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CIRJ
SESI
SENAI
IEL
ELEMENTOS DE
MÁQUINAS
versão preliminar
SENAI-RJ • Mecânica
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL
ELEMENTOS DE
MÁQUINAS
FIRJAN−Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira
Presidente
SENAI-Rio de Janeiro
Fernando Sampaio Alves Guimarães
Diretor Regional
Diretoria de Educação
Andréa Marinho de Souza Franco
Diretora
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL
ELEMENTOS DE
MÁQUINAS
SENAI-RJ
2003
Elementos de Máquinas
2003
Ficha Técnica
Roscas ............................................................................................................. 27
Parafusos ........................................................................................................ 30
Estojos ............................................................................................................. 39
Chumbadores ................................................................................................. 40
Porcas ............................................................................................................. 40
Arruelas ........................................................................................................... 43
Pinos ............................................................................................................... 45
Chavetas ......................................................................................................... 47
Rebites ............................................................................................................ 52
Soldagem ........................................................................................................ 54
Molas ............................................................................................................... 61
Guias ............................................................................................................................. 81
Descrição ........................................................................................................ 81
Ligações entre árvores cujas linhas de centro são paralelas .................... 152
Quando você resolveu fazer um curso em nossa instituição, talvez não soubesse que, desse momento
em diante, estaria fazendo parte do maior sistema de educação profissional do país: o SENAI. Há
mais de sessenta anos, estamos construindo uma história de educação voltada para o desenvolvimento
tecnológico da indústria brasileira e da formação profissional de jovens e adultos.
Devido às mudanças ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador não pode continuar com uma
visão restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigirá de você, além do domínio do conteúdo
técnico de sua profissão, competências que lhe permitam decidir com autonomia, proatividade,
capacidade de análise, solução de problemas, avaliação de resultados e propostas de mudanças no
processo do trabalho. Você deverá estar preparado para o exercício de papéis flexíveis e polivalentes,
assim como para a cooperação e a interação, o trabalho em equipe e o comprometimento com os
resultados.
Soma-se, ainda, que a produção constante de novos conhecimentos e tecnologias exigirá de você a
atualização contínua de seus conhecimentos profissionais, evidenciando a necessidade de uma formação
consistente que lhe proporcione maior adaptabilidade e instrumentos essenciais à auto-aprendizagem.
Essa nova dinâmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de educação se
organizem de forma flexível e ágil, motivos esses que levaram o SENAI a criar uma estrutura
educacional, com o propósito de atender às novas necessidades da indústria, estabelecendo uma
formação flexível e modularizada.
Essa formação flexível tornará possível a você, aluno do sistema, voltar e dar continuidade à sua
educação, criando seu próprio percurso. Além de toda a infra-estrutura necessária ao seu
desenvolvimento, você poderá contar com o apoio técnico-pedagógico da equipe de educação dessa
escola do SENAI para orientá-lo em seu trajeto.
Seja bem-vindo!
Diretora de Educação
Elementos de Máquinas – Apresentação
Apresentação
A dinâmica social dos tempos de globalização exige dos profissionais atualização constante. Mesmo
as áreas tecnológicas de ponta ficam obsoletas em ciclos cada vez mais curtos, trazendo desafios
renovados a cada dia, e tendo como conseqüência para a educação a necessidade de encontrar novas e
rápidas respostas.
Nesse cenário, impõe-se a educação continuada, exigindo que os profissionais busquem atualização
constante durante toda a sua vida – e os docentes e alunos do SENAI-RJ incluem-se nessas novas
demandas sociais.
É preciso, pois, promover, tanto para os docentes como para os alunos da educação profissional, as
condições que propiciem o desenvolvimento de novas formas de ensinar e aprender, favorecendo o
trabalho de equipe, a pesquisa, a iniciativa e a criatividade, entre outros aspectos, ampliando suas
possibilidades de atuar com autonomia, de forma competente .
Este material trata, sem esgotar o assunto, dos elementos da máquina e visa instrumentalizar o
profissional com os conceitos, as características de utilização e a simbologia mais pertinentes da área
em questão.
SENAI-RJ – 13
Elementos de Máquinas – Uma Palavra Inicial
Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a relação entre
o processo produtivo e o meio ambiente; e a questão da saúde e segurança no trabalho.
É preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos sempre
retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que “sobra” de volta ao ambiente
natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários para produzir bens, altera-se o equilíbrio
dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recursos naturais que não são renováveis ou,
quando o são, têm sua renovação prejudicada pela velocidade da extração, superior à capacidade da
natureza para se recompor. É necessário fazer planos de curto e longo prazo, para diminuir os impactos
que o processo produtivo causa na natureza. Além disso, as indústrias precisam se preocupar com a
recomposição da paisagem e ter em mente a saúde dos seus trabalhadores e da população que vive ao
redor dessas indústrias.
O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo mostram a falha básica
de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matérias-primas através de processos
de produção desperdiçadores e que produzem subprodutos tóxicos. Fabricam-se produtos de utilidade
SENAI-RJ – 15
Elementos de Máquinas – Uma Palavra Inicial
limitada que, finalmente, viram lixo, o qual se acumula nos aterros. Produzir, consumir e dispensar bens
desta forma, obviamente, não é sustentável.
Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, ser chamados de “lixo”) são absorvidos
e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resíduos deixados pelas indústrias não tem aproveitamento
para qualquer espécie de organismo vivo e, para alguns, pode até ser fatal. O meio ambiente pode
absorver resíduos, redistribuí-los e transformá-los. Mas, da mesma forma que a Terra possui uma
capacidade limitada de produzir recursos renováveis, sua capacidade de receber resíduos também é
restrita, e a de receber resíduos tóxicos praticamente não existe.
Ganha força, atualmente, a idéia de que as empresas devem ter procedimentos éticos que considerem
a preservação do ambiente como uma parte de sua missão. Isto quer dizer que se devem adotar práticas
que incluam tal preocupação, introduzindo processos que reduzam o uso de matérias-primas e energia,
diminuam os resíduos e impeçam a poluição.
Cada indústria tem suas próprias características. Mas já sabemos que a conservação de recursos é
importante. Deve haver crescente preocupação com a qualidade, durabilidade, possibilidade de conserto
e vida útil dos produtos.
As empresas precisam não só continuar reduzindo a poluição, como também buscar novas formas
de economizar energia, melhorar os efluentes, reduzir a poluição, o lixo, o uso de matérias-primas.
Reciclar e conservar energia são atitudes essenciais no mundo contemporâneo.
É difícil ter uma visão única que seja útil para todas as empresas. Cada uma enfrenta desafios diferentes
e pode se beneficiar de sua própria visão de futuro. Ao olhar para o futuro, nós (o público, as empresas, as
cidades e as nações) podemos decidir quais alternativas são mais desejáveis e trabalhar com elas.
Infelizmente, tanto os indivíduos quanto as instituições só mudarão as suas práticas quando acreditarem
que seu novo comportamento lhes trará benefícios – sejam estes financeiros, para sua reputação ou
para sua segurança.
A mudança nos hábitos não é uma coisa que possa ser imposta. Deve ser uma escolha de pessoas
bem-informadas a favor de bens e serviços sustentáveis. A tarefa é criar condições que melhorem a
capacidade de as pessoas escolherem, usarem e disporem de bens e serviços de forma sustentável.
Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefícios à saúde humana provocados
pela poluição do ar, dos rios e mares, assim como são inerentes aos processos produtivos alguns riscos
à saúde e segurança do trabalhador. Atualmente, acidente do trabalho é uma questão que preocupa os
empregadores, empregados e governantes, e as conseqüências acabam afetando a todos.
A redução do número de acidentes só será possível à medida que cada um – trabalhador, patrão e
governo – assuma, em todas as situações, atitudes preventivas, capazes de resguardar a segurança de
todos.
16 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Uma Palavra Inicial
Deve-se considerar, também, que cada indústria possui um sistema produtivo próprio, e, portanto, é
necessário analisá-lo em sua especificidade, para determinar seu impacto sobre o meio ambiente, sobre
a saúde e os riscos que o sistema oferece à segurança dos trabalhadores, propondo alternativas que
possam levar à melhoria de condições de vida para todos.
Da conscientização, partimos para a ação: cresce, cada vez mais, o número de países, empresas e
indivíduos que, já estando conscientizados acerca dessas questões, vêm desenvolvendo ações que
contribuem para proteger o meio ambiente e cuidar da nossa saúde. Mas, isso ainda não é suficiente...
faz-se preciso ampliar tais ações, e a educação é um valioso recurso que pode e deve ser usado em tal
direção. Assim, iniciamos este material conversando com você sobre o meio ambiente, saúde e segurança
no trabalho, lembrando que, no seu exercício profissional diário, você deve agir de forma harmoniosa
com o ambiente, zelando também pela segurança e saúde de todos no trabalho.
Tente responder à pergunta que inicia este texto: meio ambiente, a saúde e a segurança no trabalho
– o que é que eu tenho a ver com isso? Depois, é partir para a ação. Cada um de nós é responsável.
Vamos fazer a nossa parte?
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Elementos de fixação
Nesta Seção...
Roscas
Parafusos
Estojos
Chumbadores
Porcas
Arruelas
Anéis elásticos
Pinos
Chavetas
Rebites
Soldagem
Molas
Vamos praticar?
1
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Elementos de fixação
Todo mecanismo comporta um certo número de peças montadas umas sobre as outras. Algumas
dentre elas são fixas, outras são móveis.
C D E
fixo fixo
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Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
A B C D C A B
Para os dois casos, deve-se facilitar o movimento possível (deslizante ou rotativo) e impedir qualquer
outro movimento (imobilizar em rotação no primeiro caso e em translação no segundo caso).
A peça móvel, cujo movimento pode ser de rotação ou de translação, retorna por mola desde que a
força motriz cesse.
D B C A
móvel fixa
Observação
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Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Superfície plana
A superfície plana torna fácil a usinagem por fresagem ou aplainamento. As montagens obtidas
podem ser de ligação rígida ou semi-rígida, permanentes ou desmontáveis. O movimento possível pode
ser de rotação ou de translação (observe a figura).
A B
Superfície cilíndrica
Tratando-se de superfície cilíndrica, a usinagem, através do torno, é de fácil execução. O ajuste é
sensível e de grande precisão. As duas peças serão bem centradas uma em relação a outra (observe
a figura).
A B
Superfície cônica
Para se ajustarem, árvore e furo deverão ter a mesma conicidade, o que é de difícil obtenção. A
montagem cônica é, conseqüentemente, mais difícil que a montagem cilíndrica (observe a figura).
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Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Em compensação, se as duas peças estão bem ajustadas, a centragem é perfeita. No mais, as duas
peças, apertadas uma contra a outra, possibilitarão uma ligação por aderência.
A B
Superfície esférica
No que diz respeito à superfície esférica, sua execução, montagem e ajuste são difíceis, sendo seu
emprego bastante raro (observe a figura a seguir).
Superfície prismática
A montagem de um prisma sobre outro de mesma forma e de mesma secção assegura a imobilização
em rotação (observe a figura a seguir).
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Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Superfície helicoidal
O atarrachamento direto de uma peça roscada sobre um furo roscado realiza uma montagem por
superfícies helicoidais.
A usinagem é fácil, mas o ajuste é em geral imperfeito e a centragem, ruim (observe a figura a
seguir).
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Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
A ligação é dita “positiva”, caso ela exija a desmontagem ou a destruição do elemento de montagem
para separar as duas peças montadas. Exemplo: rebitagem a frio.
A C
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Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
A P A
F
F
P
P
B B
Como esta ligação não é positiva, corre-se o risco de deslizamento se o esforço de aderência P
diminui ou se o esforço lateral F aumenta e ultrapassa o valor P.f. O que não é inconveniente, pois
evita o risco de ruptura das peças.
Este meio de ligação é bastante utilizado em construções mecânicas, podendo a aderência ser
obtida por sistemas parafuso-porca, por parafuso etc., sobre superfícies planas, cilíndricas, cônicas,
etc., conforme figuras a seguir.
A A
B B A B
Roscas
Uma rosca é uma superfície cilíndrica sobre a qual se entalham ranhuras helicoidais que fazem
aparecer as saliências chamadas filetes.
A superfície cilíndrica sobre a qual se forma uma rosca pode ser uma haste cilíndrica ou um furo
cilíndrico (observe a figura a seguir).
Uma haste cilíndrica roscada é chamada de parafuso e um furo roscado é chamado de porca.
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Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
passo
• Forma do perfil – os filetes de rosca podem ser encontrados em cinco formatos diferentes:
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Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
30 o
45 o 10 o
80 o
30 o
• Sentido de aperto da rosca – uma rosca pode ser apertada girando o parafuso para o lado direito
ou para o lado esquerdo, em função de sua aplicação.
SENAI-RJ – 29
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Para satisfazer a esta necessidade de intercambialidade foi criada na década de 1950, pela
Organização Internacional de Normalização, uma norma internacional que rege a forma de construção
dos diversos tipos de roscas.
Esta normalização foi adotada pelo Brasil, na década de 1960, bem como pela maioria dos outros
países. Isto permite a intercambialidade entre peças de construção mecânica em esfera mundial.
Parafusos
Um parafuso é uma haste roscada com uma cabeça cuja forma permite o aperto do mesmo.
Segundo a natureza dos materiais das peças a fixar, distinguem-se os parafusos de metais e os
parafusos de madeira. Há um certo número de parafusos que são normalizados, mas há um grande
número de parafusos que não o são (os especiais), comumente utilizados.
Parafusos de montagem
Consideremos uma peça A que deseja-se tornar solidária a uma peça maciça B através de parafusos.
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Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
O furo da peça A será passante e com uma folga de 0,25 a 0,5mm em relação ao diâmetro nominal
do parafuso, já que este será centrado pela própria rosca quando aparafusado na peça B.
O aperto do parafuso se dá com uma deformação elástica do mesmo, não se fazendo necessário
um aperto enérgico, mas moderado a fim de que o limite elástico não seja ultrapassado.
Por outro lado, em caso de choques ou de vibração, evita-se o desaperto dos parafusos com um
dispositivo apropriado, o qual veremos mais adiante.
Parafusos normalizados
Os parafusos são identificados segundo a forma de suas cabeças.
• Parafusos de cabeça escareada (F/90), também podendo ter ainda a cabeça escareada e abaulada
(FB/90) (figura a seguir).
• Parafusos com sextavado interno, podendo apresentar a cabeça cilíndrica (CHc), ou a cabeça
escareada (FHc/90). Observe as figuras.
d d
l
l
i b
b 1=d
c 90 o 20 o
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Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Se a rosca do parafuso for de passo fino, deve-se indicar o mesmo ao lado da indicação da rosca
(figura a seguir).
tipo de rosca
∅ nominal da rosca
passo da rosca (fina)
tipo de parafuso comprimento útil
CHc M8 × 1 × 30
{
{
{
Se o sentido da rosca for à esquerda, deve-se indicar com a inclusão das letras Re, ao lado da
indicação da rosca (figura a seguir).
∅ nominal da rosca
tipo de rosca indicação rosca esquerda
tipo de parafuso comprimento útil
CHc M8Re × 30
{
{
{
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Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Parafusos especiais
Há ainda um grande número de parafusos que são utilizados com uma freqüência bem menor na
indústria mecânica, e por isso são denominados parafusos especiais, tais como: parafuso de cabeça com
fenda estrelada e parafuso com fenda cruzada, conforme figuras a seguir.
Parafusos de pressão
Neste caso é mais freqüente o parafuso ser aparafusado na peça A (figuras a seguir) e sua
extremidade apóia-se sobre a peça B, daí a ligação por aderência entre B e a parte inferior de A.
B
B
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Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Algumas vezes a extremidade do parafuso penetra na peça a fixar; há neste caso aderência e
travamento.
Esta é feita de forma idêntica aos parafusos de montagem, diferenciando-se apenas na simbologia
que diz respeito à extremidade do parafuso, sendo a forma da cabeça dos parafusos de pressão similar
às formas de cabeça dos parafusos de montagem, com diferença apenas em suas dimensões, conforme
figuras a seguir.
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Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
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Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
• Ponta plana, com chanfro, como nos parafusos de montagem. Há o risco de esmagamento dos
filetes da extremidade (figura a seguir).
• Ponta cônica que penetra em um furo da mesma forma, fazendo travamento e pressão (figura a
seguir).
• Ponta com furo de centro, que se aplica sobre uma circunferência, com forte pressão. Corre-se
o risco de deteriorar a peça apertada. Extremidade freqüentemente temperada (figura a seguir).
• Ponta cilíndrica, parte não roscada de diâmetro inferior ao corpo do parafuso, usado para apoiar
ou para penetração. Pode ser curta ou longa (figuras a seguir).
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Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
• Hm M10 x 60 ponta plana – parafuso de cabeça sextavada reduzida, rosca ISO de diâmetro
nominal 10mm, comprimento útil 60mm e ponta plana (também encontrado sem indicação do tipo de
ponta).
• Hc M6 x 25 ponta cilíndrica longa – parafuso sem cabeça com sextavado interno, rosca ISO de
diâmetro nominal 6mm, comprimento útil 25mm e ponta cilíndrica longa.
• Cm M5 x 20 ponta com furo de centro – parafuso de cabeça cilíndrica estreita, rosca ISO de
diâmetro nominal 5mm, comprimento útil 20mm e ponta com furo de centro.
• Qm M8 x 15 ponta cilíndrica curta – parafuso de cabeça quadrada reduzida, rosca métrica ISO
de diâmetro nominal 8mm, comprimento útil 15mm e ponta cilíndrica curta.
• M12 x 30 – parafuso sem cabeça com fenda, rosca ISO de diâmetro nominal 12mm, comprimento
útil 30mm e ponta plana.
Neste caso o corpo do parafuso atravessa livremente as duas peças que, aparafusadas pela porca,
se encontram fixadas entre a cabeça do parafuso e a porca. O que resulta, entre A e B, numa força de
aderência que será suficiente para a ligação das duas peças.
A d
5
l
d1
B
Neste tipo de construção há o empecilho de, no momento do aperto, o corpo do parafuso girar
em conjunto com a porca.
Para se obter um aperto enérgico, é necessário um dispositivo que se oponha a esta rotação.
Para isso a cabeça dos parafusos deve ter:
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Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
b) Uma “unha” colocada sob a cabeça, desde que haja uma forma de revolução (cilíndrica, esférica,
ou cônica). A unha é forjada bruta desde que o corpo do parafuso também o seja (figuras a seguir).
60 o
Ou ainda pode ser usinada e prensada em um furo feito sob a cabeça do parafuso, desde que o
corpo do parafuso seja usinado (figuras a seguir).
A unha se aloja em um furo com um rasgo, feito sobre uma das peças a fixar (observe a última figura).
A imobilização em rotação dos parafusos de cabeça cilíndrica pode igualmente ser obtida pelo apoio
de uma parte usinada da cabeça contra um ressalto, ou ainda, através de unha (figuras a seguir).
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Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Estes parafusos são normalizados de maneira semelhante aos tipos descritos anteriormente:
Estojos
Quando uma peça A deve ser fixada a uma peça maciça B que não pode ser atravessada por um
parafuso de construção mecânica, utiliza-se o estojo, soldado ou aparafusado em B (figuras a seguir).
Os estojos devem ser aparafusados até ficarem travados pela peça B, a fim de que não haja o
desaperto do estojo quando da retirada da porca.
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Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Após desmontada a porca, o estojo bascula, o que permite a desmontagem da peça, sem que seja
necessária a retirada por completo da porca.
Chumbadores
São utilizados para fixar uma máquina sobre uma fundação maciça. O corpo e a cabeça são imersos
no concreto, e suas formas são feitas com intuito de que se consiga uma boa fixação após a secagem do
cimento. São exemplos de formas: chumbador “rabo de peixe” e chumbador de olhal (figuras a seguir).
A
A
Porcas
As porcas são elementos de fixação que são aparafusadas e se apóiam sobre uma das peças a
fixar. A superfície de apoio é geralmente plana, podendo ser eventualmente esférica.
A forma exterior da porca é feita de maneira a permitir o encaixe de uma chave de aperto (forma
prismática, forma circular com ranhura etc.).
40 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Porcas normalizadas
Para todos os parafusos aplicados a metais, o normal é utilizar a porca hexagonal H com as
mesmas dimensões que a cabeça do parafuso H e com altura igual a 0,8d.
Pode-se utilizar ainda uma porca com a altura maior (Hh), caso o esforço solicitante seja muito grande.
Ou ainda uma porca cuja altura seja menor (Hm), comumente utilizada como contra-porca.
A porca hexagonal pode ter também uma base aumentando a superfície de contato.
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Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
E por fim há ainda a porca hexagonal cega, destinada a proteger a extremidade do parafuso
Porcas especiais
São inúmeras as porcas especiais. A seguir veremos apenas três exemplos desses tipos de porcas:
porcas cilíndricas (duas primeiras figuras) e porcas entalhadas (última figura).
