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Pró-Reitoria de Graduação

Curso de Enfermagem
Enfermagem
Pré- Projeto
Trabalho de Conclusão de Curso

Gravidez após 35 anos: aspectos psicossociais que envolvem a


maternidade tardia.
Gravidez após 35 anos: aspectos psicossociais que
envolvem a maternidade tardia

Autor: Eduarda Brito Barbosa Tosta


Jeane Sousa da Silva

Orientador: Msc. Lídia Câmara Peres

Autor: Eduarda Brito Barbosa Tosta


Jeane Sousa da Silva

Orientadora: Lídia Peres

Brasília- DF
2017GRAZIELLE PIRES TAVARES DE ANDRADE

Brasília - DF

2017
Eduarda Brito Barbosa Tosta
Jeane Sousa da Silva

Gravidez após 35 anos: aspectos psicossociais que envolvem a maternidade


tardia

Trabalho de Conclusão de Curso a ser


apresentado no curso de graduação em
Enfermagem da Universidade Católica de
Brasília, para obtenção do título de
bacharel em Enfermagem.

Orientadora: Msc. Lídia Câmara Peres

Brasília - DF
2017
Monografia de autoria de Eduarda Brito Barbosa Tosta/ Jeane Sousa da Silva,
intitulada “Gravidez após 35 anos: aspectos psicossociais que envolvem a
maternidade tardia” Apresentada como requisito parcial para obtenção do título de
Enfermeiro, da Universidade Católica de Brasília, banca examinadora constituída
por:

_________________________________________________

Professora Msc. Lídia Câmara Peres


Orientadora

___________________________________________________

Professor Msc. Maurício de Oliveira Chaves


Examinador Interno

__________________________________________________

Professor Msc. Adailton Almeida Mendonça


Examinador Interno

Brasília - DF
2017
RESUMO

TOSTA, Eduarda Brito Barbosa, DA SILVA Jeane Sousa, Gravidez após 35 anos:
aspectos psicossociais que envolvem a maternidade tardia. 2017. Monografia
(Graduação em Enfermagem). Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2017.

A incidência de gestações em mulheres com 35 anos ou mais tem crescido no Brasil e no


mundo. Isso pode ser considerado fator de risco devido à prováveis complicações durante a
gravidez com idade avançada e é justificado pelas mudanças psicológicas e genéticas no
corpo das mulheres, o que pode afetar a vida pessoal e profissional. O objetivo deste estudo
é identificar os motivos que levam a gestação tardia e a percepção da gestante na
maternidade tardia. De acordo com artigo encontrado; “Complicações maternas em
gestantes com idade avançada” as principais complicações maternas da gestação em idade
igual ou superior a 35 anos são: hipertensão arterial (5 a 17%), diabetes (4 a 17%), maior
número de cesarianas (15 a 92%), de trabalho de parto prematuro (6 a 21%), placenta
prévia (1 a 5%) e amniorrexe prematura (5 a 25%). Conclui-se que a gestação tardia passa
por grandes complicações, e necessita em todos os casos de acompanhamento médico,
possibilitando uma menor incidência de possíveis complicações obstétricas. As gestantes
devem receber todo tipo orientação quanto aos riscos da gestação tardia, realizar todos os
pré-natais e cuidados necessários, além de ter suas dúvidas esclarecidas pelos profissionais
de saúde.

Descritores: Artigo: “Complicações maternas em gestantes com idade avançada. ”


ABSTRACT

TOSTA, Eduarda Brito Barbosa, DA SILVA Jeane Sousa. Pregnancy after 35


years: psychosocial aspects involving late motherhood. 2017.Monograph
(Undergraduate Nursing). Catholic University of Brasília, Brasília, 2017.

