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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL


DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Processo Eletrônico nº 1.0000.16.007057-9

Embargos de Declaração

THYSSENKRUPP ELEVADORES S/A, já devidamente qualificada nos


autos da Ação em epígrafe, promovida por CONDOMÍNIO DO CONJUNTO ARCANGELO
MALETTA, irresignada com o v. acórdão de fls., vem à presença de Vossa Excelência, por seu
advogado abaixo subscrito, interpor o presente RECURSO EXTRAORDINÁRIO para o Egrégio
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, com fundamento no artigo 102, inciso III, alínea ‘a’ e “c” da
Constituição Federal, e de acordo com o procedimento previsto nos artigos 994, VII e 1.029 do
Novo Código de Processo Civil, pelas razões a seguir aduzidas.

Requer, pois, após admitido e processado o tempestivo recurso, já


devidamente preparado, ut guia de recolhimento anexa, digne-se Vossa Excelência de
determinar a remessa dos autos ao Egrégio Tribunal ad quem.

Termos em que,
Pede deferimento.
Minas Gerais, 20 de abril de 2016.

KAREN BADARO VIERO


OAB/SP 270.219-B

 
 
 
 

RAZÕES DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO

RECORRENTE: THYSSENKRUPP ELEVADORES S/A

RECORRIDO: CONDOMÍNIO DO CONJUNTO ARCANGELO MALETTA

Processo Eletrônico nº 1.0000.16.007057-9

Embargos de Declaração

COLENDO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL,

INSIGNES JULGADORES,
PELA RECORRENTE

I - DA TEMPESTIVIDADE

Ab initio, impõe ressaltar a tempestividade do presente Recurso,


porquanto a decisão dos Embargos de Declaração foi publicada em 31.03.2016 (quinta-feira),
iniciando-se a contagem do prazo em 01.04.2016 (sexta-feira). Desta feita, sendo o prazo para
interposição de Recurso Extraordinário de 15 (quinze) dias, e, considerando apenas sua
contagem em dias úteis, a teor do artigo 219 do Novo Código de Processo Civil, o termo final
encerra-se em 22.04.2016 (sexta-feira). Tempestivo, pois, o presente Recurso.

II – SÚMULA DOS FATOS


Trata-se de Ação de Obrigação de Fazer c.c. pedido de tutela antecipada
proposta pelo Recorrido sob o fundamento de que, as partes celebraram em 22.01.2014 quatro
contratos para modernização de dez elevadores, sendo seis elevadores em bloco comercial e,
quatro em bloco residencial, com fornecimento de peças e serviços.

 
 
 
 

Relata que em virtude da Recorrente ter retirado os seus funcionários e


prepostos dos serviços no condomínio interrompeu a prestação de serviços, onde não se teria
tempo hábil para instalar os elevadores nas datas aprazadas. Em resposta a Recorrente
informou que os atrasos foram originados pela necessidade de alteração dos projetos
anteriormente firmados, detectados quando da montagem do equipamento.

Relata também que houve demora na entrega dos materiais e, que isso
acabou gerando maiores prejuízos.

Que pelo fato do contrato celebrado não prever multa para o atraso da
Agravante, necessário se faz fixar 10% sobre o valor do contrato à esse título.

Diante disso, requer antecipação dos efeitos da tutela para a finalização


dos trabalhos de montagem do primeiro contrato no prazo de 15 dias sob pena de imposição de
multa diária; inversão do ônus da prova; imposição de multa contratual no valor de 10% sobre o
valor do contrato.

Em despacho inicial foi deferida tutela antecipada nos seguintes termos:

“Diante do exposto, defiro o pedido de antecipação de tutela, para


determinar à requerida, Thyssenkrupp Elevadores S.A, que cumpra a
obrigação de fazer, consistente na finalização dos trabalhos de
montagem e instalação dos elevadores, objeto do 1º contrato nº
120553/55, deixando-os prontos para uso, no prazo de 30 dias,
estando o condomínio autor de acordo com a realização do trabalho
em sábados e domingos, caso seja necessário, fixando multa diária
no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) limitada a R$ 200.000,00
(duzentos mil reais) em desfavor da requerida para o caso de
descumprimento da obrigação de fazer, nos termos da
fundamentação supra.”