42 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Arruelas
Uma arruela é um disco plano que se interpõe entre a porca e a peça a fixar, visando aumentar
a superfície de apoio e reduzir a pressão de contato.
Por outro lado, o uso de uma arruela evita o atrito entre a porca e a superfície da peça; a
rotação efetua-se entre a porca e a arruela.
As arruelas podem executar outras funções, como: batentes, frenagem de porcas etc.
As arruelas planas podem ter quatro diâmetros para um mesmo parafuso usado (figura a seguir).
LL
L
M MU
Z
Por outro lado, existem as arruelas fendadas que permitem uma desmontagem lateral, sem que para
isso seja necessário retirar a porca (figura a seguir).
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Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Arruelas elásticas
Seu objetivo é evitar o desaperto do parafuso em relação à porca sob o efeito dos choques e
vibrações. As mais utilizadas são:
Arruela de pressão
Esta é uma mola com somente uma espira e secção quadrada. Tem corte oblíquo, feito nas arestas,
de forma a se encaixarem quando apertada (figura a seguir).
São arruelas que possuem pequenas lingüetas que se rebaixam elasticamente quando há o aperto da
porca. O serrilhado pode ser externo, interno ou duplo, e a arruela é plana ou cônica (figuras a seguir).
Arruelas cônicas
São arruelas elásticas de forma cônica, podem ser lisas ou estriadas, conforme figuras a seguir.
44 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Anéis elásticos
Seu objetivo é fazer a imobilização em translação de peças fixas ou rotativas.
Os anéis elásticos podem ser montados alojados em um rasgo na árvore, anel elástico externo; ou no
interior do furo da peça rotativa, anel elástico interno (figuras a seguir).
A A
C C
A B
A B A
Pinos
Um pino é um tarugo de metal destinado a tornar duas peças solidárias uma à outra, em rotação ou
em translação, atravessando-as. Ele realiza, portanto, uma ligação por obstáculo (figura a seguir).
A B
O pino deve se manter no alojamento e suportar o esforço transmitido de A para B, porém, sendo
sua seção frágil, ele não pode suportar um esforço excessivo.
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Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Pinos normalizados
É aquele que, introduzido em um furo do mesmo formato (conicidade 2%), se mantém no lugar por
aperto (figura anterior).
Contrapino (V)
Trata-se de pino feito de um arame semicircular curvado sobre si próprio, formando um olhal em
uma das extremidades (figura a seguir).
Pinos especiais
Pinos ranhurados
São pinos cilíndricos com três ranhuras longitudinais obtidas pelo entalhamento do metal (figura a
seguir). Introduzido em um furo cilíndrico, este pino se mantém no lugar por deformação elástica.
seção
46 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Estes pinos podem ter inúmeras variações: ranhura em uma ou nas duas extremidades, ou ainda
uma ranhura central, como mostram as figuras a seguir.
Pinos elásticos
Estes são obtidos pela calandragem de uma chapa metálica de grande resistência, tendo um chanfro
em uma das extremidades para facilitar a montagem (figura a seguir).
B C
Esses pinos são alojados em um furo cilíndrico, de diâmetro ligeiramente inferior, e se mantêm no
lugar por deformação elástica, sendo de baixo custo e bastante resistentes ao cisalhamento.
Chavetas
Uma chaveta é uma pequena peça em forma de cunha, forçada entre dois órgãos com o objetivo de
torná-los solidários um ao outro (figura a seguir).
F
F1
F2
F3
A B C
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Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
De acordo com a função, elas são classificadas como: chavetas transversais, colocadas
perpendicularmente ao eixo das peças montadas, e transpassando-as (figura anterior); chavetas longitudinais,
colocadas paralelamente ao eixo central das peças, e forçada entre elas; e chavetas tangenciais, colocadas
perpendicularmente ao eixo central das peças e forçada entre elas (figuras a seguir).
F C A
F1
F1 B
F2
F2 F1
C
A B
Chavetas transversais
Como mostra a ilustração da chaveta (primeira figura apresentada neste tópico), as duas peças a
montar A e B são encaixadas uma na outra
Utilizando a montagem cônica ou cilíndrica, a chaveta atravessa as duas peças, fixa-se apoiada em
uma peça e força a outra em um sentido contrário ao de desmontagem. Esta é uma ligação por obstáculo,
e a chaveta suporta um esforço de cisalhamento se a montagem transmite um esforço axial ou radial.
Chavetas longitudinais
As chavetas longitudinais têm por objetivo assegurar a ligação em rotação de rodas, polias, volantes
etc., com as árvores sobre as quais estão montadas, determinando assim a transmissão de um movimento
radial (segunda figura apresentada).
Este é um enchavetamento livre, no qual as peças montadas são solidárias somente em rotação. Elas
podem deslizar uma sobre a outra, ou também solidárias em translação por outro meio.
Enchavetamento forçado
Utilizam-se as chavetas inclinadas, onde a face superior apresenta uma inclinação de 1% em relação
à face inferior.
48 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
A corte AA
C
A B
Para a transmissão de pequenos esforços, pode-se utilizar uma chaveta com cabeça de dimensões
reduzidas, que se aloja em um rebaixamento feito na árvore (figura a seguir).
A corte AA
C
A B
Suas extremidades são arredondadas. A chaveta é prensada em um rasgo na árvore. A roda deslizará
sobre a árvore e o furo da roda é forçado sobre a chaveta.
A B
Essa chaveta permite uma ligação maior das peças a montar, mas apresenta o inconveniente de
descentrar ligeiramente a árvore em relação ao furo da roda (figura a seguir).
d2
d1
o1
o2
SENAI-RJ – 49
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Enchavetamento livre
Utilizam-se as chavetas paralelas, ou seja, sua face superior é paralela à face inferior.
O fundo do rasgo na árvore é paralelo ao eixo central, assim como o rasgo do furo da roda.
Este tipo de enchavetamento é feito somente para ligações em rotação, por obstáculo, e a chaveta é
submetida a um esforço de cisalhamento, ao qual sua forte seção resiste bem.
A transmissão da rotação se efetua através das faces laterais da chaveta, que são ajustadas lateralmente
com os rasgos. Porém, é recomendável que haja uma folga grande entre a chaveta e o rasgo da roda,
para facilitar a montagem.
Podem ser de extremidades arredondadas ou planas. No primeiro caso o rasgo da árvore é feito com
uma fresa de topo (terceira figura a seguir), e a chaveta é prensada neste rasgo.
A C B A B
No segundo caso, o rasgo da árvore é usinado com uma fresa circular (figura a seguir), e a chaveta
desliza sobre o rasgo.
D D
a
50 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
São chavetas de extremidades arredondadas, fixadas na árvore por parafusos. Há ainda, no centro,
um furo roscado com o mesmo diâmetro do parafuso (Seção AA) para a desmontagem.
curso
Seção AA
Enchavetamento tangencial
A chaveta utilizada neste caso é cilíndrica, e após sua execução é feita uma fresagem oblíqua (figura
a seguir). A árvore é igualmente usinada e a roda tem um furo cilíndrico ortogonal ao furo central, e de
mesmo diâmetro que a chaveta.
A chaveta é forçada e posicionada entre a árvore e a roda, fazendo assim uma ligação completa
entre as duas peças, ou seja, por obstáculo e por aderência.
A chaveta tem sua extremidade roscada, o que permite a fixação através de uma porca.
elipse
seção A
A A
SENAI-RJ – 51
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Rebites
Um rebite é uma haste cilíndrica com uma cabeça, cuja extremidade é comprimida, após sua
colocação, formando uma segunda cabeça. Temos, assim, a rebitagem.
contra
s
batedor
d
15d
Neste caso os rebites não podem ser desmontados. Para facilitar a rebitagem, o metal deverá ser
bastante maleável: utiliza-se comumente o aço doce, o aço extra-doce, o cobre, o latão, o alumínio e o
duralumínio.
São os mais usados, mas existem ainda os rebites de cabeça redonda com dimensões ampliadas
(Ra), com um anel sob a cabeça (Rb), e com dimensões reduzidas (Rm).
R Rb
Neste rebites, o ângulo pode ser 90º, 60º ou 120º (F/90, F/60, F/120).
52 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
A rebitagem pode assumir a mesma forma que as cabeças, ou então ser diferente desta.
0,5d
Todos os rebites vistos anteriormente podem ter igualmente um furo em seu corpo, o que facilita a
formação da rebitagem.
SENAI-RJ – 53
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Encontram-se também no comércio inúmeros outros tipos de rebites, assim como os rebites ocos,
facilmente rebitados a frio ou ainda os rebites que permitem a formação de rebitagem em uma face
inacessível (figuras a seguir).
rebite LGC
Os rebites são comumente utilizados para montagem de vigas em estruturas metálicas e de chapas
em calderaria.
Soldagem
A soldagem consiste na ligação direta entre duas peças, seja por fusão local e interpenetração dos
elementos ligados, seja por meio de um metal ou liga que faça a união entre as duas peças.
Soldabilidade
A facilidade de soldar depende de inúmeros fatores, tais como os descritos a seguir.
Condições físicas
Estão relacionados à temperatura de fusão, dilatação e condutibilidade térmica e elétrica dos materiais
a soldar.
Condições químicas
Dizem respeito à existência ou não de camada de óxido refratário, oxidação maior ou menor segundo
a temperatura de soldagem etc.
Condições metalúrgicas
54 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Classificação
A soldagem pode ser classificada segundo critérios a seguir descritos.
Materiais soldáveis
A seguir, estão listados os materiais soldáveis e suas características.
Materiais ferrosos
A soldabilidade é tanto melhor quanto menor o teor de carbono. A presença de enxofre e de fósforo
deve ser evitada.
Soldar o cobre é difícil devido à sua grande condutividade térmica, à presença de óxidos livres sobre
o cobre e à oxidação rápida do cobre a altas temperaturas. É possível soldar somente o cobre isento de
oxigênio, latão e bronze.
Esta é uma soldagem difícil devido à camada de alumina que recobre o metal, a qual é necessário eliminar.
Processos de soldagem
Os processos de soldagem utilizados são inúmeros e bastante complexos. Veremos adiante algumas
noções rápidas destes processos.
SENAI-RJ – 55
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
As peças a montar, de aço doce, são aquecidas e em seguida pressionadas uma contra a outra, por
choque ou por pressão. Trata-se de procedimento lento e pouco utilizado.
As chapas a montar são pressionadas uma contra a outra entre dois eletrodos cilíndricos, nos quais
se faz passar uma corrente. Há aí o aquecimento e a ligação, pois as peças estão pressionadas uma
contra a outra para assegurar a interpenetração (figura a seguir).
eletrodo ponto de
solda
Soldagem contínua
O processo anterior só permite uma soldagem ponto a ponto, porém utilizando-se roletes obtém-se
uma linha contínua de soldagem (figura a seguir).
recartilha
Soldagem a maçarico
A fusão das bordas das peças a montar e da vareta de metal de deposição é obtida através do calor
produzido pela combustão de um gás (acetileno, hidrogênio, butano) com o oxigênio, na saída de um
maçarico (figura a seguir).
56 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
ar
acetileno
bico
Esta técnica se aplica a todos os metais e ligas soldáveis, com metal de deposição de mesma
natureza que as peças a unir.
O calor necessário à fusão das bordas das peças a montar e da vareta de metal de deposição é
fornecido através de um arco elétrico. Este é formado entre a vareta (um eletrodo) e as peças (o outro
eletrodo), conforme pode ser visto na figura a seguir.
pinça
eletrodo revestido
Esta soldagem pode se efetuar sobre uma atmosfera neutra (argônio, hélio), a fim de evitar a
oxidação do metal devido à alta temperatura. Por outro lado, o argônio facilita a formação do arco
elétrico (figura a seguir).
argônio
eletrodo
arco
2 a 3mm
Brasagem
Ligação realizada por um metal ou uma liga de deposição diferente dos materiais a montar. A
temperatura de fusão da solda é inferior àquela dos metais a soldar.
SENAI-RJ – 57
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Brasagens utilizadas
Vantagens
Refere-se à montagem usada como recobrimento, estando as bordas planas ou rebatidas (figuras A e
B), para recobrimento de chapas (figura C), para cobre-junta simples (figura D) ou dupla (figura E).
A solda pode ser obtida por fusão, a arco ou a chama, ou ponto a ponto, por passagem de corrente
elétrica. Nesses casos, a montagem será sempre um recobrimento ou ainda um cobre-junta.
C D E
Os pontos de solda podem estar dispostos sobre uma só linha (figura A), ou sobre duas linhas em
carreira (figura B) ou defasados (figura C). A última figura (D) indica as várias disposições das chapas.
58 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
l
∅d
l l p1
∅d
p
A B C
Montagens em ângulos
De acordo com as figuras a seguir a solda pode ser exterior, inferior ou dupla. O cordão de solda
pode ser contínuo, descontínuo com elementos em oposição ou alternados.
α ≥ 60°
α
α
A B C D
A
α ≥ 60° α α
α α
α
A
D
B B C
Solda sobre bordas retas, para chapas finas, com chanfro simples ou em U para chapas médias, e
com chanfro duplo ou duplo U para chapas espessas, como mostra a figura a seguir.
A B C D E F
SENAI-RJ – 59
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Solda com um só lado (figuras anteriores A, C e F), ou com repetição no lado oposto (figuras
anteriores B, D e E).
Solda em ângulo: cordão de solda com seção triangular, côncava ou convexa (figura a seguir).
a
A B C
e
e 10 15 20 25 30 40 50
a 3 4 5 5,5 6 7 7,5
Aplicações
Para a fabricação de peças brutas, a soldagem se aplica a dois casos:
• fabricação de um pequeno número de peças, que não justifique a utilização de modelos (moldagem)
ou de matrizes (forjamento); e
• obtenção de peças brutas de todas as dimensões e em todas as indústrias: estruturas carters etc.
• montagem de chapas e perfis, em substituição à rebitagem, em todas as indústrias: serralharia,
caldeiraria, carroceria de automóveis, construção marítima e aeronáutica etc.
60 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Elementos a montar
Deve-se reduzir seu número e sua preparação, procurar formas simples, fáceis de trabalhar, utilizando,
de preferência, os perfis, tubos e chapas comerciais, eventualmente os elementos forjados e usinados
(figuras a seguir).
Soldas
Elas devem estar acessíveis, não estar sujeitas a grandes esforços ou a choques e devem ser em
número e comprimento reduzidos.
Deformações e contrações
O aquecimento brutal e local das peças a montar determina uma forte dilatação e uma diminuição da
resistência mecânica da zona aquecida.
O restante das peças está frio e rígido e dificulta a dilatação e a contração da parte aquecida. Isto
gera os acúmulos de tensão, as deformações permanentes, as fissuras e por vezes a ruptura.
Para reduzir estes inconvenientes, utilizam-se as soldas simétricas (em X ou duplo U ), fazendo as
linhas de solda sobre os eixos de simetria.
Molas
Conceito e classificação
As molas são dispositivos utilizados para impulsionar ou amortecer peças num conjunto mecânico.
Existem diversos tipos, porém as helicoidais são as mais empregadas. Essas classificam-se em: de
tração e de compressão.
SENAI-RJ – 61
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
d d
m
De
Dm
De
Di
Lo
Lo
Hélice cilíndrica de
seção retangular
δ
p e
Nas molas de tração como nas de compressão, são especificados no desenho os seguintes elementos:
Torção
l M
62 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
As informações anteriores supõem, em cada caso, que a carga seja axial, induzindo uma tensão
torcinal nas molas. A mola de torção é aquela que oferece resistência a um momento tendente a
enrolá-la mais ainda. Um exemplo é o da mola do sistema Bendix do motor de partida dos automóveis.
Flexão
As mais usadas são as espirais e normalmente são utilizadas em portas de enrolar, recuo da máquina
de furar etc.
Prato
É formada por uma pilha de arruelas denominadas Belleville e montadas com concavidades
convenientemente dispostas.
1 2
3 4
Características e aplicações
As molas, elementos de máquinas comuns e de grande importância, são empregadas para diversos
objetivos:
• absorver energia de cargas subitamente aplicadas, como no caso das molas de suspensão de
automóveis e do material rodante ferroviário;
SENAI-RJ – 63
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
• amortecer vibrações.
Nas figuras são mostrados alguns tipos de molas helicoidais de compressão, ilustrando quatro métodos
de acabamento das extremidades.
A B C D
Forma das
Extremidades abertas Extremidades fechadas Extremidades abertas Extremidades fechadas
extremidades
não esmerilhadas não esmerilhadas esmerilhadas esmerilhadas
Representação
Nos países de sistema métrico, o diâmetro do arame varia, em geral de 0,1mm em 0,1mm até 1mm,
em seguida de 0,2mm em 0,2mm até 2mm, depois de 0,5mm em 0,5mm até 10mm e daí por diante,
em valores inteiros de milímetro.
A altura da mola fechada é seu comprimento total quando a mola é comprimida até que se toquem
entre si todas as espiras adjacentes.
O comprimento da mola quando livre é seu comprimento quando nenhuma carga atua sobre ela.
64 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Em qualquer caso, quando uma ou mais variáveis devem ter seus valores arbitrados, o projetista
deverá fazer várias tentativas e, então, escolher a solução que lhe parecer melhor.
Em geral, os aços de mola são de alto teor de carbono (usualmente mais do que 0,5%C), tratados
termicamente e trabalhados a frio para um alto limite elástico. Um grande limite elástico é importante
para as molas a fim de permitir uma grande deflexão obedecendo à lei de Hooke. As molas helicoidais
são enroladas a frio, até o diâmetro de arame de, aproximadamente, 1/2 pol. (12,7mm), e a quente
quando o diâmetro do arame ultrapassar o valor acima citado. O material pode ser tratado termicamente
antes de enrolar (nos pequenos diâmetros) ou depois da mola enrolada. Quando o arame tratado
termicamente é enrolado a frio, devem ser aliviadas as tensões depois do enrolamento mediante
aquecimento à temperatura aproximada de 260 graus centígrados (500 graus Fahrenheit) durante 15 a
60 minutos, conforme as dimensões da mola.
(ASTM A227-47) – é um material de baixo custo, que pode ser obtido em tamanhos de 0,035 pol. a
9/16 pol., indicado quando as tensões são baixas e as condições de serviço não são severas. É enrolado
a frio e não é temperado ou revenido. Seu teor de carbono varia de 0,60 a 0,71. Os defeitos de
superfície são mais prováveis neste material do que nos de melhor qualidade.
(ASTM A228-48) – é estirado a frio (80% de redução) e feito de aço de alto teor de carbono,
apresentando uma excelente superfície, com teor de carbono variando de 0,7% a 1%. É enrolado a frio.
Comercialmente pode ser obtido em tamanhos variando de 0,004pol. a 0,156pol. É o melhor material
existente para tamanhos inferiores a 1/8 pol.
(ASTM A229-51) – é estirado a frio para o diâmetro desejado (redução de 50% a 70%) e, então,
temperado e revenido. Esse material é usualmente enrolado a frio e, depois, aliviado de tensões. Sua
superfície poderá não ser a melhor.
(ASTM A230-47) – é um arame de alta qualidade, temperado em óleo e com excelente estado de
superfície. É usado para condições de serviço severas.
SENAI-RJ – 65
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Usualmente em arames de diâmetro acima de 3/8 a 1/2 pol., as molas são fabricadas seja em aço-
carbono seja em aço especial, temperadas e revenidas depois de enroladas. Se o material original for
estirado a quente, a superfície ficará descarbonetada até certa profundidade e o módulo aparente de
elasticidade será um pouco mais baixo. Se o custo puder ser coberto, a superfície descarbonetada pode
ser removida por meio de esmerilhamento sem centro.
Arame recozido
É algumas vezes usado por motivos particulares e a mola é tratada termicamente depois de enrolada.
Molas de tração
Estas molas são, em geral, enroladas com as espiras tocando-se entre si e a tensão inicial é criada
pela força a aplicar na mola quando as espiras estão a ponto de se separarem.
O ponto fraco das molas de tração é, em geral, o ponto em que a espira é dobrada para fazer a alça.
No caso de a carga ser de fadiga, o raio de curvatura das extremidades dobradas deve ser tão grande
quanto possível. Além do efeito de concentração de tensões, o ponto de dobramento fica sujeito a
esforços de torção e flexão, sendo o momento fletor aproximadamente igual ao de torção.
P d
A
De
66 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Molas em lâminas
As molas em lâmina podem apresentar-se como vigas em balanço.
l
l
h
F
F1 f1 f
F f2
Feixe de molas
Se as molas planas de resistência uniforme forem divididas, como está indicado pelas linhas pontilhadas
da figura acima, obtêm-se os mesmos esforços de tensão e deflexão, considerando-se que os efeitos
do atrito sejam desprezados.