An incidence of gestations in women aged 35 years or more has increased in Brazil


and worldwide. This can be considered a risk factor due to complications during an
advanced age pregnancy and is justified in psychological and non-genetic changes in
the body of women, which can affect personal and professional life. The objective of
this study is to identify the reasons that lead to a late pregnancy and a perception of
the pregnant woman in late motherhood. Affordable. Hypertension (5 to 17%),
diabetes (4 to 17%), higher number of cesarean sections (15 to 92%), premature
delivery (6 to 21%), placenta preview (1 to 5%) and premature amniorrexis (5 to
25%). It is concluded that a late pregnancy undergoes major complications, and in all
cases requires medical follow-up, allowing a lower incidence of possible obstetric
complications. As pregnant women receive all kinds of guidance regarding the risks
of late pregnancy, perform all prenatal and health care, and their doubts clarified by
health professionals.

Descriptors: Article ‘’Maternal complications in women with advanced maternal age.”


SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 7

2. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 8

3. QUESTÃO NORTEADORA ............................................................................................ 9

4. OBJETIVOS ................................................................................................................... 9

4.1 GERAL............................................................................................................................. 9

4.2 ESPECÍFICOS ................................................................................................................. 9

5. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................ 10

5.1 MUDANÇAS FISIOLOGICAS NO CICLI MENSTRUAL E GESTACIONAL EM


MULHERES APÓS OS 35 ANOS ........................................................................................ 11

6. MÉTODOS.................................................................................................................... 12

7. ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS ......................................................................... 12

7.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA .............................................................................. 12

7.2 MOTIVOS QUE LEVAM A MATERNIDADE TARDIA ..................................................... 13

7.3 COMPLICAÇÕES RELACIONAS À MATERNIDADE TARDIA ..................................... 14

7.4 RISCOS DA MATERNIDADE TARDIA ......................................................................... 15

7.5 SINDROME DE DOWN APÓS OS 40 ANOS.................... Erro! Indicador não definido.

7.6 ASPECTOS PSICOSSOCIAIS QUE ENVOLVEM A MATERNIDADE TARDIA ....... Erro!


Indicador não definido.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 18

9. REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 20


1-INTRODUÇÃO

Ser mãe é um dom, é uma etapa muito especial na vida de uma mulher. Tudo
é muito novo para a mulher, a partir do momento da concepção. Nessa nova etapa
da vida, para ela, a mudança acontece desde seu físico até os aspectos psicológicos
e emocionais.

A partir do momento da concepção, a vida da mulher é transformada. As


prioridades da sua vida, a partir daí são totalmente direcionadas aos cuidados com o
bebê. Por isso, é importante a necessidade da maturidade da mulher para saber
lidar com tais transformações no momento que necessita a reorganizar a sua vida e
administrar seus afazeres, pois o ser que virá é totalmente dependente.

A pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística confirma: O tímido


crescimento da participação das mulheres de 40 a 49 anos de idade, mães pela
primeira vez, no total de mães no país. Em 1991, as mães que tiveram o primeiro
filho na meia idade era 7.142 (0,67%) e, em 2000, somavam 9.063 (0.79%). Ainda
que o número absoluto deste grupo de mães seja pequeno, esse fenômeno já pode
ser acompanhado principalmente no estado do Rio de Janeiro (passou de 0.91% em
1991, para, 1.09% em 2000) e São Paulo (0.65% a 0.87%). Considerando os dados
do IBGE, percebe-se que estão aumentando o número de mães com idade
gestacional de 35 anos. Pela medicina essas gestações são consideradas como
tardia e de acordo com a literatura médica as mulheres devem evitar gravidez nessa
fase da vida, pois há riscos obstétricos e perinatais (IBGE, 2005).

A citação acima aponta que a gestação na idade madura cresce a cada dia no
Brasil apesar de saber que as chances de engravidar naturalmente diminuem com o
avanço da idade. Pesquisas atribuem tais dados a maturidade emocional e
estabilidade financeira da mulher como os principais atrativos para as mulheres
postergarem a maternidade.

Contudo, à tona aparecem questionamentos como a velha pergunta a si


própria: ‘’ Vale a pena adiar o sonho de ser mãe? ’’ Em muitos casos, a resposta se
dá em nome da estabilidade profissional e financeira, porém, a verdade é que os
motivos podem sim serem inúmeros, pois além da preocupação em solidificar a
carreira, muitas mulheres querem continuar a vida com tempo para curtir amigos,
viagens ou, simplesmente, certeza de encontrar o companheiro ideal (BUCHABQUI,
et al, 2001).

