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Fundação para Desenvolvimento das Ciências

Curso de Odontologia
Disciplina de Cirurgia I

Aspectos fundamentais das suturas intrabucais na prática


odontológica

Fundamental aspects of the intraoral suture in dentist practice

Palavras-chave: sutura; ponto; fio; agulha


Key-words: suture; point; thread; needle

Daniel RODRIGUES*
Ilana NEVES*
Lucas ESTEVES*
Marcelo NEGROMONTE*
André FREITAS**
Eduardo AZOUBEL**
Fernando BASTOS JÚNIOR**

Resumo
Os autores analisaram, por meio de revisão bibliográfica, os elementos constituintes da
sutura, bem como os seus tipos e indicações. Por meio da classificação das suturas e
detalhamento da técnica, mediante procedimento realizado em língua de boi, foi possível
demonstrar os aspectos mais relevantes a serem considerados pelos cirurgiões-dentistas.
Com este trabalho poder-se-á atingir uma manobra de síntese de qualidade.

Abstract
The authors analyzed, through bibliographic revision, the constituent elements of the
suture, as well as their types and indications. Through the classification of the sutures and
details of the technique, by procedure accomplished in cow tongue, it was possible to
demonstrate the most relevant aspects to be considered by the dentists. With this research
we can have synthesis with quality.

*Acadêmicos do 7º semestre do curso de Odontologia da Fundação para Desenvolvimento das Ciências


(FDC) e Monitores da disciplina de Cirurgia I
**Professores da disciplina de Cirurgia I da FDC.
1. Introdução
Sutura é a aproximação das bordas de
tecidos seccionados ou ressecados através
de um ou mais pontos, visando facilitar as
fases iniciais do processo de cicatrização,
constituindo-se a etapa final da maioria
dos procedimentos cirúrgicos envolvendo
uma incisão ou laceração.
É de fundamental importância para a
Fig. 2: Empunhadura do Mayo-Hegar.
evolução da ferida cirúrgica,
principalmente por favorecer a
As características básicas do Mathieu
imobilização dos tecidos, reduzir os
são a forma curva de suas duas hastes e a
espaços anatômicos e criar condições para
ausência de argola.
a estabilização do coágulo.
A ponta ativa do porta-agulha pode
O objetivo deste trabalho é
ser com widia (fig. 3), com a qual se
proporcionar através da revisão de
obtém uma melhor preensão da agulha,
literatura e das ilustrações presentes
ou sem widia (fig. 4).
neste, uma visão dos aspectos mais
importantes a serem considerados pelos
cirurgiões dentistas para se atingir o êxito
nas manobras de síntese.

2. Elementos da sutura
São usados porta-agulhas, agulhas,
fios e instrumentos acessórios como
pinças de dissecção e as tesouras (fig. 1).

Fig. 3: Ponta ativa com widia.

Fig. 1: Elementos da sutura.

2.1. Porta-agulha
Fig. 4: Ponta ativa sem widia.
Os porta-agulhas mais utilizados em
cirurgia bucal são Mayo-Hegar, Mathieu. Os porta-agulhas são manuseados por
O corpo do Mayo-Hegar possui uma movimentos de pronação e supinação da
argola em cada extremidade e duas mão. Os movimentos de introdução e
hastes. Utiliza-se o dedo polegar e anular retirada da agulha são feitos a partir de
nas argolas do cabo e o indicador sobre a uma posição inicial de pronação. A mão
articulação, favorecendo um controle executa um movimento circular de 180º,
maior sobre o instrumental (fig. 2).
desde a introdução da agulha até a sua uniforme entre a agulha e o fio,
penetração total. provocando menor grau de lesão ao
tecido durante sua passagem. Outra
2.2. Agulha vantagem está na simplicidade de
É uma pequena e fina haste de aço manuseio, devido ao fio já vir montado na
polido, em forma de semicírculo. agulha (fig. 8).
Constitui-se de um corpo e duas
extremidades, sendo uma das
extremidades a ponta ativa aguçada da
agulha que pode apresentar variação
quanto à sua secção transversal, podendo
ser cilíndrica (não cortante) ou “meia-lua”
(cortante). A extremidade oposta pode ou
não apresentar orifício para a passagem
do fio (fig. 5).