Obtêm-se, assim, um feixe de molas em lâminas, com todas as lâminas da mesma espessura.
Os materiais usados são praticamente os mesmos utilizados nas molas helicoidais de arames
laminados a quente, principalmente os SAE 1095, 6150-60, 9 250-60.
Mola anelar
Tem a forma de um anel e é usada em vedadores de óleo etc.
Mola motriz
Lâmina fina, enrolada em espiral fixa na extremidade interna, usada como fonte de energia para
movimentar brinquedos, relógios, porta-escova de motores elétricos etc.
SENAI-RJ – 67
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Mola Belleville
É um disco cônico com um furo central, usada para grandes cargas, em condições de espaço e
deflexão limitadas, e quando uma curva carga-deflexões não retilínea for vantajosa.
1 2
3 4
Mola voluta
Formada de uma lâmina relativamente larga, enrolada segundo uma hélice cônica (tronco de cone)
com superposição das espiras. É usada quando são exigidas peças muito compactas e características de
amortecimento, pelo atrito entre as espiras, e de valor crescente da constante da mola.
Mola de borracha
Apresentam-se em variadas formas. Comumente usadas em montagens para isolar vibrações,
possuem alta capacidade de armazenar energia por unidade de volume e trabalham bem à compressão
e ao cisalhamento. Outros materiais são empregados com a mesma finalidade, inclusive o ar.
68 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Concluindo, em muitos casos, como no projeto de molas delicadas para instrumentos de precisão,
os problemas incomuns que surgem exigirão conhecimento especializado. Se um certo tipo de mola
deve ser produzido em quantidade, protótipos devem ser construídos e testados para se ter a certeza
de que as características desejadas foram, de fato, alcançadas.
Para as molas sujeitas à fadiga, o fator mais importante a considerar é o estado da superfície. Deve-
se notar que uma contusão acidental, em uma mola tensionada, será certamente causa de uma falha
depois.
SENAI-RJ – 69
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Vamos praticar?
( ) Todo mecanismo comporta um certo número de peças montadas umas sobre as outras,
algumas são fixas e outras são móveis.
( ) Dois fatores que influem nas montagens em construções mecânicas são a natureza da ligação e
a forma das peças.
( ) A natureza da ligação pode ser: ligação completa, ligação incompleta e ligação elástica.
( ) As montagens podem ser diretas ou por intermédio do órgão de ligação, e as ligações podem ser
permanentes ou desmontáveis.
( ) A forma das peças pode ser: plana, cilíndrica, cônica, esférica, prismática e helicoidal.
( ) A influência do meio de ligação utilizado é dividida em duas categorias: ligação por obstáculo e
ligação por aderência.
70 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
c) FB/90 ( ) parafuso de cabeça sextavada com rosca métrica ISO de diâmetro nominal
8mm e comprimento útil 60mm
h) CB ( ) parafuso de cabeça cilíndrica com fenda, rosca métrica ISO de diâmetro nominal
6mm, passo fino 0,15mm e comprimento útil 30mm
SENAI-RJ – 71
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
m) C M6 x 0,75 x 30
n) F/90 M5Re x 25
b) Quando se deseja obter uma ligação por aderência entre duas peças utilizando parafusos de
pressão, pode ser utilizada ponta _____________________ ou ponta ______________.
c) Quando se deseja imobilizar uma das peças em rotação, o tipo de ponta utilizada será
__________________.
a) Utilizando parafusos para construções mecânicas, é feita uma ligação por ______________ entre
as duas peças.
72 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
c) A cabeça dos parafusos para construção mecânica deve ter sua forma _______________
ou de ________________ com uma unha sob a cabeça, para facilitar o aperto final.
b) Para peças metálicas, o mais comum é utilizar as porcas ________________________ que têm
o símbolo _____________________________.
11. Faça a correlação entre os símbolos, da coluna à direita, e suas descrições, na coluna à esquerda.
a) Hm ( ) porca quadrada
b) Q ( ) porca hexagonal
12. Leia as afirmativas abaixo e entre os parênteses coloque um C para as corretas e um I para as
incorretas.
( ) Uma arruela é um disco plano que se interpõe entre a porca e a peça a fixar, aumentando a
superfície de apoio e reduzindo a pressão de contato.
SENAI-RJ – 73
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
( ) Uma arruela também faz com que haja um maior atrito entre a porca e a superfície da
peça.
( ) As arruelas planas podem ter cinco diâmetros diferentes para um mesmo parafuso.
( ) As arruelas elásticas têm como objetivo evitar a separação dos filetes do parafuso em relação
à porca.
( ) A arruela de pressão é uma mola com somente uma espira e seção retangular.
( ) As arruelas com serrilhado podem ter o serrilhado externo, interno ou ainda duplo.
( ) Os anéis elásticos têm como objetivo fazer a imobilização em translação de uma peça.
d) Por ter sua seção frágil, os pinos não podem suportar mais que um esforço ______________.
14. Nas afirmativas abaixo, coloque um X entre parênteses das que forem corretas.
( ) Um pino cônico deve ser introduzido em um furo também cônico, e se mantém no lugar por
deformação elástica.
( ) Os pinos ranhurados devem ser introduzidos em um furo cilíndrico, e se mantém no lugar por
deformação plástica.
( ) Um pino elástico deve ser introduzido em um furo cilíndrico de diâmetro ligeiramente inferior,
e se mantém no lugar por deformação elástica.
74 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
( ) Chaveta é uma pequena peça em forma de cunha, forçada entre dois órgãos, com o objetivo
de torná-los solidários.
( ) As chavetas longitudinais são montadas paralelamente ao eixo central das peças, e forçada entre elas.
( ) As chavetas transversais suportam um esforço de cisalhamento e fazem uma ligação por aderência.
( ) Um enchavetamento forçado utiliza chavetas cuja face superior tem uma inclinação de 1% em
relação à face inferior.
17. Indique entre os parênteses um C quando a afirmativa for correta e um I quando for incorreta.
( ) Um rebite é uma haste cilíndrica com uma cabeça, e cuja extremidade é comprimida,
formando uma nova cabeça rebitada.
SENAI-RJ – 75
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
( ) Os rebites, assim como os parafusos, podem ser desmontados e remontados inúmeras vezes.
( ) Para facilitar a rebitagem, o material do rebite deverá ser um metal bastante maleável.
( ) As formas mais comuns de rebites são os de cabeça redonda, cabeça sextavada, cabeça
escareada e cabeça cilíndrica com fenda.
CORRENTE PASSAGEM UM
76 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação
Em montagens com solda, os principais pontos a serem observados são: a posição das peças, podendo
ser uma montagem ________________________ a _________________________ ou uma mon-
tagem em __________________; a preparação das bordas, que podem ser _________________
para chapas finas, com ____________________ simples ou em U para chapas médias, ou ainda com
chanfro duplo ou em duplo U para chapas ____________________; e por fim a forma da solda, que
pode ser com __________________________ só lado ou com ________________________ no
lado ____________________ e solda em _________________________.
( ) É essencial para uma boa soldagem: determinar a forma, a preparação dos elementos, a ordem
de execução, os acessos, a redução das deformações e dos contornos.
( ) As soldas devem ser em número e comprimento reduzidos, além de estar acessíveis, e não
estar sujeitas a grandes esforços ou a choques.
SENAI-RJ – 77
Mancais de
deslizamento e de
rolamento
Nesta Seção...
Guias
Descrição
Condições de funcionamento
Guias de deslizamento
Mancais de deslizamento
Mancais de rolamento
Vamos praticar?
2
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Guias
Descrição
A guia do movimento relativo de duas peças móveis, montadas em certa posição e sujeitas a
esforços, consiste na manutenção desta posição durante o movimento.
Estes são elementos dos mais comuns em todas as máquinas, e sua importância é fundamental
para o bom funcionamento mecânico.
Guia de translação
A figura que segue representa o esquema de uma bomba de pistão. A manivela AO entra em
rotação através de um motor e comanda a haste BC do pistão. Por intermédio da biela AB, o esforço
motor é transmitido para a biela no sentido de rotação anti-horário, segundo a direção AB, portanto em
uma direção oblíqua em relação a BC. Isto resulta em um esforço F2, dirigido para baixo que tende a
fletir a haste AB do pistão. Para evitar esta flexão, coloca-se uma articulação B de maneira que seu
movimento seja retilíneo na direção BC, através da inclusão das corrediças D e E.
D E
A
C F1 B
F2
F
SENAI-RJ – 81
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
A corrediça será simples se a manivela girar sempre no mesmo sentido (figura seguinte).
A corrediça será dupla se a manivela estiver sujeita a girar nos dois sentidos, pois a força F2 muda
de sentido quando o movimento de rotação inverte.
Guia de rotação
As figuras a seguir representam o esquema de um eixo 00', sobre o qual está fixa uma manivela em
rotação através de um motor, sendo que a manivela recebe em A a reação do esforço F’ da haste.
Para equilibrar os esforços e manter o eixo em rotação será necessário prever guias ou mancais
conforme M e N para que absorvam estes esforços.
Os mancais serão dispostos do mesmo lado, no caso da manivela (primeira figura ), ou dispostos de
dois lados, no caso de um virabrequim (segunda figura).
motor A F’ F’ A motor
N M M N
o’ o’ o
Cm Cm
Condições de funcionamento
Nas condições de funcionamento, três aspectos são relevantes.
A escolha da forma e das dimensões da peça móvel e de suas guias deve ser feita de forma a
permitir o movimento considerado, segundo uma trajetória e uma amplitude bem definida.
82 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
O movimento deve ser previsto de forma que as resistências do movimento absorvam pequena
parte da energia do sistema motriz, cuja redução do atrito poderá ser feita através de lubrificação.
A peça móvel e suas guias devem ser previstas de modo que impeçam o movimento em outras
direções que não sejam a do deslocamento considerado, e impeçam outros esforços sobre a peça
móvel que não sejam os considerados para o movimento da peça.
• guias de deslizamento;
• mancais de deslizamento; e
• mancais de rolamento.
Guias de deslizamento
Quando uma superfície plana desliza sobre outra em translação, temos as guias que passaremos a
classificar basicamente de guias de deslizamento. É o caso, por exemplo, da mesa de uma fresa que
desliza sobre as guias.
Nas figuras que seguem são mostrados alguns exemplos de aplicação das guias de deslizamento.
C A D A A
F2
F3 F1
R1 R2 R3
B B B
SENAI-RJ – 83
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
A A A
B C
B B
A C A B
Mancais de deslizamento
Quando a parte móvel é um eixo que desliza sobre outra em rotação, e o deslizamento representa
o movimento relativo principal entre o eixo e o mancal, temos as guias que passaremos a classificar
basicamente de mancais de deslizamento.
É o caso, por exemplo, do pino do êmbolo do cilindro do motor de combustão interna, fixado à biela.
Nas figuras a seguir são mostrados alguns exemplos de aplicação dos mancais de deslizamento.
z B L
F3
C3 x’
A B
d
y’ F2 y ∅
C2 A
C1 l l
A B
F1 z’
x A B C D
A B2
C B1
fenda
Mancais de rolamento
Quando a parte móvel é um eixo que desliza sobre outra em rotação, e a principal forma de
movimento relativo entre o eixo e o mancal é rolante, temos as guias que passaremos a classificar
84 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
basicamente de mancais de rolamento. É o caso, por exemplo, do rotor do alternador utilizado nos
veículos modernos, que está apoiado em dois mancais de rolamento.
Nas figuras a seguir são mostrados alguns exemplos de aplicação dos mancais de rolamento.
A B C D E F D
D D
deslizante fixo
deslizante
deslizante
rotativa rotativo
interferência
e e
árvore rotativa peça rotativa
Guias de deslizamento
Temos portanto que prever, para as duas peças, dispositivos construtivos tais que o movimento de
A sobre B seja possível, fácil e que o movimento de translação desejado seja o único possível.
z
A C3 F3 x’
B
F2
y’ y
C2
F1
C1 z’
x
SENAI-RJ – 85
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Para que o movimento seja possível, a escolha das formas construtivas das corrediças deve ser
feita de modo que:
• permita um movimento fácil, sem absorver muita energia do sistema. A redução das perdas por
atrito poderá ser obtida pela escolha adequada do conjunto de corrediça, empregando-se materiais
construtivos de baixo coeficiente de atrito com bom acabamento superficial e utilizando lubrificação
adequada;
• oponha-se a todos os movimentos de deslizamento que não seja o previsto, prevendo superfícies
de contato que impeçam os movimentos de translação sob a ação das forças F2 e F3 e os movimentos
de rotação solicitados pelos torques C1, C2 e C3; e
As formas construtivas que respondem a esta condição são: o conjunto de plano sobre plano, o
conjunto cilíndrico e o conjunto prismático.
É necessário que a translação seja o único movimento possível. Apenas a seção prismática responde
completamente a esta condição; o conjunto plano sobre plano deverá ser completado por obstáculos
que restrinjam o movimento da corrediça a uma trajetória retilínea; e o conjunto cilíndrico deverá ser
completado por obstáculos que se oponham a toda rotação da corrediça.
A usinagem deve ser fácil e precisa. Sob este aspecto, o conjunto cilíndrico é o mais fácil de ser
realizado e o conjunto prismático é o mais difícil.
A fabricação deve ser econômica, sendo necessário, portanto, procurar o mínimo de superfícies de
apoio. Em particular, se uma das forças F2 e F3 ou se um dos torques C1, C2 e C3 não existir,
podemos eliminar algumas superfícies de apoio.
Quando a força F3 (figura anterior) está sempre dirigida para baixo, podemos utilizar uma guia
incompleta, deixando a corrediça com duas direções possíveis de movimento. Além da possibilidade
de deslizamento segundo a direção XX’, que é a desejada, existe também a liberdade de deslocamento
segundo a trajetória ZZ’, para cima, deixando-a assim com dois graus de liberdade.
86 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Para manter a guia móvel A sobre a sua trajetória retilínea, coloca-se lateralmente um par de
réguas, C e D (figura a seguir), removíveis e reguláveis. A utilização destas réguas permite não só
uma usinagem mais fácil, mas também a regulagem da folga lateral das guias.
Estas réguas impedem a ação da força F2 e do torque C3. O peso da corrediça impede a rotação
da guia pela ação dos torques C1 e C2.
A usinagem das guias é fácil, o posicionamento plano sobre plano é correto porque as duas guias se
apóiam uma sobre a outra somente por duas superfícies estreitas.
O aumento das folgas devido ao desgaste natural é recuperado automaticamente no sentido vertical
e é corrigido pelo ajuste das réguas no sentido horizontal.
C A D
Já vimos que o posicionamento plano sobre plano, para girar duas peças segundo a direção de seus
planos comuns, é possível. Então o posicionamento de um plano e uma ranhura em V (primeira figura)
é funcional. O equilíbrio das forças F2 e F3 e dos torques C1, C2 e C3 é possível graças ao peso da
guia móvel A.
Este conjunto é fácil de ser fabricado porque apresenta apenas três superfícies a serem usinadas e
ajustadas. A dilatação térmica ocorre livremente, e o aumento de folgas devido ao desgaste natural é
recuperado automaticamente. Um exemplo é o barramento de um torno (segunda figura).
A A
F4
F3 F1
R1 R2 R3
B B
SENAI-RJ – 87
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
A direção do deslocamento é definida pelas duas ranhuras em V (figura a seguir), porém há excesso
de superfícies em contato.
F2 F4 F1
R1 R2 R3 R4
O equilíbrio das forças F2 e F3 e dos torques C1, C2 e C3 é possível graças ao peso da guia móvel A.
Este conjunto é muito mais difícil de ser fabricado que os conjuntos apresentados anteriormente,
pois as ranhuras em V têm que estar perfeitamente paralelas e as distâncias entre as ranhuras, tanto
na guia móvel A como na guia móvel B, têm que ser exatamente iguais. Este conjunto permite a
recuperação automática das folgas em função do desgaste natural, porém a dilatação térmica lateral
não ocorre livremente.
A forma em V das guias pode ser substituída por uma forma cilíndrica (figura a seguir), constituída
de uma barra redonda ou de um tubo fixo por parafuso ao guia fixo B ou ao guia móvel A. A superfície
de atrito é bastante reduzida.
A guia móvel só tem uma possibilidade de deslocamento segundo a direção XX’, que é a desejada.
A guia fixa equilibra portanto os esforços F1 e F3, e os torques C1, C2 e C3. Para realizar esta
condição, utilizam-se guias com seção poligonal ou circular.
Esta solução é mais completa que a precedente, mas a fabricação e a ajustagem são bem mais
difíceis.
88 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
A guia de seção retangular pode ser simples ou duplo, horizontal ou vertical (observe as figuras).
A B
B1
A
calços B1 B2 B2
C
A usinagem das guias é relativamente fácil, mas a ajustagem é difícil, sendo necessário ajustar as
quatro faces da guia.
O conjunto de guias em T (figura a seguir), que deriva do conjunto retangular, também de difícil
ajustagem, é utilizado em morsas paralelas.
A guia de seção trapezoidal, chamada de guia rabo de andorinha (figuras a seguir), tem uma forma
aparentemente simples, mas na realidade é muito difícil de ser ajustada. O calço C facilita a ajustagem
e permite regular a folga das guias e recuperá-la quando há o desgaste normal de operação, sendo
empregado normalmente para guiar a mesa de máquinas operatrizes.
A A C
B B
SENAI-RJ – 89
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
A guia de seção circular permite normalmente dois graus de liberdade, sendo necessário prever
algum obstáculo à rotação da guia em função do torque C1. Pode ser uma chaveta paralela (figura a
seguir), ou um eixo estriado.
A B
A guia de seção circular pode ser usada em alguns casos incompletos, isto é, sem obstáculo à
rotação, como num pistão de automóvel (primeira figura a seguir). A guia circular pode ser dupla, pois
deixa a guia com um só grau de liberdade (figuras a seguir).
cilindro
pistão
B2 A B1
B1 A B2 B2 A B1
C1
Mancais de deslizamento
O propósito dos apoios A e B é de guiar o movimento de rotação do eixo, isto é, tornar o movimento
de rotação do eixo possível e fácil.
90 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
F3
C3 x’
F2
y’ y
C2
C1
A B
z’
x F1
Para que o movimento seja possível, a escolha da forma construtiva do mancal de deslizamento
deve ser feita de modo que:
• permita o movimento de rotação desejado e possibilite a parte girante de descrever sua trajetória
(circunferência completa ou parcial) sem encontrar obstáculo;
• permita um movimento fácil, sem absorver muita energia do sistema, e a redução, ao mínimo
possível, das forças de atrito;
• oponha-se a todos os movimentos que não sejam os de rotação em torno de XX’, prevendo
ligações particulares que se oponham a todos os movimentos que não sejam o de rotação desejado; e
A usinagem deve ser fácil e precisa. Deste ponto de vista, o conjunto cilíndrico é mais fácil de ser
fabricado que o conjunto plano sobre plano; o conjunto cônico é de difícil fabricação; e o conjunto
esférico é dificílimo, devendo, portanto, ser excluído.
Como a fabricação deve ser econômica, deve ser previsto o mínimo necessário de superfície de
apoio.
Uma vez que a rotação deve ser o único movimento possível, devem ser previstas ligações que
impeçam o movimento de translação do eixo.
SENAI-RJ – 91
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Mancal cilíndrico
Utiliza-se um encosto simples se a força axial for sempre em um mesmo sentido (primeira figura),
e um encosto duplo, se a força axial for nos dois sentidos (figuras seguintes).
A B 2 parafusos CHc
A A B C D
Mancal cônico
Se a força axial for nos dois sentidos, será necessário o uso de dois mancais cônicos em oposição
um ao outro. Porém, o mancal cônico gera forças tangenciais de atrito que freiam o movimento de
rotação, podendo até mesmo causar o travamento do mancal. O emprego deste conjunto é restrito a
casos especiais, como a usinagem entre pontos em um torno (segunda figura).
A B
B A C
Mancal esférico
O mancal esférico tem características bastante interessantes, porém a sua fabricação é muito difícil.
O mancal plano sobre plano impede o movimento de translação em um sentido da força axial F1.
Ele permite o deslizamento de um plano sobre outro, porém deve ser sempre completado por um
sistema que mantenha o eixo centrado e no mesmo lugar, centragem por encaixe.
92 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Precisão de usinagem
As tolerâncias dimensionais do eixo e do mancal devem ter precisão média. Além disso, o ajuste do
conjunto deve deixar uma folga mínima de funcionamento, porém suficiente para permitir a rotação do
eixo e para obter uma boa lubrificação (um valor médio de folga de 0,0015d a 0,0020d, sendo d o
diâmetro do eixo).
Comprimento do mancal
Quanto maior o comprimento L do mancal, menor será a pressão média no mancal, e melhor será
a estabilidade do eixo. Porém, muitas vezes não há muito espaço para a colocação do mancal.