A demora intencional, no entanto, pode se tornar uma barreira ao sonho de


ser mãe, mesmo com avanços da medicina e as novas técnicas de reprodução
assistida uma vez que as chances de engravidar naturalmente diminuem com o
avanço da idade (BUCHABQUI, et al, 2001. P 23-37).

2- JUSTIFICATIVA

A medicina moderna é capaz, com toda sua evolução de reverter vários


problemas que impedem uma gravidez, mas ninguém consegue diminuir a idade de
uma paciente, pois os primeiros óvulos que eclodem na juventude são os melhores.
Há partir dos 35 anos, sua qualidade cai significativamente.

Para se entender melhor, como acontece com os anos no organismo


feminino, é verdadeiro afirmar que, após os 40 anos, as chances de engravidar são
de 5% ao mês, que é equivalente a um quarto das possibilidades antes dos 35 anos,
quando a cada mês as chances de acontecer a concepção é de 20%. Dos 35 anos a
40 anos, a possibilidade cai para 10%.

A gestação após os 35 anos é considerada tardia. Neste sentido, a gravidez


pode sim ser considerada de risco e então há aumento de probabilidades de
problemas genéticos, necessitando então que a mulher busque acompanhamento
médico mais cedo, a partir da indicação da gestação.

O aumento de mulheres com gestação tardia cresce em tempo que se


percebe a mudança do papel da mulher na sociedade.

Daí questiona-se a constante saída da mulher a busca do mercado de


trabalho e tendo que assumir papeis diversos como: ser mãe, esposa, dona de casa
profissional e outros. Inúmeros fatores apontam para tal realidade. Pode-se apontar
que um dos principais focos é a busca pelo sucesso na carreira profissional.

Por sua vez, irá dar margem para surgir outros fatores como, por exemplo, o
tempo dedicado aos estudos uma vez que hoje a formação está chegando a um
patamar de 15 anos, considerando os vários cursos oferecidos após o termino do
núcleo comum (Ensino Médio) e graduação. Daí a necessidade de um cenário da
família onde no tradicionalismo o normal era casar e ter filhos. Hoje, a mudança é
nítida nas relações familiares.

Contudo, fez-se necessário nesta mudança de cena, um estudo específico a


partir de pesquisas e entrevistas com mulheres que são mães a partir dos 35 anos, e
conhecer na ótica das mulheres pesquisadas as razões que as levaram a adiar a
maternidade (GRILL, et.al, 2008. P 99-106).

3- QUESTÕES NORTEADORAS

Quais os aspectos psicossociais que envolvem a maternidade tardia?

4-OBJETIVOS

4.1- OBJETIVO GERAL

Conhecer os aspectos psicossociais que envolvem a maternidade tardia.

4.2- OBJETIVOS ESPECIFICOS

Investigar os motivos que levam a maternidade tardia


Verificar os riscos da maternidade tardia

5. REVISÃO DE LITERATURA

5.1- O PAPEL SOCIAL DA MULHER

Desde criança, as influencias sobre comportamento são pré-estabelecidas


separadamente para meninos e meninas.

A elas, as brincadeiras de casinha... A eles os carrinhos. Assim, a ela (a


menina) é imposta a cuidar e ser cuidadora. Logo, no curso normal da vida, as
brincadeiras infantis contribuem para o significado da identidade da criança.

Contudo, pode-se concluir que tais brincadeiras geram em torno da esfera da


vida social mais naturalizada pelo senso comum: A FAMÍLIA.

Na contemporaneidade, o papel da mulher foi sendo alterado e ainda está


sendo transformado a cada dia, porém, historicamente ela sempre teve o papel de
cuidadora e agora se apropria de inúmeros outros, mudando assim o perfil da família
na contemporaneidade (Coelho, 2006).

No século XXI, a mulher assume e desempenha não só o papel de mãe


cuidadora, ela vai além: é profissional, filha, amiga, mulher, cuida da casa, da sua
aparência, etc. (SOIFER, 1980).

Na contemporaneidade, é crescente o número de


mulheres adiando na sua vida a escolha da maternidade antes de uma boa
qualificação profissional. O fato se dá frente a grande e constante competição e
exigências no mercado de trabalho. O fenômeno empresa da atualidade busca cada
vez mais entregar a seus clientes ou parceiros, serviços com qualidade comprovada.
Consequências disto, as exigências profissionais vêm à tona quando se trata da
contratação de pessoas e ou profissionais. A oferta de trabalho no mundo atual é
mais excelência que nos tempos passados quando se depara com a contratação.
Mostra disto está à necessidade de testes seletivos ou concursos. Contudo, a
mulher contemporânea muitas vezes abre mão de desejos natos ou padrões
familiares, ter filhos muito cedo, em troca da incansável corrida à qualificação dela
como profissional (Coelho,2006).

Nesse contexto, podem-se apontar os porquês e desdobramentos em suas


vidas de abrir mão de escolhas que no passado para elas estariam como primeira
opção de vida: A constituição da família.

Esta afirmativa se dá quando sabemos que, biologicamente, ser mulher


sempre esteve associado à maternidade e a reprodução, consequentemente ao
casamento. O destino da mulher já nascia traçado para casar e reproduzir.
Entretanto, ao longo da história esta relação foi transformando e o papel da mulher
na sociedade, modificou-se frente às ofertas, ela então não mais se fazia ou
restringia-se uma mera geradora de filhos. Novas portas lhes são abertas. A mulher
da atualidade é livre para poder escolher e inserirem-se no mercado de trabalho que
por sua vez lhes oportuniza papéis e cargos que, até há pouco tempo, seriam
impensáveis (Motta,2005).
Nesse sentido, as mulheres estão podendo escolher viver ou não a
maternidade e em seu tempo. Importante também ressaltar que a própria pílula
anticoncepcional e ou outros métodos contraceptivos deram a elas a plena
responsabilidade por sua sexualidade, podendo optar por ter, ou não, filhos e
quando tê-los (Rev.paul.pediatr, vol. 29, no.3,2011).

Antigamente seu papel na sociedade inserida, centrava-se essencialmente na


satisfação daqueles à sua volta, enquanto que agora ele pode se voltar para seu
crescimento e desenvolvimento pessoal (Rev.paul.pediatr, vol. 29, no.3,2011).
Assim, a mulher do mundo atual está assumindo sua possibilidade de escolha, e se
estabilizando financeiramente, solidificando sua carreira e cada vez mais e obtendo
sucesso profissional, para depois pensar em engravidar.

5.1 MUDANÇAS FISIOLÓGICAS NO CICLO MENTRUAL E GESTACIONAL


EM MULHERES APÓS 35 ANOS

A fertilidade, que teve seu auge por volta dos 25 anos, começa a se declinar
partir dos 35. Dois anos antes da menopausa - que no Brasil acontece, em média
aos 47,5 anos - reaparecem muitos dos sintomas que aconteceram nos anos iniciais
(menarca). Agora, é a perimenopausa, fase em que o ciclo tende a ficar mais
espaçado, com periodicidade de até 6 meses. (Febrasgo, 2014).

6-MÉTODO
O método de pesquisa cientifica abordado neste estudo foi de revisão
bibliográfica de natureza descritiva, utilizando como fonte de coleta de dados a
bibliografia, entendida como um conjunto de publicações encontrado em periódicos,
livros textos e documentos elaborados por instituições governamentais e
sociedades/associações científicas (MORREIRA; CALLEFE, 2006).