Fig. 6: Orifício da agulha traumática.

Fig. 5: Agulha traumática e atraumática.

Em cirurgia bucal, utiliza-se com Fig. 7: Alça do fio na agulha traumática.


maior freqüência a agulha cortante. As
agulhas cortantes têm extremidades
afiadas permitindo a penetração desta em
tecidos resistentes como a gengiva. A
ponta cilíndrica causa menor dano aos
tecidos durante a penetração, mas não
permite que a agulha penetre com
facilidade em tecidos relativamente
hígidos.
As agulhas que apresentam orifício Fig. 8: Calibre uniforme entre agulha e fio.
são classificadas como traumáticas (fig.
6), pois além de sua secção transversal ser 2.3. Fio
maior que o diâmetro do fio, este fica É constituído de material sintético
dobrado em alça, tornando o conjunto derivado de minerais e fibras vegetais ou
mais calibroso (fig 7). Nas agulhas sem estruturas orgânicas, flexível, destinado a
orifício, o fio é fixado ao furo contenção ou fixação de tecidos ou
longitudinal na porção posterior da elementos utilizados em cirurgia. O fio
agulha, estas são consideradas ideal deve possuir características como
atraumáticas por apresentarem calibre grande resistência à tração e torção,
calibre fino e regular, ser macio, flexível, fios, como o de seda. Contudo, em alguns
pouco elástico, ter baixo custo, possuir casos, causam lesões na mucosa bucal
ausência ou mínima reação tecidual, não como discretas úlceras traumáticas, o que
absorver líquidos ou secreções. não ocorre com os fios de seda (fig. 10).

2.3.1.Tipos de fio
Absorvível: usado geralmente em
suturas de planos anatômicos profundos
ou em pacientes cuja remoção do fio na
cavidade bucal seja difícil como nas
crianças, idosos, pacientes portadores de
deficiências, pacientes que sofreram
odontossíntese, etc (fig. 9).
São exemplos de fios absorvíveis: o
Catgut (simples ou cromado- serosa do Fig. 10: Embalagem de um fio de nylon
intestino delgado de bovinos sadios);
Vicryl ( poliglactina 910 ); Monocryl
2.4. Instrumentos acessórios
(poliglecaproni 25); Dexon (ácido
poliglicólico); e PDS II ( polímero de
2.4.1. Pinça de dissecção: são
polidioxanona)
instrumentos auxiliares utilizados na
Não-absorvível: usado em suturas
manipulação de tecidos. Existem as
superficiais e profundas (fig. 9).
pinças com dente, usadas na preensão de
São exemplos de fios não-absorvíveis:
tecidos para a confecção de suturas, é
Seda (bicho-da-seda); Linho; Algodão
importante que este dente seja delicado
(flor do algodão); Nylon; Polycot;
para não prover trauma aos tecidos (fig.
Mercilene; Ethibondexel; e Prolene.
11, 12 e 13). Com as pinças de dissecção
Podem ser utilizados também nas
sem dente não se obtém uma adequada
odontossínteses e osteossínteses, tais
preensão dos tecidos, porque a sua parte
como os fios metálicos (Aciflex).
ativa é lisa (fig. 12 e 13).
A empunhadura das pinças é do tipo
lápis, onde o dedo polegar e médio
servem de apoio e o indicador executa o
movimento (fig. 14).

Fig. 9: Fios absorvíveis e não-absorvíveis

Na cavidade bucal, geralmente se


emprega fios de seda ou nylon 3-0 ou 4-0,
com agulha atraumática.
Os fios de nylon são os mais inertes
de todos os fios e apresentam pouca
Fig. 11: Ponta ativa da pinça de dissecção
reação tecidual, além de acumular menor com dente
quantidade de placa em relação a outros
polegar e o anular nos dois anéis,
executando os movimentos de abertura e
fechamento do instrumento. O dedo
indicador é posicionado sobre ou próximo
à articulação e dá precisão ao manuseio.
O dedo médio completa a fixação da
tesoura na mão, dando total estabilidade.
Existem tesouras especiais só para
remoção de pontos (fig. 16).
Fig. 12: Ponta ativa das pinças de dissecção sem
dente e com dente.
Existem tesouras especiais só para
remoção de pontos como as tesouras
Spencer (fig. 17 e 18).

Fig. 13: Pinças de dissecção com dente e sem


dente.

Fig. 15: Tesouras cirúrgicas.

Fig. 14: Empunhadura das pinças.

2.4.2. Tesoura: as tesouras cirúrgicas Fig. 16: empunhadura das tesouras.


são utilizadas para dissecar e divulsionar
tecidos orgânicos e para cortar materiais
como gazes, fios, drenos, entre outros
(fig. 15).
O comprimento da tesoura a ser
utilizada varia de acordo com a
profundidade do campo operatório. As
tesouras para fio de aço são utilizadas em
traumatologia nos casos de
odontossíntese e osteossíntese. Fig. 17: Tesoura Spencer.
A empunhadura das tesouras
cirúrgicas se faz introduzindo o dedo
Sutura hemostática visa coibir ou
prevenir hemorragia. A formação de um
bom coágulo evita exposição óssea,
prevenindo dor pós-operatória.
Sutura de aproximação ou união tem
como finalidade restabelecer a
integridade anatômica e funcional das
estruturas, assim como impedir a entrada
de corpo estranho na ferida.
Fig. 18: Ponta ativa da tesoura Spencer.
Sutura de sustentação consiste em
pontos de apoio para auxiliar na
3. Classificação das suturas
manutenção de determinadas estruturas
em posição. Podem ser utilizadas nos
Podem ser classificadas de acordo
casos de transplante dentário, manutenção
com a profundidade, os planos
de dreno, medicação local, fixação de
anatômicos, o fio utilizado, o tipo de
membrana, etc.
ponto, as finalidades, a seqüência dos
Sutura estética engloba uma série de
pontos e a posição das bordas.
técnicas para se obter um ótimo
confrontamento entre os planos e são
3.1. Profundidade: as suturas de pele
aplicadas principalmente na pele.
e tela subcutânea são chamadas de
superficiais, e as suturas abaixo do plano
3.6. Seqüência dos pontos
aponeurótico são consideradas suturas
profundas.
3.6.1. Sutura com pontos separados:
neste tipo de sutura cada alça do fio
3.2. Planos anatômicos: chamada
corresponde a um nó, não havendo
sutura por planos quando os pontos
continuidade do fio entre as alças. São
abrangem camada por camada do tecido,
seguras, porque na eventualidade da
tendo a vantagem de eliminar espaços
soltura de um ponto não há prejuízo
mortos, onde o exsudato pode vir a se
importante para o conjunto.
coletar e sediar um quadro inflamatório
séptico. A sutura em massa inclui todos
3.6.2. Sutura com pontos contínuos:
os planos em um único ponto, servindo
existe continuidade do fio entre alças,
como ponto de sustentação dos tecidos.
tendo somente um nó inicial e um final. É
Pode-se realizar uma combinação das
de rápida elaboração, mas se houver
duas técnicas.
soltura de um ponto ou rotura do fio pode
haver afrouxamento do conjunto da
3.3. Fio: pode ser sutura com fio
sutura.
absorvível ou não absorvível.
3.7 Posição das bordas: as bordas da
3.4. Tipo de ponto: a sutura pode ser
ferida podem ter sua posição mantida ou
realizada com ponto simples, que são
alterada dependendo do tipo de sutura
simples alças do fio no interior dos
utilizada. Esta posição pode ser de
tecidos ou realizada por pontos especiais
confrontamento, invaginante ou de
aplicados para várias finalidades.
eversão. A primeira é utilizada em
cirurgia bucal e buco-maxilo-facial, uma
3.5. Finalidade
vez que as bordas da ferida estão
justapostas, não existindo desnível entre
as mesmas, restabelecendo uma perfeita
integridade anatômica e funcional das
estruturas.

4. Técnica das suturas: quando se


realiza uma sutura, alguns princípios
básicos devem ser seguidos. Segura-se o
porta agulha com uma das mãos e com
auxilio da pinça na mão oposta, agulha e Fig. 20: Modo errado de segurar a agulha.
fio são passados através de cada um dos
bordos da ferida, orientando-se a técnica
Com uma das mãos conduz-se o
segundo o tipo de sutura a ser executada.
porta-agulha de maneira a inserir a ponta
A transfixação das bordas da ferida
da agulha no ponto desejado, que deve ser
deve ser feita uma borda de cada vez,
aproximadamente de 3 a 5 mm da borda
porém quando as bordas estiverem
da incisão evitando laceração do tecido.
próximas, pode-se fazer a transfixação em
Essa condução deve seguir o movimento
um tempo apenas.
de rotação do pulso; a extremidade do
A agulha deve ser presa pelo porta-
retalho, ou seja, o bordo da ferida deve
agulha na metade ou a três quartos de
ser levantada e mantida em posição firme
distância da ponta, evitando uma possível
por meio da pinça empunhada pela outra
fratura da mesma (fig. 19 e 20). Ao se
mão (fig. 21). Introduzida a agulha, retira-
utilizar agulha pequena é preferível
se o porta-agulhas para tornar a apreender
prendê-la no centro da sua curvatura. A
a agulha pela extremidade que emerge do
agulha não deve ser introduzida nos
lado de dentro da ferida, esta preensão
tecidos com força, pois ela pode entortar
pode ser feita com o porta-agulha ou com
ou quebrar. Ao se realizar a sutura, deve-
a pinça (fig. 22, 23 e 24); da mesma
se passar a agulha primeiro nos tecidos
maneira o outro bordo é atravessado pela
livres e em seguida nos tecidos fixos. Este
agulha de dentro para fora da ferida,
tecido deve ser levemente preso com a
saindo a igual distância no outro lado (fig.
pinça dentada que irá estabilizá-lo,
25 e 26). Solta-se novamente a agulha
enquanto a agulha é empurrada através
para tornar a apreendê-la pela
dele.
extremidade livre, completando-se assim
a passagem do fio pelos dois bordos
livres da ferida (fig. 27). Após esta
manobra, as extremidades do fio são
atadas por meio do nó de cirurgião que
pode ser dado com as mãos ou utilizando-
se os próprios instrumentos. Em
odontologia é de preferência fazê-los com
instrumentos, método que oferece
vantagens nas suturas da cavidade bucal,
devido ao reduzido campo operatório.
Fig. 19: Modo correto de segurar a agulha.
Fig. 21: Preensão do tecido para a passagem Fig. 25: Passagem da agulha pelo segundo
da agulha. bordo do tecido.

Fig. 22: Passagem da agulha pelo primeiro Fig. 26: Saída da agulha a igual distância do
bordo do tecido. outro lado.

Fig. 23: Apreensão da agulha pelo lado de


dentro da ferida. Fig. 27: Passagem do fio pelos dois bordos
da ferida.

Para a confecção do nó, após a


passagem do fio da direita para a
esquerda, toma-se a sua extremidade
esquerda, fazendo-a dar três voltas em
torno da ponta do porta-agulha. A seguir,
abrem-se os mordentes deste,
apreendendo com ele a extremidade
direita do fio (fig. 28). Ao puxar o
Fig. 24: Passagem do fio pelo primeiro bordo instrumento temos já armada a primeira
do tecido. fase do nó (fig. 29), bastando apertá-lo de
maneira a obter-se suficiente
aproximação dos bordos da ferida (fig.
30), evitando trauma excessivo, formação
de cicatriz ou necrose do tecido. Passa-se
novamente uma extremidade do fio ao
redor do porta-agulha e repete-se a
manobra, desta vez em sentido contrário
puxando-se as extremidades em sentido
contrário e apertando-se novamente o nó
(fig. 31).
Fig. 31: Confecção da última fase do nó.

As extremidades do fio de sutura


devem ser puxadas juntas e amarradas
apenas o bastante para aproximar
levemente os bordos da ferida (fig. 32);
qualquer tensão excessiva compromete a
vascularização das bordas da ferida,
podendo causar também dilacerações.

Fig. 28: Confecção da primeira fase do nó (3


voltas em torno do porta-agulha).

Fig. 32: União das extremidades do fio.

Fig. 29: Primeira fase do nó armada. As extremidades do fio que sobram


são cortadas com tesoura, de forma que
permaneça um remanescente de fio de
aproximadamente 3 a 4 mm (fig. 33).
Quando esta medida é ultrapassada, além
de gerar maior desconforto ao paciente,
torna o local mais propício ao acúmulo de
placa. Entretanto quando esta medida não
é atingida, há maior possibilidade do nó
se desfazer, comprometendo a
cicatrização.
O número de pontos da sutura deve
Fig. 30: Aperto do nó obtendo-se aproximação
dos bordos da ferida.
ser limitado para fechar a ferida
adequadamente, um número excessivo de
pontos propicia mais material estranho na
ferida, produz mais traumatismo aos
tecidos, prolonga o procedimento e 5.Tipos de sutura
desperdiça o material. Existem vários tipos de sutura, a
escolha ou a aplicação de cada tipo vai
depender da particularidade de cada caso
e da preferência do operador.

5.1. Suturas com pontos separados

5.1.1. Ponto simples: o fio forma


uma única alça dentro do tecido, com um
orifício de entrada e outro de saída, dando
bom confrontamento tanto nas partes
Fig. 33: Extremidades do fio sendo cortada. superficiais como nas profundas. Quando
o nó fica para fora do tecido é chamado
de ponto simples comum. Este nó deve
4.1. Remoção de sutura
ser colocado lateralmente ao traço de
A remoção do fio deve ser feita por
incisão e não sobre este (fig. 35).
volta do sétimo dia pós-operatório. Deve-
se observar aspectos como: presença de
placa bacteriana e restos alimentares.
Deve-se realizar a limpeza da região
suturada antes da remoção da sutura. Esta
limpeza deve ser feita por meio de
bochechos ou por manipulação direta com
gase ou algodão, em ambos utiliza-se
solução anti-séptica.
Ao remover a sutura deve-se evitar
que a parte exposta do fio transpasse pelo Fig. 35: Ponto simples.
interior dos tecidos, pois esta pode levar
microorganismos para o interior da ferida. O ponto simples invertido tem as
Para tanto, deve-se pinçar o nó, pontas para dentro, ficando o nó oculto
tracionando-o em sentido vertical, e com dentro do tecido.
a tesoura corta-se uma das alças do fio o Este tipo de sutura permite uma
mais rente possível da mucosa, melhor orientação na adaptação das
removendo-o pela outra parte da alça (fig. bordas da ferida, além da ruptura de um
34). ou mais pontos separadamente não trazer
prejuízo para a sutura.

5.1.2. Ponto em “U” vertical ou


Donati
É a associação de dois pontos
simples, sendo cada lado perfurado duas
vezes ficando a alça do fio em posição
vertical. Utilizado quando o ponto
simples não for suficiente para um
afrontamento adequado das bordas da
Fig. 34: Remoção de sutura. ferida operatória. Consta de duas
transfixações, sendo a primeira de 7 a 10
mm da borda, incluindo os planos
profundos e a segunda a 3mm da borda. O
ponto mais profundo tem a finalidade de
sustentação do tecido e o ponto mais
superficial produz excelente
confrontamento das bordas da ferida
evitando a sua eversão (figs. 42, 43, 44,
45, 46, 47, 48).
Fig. 39: Introdução da agulha a menor distância
do segundo bordo do tecido.

Fig. 36: Introdução da agulha a maior distância


do primeiro bordo do tecido.
Fig. 40: Introdução da agulha no primeiro
bordo do tecido.

Fig. 37: Saída da agulha na parte interna do


tecido. Fig. 41: Passagem do fio pelos dois bordos da
ferida.

Fig. 38: Passagem da agulha no segundo bordo Fig. 42: Ponto Donati concluído.
do tecido.
5.1.3. Ponto em “U” horizontal ou
colchoeiro.

Semelhante ao citado anteriormente


ficando a alça do fio em posição
horizontal. Tem como finalidade produzir
hemostasia contenção (figs. 21, 22, 23,
24, 25, 26, 27, 43, 44, 45, 46 e 47).
Fig. 46: Confecção do nó.

Fig. 43: Introduz-se a agulha no mesmo


bordo em que esta saiu. Fig. 47: Ponto em “U” horizontal concluído.

5.1.4. Ponto em “X” ou em oito


horizontal
Tem como finalidade aumentar a
superfície de apoio de uma sutura para
hemostasia ou aproximação. Pode ser
usado com o nó para dentro ou para fora,
porém sempre ficando duas alças
cruzadas no interior ou fora do tecido
(figs. 48, 49, 50 e 51).
Fig. 44: Passagem da agulha pelo tecido.

Fig. 48: Passagem do fio em sentido oblíquo


nos dois bordos da ferida.
Fig. 45: Introdução da agulha no outro bordo
da ferida.
Esta sutura deve ser iniciada com um
ponto simples (fig. 52), continuando a
passar a agulha em chuleio ao longo de
toda a ferida até terminar com um único
ponto na outra extremidade (figs. 53, 54 e
55). O último nó é feito unindo-se o fio
terminal com o fio duplo resultante da
última transfixação (figs. 56 e 57).
Fig. 49: Introduz-se a agulha no mesmo
bordo em que esta saiu.

Fig. 52: Ponto simples iniciando a sutura.

Fig. 50: Puxa-se a agulha esticando-se o fio.

Fig. 51: Introduz-se a agulha no bordo que falta,


com isso observa-se o “X” internamente.

5.2. Suturas com pontos contínuos

5.2.1. Sutura contínua simples ou


com chuleio simples
É uma seqüência de pontos simples e
a direção da alça interna pode ser
transversal ou oblíqua em relação à
ferida. É de rápida execução e aplicada
em bordas não muito espessas e pouco
separadas. Tem indicação como sutura
hemostática e para grandes incisões sobre
a mucosa bucal. Figs. 53,54,55: Passagem da agulha alternadamente
nas bordas até fechar toda a incisão.
Fig. 56: A última alça é deixada longa para Fig. 59: Agulha sendo posicionada para outra
permitir a confecção do nó. penetração.

5.2.3. Sutura contínua em “U” ou


em grega
Utilizada em feridas com bordas
friáveis, quando se deseja que os pontos
penetrem a certa distância dos bordos.
Proporciona melhor aproximação e
reforço do tecido subcutâneo e contribui
Fig. 57: Nó apertado, faltando apenas cortar o fio. para a eliminação de possíveis espaços
mortos. Para este tipo de sutura, a agulha
5.2.2. Sutura contínua festonada ou
penetra ao lado da ferida, a certa distância
de chuleio ancorada
do seu bordo livre, atravessa a camada
Trata-se de uma variação da sutura
mais profunda do tecido e sai a igual
contínua simples. Através desta obtém-se
distância do bordo do outro lado. Torna a
uma melhor coaptação das bordas e é
penetrar em forma de “U”, paralela a
mais difícil o afrouxamento dos pontos. O
linha de incisão, saindo do outro lado,
ancoramento proporcionado por esta, dá
aonde a manobra é repetida. Assim,
mais firmeza às suturas, principalmente
nenhum ponto cruza o traço de incisão,
aquelas mais longas. Nesta técnica, ao
permanecendo livre os bordos da ferida,
passar cada ponto, ou seja, cada vez que o
apesar de aproximados e coaptados por
fio sai da ferida, a agulha e o fio são
pontos ancorados a distância (figs. 60 e
passados por baixo deste último ponto, de
61).
maneira a fixar cada ponto por si mesmo.
No caso de ruptura de uma das alças,
pode não ocorrer o afrouxamento de toda
a sutura (fig. 58 e 59).

Fig. 60: Sutura “U” contínua.

Fig. 58: Agulha e fio passando abaixo do último


ponto.
colorido de Traumatismo Dental.
3.ed., Artmed, 2001.
2.ARCHER,W.Cirurgia bucal. Atlas
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quirurgicas.2.ed., Buenos
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confecção do nó.
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ml:arquivo capturado em 02 de
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É imprescindível a conscientização do
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paciente quanto ao cuidado pós-
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devem ser mantidas livres de sangue seco
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ou outros detritos, e para isso deve se
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10.PETTERSON, L.J. et al. Cirurgia
pelo menos duas vezes ao dia. A maioria
Oral e Maxilo Facial
dos pacientes pode aprender a fazer isso
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