Análises feitas anteriormente sugerem a adoção de L = 1,0d a 1,5d, sendo d o diâmetro do eixo
(primeira figura), equilibrando assim vários prós e contras.
É interessante que o comprimento das peças permita a divisão do mancal em duas partes iguais
(figura seguinte).
A A
SENAI-RJ – 93
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Dilatação térmica
Sob o efeito do calor, o eixo se dilata, diminuindo um pouco a folga radial entre o eixo e o mancal,
o que deve ser previsto no projeto. A dilatação se apresenta, principalmente, aumentando o comprimento
do eixo, não sendo necessário se opor a esta deformação, sob pena de ocorrência de forças de
compressão e risco de flambagem. O apoio do eixo para impedir o movimento em translação deve ser
feito em apenas um mancal, ficando o outro livre, o que permitirá a livre dilatação do eixo. Na figura
a seguir, o mancal A está fixo e o mancal B livre.
A B
Flexão
Sob o efeito dos esforços, o eixo tende a fletir (primeira figura), o que resulta em um mau alinhamento
do eixo em relação ao mancal, desgastando a superfície do mancal de uma forma desigual (figura
seguinte).
L
d
∅ a P
a F
A B
• adotar mancais autocompensadores, que permitem absorver a deformação quando o eixo é longo
e fortemente carregado (figura a seguir).
94 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
1,5 a 3d
A B2
d
∅
C B1
Desgaste
Devem-se utilizar, para a confecção dos mancais, materiais duros e resistentes ao desgaste, adotando
uma lubrificação hidrodinâmica, e evitando o atrito direto dos materiais.
Os mancais são passíveis de substituição, total ou parcial, quando apresentam desgaste excessivo.
Tal procedimento visa proteger o eixo, a peça mais cara.
As propriedades que devem ser consideradas vantajosas nos materiais que se destinam à construção
de mancais são:
• baixo módulo de elasticidade, o que redundará em facilidade de o material tomar a forma desejada;
• resistência às temperaturas;
• resistência à corrosão;
SENAI-RJ – 95
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Os principais materiais, com que são fabricados os mancais de deslizamento, estão relacionados a
seguir.
Metal patente
Em 1839, o norte-americano Issac Babbit obteve a patente de um metal constituído por 89% de
estanho, 9% de antimônio e 2% de cobre. A característica do chamado metal patente é possuir pequeninas
esferas duras incrustadas em metal mole.
As esferas conferem ao material uma boa resistência ao desgaste, enquanto que o metal mole se
adapta facilmente, oferecendo uma boa superfície de trabalho. O metal patente apresenta ótimas
características como material para mancais, exceto sua capacidade de carga e sua resistência à fadiga,
que são relativamente baixas, podendo ainda diminuir consideravelmente com aumento de temperatura.
Empregam-se, com sucesso, revestimentos de metal patente com espessura superior a 0,4mm para
cargas constantes até 35 kgf/cm2 e velocidades até 150 m/min, com temperatura máxima de 100°C. As
cargas podem atingir, momentaneamente, até 80 kgf/cm2, sem problemas.
Nos metais patentes à base de estanho, de composição similar ao patenteado por Babbit, não deve
haver chumbo em proporção superior a 0,5%. O chumbo em proporção superior a 3,5% ocasiona o
desgaste quase imediato do mancal ao entrar em serviço.
Existem, entretanto, metais patentes à base de chumbo, no qual este aparece em proporção de 71%
a 85%, sendo de 10% a 18% a percentagem de antimônio, e de 5% a 11%, a de estanho. Neste caso, o
estanho não deve ultrapassar os 11% sob pena de trazer o mesmo inconveniente que o excesso de
chumbo nos “babbits” de estanho.
Podem-se empregar também ligas de chumbo endurecidas com álcalis, ou seja, 95% a 98% de
chumbo e pequenas proporções de cálcio, alumínio e outros metais. O principal inconveniente dos metais
à base de chumbo é sua pouca resistência à corrosão.
Os revestimentos delgados, com espessura inferior a 0,4mm, comprovaram resistir muito mais à
fadiga. Empregam-se revestimentos com espessura de 0,025 a 0,127mm em motores de combustão
interna, sobre outros metais para mancais ou diretamente sobre os casquilhos de aço.
Ligas cobre-níquel
O emprego destas ligas sob a forma de matriz esponjosa impregnada com o metal patente permite
superar o inconveniente de baixa resistência à fadiga dos metais patentes comuns.
Alumínio
96 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Prata
A prata é excelente metal para mancais, apresentando apenas como inconveniente sua tendência
a soldar-se com o eixo, caso haja película lubrificante. A dureza superficial do munhão deve ser de 300
Brinell, e as cargas momentâneas podem atingir até 280 kgf/cm2 com velocidade de 60 m/min.
Liga de chumbo-bronze
Emprega-se na fabricação de casquilhos uma liga de 80% de cobre, 10% de estanho e 10% de
chumbo. A capacidade de suporte de carga é da ordem de 105 kgf/cm2 com velocidade de 600 m/min,
sendo de 300 Brinell a dureza do munhão.
Bronze
Diversos tipos de bronze, constituídos por 79% a 89% de cobre, 6% a 11% de estanho, além de,
eventualmente, chumbo e zinco, em menores proporções, são bastante usados em mancais.
Liga de cobre-chumbo
Sua composição é de 60% a 65% de cobre e 35% a 40% de chumbo, sendo muito usada na
fabricação de mancais que trabalham em condições severas.
Aço
Podem ser empregados mancais de aço para elevadas pressões com muito pouca velocidade,
sendo necessária uma folga bem grande e óleo em muita quantidade.
Ferro fundido
Suas condições como material para mancais são similares às do aço, apresentando o mesmo grande
inconveniente: falta, praticamente total, de capacidade de ajustar sua superfície à do eixo.
Mancais porosos
Feitos de material esponjoso obtido por sinterização capaz de absorver óleo em cerca de 25% de
seu volume, podem ser de chumbo, bronze, ferro, aço inoxidável ou alumínio. São empregados em
casos de alimentação de lubrificantes, de forma que o próprio calor do movimento e a pressão oriunda
da carga extraem o lubrificante do mancal. De tempos em tempos, deve-se encharcar o mancal com
óleo. A velocidade de deslizamento pode atingir 600 m/min para cargas de ordem de 7 kgf/cm2. Estes
materiais porosos são usados na fabricação de mancais semicirculares.
SENAI-RJ – 97
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Grafita
Fabricam-se mancais dotados de lubrificação própria com casquilhos de grafita, capazes de suportar
temperaturas até 455°C. Não podem, entretanto, suportar choque, nem pressões superiores a 42 kgf/cm2.
Costumam ser empregados para pequenas cargas e baixas velocidades, sem lubrificação.
Podem ser utilizados para mancais com cargas reduzidas a velocidades elevadas, sendo lubrificados
com água. Em alguns casos, necessitam de lubrificação a óleo ou graxa.
Importante, em mancais revestidos com estes tipos de materiais, é manter a temperatura abaixo
de 65°C.
Borracha
É empregada em mancais lubrificados com água, para velocidade até 300 m/min, submetidos a
pressão de carga até 7 kgf/cm2. As borrachas comuns se deterioram ao contato com óleo ou graxas.
Lignum vitae
É uma madeira com elevado teor de óleo, que não suporta temperaturas maiores que 99°C, sob
pena de carbonizar-se. Os mancais de Lignum vitae podem suportar cargas até 7 kgf/cm2, sendo
lubrificados com água. Seu desgaste, entretanto, é rápido. Para garantir longa duração em serviço é
preciso que as pressões de cargas sejam inferiores a 2 kgf/cm2.
Buchas de fricção
98 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
O exemplo anterior nos mostra uma bucha fixada por molas prato e buchas metálicas roscadas
fixas, utilizadas no sistema de corte de câmaras de ar após a extrusão.
Buchas são peças mecânicas que têm o objetivo de suportar um movimento radial ou axial sobre
um eixo, permitindo que haja um deslizamento suave e com o mínimo de atrito possível entre componentes
de apoio e giratório de uma máquina.
Buchas de bronze
Uma árvore com polias, pinhões etc. é presa em posição e guiada por suportes chamados mancais.
tampas
árvore
buchas bipartidas
Classificação
A árvore tem vários mancais, todos num só bloco, e as buchas são presas nas caixas dos mancais.
SENAI-RJ – 99
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
A diminuição do diâmetro interno que resulta em um ajuste forçado duro pode ser compensada
com as seguintes operações:
• após prensar as buchas nas caixas de mancal, alargue-as até a dimensão desejada; e
• alargue as buchas até um diâmetro ligeiramente maior, antes de montá-las forçadas duro.
Observação
b) Buchas bipartidas
A árvore é sustentada por vários mancais, cada um tendo dentro dele uma bucha bipartida.
a - mancal
h e
b - flange
g c
c - assento da tampa
f
d - superfícies de fricção
e - copos e canais de
lubrificação
g
g f - chanfros
h
g - assento para os casquilhos
b d
das buchas bipartidas
h - rebaixo
1. verifique as dimensões de cada meia-bucha, pois deformação é possível quando as buchas são
separadas ( sendo as buchas estanhadas e depois usinadas até as dimensões finais);
2. faça os retoques com uma lima ou um raspador para eliminar a maioria das deformações
sobrecitadas, se for possível. Senão, instale as meias-buchas em seus mancais respectivos, utilizando
com cautela um balancim ou uma prensa hidráulica.
100 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
3. marque o corpo, a tampa e as duas meias-buchas para que não haja uma montagem invertida,
em relação às buchas;
6. aperte energicamente as porcas mas a pressão exercida por estas últimas não deve deformar os
dois casquilhos; e
a c - ½ casquilho
e
d b - árvore
c d - tampa
b e - porcas e arruelas
i
a
f - corpo do mancal
f
i - distância a ser verificada
g
g - pino de posição
g g f - corpo do mancal
a - casquilho inferior
b - árvore completa
h h b h - limitadores
a a
f f
SENAI-RJ – 101
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
abastecimento
área de pressão máxima
o
óle
o do
ol uçã
dev
dev
olu
ção
do
óle
o
• furo para lubrificar - permite ao lubrificante um movimento normal. Por isso, assegure-se,
sempre que for possível, de colocar a orientação do furo na parte superior da peça.
Fabricação de buchas
Ordem de execução
102 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
• Volte para o torno e usine as dimensões finais. Para centrar, utilize uma placa de quatro castanhas.
Estes canais servem para transportar o óleo desde as arestas da bucha até a saída da área de
pressão máxima, distribuindo-o no centro e depois na direção da ranhura de abastecimento.
Canais de lubrificação
Perfil
• O perfil das ranhuras deve ser semi-circular e o diâmetro varia de acordo com o diâmetro da
bucha.
cantos arredondados
• A ranhura deve ter uma profundidade constante se a camada de óleo tiver uma espessura constante.
SENAI-RJ – 103
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
placa do torno
bucha seção AA
ferramenta
Uma vez que as superfícies estão quase completamente raspadas e o furo de lubrificação executado,
trace a posição do canal de lubrificação (tem que ser localizado pelo comprimento da bucha).
Prenda a bucha na morsa, não se esquecendo de colocar mordentes de proteção (de chumbo ou de
cobre).
Coloque a ferramenta na bucha para assegurar-se que seja possível executar uma ranhura de
profundidade e comprimento correto e constante de C até D. Em seguida, execute o canal de lubrificação.
Os cantos arredondados podem ser realizados com uma pequena talhadeira chata. Não se esqueça
de guardar a mesma inclinação de corte por todo o canal.
Retire todas as rebarbas e asperezas que possam impedir a circulação de óleo (utilize um raspador
chato ou um raspador especialmente afiado).
104 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
A fim de obter um movimento liso e assim evitar todo desgaste anormal, precisa-se eliminar tanto
as marcas de ferramenta como os defeitos de concentricidade e alinhamento, raspando as buchas.
a) material
b) forma
• Triangular - utilizado mais freqüentemente para raspar buchas de diâmetro reduzido e para retirar
rebarbas das arestas num furo alargado ou broqueado.
seção CC
• Rebaixado - a área que trabalha é rebaixada para aumentar a eficiência das arestas de corte e
para facilitar a afiação.
B
seção BB
SENAI-RJ – 105
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
c) afiação
lo
bo
re
do
io
ra
rebaixo
• esmerilhamento-arenito; e
Raspagem
A função do eixo é auxiliar a operação de ajuste, sendo realizada conforme as seguintes etapas:
• faça girar o eixo que, em rotação, vai depositar zarcão em volta dos pontos brilhantes;
• efetue passes helicoidais com raspador (para a direita e para a esquerda) nos pontos brilhantes; e
g b a - ângulo de incidência
a
b - ângulo de cunha
g - ângulo de saída
106 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Nos mancais bipartidos, o interior das arestas deve ser chanfrado em forma de cunha.
tampa
árvore
A casquilho
B casquilho
casquilho B
SENAI-RJ – 107
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
A - Definição
• Esta bucha é manufaturada com as técnicas de uso do pó metálico, a fim de produzir uma matéria
porosa.
• Assume a forma de uma esponja metálica, cujos poros se comunicam uns com os outros e com
a superfície. Esta porosidade constitui 30% do volume da peça, que está impregnada de um óleo de
base de hidrocarboneto.
B - Etapas de confecção
• Aglomeração do pó
Os pós são comprimidos a frio em um molde (pós de cobre, de estanho, de ferro etc).
• Sinterização
• Calibragem
• Impregnação
108 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
D - Ajuste
• Tolerância no alojamento - H7
• Tolerância no eixo - f7 ou g6
Utilize um mandril perfeitamente cilíndrico e polido (uma vez a operação completada, restitua as
ferramentas ao depósito depois que as untar com graxa).
• quanto aos ajustes, veja o tópico apropriado sobre os ajuste forçados sobre pressão.
SENAI-RJ – 109
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
2. Desmontagem de um mandril
• pequenas cargas;
Estas buchas devem ser montadas só com mandril e depois não devem ser
calibradas com alargador, visto que as navalhas do alargador cisalharão
as esferas de bronze sinterizado e as rebarbas entupirão os orifícios de
lubrificação.
110 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
A - Definição
Este tipo de bucha apresenta a vantagem da excelente combinação das propriedades de fricção
ofertadas pelo PTFE. Não é uma matéria de fricção auto-lubrificadora, pois funciona sem lubrificante.
De qualquer modo, não há dificuldade nenhuma quanto à presença de um lubrificante que muitas
vezes possa ser um aditivo positivo.
B - Composição
camada superficial
suporte de aço
• uma camada intermediária de bronze sinterizado misturado com PTFE e um fino pó de chumbo; e
• uma camada superficial que é uma mistura de teflon e um fino pó de chumbo, com espessura de
25m aproximadamente.
C - Peças diferentes
• arruelas de empuxo; e
• tiras de fricção.
D - Ajustes
Por causa da elasticidade de metais, duas peças podem ser montadas a frio.
SENAI-RJ – 111
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
c 90o
a
b M
M
90o c
a
M b
F M F F
P P
M
T T T
• logo no início da operação a peça a ser montada deve ser corretamente alinhada;
• a força requerida para realizar o ajuste deve ser exercida paralelamente ao eixo, evitando assim
flambagem; e
• a velocidade de penetração deve ser reduzida a fim de não danificar as superfícies de contato.
Detalhes da operação
• peças cujas dimensões sejam relativamente reduzidas e fáceis de manejar montam-se num balancim
(Q = 1500daN).
Buchas Especiais
O avanço da tecnologia nos apresenta novos tipos de buchas como o rolamento roto-linear RRL,
por exemplo, que está melhor apresentado no item “ Rolamento”, visto que a designação dada por
fabricantes é Rolamentos Roto-Lineares.
112 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Projeto de Mancal
Qual é a finalidade da árvore? O que é que causa as forças externas? A árvore está dentro de uma
caixa? Os mancais são auto-alimentados ou o lubrificante vem de um reservatório que também é usado
para outros fins? Depois que se conhecem as respostas a estas perguntas, o projeto pode começar.
Mancais de rolamento
Constituição
Para deslocar um bloco de pedra, podemos, em lugar de deslizá-lo sobre o solo, montá-lo sobre rolos.
P
B C
Da mesma forma, para fazer girar um eixo A dentro de um mancal fixo B (figura a seguir),
podemos, em lugar de deslizar o eixo A sobre o mancal B, montá-lo sobre rolos C. Ocorrerá,
simultaneamente, o rolamento do eixo A sobre os rolos C e o rolamento dos rolos C sobre o mancal B.
SENAI-RJ – 113
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
C w
A
fixo B
P
Para evitar a recolocação dos rolos da frente para trás, colocam-se rolos em toda a circunferência
do mancal (figura a seguir).
w B
R1 R
R3 4
R2
Evitamos assim o atrito de deslizamento, trocando-o pelo atrito de rolamento, que é muito menor.
É difícil montar com precisão os rolos entre o eixo e o mancal, e freqüentemente os materiais
usados na fabricação do eixo e do mancal são de dureza insuficiente, sofrendo rápido desgaste. É
portanto preferível fabricar, em um mesmo conjunto, os rolos e os caminhos, pistas de rolamento,
montando os rolos entre as pistas interna e externa. Este conjunto constitui um rolamento (figura a
seguir).
114 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
anel externo
anel interno
pista interna
espaçador
esfera
pista externa
Elementos rolantes
Os elementos rolantes de um rolamento podem ser esferas ou rolos; os rolos podem ser cilíndricos,
cônicos ou abaulados. Um caso particular de rolos são os rolos tipo agulha, que vêm a ser constituídos
por rolos cilíndricos de diâmetro extremamente pequeno em relação ao seu comprimento.
Espaçadores
Os espaçadores destinam-se a manter os elementos rolantes em sua posição e evitar o atrito entre eles.
Os anéis concêntricos contêm as pistas de rolamento, sendo um anel com a pista externa e um anel
com a pista interna .
porta-esferas ou separador
anel externo
anel interno
SENAI-RJ – 115
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Os diâmetros dos corpos rolantes em um determinado rolamento devem ser muito aproximadamente
os mesmos, admitindo-se uma diferença máxima de 0,00127mm a 0,00254mm, uma vez que, do contrário,
a carga não será uniformemente distribuída entre os vários elementos, induzindo, portanto tensões
excessivas nos mesmos.
Os separadores são feitos, em geral, com aços de baixo carbono, mais maleáveis. Existem , entretanto,
rolamentos que exigem outros materiais para fabricação dos separadores. Neste casos, são empregados
o bronze, ferro-bronze silicoso, bronze fosforoso, “monel S” e materiais fenólicos.
Uma outra característica de diversos tipos de mancais de rolamentos é a de que eles são capazes
de suportar esforços radiais e axiais. Os mancais de rolamentos requerem pouco lubrificante e pequena
manutenção; ocupam um espaço axial menor que os mancais lisos, mas um maior espaço radial; são
mais ruidosos e mais caros que estes últimos e têm vida limitada como decorrência das altas tensões
(repetidas) em suas pistas, o que resulta em eventual falha por fadiga.
Assim, não se pode dizer que um é melhor que o outro, exceto em relação a um determinado
problema. Mesmo assim, ainda ocorrem discordâncias de pontos de vista entre engenheiros sobre qual
dos mancais é melhor.
116 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Capacidade de carga
A intensidade de carga que pode ser suportada com segurança por um mancal de rolamento varia
de acordo com o tipo de rolamento. Por exemplo, os rolamentos de rolos têm capacidade de carga
superior à dos rolamentos de esferas, pois a superfície teórica de contato de um rolo é um segmento de
reta, e a superfície teórica de contato de uma esfera é um ponto.
Porém, em função da deformação elástica das peças e da forma da pista dos rolamentos, o contato
efetua-se, no primeiro caso, segundo um retângulo, e no segundo caso, segundo uma elipse.
A rolo B esfera
A capacidade de carga varia igualmente com as dimensões dos rolamentos, diâmetro dos elementos
girantes, espessura dos anéis, número de esferas ou de rolos que suportam a carga etc.
Os fabricantes de rolamento prevêem cargas de choque típicas dos rolamentos de muitos valores
diferentes, e o utilizador escolhe o rolamento mais apropriado ao seu uso no catálogo do fabricante.
Direção da carga
As cargas que atuam em um eixo em rotação resumem-se em cargas radiais F1 e cargas axiais F2.
Os fabricantes prevêem rolamentos que suportam somente cargas radiais, somente cargas axiais ou
cargas radiais e axiais combinadas.
O utilizador precisa conhecer a direção dos esforços sobre o mancal e escolher o rolamento adequado.
R1 R2
F2 R3
F1 F
SENAI-RJ – 117
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Dilatação térmica
O material pode sofrer um alongamento sob o efeito do aumento de temperatura. A montagem dos
rolamentos deve permitir a dilatação do eixo.
