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060/12
A discussão em torno da privacidade dos dados pessoais tem se tornado cada vez mais
relevante. O escândalo envolvendo o Facebook e a empresa inglesa Cambridge Analytica, que
forneceu dados de 50 milhões de usuários ao candidato e atual presidente dos EUA, Donald
Trump, fez o assunto tomar proporções globais.
Em paralelo, uma sigla tem chamado atenção de juristas e empresários do mundo todo. O tal
GDPR - General Data Protection Regulation (ou, Regulamento Geral Sobre Proteção de Dados,
traduzido ao português), que dispõe sobre o tratamento de dados de pessoas naturais,
residentes ou de passagem pela União Europeia, teve seu texto publicado em 04 de maio de
2016.
Apesar disso, devido ao vacatio legis de dois anos, suas previsões e sanções passaram a ser
aplicadas somente em 25 de maio de 2018. Anteriormente os dados pessoais eram regidos pela
Diretiva 95/46/CE, bem menos protecionista e punitiva que o GDPR.
Embora assinado por países da União Europeia, a aplicabilidade desta norma não se restringe
àquele território, destinando-se a regular qualquer tratamento de dados pessoais que envolva
pessoa em solo europeu (seja natural ou não). Isso resta claro já no segundo “considerando” do
regulamento:
Portanto, esta norma possui caráter extraterritorial e suas sanções podem ser aplicadas a
empresas que não fazem parte da União Europeia, devido principalmente a característica
transfronteiriça das interações no mundo digital.
https://www.gdpr.band/resumo-sancoes-gdpr-2018-europa/
Por outro lado, preocupados com o dinamismo do assunto, países que não compõe a União
Europeia têm demonstrado interesse em firmar um regulamento próprio. O Brasil, por exemplo,
que atualmente não possui legislação específica sobre o tratamento de dados, mas apenas
dispositivos esparsos (a exemplo dos arts. 3º, III e 7º, VII, VIII e X do Marco Civil da Internet),
resgatou a discussão sobre o PL nº 4.060/12, que atualmente aguarda aprovação em regime de
urgência no Senado Federal.
O PL, apesar de ser considerado menos rígido que o GDPR, confere proteção considerável aos
dados pessoais. Abaixo, listo algumas de suas principais características:
Por fim, caso o PL nº 4.060/12 seja aprovado pelo Senado Federal, passará a surtir efeitos
provavelmente após um ano da data de sua publicação, visando a adaptação de órgãos,
empresas e entidades.
Enquanto isso não acontece, entendo ser importante o acompanhamento das questões relativas
ao GDPR e seus efeitos no mundo prático, servindo como termômetro balizador para a discussão
em território nacional.
https://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/?uri=uriserv:OJ.L_.2016.119.01.0001.01.ENG
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1001750&filenam
e=PL+4060/2012
REFERÊNCIAS:
“Câmara aprova projeto que disciplina tratamento de dados pessoais”. Reportagem: Eduardo
Piovesan. Edição: Pierre Triboli. Publicação: 29/05/2018. Acesso: 19/06/2018 às 11h41min.
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/POLITICA/558252-CAMARA-APROVA-
PROJETO-QUE-DISCIPLINA-TRATAMENTO-DE-DADOS-PESSOAIS.html
“10 coisas que sua empresa deve saber sobre o GDPR da União Europeia”. Maria Fernanda
Hosken Perongini. Publicação: 15/01/2018. Acesso: 19/06/2016 às 11h00min.
https://www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/10-coisas-que-sua-empresa-deve-saber-
sobre-o-gdpr-da-uniao-europeia-15012018
“Resumo do RGPD explicado em 20 pontos essenciais”. Site: Proteção de Dados. Ausente a data
de publicação. Acesso: 19/06/2018, às 10h45min. https://protecao-dados.pt/resumo-do-rgpd-
explicado-em-20-pontos-essenciais/
“Cambridge Analytica anuncia fim de suas operações”. Portal G1. Publicação: 02/05/2018.
Acesso: 19/06/2018 às 12h30min. https://g1.globo.com/economia/noticia/cambridge-
analytica-anuncia-fim-de-suas-operacoes.ghtml