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DIREITO DAS COISAS

● RES - conceito genérico, abrangendo tudo que tenha existência material ou


abstrata
● RES - sentido jurídico: tudo que pode ser objeto de uma relação jurídica -
direito subjetivo de natureza patrimonial
○ corpóreas - bens materiais concretamente identificáveis (pecúnia, bona, patrimonium)
○ incorpóreas - bens jurídicos não materializados (herança, crédito, servidão, usufruto)
○ por extensão, aplica-se também a entidades jurídicas: res romana, res publica
● Agerson Tabosa adverte que a palavra “res” no sentido não material é fruto
da influência grega (estoicismo, aristotelismo)
● RES - qualquer bem material ou imaterial que faz parte de uma relação
jurídica.
CLASSIFICAÇÃO DAS COISAS
● Res in patrimonio - as que podem ser propriedades dos cidadãos e objeto de
negociações (res in commercio)
● Res extra patrimonium - as que não podem ser propriedades dos particulares,
por serem religiosas, sagradas ou santas (res extra commercium)
● A principal subdivisão das “res in patrimonio” são:
○ res mancipi - aquelas de maior interesse jurídico ou valor econômico
■ exemplos: terrenos, casas, escravos, animais, carros (ritual = mancipatio)
○ res nec mancipi - aquelas de menor interesse jurídico ou valor econômico
■ exemplos: dinheiro, móveis, jóias, animais domésticos (ritual = traditio)
● O interesse jurídico do bem prevalecia sobre o seu valor econômico.
● Essa subdivisão foi-se tornando desusada, até ser abolida por Justiniano.
RES IN PATRIMONIO-RES EXTRA PATRIMONIUM
● Res in patrimonio ou in commercio subdivide-se em:
○ res corporales / res incorporales - perceptíveis (ou não) pelos sentidos físicos
○ res mobiles / res immobiles - poder (ou não) ser deslocadas sem alterar o conteúdo
○ res fungibiles / res infungibiles - podem (ou não) ser permutadas umas pelas outras
○ res consumptibiles / res inconsumptibiles - que se deterioram (ou não) com o uso
○ res principales / res accessoriae - que realizam (ou não) funções por si mesmas
○ res divisibiles / res indivisibiles - que se fracionam (ou não) sem ser prejudicadas
● Res extra patrimonium ou extra commercium subdivide-se em:
○ res divini juris - coisas de direito divino, que têm ligação direta com as divindades;
○ res humani juris - coisas de direito humano, mas não são comerciáveis por serem de interesse
público, coisas coletivas
○ por influência do cristianismo, as coisas sagradas passaram para o culto cristão.
RES EXTRA PATRIMONIUM
● Res divini juris subdivide-se em:
○ coisas sagradas - consagradas aos deuses estatais, como os templos, os bosques sagrados,
os altares e objetos do culto
○ coisas religiosas - dedicadas aos deuses domésticos (manes, lares), como as sepulturas e
oratórios
○ coisas santas - dedicadas aos deuses superiores e inferiores, consagradas em cerimônias
religiosas, como os portões e os muros da cidade
○ havia penalidades rigorosas para quem desrespeitasse as coisas divinas
● Res humani juris subdivide-se em:
○ coisas comuns - de uso geral, à disposição de todos, como o mar, a luz solar;
○ coisas públicas - ligadas ao Estado e de uso comum do povo, como as praças, as vias
públicas
○ coisas universais - pertencem às entidades públicas, como os fóruns, os estádios.
FORMAS DE TRANSMISSÃO
Res in patrimonio pode ser transmitida a outrem de acordo com certas
formalidades:

● inter vivos - transmissão mediante ato jurídico (solene ou simples) entre


pessoas vivas (compra e venda, doação)
● mortis causa - transmissão por causa da morte do proprietário para o
herdeiro ou legatário (herança, legado)
● título singular - transmissão de uma coisa (ou coisas) determinadas
● título universal - transmissão do patrimônio inteiro de uma pessoa
DIREITOS REAIS: POSSE E PROPRIEDADE
POSSESSIO - termo latino composto por ‘potis’ e ‘sedes’, significa alguém que
está sentado na posição de dono (animus domini).
Elementos da posse: corpus (objetivo) e animus (subjetivo)
● corpus - objeto sobre o qual alguém exerce um poder;
● animus - intenção ou desejo de conservar o objeto para si.
Posse jurídica - animus rem sibi habendi (intenção de ter a coisa para si)
Posse e propriedade podem estar juntas na mesma coisa ou podem estar
separadas. Posse=poder de fato; propriedade=poder de direito.
Posse justa = posse de boa fé, posse protegida pelo direito, posse de acordo com
o ‘jus’.
MODALIDADES DA POSSE
No direito romano clássico, eram conhecidas três modalidades:
● posse civil - reconhecida pelos ‘jus civile’ (ex: usucapião)
● posse natural - detenção simples, sem ‘animus domini’ (ex: locatário)
● posse pelos interditos - posse de boa fé garantida por ações judiciais

Na época de Justiniano, ficaram reduzidas a duas modalidades: posse civil e


natural, posse pelos interditos.

Quando ainda havia muitas ‘res nullius’, o primeiro possuidor recebia a proteção
do direito, tendo a seu favor os interditos contra outrem.
PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO DA POSSE
Interditos possessórios são ações judiciais destinadas à proteção da posse justa.
Podem ser de duas espécies:
● interditos de manutenção da posse (interdicta retinendae possessionis)
● interditos de recuperação da posse (interdicta recuperandae possessionis)

Interditos de manutenção:
● utrubi - aplica-se às coisas móveis (“em qualquer lugar onde esteja”
● uti possidetis - aplica-se às coisas imóveis (“do modo como possuis”)

No Código de Justiniano, os dois interditos foram unificados, dando origem às


ações possessórias.
RECUPERAÇÃO DA POSSE
Interditos de recuperação da posse são:

● de precario - ação judicial que pode ser interposta por quem cedeu o objeto
por certo tempo e quer a sua devolução (ex: empréstimo, cessão)
● unde vi - ação judicial que pode ser interposta por quem perdeu a posse do
objeto mediante violência (se ele também não a obteve por violência)
● de clandestina possessione - ação que pode ser interposta por quem foi
destituído do objeto de forma clandestina