Uma forma de permitir esta dilatação é montando um rolamento bloqueado e um livre. O rolamento
bloqueado serve de apoio radial e determina o posicionamento axial em ambos os sentidos. Deve,
portanto, estar fixado axialmente na sua posição tanto no eixo como no alongamento.
O rolamento livre serve unicamente de apoio radial e deve permitir o deslocamento axial provocado
pela dilatação.
Outra forma é compor um arranjo onde cada um dos rolamentos fixa o eixo axialmente em um
sentido somente. Conhecido como bloqueio bilateral, é utilizado principalmente em eixos curtos, porém
deverá ser observada uma folga axial mínima entre os rolamentos, a fim de permitir o deslocamento
axial provocado pela dilatação.
Flexão
O eixo pode sofrer uma flexão sob o efeito de forças às quais é submetido. Caso ocorra a flexão,
o anel interno do rolamento será solicitado em rotação, seguindo um eixo YY’, e o anel externo
seguindo o eixo normal de rotação XX’. Os dois anéis em rotação, seguindo eixos diferentes, terão um
funcionamento diferente. Os fabricantes prevêem rolamentos que permitam certo desalinhamento
entre os dois anéis: são os rolamentos à rótula, que devem ser usados quando a flexão for inevitável.
118 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
XX’
XY Y’X’ XY Y’X’
XX
Tipos de rolamentos
Os tipos básicos de rolamentos de esferas ou rolos, que se fabricam atualmente, já tinham sido
desenvolvidos na década de 1930. Não houve nenhuma grande mudança em sua construção básica.
Tem havido porém um grande número de melhorias no projeto interno, algumas recentemente, no
sentido de otimizar as dimensões dos corpos rolantes e pistas, a fim de se obter a máxima capacidade
de carga possível. Os projetos de desenvolvimento atuais visam principalmente a criação de unidade
ou conjuntos de rolamentos especiais para certas aplicações. A idéia é entregar uma unidade completa
e pronta para ser montada diretamente na máquina. Descreveremos a seguir os tipos mais comuns de
rolamentos, com suas aplicações e características particulares.
O rolamento rígido de uma carreira de esferas é de construção simples, não separável. É sem
dúvida o tipo mais comum de rolamento. As esferas são relativamente grandes e correm em pistas em
forma de canal, possibilitando ao rolamento suportar cargas radiais e axiais em ambos os sentidos. O
rolamento pode trabalhar em altas rotações e é de lubrificação e supervisão relativamente simples,
possuindo capacidade muito limitada para absorver erros de alinhamento.
SENAI-RJ – 119
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Os rolamentos rígidos de esferas também são fabricados com uma placa de proteção ou de vedação
em um ou ambos os lados (figura a seguir). A placa é fixada em uma ranhura no anel externo e evita
a entrada de material estranho no rolamento. Os rolamentos com duas placas de proteção ou de
vedação são preenchidos com a quantidade correta de graxa quando são fabricados e,
conseqüentemente, não necessitam de uma relubrificação. Estes rolamentos são freqüentemente
chamados de rolamentos blindados, ou ainda, rolamentos lubrificados para a vida.
Os rolamentos blindados podem ser fornecidos com vários tipos de graxa, para atender a diferentes
faixas de temperatura.
Os rolamentos rígidos de esferas são também fornecidos com uma ranhura para anel de retenção.
Este pode ser encaixado na ranhura e com isto a fixação axial do rolamento torna-se mais simples.
N NR
Exemplo de aplicação - O eixo deste ventilador é suportado por dois rolamentos rígidos de uma
carreira de esferas com placas de vedação tipo Z.
Nesta aplicação as placas têm a função de evitar que a graxa, que é pressionada pela engraxadeira,
passe através do rolamento e se acumule dentro do alojamento entre os rolamentos, onde não seria de
nenhuma utilidade (figura a seguir).
120 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Características
Os rolamentos rígidos de duas carreiras de esferas (figura a seguir) são similares, na construção,
aos rolamentos rígidos de uma carreira. O grande número de esferas dá a estes rolamentos uma alta
capacidade de carga radial. A construção mais recente, sem rasgos de entrada das esferas, faz com
que estes rolamentos, agora, possam suportar cargas axiais em ambos os sentidos. Não podem absorver
desalinhamentos angulares, pois estes fariam com que as esferas e as pistas fossem submetidas a
intensas e inaceitáveis cargas.
Características
Capacidade de carga radial: alta, maior que no rolamento rígido de uma carreira.
Os rolamentos de uma carreira de esferas de contato angular (figura a seguir) mostram grandes
similaridades com os rolamentos rígidos de uma carreira de esferas. A diferença é que as pistas são
inclinadas entre si formando um ângulo de contato. Conseqüentemente, este rolamento pode suportar
SENAI-RJ – 121
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
em um sentido cargas axiais mais altas que um rolamento rígido de esferas de igual tamanho. Entretanto,
não pode ser solicitado no sentido oposto, já que não há pistas desse lado para suportar as cargas. Isto
significa que um rolamento de esferas de contato angular não pode ser usado sozinho; sempre tem de
ser aplicado com um outro que suporte carga axial no sentido oposto.
Os rolamentos de uma carreira de esferas de contato angular são freqüentemente montados lado a
lado. Eles podem ser dispostos de modos diferentes em O (back-to-back), em X (face-to-face). A
fim de tornar possível o uso de algum destes arranjos, é necessário que os rolamentos tenham sido
fabricados para montagem em pares.
Isto significa que as faces laterais dos anéis devem ser retificadas de forma a haver uma correta
folga interna axial e uma distribuição de carga uniforme.
Os rolamentos de uma carreira de esferas de contato angular são fabricados normalmente com
ângulo de contato de 40%, mas existem rolamentos com ângulo de contato de 15% e de 25%.
Exemplo de aplicação - um rolamento de uma carreira de esferas de contato angular pode, por
exemplo, ser usado no fuso de uma furadeira manual elétrica. Devido à posição inclinada das pistas, o
rolamento de esferas de contato angular é capaz de suportar a carga axial que surge durante a operação
de furação (figura a seguir).
122 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Características
O rolamento de duas carreiras de esferas de contato angular (figura a seguir) tem características
similares a dois rolamentos de uma carreira de esferas de contato angular montados na posição O.
SENAI-RJ – 123
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Características
O anel com flange e a gaiola retêm os rolos, formando um conjunto que pode ser separado do outro
anel. A característica separável destes rolamentos facilita a montagem e desmontagem em certos
casos. Os rolamentos de rolos cilíndricos podem suportar elevadas cargas radiais, mas nenhuma
capacidade de carga axial, pelo fato de que as faces dos rolos cilíndricos transmitem a carga axial
deslizando contra os flanges. Os rolamentos de rolos cilíndricos permitem um ligeiro desalinhamento
angular do eixo em relação ao alojamento do rolamento.
O rolamento de uma carreira de rolos cilíndricos é fabricado em vários tipos, possuindo várias
disposições diferentes dos flanges.
Os rolamentos do tipo NU possuem dois flanges integrados no anel externo e anel interno sem
flanges, enquanto que o tipo N possui dois flanges integrados no anel interno e anel externo sem
flanges. Eles permitem um deslocamento axial da caixa em relação ao eixo dentro de certos limites
(ver as tabelas de rolamentos), em ambos os sentidos, e também são utilizados como rolamentos
livres.
Os rolamentos de rolos cilíndricos do tipo NJ possuem dois flanges integrados no anel externo e um
no anel interno e pode ser utilizado para a fixação axial do eixo em um sentido.
Os rolamentos de rolos cilíndricos do tipo NUP também têm dois flanges integrados no anel externo.
124 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
O anel interno possui um flange integrado e um anel-flange solto. Estes rolamentos podem ser utilizados,
portanto, para fixar o eixo em ambos os sentidos.
Em conjunto com o anel de encosto HJ, os rolamentos do tipo NJ podem efetuar uma fixação axial
do eixo em ambos os sentidos, e os rolamentos do tipo NU podem fixar o eixo axialmente em um
sentido. Não é aconselhável colocar um anel de encosto em ambos os lados do rolamento do tipo NU,
pois isto pode provocar uma compressão axial dos rolos.
tipos de rolamento
Características
Axial: nenhuma.
SENAI-RJ – 125
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Rolamento de agulhas
Sob o ponto de vista construtivo, os rolamentos de agulhas (figura a seguir) se assemelham aos
rolamentos de rolos cilíndricos.
As dimensões dos rolos e o método de guiá-los são as características diferentes entre esses dois
tipos de rolamentos. O diâmetro dos rolos tipo agulha é pequeno, geralmente de 1,5 a 5mm e o
comprimento é normalmente 2,5 vezes o seu diâmetro. O diâmetro dos rolos nos rolamentos de rolos
cilíndricos é consideravelmente maior e o comprimento é aproximadamente de 1 a 1,6 vezes a medida
do diâmetro.
Os rolamentos de agulhas são fabricados em vários tipos diferentes e são indicados para aplicações
cujo espaço radial é reduzido. Se o espaço disponível é muito pequeno, os rolamentos de agulhas são
usados sem o anel interno ou sem os dois anéis, ou seja, apenas uma gaiola de agulhas. As gaiolas de
agulhas são constituídas de agulhas presas por uma gaiola, que trabalham em pistas usinadas no eixo
e na caixa.
Uma bucha de agulhas é obtida pela combinação de um conjunto de agulhas com um anel externo
feito de aço prensado. A gaiola geralmente é de aço prensado, mas gaiolas de plástico são também
utilizadas. A bucha de agulhas apresenta as mesmas vantagens do rolamento de agulhas, e, devido à
baixa altura da seção, é indicada para certas aplicações onde uma gaiola de agulhas não pode ser
empregada, devido à dificuldade de se temperar a pista externa na caixa.
Características
Axial: nenhuma.
126 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Os rolamentos de rolos cônicos (próxima figura) têm um grande número de aplicações na indústria
mecânica e, em particular, na área automobilística. Em um rolamento de rolos cônicos, a linha de ação de
carga sobre o rolo forma um ângulo com o eixo do rolamento. Estes rolamentos são particularmente
recomendados quando agem cargas combinadas ( radial e axial). Os rolamentos são do tipo separável,
isto é, o anel externo (capa) e o anel interno com a gaiola e os corpos rolantes (cone) podem ser
montados separadamente. Os rolamentos de rolos cônicos são sempre montados em pares, por suportarem
cargas axiais somente em um sentido. Devido ao fato de a pista ser de contato angular, surge uma carga
axial sempre que uma carga radial for aplicada neste rolamento ( carga axial induzida). Possuem apenas
uma limitada capacidade de absorver erros de alinhamento e necessitam de regulagem do jogo axial.
Características
Os rolamentos axiais de esferas de escora simples possuem uma carreira de esferas, mantida em
posição por uma gaiola e dois anéis com pistas circulares de pouca profundidade.
O anel de eixo tem um furo um tanto menor que o anel de caixa e é posicionado pelo eixo. O anel
de caixa tem um diâmetro externo um tanto maior que o anel de eixo. O rolamento pode suportar
carga axial em apenas um sentido e não resiste a cargas radiais. Os rolamentos axiais de esferas de
escora simples não podem ser empregados em conjunto com mancais de deslizamento, pois a folga
destes mancais pode aumentar em operação e então o rolamento axial ficaria sujeito à carga radial.
Isto conduziria a uma falha prematura da gaiola. Não podem absorver qualquer desalinhamento angular
que ocorra entre o eixo e o alojamento do rolamento.
SENAI-RJ – 127
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Características
Capacidade de rotação: baixa, não podem trabalhar em rotações elevadas, em virtude da força
centrífuga exercida sobre as esferas.
Os rolamentos axiais de esferas deste tipo podem suportar cargas axiais em ambos os sentidos e,
portanto, podem ser utilizados para fixar o eixo em ambos os sentidos. Eles não devem ficar sujeitos a
cargas radiais.
Os rolamentos axiais de esferas de escora dupla são compostos de um anel de eixo, dois anéis de
caixa com superfície de assento plana ou esférica e duas gaiolas axiais de esferas. Eles são separáveis.
Os anéis de caixa e as gaiolas de esferas são idênticos aos rolamentos axiais de esferas de escora
simples correspondentes.
Características
Capacidade de rotação: baixa, não podem trabalhar em rotações elevadas, em virtude da força
centrífuga exercida sobre as esferas.
128 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Os rolamentos autocompensadores de esferas têm duas carreiras de esferas e uma pista esférica
comum no anel externo, que confere ao rolamento a propriedade de ser auto-alinhável, permitindo
pequenos desalinhamentos angulares do eixo em relação ao alojamento do rolamento. São, portanto,
especialmente indicados para aplicações nas quais podem produzir-se desalinhamentos por erros de
montagem ou por flexão do eixo. O desalinhamento angular permissível varia de 1,5% a 3% de acordo
com o tamanho de série dos rolamentos. O rolamento pode suportar cargas axiais leves como também
cargas radiais.
Os rolamentos autocompensadores são necessários em aplicações nas quais o eixo é suportado por
rolamentos em caixas separadas, uma vez que não é possível alinhar as caixas com suficiente precisão
para prevenir inclinação dos rolamentos. Os rolamentos autocompensadores de esferas são usados
largamente nas caixas padronizadas.
Estes rolamentos usualmente tem furos cônicos e são montados sobre buchas de fixação.
Características
Montagem: são projetados para absorver ligeiros desalinhamentos entre o eixo e o alojamento.
Os rolamentos autocompensadores de rolos possuem duas carreiras de rolos, que operam sobre
uma pista esférica comum no anel externo, e duas pistas no anel interno inclinadas, formando um
SENAI-RJ – 129
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
ângulo com o eixo do rolamento. Estes rolamentos são auto-alinhantes e não são afetados por pequenos
desalinhamentos angulares do eixo em relação ao alojamento do rolamento ou flexões do eixo. Além
das cargas radiais, os rolamentos podem suportar cargas axiais atuando em ambos os sentidos. O
desalinhamento angular permissível com os rolamentos autocompensadores de rolos varia de 1 a
2,5%, de acordo com a série do rolamento escolhido.
Uma grande quantidade de rolamentos autocompensadores de rolos é produzida com furo cônico,
o que facilita a montagem e desmontagem por meio de bucha de fixação, buchas de desmontagem ou
diretamente em assentos cônicos do eixo.
Características
Montagem: são projetados para absorver ligeiros desalinhamentos entre o eixo e o alojamento do
rolamento.
130 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Os rolamentos axiais autocompensadores de rolos são usados para altas cargas axiais. A pista
esférica dá a propriedade de autocompensação ao rolamento. O rolamento pode suportar elevadas
cargas radiais tão bem quanto as axiais.
Os rolamentos axiais autocompensadores de rolos são usados em muitas aplicações tais como:
pontes móveis, guindastes, eixos propulsores e turbinas.
Características
Montagem: são projetados para absorver ligeiros desalinhamentos entre o eixo e o alojamento.
SENAI-RJ – 131
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Bucha de fixação
É a bucha de espessura fina, cuja fenda é posicionada sobre o eixo. Tem superfície externa cônica,
que serve de assento ao rolamento. A bucha possui uma seção rosqueada para receber a porca de
fixação. Esta porca é usada para deslocar o rolamento na bucha até que esta se prenda firmemente no
eixo. A porca é mantida em posição por uma arruela de trava. Quando a porca estiver apertada, uma
das pontas da arruela de trava é dobrada para dentro de um entalhe existente na porca. A lingüeta
interna da arruela de trava se encaixa numa ranhura de bucha e impede que a porca e a própria
arruela girem.
A bucha de fixação é geralmente empregada quando os rolamentos devem ser montados em eixos
lisos. É fácil a montagem e desmontagem dos rolamentos em buchas de fixação e, conseqüentemente,
estas são geralmente usadas em arranjos simples de rolamentos, empregando caixas padronizadas
com base.
Contudo, os rolamentos montados sobre buchas de fixação não podem ser empregados para
aplicações que requerem grande precisão.
Buchas de desmontagem
A bucha de desmontagem, como a bucha de fixação, possui fenda mas não possui nenhuma porca
para empurrar o rolamento sobre ela. A bucha de desmontagem, ao contrário, é empurrada entre o
eixo e o rolamento por meio de uma porca posicionada no eixo. Uma porca KM do mesmo tipo de
porca usada com a arruela de trava MB na bucha de fixação pode ser usada para este propósito. Para
se retirar a bucha de desmontagem, uma porca apropriada é posicionada na seção rosqueada da
bucha e apertada contra o rolamento até que a bucha se solte. Em aplicações de rolamentos com
buchas de desmontagem, a tolerância exigida para o eixo não é tão rigorosa como nos casos dos
rolamentos com furo cilíndrico, diretamente no eixo.
Os eixos fabricados com assentos cônicos (figura a seguir) são uma solução onerosa. Em
conseqüência são raramente empregados, exceto em máquinas de alta precisão ou altíssimas solicitações
de carga.
132 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Mancais Y
O mancal Y é composto de um rolamento Y (um rolamento rígido de esferas especial) e uma caixa
adequada de ferro fundido cinzento ou de chapa de aço prensada.
Os mancais Y podem absorver pequenos erros iniciais de alinhamento, porém, não permitem
deslocamentos axiais e, assim sendo, não são adequados para trabalhar com rolamentos livres. A
distância entre os rolamentos, portanto, deve ser curta ou eles devem ser aplicados em estruturas
metálicas flexíveis, para evitar que fiquem sujeitos a sobrecargas axiais, por exemplo, como resultado
de uma dilatação térmica do eixo.
Rolamentos Y
Os rolamentos Y são rolamentos rígidos de esferas, vedados em ambos os lados e que possuem
superfície externa esférica. Eles são facilmente fixados no eixo através de um anel de trava excêntrico,
dois parafusos de trava inseridos no anel interno largo ou uma bucha de fixação.
Os rolamentos Y são fornecidos contendo uma quantidade apropriada de graxa à base de lítio. Eles
geralmente não requerem manutenção, porém, se necessário, podem ser relubrificados através de um
ou dois furos no anel externo. A faixa de trabalho admissível é de -30 a +110 graus centígrados.
São feitas em ferro fundido cinzento ou nodular. As tolerâncias de usinagem do assento do rolamento
na caixa são tais que fica assegurado um ajuste folgado do anel externo e, na maioria dos casos, a
largura do assento deixa os rolamentos livres axialmente. Desta forma, a dilatação do eixo e os pequenos
erros dimensionais e de posicionamento na montagem podem ser absorvidos na própria caixa.
SENAI-RJ – 133
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Mediante a introdução dos anéis de bloqueio pode-se conseguir a fixação axial do rolamento. Se o
rolamento é montado sobre bucha de fixação e se vai empregar só um anel, este deverá ser colocado
ao lado do rolamento em que está a porca de fixação. O rolamento então se desloca de sua posição
central de uma distância igual à metade da largura do anel de bloqueio.
As caixas são fornecidas com vedadores. Os vedadores de feltro, a menos que se indique o
contrário, consistem de tiras de feltro, que são empregadas normalmente para velocidades periféricas
de até 4m/s e +100 graus centígrados. Antes de montar, as tiras de feltro deverão ser mergulhadas
em óleo quente durante alguns minutos. Esta faixa de temperatura de funcionamento também é
aplicada aos novos vedadores de lábio duplo, de construção bipartida e feitos de poliuretano, com
periférica de até 8m/s.
Montagens de rolamentos
A montagem a seguir mostra rolamentos autocompensadores de dupla carreira de rolos, com fixação
dos dois anéis internos e um anel externo, visando compensar a dilatação do eixo.
134 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
A montagem acima, mista com rolamento rígido de uma carreira de esferas e rolamento de rolos
tipo NU, mostra o rolamento rígido fixo no eixo através de porca Km e arruela MB e no alojamento
através de anel elástico e o batente da tampa, e o rolamento de rolo fixo tanto no eixo como no
alojamento através de anel elástico. Para prever a dilatação do eixo é utilizado este tipo de rolamento
de rolo, que permite esta dilatação através do anel interno do rolamento de rolo.
Note que a distância entre os anéis externos dos rolamentos é maior que a distância dos anéis
internos. Isto lhes dá maior estabilidade.
O ajuste da folga dos rolamentos é feito através do espaçador existente entre a tampa e o alojamento.
Aperta-se até travar o rolamento, tira-se a medida e adiciona-se a folga conforme tabela do fabricante,
obtendo a espessura do calço.
SENAI-RJ – 135
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Este tipo de montagem acima é normalmente utilizado quando o alojamento gira, o que faz com que
ele fique apoiado no eixo. Observe que a distância entre os anéis internos dos rolamentos é maior do
que a distância entre os anéis externos. Esta montagem em O assim é chamada porque o sentido das
cargas sobre os rolos do rolamento formam um O.
