo? Edite e coloque no tempo, o vocalista desafinou? afine a voz dele no Melodyne, o
som de guitarra não ficou legal? Você também gravou a linha limpa da guitarra, né? Faça
um reamp.

Tem uma frase que eu sempre digo: Não é porque você consegue fazer, que você
deve fazer.

Toda essa coisa de edição é muito boa, de vez em quando salva a vida da gente em um
momento ou outro de desespero, mas não deve ser a regra, nunca!

Vai gravar sua guitarra? Legal. Toque o melhor possível. Não consegue tocar a música
toda na sequência, com a pegada que quer ter, e cravadinho no tempo?

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Sem problemas, se concentre por partes, grave a base do primeiro verso, repita a
gravação até conseguir o som e a precisão de tempo que quer.

Vai dobrar a base de guitarra? (gravar mais uma vez pra abrir uma base pra direita e outra
pra esquerda pra dar mais corpo no som), ótimo, faça já a dobra dessa parte, tentando ter
a mesma pegada e o mesmo tempo que teve na primeira, já que está com isso fresco na
cabeça. Depois você vai pra outra parte e assim vai.

Muita gente não se concentra nisso, grava de qualquer jeito e depois fica editando
até quebrar o mouse (preciso patentear isso! hehehe), sendo que era preciso somente
se concentrar e gravar com cuidado.

Isso se aplica a todo e qualquer instrumento, ou vozes.

Lembrando que a hora de gravar é a hora de gravar, não é a hora de aprender a tocar as
músicas.

Eu gravei vários trabalhos do Charlie Brown Jr, e eles eram ótimos músicos.

Eu me lembro de uma conversa que tive com o Heitor, que substituiu o Champignon
quando ele saiu da banda. O Heitor é um excelente baixista. Um dia eu elogiei uma linha
que ele tinha tocado, e ele me respondeu, "cara, você tem que ver meu pai tocando..."

O pai dele chama Chico Gomes, um baixista monstro de lá de Santos. Ele usa um baixo
de 10 cordas, que é um baixo e uma guitarra combinados, e faz o chamado "triplo
domínio", baixo, base e solo em um só instrumento ao mesmo tempo.

O Heitor me deu um disco solo do pai dele, solo mesmo, só o baixo tocando e mais nada
(também, não precisa mais nada, hehehe), e me disse que o Chico gravou o cd
completo em menos de duas horas. Ele chegou no estúdio, plugou o baixo, tirou o
som e gravou todas as músicas, que eram complicadíssimas, no primeiro take.

O Heitor me disse que o pai dele toca de 10 a 12h por dia, por isso quando chegou no
estúdio, simplesmente tocou muito bem as músicas (o que ele faz todos os dias, várias
horas por dia) e pronto.

Sejam como o Chico Gomes, não deixem pra estudar na hora de gravar, cheguem bem
preparados :-)

DICA #5
SE NÃO SABE FAZER, DEIXE PRA QUEM SABE
Hoje todo mundo quer fazer tudo. A justificativa pra isso sempre é a grana, dizem que sai
mais barato gravar, editar, mixar, e masterizar o próprio trabalho do que contratar alguém
para fazer.

Sai mesmo? Sabe qual a coisa mais valiosa do mundo?

O tempo.

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O tempo não volta, tempo só se perde, nunca se ganha.

Se você quer fazer uma carreira como músico e está aprendendo a mixar
música, você está perdendo o seu tempo. Só vale a pena investir seu tempo para
aprender a mixar se você quer ser um engenheiro de mixagem.

Sempre que você deixa de compor uma música nova (preciso lembrar que a música é a
parte mais importante pra se fazer uma carreira na música?) pra aprender a usar um
software, ou aprender a mixar, você está se distanciando cada vez mais do seu objetivo de
ser um músico bem sucedido.

Isso não se aplica somente a parte de áudio. Não, não.

Por exemplo, se você quer um arranjo de cordas numa música, e nunca escreveu um
arranjo de cordas, você pode contratar um arranjador pra fazer essa parte pra você.

Garanto que ficará muito melhor (a não ser que você seja um gênio, que consegue fazer
algo melhor do que alguém que se preparou a vida toda pra fazer aquilo), e sairá muito
mais barato do que perder muito tempo pra aprender a fazer e depois fazer de forma
mediana.