A posse era injusta e não tinha a proteção do direito se fosse obtida por meio de
vício (precario, vi, clam); posse justa = nec vi, nec clam, nec precario.
PROPRIEDADE - CONCEITOS GERAIS
● Família e propriedade formam as colunas mestras de sustentação do Direito
Romano. Todos os institutos jurídicos giram em torno desses dois.
● Propriedade é o símbolo externo do poder patriarcal -> individualismo.
● Conceito: cf Gaio, “plena in re potestas” (poder pleno sobre a coisa). Esse
poder se expressa de três formas: jus utendi, jus fruendi, jus abutendi.
● Poder geral e absoluto de alguém sobre um bem corpóreo (direito+fato).
● Desde a Lei das XII Tábuas, já havia pequenas restrições desse direito.
● Tem a natureza jurídica de direito real (jus in re): absoluto, exclusivo e
perpétuo.
● Todos os direitos nacionais derivados do romano são patrimonialistas.
ESPÉCIES DE PROPRIEDADE
● Quiritária (ex jure quiritium) - propriedade antiga, própria dos cidadãos
romanos tradicionais (quirites). Pleno formalismo.
● Pretoriana (ex jure honorario) - propriedade bonitária, adquirida sem os
formalismos legais e garantida por ordem dos pretores. Usucapião.
● Peregrina (ex jure gentium) - propriedade especial permitida para alguns
estrangeiros. Deixou de existir após o Edito de Caracala.
● Provincial - propriedades estatais fora da Itália, cedidas para ocupação e
cultivo por particulares, para abastecimento da população. Posteriormente,
passaram a ter o mesmo status de propriedades quiritárias.
PROPRIEDADE - AQUISIÇÃO
● A forma originária de aquisição era pela ocupação das “res nullius” ou “res
derelictae”, para coisas imóveis. Coisas móveis = tradição.
● Para a transmissão de coisas imóveis (res mancipi), devia ser seguido o
formalismo próprio, que podia ser:
○ MANCIPATIO - formalismo solene de transmissão, com a presença dos alienante, do
adquirente, de 10 testemunhas e do “libripens”. Fazia-se o formalismo “aes et libra”.
○ IN JURE CESSIO - formalismo simplificado, na presença do juiz, sem as tstemunhas e sem o
“libripens”. Aplica-se tanto às “res mancipi” quanto às “res nec mancipi”.
○ USUCAPIO - sem formalismo, aquisição da propriedade através da posse prolongada por mais
de um ano, sob as condições justas: posse de boa fé, coisa usucapível.
● A partir de Justiniano, as duas primeiras foram substituídas pela traditio.
PROTEÇÃO DA PROPRIEDADE
● O meio jurídico de proteção da propriedade são as ações. (A posse se
protege pelos interditos).
● Três tipos de ações possessórias:
○ REIVINDICATIO - ação movida pelo proprietário não possuidor contra o possuidor não
proprietário. Usada na propriedade quiritária.
○ PUBLICIANA - ação movida pelo titular da propriedade pretoriana ou peregrina, com o intuito
de beneficiar-se com o usucapião.
○ CONFESSÓRIA ou NEGATÓRIA - ação promovida por quem necessita de uma servidão (1) ou
pelo serviente (2), acerca das servidões ou gravames que recaem sobre a propriedade, sobre
a sua necessidade ou desnecessidade.
● As três modalidades deram origem à atuais ações possessórias.
PERDA DA PROPRIEDADE
● Em regra, o direito de propriedade é exclusivo e perpétuo. Todavia, podia ser
perdido em determinadas condições:
○ alienação - venda ou doação (voluntária)
○ renúncia - desistência do direito em benefício de outrem (voluntária)
○ abandono - torna a coisa “res derelicta” e pode ser adquirida por outrem
○ perecimento da coisa - animais ou coisas consumíveis
○ expropriação - ação do poder público sobre a propriedade, indenizável. (Quando não há
indenização, chama-se confisco) - (compulsória)
○ capitis deminutio - perda dos status libertatis, civitatis ou familiae (compulsória)
○ morte do proprietário - transmissão hereditária
● A morte não era propriamente perda, porque passava para o sucessor e
continuava na família.
PROPRIEDADE SOBRE COISAS ALHEIAS
● Os romanos criaram esse conceito abstrato dentro do direito real de
propriedade, para proteger o interesse coletivo ou supraindividual.
● SERVIDÕES - direito real sobre coisa alheia em benefício da edificação. O
dono é obrigado a ceder ou a deixar fazer algo em sua propriedade.
○ exemplos mais comuns: servidão rural de passagem, para pessoas, animais ou aqueduto;
○ servidão urbana de apoio, direito de apoiar a viga no imóvel vizinho;
○ servidão urbana de vista, esgoto ou tapagem, para não prejudicar o vizinho.
● Por analogia, uso e usufruto eram consideradas servidões pessoais.
● Foram criadas ações judiciais específicas para a proteção das servidões.
● Propriedade dominante é a que necessita; propriedade serviente é a que
cede.
PROPRIEDADE SOBRE COISAS ALHEIAS
● Outra modalidade são os direitos reais pretorianos, que podem ser:
○ locação de terras públicas (jus in agro vectigali) - o ocupante de uma propriedade provincial
pagava um tributo pelo uso da terra, como se fosse um aluguel;
○ enfiteuse - o proprietário cede suas terras para serem cultivadas por outrem, mediante o
pagamento de um tributo anual (foro); a enfiteuse pode ser transferida a outrem, mediante o
pagamento do laudêmio. Figura jurídica originária da Grécia (enfiteuein = cultivar)
○ superfície - o proprietário cede suas terras para outrem fazer edificações e utilizá-las durante
longo tempo, mediante o pagamento de um tributo anual (solarium). O superficiário tem os
mesmos direitos do proprietário sobre as edificações e pode transferi-las.
○ hipoteca - desmembramento do direito de propriedade com outrem (credor hipotecário),
como garantia de uma dívida, até o pagamento total desta. O credor pode vender o bem, ao
final do prazo estipulado.

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