A folga existente entre o alojamento e as tampas serve para confirmar que os anéis externos dos
rolamentos estão fixos. O ajuste da folga deste tipo de montagem se faz apertando-se a porca Km até
que os rolamentos fiquem presos e depois afrouxando-os 1/4 de volta, ou utilizando a tabela de folgas
do fabricante.
136 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
A montagem acima é feita com dois rolamentos de rolos (NU) e um rolamento de contato angular
de uma carreira de esferas ( observe que o anel interno do rolamento de contato angular é composto
de dois anéis).
SENAI-RJ – 137
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
Vamos praticar?
1. O que são guias?
4. Como deve ser feita a escolha da forma construtiva de uma corrediça de uma guia de deslizamento,
para que o movimento seja possível?
138 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
9. Como deve ser feita a escolha de forma construtiva de um mancal de deslizamento, para que o
movimento seja possível?
SENAI-RJ – 139
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
16. Na utilização de buchas em mancais, devemos ter atenção em relação ao alinhamento, para
não haver jogo com eixo.
( ) certo ( ) errado
140 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
17. Podemos ter buchas em mancais em um só bloco ou buchas bipartidas. No primeiro caso a
principal desvantagem é:
a) a fabricação
d) suas dimensões
e) os chanfros
18. As buchas são forçadas duro. Esta afirmação é relativa às buchas bipartidas.
( ) certo ( ) errado
19. As folgas radiais recomendadas para mancais de bronze fundido (bucha) são obtidas através de
gráficos e dependem do material das buchas e dos eixos utilizados.
( ) certo ( ) errado
a) metal branco
b) metal Babbit
c) metal patente
d) metal anti-fricção
e) todas acima
SENAI-RJ – 141
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
( ) certo ( ) errado
23. As buchas DU são utilizadas em velocidades reduzidas, cargas elevadas, movimento longitudinal
e movimento alternativo.
( ) certo ( ) errado
25. Qual o material mais indicado para a fabricação dos elementos rolantes e os anéis de um
mancal de rolamento?
142 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento
SENAI-RJ – 143
Acoplamentos
Nesta Seção...
Definição
Acoplamentos rígidos
Acoplamentos flexíveis
Vamos praticar?
3
Elementos de Máquinas – Acoplamentos
Acoplamentos
Definição
Os acoplamentos são peças de ligação entre árvores distintas, das quais uma é a árvore motriz, ou
seja, a que tem movimento, e a outra é a árvore conduzida, ou seja, a que recebe o movimento.
Os acoplamentos são peças fixas, desmontadas somente para reparos ou por motivos especiais.
SENAI-RJ – 147
Elementos de Máquinas – Acoplamentos
Os acoplamentos rígidos exigem um perfeito alinhamento entre as duas árvores colineares, pois
caso isto não aconteça, podem ocorrer esforços que acarretem a falha ou até mesmo a quebra destes
tipos de acoplamentos.
Acoplamentos rígidos
Flanges
É o tipo mais clássico de acoplamento, adequado a transmissões de cargas elevadas e baixas velocidades.
Para assegurar um alinhamento preciso, os parafusos devem ser apertados firmemente e por igual
em toda a volta do flange.
Para facilitar o alinhamento, estes flanges têm em sua construção uma protuberância B, que se
encaixa em um rebaixo C no lado oposto.
H7p6
H7g6
H7p6
B C
148 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Acoplamentos
Devido à sua construção bipartida, as luvas têm a vantagem de poderem ser montadas e/ou removidas,
sem afetar o alinhamento entre as árvores.
Acoplamentos flexíveis
São acoplamentos que se utilizam de um elemento que lhes permite a característica de flexibilidade
entre as peças solidárias às árvores conduzida e condutora.
Acoplamentos elásticos
São acoplamentos providos de uma bucha motriz (12) que tem em sua extremidade quatro braços,
como mostra a figura a seguir, e uma bucha fêmea, conduzida, provida de quatro ranhuras (2) internas.
Entre as duas buchas há um disco de borracha com vários cortes formando uma seção trapezoidal
(3), que possibilita o encaixe das duas buchas.
O disco de borracha é o elemento flexível que irá proteger o acoplamento contra vibrações que
possam ocorrer devido a um desalinhamento ocasional.
3 1 2 11
12
disco de
borracha
2
SENAI-RJ – 149
Elementos de Máquinas – Acoplamentos
Acoplamentos de mola
São acoplamentos providos de dois flanges com vários rasgos simétricos nos quais se encaixa uma
mola de aço (b). A própria mola transmite o movimento de um flange a outro (c) dando a característica
de flexibilidade ao conjunto.
Acoplamentos de engrenagem
São acoplamentos compostos de uma bucha motriz e uma bucha conduzida, ambas com dentes de
engrenagem externos, e uma camisa externa, com dentes de engrenagem internos que se engrenam
com as buchas. A flexibilidade é obtida através da folga entre os dentes das engrenagens.
Note que um bom alinhamento será benéfico aos acoplamentos flexíveis, tendo em vista que estes
dão sempre um melhor resultado quando o desalinhamento é casual. Sendo assim, as árvores devem
ser cuidadosamente alinhadas e um programa de manutenção deve ser estabelecido para mantê-las
dentro do alinhamento inicial.
150 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Acoplamentos
É importante saber que o ângulo formado entre duas árvores não deve ser maior que 15°, para que
se possa ter um bom rendimento com estes tipos de acoplamento, não devendo exceder 10° quando se
utilizam grandes velocidades de rotação.
Se as árvores conectadas não são colineares, este tipo de acoplamento não dará velocidade constante
à árvore conduzida. Caso se consiga uma velocidade constante, esta não será igual à da árvore motriz.
Suas características são iguais às vistas nos acoplamentos universais Hooke, com a diferença de
que a velocidade transmitida é constante, mesmo que as árvores não sejam colineares. Isto, somente
se os ângulos formados entre as duas árvores e a peça central forem iguais.
SENAI-RJ – 151
Elementos de Máquinas – Acoplamentos
Acoplamento Oldham
Os ressaltos da peça central se encaixam nos rasgos das peças extremas que são fixadas às
árvores por meio de chavetas.
Quando em rotação, a combinação dos movimentos produz uma conexão flexível, que permite o
desalinhamento.
Assim como os acoplamentos universais Hooke, este tipo de acoplamento, quando em ligações
entre árvores que não sejam colineares, não transmite, à árvore conduzida, uma velocidade constante
e igual à da árvore motriz.
152 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Acoplamentos
Vamos praticar?
2. Correlacione as colunas:
a) árvores paralelas
b) árvores concorrentes
c) árvores colineares
( ) Para que haja um bom funcionamento dos acoplamentos rígidos é primordial que as duas
árvores estejam perfeitamente alinhadas.
( ) Para que se assegure um bom alinhamento de flanges e luvas, deve-se apertar todos os
parafusos firmemente e por igual.
4. Faça a correlação entre os tipos de acoplamentos e seus elementos, que permitem que haja a
flexibilidade:
SENAI-RJ – 153
Elementos de Máquinas – Acoplamentos
Para que se possa obter o melhor funcionamento possível dos acoplamentos ____________, é
importante que as árvores sejam cuidadosamente ____________________ e que haja um programa
de _____________________ para mantê-las dentro do alinhamento.
( ) Para que se possa utilizar acoplamento em ligações entre árvores concorrentes é necessário
que o ângulo formado entre as duas árvores não seja superior a 15°.
Devido às suas características de funcionamento, é vital que haja uma boa ________________
dos elementos.
154 – SENAI-RJ
Transmissões
Nesta Seção...
Estudo cinemático
4
Elementos de Máquinas – Transmissões
Correias e polias
O objetivo das correias e polias é transmitir potência entre árvores afastadas com a modificação do
torque e do número de rotações.
Duas polias fixas em árvores afastadas são interligadas por meio de um elemento flexível, que pode
ser uma correia plana, uma correia em V ou um cabo flexível (figura a seguir).
A polia montada na árvore do motor movimenta-se sob a ação de rotação do motor e é conhecida
como polia condutora (transmite a rotação). A polia montada na árvore do equipamento movimenta-se
sob a ação da rotação da polia condutora, através da correia, e é conhecida como polia conduzida
(recebe a rotação).
SENAI-RJ – 157
Elementos de Máquinas – Transmissões
Para que haja boa aderência entre o elemento flexível e as polias é necessário um bom atrito entre
os elementos, sujeitando o elemento flexível a uma tração inicial quando em repouso, chamada tensão
de montagem, que assegurará a aderência necessária (figura a seguir).
Esta tração deve ser bem definida, se for muito grande o elemento flexível será avariado pela
tensão excessiva, se for muito pequena não dará o atrito necessário.
No momento em que o sistema entra em marcha, um lado do elemento flexível se tensiona – lado
tenso – e o outro se afrouxa – lado frouxo (figura a seguir).
lado frouxo
∅D2
lado tenso
∅D1
Isto ocorre porque a tensão, na parte da correia que se aproxima da polia motora, é maior do que a
tensão da parte da correia que se afasta da polia motora. A diferença entre a tensão do lado tenso (T)
e a tensão do lado frouxo (t) é a tensão efetiva (Te).
Te = T – t
158 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
A B
t
t
F
Cm
R2
O1 O2
R1 Cr
T
T
Quando a linha de centro, entre as polias, está na horizontal, o lado frouxo da correia deve ficar em
cima, a fim de aumentar o ângulo de contato da correia com a polia.
Os eixos freqüentemente são paralelos, mas podem ser ortogonais e até mesmo ter uma posição
relativa qualquer (figuras a seguir).
A A polia condutora
A
C
B
y’ B polia
x x’
conduzida
D
y
Correias planas
Uma correia plana é uma correia que se mantém plana sobre a polia e cuja seção transversal é
retangular e consideravelmente mais larga do que espessa.
Por maior aderência que haja, entre a correia plana e a polia, o deslizamento da correia nas polias
é inevitável, o que resulta em uma pequena alteração na relação de rotações transmitidas. O deslizamento
das correias planas é, em geral, de 5% a 10%.
SENAI-RJ – 159
Elementos de Máquinas – Transmissões
Tal correia – um dos elementos mais antigos para transmitir potência de uma árvore para outra – é
preferível em muitas transmissões, principalmente quando for necessário baixo custo inicial, flexibilidade
(conseqüentemente, absorção de choques e vibrações), grandes distâncias entre os centros das polias,
longa duração (se isto for considerado no projeto), funcionamento silencioso, deslizamento quando
ocorrer sobrecarga (dentro de uma certa intensidade). As transmissões com correias planas projetadas
de maneira adequada operam indefinidamente com uma pequena manutenção, desde que a tensão na
correia seja mantida corretamente.
Qualidades necessárias
O estudo das condições de funcionamento das correias planas demonstrou que necessitam ter boa
aderência com a polia, portanto, ter coeficiente de atrito elevado, boa resistência mecânica, flexibilidade,
elasticidade e ser leve. A correia deve ter resistência aos agentes atmosféricos e à atmosfera existente
na oficina como umidade, calor, vapores ácidos, óleo etc enfim, ela deve ser fácil de montar, ter baixo
custo de aquisição e manutenção e durar bastante.
Numerosos materiais são utilizados na fabricação das correias planas, como o couro, certos materiais
têxteis (algodão, seda), qualquer material plástico (nylon), borracha, etc., mas nenhum destes materiais
possui todas as qualidades desejadas, portanto, freqüentemente, são associados para melhorar suas
qualidades.
Tipos
Correias em couro
O couro é obtido pelo curtimento da pele do boi. As peças obtidas podem ter um comprimento
máximo de 1,2m e uma largura máxima de 0,5m, a espessura podendo variar de 3 a 7mm. A correia de
couro apresenta uma resistência à tração de 60 a 70 N/mm2, porém considera-se, para cálculo, resistência
prática de 40 N/mm2. O coeficiente de atrito varia de 0,2 a 0,5 e a massa especifica varia de 1 a 1,1
Kg/dm.
As correias de couro são econômicas, respondem bem ao serviço quando em condições normais
de utilização, mas convivem mal com atmosferas úmidas ou ácidas e resistem mal à ação dos óleos.
Por isto devem ser limpas e enceradas com substâncias apropriadas em intervalos regulares.
160 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
Correias têxteis
a) Algodão – Podem ser tecidas em algodão com espessura máxima de 5mm ou podem ser formadas
de tecidos finos justapostos e unidos. Podem ser fabricadas com grandes larguras e grandes
comprimentos sem emendas. As correias em algodão são flexíveis, de baixo custo, porém sensíveis à
umidade e aos vapores ácidos. São empregadas para transmitir pequenas potências ou como
transportadores.
b) Seda natural – As correias tecidas em fios de seda natural possuem grande resistência mecânica,
grande flexibilidade, boa resistência ao calor, à umidade e ao óleo, mas o seu custo é muito elevado.
c) Nylon – As correias tecidas em fios de nylon possuem boa resistência mecânica, grande
flexibilidade, boa resistência ao calor, à umidade e ao óleo, porém seu custo é razoável.
Correias compostas
a) Balata – São correias tecidas em algodão e impregnadas de uma resina natural (a balata)
extraída de uma árvore nativa da América do Sul. As correias de balatas são flexíveis, possuem boa
resistência à umidade, mas são sensíveis ao calor.
b) Algodão e borracha – São correias feitas em camadas, com tecidos de algodão impregnado de
borracha e posteriormente vulcanizadas. Correias de borrachas são feitas também com uma estrutura
de algodão, que é mais resistente ao alongamento. Elas são flexíveis, aderentes, resistentes à umidade,
porém o calor excessivo e o óleo deterioram a borracha.
c) Couro e nylon – São correias constituídas por uma camada de nylon colocada entre duas camadas
de couro. O couro em contato com a polia assegura boa aderência, e o nylon aumenta a resistência
mecânica. Estas correias são flexíveis e não podem ser estendidas.
e) Resistência ao calor – Nylon (100°C), borracha (70°C), couro (60°C) e balata (40°C).
SENAI-RJ – 161
Elementos de Máquinas – Transmissões
União permanente
União desmontável
Para a união desmontável são utilizados sistemas desmontáveis de formas diversas como parafusos
(figura A), placas metálicas (figura B), passadores (figura C), grampos (figura D) etc. Estes sistemas
permitem regular o comprimento da correia, regulando também a tensão na correia, mas criam um
ponto fraco na correia.
A C
162 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
Correias trapezoidais
As correias trapezoidais possuem lados inclinados (primeira figura), que se encaixam em ranhuras
trapezoidais previstas no aro das polias (figura seguinte).
A correia trapezoidal entra em contato com a polia apenas pelas laterais, o que faz com que a força
radial P se decomponha em duas forças normais N, bem maiores (figura a seguir). Desta forma a
força de atrito entre a correia e a polia será bem maior que na correia plana.
Por maior aderência que haja entre a correia trapezoidal e a polia, o deslizamento da
correia nas polias é inevitável, o que resulta uma pequena alteração na relação de rotações transmitida.
O deslizamento das correias trapezoidais é, em geral, de 1% a 2%.
Como a força de atrito entre a correia trapezoidal e a polia é bem maior que a força de
atrito entre a polia e a correia plana, na transmissão de potência com correia trapezoidal é necessário
uma tensão de montagem To bem maior que na transmissão de movimento com correias planas, o que
reduz a carga radial sobre a polia e conseqüentemente sobre a árvore.
N
N
t P N = P/2 sinβ
Fα
sinβ
T = t.e
SENAI-RJ – 163
Elementos de Máquinas – Transmissões
zona tensa
zona neutra
zona comprimida
flancos sujeitos
a fissuras
a) Um ou vários elementos de tração, que são geralmente feitos de fios de fibras têxteis (algodão),
ou fibras sintéticas (nylon) ou em fios de aço. Ficam sempre situados na zona neutra da correia.
d) Para que a correia resista bem ao desgaste, é colocado na parte externa um tecido em algodão
impregnado de borracha.
cordonéis vulcanizados
lona borracha
As correias trapezoidais são sempre contínuas, adquiridas já com o comprimento desejado. As dimensões
da seção trapezoidal são normalizadas e designadas por letras, e o ângulo é padronizado em 40°.
164 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
Y 6 4
40º
Z 10 6
L
A 13 8
B 17 11
C 22 14
H
D 32 19
E 3 25
Para aumentar a força transmitida pelas correias trapezoidais, pode-se aumentar a seção da correia,
ou aumentar o número de correias, conseguindo-se assim a transmissão de potências consideráveis.
SENAI-RJ – 165
Elementos de Máquinas – Transmissões
No caso do rompimento de uma correia, em transmissões com mais uma correia trapezoidal, não
há, necessariamente uma perda de tempo de produção, porque as correias restantes geralmente suportam
a carga até que seja conveniente uma parada para reparos. Não se deve colocar uma correia nova
junto com outras usadas. As correias antigas já se deformaram tanto, que a nova pode receber muita
carga, suficiente talvez para parti-la, devendo-se, portanto, substituir todo o conjunto.
Nestas transmissões, os choques são transferidos apenas parcialmente de uma árvore à outra, por
causa da ação de “assentamento” das correias nas ranhuras. Esta ação, porém, acarreta maior perda
por atrito.
Correias dentadas
As correias dentadas possuem dentes transversais moldados, que encaixam-se perfeitamente nos
sulcos da polia, eliminando os deslizamentos e as variações nas rotações transmitidas, comuns quando
utilizamos correias planas ou trapezoidais.
Como os dentes da correia se encaixam nos dentes da polia, não há possibilidade da correia deslizar
sobre a polia, obtendo uma relação de transmissão constante.
c) dentes de neoprene
d) revestimento de nyllon
a) elemento de tração
166 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
c) Dentes de neoprene – Os dentes moldados que entram nos sulcos da polia são precisamente
formados e espaçados. São moldados de forma que o diâmetro da raiz dos dentes coincida com o
diâmetro primitivo da polia de passo correspondente e de modo que o espaçamento dos dentes da
correia não se altere durante a flexão. A resistência dos dentes ao cisalhamento é maior do que a
resistência dos elementos de tração, quando seis ou mais dentes estão engrenados na polia.
Circunferência primitiva
A circunferência primitiva é a circunferência que passa pelo centro dos elementos de tração da
correia dentada, quando a correia está enrolada sobre a polia dentada.
Diâmetro primitivo
Diâmetro externo
O diâmetro externo é o diâmetro do círculo que passa pelo topo do dente da polia dentada.
Passo
O passo é um fator fundamental. Na correia dentada, passo é a distância entre centros dos dentes,
medida no comprimento primitivo da correia. Na polia, passo é a distância entre centros dos sulcos,
medida na circunferência primitiva da polia.
SENAI-RJ – 167
Elementos de Máquinas – Transmissões
A capacidade de transmissão de força das correias dentadas é vastíssima, indo de valores fracionários
a centenas de HP’s, ou de gramas a toneladas de torque.
Como a transmissão pela correia sincronizada não depende de fricção, não necessita de um alto
tensionamento inicial To e, conseqüentemente, as cargas nos rolamentos são reduzidas ao mínimo.
A velocidade é transmitida uniformemente. Não existe deslizamento, como nas correias trapezoidais
e planas, não apresentando, portanto, vibrações.
O nível de ruído é relativamente baixo dentro das variações de velocidade em transmissões industriais
e funções leves, uma vantagem em muitas instalações de máquinas e outros equipamentos.
168 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
Condições de funcionamento
A transmissão se efetua por aderência do cabo sobre as polias (primeira figura), podendo a aderência
ser aumentada com o uso de polias com o ângulo mais fechado, de modo que o cabo seja enforcado na
polia (segunda figura), o mesmo princípio das correias trapezoidais.
Como a transmissão por cabo é utilizada em polias muito distantes, o peso do cabo é considerável e
suficiente para assegurar a aderência do cabo a polia, não necessitando de aplicação da tensão inicial To.
Quando o sistema está parado, a flecha é igual nos dois ramos do cabo; quando o sistema está em
movimento, a flecha é maior no ramo frouxo que no ramo tenso.
motriz receptora
Se a flecha for muito grande, será necessário o uso de polias intermediárias de apoio para o cabo.
SENAI-RJ – 169
Elementos de Máquinas – Transmissões
parada
polia polia
condutora conduzida
em funcionamento
As polias condutoras e conduzidas para cabos devem ser de grandes diâmetros, pois os cabos não
têm condições de descrever raios pequenos sem serem danificados. As polias intermediárias de apoio
podem ter pequenos diâmetros.
alma de cânhamo
aço
cânhamo
A junção das extremidades dos cabos pode ser feita por uma trançagem ou por luvas especiais de
união (figura a seguir).
Polias
Uma polia é fabricada para ser montada sobre uma árvore e receber uma correia ou um cabo.
Para isto ela comporta três partes: o munhão central que permite a ligação com a árvore, o aro que
recebe a correia ou o cabo e uma parte intermediária que liga o munhão central do aro (figura a
seguir). A forma do aro varia de acordo com o tipo de correia.