Lembre-se, tempo é precioso.

Agora, pense numa mixagem. Você quer mostrar a sua música para o mundo, e
quer causar uma boa impressão, correto? Ou você não liga pra isso? Acredito que liga,
senão não estaria lendo esse texto :-)

Você prefere que sua música chegue nas pessoas com uma ótima mixagem
feita por outra pessoa, ou que chegue com uma mixagem mediana, mas feita
por você?

Se você prefere que a mixagem seja feita por você, mesmo com uma qualidade inferior,
desculpe, mas você está perdendo o seu tempo.

Sim, porque a música que você fez com o maior cuidado, gravou com muito carinho, e
quer mostrar pras pessoas, não será bem representada simplesmente porque você quer
fazer a mix sozinho. Todo o trabalho que você teve irá por água abaixo por uma simples
questão de ego.

Ah, você não vai mandar pra outra pessoa porque não tem dinheiro? E o seu tempo, não
vale nada? Você vai perder horas e horas pra aprender a “mixar mais ou menos”, e assim
diminuir as possibilidades de sua música chamar a atenção das pessoas, desperdiçando
todo o trabalho anterior, composição, arranjo, gravação...

Sei lá, posso estar errado, mas estou achando isso muito, muito caro.

Lembre-se que os maiores artistas do mundo trabalham com produtores,


engenheiros de gravação, de mixagem, e de masterização porque eles querem o
melhor para o trabalho deles. Foi dessa forma que eles se tornaram os grandes artistas
que são.

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Ou você acha que sujeitos que já gravaram mais de 20 discos em suas carreiras não
sabem como se grava um disco? Você acha que você é mais competente num estúdio do
que o Mick Jagger, por exemplo? hehehe, vou te contar uma historinha.

Eu conheci o Wando no Midas, em 1998. Sim, o Wando, o cantor brega, o cara que era
conhecido por ter uma coleção de calcinhas que a mulherada jogava pra ele no palco...

Segue o diálogo que tivemos:

Wando - “Vocês tem Pro Tools aqui?” (era uma novidade no Brasil ainda)

Eu - Ainda não, mas está pra chegar em 15 dias (era verdade, estava pra
chegar nosso primeiro sistema Pro Tools)

Wando - “Eu gravei meu disco mais recente em Pro Tools, e foi maravilhoso.

Sempre me incomodava com o som da fita analógica, porque a gente


começava a gravar, ficava um mês naquilo e ela perdia o brilho do som
original.

Sem contar a questão de outras gerações de som, tipo, quando você mixa,
que passa pra outra fita, aí já ganha chiado, perde parte do som... O som que
ficava na fita master nunca era igual ao que estava soando da mesa.

Aí depois eles faziam o vinil, e perdia mais ainda.

No final das contas, o som que o público ouvia, era uma fração do que era pra
ser originalmente.

Já no Pro Tools é outra coisa! Pense que, desde o primeiro bumbo que foi
gravado, até a master final, tudo foi feito no mesmo computador, sem as
perdas das gerações de som, de chiado de fita e etc.

Sem contar a facilidade de edição, você grava um coro no primeiro refrão, e


copia com muita facilidade para o próximo.

E tem outra, como é tudo digital, o cd master que saiu do computador é


"clonado" pra fazer as cópias. Ele é igualzinho a master que eu levei pra casa
pra aprovar o disco...”

Aí eu recolhi meu queixo, que tinha caído, e abri um sorriso pro cara.

Sim, o Wando entendia mais de produção do que você. Na real ele entendia mais de
produção do que eu, hahaha, e mesmo assim ele sempre contratava produtores,
engenheiros e tudo mais pra fazer os discos dele.

Aprenda a delegar o que deve ser delegado, aprenda a aproveitar o melhor dos outros
para elevar o nível do seu trabalho, e assim ter mais tempo pra fazer melhor a sua parte
do trabalho.

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Conclusão
Essas são as cinco dicas que eu queria dar pra você, espero que elas possam te
ajudar a mostrar as suas produções para o mundo.

Um grande abraço! See You!

Paulo Anhaia

© Paulo Anhaia – 2018

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