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CAMPANHA NACIONAL DAS ESCOLAS DA COMUNIDADE

FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI - FACECAP

CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

PLANILHAS DE CUSTO EM CONTRATOS


TERCEIRIZADOS: ESTUDO DE CASO NO INSTITUTO
FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA, TECNOLOGIA DE
SÃO PAULO – CÂMPUS CAPIVARI

Eduardo Camargo Maia

CAPIVARI - SP

2015

1
CAMPANHA NACIONAL DAS ESCOLAS DA COMUNIDADE

FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI - FACECAP

CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

PLANILHAS DE CUSTO EM CONTRATOS


TERCEIRIZADOS: ESTUDO DE CASO NO INSTITUTO
FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA, TECNOLOGIA DE
SÃO PAULO – CÂMPUS CAPIVARI

Eduardo Camargo Maia

Projeto de Pesquisa de Monografia de


conclusão de curso apresentado ao curso de
Ciências Contábeis da FACECAP/ CNEC
Capivari. Orientador: Prof Ms Anderson
Aleandro Paviotti

CAPIVARI - SP
2015

II
III
AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus, que é soberano em sabedoria, e a nossa


família pelo incentivo e apoio recebido.

Aos nossos colegas da turma dos formandos 2015 em Ciências


Contábeis da Faculdade Cenecista de Capivari.

A todos,

Muito Obrigado

IV
EDUARDO CAMARGO MAIA. Planilhas de Custo em Contratos Terceirizados:
Estudo de Caso no Instituto Federal De Educação, Ciência, Tecnologia De São Paulo –
Câmpus Capivari. Projeto de Pesquisa de Monografia de Conclusão de Curso. Curso de
Graduação em Ciências Contábeis. Faculdade Cenecista de Capivari – CNEC.76
páginas, 2015.

RESUMO

Este trabalho trata de planilhas de custo para contratação de serviço terceirizado no

setor público federal. É realizada uma análise do preparo dos agentes para análise da

planilha bem como dos itens que a compõe. Consta do trabalho revisão bibliográfico do

que compõe a planilha, questionário aplicado junto ao órgão federal Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo Câmpus Capivari com análise de suas

respostas e é realizado cálculo de posto de vigilância noturna com observações linha por

linha.

Palavras-chave: 1. Terceirização 2. Órgão Público. 3. Planilha de Custo 4. Legislação


Trabalhista 5. Legislação Tributária

V
EDUARDO CAMARGO MAIA. Planilhas de Custo em Contratos Terceirizados:
Estudo De Caso No Instituto Federal De Educação, Ciência, Tecnologia De São Paulo
– Câmpus Capivari. Title of Work. Research Project of Course Conclusion Monograph.
Undergraduate Course in Accounting Sciences Faculdade Cenecista Capivari - CNEC.
76 Pages, 2015.

ABSTRACT

This work deals with cost sheets for outsourcing in the federal public sector. It is carried
out an analysis of the preparation of agents for spreadsheet analysis and the items that
compose it. It consists of bibliographic review work that makes up the sheet,
questionnaire administered by the federal agency Federal Institute of Education, Science
and Technology of São Paulo - Câmpus Capivari with analysis of their responses and is
carried out night surveillance post calculation with remarks line by line.

Palavras-chave: 1. Outsourcing 2. Public Entity. 3. Cost Worksheet 4. Labour Laws 5.


Tax Laws

VI
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 10

CAPÍTULO 1 – APRESENTAÇÃO DO TRABALHO .......................................................... 12

1.1. Caracterização do problema ........................................................................................... 12

1.2. Justificativa deste trabalho ............................................................................................. 13

1.3. Relevância do Trabalho ................................................................................................ 13

1.4. Objetivos Deste Estudo .................................................................................................. 13

1.5. Estrutura do trabalho ..................................................................................................... 14

CAPÍTULO 2 – REVISÃO DA BIBLIOGRAFIA .................................................................. 16

2.1. Doutrina Contábil .......................................................................................................... 16

2.1.1 A Contabilidade........................................................................................................ 16

2.1.2 – Objetivo e Objeto da Contabilidade ...................................................................... 17

2.1.3 – Usuários e Informações Contábeis ........................................................................ 17

2.1.4 Contabilidade de Custos ........................................................................................... 18

2.1.5. Contabilidade Gerencial ......................................................................................... 21

2.3. A Planilha de Custo ....................................................................................................... 22

2.3.1 Introdução a Planilha de Custo................................................................................. 23

2.3.2. Terceirização ........................................................................................................... 26

2.3.3 Salário Normativo/ Salário base ............................................................................... 29

2.3.4. Adicional de Insalubridade...................................................................................... 30

2.3.5. Adicional de Periculosidade .................................................................................... 31

2.3.6. Adicional Noturno e Hora noturna adicional .......................................................... 32


2.3.7. Adicional de Hora Extra.......................................................................................... 33

2.3.8. Intervalo Intrajornada .............................................................................................. 33

2.3.9. Vale Transporte ....................................................................................................... 34

2.3.10. Auxílio Alimentação ............................................................................................. 35

2.3.11. Assistência Médica e familiar ............................................................................... 35

2.3.12. Auxílio Creche ...................................................................................................... 35

2.3.13. Seguro de Vida, invalidez e funeral ...................................................................... 37

2.3.14. Insumos Diversos .................................................................................................. 37

2.3.15. INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) ......................................................... 38

2.3.16. Serviço Social Autônomo (SESI, SESC, SENAI, SENAC, SEBRAE): .............. 38

2.3.17. INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) ......................... 40

2.3.18. Salário Educação ................................................................................................... 41

2.3.19. FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) ............................................... 42

2.3.20. Seguro Acidente do Trabalho ................................................................................ 43

2.3.21. Décimo Terceiro Salário ....................................................................................... 43

2.3.22. Afastamento Maternidade ..................................................................................... 44

2.3.23. Provisão para Rescisão .......................................................................................... 44

2.3.24. Férias e Terço Constitucional de Férias ................................................................ 45

2.3.25. Licença-Paternidade .............................................................................................. 46

2.3.26. Ausências Legais ................................................................................................... 46

2.3.27. Ausência por Acidente de Trabalho ...................................................................... 48

2.3.28. Custos Indiretos ..................................................................................................... 49

2.3.29. Lucro ..................................................................................................................... 49


2.3.30. Tributos ................................................................................................................. 51

CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................ 54

3.1. Metodologia – Considerações Gerais ............................................................................ 54

3.2. Procedimentos para obtenção de Dados ........................................................................ 55

CAPÍTULO 4 – A EMPRESA ALVO ..................................................................................... 57

4.1. Caracterização da Empresa ............................................................................................ 57

4.2. Histórico da Empresa ..................................................................................................... 58

4.3. Principais Produtos e Serviços ....................................................................................... 59

4.4 Níveis de Produção ......................................................................................................... 60

CAPÍTULO 5 – ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS .................................................... 61

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 76

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 78


INTRODUÇÃO

A Terceirização é tema de grande relevância na atualidade. Nos primeiros meses do


ano de 2015, os brasileiros direcionaram seus olhares para a Câmara dos Deputados, em razão
da colocação em votação do PL 4330/2004, o qual dispõe sobre o contrato de prestação de
serviço a terceiros e as relações de trabalho dele decorrentes de autoria do Deputado Sandro
Mabel.

Houve enorme embate entre empresários e sindicalistas, de um lado alegação de


diminuição de custos e aumento de eficiência de outro lado o argumento de precarização nas
relações de trabalho. A lide culminou com a aprovação do referido projeto no ente (Câmara dos
Deputados), tendo este sido encaminhado ao Senado Federal onde permanece em discussão até
a conclusão deste trabalho.

Concentrar esforços na atividade principal da entidade de modo a permitir maximizar


os lucros (financeiros ou sociais) transferindo a responsabilidade pela gestão da mão-de-obra é
a finalidade da terceirização.

No Poder Público não é diferente, desde o ano de 1.997, não pode mais o Gestor
Público Federal abrir concurso visando a contratação de serviços tido como de “meio”, ou seja,
como citado, aqueles não ligados à sua atividade fim do órgão.

Os serviços de meio são indispensáveis e se não é possível realizar concurso público,


resta ao órgão público contratar empresa especializada a fim de lhe fornecer esta mão-de-obra.
O meio pelo qual ente público realiza contratações tem por nome licitação, e durante este
procedimento, com finalidade de se contratar mão-de-obra a qual irá laborar exclusivamente
para o contratante cabe a este verificar uma planilha de custos apresentada pelo licitante.

Nos órgãos públicos a análise da planilha resta ao Contador de cada órgão, o qual
apesar da pouca carga existente em sua formação na realização de cálculos trabalhistas,
principal item de análise, se vê como responsável por dar pareceres sobre complexo
emaranhado jurídico de normas e cálculos.

O órgão sob análise, Instituto Federal de São Paulo – Câmpus Capivari, possui
atualmente os seguintes serviços continuados terceirizados: Portaria, Limpeza, Jardinagem,

10
Vigilância e Manutenção Predial. Para o presente trabalho pretendemos analisar a planilha de
custo mais complexa dentre os serviços, qual seja, a do serviço de Vigilância.

11
CAPÍTULO 1 – APRESENTAÇÃO DO TRABALHO

1.1. Caracterização do problema

O documento mais antigo encontrado que remonta a necessidade de apresentação de


uma planilha de custo durante o procedimento licitatório remonta o ano de 1.991, onde se faz
presente a obrigação da contratada na Instrução Normativa n.º 02 publicada no Diário Oficial
da União em 26 de Dezembro emitida pela Secretaria de Administração Federal, ou seja, desde
esta época ao menos, havia uma preocupação em que a empresa contratada pelo Órgão Federal,
demonstrasse seus custos ao órgão contratante a fim de demonstrar a viabilidade do
fornecimento de serviços.

A planilha objeto de estudo foi estabelecida como planilha de custo padrão e vem
sendo utilizada e seguida por todos os órgãos federais nestes moldes desde o ano de 2011;

O Contador tem contato com esta no momento da licitação em que recebe o documento
para análise e apontamentos caso necessário, visando habilitar ou não empresa a fornecer o
serviço. Sua decisão e seus apontamentos são primordiais à contratação e ao bom andamento
da prestação pretendida.

Exige-se do Contador um conhecimento profundo de legislação trabalhista e


realização de cálculos derivados desta legislação, ou seja, deve conhecer tanto quanto um perito
contábil trabalhista, mas não recebe, seja no curso universitário ou, por vezes, seja no órgão em
que labora capacitação para realização desta função. De mesmo modo deve analisar aspectos
tributários da empresa a fim de verificar o enquadramento fiscal, de modo a verificar se o
montante discriminado em tabela será suficiente para a empresa efetuar recolhimentos dos
impostos por ela devidos.

O presente trabalho se propõe a confrontar normas trabalhistas e tributárias, cálculos,


modelos sugeridos e demais conhecimentos necessários para a análise de uma planilha de
custos. A monografia se propõe também a verificar se o contador responsável e a equipe que
participa do processo estão aptos emitir tão importante parecer e se estão devidamente
capacitados para esta finalidade.

12
1.2. Justificativa deste trabalho

A escolha deste tema se deve ao autor laborar em órgão público, em setor de licitações
e repassar ao setor contábil a análise destas planilhas de custo e perceber as dificuldades que
surgem durante a análise sem a devida capacitação.
Grande parte do orçamento do órgão se destina ao pagamento de serviços
terceirizados, logo, devemos nos preocupar com a correta aplicação destes recursos, pois, desta
maneira, o recurso restante poderá ser bem aplicação na consecução dos objetivos da entidade.

1.3. Relevância do Trabalho

A definição deste estudo teve base tanto a relevância do tema, como o interesse
acadêmico-científico e a contribuição prática para as organizações envolvidas com o trabalho.

Segundo o Relatório de Avaliação por Área de Gestão n.º 3 - Gastos do Governo


Federal com Terceirização de Serviços de Vigilância, Limpeza e Conservação Predial,
divulgado pela Controladoria Geral da União (CGU) em Abril de 2015, o gasto do Governo
Federal no ano de 2013 com as referidas contratações em âmbito apenas Federal totalizou o
importe de R$ 6,29 bilhões.

Segundo o mesmo relatório, a importância do setor público na demanda por estes


serviços, correspondendo a aproximadamente 30% da demanda por vigilância armada e 60%
dos serviços de limpeza e conservação no Brasil.

1.4. Objetivos Deste Estudo

Este trabalho se propõe a responder à seguinte pergunta: “Os servidores do IFSP –


Câmpus Capivari estão capacitados para realizar análise das planilhas de custo para serviços
terceirizados?”

13
Os demais objetivos são: Verificar como é feita a análise atualmente? A título de
exemplo, o posto de vigilância noturno atende o previsto na Convenção Coletiva e Normas
Trabalhistas e Tributárias?

Para responder as perguntas supramencionadas este estudo está organizado nas


seguintes vertentes, a saber.

a) Revisão bibliográfica sobre contabilidade de custos na prestação de serviços,


terceirização, normas trabalhistas/tributárias e cálculos envolvidos na elaboração da
planilha de custos.
b) Coleta de dados por meio de entrevista e análise da planilha utilizada no Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – Câmpus Capivari no serviço
de Vigilância.

O detalhamento da metodologia adotada - modelo da análise, forma de coleta de dados,


e outros detalhes - é apresentado no terceiro capitulo.
Tendo como ponto de partida a pergunta-problema, este estudo visa identificar através
de um estudo de caso, como a empresa-alvo administra seus contratos terceirizados, se os
servidores envolvidos têm conhecimento teórico e prático necessário a esta análise e se as
planilhas de custo atendem os pressupostos legais vigentes.
Este estudo tem, ainda, os seguintes objetivos específicos:

 Analisar item a item o que compõe a planilha de custo;

 Verificar planilha de custo a fim de verificar se atende os pressupostos


legais.
M

Conforme detalhado no capítulo, neste estudo é feita uma pesquisa bibliográfica sobre
os temas de interesse e, são utilizados basicamente dados primários oriundos de documentos
disponibilizados pela empresa-alvo.

1.5. Estrutura do trabalho

Este trabalho está organizado em 5 capítulos além de alguns anexos.


14
No segundo capitulo é apresentada uma revisão bibliográfica com o propósito de
fornecer o referencial teórico necessário para as análises decorrentes do estudo de caso e, no
terceiro capitulo é detalhada a Metodologia empregada na pesquisa, definindo os modelos
empregados, procedimentos adotados para a coleta de dados e, para o seu posterior tratamento
e análise, além de outros detalhes pertinentes. No quarto capítulo é feito uma breve descrição
da empresa-alvo, sobre sua realidade, suas ações. No quinto capítulo faz-se a apresentação dos
dados coletados na empresa alvo e o confronto entre normas e a situação encontrada no órgão
e dá-se por fim a conclusão com as sugestões de melhoria.

15
CAPÍTULO 2 – REVISÃO DA BIBLIOGRAFIA

2.1. Doutrina Contábil

O Poder Público exige da empresa fornecedora de mão-de-obra terceirizada um apurado


controle de custos trabalhistas, capacidade de planejamento e gestão decorrentes dos conceitos
de contabilidade gerencial, contabilidade de custos e controladoria.

A fornecedora de serviços, durante o processo licitatório, deve demonstrar que seu preço
ofertado é capaz de: cobrir todos os custos, incluindo todas as exigências constantes de
acordo/convenção coletiva e proporcionar lucro.

Não é permitido a empresa majorar seu preço devido ao esquecimento na previsão de


algum item. A revisão de valores irá ocorrer apenas para garantir a manutenção do equilíbrio
econômico-financeiro do contrato.

2.1.1 A Contabilidade

Seguindo os conceitos de Marion (2009, p. 26), a contabilidade é o “instrumento que


fornece o máximo de informações úteis para que o administrador possa tomar decisões, e
auxiliando as empresas no seu crescimento, dentro e fora da organização, com o passar do
tempo o governo começou a utilizar a contabilidade para arrecadar impostos tornando
obrigatório o arrecadamento”.

As movimentações da empresa são registradas pela Contabilidade e os dados são


resumidos em forma de relatórios.

Segundo Basso (2011, p. 28) “a finalidade básica da contabilidade é gerar informações


de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase para o controle e o
planejamento – processo decisório”.

16
2.1.2 – Objetivo e Objeto da Contabilidade

A contabilidade tem como objetivo informar seus usuários tendo o conhecimento de


como anda a situação da empresa, para que possa tomar decisões quando necessário.