Dessa decisão foi interposto agravo de instrumento para ser cassada a


tutela em virtude das condições do prédio, motivo pelo qual não foi entregue o elevador; redução
do valor da multa e seu limite.

Em despacho o Relator se manifestou em decisão monocrática que neou

 
 
 
 

seguimento ao recurso nos seguintes termos:

“(...) Compulsando os autos, verifica-se que o Agravante deixou de


juntar aos autos a cópia da certidão de publicação/intimação da
decisão agravada o que impede este Relator de conhecer do presente
recurso. Verifica-se que a decisão agravada foi proferida em
26/08/2015 (Doc. 12, fls. 23/25 PJE); em 20/01/2016 a MM. Juíza a quo
determinou a intimação da ré, ora agravante, em sua filial Belo
Horizonte (Doc. 12, fl. 10-PJE); em 05/02/2016 foi protocolizado o
presente recurso. Não obstante o Agravante alegar na peça recursal
que foi intimado da decisão que deferiu a tutela antecipada em
26/01/2016, não há nos autos documentos hábeis a corroborar com
as suas alegações. In casu, tenho que é impossível constatar a
tempestividade do recurso por outros meios. (...).”

Diante da omissão que apresentado o Julgado, foram opostos Embargos


pela Recorrente, ao qual foi rejeitado.

Irresignada com a decisão da Câmara interpõe a Recorrente o presente


Recurso Extraordinário com o fito de reformar o v. Acórdão objurgado que, da forma como se
encontra equacionado, está a malferir dispositivo legal constitucional.

Consoante se verá na sequência, encontrando-se o v. Acórdão combatido


em desconformidade com a Constituição e presentes os requisitos autorizadores de sua
modificação, outro caminho não restará a este Colendo Supremo Tribunal Federal, senão o de
dar provimento ao presente Recurso. Senão vejamos.

III – PRELIMINARMENTE
III – DA REPERCUSSÃO GERAL

Preliminarmente, em atenção aos preceitos legais instituídos pela lei nº


11.418/2006, a ora Recorrente vem demonstrar que a questão discutida nos autos possui
Repercussão Geral apta a ensejar a admissibilidade do presente Recurso Extraordinário por este
colendo Supremo Tribunal Federal.

 
 
 
 

No que tange ao termo “Repercussão Geral”, importa dizer que refere-se a


tudo o que possui transcendência, ou seja, que é relevante e, portanto, que extrapola o interesse
subjetivo das partes em obter a solução do litígio.

Desse modo, importa dizer que uma determinada causa possui


Repercussão Geral quando existe interesse coletivo em seu desfecho, ou seja, interesse público
e não apenas das partes envolvidas no litígio.

Nesse diapasão, importa destacar as lições dos ilustres doutrinadores


José Miguel Garcia Medina, Teresa Arruda Alvim Wambier, e Luiz Rodrigues Wambier, que
assim entendem acerca da Repercussão Geral:

“(...) (i) repercussão geral jurídica: a definição da noção de um instituto


básico do nosso direito, "de molde que aquela decisão, se subsistisse,
pudesse significar perigoso e relevante precedente";
(ii) repercussão geral política: quando "de uma causa pudesse emergir
decisão capaz de influenciar relações com Estados estrangeiros ou
organismos internacionais";
(iii) repercussão geral social: quando se discutissem problemas
relacionados "à escola, à moradia ou mesmo à legitimidade do Ministério
Público para a propositura de certas ações";
(iv) repercussão geral econômica: quando se discutissem, por exemplo, o
sistema financeiro da habitação ou a privatização de serviços públicos
essenciais. (Breves comentários à nova sistemática processual civil, 3ª ed.
São Paulo: RT, 2005. p.104) (...)”.

A presente causa guarda pertinência com a repercussão geral jurídica, vez


que na hipótese de se aplicar o entendimento do Relator que julgou o Agravo de Instrumento
interposto pela Recorrente, é certo que haverá relevante e temido precedente, vez que não
cerceou o seu direito de defesa.

Sendo assim, em razão da presente questão transcender o direito


subjetivo das partes nela envolvidas e por estar demonstrada a repercussão geral no caso
concreto, o presente Recurso Extraordinário merece ser conhecido para se decidir o mérito da
presente demanda.

 
 
 
 

IV - DO PREQUESTIONAMENTO

O dispositivo constitucional contrariado pela decisão recorrida, artigo 5º,


LIV e LV da Constituição Federal, foi devidamente prequestionado, ainda que implicitamente, por
ocasião dos Embargos de Declaração apresentados pela Recorrente.

Atendido, pois, na íntegra, o requisito do prequestionamento da matéria


constitucional, na medida em que amplamente discutidos tais aspectos. Ao instar-se a i. Corte a
quo, via embargos de declaração, a manifestar-se sobre fundamentos omitidos no v. Acórdão
recorrido, ainda que rejeitados tais embargos, restou sanado o requisito do prequestionamento
quanto a tais fundamentos.

Ademais, impende registrar o entendimento da Augusta CORTE


SUPREMA, bem como da CORTE SUPERIOR, no sentido da desnecessidade da menção
expressa do dispositivo que se tem por violado para configuração do prequestionamento.
Confira-se:

“Impor-se, para configuração do prequestionamento, além da matéria


veiculada no recurso, a referência ao número do dispositivo legal
pertinente, é exigência que extravasa o campo da razoabilidade,
chegando às raias do exagero e do mero capricho, paixões que devem
estar ausentes quando do exercício do ofício judicante” (STF, Segunda
Turma, Agravo Regimental em Agravo n. 178.745-7-DF).

“Para que o requisito da admissibilidade do prequestionamento esteja


satisfeito, é dispensável a menção expressa, por parte do tribunal a quo,
do dispositivo legal tido como violado pelo recorrente especial. Basta que
a Corte de Apelação tenha apreciado e solucionado a questão federal
agitada no recurso excepcional”. (STJ, REsp n. 122.345-MG, rel. Min.
ADHEMAR MACIEL, DJU 8/9/97, p. 42.453).

Prequestionado, pois, o dispositivo constitucional, qual seja, artigo 5º, LIV


e LV da Constituição Federal.

 
 
 
 

V - DEMONSTRAÇÃO DO CABIMENTO DO RECURSO POR


CONTRARIEDADE A DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL

Tem-se como um dos requisitos essenciais de cabimento do Recurso


Extraordinário, a contrariedade à norma constitucional, consubstanciado no artigo 102, III,
“a” e ‘c’ da Constituição Federal de 1988, que conferiu a esta Egrégia Corte o exercício de
zelar pela adequada e uniforme aplicação da Carta Magna pelos demais tribunais pátrios.

No caso dos autos, restou violado o seguinte dispositivo constitucional:


artigo 5º, LIV e LV da Constituição Federal, conforme fundamentadamente demonstrado adiante.

VI – DA AFRONTA AO ARTIGO 5º, LIV e LV DA CONSTITUIÇÃO


FEDERAL – CERCEAMENTO DE DEFESA - NULIDADE PROCESSUAL

Ora, com o não seguimento do agravo de instrumento a Recorrente foi


cerceada em sua defesa, na medida em que teve prejudicada a análise e processamento do
agravo de instrumento em virtude de percepção equivocada o Relator do Tribunal de Justiça de
Minas Gerais.

Conforme já noticiado nos autos o processo de origem tramita pelo meio


eletrônico e, considerando a intimação da Recorrente para cumprimento de tutela antecipada
concedida, providenciou a interposição de recurso cabível, considerando que o prazo para o seu
cômputo se dá a partir da intimação.

Assim, considerando, há época, o prazo para interposição de agravo de


10 dias a Recorrente se apresentou espontaneamente ao autos mediante juntada de procuração
para que, a partir de então, pudesse iniciar o prazo para interposição de agravo.

Ocorre que, sendo desconsiderada inclusive pratica devidamente


delineada em nosso ordenamento jurídico, qual seja, comparecimento espontâneo nos autos
mediante juntada de procuração o recurso não teve seguimento e, por óbvio, que tal situação
está causando prejuízos a Recorrente.

Com base nisso, a percepção equivocada do Relator acabou por gerar


afronta aos princípios do contraditório e da ampla defesa, sendo certo que a Recorrente

 
 
 
 

indevidamente deverá arcar com a penalidade prevista.

Assim, deve ser reconhecida a afronta a citado dispositivo legal.

VII – PEDIDO SUBSIDIÁRIO DA NULIDADE DO ACÓRDÃO


RECORRIDO PELA AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO
EXPLÍCITO

Ad argumentandum, caso esta C. Turma entenda inexistir o


prequestionamento implícito ou explícito da matéria retro tratada nos Embargos Declaratórios
ora interpostos, requer a Recorrente, em homenagem ao princípio da economia processual,
seja declarada a NULIDADE do v. acórdão advindo dos embargos propriamente ditos, por
manifesta ofensa ao artigo 1.022, II do Novo Código de Processo Civil, porquanto foram
opostos Embargos de Declaração com manifesto propósito de prequestionamento.

O acórdão proferido nos embargos de declaração não manifestou


expressa e claramente sobre as matérias prequestionadas nos embargos, isto é, sequer foi
conhecido.

Nesse contexto, vale ressaltar o máximo rigor da Corte, diante do


deplorável hábito de desprezar os Embargos Declaratórios como precioso instrumento de
aperfeiçoamento e até convalidação das decisões judiciais. Confira-se pelo aresto, da lavra do
eminente Min. SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, no REsp. n. 67.514/95.028085-0/RJ:

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DECISÃO


JUDICIAL. NÃO ENFRENTAMENTO DAS QUESTÕES POSTAS. ART.
458-II, CPC. DUE PROCESS OF LAW, RECURSO PROVIDO.
I – A motivação das decisões judiciais, elevada a cânone constitucional,
apresenta-se como uma das características incisivas do processo
contemporâneo, calcado no due process of law, representando uma
‘garantia inerente ao estado de direito’.
II – A motivação das decisões judiciais reclama do órgão julgador, sob
pena de nulidade, explicitação fundamentada quanto aos temas
suscitados, mesmo que o seja em embargos declaratórios, sendo
insuficiente a simples afirmação de inexistir omissão, contradição ou

 
 
 
 

obscuridade na decisão embargada.


III – Em sede de apelo especial, indispensável o prequestionamento dos
temas controvertidos no recurso, pelo que licita a interposição de
embargos de declaração com tal finalidade. O tribunal, ao negar a
manifestação sobre teses de direito, obstaculiza a abertura da via
especial tornando necessária a anulação do acórdão para que o
Colegiado enfrente a matéria, tendo em vista que não suprimida a
exigência do prequestionamento”. (Gn)

Inafastável, portanto, caso entenda esta CORTE como não


prequestionada a matéria supra mencionada, em atendimento ao princípio da economia
processual, a decretação da NULIDADE do acórdão recorrido, com a necessária devolução dos
autos ao E. Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão, para que se manifeste acerca das
omissões tratadas nos embargos de declaração então opostos.

VIII - DO PEDIDO

Por todo o exposto, demonstrado o cabimento do Recurso


Extraordinário interposto, pela expressa e direta vulneração do dispositivo constitucional
supracitado, confia a Recorrente que Vossas Excelências conhecerão e darão provimento ao
presente Recurso, para anular os acórdãos recorridos, determinando a remessa dos autos ao
Tribunal ad quem, para que sejam sanadas as omissões apontadas, sendo reconhecida a
afronta ao artigo 5º, LIV e LV da Constituição Federal.

Termos em que,
Pede deferimento.
Minas Gerais, 20 de abril de 2016.

KAREN BADARO VIERO


OAB/SP 270.219-B

 
 

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