Os trabalhos de revisão são definidos por Noronha e Ferreira (2000, p.191)


como: estudos que analisam a produção bibliográfica em determinada área temática,
dentro de um recorde de tempo, fornecendo uma visão geral ou um relatório do
estado da arte sobre um tópico específico, evidenciando novas ideias, métodos e
subtemas que têm recebido maior ou menor ênfase na literatura selecionada.
7- ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

7.1 CARACTERIZAÇÕES DA AMOSTRA

Foi realizada ampla pesquisa na literatura médica procurando identificar e


extrair informações da literatura nacional e internacional por meio das seguintes
bases de dados: MEDLINE (PubMed), SciELO, LILACS e Google Acadêmico. De
acordo com os resultados encontrados, as principais complicações maternas da
gestação em idade igual ou superior a 35 anos são: hipertensão arterial (5 a 17%),
diabetes (4 a 17%), maior número de cesarianas (15 a 92%), de trabalho de parto
prematuro (6 a 21%), placenta prévia (1 a 5%) e amniorrexe prematura (5 a 25%)
(Gonçalves,2012).

GRÁFICO

COMPLICAÇÕES
100% 92%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30% 25%
21%
17% 17%
20%
10% 5%
0%
HIPERTENSÃO DIABETES CESARIANAS PARTO PLACENTA AMNIORREXE
PREMATURO PRÉVIA PREMATURA

COMPLICAÇÕES
7.2 MOTIVOS QUE LEVAM A MATERNIDADE TARDIA

Atualmente, a ocorrência de gestação em mulheres com idade avançada


está associada ao melhor nível socioeconômico, maior nível educacional, adiamento
do casamento e menor paridade (Gonçalves,2012).

Alterações sociais, económicas e laborais criaram nas mulheres uma


necessidade de estabilização profissional, financeira e até mesmo emocional,
condicionando um aumento significativo do número de mulheres que adia a
maternidade para além dos 35 anos.

Outro fator a considerar é o avanço tecnológico da reprodução


medicamente assistida, que veio permitir às mulheres inférteis ou com diminuição da
fertilidade alcançar uma gravidez em idades cada vez mais avançadas (Moreira A,
Mota R, Ramalho C, Matias A Montenegro N 2010).

Estes altos índices se tornam cada vez mais presentes na área obstétrica
por fatores como o controle de natalidade, o casamento adiado, melhor nível
socioeconômico, as taxas aumentadas de divórcios seguidos de novas uniões,
mulheres com maior nível de educação e avanços na atenção à saúde, que vem
possibilitado o controle do número de filhos (Bezerra et al,2015).

Muitas mulheres estão adiando sua gestação para a quarta ou quinta


décadas para priorizar sua carreira, buscando estabilidade financeira (Andrade et
al,2004).

Este fenômeno demográfico tem sido atribuído, basicamente, ao aumento


no número de mulheres que se vinculam ao mercado de trabalho, indicando que a
atividade produtiva fora de casa se tornou tão importante para elas quanto à
gravidez e o cuidado com os filhos (Tonete,2009).

Além do aspecto socioeconômico citado, os progressos nos


conhecimentos sobre reprodução artificial e sua disponibilização para a demanda
dos serviços de saúde, tanto privados como públicos, estão permitindo que as
mulheres pertencentes a diferentes camadas sociais concebam e se tornem mães
com mais idade, inclusive na perimenopausa (Tonete,2009).

7.3 COMPLICAÇÕES RELACIONADAS À MATERNIDADE TARDIA

A gravidez após a idade de 34 anos é denominada gravidez tardia, sendo


considerada fator de risco para a morbidade materna e fetal. O Ministério da Saúde
considera fator de risco gestacional preexistente a idade materna maior que 35
anos, o que exige atenção especial durante a realização do pré-natal. As principais
complicações maternas encontradas nesta faixa etária são: hipertensão gestacional,
diabetes mellitus gestacional, maior frequência de partos operatórios de trabalho de
parto prematuro, placenta prévia, amniorrexe prematura e gestações múltiplas
(Gonçalves,2012).

Várias são as razões que explicam este fato, tais como o aumento das
comorbilidades, das complicações obstétricas e das indicações fetais para
cesariana. A diabetes e a hipertensão são dois fatores que predispõem para a
macrossomia e baixo peso ao nascer, respectivamente, contribuindo desta forma
para o aumento do número de cesarianas nas mulheres acima dos 40 anos. A
função miometrial também sofre alterações com a idade: a incidência de miomas
está aumentada e as contrações uterinas são menos eficazes, dando origem ao
aumento da taxa de trabalho de parto disfuncional e consequentemente ao aumento
da taxa de cesarianas (Moreira A, Mota R, Ramalho, Matias A Montenegro N 2010).