Para uma empresa a contabilidade tem como objetivo, auxiliar no controle de seus
bens, e demonstrar seus deveres e obrigações perante suas respectivas legislações contábeis.
Para que isso aconteça e necessário o envio de notas fiscais e demais documentações.

Conforme Basso (2011, p 29), os principais objetivos da contabilidade podem ser


assim explicitados:

a) Controlar (físico e monetariamente) os elementos patrimoniais e suas variações;


b) Apurar os resultados decorrentes das variações ocorridas no patrimônio da
entidade;
c) Evidenciar a situação patrimonial, econômica e financeira da entidade, bem
como suas tendências;
d) Atentar para o cumprimento de normas, leis e demais dispositivos emergentes
da legislação aplicável aos negócios da entidade;
e) Fornece informações sobre o patrimônio aos seus usuários, de acordo com suas
necessidades.

2.1.3 – Usuários e Informações Contábeis

A contabilidade pode ser tanto externa com interna de uma organização, e seus
usuários tem que ser responsabilizar pelas as informações que está passando para elaboração
dos relatórios contábeis.

De acordo com Marion (2009, p. 27), os usuários são as pessoas que se utilizam da
contabilidade, que se interessam pela situação da empresa e buscam na contabilidade suas
respostas.

Basso (2011, p.30) nos ensina que a contabilidade só tem sentido quando gera
informação relevante aos usuários, os que são classificados nas seguintes categorias:
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a) Administradores, Diretores e Executivos;

b) Sócios ou Acionistas;

c) Bancos, Financiadores e Investidores;

d) Fornecedores;

e) Governos Federal, Estaduais e Municipais.

2.1.4 Contabilidade de Custos

De acordo com VanDerBeck e Nagy (2001, p.13) a “contabilidade de custos fornece os


dados detalhados sobre custos que a gestão precisa para controlar as operações atuais e planejar
o futuro.”

Cardoso Neto (2003, p. 6) define como um “detalhamento do sistema contábil geral, que
acumula e estudam os custos dos produtos, serviços, administração, avalia os estoques, informa
sobre a formação do preço, fornece informações para controle e emite relatórios para o
planejamento e decisão”.

Para Crepaldi (2004, p.13) trata-se de uma “técnica utilizada para identificar, mensurar
e informar os custos de produtos e serviços”.

Uma das mais importantes funções da apuração de custos é desenvolver informações


que a gestão pode usar para planejar e controlar operações. De acordo com VanDerBeck e Nagy
(2011, p. 14) é a partir da definição de seu custo unitário que a empresa pode: determinar o
preço de venda de um produto ou serviço; enfrentar a concorrência; ofertar preços em contratos;
analisar a rentabilidade.

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2.1.4.1 Diferença entre Custo e Despesa

Montoto (2012, p. 709) nos ensina que custo é todo valor gasto para adquirir mercadoria,
fabricar um produto ou prestar um serviço, enquanto despesa são todos os valores gastos no
esforço para vender.

2.1.4.2 Custos na Prestação de Serviços

Gallo e Paschoal (2003) ensinam que as atividades de serviços podem ser medidas tanto em
termos de volume como em termos de horas de serviço, sendo que ambas as formas estão
considerando padrões estabelecidos com base na realidade, devendo o custo dos serviços
compreender as despesas de exploração, impostos e taxas e a justa remuneração do
investimento.

Gallo e Paschoal (2003, p. 4) esclarecem que:

“ O custeio de atividades de prestação de serviços, porém, tem características


específicas tais como “disponibilidade” e “utilização”, que possuem custos
diferentes e precisam ser muito bem entendidos para evitar problemas gerenciais nas
tomadas de decisão, podendo ocasionar resultados não desejados pela empresa.
DISPONIBILIDADE: conceito que deve ser utilizado tanto para empresas de
prestação de serviços de alta tecnologia como por aquelas de mão-de-obra intensiva,
pois as prestadoras de serviço têm a necessidade de manter, para atendimento de seus
clientes, uma estrutura mínima, seja tecnológica, de mão-de-obra, a qualquer tempo
e local, fazendo isso parte do negócio; UTILIZAÇÃO: conceito distinto do de
disponibilidade, ou seja, a utilização constitui-se no efetivo uso das facilidades
colocadas à disposição permanente dos clientes da empresa; é quando ocorre a real
prestação do serviço que havia sido disponibilizado.”

São restritas as hipóteses de aumento da produtividade para diminuição do custeio na


prestação de serviços ao Setor Público, pois, no momento da contratação, o órgão determina se
deseja que o fornecimento do serviço se dê com ou sem dedicação exclusiva.

Sendo com dedicação exclusiva faz-se necessário contabilizar que 100% (cem por
cento) da horas disponibilizados pelo empregado ao empregador se darão no local indicado no

19
edital, caso contrário, fica a cargo do gestor da empresa e de acordo com os limites previstos
em contrato, a utilização do funcionário para realização de outras atividades.

2.1.4.3 Métodos de Custeio na Prestação de Serviços

Com relação aos métodos de custeio mais comumente utilizados na prestação de


serviços, temos conforme descrito por Dall”Agnoll, et. al. (2005, 2082-2083):

I. Custeio por Absorção: A empresa deve manter parte dos custos fixos
apropriado ao produto ainda não vendido através de critérios de rateio, aumentando
assim os resultados obtidos pela empresa e, por conseguinte, aumentando a base de
cálculo dos impostos e contribuições sobreo lucro. Ao invés de tratar os custos fixos
como despesa, diminuindo o resultado do período, mantém o valor agregado aos
estoques, diminuindo do resultado somente no momento da venda do produto. Os
custos apropriados aos produtos se dividem em dois grupos, Custos Fixos e Custos
Variáveis;

II. Custeio Variável: Ao contrário do custeio por absorção, esta forma de custeio não
é aceita pela legislação pois seu critério reduz os resultados e, por consequência,
posterga o pagamento de impostos e contribuições sobre o lucro, já que considera
todos os custos fixos como despesas incorridas no período, agregando aos produtos
somente os custos variáveis. Mesmo não sendo aceito pela legislação, gerencialmente
é praticado, pois, como os custos fixos não são agregados aos produtos, pode-se
avaliar quanto cada produto vendido está contribuindo para diluir os custos fixos e
demais despesas, ou seja, qual a margem de contribuição para de cada produto para o
pagamento desses custos, podendo a empresa realizar uma melhor distribuição de
lucros, sem afetar o fluxo de caixa, já que o resultado obtido no final do período está
excluindo de todas as despesas que não variam de acordo com o produto vendido;

III. Custeio por Ordem: Nesse custeamento os custos são alocados por encomenda,
ou seja, de acordo com o pedido de cada cliente. Nessa ordem é necessário conter
todos os dados da produção. Isso auxiliará o planejamento da produção, “definindo
listas de materiais, procedimentos para a fabricação, indicando a natureza da mão de
obra, [...] equipamentos e ferramentas necessárias”. (LEONE 2000, p.236). esse tipo
de custeamento é importante para se ter uma explanação geral de todos os custos;

IV. Custeio Padrão: A idéia do Custeio Padrão é de controlar os custos e promover


a eficiência, pois trabalha com uma predeterminação dos custos que, em tese, seriam
incorridos na produção ou prestação de serviços, sendo que ao final do processo são
levantados os custos reais e análogos com o padrão estabelecido;

V. Custeio Baseado em Atividades – ABC: Esse método de custeamento tem por


princípio centrar os desembolsos consumidos pelas empresas nas atividades e não por
seus produtos, onde uma necessidade real das empresas se torna a alocação correta e
fiel dos custos indiretos e custos fixos, onde o Custeio Baseado em Atividades, diante
dessa necessidade, vem preencher esta lacuna, apropriando estes custos às atividades
que, partindo desse ponto, são direcionados aos produtos ou serviços executados.

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2.1.5. Contabilidade Gerencial

A contabilidade gerencial tem entre seus objetivos a construção de uma base de dados
que permita a sua utilização de diferentes formas e usuários. O administrador, em suas funções
de controle, poderá utilizar-se dessa base para obter informações precisas que permitam a
elaboração de diferentes relatórios gerenciais os quais auxiliarão na análise e tomada de
decisões.
De maneira geral, todo o procedimento, técnica e informação realizados para que a
administração as utilize nas tomadas de decisões entre alternativas de conflito, recai na
contabilidade gerencial. Conforme Garrison (2007, p.21):

A Contabilidade Gerencial preocupa-se mais com o futuro, dá menos ênfase à


precisão, enfatiza segmentos de uma organização (em lugar da organização como um
todo), e não é governada por princípios contábeis aceitos, além de não ser obrigatória .

Iudícibus (2010, p. 21) nos ensina sobre Contabilidade Gerencial que esta pode ser
caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferido as várias técnicas e
procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na Contabilidade Financeira, na
Contabilidade de Custos, na Análise Financeira de Balanços etc

2.1.5.1 Características da Informação Contábil Gerencial

As informações Contábeis Gerenciais têm como características:

 Utilização de técnicas e procedimentos da contabilidade financeira e de custos


nas análises financeiras e de balanços;
 Serem voltadas para o modelo decisório do administrador;
 Consideração de ações futuras com bases em situações passadas e presentes;
 Utilização de técnicas de outras áreas de conhecimentos; e
 Relatórios “sob medida” para tomada de decisões e avaliação de desempenho.

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2.2 Controladoria

Borinelli (2006, p. 95-96) estabelece que a Controladoria precisa ser estudada em três
perspectivas:

“Perspectiva Conceitual (o que é) – diz respeito ao entendimento da


Controladoria enquanto ramo de conhecimento, responsável pelo
estabelecimento da estrutura conceitual que cerca o tema. Nessa perspectiva,
três principais perguntas devem ser respondidas : O que é Controladoria, qual
o seu objeto de estudo e quais são as ramificações ou subdivisões que pode
assumir. Ainda nessa abordagem é possível verificar a interface da
Controladoria com outros ramos do saber.

Perspectiva Procedimental (como funciona) – estuda os elementos relativos


ao seu funcionamento nas organizações. Essa perspectiva deve contemplar
respostas para quais as funções, atividade e responsabilidades típicas da
Controladoria e os instrumentos (artefatos) necessários para operacionalizá-
la.

Perspectiva Organizacional (como se materializa nas organizações) – gera


uma reflexão da forma como estão disseminadas as atividades, funções e
responsabilidades contempladas na perspectiva anterior pelos vários órgãos
ou unidades organizacionais. Busca entender como o órgão Controladoria
situa-se na estruturação organizacional “

Borinelli (2006, p. 104) define controladoria como conjunto de conhecimentos que se


constituem em bases teóricas e conceituais de ordens operacional, econômica, financeira e
patrimonial relativas ao controle do processo de gestão organizacional.

Borinelli (2006, p. 135-139) define as seguintes atividades típicas de controladoria:


contábil, gerencial estratégica, custos, tributária, proteção e controle de ativos, controle interno,
controle de riscos e gestão da informação.

Borinelli (2006, p. 29) nos ensina que controladoria tem o papel de fazer o processo de
gestão acontecer, pois atua de forma integrada com todas as áreas da empresa, fornecendo aos
gestores as informações necessárias para o alcance do resultado esperado. Portanto, é
fundamental que se compreenda os processos de gestão.

Importante papel da Controladoria reside na elaboração de orçamentos, que envolvem


as planilhas objeto de estudo, se torna praticamente impossível para a empresa apresentar uma
proposta de preço que garantam sua sustentabilidade e a oferta dos serviços se não põe em
prática processos de Controladoria.
22
2.3. A Planilha de Custo

A planilha modelo a qual deverá ser obrigatoriamente preenchida é o instrumento que


demonstra que gerencialmente a empresa consegue disponibilizar ao contratante a mão-de-obra
destinada a prestação de serviços, os insumos e ferramentas necessários, consegue aportar
recursos para pagamento de tributos e custos indiretos (pessoal da administração, p. exemplo)
e garantir ao final um lucro que remunera o investimento do dono da empresa.

Dada a relevância que possui hoje pode ser entendida inclusive, no entendimento do
autor, como um método de custeio a ser adotado em empresas de terceirização de serviços.

Sem dúvida, os desembolsos mais relevantes e detalhadamente apurados são os


relacionados a pessoal por ser o produto vendido pela empresa de cessão de mão-de-obra, o que
não diminui a importância dos demais itens que a compõe.

2.3.1 Introdução a Planilha de Custo

Apresentamos a seguir o modelo padrão de planilha de custos constante da Instrução


Normativa n.º 02/2008 expedida pela Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação
(SLTI), esta primeira demonstração serve para orientar o leitor sobre o que compõe a citada,
sendo tema de outro capítulo esmiuçar item a item os cálculos necessários à sua confecção:

PLANILHA DE CUSTOS - SETOR PÚBLICO FEDERAL


1 Tipo de serviço (mesmo serviço com características
distintas)
2 Salário Normativo da Categoria Profissional
3 Categoria profissional (vinculada à execução contratual)
4 Data base da categoria (dia/mês/ano)
Nota: Deverá ser elaborado um quadro para cada tipo de serviço.

Módulo 1: Composição da remuneração


1 Salário base Valor (R$)
A Adicional de periculosidade
B Adicional de insalubridade
C Adicional noturno

23
D Hora noturna adicional
E Adicional de hora extra
F Outros (especificar)
G Total da Remuneração

Módulo 2: Benefícios mensais e Diários


2 Transporte Valor (R$)
A Auxílio alimentação (vales, cesta básica, entre outros)
B Assistência médica e familiar
C Auxílio creche
D Seguro de vida, invalidez e funeral
E Outros (especificar)
F Total de Benefícios mensais e diários
Nota: o valor informado deverá ser o custo real do insumo (descontado o valor
eventualmente pago pelo empregado).
Módulo 3: Insumos diversos
3 Uniformes Valor (R$)
A Materiais
B Equipamentos
C Outros (especificar)
D Total de Insumos Diversos
Nota: Valores mensais por empregado.

Módulo 4: Encargos sociais e trabalhistas


Submódulo 4.1: Encargos previdenciários, FGTS e outras contribuições:
4.1 INSS Percentual Valor (R$)
(%)
A SESI ou SESC
B SENAI ou SENAC
C INCRA
D Salário educação
E FGTS
F Seguro acidente do trabalho
G SEBRAE
H Total
Nota 1: Os percentuais dos encargos previdenciários, do FGTS e demais contribuições são
aqueles estabelecidos pela legislação vigente.
Nota 2: Percentuais incidentes sobre a remuneração.
Submódulo 4.2: 13º (décimo terceiro) salário
4.2 13º (décimo terceiro) salário Alíquota Valor (R$)
A Valor do 13º Salário
Incidência dos encargos sobre 13º salário
B Total
Submódulo 4.3: Afastamento Maternidade

24
4.3 Afastamento Maternidade Valor (R$)
A Valor do Afastamento Maternidade
Incidência dos encargos do submódulo 4.1 sobre
Afastamento Maternidade
B TOTAL
Submódulo 4.4: Provisão para rescisão
4.4 Aviso prévio indenizado Valor (R$)
A Incidência do FGTS sobre aviso prévio indenizado
B Multa sobre FGTS e contribuições sociais sobre o aviso
prévio indenizado
C Aviso prévio trabalhado
D Incid. Submódulo 4.1 sobre o Av. Prév. Trab
E Multa sobre FGTS e contribuições sociais sobre o aviso
prévio trabalhado
F Total
Submódulo 4.5: Custo de reposição do profissional ausente
4.5 Férias e terço constitucional de férias Valor (R$)
A Ausência por doença
B Licença paternidade
C Ausências legais
D Ausência por acidente de trabalho
E Outros (especificar)
F Subtotal
Incidência dos encargos do submódulo 4.1 sobre o custo
de reposição do profissional ausente
G Total

Quadro-Resumo do Módulo 4: Encargos sociais e trabalhistas


4 Encargos previdenciários, FGTS e outras contribuições Valor (R$)
4.1 13º (décimo-terceiro) salário
4.2 Afastamento maternidade
4.3 Custo de rescisão
4.4 Custo de reposição do profissional ausente
4.5 Outros (especificar)
4.6 Total

Módulo 5: Custos indiretos, tributos e lucro


5 Custos indiretos Percentual Valor (R$)
(%)
A Lucro
B Tributos
C B.1. Tributos federais (especificar)
B.2 Tributos estaduais (especificar)
B.3 Tributos municipais (especificar)

25
Total
Nota 1: Custos indiretos, tributos e lucro por empregado.
Nota 2: O valor referente a tributos é obtido aplicando-se o percentual sobre o valor do
faturamento.