170 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
aro
barra redonda colocada
entre o aro e o munhão
SENAI-RJ – 171
Elementos de Máquinas – Transmissões
Chaveta tipo meia lua, com fixação realizada por porca e parafuso usinado na extremidade da árvore.
No contato da correia com a polia é necessário assegurar uma boa aderência não só pela escolha do
material da polia, mas também pela manutenção da correia no centro do aro da polia, através de um bom
alinhamento entre a polia condutora e a polia conduzida.
A polia deve ser leve, para reduzir os esforços inerciais, deve ser balanceada para evitar as vibrações
e resistente à ação das forças centrífugas.
Construção da polia
A polia pode ser fundida e as partes funcionais usinadas, como a parte externa do aro, o furo
central, e as faces laterais. Estas polias são econômicas, mais pesadas e mal balanceadas.
A polia pode ser montada e soldada, resultando em polias leves e resistentes, porém mal balanceadas.
172 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
A polia pode ser feita a partir de peças de chapas metálicas embutidas e montadas posteriormente,
resultando em polias leves, resistentes e com bom balanceamento.
rebites ou
pontos de
solda
O munhão central da polia deve ter um comprimento suficiente para assegurar uma boa ligação
com a árvore. Em geral, este comprimento é um pouco superior à largura do aro da polia. O furo
central do munhão normalmente é cilíndrico e a centragem é obtida por um ajuste preciso entre a
árvore e o furo do munhão. Excepcionalmente, é utilizado um furo cônico no munhão de conicidade de
10°, que dará uma centragem perfeita sobre a árvore também cônica.
O aro deve ter largura ligeiramente superior à largura da correia, e sua forma varia de acordo com
o tipo de correia ou de cabo que vai conduzir.
Tipos de polia
SENAI-RJ – 173
Elementos de Máquinas – Transmissões
As polias podem ser fundidas e usinadas (primeira figura) ou podem ser formadas por conjuntos de
elementos embutidos (segunda figura), ou ainda ter suas partes montadas de forma a permitir a
regulagem da tensão da correia (última figura).
variável
∅ primitivo
rebites ou
pontos de
solda
folga
90o ± 0,5o
O aumento da força transmitida é muitas vezes obtida pelo aumento do número de correias e não
pelo aumento da seção da correia. O aro da polia terá tantas ranhuras quantas forem as correias
utilizadas.
soldas
174 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
As polias podem ter cubo prolongado integral ou com bucha (primeira figura). As correias dentadas
têm uma leve tendência de movimento lateral esquerdo ou direito, dependendo de sua construção
interna. Por este motivo, é necessário o uso de pelo menos uma polia com flanges laterais (segunda
figura), que em geral, pela economia, é a menor. No entanto, se funcionando em eixos verticais, e
quando a distância de centros for maior do que oito vezes o diâmetro da polia menor, as duas polias
devem ser flangeadas.
SENAI-RJ – 175
Elementos de Máquinas – Transmissões
Para poder aumentar a aderência coloca-se uma cinta de borracha no fundo da ranhura.
Estudo cinemático
polia B
polia A
Vta = Vtb = Vc
176 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
Como a velocidade tangencial de uma polia é igual ao produto do número de rotações por minuto
(N) pelo seu perímetro (P) temos:
Vta = Na x Pa Vtb = Nb x Pb
Vta = Na x p x da Vtb = Nb x p x db
Como:
Vta = Vtb
Temos:
Na x pa x da = Nb x pa x da
Na x da = Nb x db
O número de rotações por minuto da polia A (Na) vezes o seu diâmetro (da) é igual ao
número de rotações por minuto da polia B (Nb) vezes o seu diâmetro (db).
Na x da = Nb x db
Exemplo:
Um motor, girando a 1400 rotações por minuto, tem montado no seu eixo uma polia com 240mm de
diâmetro. Calcular o diâmetro da polia conduzida, sabendo-se que a árvore sobre a qual ele está
deverá girar a 520 rotações por minuto.
Resolução:
SENAI-RJ – 177
Elementos de Máquinas – Transmissões
Na x da = Nb x db
db = Na x da
Nb
db = 1400 x 240
520
db = 646mm
Exemplo:
Um motor gira a 900 rotações por minuto, e pretende-se transmitir o movimento para uma árvore
que gira a 54 rotações por minuto.
Por razões de ordem prática, a transmissão não poderá ser feita diretamente, isto é, teremos que
recorrer a polias intermediárias.
Vamos arbitrar para a polia condutora d1, montada no eixo do motor, o diâmetro de 120mm; para a
polia conduzida d2, montada no eixo intermediário, o diâmetro de 800mm; e para a polia condutora d3,
também montada no eixo intermediário, o diâmetro de 80mm.
178 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
d2N2
d3N3 B
d1N1
A C
d4N4
A polia d4, montada na árvore que deve girar a 54 rotações por minuto, tem que ser calculada.
Resolução:
N1 x d1 = N2 x d2
N2 = N1 x d1
d2
N2 = 900 x 120
800
N2 = 135rpm
A árvore intermediária dará 135rpm, como nesse eixo está montada a outra polia condutora d3 de
80mm, esta dará também 135rpm.
SENAI-RJ – 179
Elementos de Máquinas – Transmissões
N3 x d3 = N4 x d4
d4 = N3 x d3
N4
d4 = 135 x 80
54
d4 = 200mm
Correntes
O objetivo das correntes é transmitir potência entre duas árvores afastadas, com a modificação do
torque e do número de rotações. A relação de transmissão é rigorosamente constante, e as árvores
são sempre paralelas.
As duas árvores a serem interligadas são munidas de discos, guarnecidos de dentes (engrenagens
de corrente) interligados por um elemento não muito flexível, como as correias, mas articulado, as
correntes. Como a corrente encaixa-se nos dentes da engrenagem de corrente, torna todo o deslizamento
impossível.
180 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
Como a transmissão de potência em correntes efetua-se por empuxo direto, não necessita da
tensão inicial de montagem.
Porém é conveniente que haja uma tensão mínima na corrente para garantir que não se soltará
durante o funcionamento.
Quando a linha de centro entre as engrenagens de correntes está na horizontal, o ramo frouxo da
corrente deve ficar embaixo (primeira figura), ao contrário do que ocorre com as correias, a fim de
obter um engrenamento rápido dos dentes. Quando a linha de centro entre as engrenagens de correntes
está na vertical, deve-se empregar um tensionador de corrente (segunda figura), pois a corrente tem
tendência a sair da engrenagem de corrente inferior.
engrenagem engrenagem
engrenagem receptora w1
motora
motora ramo tenso
corrente
F
w1 tensionador de
corrente
w3
engrenagem
ramo frouxo receptora
w2
As correntes são sujeitas à tração necessária para transmitir a potência; à flexão em torno das
engrenagens, o que produz desgaste nas ligações; à força centrífuga, que se soma à carga da corrente;
ao impacto ou carga dinâmica que tem lugar quando um elo faz contato com um dente da engrenagem
e que é a fonte da maior parte do ruído nestas transmissões.
Para aumentar a potência transmitida, as correntes podem ser duplas, triplas etc.
SENAI-RJ – 181
Elementos de Máquinas – Transmissões
Como na maioria dos equipamentos mecânicos, onde existem partes metálicas móveis em contato,
sob carga, a lubrificação é um fator de muita importância na transmissão por corrente, o que se aplica
especialmente quando se espera o desempenho durável e eficiente dos modernos equipamentos de
alta velocidade, fabricados com precisão.
Tipos de correntes
Os tipos principais de correntes usados para transmissão de potência são a corrente de roletes
(primeira figura), a corrente silenciosa (segunda figura) e, para baixas velocidades (máximo de
275m/min.), a corrente articulada (terceira figura).
Corrente articulada
Esta corrente é composta de elos articulados sobre eixos. Cada elo é constituído por duas placas
laterais, retilíneas ou chanfradas, colocadas alternadamente, uma por fora, outra por dentro, ligadas
por pequenos eixos de escora. Os eixos são rebitados sobre as placas laterais.
182 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
Por conseqüência de seus inconvenientes, as correntes de pinos somente são utilizadas como
correntes de levantamento, como em pontes rolantes, portas de comportas, talhas para a transmissão
de grandes esforços a velocidades baixas (0,5m/s).
Corrente de roletes
Para remediar os inconvenientes da corrente de pinos, foi concebida a corrente de roletes.
1 2 5 1 3 4
1 – elos internos
3 – elos externos
4 – eixo rebitado
5 – rolete
A corrente de roletes é composta de dois tipos de elos articulados distintos, elos internos e elos
externos.
Os elos internos são formados por duas placas metálicas reunidas por dois eixos ocos montados
sob pressão nas placas metálicas.
Os elos externos são formados por duas placas metálicas reunidos por dois eixos rebitados.
A articulação dos elos efetua-se por rotação do eixo no interior da bucha, gerando uma superfície
de contato importante.
SENAI-RJ – 183
Elementos de Máquinas – Transmissões
O rolete rola sobre o flanco do dente do pinhão de corrente, diminuindo consideravelmente o atrito.
Para permitir a montagem e a desmontagem da corrente sem desmontar os rolos, um dos eixos de
um elo externo é substituído por eixos especiais que são travados por um dispositivo de engate rápido,
permitindo assim uma desmontagem e uma montagem rápida.
Corrente silenciosa
A corrente silenciosa é constituída por placas metálicas articuladas sobre eixos. As placas metálicas
possuem dois dentes triangulares que atuam contra as faces dos dentes das engrenagens de corrente
(figura a seguir), suprimindo assim todas as folgas entre a corrente e os dentes da engrenagem.
184 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
Para aumentar a área de contato entre as superfícies de atrito, facilitar a lubrificação e reduzir o
desgaste pode-se interpor segmentos de casquilho entre as chapas metálicas e os eixos. As placas
metálicas, L0 e L2 giram sobre os segmentos S1 e S2 solidários a L1.
L0 A 10 L1 A21 L2
segmento
S1 S’ 0 S2 S’ 1
Como os dentes do pinhão de engrenagem não penetram entre os eixos da corrente como nas
correntes de rolos, é necessário que o pinhão de engrenagem possua abas laterais, F1 e F2, para guiar
a corrente.
F1 F2
Outra forma de melhorar o rendimento da correia silenciosa é trocar o deslizamento por um giro
sobre uma aresta. Coloca-se em cada placa metálica um pivô P2 e uma superfície de apoio A0.
As correntes silenciosas são muito silenciosas, porém muito mais pesadas que as correntes de rolos.
L0 P1 L1 A1 L2
A0 P2
SENAI-RJ – 185
Elementos de Máquinas – Transmissões
Normalização de correntes
Existem diversas normas para correntes de rolos, como a norma americana ANSI e ASA, as
normas européias ISO e DIN etc.
É necessário que se observe atentamente qual a norma que está sendo empregada, pois correntes
com o mesmo passo, porém pertencentes a normas diferentes, terão os diâmetros das buchas diferentes,
o diâmetro exterior dos rolos diferentes etc.
Engrenagem de corrente
As engrenagens de correntes são discos guarnecidos de dentes talhados por ferramentas especiais,
que dão a forma apropriada ao dente. Para cada tipo de corrente a ser utilizada, há um perfil de dente
específico.
df d
de d
a
Circunferência primitiva
A circunferência primitiva é a circunferência que passa pelo centro dos eixos da corrente quando
a corrente está enrolada sobre a engrenagem de corrente.
Passo (P)
O passo é a distância medida ao longo da circunferência primitiva de um certo ponto, num dente, ao
ponto correspondente no dente adjacente.
186 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
passo
a
Dp
Módulo (m)
Para que uma corrente engrene em duas engrenagens de corrente, é necessário que as duas
engrenagens tenham o mesmo módulo.
m = Dp
Z
Condições de funcionamento
A transmissão por corrente apresenta as seguintes vantagens e desvantagens.
Vantagens Desvantagens
Não neces s i t a de t ens ão i ni ci al s obre a corrent e, port ant o Des l i z ament o i mpos s í vel ent re a engrenagem
cargas reduz i das s obre os mancai s , pos s i bi l i dade de t rans mi t i r de corrent e e a corrent e port ant o t rans mi s s ão
t orques el evados , rendi ment o el evado ( 98% a 99%) de vel oci dade ri goros a e cons t ant e
Acei t a reduções el evadas , a corrent e é i ns ens í vel a vari ações Vel oci dade l i near máxi ma de funci onament o é
at mos féri cas et c. mui t o pequena, em função dos efei t os da
força cent rí fuga
A manut enção das corrent es reduz -s e à prot eção cont ra pó e à Funci onament o menos maci o e menos
l ubri fi cação, as corrent es s ão de l onga duração. As engrenagens s i l enci os o que as correi as , cus t o mui t o
de corrent e não s e engrenam di ret ament e, port ant o as el evado
di s t ânci as ent re as árvores podem s er al t eradas s em grandes
i nconveni ent es
SENAI-RJ – 187
Elementos de Máquinas – Transmissões
Estudo cinemático
Relação de transmissão
Como a transmissão efetua-se sem deslizamento, podemos afirmar que a velocidade tangencial na
extremidade da engrenagem de corrente 1 (vt1) e a velocidade tangencial na extremidade da
engrenagem de corrente 2 (vt2) são iguais, pois elas estão ligadas pela mesma corrente, tendo portanto
que manter velocidades tangenciais iguais a velocidade linear (Vc) da corrente.
Vt1 Vc
w
e
Vt2
Vt1 = Vt2 = Vc
Como a velocidade tangencial de uma engrenagem de corrente é igual ao produto do seu número
de rotações por minuto (N) pelo seu perímetro (P), temos:
Vt1 = N1 x P1 Vt2 = N2 x P2
passo
188 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
Logo, temos:
Vt1 = N1 x Z1 x p1 Vt2 = N2 x Z2 x p2
Sendo:
Vt1 = vt2
Temos:
N1 x Z1 x p1 = N2 x Z2 x p2
Como o passo das duas engrenagens de corrente é igual, podemos dividir os dois membros da
equação pelo passo:
N1 x Z1 = N2 x Z2
O número de rotações por minuto da engrenagem de corrente 1 (N1) vezes o seu número
de dentes (Z1) é igual ao número de rotações por minuto da engrenagem de corrente 2 (N2)
vezes o seu número de dentes (Z2).
N1 x Z1 = N2 x Z2
Exemplo:
Um motor munido de um pinhão de corrente de 15 dentes gira a 800 rotações por minuto.
Ele aciona um equipamento que faz 200 rotações por minuto. Calcule o número de dentes do
pinhão de corrente conduzido.
Resolução:
SENAI-RJ – 189
Elementos de Máquinas – Transmissões
N1 x Z1 = N2 x Z2
Z2 = N1 x Z1
N2
Z2 = 800 x 15
200
Z2 = 60 dentes
Engrenagem
O objetivo das engrenagens é transmitir potência entre duas árvores próximas, com a modificação
do torque transmitido e do número de rotações, com relação de transmissão rigorosamente constante.
As duas árvores podem ser paralelas (primeira figura), concorrentes (segunda figura), ortogonais
(última figura), ou mesmo ocupar uma posição relativa qualquer.
y x’ x
x’ x x’ 0 x
y’ y
y’ y
y’
As engrenagens derivam das rodas de fricção, que não possibilitam a transmissão de grandes
esforços por causa do deslizamento possível entre as superfícies de contato. Para vencer este
inconveniente, adicionaram-se dentes à roda de fricção que impedem todo deslizamento entre as
rodas, pois a transmissão efetua-se por empuxo direto e não mais por aderência, podendo portanto
transmitir torques elevados. Veja figuras a seguir.
D
d
d
D
190 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
Considerando-se duas rodas de fricção de diâmetros D e d, pode-se substituir estas duas rodas de
fricção por duas rodas dentadas que tenham os diâmetros primitivos D e d.
As engrenagens podem ter dentes externos, que é o caso mais freqüentes dentes internos, ou
possuir raio infinito, sendo denominada cremalheira.
A circunferência primitiva de duas engrenagens que se engrenam é sempre tangente uma à outra.
SENAI-RJ – 191
Elementos de Máquinas – Transmissões
Geometria do dente
Entre os diferentes perfis existentes para obter a forma dos dentes, o perfil em evolvente de círculo
foi padronizado e é hoje o adotado pelos fabricantes de máquinas.
A evolvente de círculo é a curva descrita em um ponto de uma reta que rola sobre um círculo sem
deslizamento.
20 o
A evolvente de círculo pode ser traçada fixando-se um lápis na extremidade de um fio enrolado
sobre um disco. Desenrolando-se o fio e mantendo-o esticado, o lápis traçará uma curva – esta é a
evolvente de círculo.
fio tenso
0
disco
Ângulo de pressão
O ângulo de pressão é o ângulo da direção da força que atua perpendicularmente na face do dente
da engrenagem.
192 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
20 o
O ângulo de pressão é formado pela tangente ao círculo primitivo e a tangente ao círculo de base.
O círculo de base é o círculo de onde a evolvente é originária.
B∅
∅1 2
A A
B
círculo primitivo
círculo base para evolvente de ∅3 graus
evolvente de ∅2 graus
círculo primitivo
círculo de base
a = 15o a = 20o
ângulo de pressão
Grau de engrenamento
Para que a ação da engrenagem condutora seja contínua, é necessário que sempre tenha pelo
menos um par de dentes em contato. Para isto, é necessário que um novo par de dentes entre em
contato antes do término do contato do dente precedente.
SENAI-RJ – 193
Elementos de Máquinas – Transmissões
T2
D
A F
M
T1
O grau de engrenamento pode ser imaginado como o número médio de dentes em contato em
engrenagens conjugadas. Para as melhores condições de funcionamento, o grau de engrenamento
deve ser o maior possível, ou no mínimo igual a 1,25. Valor menor que um significa que um par de
dentes deixa de estar em contato antes que o par seguinte tenha atingido seu ponto de contato inicial,
e que a transmissão não é contínua.
Nas engrenagens normalizadas, nas quais o ângulo de pressão é de 20°, a continuidade da transmissão
é sempre assegurada, se o número de dentes das engrenagens for maior que sete.
Se Z1 < 13 – Sempre haverá interferência dos dentes, qualquer que seja o número de dentes Z2.
Este é o número mínimo de dentes a adotar.
Se Z1 > 17 – Jamais haverá interferência dos dentes, qualquer que seja o número de dentes de Z2.
194 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
Relações fundamentais
Circunferência primitiva
O passo circular é a distância medida ao longo da circunferência primitiva, de um certo ponto num
dente ao ponto correspondente no dente adjacente. Logo, o passo é a medida de um arco de círculo.
Módulo (m)
SENAI-RJ – 195
Elementos de Máquinas – Transmissões
Para que uma engrenagem engrene em outra, é necessário que as duas tenham o mesmo módulo.
A figura a seguir apresenta os dentes em tamanho natural para diversos módulos. Nota-se que o
tamanho aumenta à medida que o módulo diminui.
O diâmetro externo é o diâmetro do círculo que passa pelo topo do dente, círculo de topo. A
circunferência de topo encerra a engrenagem.
O diâmetro interno é o diâmetro do círculo que passa pelo fundo dos vãos entre os dentes, círculo
de raiz.
Face do dente
A face do dente é a parte da superfície do dente que está acima do diâmetro primitivo.
196 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
Flanco do dente
O flanco do dente é a parte da superfície do dente que está abaixo do diâmetro primitivo.
Espessura da engrenagem
Folga de fundo
A folga de fundo é a distância radial entre o círculo de raiz de uma engrenagem e o círculo de topo
da engrenagem conjugada.
ELEMENTO ENGRENAGEM
Módulo (m) m = Dp ou m = P ou m = De
Z p Z+2
SENAI-RJ – 197
Elementos de Máquinas – Transmissões
Calcular as dimensões de duas rodas dentadas de 25 e 52 dentes, módulo 3 e a distância dos eixos?
Solução:
Engrenagem Z1 = 25 dentes
Dp = 25 x 3 De = 75 + (2 x 3) Di = 75 – (1,166 x 3) P = 3,14 x 3
e = 4,71mm a = 115,5mm
Engrenagem Z2 = 52 dentes
198 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
A maior resistência e o engrenamento mais suave, como explicado acima, dão às engrenagens
helicoidais tais vantagens, sendo elas denominadas “em espinha de peixe” e comumente usadas em
redutores para serviço pesado de transmissão entre árvores paralelas. Os dentes helicoidais são sujeitos
a muito menos choques que os dentes de engrenagens retas, por causa da gradual transferência de
carga de dente para dente, e podem, em conseqüência, funcionar em velocidades periféricas muito
mais elevadas. A gradual transferência de carga conduz a um funcionamento silencioso.