Nas gestantes tardias ocorre aumento da taxa de abortos e de


anormalidades cromossômicas, sendo que 40% a 60% dos abortos são
cromossomicamente anormais. Esse fato é decorrente principalmente por
complicações como a pré-eclâmpsia, placenta prévia, hemorragia pós-parto, embolia
pulmonar, embolia por líquido amniótico e outras complicações puerperais. A
incidência de pré-eclâmpsia na população obstétrica geral é de 3 a 4% e na
população maior de 40 anos aumenta para 5 a 10%, assim como a incidência de
diabetes gestacional (Bezerra et al,2015).
Nessas gestantes também ocorre aumento de complicações obstétricas
anormalidades cromossômicas e abortamentos espontâneos, mecônio intraparto,
baixo peso ao nascer, restrição do crescimento fetal (RCF), macrossomia,
sofrimento fetal, internação em UTI e óbito neonatal, trabalho de parto pré-maturo,
hemorragia ante parto, trabalho de parto prolongado, gestação múltipla,
apresentações anômalas, distorcias, placenta prévia, pós-datismo, oligo e
polidrâmnio, rotura prematura de membranas e parto cesáreo (Andrade et al,2004).

Sob o ponto de vista epidemiológico, a literatura científica tem apontado um


risco maior de complicações nas gestações tardias, incluindo a hipertensão arterial,
apresentação anômala, diagnóstico de sofrimento fetal intraparto, parto por cesárea
e hemorragia puerperal (Tonete,2009).

7.4 RISCOS DA MATERNIDADE TARDIA

Apesar de muita gente acreditar que a medicina reprodutiva seja a solução


definitiva, as coisas não são tão simples assim. É certo que os métodos artificiais de
fertilização aumentam bastante a possibilidade de uma mulher gerar um filho, mas
existem limitações, sim. ‘’ Estudos apontam que a taxa média de gravidez após
tratamentos de reprodução assistida para quem chegou aos 35 anos é de 36% a
cada tentativa. Essas taxas decrescem anualmente, atingindo 20% aos 40%, e 10%
a partir dos 44 anos’’, afirma Eduardo Motta, professor de ginecologia da
Universidade Federal de São Paulo e diretor do Grupo Huntington Medicina
Reprodutiva, na capital paulista (Motta,2010).

Além do fato de haver uma menor probabilidade de conseguir gerar um


embrião seja com ou sem ajuda da medicina reprodutiva, o índice de aborto por
causas naturais também sobe, assim como o risco de complicações para a gestante.
Aos 45, a capacidade reprodutiva cai de 50% a 95%, e a incidência de aborto natural
chega a mais de 50%, aponta Eduardo Motta. A gravida mais madura precisa de
zelo redobrado, um pré-natal muito rigoroso, exames a mais visando prevenir ou
amenizar alguma irregularidade. As consultas também exigem um olhar mais atento,
equilíbrio emocional e estabilidade são pontos positivos dentre outros especiais
cuidados (Motta,2010).
7.5 SÍNDROMES DE DOWN APÓS OS 40 ANOS

A decisão de adiar a gravidez precisa ser bem ponderada. Especialmente se


o objetivo for deixa-la para depois dos 40 anos. ‘’Até os 35, não existe uma grande
dificuldade. Mas, ao se aproximar dos 40 anos, o organismo feminino começa a
liberar óvulos de pior qualidade’’ (Barbosa,2009). Com o correr do tempo, o maior
receio talvez seja a possibilidade de gerar um feto com anomalias cromossômicas,
como a síndrome de Down.

‘’. Aos 40, a possibilidade de alterações cromossômicas passa a ser


aproximadamente 1 em 60. O risco de gerar um filho com síndrome de Down é de
1%. Por volta dos 45, as estatísticas chegam a 4%, ou seja, um filho a cada 25
nascimentos’’ (ISFER, 1997, P 181-192).