Quadro-Resumo do custo por empregado


A Módulo 1 – Composição da remuneração (R$)
B Módulo 2 – Benefícios mensais e diários
C Módulo 3 – Insumos diversos (uniformes, materiais,
equipamentos e outros)
D Módulo 4 – Encargos sociais e trabalhistas
Subtotal (A + B +C+ D)
E Módulo 5 – Custos indiretos, tributos e lucro
Valor total por empregado
Fonte: http://www.comprasgovernamentais.gov.br/paginas/instrucoes-normativas/instrucao-
normativa-no-02-de-30-de-abril-de-2008-1

2.3.2. Terceirização

Calvo (2013, p. 77) nos explica o fenômeno da terceirização:

“A fim de diminuir os custos operacionais e pela necessidade de especialização


acelerada, as empresas passaram a contratar terceiros para o desempenho de algumas
atividades que outrora eram desenvolvidas com pessoal próprio.
Sob a ótica econômica, a terceirização representa uma estratégia através da qual um
terceiro, em condições de parceria, com competência, especialidade e qualidade,
produz bens ou presta determinados serviços para uma empresa que a contrata.
Ao transferir ao terceiro contratado a realização de atividades acessórias, de apoio, a
contratante pode dedicar-se somente à sua atividade principal, a denominada
atividade-fim.
Na ciência da administração, este expediente recebe o nome de “focalização”, pois a
empresa centra-se no foco de sua atividade-fim, ficando as demais com terceiros.
Terceirizar significa intermediar, descentralizar, delegar tarefas ou focalizar-se na sua
atividade principal (atividade-fim).”

Calvo (2013, p.78) elenca vantagens e desvantagens da terceirização as quais seriam:

VANTAGENS:
“1. permite que a empresa volte sua atenção para a sua atividade central, ou atividade-
fim, ou mesmo objetivo específico;
2. reduz os encargos trabalhistas e sociais da empresa, com economia de custos de
contratação, manutenção e treinamento;
3. reduz quadro de empregados, facilitando a administração de recursos humanos;
4. simplifica a estrutura da empresa;
5. libera capital para aplicação em melhorias do processo produtivo e
desenvolvimento ou aquisição de novas tecnologias;
6. otimiza espaços à disposição da empresa;
26
7. diminui o nível hierárquico;
8. agiliza a tomada de decisões; gera melhorias na administração do tempo;
9. aumenta a lucratividade;
10. pulveriza a ação dos sindicatos;
11. desmobiliza os movimentos grevistas; e
12. concentra mais recursos na área produtiva, melhorando a qualidade do produto
final.”

DESVANTAGENS
“1. pode conduzir à criação de empregos precários e eventuais;
2. pode ser causa de redução salarial, pois algumas empresas visam com a
terceirização pagar menos do que pagariam para trabalhadores especializados;
3. ocorre uma piora nas condições de saúde e segurança no trabalho dos empregadores
prestadores de serviços, com a eliminação de benefícios sociais diretos e indiretos;
4. acarreta maior insegurança no emprego, facilitando o rompimento de vínculos
empregatícios e promovendo a rotatividade da mão de obra;
5. nem sempre a contratada apresenta as mesmas condições do ambiente de trabalho
da contratante no que diz respeito à saúde, higiene e segurança no trabalho;
6. gera o paradoxo de existirem dois patrões ou então ocorre a ausência de um patrão
definido; dentre outras.”

2.3.2.1. Terceirização na Administração Pública

A administração direta e indireta, autárquica e fundacional, ao adquirir bens ou


contratar serviços, deverá fazê-lo por meio de processo licitatório, cujas normas gerais são
determinadas pela Lei 8.666/1993 (Lei de Licitações). O Superior Tribunal do Trabalho (TST)
editou a Súmula 331, determinando as consequências e possibilidades das empresas e da
administração pública terceirizarem suas atividades.

A Súmula 331 do TST tem a seguinte redação:

“Súmula 331/TST. Contrato de prestação de serviços. Legalidade.


I – A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o
vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário
(Lei 6.019, de 03.01.1974).
II – A contratação irregular de trabalhador, através de empresa interposta, não gera
vínculo de emprego com os órgãos da administração pública direta, indireta ou
fundacional (art. 37, II, da Constituição da República).
III – Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de
vigilância (Lei 7.102, de 20.06.1983), de conservação e limpeza, bem como a de
serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a
pessoalidade e subordinação direta.
IV – O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica
a responsabilidade subsidiária do tomador de serviços quanto àquelas obrigações,
desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo
judicial (Nova redação, Res. 174, de 24.05.2011).
V – Os entes integrantes da administração pública direta e indireta respondem
subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta
culposa no cumprimento das obrigações da Lei n. 8.666/1993, especialmente na

27
fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de
serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero
inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente
contratada (Incluído pela Res. 174, de 24.05.2011).
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas
decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral (Incluído pela
Res. 174, de 24.05.2011).”

Saraiva (2013, p. 239) assim interpreta a súmula acima descrita:

• o TST não admite a terceirização em atividade-fim da empresa, ou seja, proíbe a


contratação de trabalhadores por empresa interposta, reconhecendo o vínculo
diretamente com a empresa tomadora de serviços;
• em relação à administração direta, indireta, autárquica e fundacional, o TST também
não admite a terceirização em atividade-fim, ou seja, também proíbe a administração
de contratar trabalhadores por empresa interposta;
• no entanto, tendo em vista que o art. 37, II, da CF/1988 determina a prévia realização
de concurso público pela administração pública para contratação de
servidores/empregados públicos, não há como reconhecer o vínculo desses
trabalhadores para com o ente público;
• o TST admite a terceirização em atividade-meio da empresa, inclusive pela
administração pública (desde que precedida do regular procedimento licitatório),
como, por exemplo, nas atividades de limpeza, conservação, vigilância, telefonia etc.,
desde que inexistentes a pessoalidade e a subordinação;
• nas terceirizações regulares (atividade-meio) permitidas, surge para o tomador de
serviços, seja ele empresa particular, seja ente da administração pública direta,
indireta, autárquica e fundacional (frise-se que, em relação à Administração Pública,
o STF decidiu no julgamento da ADC 16/2007 que ela só responde subsidiariamente
se não fiscalizar a execução do contrato), a responsabilidade subsidiária pelo
inadimplemento das obrigações trabalhistas por parte do empregador prestador de
serviços;
• nesse sentido, realizada a regular licitação pela administração pública, assinado o
respectivo contrato administrativo com o contratado (prestador de serviços), será a
administração contratante subsidiariamente responsável pelo adimplemento das
obrigações trabalhistas dos empregados que lhe prestaram serviços por meio da
empresa interposta (empresa contratada prestadora de serviços), caso não fiscalize a
execução do contrato.
O STF julgou a ADC 16/2007 proposta pelo Governador do Distrito Federal
reconhecendo a constitucionalidade do art. 71, § 1.º, da Lei 8.666/93, o qual
estabelece que “a inadimplência do contratado com referência aos encargos
trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a
responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou
restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o
Registro de Imóveis”.
Com o julgamento da ADC 16/2007 entendeu o STF que o fato da Administração
Pública terceirizar determinado serviço não enseja a sua responsabilidade
subsidiária automática, devendo ficar demonstrada a culpa “in vigilando”, ou
seja, o ente público somente será responsabilizado subsidiariamente se não
fiscalizar a execução do contrato, verificando se a empresa contratada está
cumprindo as obrigações trabalhistas dos trabalhadores terceirizados (salários, férias,
13.º salário, FGTS etc.). (grifo nosso)

28
De outra feita, importante transcrever o art, 1º do Decreto Presidencial n. 2.271. de 7
de Julho de 1.997, que dispões sobre a contratação de serviços pela Administração Pública
Federal direta, autárquica e fundacional:

“Art. 1º No âmbito da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional


poderão ser objeto de execução indireta as atividades materiais acessórias,
instrumentais ou complementares aos assuntos que constituem área de competência
legal do órgão ou entidade.
§ 1º As atividades de conservação, limpeza, segurança, vigilância, transportes,
informática, copeiragem, recepção, reprografia, telecomunicações e manutenção de
prédios, equipamentos e instalações serão, de preferência, objeto de execução
indireta”

Após a expedição deste Decreto, os cargos das atividades acima referidas foram
extintos, tornando-se impossível ao gestor público federal abrir concurso visando contratar
servidores destinados a estes fins.

Da leitura do artigo e do excerto do nobre doutrinador supratranscritos podemos


verificar a importância da planilha de custo para o setor público.

Todos os direitos do trabalhador devem estar ali colocados no momento da confecção


da primeira análise e nas revisões subsequentes, caberá ao fiscal do contrato verificar o correto
recolhimento do previsto sob pena de o órgão público responder subsidiariamente pelo
pagamento das verbas trabalhistas.

2.3.3 Salário Normativo/ Salário base

ROCHA (2014, p. 15) define salário normativo como “valor salarial estabelecido em
sentença normativa, convenções ou acordos coletivos para trabalhadores de determinada
categoria.”
Para fins deste trabalho e em se tratando de terceirização no Poder Público salário base
será o salário normativo.

29
2.3.4. Adicional de Insalubridade

A Constituição Federal em seu artigo de número 7, inciso XXIII, estabelece que todos
os empregados têm direito ao adicional para remuneração para atividades penosas, insalubres
ou penosas na forma de lei.
O adicional de insalubridade é devido ao empregado que presta serviços em atividades
insalubres (art. 192 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT). São estas as executadas em
condições ambientais nocivas à saúde do trabalhador, influindo para esta conceituação as
executadas em temperaturas excessivas ou por demais baixas, as expostas à poluição do ar ou
agentes químicos ou biológicos.
As atividades consideradas insalubres estão descritas no Quadro de Atividades
Insalubres do Ministério do Trabalho (NR 15). Portanto, não basta somente identificar o agente
insalubre, é necessário que este agente seja reconhecido como insalubre pela Delegacia
Regional do Trabalho (art. 190 da CLT).
O exercício de atividade em condições de insalubridade, de acordo com os subitens do
item anterior, assegura ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário,
equivalente a:40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo; 20% (vinte por
cento), para insalubridade de grau médio; 10% (dez por cento), para insalubridade de grau
mínimo;
A Súmula 228 (TST) determina que a base de cálculo para o adicional de insalubridade
é o salário básico, salvo critério mais vantajoso fixado em instrumento coletivo. A súmula 139
(TST) prega que enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a remuneração para
todos os efeitos legais.
Ainda com relação a base de cálculo do adicional de insalubridade, a fim de não
restares dúvidas colacionamos jurisprudência do referido Tribunal acerca da base de cálculo:

“Adicional de insalubridade. Base de cálculo. Salário convencional ou piso


normativo. Súmula 17 do TST. 1. A despeito da terminologia específica, salário
mínimo, salário profissional, salário normativo e salário convencional ou piso
normativo correspondem todos ao menor valor que deve ser pago ao trabalhador, de
acordo com a situação que vivencie e com a norma jurídica que se lhe aplique (lei,
sentença normativa, convenção ou acordo coletivo de trabalho). Assim é que, ao
buscar-se a base de incidência do adicional de insalubridade, dever-se-á, antes,
pesquisar a categoria de contraprestação mínima sobre a qual repercutirá, de modo a
fazer-se efetivo o regramento inscrito no art. 192 da CLT e no art. 7.º, inciso XXIII,
da Constituição Federal. Esta é a vocação da Súmula 17 do TST. 2. A condenação ao
cálculo do adicional de insalubridade sobre o salário convencional está adequada à
jurisprudência iterativa do Tribunal Superior do Trabalho, não prosperando o recurso

30
de revista (CLT, art. 896, § 4.º). Recurso de revista não conhecido” (TST, 3.ª T., RR
880-2004-402-04-00.0, Rel. Min. Alberto Bresciani,DJ 10.08.2006).

Vale ressaltar que não é possível acumular o pagamento do adicional de periculosidade


com o de insalubridade por expressa previsão legal.

Formas e fórmulas de cálculos - Adicional de Insalubridade:


1. Grau máximo = Base de cálculo x 40%
2. Grau Médio = Base de cálculo x 20%
3. Grau mínimo = Base de cálculo x 10%

2.3.5. Adicional de Periculosidade

ROCHA (2014) define adicional de periculosidade como adicional pago ao empregado


que trabalha em serviços que oferecem perigo à vida.
A atividade ou operação perigosa é definida por regulamentação aprovada pelo
Ministério do Trabalho e tem como base o trabalho que implique contato permanente com
inflamáveis, explosivos ou risco de morte acentuado.
ROCHA (2014, p. 42) nos explica ainda que a caracterização e a classificação de
insalubridade ou periculosidade se dá por meio de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou
Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho.
Com relação ao percentual de adicional, o § 1º do art. 193 da Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT) prescreve que o adicional será de 30% sobre o salário sem os acréscimos
resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos locais da empresa, ou seja, se dá sobre
o salário base.
Sobre o adicional, reza a Súmula 132, n.º I e n.º II, do TST que o adicional de
periculosidade, pago em caráter permanente, integra o cálculo de indenização e de horas extras.
Forma e fórmula de cálculo – Adicional de Periculosidade:
Adicional de Periculosidade = Salário Base x 30%
Cálculo de Salário Mensal com Periculosidade:
Salário Base = R$ 788,00 + 30% = R$ 1.024,40

31
2.3.6. Adicional Noturno e Hora noturna adicional

ROCHA (2014, p. 35) prescreve que a Constituição Federal, art. 7º, IX, garante a
remuneração do trabalho noturno superior à do diurno: “São direitos dos trabalhadores urbanos
e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social, remuneração do trabalho
noturno superior à do diurno”.
Para o trabalho urbano, o artigo 73 da CLT considera noturno o trabalho executado
entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte. A hora noturna, além de ser reduzida
para 52 minutos e 30 segundos, deve ser remunerada com o valor da hora normal acrescida de
20%.
Ainda segundo ROCHA (2014, p. 35) a duração legal da hora noturna, de 52 minutos
e 30 segundos, é uma ficção jurídica que deve ser levada em consideração no cálculo das horas
noturnas, constituindo vantagem suplementar, sem dispensar o adicional sobre as mesmas.
O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para
todos os efeitos (Súmula 60, inciso I, do TST).
Barbosa Garcia (2015, p. 134) nos ensina sobre jornadas noturnas mistas, ou seja,
cumpridas em hora noturna que tem continuidade em hora diurna, interpretando o art. 73, § 5.º,
da CLT, a Súmula 60 do TST estabelece, em seu inciso II, que: “Cumprida integralmente a
jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às horas
prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5.º, da CLT”.
Para o nosso trabalho faz-se necessário citar ainda os seguintes entendimentos do TST:
1. O vigia noturno tem direito à hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos (S. 65
do TST).
2. “OJ 388 – SDI-I/TST. – Jornada 12X36. – Jornada mista que compreenda a
totalidade do período noturno. – Adicional noturno. – Devido. – O empregado
submetido à jornada de 12 horas de trabalho por 36 de descanso, que compreenda
a totalidade do período noturno, tem direito ao adicional noturno, relativo às
horas trabalhadas após as 5 horas da manhã.”

32
2.3.7. Adicional de Hora Extra

O inciso XVI do art. 7.º, da CF/1988, estabelece o mínimo de 50% (cinquenta por
cento) sobre a remuneração da hora normal, o que segundo Barbosa Garcia (2015, p. 223) afasta
a possibilidade de ser fixado em nível inferior, ainda que por meio de negociação coletiva.

Quanto ao cálculo, o citado doutrinador prescreve que: “De acordo com a Súmula 264
do TST, o valor das horas extras deve ser calculado sobre a globalidade salarial recebida pelo
empregado (arts. 64 e 457 da CLT).

Diante o parágrafo acima, para nosso trabalho, importante se faz conhecer os seguintes
entendimentos:

 Súmula 132 do TST, inciso I: “O adicional de periculosidade, pago em caráter


permanente, integra o cálculo de indenização e de horas extras”.

 Orientação Jurisprudencial 47 da SBDI-I do TST: “Hora extra. Adicional de


insalubridade. Base de cálculo. A base de cálculo da hora extra é o resultado da
soma do salário contratual mais o adicional de insalubridade” (redação determinada
pela Resolução 148, de 26 de junho de 2008).