Inclinação da hélice
A inclinação da hélice B é o ângulo formado entre a linha de centro no flanco do dente e a linha de
centro do cilindro primitivo.
desenvolvimento do cilindro
primitivo e da hélice primitiva
d
A
A
hélice primitiva b h
B p.d
B
cilindro primitivo
SENAI-RJ – 199
Elementos de Máquinas – Transmissões
É o diâmetro do círculo que passa pelo fundo dos vãos entre os dentes.
Face do dente
Flanco do dente
Espessura da engrenagem
É a largura da engrenagem medida axialmente, ou seja, é a distância entre as faces laterais dos
dentes medida paralelamente ao eixo da engrenagem.
Folga do fundo
É a distância radial entre o círculo de raiz de uma engrenagem e o círculo de topo da engrenagem
conjugada.
200 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
Relações fundamentais
A maioria dos termos definidos para a engrenagem de dentes retos aplica-se à engrenagem de
dentes helicoidais, acrescidas de algumas expressões novas.
Circunferência primitiva
SENAI-RJ – 201
Elementos de Máquinas – Transmissões
ELEMENTO ENGRENAGEM
Deseja-se fazer uma engrenagem de dentes helicoidais de 18 dentes de módulo real 2,5.
202 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
Solução:
Dp = 2,5x18 mt = 3,536mm
cos 45o
Dp = 63,64mm
Di = Dp – 2,5.mn h = 2,25.mn
Di = 57,39mm h = 5,625mm
Tais engrenagens são adequadas para a transmissão de pequena potência a velocidades razoáveis.
SENAI-RJ – 203
Elementos de Máquinas – Transmissões
O objetivo das hélices à direita e à esquerda é absorver o empuxo axial na própria engrenagem,
eliminando assim a necessidade de se contrabalançar este empuxo nos mancais. Para que cada parte
receba metade da carga, as engrenagens em espinha de peixe devem ser montadas com precisão e
uma das árvores deve ser montada de modo que flutue no sentido axial. Usam-se grandes inclinações
da hélice, de 30° a 45° e, em conseqüência, as forças de empuxo são bastante grandes para manter
ambas as partes em contato no movimento.
A engrenagem vista na figura anterior exige máquina especial para a usinagem. A engrenagem
vista na figura a seguir pode ser usinada com ferramenta comum. O espaço no centro dessa engrenagem
permite a saída da ferramenta.
Engrenagens cônicas
As engrenagens cônicas são utilizadas para transmitir movimento de rotação entre eixos concorrentes
que fazem entre si um ângulo qualquer, porém o ângulo entre as árvores mais comuns é o de 90°.
204 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
As engrenagens cônicas ficam sujeitas mais ou menos a mesma ação que as engrenagens cilíndricas
de dentes retos.
Relações fundamentais
ha
h
cone da cabeça
ga cone primitivo
hf
cone da base
90o - d gf
cone complementar
diâmetro da cabeça da
da
diâmetro da cabeça d
d
diâmetro da base df
df
SENAI-RJ – 205
Elementos de Máquinas – Transmissões
Os topos dos cones primitivos da engrenagem cônica condutora e da engrenagem cônica conduzida
devem convergir para um ponto comum, senão o engrenamento é impossível.
d2
d1
d1
d1
d2
z2
d2
Módulo (m)
O módulo de uma engrenagem cônica também é o resultado da divisão do diâmetro primitivo pelo
número de dentes. No sistema métrico é expresso sempre em milímetros.
Cone externo
O cone externo é o cone que passa pelo topo dos dentes da engrenagem. sendo caracterizado pelo
ângulo externo e pelo diâmetro externo.
206 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
Cone interno
O cone interno é o cone que passa pela raiz dos dentes da engrenagem, sendo caracterizado pelo
ângulo interno e pelo diâmetro interno.
Diâmetro interno
A altura do dente é a distância entre o cone de cabeça e o cone de base da engrenagem, medido na
parte maior do dente.
Face do dente
A face do dente é a parte da superfície do dente que está acima do cone primitivo.
Flanco do dente
O flanco do dente é a parte da superfície do dente que está abaixo do cone primitivo.
A espessura de uma engrenagem cônica é a distância entre as faces laterais dos dentes medida
paralelamente ao cone primitivo.
Folga do fundo
A folga do fundo é a distância entre o cone de base de uma engrenagem cônica e o cone de cabeça
da engrenagem cônica conjugada, medida na parte maior do dente.
SENAI-RJ – 207
Elementos de Máquinas – Transmissões
Cone complementar
A geratriz do cone primitivo é a distância do vértice do cone primitivo até a extremidade do dente,
medida sobre o cone primitivo.
ELEMENTO ENGRENAGEM
Módulo (m) m = Dp ou m = P
Z p
208 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
Solução:
Dp = 110mm P = 15,70mm
De = 118,19mm Di = 99,77mm
e = 7,85 L = 0,5x110
0,574
L = 95,89mm
O perfil de lados retos da rosca do sem-fim facilita a produção, seja do ponto de vista de quantidade,
seja da precisão. A rosca do sem-fim pode ser aberta num torno, ou pode ser fresada com fresa
helicoidal. A engrenagem deve ser usinada por fresa helicoidal; porém, se a precisão e uma melhor
forma não forem importantes, as fresas de forma dão resultados razoáveis.
SENAI-RJ – 209
Elementos de Máquinas – Transmissões
Relações fundamentais
Na rosca sem-fim
passo real
corte:BB
passo oblíquo
d1
b B
∅d 2
corte:AA
vista de cima da rosca
A
A
b
hélice à direita
210 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
Cilindro primitivo
Diâmetro primitivo
O número de dentes de uma rosca sem-fim corresponde ao seu número de entradas. Se a rosca
sem-fim tem uma entrada, o seu número de dentes é um, se a rosca sem-fim tem duas entradas, o seu
número de dentes é dois, e assim por diante.
Passo
A rosca sem-fim tem dois tipos de passo. Um passo considerado no plano do eixo da rosca, o passo
aparente, e o outro considerado no plano perpendicular do dente, o passo real.
a) Passo aparente (Pt) - O passo aparente é igual à distância medida segundo o eixo da rosca sem-
fim, de um certo ponto num dente, ao ponto correspondente num dente adjacente. É igual ao passo
aparente da engrenagem helicoidal.
b) Passo real (Pn) - O passo real é igual à distância medida perpendicularmente à inclinação da
hélice de um certo ponto num dente ao ponto correspondente no dente adjacente.
Módulo
A rosca sem-fim tem dois tipos de módulos. Um módulo considerado no plano do eixo da rosca, o
módulo aparente, e o outro considerado no plano perpendicular do dente, o módulo real.
a) Módulo aparente (Mt) - O módulo aparente é escolhido arbitrariamente na lista dos módulos
padronizados. É igual ao módulo aparente da engrenagem helicoidal.
b) Módulo real (Mn) - O módulo real é calculado em função do módulo aparente escolhido e do
ângulo de inclinação da hélice.
O diâmetro da cabeça é o diâmetro do cilindro que passa pelo topo do dente da rosca sem-fim.
SENAI-RJ – 211
Elementos de Máquinas – Transmissões
O diâmetro da base é o diâmetro do cilindro que passa pelo fundo do dente da rosca sem-fim.
Altura do filete
A altura do filete é a distância entre o cilindro de topo e o cilindro da raiz da rosca sem-fim.
Folga do fundo
A folga do fundo é a distância radial entre o cilindro da raiz da rosca sem-fim e o círculo de topo da
engrenagem helicoidal conjugada.
É o comprimento total da rosca sem-fim, sendo medido do primitivo ao último filete da rosca,
segundo o eixo da rosca.
Circunferência primitiva
Diâmetro primitivo
Número de dentes
212 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
Passo
A engrenagem helicoidal tem dois tipos de passo, um passo considerado no plano de face, o passo
aparente, e o outro considerado no plano perpendicular ao dente, o passo real.
a) Passo aparente (Pt) – O passo aparente é a distância medida ao longo da circunferência primitiva,
perpendicularmente ao eixo, de um certo ponto num dente adjacente.
Logo o passo aparente é um arco de circunferência. É igual ao passo aparente da rosca sem-fim.
b) Passo real (Pn) – O passo real é a distância medida perpendicularmente à linha de centro do
flanco do dente, de um certo ponto num dente, ao ponto correspondente no dente adjacente. Logo, o
passo real também é um arco de círculo.
b
pt
Módulo
A engrenagem helicoidal tem dois tipos de módulo. Um módulo considerado no plano de face, o
módulo aparente, e o outro considerado no plano perpendicular ao dente, o módulo real.
b) Módulo real (Mn) – O módulo real de uma engrenagem helicoidal é o resultado da multiplicação
do módulo aparente pelo coseno do ângulo de inclinação da hélice. No sistema métrico é expresso
sempre em milímetros.
SENAI-RJ – 213
Elementos de Máquinas – Transmissões
O diâmetro da cabeça é o diâmetro do círculo que passa pelo topo do dente. A circunferência da
cabeça encerra a engrenagem.
O diâmetro da base é o diâmetro do círculo que passa pelo fundo dos vãos entre os dentes.
Semi-ângulo (d)
214 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
Espessura e= Pn e= Pn
do dente (e) 2 2
Largura B = 0,8.Dp1
da engrenagem (B)
Z 20 28 35 45 55 65 75 85
Coeficiente
c 1,8 1,9 2,1 2,3 2,5 2,6 2,8 2,9
SENAI-RJ – 215
Elementos de Máquinas – Transmissões
Pn = 6,27mm
Di = Dp2–2,5mt h2 = 2,25mt e = pn tgd = 2c.pt
2 Dp1 + 1,2Pt
tg3o50′
216 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
O perímetro primitivo de uma engrenagem pode ser calculado multiplicando-se o número de dentes
(Z) da engrenagem pelo seu passo (P), temos:
Vty = Ny X Zy X Py
Como
Vtx = Vty
Temos:
Nx x Zx x Px = Ny x Zy x Py
Como o passo das duas engrenagens é igual, podemos dividir os dois membros da equação pelo
passo:
Nx x Zx = Ny x Zy
SENAI-RJ – 217
Elementos de Máquinas – Transmissões
O número de rotações por minuto da engrenagem x (Nx), multiplicado pelo seu número
de dentes (Zx), é igual ao número de rotações por minuto da engrenagem y (Ny) multiplicado
pelo número de dentes (Zy).
Nx x Zy = Ny x Zy
218 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
Vamos praticar?
3. Para assegurar uma boa aderência entre a polia e o elemento flexível, o que é necessário?
SENAI-RJ – 219
Elementos de Máquinas – Transmissões
8. Por que as correias de seção trapezoidal têm maior aderência com a polia que a correia plana?
11. Por que as correias dentadas eliminam o deslizamento entre a correia e a polia?
220 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
13. Cite algumas vantagens da correia dentada em relação à correia plana e trapezoidal.
16. O que pode ser feito para diminuir a flecha provocada pelo peso do cabo?
SENAI-RJ – 221
Elementos de Máquinas – Transmissões
20. Quais são as condições necessárias para uma ligação da polia com a árvore sem problemas?
22. No sistema de transmissão da figura a seguir, são dados os diâmetros das polias e o número de
rotações da primeira polia condutora. Calcule a velocidade da última polia conduzida.
222 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
d2
d1N1 N2 = N3
d3
d6N6
d4
N4 = N5 d5
25. Por que na transmissão por corrente não é necessário a tensão inicial de montagem?
SENAI-RJ – 223
Elementos de Máquinas – Transmissões
29. Qual a principal vantagem e a principal desvantagem da corrente de rolos sobre a corrente
silenciosa?
224 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
30. É possível colocar uma corrente de norma DIN em uma engrenagem de corrente de norma
ASA? Por quê?
32. No eixo de um motor que gira a 1800 rotações por minuto está montada uma engrenagem de
corrente com 20 dentes. Este motor aciona um equipamento onde está montada uma engrenagem de
corrente com 75 dentes. Calcule o número de rotações por minuto do equipamento?
SENAI-RJ – 225
Elementos de Máquinas – Transmissões
37. Por que o número mínimo de dentes de uma engrenagem normalizada deve ser de 17 dentes?
40. Qual o requisito indispensável para que duas engrenagens de dentes retos possam se engrenar?
226 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões
41. Calcule:
Duas engrenagens de dentes retos têm um entre-eixo de 108 milímetros. A engrenagem menor tem
18 dentes, e a maior, 54 dentes. Calcule as dimensões das duas engrenagens.
42. Calcule a velocidade linear do elevador (EL.) sabendo que o motor tem uma velocidade angular
de 1200rpm.
Dados complementares:
motor Z5
Z1
d1
Z4
EL
Z2 Z3 d2
SENAI-RJ – 227
Elementos de Máquinas – Transmissões
43) Calcule a velocidade angular do gerador sabendo que a esteira é movida pelo volume de água
e com velocidade linear de 3,14m/s.
Dados complementares:
gerador Z2
Z1 = 50 d3
Z2= 300
d3 = 100
d4 = d3
Z1
VL = 3,14m/s
N1 = ?
d4
44) Calcular as dimensões de duas rodas de dentes helicoidais cujos eixos se interceptam a 90º,
módulo real 3. A relação do número de rotações i é de 5/3 e a roda pequena z, tem 39 dentes.
Inclinação da hélice b1 = 35º.
228 – SENAI-RJ
Atividades
complementares
5
Elementos de Máquinas – Atividades Complementares
Atividades complementares
( ) transmitir potência entre duas árvores próximas com modificações do torque e da velocidade
angular.
( ) transmitir potência entre duas árvores distantes com modificação do torque e da velocidade
angular.
2. Para assegurar uma boa aderência entre a polia e o elemento flexível, é necessário:
( ) utilizar um produto capaz de aumentar o coeficiente de atrito, como por exemplo parafina.
SENAI-RJ – 231
Elementos de Máquinas – Atividades Complementares
( ) 35º
( ) 50º
( ) 40º
( ) ausência de emendas.
7. A transmissão de potência entre a engrenagem de corrente e a corrente efetua-se por meio de:
( ) atrito.
( ) deslizamento.
( ) empuxo direto.
8. Na transmissão por corrente não é necessária a tensão inicial de montagem, devido ao fato de a
transmissão efetuar-se por:
( ) no ramo frouxo.
232 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Atividades Complementares
( ) no ramo tenso.
( ) em ambos os ramos.
( ) ABNT e AFNOR.
( ) ASTM e ISO.
( ) ISO e ASA.
( ) abaulados ou triangulares.
( ) fixos ou postiços.
13. O número mínimo de dentes de uma engrenagem normalizada deve ser de 17 dentes devido:
14. Para que duas engrenagens de dentes retos possam se engrenar, é indispensável que:
SENAI-RJ – 233
Elementos de Máquinas – Atividades Complementares
15. Duas engrenagens de dentes retos têm um entre-eixo de 108mm. A engrenagem menor tem 24
dentes e módulo 3. Calcule as dimensões das engrenagens.
16. Estude uma caixa de redução com quatro engrenagens, sabendo que o receptor R deve girar a
400rpm, e que temos um motor girando a 1800rpm. A engrenagem condutora do motor tem 20 dentes
retos. Módulo 2,5, distância entre eixos 70mm. Faça uma tabela com características de cada
engrenagem.
Engrenagens Z Dp De Di
1 4
1
motor 2
1800rpm
70
2 3
3
17. Calcular as dimensões de duas rodas dentadas de 25 e 52 dentes, módulo 3. Qual a distância dos eixos?
18. Duas rodas têm um entre-eixo de 108 milímetros. O pinhão tem 18 dentes, a relação de transmissão
I é de 3 para 1.
Calcular:
a) o módulo m
234 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Atividades Complementares
b) a profundidade do dente h
c) o passo p
19. Segundo a figura abaixo, calcular o número de rotações por minuto da roda tangente Z6.
z1 42
n1 . 500 [rpm]
δ3 25º
d3
d4 z6 40
z2 48
n6 ?
z5 1 filete
20. Calcular, no exemplo da figura abaixo, a velocidade de elevação em metros por minuto da carga G.
d1 80
n1 . 480 [rpm]
z7 2 filetes tambor
Ø 200
z8 40
z3 25
z’ 30
d2 400
z5 30
z4 40 z6 60
SENAI-RJ – 235
Elementos de Máquinas – Atividades Complementares
21. Estude uma caixa de redução com quatro engrenagens sabendo que a bomba deve girar a
1200rpm e que temos um motor girando a 3000rpm. A engrenagem condutora do motor tem 32 dentes
retos, módulo 2, distância entre eixos 80mm. Faça uma tabela com as características de cada engrenagem.
Engrenagens Z Dp De Di
4 1
1
bomba motor 2
1200rpm 3000rpm
80
3 2
3
22. Estude uma caixa de redução com quatro engrenagens de dentes retos, módulo 2. O motor gira
a 625rpm e a velocidade do receptor é igual a 2/5 da velocidade do motor, ou seja, N4 = 2/5N1.
Engrenagens Z Dp De Di
1 4
1
motor receptor 2
625rpm
70
2 3
3
236 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Atividades Complementares
23. Estude uma caixa de redução com quatro engrenagens sabendo que o receptor deve girar a
500rpm e que temos um motor girando a 1500rpm. Z1 tem 50 dentes e Z2 tem 100 dentes. O módulo
é 2 e a distância entre os dois engrenamentos é igual. Faça uma tabela característica de cada engrenagem,
e dê o valor da distância entre centros.
Engrenagens Z Dp De Di
4 1
1
bomba receptor 2
500rpm 3 a 2
3
B 2 D F H M N
Dados:
NA = 3000rpm, ØF = 60mm,
ØK = 140mm, ØC = ØL = 160mm
ØA = ØB = ØD = ØE =
ØG = ØH = ØM = ØN = 80mm D
Número de dentes:
M
Z1 = 27; Z2 = 84; Z3 = 24; N
F
A
Z4 = 66; Z5 = 26; Z6 = 70
1 2 H
A razão de transmissão entre a rosca B
C
E
6 L
4 3
K
SENAI-RJ – 237
Elementos de Máquinas – Atividades Complementares
25. No esquema abaixo se encontra representada uma caixa de velocidade de um torno com as
seguintes características:
módulo = 2
Calcular:
a) As relações de transmissão da PV e da GV
238 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Atividades Complementares
27. Quais são as condições que devem ser analisadas para o emprego de um mancal de
rolamento?
28. Qual o rolamento que possui maior capacidade de suportar cargas, os de esferas ou os de
rolos?
29. Dê exemplo de uma forma de permitir que um eixo em rotação dilate sem afetar um mancal de
rolamento.
30. Quando a flexão de um eixo for inevitável, que tipo de rolamento devemos usar?
SENAI-RJ – 239
Elementos de Máquinas – Atividades Complementares
33. Cite três tipos de rolamentos que suportem tanto cargas axiais como cargas radiais.
b) A natureza da ligação e a forma das peças são fatores que influenciam nas ________________.
( ) Numa superfície helicoidal, a usinagem é fácil, mas o ajuste é imperfeito e a centragem ruim.
240 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Atividades Complementares
( ) Rosca é uma superfície cilíndrica na qual são usinadas ranhuras helicoidais que fazem surgir
saliências chamadas de filetes.
( ) Os cinco elementos que identificam uma rosca são: passo, diâmetro nominal, número de entradas,
sentido de aperto e a forma do perfil.
( ) Rosca ISO é uma rosca cujas formas de construção obedecem a uma norma exclusivamente
brasileira.
( ) O sistema ISO de roscas permite uma intercambialidade mundial entre peças de construção
mecânica.
37. Faça a relação entre as siglas, da coluna à esquerda, e as designações, na coluna à direita.
SENAI-RJ – 241
Elementos de Máquinas – Atividades Complementares
39. Coloque um C entre os parênteses nas afirmativas corretas, e um I nas afirmativas incorretas:
( ) O objetivo de um pino é de tornar duas peças solidárias uma a outra, seja em translação ou em
rotação.
( ) Dois exemplos de pinos normalizados são os pinos ranhurados com o símbolo I, e os contra-
pino com o símbolo V.
( ) Um pino cônico deve ser introduzido em um furo cilíndrico e se mantém no lugar por aperto.
( ) No enchavetamento livre a transmissão da rotação é feita através das faces laterais da chaveta.
( ) As chavetas paralelas podem ser: ordinárias com suas extremidades planas ou arredondadas,
fixadas por parafusos ou meia-lua.
242 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Atividades Complementares
( ) Soldagem por ponto e soldagem contínua fazem parte do processo de soldagem por passagem
de corrente elétrica.
( ) Soldagem a maçarico e soldagem a arco elétrico fazem parte do processo de soldagem por
fusão com deposição de metal.
( ) A posição das peças, a preparação das bordas e a forma da solda são os principais pontos a
serem observados em montagem com solda.
( ) A soldagem é um processo pouco utilizado nas indústrias, devido a sua complexidade e alto
custo.
SENAI-RJ – 243
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL