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Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ
1ª TURMA RECURSAL - DM92 - PROJUDI
Rua Mauá, 920 - 28º Andar - Alto da Glória - Curitiba/PR - CEP: 80.030-200 - Fone:
1. RELATÓRIO
autor e réu e que, havendo danos caberia ao locatário a escolha de fazer a reparação ou
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indenizar os valores correspondentes. Aduziu que a vistoria não foi feita em conjunto e que o
locatário, ora réu, se recusou a indenizar o locador. Requereu indenização por danos materiais.
Em peça contestatória a parte ré alegou, em síntese, que a vistoria em conjunto não aconteceu
por posição do locador, que procedeu a vistoria de modo unilateral, posteriormente. Ainda, que
Em síntese, é o relatório.
2. VOTO
Os Recorrentes insurgem-se contra sentença que julgou procedente os pedidos iniciais para
condenação ao pagamento de R$31.990,00 (trinta e um mil novecentos e noventa reais), bem
PROJUDI - Recurso: 0000679-37.2014.8.16.0018 RecIno 1 - Ref. mov. 64.1 - Assinado digitalmente por Fernanda Bernert Michielin:12587
08/06/2017: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Voto do relator/designado Fernanda Bernert Michelin - 1ª Turma Recursal - DM92
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(dezesseis mil duzentos e quarenta e três reais e oitenta centavos), com compensação entre os
valores.
Ademais, a alegação de que as provas apresentadas não são suficientes, ou ainda, de que
seria necessária a produção de prova pericial não prospera, já que não existe nenhuma
complexidade ou necessidade de produção de prova técnica nesta lide, aplicando se o
enunciado 13.6 da Turma Recursal do Paraná.
Mérito
Inicialmente, a empresa recorrente BOLANHO PNEUS LTDA se insurge contra a vistoria final
apresentada pelo autor (mov. 1.18), ao passo que, alega que a vistoria unilateral está em
descumprimento com o acordado entre as partes.
Resta incontroverso que a vistoria final não foi realizada com a presença das partes.
Em que pese a afirmação em audiência do preposto da ré que cumpriu com sua obrigação de
solicitar a vistoria na data do pagamento do último aluguel, não consta nos autos qualquer
comprovação neste sentido.
CLÁUSULA SEXTA:
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sendo entregue as chaves, comprometem-se, a locatária e os fiadores, a
aceitarem aquela que será realizada pelo locador e, constatado danos, a
indenizá-lo pelo valor correspondente ao menor dos dois orçamentos a
serem solicitados.
As fotos apresentadas nos autos (mov. 1.12) comprovam o estado em que o imóvel foi
restituído ao proprietário. Além da sujeira, pintura e azulejos da marca que a ré representava,
parte do piso apenas com concreto, vidro quebrado e teto estragado.
No que tange o valor dos reparos, em que pese os orçamentos apresentados pelo autor no
valor de R$ 24.490,00 (mov. 1.15) e R$ 28.500,00 (mov. 1.16), os réus apresentaram outros
dois orçamentos para realização dos mesmos serviços, no valor de R$ 8.668,76 e R$ 9.113,05
(mov. 52.17).
Assim, deve ser considerado o menor valor do orçamento, qual seja, do valor de R$ 8.668,76.
Em audiência de instrução e julgamento fica claro, pelo depoimento do preposto da ré, que foi
retirado aproximadamente 22 metros de piso e ao sair do imóvel a ré apenas concretou o
buraco, não recolocando novamente o piso original.
Portanto, a ré deve ser condenada ao pagamento do valor do menor orçamento (R$ 8.668,76),
PROJUDI - Recurso: 0000679-37.2014.8.16.0018 RecIno 1 - Ref. mov. 64.1 - Assinado digitalmente por Fernanda Bernert Michielin:12587
08/06/2017: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Voto do relator/designado Fernanda Bernert Michelin - 1ª Turma Recursal - DM92
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Do pedido contraposto
No tocante ao pedido contraposto, a parte autora alega que não é cabível, considerando não se
tratar de benfeitorias necessárias, apenas adequações do imóvel aos moldes da empresa
Quanto a natureza das benfeitorias, necessário destacar que “o fato do Magistrado considerar
as benfeitorias como necessárias não constitui julgamento extra petita, porquanto cabe-lhe
fazer o enquadramento legal pertinente, resultante do brocardo jurídico “dá-me os fatos, que te
darei o direito” (da mihi factum, dabo tibi jus)”. (TJ-PR - APL: 11335321 PR 1133532-1
(Acórdão), Relator: Vilma Régia Ramos de Rezende, Data de Julgamento: 01/10/2014, 11ª
Câmara Cível, Data de Publicação: DJ: 1446 03/11/2014).
Contudo, verifica-se no caso em tela que para a realização de benfeitorias no imóvel, sejam
elas necessárias, úteis ou voluptuárias, era necessária a autorização expressa por escrito do
locador, o que não ocorreu no caso em tela:
CLÁUSULA SEXTA:
Resta claro que no momento da locação do imóvel a ré precisou realizar algumas benfeitorias
para sua atividade comercial, tais como os revestimentos cerâmicos com a marca Michelin e
pintura nas cores da marca. Contudo, tais alterações não podem ser consideradas como
benfeitorias, pois não podem ser utilizados para qualquer fim comercial, devendo o imóvel ser
restituído ao proprietário sem tais alterações.
Quanto ao piso, o preposto confirma que foi necessário retirar parte do piso existente para fazer
um “buraco”, que posteriormente foi tampado apenas com concreto e ferro, não sendo
PROJUDI - Recurso: 0000679-37.2014.8.16.0018 RecIno 1 - Ref. mov. 64.1 - Assinado digitalmente por Fernanda Bernert Michielin:12587
08/06/2017: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Voto do relator/designado Fernanda Bernert Michelin - 1ª Turma Recursal - DM92
recolocado o piso, pois não foi encontrado o mesmo azulejo. Assim, ainda que o preposto da ré
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afirme que haviam alguns defeitos no piso no momento da contratação, a ausência de azulejos
em uma área não pode ser desconsiderada.
Ademais, com relação aos supostos defeitos no imóvel, não há qualquer comprovação de
notificação do proprietário neste sentido. Portanto, o pedido contraposto deve ser julgado
Diante do exposto, voto no sentido de dar parcial provimento parcial ao recurso apresentado
pela ré, para fins de reduzir o valor da condenação dos danos materiais, e dar provimento ao
recurso apresentado pelo autor para fins de afastar o pedido contraposto.
3. DISPOSITIVO
Ante o exposto, esta 1ª Turma Recursal - DM92 resolve, por unanimidade dos votos, em
relação ao recurso de BOLANHO PNEUS LTDA, julgar pelo (a) Com Resolução do Mérito -
Provimento em parte, em relação ao recurso de MARLENE BOLANHO GONÇALVES, julgar
pelo (a) Com Resolução do Mérito - Provimento em parte, em relação ao recurso de ORLANDO
BOLANHO GONÇALVES, julgar pelo (a) Com Resolução do Mérito - Provimento em parte, em
relação ao recurso de WILSON RODRIGUES GATTO, julgar pelo (a) Com Resolução do Mérito
- Provimento, nos exatos termos do voto.
O julgamento foi presidido pelo (a) Juiz (a) Fernanda Bernert Michelin (relator), com voto, e dele
participaram os Juízes Fernando Augusto Fabrício De Melo e Daniel Tempski Ferreira Da
Costa.
Juíza Relatora