 Súmula 60 e a Orientação Jurisprudencial 97 da SBDI-I do TST confirmam que


o adicional noturno integra a base de cálculo das horas extras prestadas no período
noturno.

2.3.8. Intervalo Intrajornada

O art. 71 da CLT regula o intervalo para descanso e refeição, assim dispondo em


seu caput:

“Art. 71. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é
obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será,
no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário,
não poderá exceder de 2 (duas) horas”.
§ 1.º Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um
intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas (§ 1.º
do art. 71).”

33
Segundo Barbosa Garcia (2015, p. 330), quanto à natureza do referido intervalo, deve-
se destacar a disposição do § 2.º do art. 71, no sentido de que os intervalos de descanso “não
serão computados na duração do trabalho”, isso significa que o empregado, durante o referido
tempo de descanso dentro da jornada de trabalho não presta serviço, mas também não recebe a
respectiva remuneração. Trata-se, portanto, de intervalo não remunerado, o que significa
referir-se a hipótese de suspensão do contrato de trabalho.

Para nosso trabalho faz-se necessário conhecer a Súmula 437 do TST, pela qual a não
concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo implica o pagamento total
do período correspondente, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração
da hora normal de trabalho, ou seja, paga a hora e o acréscimo correspondente.

2.3.9. Vale Transporte

Foi instituído pela Lei 7.418/85 e regulamentado pelo Decreto 95.247/87. Segundo a
lei o vale transporte (VT) é uma obrigação legal e benefício fornecido pelo empregador,
antecipadamente, para que o trabalhador possa se deslocar da residência para o trabalho e vice-
versa. O art. 1º prescreve que o benefício é utilizável nos meios de transportes coletivos
públicos: urbanos, intermunicipais ou interestaduais com características de urbano.
De acordo com ROCHA (2014, p. 54) o vale-transporte, concedido na forma da lei,
não se constitui em salário, não sendo, portanto, tributável sob qualquer aspecto.
O rateio do valor do vale-transporte, conforme legislação citada, é o que se segue: do
trabalhador será descontado até 6% do seu salário-base e ao empregado cabe pagar o que
exceder o montante do funcionário.
ROCHA (2014, p. 54) cita ainda que por haver um entendimento de que ele deveria
ser calculado sobre o salário proporcional aos dias úteis trabalhados, surgiram divergências
quanto à base de cálculo para esse benefício. Mas, no Parecer MTb nº 15/92 da Secretaria de
Fiscalização do Trabalho, prevalece a orientação de que a base de cálculo é o salário básico
mensal, independentemente dos dias trabalhados, salvo disposição diferente em sentenças ou
normas coletivas.

34
2.3.10. Auxílio Alimentação

Fornecer auxílio alimentação, ao contrário do Vale Transporte, não se trata de uma


obrigação legal, mas deve o gestor verificar a existência de cláusulas a este respeito na
convenção coletiva\acordo coletivo da categoria.

Segundo ROCHA (2014, p. 53) o auxílio-alimentação fornecido de acordo com as


determinações da Lei nº 6.321/76, que instituiu o Programa de Alimentação do Trabalhador
(PAT), mesmo não sendo gratuito, não é considerado salário-utilidade, tampouco incorpora a
remuneração do empregado. Há entendimentos jurisprudenciais que consideram este um
pagamento de natureza indenizatória, e não salarial.

2.3.11. Assistência Médica e familiar

Trata-se de um benefício pago pelo empregador, a legislação reconhece o pagamento


de assistência médica e familiar como sendo utilidade sem natureza salarial (art. 458, § 2.º, da
CLT).

Segundo Barbosa Garcia (2015, p. 256) a ausência da natureza salarial de certas


utilidades é uma forma de incentivar a concessão da utilidade pelo empregador. Não sendo
incluída na remuneração (“folha de pagamento”), o empregador tem, certamente, maior
disposição para fornecer ao empregado o bem jurídico em questão, o que acaba beneficiando o
próprio trabalhador.

Pode constar em cláusula de convenção coletiva a obrigatoriedade de fornecimento,


fazendo lei entre as partes.

2.3.12. Auxílio Creche

Prescreve o § 1º do art. 389 da Consolidação das Leis do Trabalho:

35
“Os estabelecimentos em que trabalharem pelo menos 30 (trinta) mulheres com mais
de 16 (dezesseis) anos de idade terão local apropriado onde seja permitido às
empregadas guardar sob vigilância e assistência os seus filhos no período da
amamentação.”

Enquanto o § 2º do artigo supramencionado permite:

“A exigência do § 1º poderá ser suprida por meio de creches distritais mantidas,


diretamente ou mediante convênios, com outras entidades públicas ou privadas, pelas
próprias empresas, em regime comunitário, ou a cargo do SESI, do SESC, da LBA ou
de entidades sindicais.”

A Portaria n. 3.296/1986, do Ministério do Trabalho e Emprego, autoriza o


empregador a substituir a obrigação contida no parágrafo 1º, do art. 389, da CLT, pelo
reembolso-creche. Reza o art. 1º em seus Incisos I e II:

I - O reembolso-creche deverá cobrir, integralmente, despesas efetuadas com o


pagamento da creche de livre escolha da empregada-mãe, ou outra modalidade de
prestação de serviço desta natureza, pelo menos até os seis meses de idade da criança,
nas condições, prazos e valor estipulados em acordo ou convenção coletiva, sem
prejuízo do cumprimento dos demais preceitos de proteção à maternidade;

II - O benefício deverá ser concedido a toda empregada-mãe, independente do número


de mulheres do estabelecimento, e sem prejuízo do cumprimento dos demais preceitos
de proteção à maternidade.

Conforme prevê a citada portaria o sistema de reembolso creche depende de prévia


estipulação em acordo ou convenção coletiva (Art. 2º).

36
O citado benefício consta de planilha de custo do Governo Federal, pois, a depender do
número de terceirizados contratados passa o funcionário a possuir este direito, devendo a
empresa de cessão de mão de obra ser ressarcida do valor a ser pago.

2.3.13. Seguro de Vida, invalidez e funeral

Segue o mesmo tratamento dado a assistência médica, trata-se de um benefício pago


pelo empregador ao empregado sem natureza obrigacional.

A legislação reconhece o pagamento de seguro de vida, invalidez e funeral como sendo


utilidade sem natureza salarial (art. 458, § 2.º, da CLT).

Segundo Barbosa Garcia (2015, p. 256) a ausência da natureza salarial de certas


utilidades é uma forma de incentivar a concessão da utilidade pelo empregador. Não sendo
incluída na remuneração (“folha de pagamento”), o empregador tem, certamente, maior
disposição para fornecer ao empregado o bem jurídico em questão, o que acaba beneficiando o
próprio trabalhador.

Pode constar em cláusula de convenção coletiva a obrigatoriedade de fornecimento,


fazendo lei entre as partes.

2.3.14. Insumos Diversos

Deve ser incluído no módulo Insumos Diversos o ressarcimento de uniformes, matérias,


equipamentos e outros, conforme requisitado no termo de referência que orienta a contratação
dos serviços.

Na matéria de Custos, estão aqui inseridos os itens indispensáveis a prestação de


serviços e que permitem encontrar o custo unitário de referência. Trata-se de item de grande
importância, mas que é relevado a um segundo plano no cenário atual no qual o foco é a análise
dos cálculos trabalhistas.

37
O lucro da empresa não deve ser calculado sobre estes itens, pois como dito, o Poder
Público irá apenas ressarcir a contratada, a qual diante sua experiência, efetua um cálculo de
gastos médios que possui.

Há órgãos que explodem as áreas supracitadas item a item, todavia não há obrigatoriedade
na legislação.

2.3.15. INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)

Assim prescreve o art. 22, inciso I, da Lei n.º 8.212/91:

“Art. 22 - A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do


disposto no art. 23, é de:
I - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a
qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que
lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma,
inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos
decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo
tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do
contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença
normativa.” (Grifo nosso)

Neste quesito da planilha de custos, o que deve ser previsto é a parcela correspondente
ao INSS a ser pago pelo empregador, que em regra é de 20% (vinte por cento).

2.3.16. Serviço Social Autônomo (SESI, SESC, SENAI, SENAC, SEBRAE):

SESI (Serviço Social da Indústria), SESC (Serviço Social da Comércio), SENAI


(Serviço Nacional para Aprendizagem Industrial), SENAC (Serviço Nacional para
Aprendizagem Comercial) ou SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas) são exemplos de entidade denominada serviço social autônomo.

38
Serviço social autônomo é classificado no ordenamento jurídico como entidade
paraestatal, sendo este termo definido por Alexandrino e Paulo (2012, p.29) como pessoas
jurídicas privadas que, sem integrarem a estrutura da administração pública, colaboram com o
Estado no desempenho de atividades não lucrativa e às quais o Poder Público dispensa especial
proteção.
Segundo os autores apesar de não integraram a Administra Pública nem serem
instituídos por esta, sua criação é prevista em lei, são instituídas sob formas jurídicas comuns,
tais como associações civis ou fundações e que estas entidades são mantidas por recursos
oriundos de contribuições sociais de natureza tributária, recolhidas compulsoriamente pelos
contribuintes definidos em lei, bem como mediante doações orçamentárias do Poder Público e
que pelo fato de utilizarem recursos público estão sujeitos ao controle do Tribunal de Contas
da União (TCU).
O objetivo destas entidades são o aprendizado profissionalizante e à prestação de
serviços assistenciais ou de utilidade pública, tendo como beneficiários determinados grupos
sócias/profissionais.
Colacionamos abaixo quadro extraído do anuário Estatístico da Previdência Social
2013, o qual faz referências as contribuições de terceiros.

QUADRO 1: CONTRIBUIÇÕES – SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS


Terceiros Legislação Finalidade Alíquotas e Incidência
Criação: Decreto-
Lei nº 4.048/42.
Alterações:
SENAI Decreto-Lei nº O objetivo do SENAI é promover a
(Serviço 4.936/42; Educação Profissional, visando 1% incidente sobre o total da
Nacional de Decreto-Lei nº atender o setor industrial mediante remuneração paga pelas empresas
Aprendizagem 6.246/44; o desenvolvimento de programas do setor industrial aos empregados.
Industrial) de Aprendizagem.
Decreto-Lei nº
1.861/81;
Decreto-Lei nº
1.867/81.
Criação: Lei nº
9.403/46. 1,5% incidente sobre o total da
Alterações: remuneração paga pelas empresas
do setor industrial aos empregados
Decreto nº Organização e administração de e avulsos que prestem o serviço
SESI (Serviço
60.466/67; escolas de aprendizagem industrial, durante o mês.
Social da
estendida às de transporte e
Industria) Decreto-Lei nº comunicações.
1.861/81; São contribuintes:
Decreto-Lei nº As mesmas empresas que
1.867/81. contribuem para o SENAI.

39
Criação: Decreto-
SENAC Lei nº 8.621/46.
Alterações: Financiamento de atividades de 1% incidente sobre o total da
(Serviço
organização e administração de remuneração paga pelas empresas
Nacional de Decreto-Lei nº escolas de aprendizagem comerciais aos empregados e
Aprendizagem 1.861/81; comercial. avulsos que lhe prestam serviços.
Comercial) Decreto-Lei nº
1.867/81.
Criação: Decreto-
Lei nº 9.853/46.
Alterações:
Aplicação em programas que 1,5% sobre o total da remuneração
SESC (Serviço Lei nº 4.863/65; contribuam para o bem estar social paga ou creditada pelas empresas
Social do
dos empregados e suas famílias, comerciais aos empregados e
Comércio) Decreto-Lei nº das empresas relacionadas. avulsos que lhe prestem serviços.
1.861/81;
Decreto-Lei nº
1.867/81.

SEBRAE
(Serviço Na criação do SEBRAE, Lei nº
Criação: Lei nº Aplicação em programas de apoio
Brasileiro de 8.029/90, art. 8º, § 3º, foi fixada
8.029/90 e ao desenvolvimento das Empresas
Apoio às em 0,3% sobre o total das
Alterações: Lei nº de Pequeno Porte (EPP) e
Pequenas e remuneração paga pelas empresas
8.154/90. Microempresas.
Médias aos empregados.
Empresas)

Fonte: http://www.previdencia.gov.br/dados-abertos/aeps-2013-anuario-estatistico-da-previdencia-social-2013/

Barbosa Garcia (2015, p. 696), destaca que atualmente, a Lei Complementar 123/2006
instituiu o “Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos
pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – Simples Nacional” (art. 12) e que
conforme o seu art. 13, § 3.º: “As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo
Simples Nacional ficam dispensadas do pagamento das demais contribuições instituídas pela
União, inclusive as contribuições para as entidades privadas de serviço social e de formação
profissional vinculadas ao sistema sindical, de que trata o art. 204 da Constituição Federal, e
demais entidades de serviço social autônomo”.

2.3.17. INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária)

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) é uma autarquia


ligada ao Governo Federal. O Instituto foi criado pelo Decreto nº 1.110, de 9 de julho de 1970,

40
e tem como balizador as seguintes funções: realizar a reforma agrária, manter o cadastro
nacional de imóveis rurais e administrar as terras públicas da União.

QUADRO 2: CONTRIBUIÇÃO – INCRA


Terceiros Legislação Finalidade Alíquotas e Incidência
Promoção da reforma agrária e da
colonização. O produto da sua
INCRA Criação: Lei nº
arrecadação destina-se aos
(Instituto 2.613/55 e Decreto- 0,2% sobre o total da remuneração
programas e projetos vinculados à
Nacional de Lei nº 1.146/70 paga ou creditada pelas empresas
reforma agrária e suas atividades
Colonização e alíquotas e aos empregados e avulsos que lhe
complementares, o que se coaduna
Reforma definições de prestam serviço em cada mês.
como as finalidades relativas às
Agrária) contribuintes.
contribuições de intervenção no
domínio econômico.
Fonte: http://www.previdencia.gov.br/dados-abertos/aeps-2013-anuario-estatistico-da-previdencia-social-2013/

De mesmo modo que as contribuições ao sistema S, micro e pequenas empresas optantes pelo
simples não estão obrigadas a recolher contribuição para o INCRA.

2.3.18. Salário Educação

O salário-educação foi criado em 1964, e é definida como uma contribuição social


destinada ao financiamento de programas, projetos e ações voltados para o financiamento da
educação básica pública e que também pode ser aplicada na educação especial, desde que
vinculada à educação básica.

De acordo com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação(FNDE) a


contribuição social do salário-educação está prevista no artigo 212, § 5º, da Constituição
Federal, regulamentada pelas leis nºs 9.424/96, 9.766/98, Decreto nº 6003/2006 e Lei nº
11.457/2007. É calculada com base na alíquota de 2,5% sobre o valor total das remunerações
pagas ou creditadas pelas empresas, a qualquer título, aos segurados empregados, ressalvadas
as exceções legais, e é arrecadada, fiscalizada e cobrada pela Secretaria da Receita Federal do
Brasil, do Ministério da Fazenda (RFB/MF).

41
São contribuintes do salário-educação as empresas em geral e as entidades públicas e
privadas vinculadas ao Regime Geral da Previdência Social, entendendo-se como tal qualquer
firma individual ou sociedade que assuma o risco de atividade econômica, urbana ou rural, com
fins lucrativos ou não, sociedade de economia mista, empresa pública e demais sociedades
instituídas e mantidas pelo poder público, nos termos do § 2º, art. 173 da Constituição.

2.3.19. FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço)

O Fundo de Garantia por Tempo do foi instituída por meio da Lei n. 5.107/66. Trata-
se um direito constitucional direcionado aos empregados sejam urbanos, sejam rurais, na forma
do art. 7º, III, da CF/88, disciplinado pela Lei 8.036/90 e pelo Decreto 99.684/90. Como regra
temos que todo empregado admitido a partir da Constituição de 1988 tem direito aos depósitos
do FGTS, assim como aqueles que por ele optaram antes da CF/88. O FGTS foi criada a fim de
se extinguir a estabilidade no emprego e garantir em contraponto um indenização por tempo de
serviço ao empregado.

O FGTS consiste em um percentual incidente sobre a remuneração do empregado, o


qual deve ser depositado pelo empregador em uma conta “especial” da Caixa Econômica
Federal, em nome do empregado, até o 7º dia de cada mês subsequente ao mês vencido. Este
fundo também garante uma multa indenizatória em determinados casos de rescisão do contrato
de trabalho.

De acordo com ROCHA (2014,p. 59), os depósitos mensais correspondem ao valor de


8% sobre a remuneração do empregado. Durante todo o período de vigência do contrato de
trabalho, deverá ser recolhido mensalmente o valor relativo ao FGTS, inclusive durante a
dispensas e licenças legais.

42
2.3.20. Seguro Acidente do Trabalho

O Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) é uma contribuição paga pelo empregador


para custear benefício do INSS decorrente de acidente de trabalho ou doença ocupacional. O
seguro de acidentes de trabalho não exclui indenização a que o empregador pode vir a ser
obrigado pagar quando decorrente de dolo ou culpa.
O Seguro Acidente do Trabalho é, hoje, um direito do trabalhador previsto
constitucionalmente no artigo 7º, inciso XXVIII, da Constituição Federal.
Com relação a alíquota a ser paga à Previdência Social para custear o seguro de
acidentes de trabalho, esta pode variar entre 1%, 2% ou 3% incidentes sobre o total das
remunerações pagas, devidas ou creditadas pela empresa, a qualquer título, durante o mês, aos
segurados empregados e trabalhadores avulsos que prestam serviços.
Os percentuais acima a serem aplicados dependem do RAT (Riscos Ambientais do
Trabalho). As alíquotas do RAT existente são: 1% se o risco de acidentes provocados pela
atividade econômica desenvolvida por uma empresa for considerado mínimo, 2% se o risco for
médio e de 3%, se o risco for grave. Ou seja, quanto maior o risco, maior é a alíquota. A empresa
pode diminuir a alíquota se investir no aumento da segurança do trabalho.

2.3.21. Décimo Terceiro Salário

Trata-se de um benefício concedido ao empregado atualmente previsto na Constituição


Federal, no art. 7º, inciso VIII, o qual estabeleceu a expressão “décimo terceiro salário” para a
anteriormente conhecida gratificação natalina.

A citada gratificação foi instituída pela Lei 4.090/62 e complementada pela Lei
4.749/65. Abrange, inclusive, o trabalhador avulso, o doméstico e os aposentados, tendo como
base a remuneração ou o valor da aposentadoria.

Para realização do cálculo, deve-se levar em conta o ano civil (janeiro a dezembro). O
13º salário corresponde à gratificação de 1/12 (8,33%) da remuneração devida em dezembro,
por mês de serviço, do ano correspondente. A fração igual ou superior a 15 dias de trabalho
será equivalente ao mês integral.

43
ROCHA (2015, p. 43) complementa ainda que sobre a base de cálculo para o décimo
terceiro salário: integram para fins de cálculo as horas extras habitualmente prestadas, os
adicionais, as gratificações, enfim, todas as parcelas de natureza salarial pelo seu duodécimo.

2.3.22. Afastamento Maternidade

Calvo (2013, p. 198) segundo o art. 7º, XVIII, da CF, a empregada tem direito à licença-
maternidade de 120 dias custeada pelo INSS. A empregada receberá o benefício previdenciário
diretamente pelo empregador, enquanto perdurar o afastamento, sendo este compensado
contabilmente pela empresa com o INSS.

Ainda segundo Calvo (2013, p. 198) durante o afastamento da empresa, não há


trabalho e não há pagamento de salários pelo empregador, contudo, o período de afastamento é
computado para todos os efeitos legais.

2.3.23. Provisão para Rescisão

A rescisão poderá ocorrer durante a execução do contrato administrativo, para alguns


poucos empregados. Para a grande maioria – a quase totalidade, como demonstra a experiência
– a rescisão dar-se-á ao término do contrato administrativo.

A Constituição Federal estabelece que, nos casos de despedida arbitrária ou sem justa
causa, nos termos da Lei Complementar, o empregado fará jus a uma indenização
compensatória, dentre outros direitos.

I-A) AVISO PRÉVIO INDENIZADO O aviso prévio é um direito do trabalhador.


No mínimo 30 dias antes do término do contrato de trabalho, o empregador –
considerando que a iniciativa seja dele – notifica o empregado do término da relação.
Ocorre o aviso prévio indenizado quando o empregado é demitido sem prévio aviso
ou quando o empregador determina o desligamento imediato, ou seja, não quer que
aquele empregado trabalhe nem mais um dia sequer na empresa. Nessa hipótese, o
empregado é demitido de imediato, sem trabalhar os 30 dias correspondentes ao aviso
prévio sendo, ao invés, indenizado, mediante o pagamento do salário mensal
correspondente (vide art. 487, § 1º da CLT). O custo aqui estimado refere-se à
remuneração correspondente a essa indenização, acima mencionada, pois, para não

44
haver descontinuidade na prestação dos serviços, a empresa deverá substituir,
imediatamente, os empregados dispensados do cumprimento do aviso prévio...

I-B) – INCIDÊNCIA DO FGTS SOBRE AVISO PRÉVIO INDENIZADO: A


incidência do FGTS sobre o aviso prévio indenizado pode ser extraída da
interpretação do art. 15, da Lei 8.036/90, que determina a contribuição mensal, a cargo
do empregador, para o FGTS, correspondente a 8% da remuneração paga ou devida,
no mês anterior, ao trabalhador. Remuneração, aqui, nos termos definidos nos arts.
457 e 458, da LT, ou seja, inclui o salário básico e demais parcelas recebidas pelo
empregado a propósito dos serviços prestados. A incidência do FGTS sobre o aviso
prévio indenizado, embora não seja prevista expressamente nas normas citadas, é fora
de dúvida. Trata-se de matéria pacificada na jurisprudência: Súmula 305 TST - O
pagamento relativo ao período do aviso prévio, trabalhado ou não, está sujeito à
contribuição para o FGTS. Faz-se o cálculo do custo mensal da incidência do FGTS
sobre o aviso prévio indenizado da seguinte maneira:

I-C) – MULTA SOBRE O FGTS E CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS SOBRE O


AVISO PRÉVIO INDENIZADO Todo empregado dispensado, sem justa causa, tem
direito de receber, na forma de indenização, valor correspondente a 40% sobre o saldo
dos depósitos efetuados em sua conta vinculada ao FGTS (art. 18 da Lei 8.036/90).
Trata-se de multa paga pela empresa mediante depósito no FGTS. Assim, faremos o
cálculo da incidência do FGTS sobre a previsão de custo mensal do aviso prévio
indenizado.

II-A) AVISO PRÉVIO TRABALHADO: É comum, na prestação de serviços


terceirizados à Administração Pública, que os empregados sejam contratados – por
prazo indeterminado – para a execução dos serviços objeto do contrato administrativo,
decorrente de licitação em que sagrou-se vencedora a empresa empregadora. Ao
término do contrato administrativo, todos aqueles empregados são demitidos, por
impossibilidade de aproveitamento pela empresa. Deverá, portanto, conceder o aviso
prévio a todos eles, garantindo-se, porém, a prestação dos serviços. O aviso prévio é
um direito do trabalhador. No mínimo 30 dias antes do término do contrato de trabalho
o empregador – considerando que a iniciativa seja dele – notifica o empregado do
término da relação. Ocorre o aviso prévio trabalhado quando o empregado continua
trabalhando após o recebimento do aviso prévio. Durante o período do aviso prévio,
o trabalhador terá sua jornada de trabalho diária reduzida em 2 horas, sem prejuízo do
salário. O empregado pode, contudo, optar por, ao invés de ter a redução diária da sua
jornada, faltar ao serviço 7 dias corridos, sem prejuízo da remuneração. O custo que
aqui estimamos refere-se à remuneração relativa a esses períodos de redução da
jornada ou de faltas, acima mencionados, pois, para não haver descontinuidade na
prestação dos serviços, a empresa deverá pagar substitutos dos empregados em
cumprimento de aviso prévio. Assim, devemos estimar esse custo. Da mesma maneira
que no aviso prévio indenizado deve o empregador recolher FGTS e multa de 40% .

2.3.24. Férias e Terço Constitucional de Férias

Mascaro Nacimento (2011, p. 798) define as férias anuais remuneradas como certo
número de dias durante os quais, cada ano, o trabalhador que cumpriu certas condições de
serviço suspende o trabalho sem prejuízo da remuneração habitual.

45
Gottschalk (1956) citado por Mascaro Nacimento (2011, p. 798) as define como “o
direito do empregado de interromper o trabalho por iniciativa do empregador, durante um
período variável em cada ano, sem perda da remuneração, cumpridas certas condições de tempo
no ano anterior, a fi de atender aos deveres de restauração orgânica e de vida social”.

Férias não são apenas direito, mas dever do empregado, tanto que a doutrina sustenta
a irrenunciabilidade, pelo mesmo, das suas férias.

2.3.25. Licença-Paternidade

De acordo com Calvo (2013, p. 172) a licença-paternidade de cinco dias foi garantida
pela Constituição Federal de 1988 em seu art. 7º, XIX, e pelo art. 10, § 1º, do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, que dispõe que até que a lei venha a
disciplinar o disposto no art. 7º, XIX, da Constituição, o prazo da licença-paternidade a que se
refere o inciso é de cinco dias, podendo assim o período provisório de cinco dias ser ainda
ampliado pela legislação que o regulamentar.

O pai, para exercer seu direito, ao retornar ao trabalho, deve comunicar ao seu
empregador o nascimento do filho, comprovando-o pela entrega do registro de nascimento.

A licença-paternidade é uma licença remunerada pelo empregador, na qual o


empregado poderá faltar ao trabalho, sem prejuízo do cômputo do tempo de serviço.

2.3.26. Ausências Legais

As faltas podem ser de três diferentes espécies:

1. Faltas injustificadas: ausências ao serviço sem qualquer ligação com o


trabalho em si, tampouco com a necessidade/utilidade social de sua
efetivação. Nesta hipótese, além dos descontos em salário e cômputo para

46
efeitos de eventual redução de outros direitos trabalhistas, pode o empregador
utilizar-se de seu poder disciplinar a fim de repreender o empregado pelo fato
havido (advertência, suspensão e, eventualmente, demissão por justa causa).

2. Faltas justificadas, porém, não abonadas: faltas ao serviço aqui


incluídas não trazem a obrigatoriedade legal de que o empregador remunere
o trabalhador, visto que a interesse à ordem social. Neste caso o trabalhador
não poderá ser punido devido a ausência.

3. Faltas justificadas e abonadas por lei, contrato ou interesse do


empregador: Nas faltas justificadas ou abonadas por lei, podemos citar as
decorrente de obrigação normativa (Art. 473 da CLT), ou aquelas assumidas
devido a obrigação contratual.

Com relação as faltas justificadas e abonadas por lei, as quais são previstas em
planilha, devido a seu custo de reposição neste caso, vez que, o órgão público contrata serviço
e não funcionário, ou seja, na ocasião de uma falta legal cabe ao contratado repor esta mão-de-
obra, assim prescreve o Artigo 473 da CLT:

Art. 473. O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do


salário:
I – até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente,
descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência
social, viva sob sua dependência econômica;
II – até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento;
III – por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira semana;
IV – por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária
de
sangue devidamente comprovada;
V – até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos
da lei
respectiva;
VI – no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar
referidas na letra c do art. 65 da Lei 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço
Militar);
VII – nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame
vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior;
VIII – pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo;
IX – pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de
entidade

47
sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o
Brasil seja membro”.

2.3.27. Ausência por Acidente de Trabalho

O art. 60 da Lei n.º 8.213/1991 prescreve que o auxílio-doença será devido ao segurado
empregado a contar do décimo sexto dia do afastamento da atividade, e, no caso dos demais
segurados, a contar da data do início da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz.

Deste artigo decorre o entendimento de que o trabalhador/segurado da Previdência


Social tem direito a um benefício previdenciário, em caso de moléstia que o afaste do trabalho
além da data supracitada, em virtude de acidentes no exercício da atividade profissional, ou
doenças adquiridas ou desencadeadas pelo exercício do trabalho ou das condições em que este
é realizado e com ele se relacione diretamente.

Ocorrendo um acidente de trabalho, em razão do órgão público contratar serviço e não


funcionários, deverá a vaga ser reposta, ou seja, na ocorrência do sinistro, o contratado terá o
custo de colocação de um substituto no lugar daquele prestador de serviço afastado.

Por ser impossível prever se e quantos acidentes ocorrerão no decorrer do contrato esta
despesa é calculada por estimativa.

Neste caso é o contratado quem fornece dados que retratam sua realidade, a qual deverá
ser observada durante toda a execução do contrato.

O cálculo é efetuado da seguinte maneira: Verificam-se quantos dias, no período de um


ano, esse evento poderá ocorrer, calcula-se o valor correspondente, com base na remuneração
do empregado.

48
2.3.28. Custos Indiretos

Custos indiretos são os gastos da contratada com sua estrutura administrativa,


organizacional e gerenciamento de seus contratos, tais como as despesas relativas a:

a) funcionamento e manutenção da sede, tais como aluguel, água, luz,


telefone, o Imposto Predial Territorial Urbano – IPTU, dentre outros;

b) pessoal administrativo;

c) material e equipamentos de escritório;

d) supervisão de serviços;

e) seguros.

No cálculo dos valores limites para os serviços de vigilância e limpeza foram


estabelecidos os percentuais de 6% e 3% respectivamente. Os custos indiretos são calculados
mediante incidência daqueles percentuais sobre o somatório da remuneração, benefícios
mensais e diários, insumos diversos, encargos sociais e trabalhistas.

Estes gastos não precisam ser discriminados na planilha, mas devem respeitar o limite
supramencionado.

2.3.29. Lucro

Lucro é o ganho decorrente da exploração da atividade econômica, calculado mediante


incidência percentual sobre a remuneração, benefícios mensais e diários, insumos diversos,
encargos sociais e trabalhistas e custos indiretos.

O Lucro de uma empresa pode ser tributado no Brasil em três diferentes maneiras,
devendo ser diferente a análise da planilha para cada uma das modalidades, são elas: Lucro
Real, Lucro Presumido e Simples Nacional.

49
De maneira resumida, podemos assim descrever cada uma das modalidades, conforme
ensinado no Portal Tributário, em seu artigo “LUCRO REAL, PRESUMIDO OU
SIMPLES?”:

1) Lucro Real: Poder ser Anual ou Trimestral. No Anual a empresa deve antecipar os
tributos mensalmente, com base no faturamento mensal, sobre o qual aplicam-se
percentuais predeterminados, de acordo com o enquadramento das atividades, para
obter uma margem de lucro estimada (estimativa), sobre a qual recai o IRPJ (Imposto
de Renda Pessoa Jurídica) e a CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido). Nesta
opção, há, ainda, a possibilidade de levantar balanços ou balancetes mensais,
reduzindo ou suspendendo-se o recolhimento do IRPJ e da CSLL, caso demonstre-se
que o lucro real efetivo é menor do que aquele estimado ou que a pessoa jurídica está
operando com prejuízo fiscal. No final do ano, a pessoa jurídica levanta o balanço
anual e apura o lucro real do exercício, calculando em definitivo o IRPJ e a CSLL e
descontando as antecipações realizadas mensalmente. Em alguns casos,
eventualmente, as antecipações podem ser superiores aos tributos devidos,
ocasionando um crédito em favor do contribuinte. No trimestral, o IRPJ e a CSLL são
calculados com base no resultado apurado no final de cada trimestre civil, de forma
isolada. Portanto, nesta modalidade, teremos durante o ano 4 (quatro) apurações
definitivas, não havendo antecipações mensais como ocorre na opção de ajuste anual.

2) Lucro Presumido: O IRPJ e a CSLL pelo Lucro Presumido são apurados


trimestralmente. A alíquota de cada tributo (15% ou 25% de IRPJ e 9% da CSLL) incide
sobre as receitas com base em percentual de presunção variável (1,6% a 32% do
faturamento, dependendo da atividade). Este percentual deriva da presunção de uma
margem de lucro para cada atividade (daí a expressão Lucro Presumido) e é
predeterminado pela legislação tributária. Há alguns tipos de receita que são acrescidas
integralmente ao resultado tributável, como os ganhos de capital e as receitas de
aplicações financeiras. Destaque-se, no entanto, que nem todas empresas podem optar
pelo lucro presumido, pois há restrições relativas ao objeto social e o faturamento. O
limite da receita bruta para poder optar pelo lucro presumido, a partir de 2014, é de até

50
R$ 78 milhões da receita bruta total, no ano-calendário anterior. Outra análise a ser feita
é que as empresas tributadas pelo Lucro Presumido não podem aproveitar os créditos
do PIS (Programa de Integração Social) e da COFINS (Contribuição para o
financiamento da Seguridade Social), por estarem fora do sistema não cumulativo, no
entanto recolhem com alíquotas mais baixas.

3) Simples Nacional: A aparente simplicidade do regime do Simples Nacional e a


possibilidade de economia no pagamento dos vários tributos são os grandes atrativos
para as pequenas empresas. Entretanto, há restrições legais para opção além do limite
de receita bruta anual, que passa a ser de R$ 3.600.000,00 a partir de 2012. Há questões
que exigem análise detalhada, como a ausência de créditos do IPI e sublimites estaduais
para recolhimento do ICMS. Outro detalhe do Simples Nacional é que as alíquotas são
progressivas, podendo ser, nas faixas superiores de receita, especialmente para empresas
de serviços, mais onerosas para do que os regimes de Lucro Real ou Presumido.

2.3.30. Tributos

São os valores referentes ao recolhimento de impostos e contribuições incidentes sobre


o faturamento, conforme estabelecido pela legislação vigente.

Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada. (art. 3º - CTN – Lei nº 5.172/66).

As espécies de tributo são impostos, taxas e contribuições de melhoria. (art. 3º - CTN


– Lei nº 5.172/66).

Entendimento atual do TCU, proíbe a previsão neste item dos seguintes impostos e
contribuições: IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica e CSLL – Contribuição Social sobre
Lucro Líquido e IOF – Imposto sobre Operações Financeiras.

51
Em geral, são três os tributos constantes das planilhas de custos: ISS (Imposto sobre
Serviços, PIS (Programa de Integração Social) e COFINS (Contribuição para o financiamento
da Seguridade Social). Vamos a eles:

A) ISS (Imposto sobre Serviços): De acordo com Barreirinhas (2006, p. 513) o


imposto está previsto na Constituição Federal em seu art. 156, III. Tem como
critério material a prestação serviços constantes da lista anexa à Lei Complementar
n. º 116/2003. Como critério espacial, a exigência do serviço ser prestado dentro
de território do Município tributante. Com relação ao critério temporal é o
momento em que o serviço é disponibilizado ao tomador. O sujeito ativo é
Município em que se dá a prestação enquanto o sujeito passivo é o prestador de
serviço, no entanto, o art. 6º, parágrafo 2º da Lei Complementar 116/2203 prevê a
responsabilidade de tomadores de determinados serviços. A alíquota pode variar
entre 2% e 5%.

B) PIS (Programa de Integração Social): Segundo Sabbag (2010, p. 536), as


contribuições para o PIS são destinadas a promoção da integração do empregado
na vida e no desenvolvimento das empresas. Os recursos se destinam a financiar o
programa do seguro-desemprego e o abono salarial, sendo este consistente do
pagamento de um salário mínimo anual ao empregados que recebem até dois
salários mínimos de remuneração mensal, desde que seus empregadores
contribuam para o PIS. O fato gerador é a obtenção de faturamento mensal, a base
de cálculo é o faturamento. Com relação à alíquota, no sistema cumulativo (lucro
presumido e arbitrado) esta é de 0,65% enquanto no sistema não cumulativo
(lucro real) é de 1,65%.

C) COFINS (Contribuição para o financiamento da Seguridade Social): Sabbag


(2010, p. 538) a contribuição está prevista no Art. 195, I, “b” , Constituição Federal
e Lei n.º 10.833/2003, o fator gerador é auferir faturamento mensal, sendo esta sua
base de cálculo, o sujeito passivo são a pessoas jurídicas de direito privado e as

52
que lhes são equiparadas nos termo da legislação do Imposto de Renda. Com
relação à alíquota, no sistema cumulativo (lucro presumido e arbitrado) esta é de
0,65% enquanto no sistema não cumulativo (lucro real) é de 1,65%.

53
CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA DA PESQUISA

3.1. Metodologia – Considerações Gerais

Metodologia é o processo da pesquisa adotada para elaboração de um determinado


assunto, que deve ser seguida para podermos responder os problemas do tema em questão,
conseguindo alcançar os objetivos do trabalho de forma clara e objetiva.

Pesquisa consiste na execução de um conjunto de ações e de estratégias planejadas no


projeto de pesquisa, que são integradas para se gerar o conhecimento original, conforme
definição de Gil (1991, p.19) “a pesquisa é requerida quando não se dispõe de informação
suficiente para responder ao problema, ou então quando a informação se encontra em tal estado
de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao problema”.

O processo formal e sistemático de desenvolvimento do método cientifico, tendo por


objetivo principal descobrir respostas para problema mediante o emprego de procedimentos
científicos é definido por GIL (1999) como Pesquisa.

Seguindo este entendimento podemos definir este trabalho como sendo uma Pesquisa.

De acordo com esse autor também, identifica-se três grupos, a saber, estudos
exploratórios, estudos descritivos e estudos que verificam hipóteses causais. Ainda citando GIL
(1999, p.70) as pesquisas tipo levantamento se caracterizam pela interrogação direta das pessoas
cujo comportamento se deseja conhecerem. Quando o levantamento recolhe informações de
todos os integrantes do universo pesquisado tem-se um censo, apresentando dificuldades
materiais para sua realização, porém, sendo extremamente úteis, proporcionando informações
gerais acerca da população alvo.

A metodologia tem como objetivo captar e analisar as características dos vários métodos
disponíveis, avaliarem suas capacidades, potencialidades, limitações ou distorções e criticar os
pressupostos ou as implicações de sua utilização.

Para a definição de estudo de caso:

“Trata-se de uma técnica cujo objetivo é o estudo de uma unidade que se analisa
profunda e intensamente. Considera a unidade social estudada em sua totalidade, seja

54
um indivíduo, uma família, uma instituição, uma empresa, ou uma comunidade, com
o objetivo de compreendê-los em seus próprios termos”. (MARTINS E LINTZ, 2000,
p.36).

Com relação à Pesquisa Bibliográfica, DIAS e TRALDI assim nos ensina:

“Pesquisa Bibliográfica- este tipo de pesquisa busca explicar um problema com base em
atribuições teóricas publicadas em documentos (livros, revistas, jornais etc.) e não por
intermédio de relatos de pessoas ou experimentos. Pode ser realizada de forma independente,
ou estar inserida (levantamento bibliográfico) nos demais tipos de pesquisa”. (DIAS E
TRALDI, 2004, p.43).

Diante disso, podemos definir o nosso trabalho como sendo uma pesquisa descritiva,
tendo como característica o estudo de caso e também bibliográfica, pois, conforme explicitado
no Capítulo 2, faz-se um levantamento bibliográfico sobre os assuntos em questão, retratando
o que diversos autores trazem a respeito do assunto.

3.2. Procedimentos para obtenção de Dados

Na coleta de dados, foi utilizada a técnica de pesquisa de campo. Segundo GIL (1996)
um dos principais limitadores da entrevista é o fornecimento de respostas falsas, determinadas
por razões conscientes ou inconscientes, a influenciar das opiniões pessoais do entrevistador
sobre as respostas do entrevistado.

Para o levantamento de dados na empresa-alvo foi realizado um censo no setor


administrativo junto aos setores, que tem relação direta com a utilização da planilha de custos
para contratação de terceirizado, ou seja, questionou-se todo campo amostral.

Foi elaborado para tanto questionamento padrão de modo a evitarem certas influências
nas respostas. O questionário continha 12 questões entre dissertativas e múltipla escolha. Foi
aplicado entre 12 de Outubro e 16 de Outubro de 2015 junto a 8 (oito) servidores do IFSP-
Câmpus Capivari, sendo que sete preencheram a caneta o questionário sem identificação e um
servidor, por estar de férias, enviou o questionário respondido por e-mail.

55
Para minimizar tais influências optou-se por usar entrevistas estruturadas, a qual se
desenvolveu através de uma relação de perguntas, cuja ordem e redação permaneceram
inalteradas para todos os entrevistados.

56
CAPÍTULO 4 – A EMPRESA ALVO

As informações aqui encontradas também estão disponíveis no estágio supervisionado


elaborado pelo Autor, todavia, as informações no que concerne foram atualizadas para o
presente ano.

4.1. Caracterização da Empresa


Nome: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo – Câmpus Capivari

Endereço: Avenida Doutor Ênio Pires de Camargo, 2971 - São João Batista – Capivari-SP

Cidade: Capivari UF: São Paulo CEP: 13.360-000

Tel: (19) 3492-8585

E-mail: adm.cpv@ifsp.edu.br

Ramo: Educação

Objetivo Empresarial: Consolidar uma práxis educativa que contribua para a inserção social,
à formação integradora e à produção do conhecimento.

Porte da Empresa: Médio Porte

Nº de Empregados: 87 servidores sendo 51 Professores e 36 Técnicos-administrativos e 16


terceirizados.

Orçamento Anual do Câmpus Capivari 2014: R$ 1.729.412,29 (para custeio e investimento


excluindo-se gasto com pessoal, o qual está centralizado na reitoria do Instituto)

Orçamento Anual do IFSP - 2013: R$ 484.051.735,13

Setor: Público

57
4.2. Histórico da Empresa

O prédio onde se encontra instalado o Instituto foi construído e parcialmente equipado pela
Faculdade Cenecista de Capivari entre os anos de 2002 e 2006 e por problemas financeiros da
matriz, Campanha Nacional das Escolas da Comunidade, não foi colocado em operação.

No ano de 2009 o programa televisivo Custe o que Custar (CQC) da Rede Bandeirantes
realizou denúncia da situação do prédio, o que gerou um movimento político por parte do
Governo Municipal e Ministério da Educação que culminou em um contrato de cessão do
terreno e do prédio pertencente a CNEC ao Instituto Federal de São Paulo.

Em 01/02/2010, o Câmpus Avançado Capivari foi criado, vinculado ao Câmpus Salto,


em ato oficial realizado em Brasília, conduzido pelo Presidente da República, Luis Inácio Lula
da Silva.

Suas atividades tiveram início no dia 26/07/2010 com a oferta dos cursos técnicos
concomitantes e subsequentes em Manutenção e Suporte de Informática e Química. No ano de
2012 o instituto firmou parceria com a Secretaria Estadual de Educação e começou a
disponibilizar cursos técnicos integrados ao ensino médio nas áreas de Informática e Química.
No primeiro semestre de 2013 iniciou-se o primeiro curso superior, sendo este o tecnólogo em
Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

No mês de maio de 2013, o Instituto Federal de Capivari teve sua condição promovida
de Câmpus Avançado para Câmpus Pleno.

Quanto à história do Instituto Federal de São Paulo como pontos marcantes podemos
citar os seguintes:

 1909 - O Presidente Dr. Nilo Peçanha por meio do Decreto n° 7.566 de 23/09/1909
determina a construção de escolas para formar artífices;
 1910 - Passou a denominar-se Escola de Aprendizes Artífices de São Paulo;
 1937 - Passou a denominar-se Liceu Industrial de São Paulo;
 1942 – Por meio da promulgação da Lei Orgânica do Ensino Industrial, instituíu-se
a Rede Federal de Estabelecimentos de Ensino Industrial denominados Escolas Técnicas. O
Liceu Industrial de São Paulo passou a denominar-se Escola Técnica de São Paulo;
58
 1959 – Por advento da Lei nº 3.552 a escola passou a denominar-se Escola Técnica
Federal de São Paulo;
 1976 - Inaugurado o novo prédio da Escola Técnica Federal de São Paulo;
 1987 - Implantada a primeira Unidade de Ensino Descentralizada no Município de
Cubatão;
 1999 - A Escola Técnica Federal de São Paulo, é transformada em Centro Federal
de Educação Tecnológica de São Paulo – CEFET-SP, constituindo-se em autarquia federal,
vinculada ao Ministério da Educação, detentora de autonomia administrativa, patrimonial,
financeira, didático-pedagógica e disciplinar;
 2008 - Transformação em Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia de
São Paulo, pela Lei nº 11.892.
Hoje o Instituto Federal de São Paulo opera com 30 campis instalados
Araraquara (ARQ), Avaré (AVR), Barretos (BRT), Birigui (BRI), Boituva (BTV), Bragança
Paulista (BRA), Campinas (CMP), Campos do Jordão (CJO), Capivari (CPV), Caraguatatuba
(CAR), Catanduva (CTD), Cubatão (CBT), Guarulhos (GRU), Hortolândia (HTO), Itapetininga
(ITP), Jacareí (JCR), Matão (MTO), Piracicaba (PRC), Presidente Epitácio (PEP), Registro
(RGT), Salto (SLT), São Carlos (SCL), São João da Boa Vista (SBV), São José dos Campos
(SJC), São Paulo (SPO), São Roque (SRQ), Sertãozinho (SRT), Sorocaba (SOR), Suzano
(SZN), Votuporanga (VTP)), e um núcleo avançando Assis.

4.3. Principais Produtos e Serviços

O Instituto oferece cursos de formação principalmente em duas áreas: Química e Informática,


os cursos oferecidos atualmente são:

 Cursos FIC (Formação inicial e continuada de trabalhadores). Inscrição conforme


disponibilidade.
 Técnico Integrado em parceria com a Secretaria Estadual de Educação de São
Paulo, oferecendo a alunos do ensino médio (Escola Padre Fabiano Jose Moreira Camargo) no
contra turno os cursos de Técnico em Química e de Técnico em Informática. Método de
ingresso: Processo Seletivo

59
 Técnico Concomitante ou Subsequente oferecido a quem já concluiu ou esteja
cursando no mínimo o segundo ano do ensino médio nas áreas de: Técnico em Manutenção e
Suporte em Informática e Técnico em Química. Método de ingresso: Processo Seletivo.
 Tecnológico com status de curso de ensino superior nas áreas de Análise e
Desenvolvimento de Sistemas e Tecnologia em Processos Químicos; Método de ingresso: Sisu
e se não completar Processo Seletivo.
 EAD (Educação à distância) como polo dos cursos de Técnico em Administração
e Técnico em Secretaria Escolar; Método de ingresso: Processo Seletivo.
 Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego): No
ano de 2015, devido à crise foi suspenso o oferecimento de cursos nesta modalidade.

4.4 Níveis de Produção

No ano de 2014 haviam: entre os cursos Técnico Integrado, Técnico Concomitante e


Tecnológico 400 alunos matriculados. Já foram diplomados 145 alunos nos cursos técnicos,
mais de 700 alunos em cursos FIC (curta duração), 170 alunos em cursos FIC-Pronatec.

60
CAPÍTULO 5 – ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Como informado no capítulo anterior, o orçamento total do Câmpus Capivari,


excluindo-se os gastos com pessoal, no ano de 2014, somou o importe de R$ 1.729.412,29 (um
milhão, setecentos e vinte e nove mil, quatrocentos e doze reais e vinte e nove centavos). Deste
montante, R$ 612.472,66 (seiscentos e doze mil, quatrocentos e setenta e dois reais e sessenta
e seis centavos) foram destinados a aquisição de equipamentos, ou seja, o custeio da instituição
no citado ano foi de R$ 1.116.939,63 (um milhão, cento e dezesseis mil, novecentos e trinta e
nove reais e sessenta e três centavos). Deste total, R$ 440.537,72 (quatrocentos e quarenta mil,
quinhentos e trinta e sete reais e setenta e dois centavos), ou, 39,44% do montante é o destinado
ao pagamento de funcionários terceirizados, sendo, portanto, o gasto mais representativo no
custeio da Instituição. Todo esse volume de recursos é guiado pelas análises de planilha de
custo, as quais, ficam a cargo da equipe contábil do Câmpus analisar, seja no momento da
licitação, ou após, na repactuação/reequilíbrio de preços.

O trâmite atual da análise passa pelos seguintes passos: no momento do processo


licitatório, o certame é suspenso, quando se chega o momento para análise da planilha, e o
pregoeiro encaminha a planilha para sua chefia a qual retransmite para o setor contábil para
análise e emissão de parecer, havendo correções, de posse do relatório emitido o pregoeiro
solicita correções e apresentação de justificativas que se acatadas gerarão a aprovação do
documento possibilitando ao pregoeiro dar sequências aos procedimentos licitatórios.

No caso de reequilíbrio/ repactuação de contratos, decorrido o prazo cabível a empresa


realiza pedido formal apresentando juntamente deste, planilha com as correções que entende
cabíveis, esta passa pela análise do departamento contábil, a qual faz apontamentos e pede
correções, uma vez aprovado pelo setor, este junta os cálculos e encaminha o processo a
Reitoria para nova análise e encaminhamento a Procuradoria Jurídica para parecer sobre a
legalidade do pedido, de posse deste é realizado os trâmites contratuais.

Aplicamos questionário junto a todos os servidores envolvidos com a planilha de


custos: Chefias, Setor de Contratos, Setor de Compras e Licitações e Setor Contábil a fim de
medir o conhecimento no órgão. Os questionários se encontram anexo ao trabalho. Os
servidores não foram identificados nominalmente para se sentirem mais à vontade ao responder
o questionário.

61
Na pergunta 1, questionamos o setor de trabalho: Temos 3 funcionários que laboram
no setor contábil, 2 no setor de contratos, 2 no setor de Compras e Licitações e 1 como Gerente
Administrativo, totalizando 8 funcionários.

Na pergunta 2, o questionamento foi há quanto tempo trabalha no IFSP, transformamos


as respostas em meses. A média de tempo é de 1(um) ano e oito meses, trata-se, portanto, de
uma equipe nova e em formação. O funcionário mais antigo possui 3 (três) anos e 10 (dez)
meses e o mais recente está há apenas um mês na cidade. O Câmpus iniciou suas atividades no
prédio em que está em agosto de 2010, tendo, portanto, pouco mais de 5 anos.

Gráfico 1: Tempo de Serviço no IFSP (em meses)


50
40
30
20
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8

Fonte: Do Autor

No terceiro questionamento, perguntamos há quanto tempo o funcionário trabalha na


área pública. Convertemos novamente as respostas para meses. A média de tempo no serviço
público foi de 4 (quatro) anos e 6 (seis) meses, com o servidor mais antigo há 10 (dez) anos no
setor público e o mais novo há 12 (doze) meses. Caso surja dúvida no leitor, importante
esclarecer que o IFSP aceita transferência de funcionários de outros estados, desde que inseridos
na mesma carreira, e há a possibilidade dos servidores trabalharem em outras esferas (estadual
ou municipal, antes de serem efetivados no Instituto).

62
Gráfico 2: Tempo em que trabalha na área Pública
140
120
100
80
60
40
20
0
1 2 3 4 5 6 7 8

Fonte: Do Autor

No quarto questionamento, foi perguntado se o funcionário já realizou na análise de


planilha de custos. A análise que vai constar do processo de aquisição dos serviços ou de
reequilíbrio/ repactuação é o emanado do setor contábil, mas isso não impede que outros setores
façam uma verificação da planilha. Metade dos servidores respondeu que já efetuou análise de
planilha de custos.

No quinto questionamento, foi perguntado se o entrevistado conhece a finalidade da


planilha de custo, 100% (cem por cento) dos entrevistados responderam positivamente e
tiveram respostas discursivas condizentes com a finalidade.

No sexto questionamento, perguntamos se o servidor se sente apto a realizar tais


análise e tivemos 100% (cem por cento) de respostas negativas, ou seja, nem os funcionários
que compõe o setor contábil, tão pouco os demais se sentem aptos a realização de tal tarefa.

Na sétima pergunta, apresentamos uma pergunta discursiva afim de que fosse


explicitada qual seria a maior dificuldade para análise das planilhas, e as respostas se resumem
em falta de conhecimento de conceitos/normas/cálculos trabalhistas e tributários, ausência de
treinamento

Na oitava pergunta, questionou-se acerca de treinamento, e todos responderam que


nunca receberam um treinamento para análise de planilha de custos.

A nona pergunta questionava acerca de há quanto tempo o treinamento foi realizou,


devido a resposta da oitava pergunta, restou prejudicada a questão.
63
Na décima, perguntou-se se o servidor vivenciou ou conhece algum problema
decorrente de uma análise de custos mal realizada, 62,5% (sessenta e dois e meio por cento)
responderam que conhecem ou vivenciaram.

A questão 11, busca saber se o servidor conhece o conceito e a forma de cálculo de


cada uma das linhas que compõe a planilha. Apresentamos na página a seguir a compilação dos
dados em percentual os quais serão em seguida analisados:

64
Tabela 1: Conhecimento de conceito e forma de cálculo - Linha a Linha

Conceito Forma de Cálculo


Item
Sim % Não % Parcial % Sim % Não % Parcial %
Módulo 1: Composição da remuneração
Salário Base 6 75,00% 0 0,00% 2 25,00% 4 50,00% 0 0,00% 4 50,00%
Adicional de Periculosidade 4 50,00% 0 0,00% 4 50,00% 1 12,50% 0 0,00% 7 87,50%
Adicional de Insalubridade 3 37,50% 0 0,00% 5 62,50% 1 12,50% 2 25,00% 5 62,50%
Adicional Noturno 4 50,00% 0 0,00% 4 50,00% 1 12,50% 1 12,50% 6 75,00%
Hora Noturna Adicional 4 50,00% 1 12,50% 3 37,50% 1 12,50% 3 37,50% 4 50,00%
Adicional de Hora Extra 4 50,00% 0 0,00% 4 50,00% 0 0,00% 1 12,50% 7 87,50%
Intervalo Intrajornada 4 50,00% 0 0,00% 4 50,00% 1 12,50% 4 50,00% 3 37,50%
Média - Módulo 51,79% 1,79% 46,43% 16,07% 19,64% 64,29%
Módulo 2: Benefícios Mensais e Diários
Auxílio Transporte 7 87,50% 0 0,00% 1 12,50% 2 25,00% 0 0,00% 6 75,00%
Auxílio Alimentação 7 87,50% 0 0,00% 1 12,50% 2 25,00% 1 12,50% 5 62,50%
Assistência Médica e Familiar 5 62,50% 1 12,50% 2 25,00% 1 12,50% 1 12,50% 5 62,50%
Auxílio Creche 5 62,50% 1 12,50% 2 25,00% 2 25,00% 1 12,50% 4 50,00%
Seguro de Vida, invalidez e funeral 5 62,50% 0 0,00% 3 37,50% 2 25,00% 1 12,50% 5 62,50%
Média - Módulo 72,50% 5,00% 22,50% 22,50% 10,00% 62,50%
Módulo 4: Encargos Sociais e Trabalhistas
Submódulo 4.1: Encargos previdenciários, FGTS e outras contribuições:
INSS 6 75,00% 0 0,00% 2 25,00% 4 50,00% 0 0,00% 4 50,00%
SESI ou SESC 4 50,00% 4 50,00% 0 0,00% 3 37,50% 4 50,00% 1 12,50%
SENAI ou SENAC 4 50,00% 4 50,00% 0 0,00% 3 37,50% 4 50,00% 1 12,50%

65
INCRA 3 37,50% 4 50,00% 1 12,50% 2 25,00% 4 50,00% 2 25,00%
Salário Educação 5 62,50% 3 37,50% 0 0,00% 3 37,50% 4 50,00% 1 12,50%
FGTS 5 62,50% 1 12,50% 2 25,00% 5 62,50% 1 12,50% 2 25,00%
Seguro Acidente de Trabalho 4 50,00% 3 37,50% 1 12,50% 3 37,50% 4 50,00% 1 12,50%
Sebrae 4 50,00% 4 50,00% 0 0,00% 3 37,50% 5 62,50% 0 0,00%
Média - Módulo 54,69% 35,94% 9,38% 40,63% 40,63% 18,75%
Submódulo 4.2: 13º (décimo terceiro) salário
13º Salário 6 75,00% 1 12,50% 1 12,50% 5 62,50% 1 12,50% 2 25,00%
Média - Módulo 75,00% 12,50% 12,50% 62,50% 12,50% 25,00%
Submódulo 4.3: Afastamento Maternidade
Afastamento Maternidade 6 75,00% 1 12,50% 1 12,50% 1 12,50% 5 62,50% 2 25,00%
Média - Módulo 75,00% 12,50% 12,50% 12,50% 62,50% 25,00%
Submódulo 4.4: Provisão para rescisão
Aviso Prévio Indenizado 6 75,00% 1 12,50% 1 12,50% 1 12,50% 4 50,00% 3 37,50%
Aviso Prévio Trabalhado 6 75,00% 1 12,50% 1 12,50% 1 12,50% 4 50,00% 3 37,50%
Média - Módulo 75,00% 12,50% 12,50% 12,50% 50,00% 37,50%
Submódulo 4.5: Custo de reposição do profissional ausente
Férias 7 87,50% 0 0,00% 1 12,50% 5 62,50% 2 25,00% 1 12,50%
Adicional de Férias 5 62,50% 0 0,00% 3 37,50% 4 50,00% 2 25,00% 2 25,00%
Ausências por doença 5 62,50% 1 12,50% 2 25,00% 2 25,00% 4 50,00% 2 25,00%
Licença Paternidade 6 75,00% 1 12,50% 1 12,50% 1 12,50% 4 50,00% 3 37,50%
Ausências legais 4 50,00% 2 25,00% 2 25,00% 1 12,50% 3 37,50% 4 50,00%
Ausência por acidente de trabalho 4 50,00% 2 25,00% 2 25,00% 1 12,50% 5 62,50% 2 25,00%
Média - Módulo 64,58% 12,50% 22,92% 29,17% 41,67% 29,17%
Módulo 5: Custos indiretos, tributos e lucro
Custos Indiretos 3 37,50% 2 25,00% 3 37,50% 0 0,00% 3 37,50% 5 62,50%
Tributos 4 50,00% 2 25,00% 2 25,00% 2 25,00% 3 37,50% 3 37,50%

66
Lucro 5 62,50% 1 12,50% 2 25,00% 2 25,00% 3 37,50% 3 37,50%
Média - Módulo 50,00% 20,83% 29,17% 16,67% 37,50% 45,83%
Fonte: Do Autor

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Com relação a tabela acima, faz-se possível as seguintes análises:

 O conhecimento do conceito não tem relação direta com conhecer a forma de


cálculo;
 Os cálculos envolvendo adicional de hora extra e custos indiretos não são
dominados por nenhum servidor;
 De mesmo modo, adicional de periculosidade e de insalubridade, adicional
noturno, hora noturna adicional, intervalo intrajornada, afastamento
maternidade, aviso prévio, licença paternidade e ausência por acidente de
trabalho são dominados por menos de 20% (vinte por cento) dos servidores.
 No que tange a parte conceitual o módulo que necessita de maior reforço é de
número 5, Custos Indiretos, Tributos e Lucros, a análise deste módulo resta
praticamente ao Setor Contábil devido ao emaranhado de normas tributárias.
 Ainda na parte conceitual o segundo módulo que mais demanda atenção é o de
número 1: Composição da Remuneração o qual tem reflexo em todos os demais
cálculos da planilha.
 Com relação a forma de cálculo o item que necessita maior reforço é o que
tange rescisão, seguido de composição da remuneração e custos indiretos,
tributos e lucros.
 Somando-se conhecimento parcial e desconhecimento, no que tange forma de
cálculo todos os índices menos o de 13º salário superam 50% (cinquenta por
cento) o que indica falta de capacitação para realizar análise da planilha.

A pergunta derradeira visa coletar sugestões para melhorar a análise das planilhas,
trata-se de pergunta discursiva, sendo o resumo das respostas o que se segue:
capacitação/treinamento periódicos e criação de uma planilha modelo para cada serviço
terceirizado.
Passaremos a seguir a fim de consolidar os conhecimentos a fazer análise da planilha
de Vigilância, a qual foi verificada em processo licitatório realizado em 19/06/2015.
Analisaremos os cálculos apresentados para o posto de vigilante 12 horas noturno de segunda
a domingo – 12 X 36. Ressalte-se que este posto trabalha como vigilante monitor de segurança
eletrônica.

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A convenção coletiva da categoria (SESVESP) a qual serve de base a confecção da
planilha encontra-se em anexo bem como a planilha apresentada na licitação, podendo o cálculo
do trabalho divergir no ali referido.

Módulo 1: Composição da remuneração


A Salário base R$ 1.218,15
OBS.: A cláusula 3a - Parágrafo Primeiro determina para o ano de 2015 o piso salarial de
vigilante
R$ 1.218,15.
B Adicional de periculosidade R$ 365,45
OBS.: Portaria 1.885/13 do MTE que regulamenta a Lei 12.740/12, publicada no DOU de
03/12/2013 determina o pagamento de adicional periculosidade a vigilante no grau máximo,
ou seja, 30,00% (trinta por cento). R$ 1.218,15 X 30,00%
Gratificação de Função
C R$ 60,91
(5%)
OBS.: Cláusula 3ª – Parágrafo Primeiro – O acréscimo da gratificação de função se dará
sobre o piso salarial do vigilante
D Adicional noturno R$ 380,00
OBS.: O Adicional noturno incide sobre o salário base somado ao adicional de
periculosidade e gratificação de função, logo, R$ 1.218,15 + R$ R$ 365,45 + R$ 60,91 =
R$ 1.644,51. Verificar também cláusula da convenção. A jornada de trabalho considerada
é de 220 horas mensais. Logo, R$ 1.644,51 / 220, temos que a hora de trabalho vale R$
R$7,48. Para se achar o adicional por hora temos o multiplicador facilitador, que congrega
adicional de 20% mais hora reduzida de 37,14%. Logo, R$ 7,48 X 37,14, temos R$ 2,78
por hora adicional noturna. Para achar a quantidade de horas temos: 365/12=30,4167 dias
no mês, o servidor que labora em regime de 12X36, trabalha um dia e folga um dia, logo,
trabalha metade do mês. 30,4167/2 = 15,2083. No caso em tela, o funcionário tem de
trabalhar das 19:00h às 07:00h, considera-se horário noturno, o trabalho realizado entre às
22:00h de um dia até às 05:00hr do dia posterior, todavia, faz-se necessário por força de
norma, prorrogar o cálculo de hora noturna adicional até a hora de saída do funcionário, ou
seja, das 22:00h às 07:00h, um total de 9 horas noturnas. Logo, 9 horas X 15,2083 dias =
136,875 horas extras. Conclui-se, portanto: 136,875 horas extras X R$ 2,78 (hora extra
adicional) = R$ 380,00 (arred.)
E Hora noturna adicional R$ 0,00
No cálculo acima, já se apresenta em apenas um cálculo o adicional noturno, congregado a
hora noturna adicional.
F Adicional de hora extra R$ 59,81
OBS.: A súmula 444 TST assim prescreve: JORNADA DE TRABALHO. NORMA
COLETIVA. LEI. ESCALA DE 12 POR 36. VALIDADE. - Res. 185/2012, DEJT
divulgado em 25, 26 e27.09.2012 - republicada em decorrência do despacho proferido no
processo TST-PA-504.280/2012.2 - DEJT divulgado em 26.11.2012. É valida, em caráter
excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso, prevista em
lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva
de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O
empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima

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primeira e décima segunda horas.". De mesmo modo que no item anterior, faz-se necessário
achar o valor da hora de lavor, mas neste item faz-se necessário somar o adicional noturno,
gratificação e periculosidade. Logo, R$ 1.218,15 + R$ R$ 365,45 + R$ 380,00 + R$ 60,91=
R$ 2.024,51. A jornada de trabalho considerada é de 220 horas mensais. Logo, R$ 2.024,51/
220, temos que a hora de trabalho vale R$ R$ 9,20. Faz-se necessário estimar uma
quantidade de feriados no ano, para tanto, estimamos um total de 13 feriados no ano, ou,
em média, 1,08 feriado no mês e o vigilante labora 12 horas por dia. Temos: 1,08 feriados
no mês X R$ 9,20 por hora X 12 horas = R$ 119,63 Faz-se necessário dividir este valor por
2, vez que apenas um funcionário irá laborar neste “feriado” e cada posto de 12X36
contempla no mínimo duas contratações. Conclui-se então que, R$ 119,63/2 = R$ 59,81

G Intervalo Intrajornada R$ 223,92


OBS.: O vigilante passa seu intervalo intrajornada no posto de trabalho, sendo necessário
indenizar o trabalhador por laborar em seu horário de descanso. De mesmo modo que no
item anterior, faz-se necessário achar o valor da hora de lavor, mas neste item faz-se
necessário somar o adicional noturno. Logo, R$ 1.218,15 + R$ 365,45 + R$ 380,00 + R$
60,91 = R$ 2.024,51. A jornada de trabalho considerada conforme convenção é de 220
horas mensais. Logo, R$ 2.024,51/220, temos que a hora de trabalho vale R$ R$ 9,20. A
cláusula Sexta da Convenção Coletiva prevê que o pagamento de horas extras se fará com
acréscimo de 60% sobre o valor da hora normal, logo, R$ 9,20 X 160% = R$ 14,72. Para
achar a quantidade de horas temos: 365/12=30,4167 dias no mês, o servidor que labora em
regime de 12X36, trabalha um dia e folga um dia, logo, trabalha metade do mês. 30,4167/2
= 15,2083. Concluindo, temos: R$ 14,72 X 15,22 = R$ 223,92
H Descanso Semanal Remunerado (DSR) R$ 102,11
OBS.: Faz-se necessário refletir no DSR, o adicional noturno, adicional de hora extra e
intervalo intrajornada. A soma de adicional noturno (R$ 380,00), adicional de hora extra
(R$ 59,81) e Intervalo Intrajornada (R$ 223,92) é de R$ 663,73. Para calcular este reflexo
a lei n.º 605/49 nos apresenta um forma de cálculo. Divide-se o total acima encontrado pelo
produto de número de dias úteis e após se multiplica pelo número de domingos. Para fins
de estimativa se estima que 26 dias são úteis no mês e que este possui 4 domingos. Logo,
R$ (663,73/26) X4 = R$ 102,11

MOD-1 Total da Remuneração R$ 2.410,35

Módulo 2: Benefícios mensais e Diários


A Transporte R$ 0,00
OBS.: A época da licitação o valor da passagem no município era de R$ 2,50. Para se
arredondar para cima, são necessários 32 deslocamentos por mês. (16 de idas e 16 voltas).
Logo, 32 X 2,50 = R$ 80,00. O patrão pode descontar 6% do salário para fins de auxílio
transporte. R$ 2.410,35 *6% = R$ 144,62. No caso o funcionário não faz jus a
complementação a título de auxílio transporte, a não ser que se preveja a necessidade de
se pegar dois ônibus para se chegar ao trabalho.
Auxílio alimentação (vales,
B R$ 332,40
cesta básica, entre outros)
OBS.: Ticket Alimentação: Cláusula Nona prevê o pagamento de R$ 17,68 por dia
trabalhado, Logo, R$ 17,68 x 15,2083 = R$ 268,88. Todavia arcará o empregado com
18% do valor (Parágrafo Terceiro). Portanto, R$ 268,88 X 82% = R$ 220,48

70
Cesta Básica: Cláusula Décima da Convenção prevê pagamento de cesta no valor de R$
111,92, todavia, 5% do valor desta poderá ser descontado do empregado logo, R$ 111,92
* 95% = 106,32
Assistência médica e
C R$ 106,32
familiar
OBS.: Consta da Cláusula Décima Primeira a exigência de concessão de assistência
médica, na planilha da licitação, o empregador fez previsão do valor de R$ 75,59. Ciente
da dificuldade no cumprimento desta norma pelas empresas, entendo ser previdente
prever a troca por cesta básica suplementar. Cláusula Décima Primeira, Parágrafo Quinto
da Convenção prevê pagamento de cesta no valor de R$ 111,92, todavia, 5% do valor
desta poderá ser descontado do empregado logo, R$ 111,92 X 95% = 106,32
D Auxílio creche R$ 0,00
OBS.: Não há previsão na convenção coletiva.
Seguro de vida, invalidez e
E R$ 7,50
funeral
OBS.: Trata-se de item previsto na convenção coletiva, mas sem possibilidade de grandes
questionamento pelo Poder Público por representar um custo da empresa sem controle
pela Administração, na planilha licitatória a empresa vencedora propôs o valor de R$
7,50, o qual reproduzimos aqui.
G Auxílio Funeral R$ 0,70
OBS.: Trata-se de outro item previsto na convenção coletiva, mas sem possibilidade de
grandes questionamento pelo Poder Público por representar um custo da empresa sem
controle pela Administração, na planilha licitatória a empresa vencedora propôs o valor de
R$ 0,70 o qual reproduzimos aqui.
Total de Benefícios mensais
MOD2 R$ 446,92
e diários

Módulo 3: Insumos diversos


3 Item Valor (R$)
A Materiais R$ 36,59
B Equipamentos R$ 33,19
C Outros R$ 0,00
MOD3 Total de Insumos Diversos R$ 69,78
OBS.: Neste item foi reproduzido o valor apresentado na planilha licitatória, já que não
estão presentes maiores detalhamentos. O valor pode ser considerado irrisório, todavia, a
empresa vencedora é a atual prestadora, não tendo custo de implantação, já tendo
depreciado materiais e equipamentos e abriu mão de eventuais reajustes em favor do IFSP.

Módulo 4: Encargos sociais e trabalhistas


Submódulo 4.1: Encargos previdenciários, FGTS e outras contribuições:
4.1 Item Percentual (%) Valor (R$)
A INSS 20,00 R$ 482,07
B SESI ou SESC 1,50 R$ 36,16
C SENAI ou SENAC 1,00 R$ 24,10
D INCRA 0,20 R$ 4,82
E Salário educação 2,50 R$ 60,26
71
F FGTS 8,00 R$ 192,83
G Seguro acidente do trabalho 3,00 R$ 72,31
H SEBRAE 0,60 R$ 14,46
MOD4.1 Total 36,80% R$ 887,01
OBS.: As alíquotas são as constantes da parte teórica deste trabalho.

Submódulo 4.2: 13º (décimo terceiro) salário e Adicional de Férias


4.2 Item Percentual (%) Valor (R$)
A 13º (décimo terceiro) salário 8,33% R$ 200,78
OBS.: 1 salário x (1/12) = 0,0833 = 8,33%
B Adicional de Férias 2,78% R$ 67,01
OBS.: 1 salário/3) x (1/12 meses) = 0,0278 = 2,78%
Subtotal 11,11% R$ 267,79
Incidência dos encargos
previstos no Submódulo 4.1
B 4,088% R$ 98,55
sobre 13º (décimo terceiro)
salário
OBS.: 11,11% X 36,80% = 4,088
MOD4.2 Total R$ 366,34
Submódulo 4.3: Afastamento Maternidade
4.3 Item Percentual (%) Valor (R$)
A Afastamento Maternidade 0,035% R$ 0,85

OBS.: Nesse caso o INSS reembolsa o salário do funcionário, mas, continuam sendo
contados os demais encargos, como férias, adicional de férias, 13º salário, encargos
previdenciários, FGTS, bem como benefícios como a assistência médica. Fundamentação:
Art. 6º e 201 da CF, art. 392 da CLT.

De acordo com dados estatísticos do IBGE, a taxa de natalidade brasileira é de 1,44%.


Estima-se que 10% das empregadas engravidam em cada ano de execução contratual.
Considerando-se o custo de encargos como sendo 49,13% da remuneração (Encargos:
36,80 + 13º Salário: 8,33% + Multa Rescisória: 4,00%) e que a licença-maternidade dure
6 meses, a provisão para este item corresponde a: Cálculo: 0,0144 x 0,1 x 0,4913 x 6/12 =
0,00035 ou 0,035%
Incidência dos encargos do
B submódulo 4.1 sobre R$ 0,31
0,013812%
Afastamento Maternidade
OBS.: 0,03 % X 36,80% = 0,013812%
MOD4.3 TOTAL R$ 1,16
Submódulo 4.4: Provisão para rescisão
4.4 Item Percentual(%) Valor (R$)
A Aviso prévio indenizado 0,46 R$ 11,09
OBS.: Aviso prévio indenizado: Cálculos: 1 salário integral x (1 mês não trabalhado / 12
meses) x 5,55% Estatística (este valor varia) = 0,46%. Fundamentação: art. 7º, inciso XXI,
da Constituição Federal e art. 487 da CLT e Acórdão TCU nº 1904/2007 Plenário.
72
Incidência do FGTS sobre
B 0,04 R$ 0,96
aviso prévio indenizado
OBS.: 8% FGTS x 0,46% = 0,04%.
Multa sobre FGTS e
C contribuições sociais sobre 0,02 R$ 0,48
o aviso prévio indenizado
OBS.: (50% Multa x 8% FGTS) x 0,46% aviso indenizado = 0,02%.
D Aviso prévio trabalhado 1,94 R$ 46,76
OBS.: Licença de 7 dias para procurar emprego. Cálculos: ((1 salário integral / 30 dias) x
7 dias) / 12 meses = 1,94%. Fundamentação: art. 7º, inciso XXI, da Constituição Federal
e art. 487 da CLT. Acórdão TCU nº 3006/2010 Plenário (item 8.5.1 do relatório) citando
Acórdão TCU nº 1904/2007 Plenário.
Incidência dos encargos do
E submódulo 4.1 sobre o aviso 0,71 R$ 17,11
prévio trabalhado
OBS.: 36,80% x 1,94% = 0,71%.
Multa sobre FGTS e
F contribuições sociais sobre 0,08 R$ 1,93
o aviso prévio trabalhado
OBS.: (50% Multa x 8% FGTS) x 1,94% aviso trabalhado = 0,08%.
MOD4.4 Total R$ 78,33
Submódulo 4.5: Custo de reposição do profissional ausente
4.5 Item Percentual(%) Valor (R$)
Férias e terço constitucional
A 8,33 R$ 200,78
de férias
OBS.: 1 salário x (1/12) = 0,0833
B Ausência por doença 1,66 R$ 40,01
OBS.: Ausência por Doença: 5,96 dias/ano IBGE. (5,96 dias/30 dias) x (1/12 meses) =
0,0166 = 1,66%
C Licença paternidade 0,08 R$ 1,93
OBS.: (5 dias/30dias) x (1/12 meses) x 6,24% taxa de fecundidade(Estatístico) x 95,04%
participação masculina(Estatístico) = 0,0008 = 0,08%
D Ausências legais 0,73 R$ 17,60
OBS.: 2,96 faltas/ano. (Estatístico) (2,96 dias/30 dias) x (1/12 meses) = 0,0073% =
0,73%
Ausência por acidente de
E 0,27 R$ 6,51
trabalho
OBS.: (0,91 dias (Estatístico) / 30 dias)x(1/12 meses) = 0,0027 = 0,27%
Subtotal R$ 266,83
Incidência dos encargos do
submódulo 4.1 sobre o custo
4,07376 R$ 98,19
de reposição do profissional
ausente
OBS.: 11,07% X 36,80% = 4,07376

73
MOD4.5 Total R$ 365,02

Quadro-Resumo do Módulo 4: Encargos sociais e trabalhistas


4 Módulo 4 – Encargos Sociais e Trabalhistas
Encargos previdenciários,
4.1 R$ 887,01
FGTS e outras contribuições
4.2 13º (décimo-terceiro) salário R$ 366,34
4.3 Afastamento maternidade R$ 1,16
4.4 Custo de rescisão R$ 78,33
Custo de reposição do
4.5 R$ 365,02
profissional ausente
Total R$ 1.618,37

Módulo 5: Custos indiretos, tributos e lucro


5 Item Percentual (%) Valor (R$)
A Custos Indiretos 1,00% R$ 45,42
OBS.: O valor limite é de 6% para serviços de vigilância. O valor estipulado pela
empresa estando dentro deste percentual é aceitável. Utilizamos do percentual
constante em planilha. Fórmula: Total dos módulos 1,2,3 e 4 X Percentual. Logo:
R$ 4.542,42 X 1% =
B Lucro 1,00% R$ 45,87
OBS.: O valor limite é de 6,79%. O valor estipulado pela empresa estando dentro
deste percentual é aceitável. Utilizamos do percentual constante em planilha. Total
dos módulos 1,2,3 e 4 e Custos Indiretos X Percentual. Logo: 4.542,42 + 45,42 =
4587,84 * 1% =
C Tributos 8,65% R$ 438,77
OBS.: A empresa informou ser tributada no caso em análise na forma de lucro
presumido. Temos para encontrar a base de cálculo sobre a qual incide a alíquota:
Encontra-se primeiramente o Fator = 1 - (SOMA DOS TRIBUTOS/100). Exemplo: 1-
((Pis 0,65% + Cofins3% + Iss 5%)/100) = 1-(8,65/100) = 0,9135. De posse do Fator, faz-
se o seguinte cálculo: base de cálculo dos tributos = ((Total dos Módulos 1, 2, 3 e
4)+(Custos indiretos)+(Lucro)) / Fator. Logo, R$ 4.542,42 + R$ 45,42 + 45,87 =
4633,72/ 0,9135 = 5.072,49 X 8,65% = R$ 438,77
B.1. Tributos federais
C.1 3,65% -
(especificar)
OBS.: Os tributos federais incidentes são PIS e COFINS. A empresa é proibida de
repassar outros custos tais como: IRRPJ, CSLL, IOF, etc.
Para lucro presumido, há incidência cumulativa dos citados tributos e a as alíquotas
são de 0,65% para PIS e de 3% para COFINS.

B.2 Tributos estaduais


0,000% -
C.2 (especificar)
OBS.: Não incidem tributos estaduais.
B.3 Tributos municipais
5,00% -
C.3 (especificar)

74
OBS.: A empresa e o órgão devem verificar na cidade qual o valor de ISS para
cessão de mão-de-obra, na cidade de Capivari a alíquota é de 5%.
MOD5 Total R$ 530,06

Quadro-Resumo do custo por empregado


Módulo 1 – Composição da
A R$ 2.410,35
remuneração
Módulo 2 – Benefícios
B R$ 446,92
mensais e diários
Módulo 3 – Insumos diversos
C (uniformes, materiais, R$ 69,78
equipamentos e outros)
Módulo 4 – Encargos sociais
D R$ 1.618,37
e trabalhistas
Subtotal (A + B +C+ D) R$ 4.545,42
Módulo 5 – Custos indiretos,
E R$ 530,06
tributos e lucro
Valor total por empregado R$ 5.075,48
Fonte: Dados da Pesquisa

75
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com relação a pergunta problema: “Os servidores do IFSP – Câmpus Capivari estão
capacitados para realizar análise das planilhas de custo?”, resta claro que a equipe contábil ou
mesmo qualquer outro servidor do órgão não está capacitado ou mesmo se sente seguro a
realizar a análise da planilha o que pode ocasionar graves prejuízos ao ente público.

São muitas as dúvidas pontuais com relação a conceito e forma de cálculo de itens da
planilha. Ao se verificar o posto de vigilância noturna identificamos alguns pontos que carecem
de revisão a fim de preservar o funcionário terceirizado, bem como os servidores envolvidos e
o órgão.

Com relação aos demais objetivos, foi possível também verificar o procedimento atual
de análise, restando como sugestão do autor, a criação de departamento dentro da Reitoria do
Órgão que funcione como suporte a respeito da planilha, neste setor deveriam haver servidores
que passassem por treinamento constante e estivessem aptos a dar segurança a quem está nas
pontas (Câmpus).

Verificou-se que não há no órgão definição clara das responsabilidades quanto a


análise da planilha, apesar de volume vultuoso de recursos destinando a contratação de mão-
de-obra terceirizada no órgão.

Por meio da revisão bibliográfica é possível conhecer alguns conceitos, não o


suficiente para dirimir as complexas questões práticas, mas conhecer o básico que leva o leitor
a encontrar a solução para os seus problemas.

Com a análise do posto de vigilância noturna é possível colocar em prática a teoria


apreendida e se defrontar com as dificuldades da prática que o Contador do Instituto é
responsável por dirimir.

Conforme acima citado, relevante e indispensável o serviço prestado pelos


terceirizados, em virtude da proibição na contratação de servidores destinados as atividades
meio citadas no trabalho, e tão importante quanto o serviço se demonstra o controle sobre as
empresas fornecedoras de mão-de-obra, a fim de que se afaste qualquer prejuízo ao erário
público, ou seja, a nós, sociedade.
76
O trabalho não visa esgotar o tema, mas pincelar sobre um dilema tão atual e constante
nos órgãos públicos federais, não se trata de uma realidade do Câmpus Capivari, mas são
diversos os órgãos que possuem esta carência de mão-de-obra para tão complexa análise.

Faz-se necessário, portanto, um investimento em nível estrutural, para evitar prejuízos


em larga escala, algo como, por exemplo, a criação de uma grande base de dados de perguntas
e respostas sobre análise de planilha, algo simples e de baixo custo, mas grande reflexo.

77
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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________. Lei n.º 5.172, de 25 de Outubro de 1966.

________. Lei n.º 7.418, de 16 de Dezembro de 1985.

________. Lei n.º 8.036, de 11 de Maio de 1990.

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________.Decreto-Lei n.º 5.452, de 1º de Maio de 1943.

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CALVO, Adriana. Manual de Direito do Trabalho. – São Paulo : Saraiva, 2013

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MARCO, Betania de. Métodos de custeamento na prestação de serviço – Um estudo de caso.
ENEGEP:2005

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