7.6 ASPECTOS PSICOSSOCIAIS QUE ENVOLVEM A MATERNIDADE TARDIA

Muitas vezes o postergar da gestação é decisão da própria mulher, devido


a outros sonhos ou anseios prioritários. Portanto, a mulher saiu do lar e tem
enfrentado o mercado de trabalho em busca de novas conquistas e novos modelos
de vida. Esta mudança pode ser resultante da autonomia conquistada através de
sua atuação fora do lar. Isso demonstra que seu tempo está muito mais voltado para
atividades de trabalho e de estudo do que a maternidade, atividades de lazer e
autocuidado. A multiplicidade de papéis e da maternidade tardia parece estar
envolta em contradições, se por um lado, a mulher se vê como uma profissional
muito competente, por outro, ela teme em assumir a maternidade (Bezerra et
al,2015).

Sabe-se que a gravidez afeta a mulher de uma forma que transcende as


divisões de classe, permeando todas as suas atividades: educação, trabalho,
envolvimento político-social, saúde, sexualidade, sua vida e seus sonhos. Ao mesmo
tempo, esta experiência é influenciada por inúmeros fatores, dentre os quais se
destacam as circunstâncias de vida pessoal, a situação marital e as condições
socioeconômicas, assim como as crenças e valores culturais a ela relacionados
(Tonete,2009).
As mulheres se consideram mais preparadas emocionalmente mais
pacientes e orgulhosas por engravidarem após os 35 anos, julgando ser o tempo
ideal para a gravidez. Por isso, sentem-se realizadas com o novo papel de mãe,
relatando ser um dos melhores acontecimentos da vida, e considerando um milagre
conceber nessa idade (Souza,2016).
A gravidez tardia pode significar para as mulheres uma experiência
permeada de percepções, sentimentos de satisfação, de realização pessoal e
familiar, relacionada à possibilidade de seu planejamento e à maior segurança na
relação com o companheiro (por vezes, numa segunda união), com a família e com
próprio o bebê, e, até mesmo, em relação à melhor estrutura financeira, devido à
estabilidade econômica já alcançada. Também pode significar a possibilidade de
superação das eventuais intercorrências gestacionais que venham a ocorrer por
qualquer motivo (Corpus et Scientia,vol. 7,n.2,2011).
8- CONSIDERAÇÕES FINAIS

A gravidez tardia significa para as mulheres uma experiência repleta de


percepções, sentimentos de satisfação, realização pessoal, relacionada à
possibilidade de planejamento familiar e à segurança na relação com o
companheiro. Também pode significar a possibilidade de superação das eventuais
intercorrências gestacionais que possam vir a ocorrer por qualquer motivo. Muitas
mulheres também optam por priorizar sua carreira, buscando estabilidade financeira,
sucesso profissional o que leva também ao adiamento da gestação. Na idade
considerada tardia, as mulheres se sentem mais preparadas emocionalmente, mais
pacientes e orgulhosas por engravidarem julgando ser o tempo ideal para a
gravidez. Portanto mais realizadas com o novo papel de mãe, relatando ser um dos
melhores acontecimentos da vida, e considerando um milagre conceber nessa idade

Esse estudo evidenciou que muitas mulheres no Brasil e no mundo ainda


optam por uma gestação tardia. Percebe-se que a maioria, preferem se sentir
preparada emocionalmente e financeiramente (constituir uma carreira sólida e uma
família a longo prazo) para só então gerar um bebê. Porém esquecem os riscos
envolvidos e complicações relacionadas à idade avançada como trabalho de parto
prematuro, placenta prévia, amniorrexe prematura, gestações múltiplas, pré-
eclâmpsia, hemorragia pós-parto, embolia pulmonar, embolia por líquido amniótico,
diabetes gestacional entre outras complicações puerperais.

Contudo cabe a nós, profissionais de saúde amenizar o despreparo dessas


mulheres que ainda optam pela gravidez tardia. E é importante estimular a busca de
aperfeiçoamento, dos profissionais que lidam ou pretendem lidar com a enfermagem
obstétrica, para fazer que essas mulheres recebam sempre o melhor apoio e
tratamento possível.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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