Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Petrolina - PE
2017
ADRIANA CAMPOS RODRIGUES MIRON
Petrolina-PE
2017
FICHA CATALOGRÁFICA
FOLHA DE APROVAÇÃO
Dedico este trabalho à minha mãe Marileide Campos
Rodrigues Miron, meu maior exemplo de perseverança na
busca do conhecimento e que, apesar da ausência física
a partir dos meus 12 anos de idade, soube transmitir toda
a sua sabedoria e deixou o legado de que apenas o
conhecimento poderia me dar suporte para enfrentar a
vida! Obrigada, mãe!
AGRADECIMENTOS
A Deus, que sempre caminha comigo, de quem dependo, de onde vem minha
resistência na vida e em cujas mãos sempre estou.
À minha mãe, (silêncio) da qual me faltam palavras para agradecer a sua doce
presença nos dias da minha infância e seus conselhos de vida que perduram até
hoje.
Aos meus filhos, André, Maria Eduarda e Arthur, que sempre estão comigo,
caminhando lado a lado, mantendo viva em mim a esperança de um mundo melhor.
Três filhos, cada um em uma fase diferente do ciclo vital (adolescência, pré-
adolescência e infância) que tiveram de aprender a conviver com uma mãe
mestranda. Obrigada pela inspiração, pelas conversas aparentemente
despretensiosas, mas sempre significativas para minhas reflexões enquanto mãe e
educadora.
A Luan, meu amor, amigo e companheiro de todas as horas; pela paciência e pelo
incentivo.
À Profa. Virgínia Ávila, a quem tive a honra de conhecer e com quem tive o
privilégio de conviver e aprender ainda mais sobre vida, Pedagogia e Didática de
Ensino. Valeram as orientações, as ricas e descontraídas conversas e os vídeos dos
seminários que fizemos do nosso próprio desempenho e postura enquanto
educadores. Vermo-nos dessa forma implicou diretamente a reflexão sobre tudo o
que precisamos aperfeiçoar em nós mesmos; por isso, muito obrigada!
Ao meu grande mestre, educador e orientador professor Dr. Marcelo Ribeiro, por ser
para mim uma das maiores referências como educador, psicólogo e ser humano;
Aos professores, pelas pertinentes contribuições concedidas a este estudo;
Aos alunos, que tive durante minha carreira docente, sobretudo aqueles da
Educação Infantil, quando comecei a dar os primeiros passos como professora. Em
especial, a um deles, do quarto ano do Ensino Fundamental, em 2004, especial para
mim, por ter tido a oportunidade de alfabetizá-lo quando ninguém mais acreditava
ser possível!
MIRON, Adriana Campos Rodrigues. Desenvolvimento de Habilidades Sociais
em crianças: Epistemologia de Professores da Educação Infantil. 2017. p.115.
Dissertação, Mestrado em Formação de Professores e Práticas Interdisciplinares,
Universidade Estadual de Pernambuco, Petrolina, PE.
RESUMO
The research is part of the understanding of the aspects related to the Epistemology
of the Teachers of Early Childhood Education, of the Municipality of Petrolina, with
regard to Social Skills in childhood. Of exploratory and descriptive nature, it counted
on the participation of 12 female teachers, with a degree course in Pedagogy, who
work in the institutions of Early Childhood Education of the municipal network of
Petrolina-PE. For the collection of the data, a socio-demographic questionnaire and
the Free Word Association Test were applied, whose terms were: "Social Skills",
"Self-control", "Empathy" and "Assertiveness". The analysis of the results was carried
out using the software "Iramutec", a free software that is anchored in software R and
allows different forms of statistical analysis on textual corpus and tables of individuals
by words. The results obtained from the analysis of the words evoked demonstrate
theoretical misunderstandings and limitations of teachers in relation to the theme that
involves social skills, confirming the need for a teacher training based on an
interdisciplinary proposal, in which the construction of their knowledge / Elements of
the various areas that make up the human dimension, in their entirety (Pedagogy and
Psychology), and also the need to promote a reflection on what in fact are social
skills and how these can be developed in children, contributing to the formation Of
their social competence and, consequently, for the construction of a better society.
As a result of the dissertation, it is proposed to develop a Professional Interpersonal
Development Program that can encompass the experience that stimulates the
development of social skills in the teachers of Early Childhood Education, based on a
proposal of articulation between theory and practice.
SUMÁRIO ................................................................................................................. 13
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13
INTRODUÇÃO
A evolução histórica, nos seus aspectos sociais e legais, contribuiu para uma
modificação do olhar e da forma de compreensão dessa fase da vida e,
atualmente, com as ênfases das políticas voltadas para a educação das
crianças e as discussões entre concepções educacionais, envolvendo família e
instituição, educação, assistência e cuidado, a criança tem a oportunidade de
frequentar um ambiente de socialização, convivendo e aprendendo sobre sua
cultura por meio das diferentes interações com seus pares, de forma
15
Nesse contexto, Oliveira (2000, p. 35) defende a ideia de que as crianças são
“pequenas sementes que, adubadas e expostas a condições favoráveis em seu
meio ambiente, desabrochariam em um clima de amor, simpatia e
encorajamento”. Assim, a autora destaca a importância de a criança estar
inserida em um contexto educacional, que priorize a formação, na sua
integralidade, incluindo todos os aspectos, que envolvem o meio em que está
envolvida, sobretudo as relações sociais estabelecidas por ela com seus pares
e com adultos. É importante destacar que a defesa da ideia apresentada por
Oliveira (2000), dá-se não numa visão inatista, mas numa perspectiva
interacionista, na qual o desenvolvimento e a aprendizagem ocorrem,
simultaneamente, de forma dinâmica, num processo, que envolve os fatores
externos e internos, culminando na formação integral da criança.
Diante do exposto, a infância pode ser compreendida como uma fase essencial
para a formação do sujeito, uma vez que a capacidade de conhecer e aprender
se constrói a partir das trocas estabelecidas entre o sujeito e o meio. O
desenvolvimento infantil, portanto, pode ser concebido como um processo
dinâmico, construído por meio do contato da criança com seu próprio corpo,
com o ambiente, bem como por meio da interação com outras crianças e
adultos. Nessas interações, a criança desenvolve a capacidade afetiva, a
sensibilidade, a autoestima, o raciocínio, o pensamento e a linguagem. Além
disso, articulam os diferentes níveis de desenvolvimento motor, afetivo e
cognitivo de forma simultânea e integrada.
17
1
O conceito de privação precoce está ligado à privação grave de cuidados parentais nos anos
iniciais do desenvolvimento humano.
18
Estudos de A. Del Prette e Del Prette (2013), Bolsoni, Maturano e Freiria (2010)
confirmam que a infância é um período favorável para a aprendizagem de
habilidades interpessoais; porém, apesar de ser um campo de interesse
relativamente antigo na Psicologia, ainda, é restrito o campo de pesquisa sobre
habilidades sociais no contexto da Educação Infantil brasileira (DEL PRETTE
;DEL PRETTE, 2010; SILVA et al., 2013). Apesar da extensa produção
acadêmica sobre Habilidades Sociais, atualmente, ainda, há pouca produção
científica no Brasil que aborde o desenvolvimento das habilidades sociais no
contexto da Educação Infantil. Pesquisas realizadas durante o ano de 2016 na
Plataforma Scielo, mediante o uso dos descritores “Habilidades Sociais e
“Educação Infantil”, apresentam apenas dois trabalhos relacionados à temática:
Pereira (2011) e Bolsoni et al. (2010). A busca dos mesmos descritores no
banco de teses e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (CAPES) e na Plataforma Pepsic não apresentou
trabalhos que abordassem a temática. Sobre as concepções dos professores
da Educação Infantil, no que diz respeito às Habilidades sociais, nenhum
trabalho foi encontrado. Os resultados das pesquisas confirmam a necessidade
de estudos que possam analisar como os professores que atuam na fase
privilegiada do desenvolvimento das habilidades sociais percebem e
20
compreendem o que são e como podem contribuir para avanço das práticas
educativas infantis.
Del Prette e Del Prette (2010) afirmam que a maioria das teorias de
desenvolvimento humano destaca a importância da socialização e interações
sociais para o desenvolvimento da saúde mental do sujeito. Em sua obra
“Psicologia das Habilidades Sociais”, a autora cita os estudiosos Bellack e
Hersen (1977) e Matson, Sevin e Box (1995) como os principais teóricos, que
expressaram grande preocupação com as “consequências desenvolvimentais
dos déficits de habilidades sociais em etapas formativas da vida do indivíduo”
(p. 17), pois reconhecem que os déficits de habilidades sociais podem
comprometer fases posteriores do ciclo vital do indivíduo.
Del Prette e Del Prette (2010) afirmam ainda haver evidências, que comprovam
correlação entre déficits de habilidades sociais e uma variedade de problemas
psicológicos, como “delinquência juvenil, desajustamento escolar, o suicídio e
os problemas conjugais” (p. 17).
mais agradável (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2013). Por outro lado, os
estudos que abordam as consequências negativas da baixa competência social
mostram que ela pode estar relacionada ao surgimento de sintomas de
transtornos psicológicos e “sinais de alerta para eventuais problemas em ciclos
posteriores do desenvolvimento” (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2013, p. 18).
Seguindo a discussão, Monteiro (2009) afirma que cita Piaget como um dos
autores principais para a condução do termo Epistemologia para a área da
educação, pois foi um grande precursor das teorias de aprendizagem e suas
contribuições foram fundamentais para a construção do pensamento
epistemológico da Psicologia e, consequentemente, para as discussões do
processo ensino-aprendizagem, na fase de articulação psicologizante das
teorias educacionais.
Arce (2001) afirma que as teorias que defendem o professor como ser
reflexivo, baseadas nos estudos de Nóvoa (1997), Shön (1997), Zeichner
(1997) e Perrenoud (1993), alicerçam esse movimento, reforçando a
valorização do conhecimento produzido no cotidiano do professor, o
conhecimento advindo de sua prática. Esse fenômeno pode estar contribuindo
para a construção de um processo de formação teórica mais “aligeirado”, ou
seja, os aspectos teóricos que são necessários para a formação de
professores/educadores críticos, capazes de pensar sobre suas práticas
podem, segundo essa visão, estar sendo ignorados.
Compartilha-se, portanto, com a defesa de Arce (2001), quando afirma que não
é possível conceber que a formação do professor possa estar voltada apenas
para a reflexão sobre a ação; acreditar nesse discurso e defendê-lo seria o
mesmo que decretar o fim da profissão docente; é conceber que essa figura
torna-se cada vez mais dispensável diante do aparato tecnológico disponível,
hoje, para transmissão de informação.
26
Leme (2015) afirma que o campo de estudo das Habilidades Sociais, ainda,
está em construção e, por essa razão, não existe consenso na literatura quanto
à sua definição; porém, apresenta estudos que mostram sua importância para
o desenvolvimento humano, entre eles, destaca as pesquisas de Beauchamp &
Anderson (2010), Caballo (2003) e Del Prette & Del Prette (2005). O consenso
presente nos estudos apresentados parte do princípio de que habilidades
sociais são expressas em comportamentos necessários a uma relação
interpessoal bem-sucedida, considerando as características de cada cultura.
Nesse contexto, fica claro que a construção da competência social é algo que
deve ocorrer desde a primeira infância, conforme resultados de estudos de A.
Del Prette e Del Prette (2013), Bolsoni, Maturano e Freiria (2010) que
confirmam ser essa fase um período favorável para a aprendizagem de
habilidades sociais.
usam para realizar tarefas e objetivos que dão sentido, direção e satisfação às
suas vidas” (BANDURA, 2001, p. 4).
2
O condicionamento operante é um mecanismo de aprendizagem de novo comportamento que
ocorre por meio do reforço, seja ele positivo ou negativo.
33
Vista de forma mais ampliada, Saldaña et. al (2002) ressaltam que a Teoria da
Aprendizagem Social de Bandura (1986) pode ser considerada interacionista,
interdisciplinar e multimodal, uma vez que o homem é capaz de fixar a si
mesmo normas de execução dos comportamentos e, consequentemente,
premiar-se ou castigar-se; portanto, essa teoria considera as contribuições do
condicionamento clássico e operante, bem como os seus pressupostos
teóricos, estabelecendo interlocuções com o elemento humano e enfatizando a
noção de liberdade para o desenvolvimento de habilidades sociais positivas
que permitem a melhoria do funcionamento cotidiano do indivíduo (SALDAÑA
et. al. 2002).
XVIII e início do século XIX, com o objetivo de oferecer cuidados, numa visão
assistencialista, às crianças de 0 a 3 anos, durante o período em que as mães
precisavam trabalhar. Dessa forma, a instituição creche surge de uma
necessidade vinculada à dinâmica social do capitalismo e, consequentemente,
do fenômeno da urbanização. No Brasil, ainda para Sanches (2004), a
proposta de creche surgiu no final do século XIX, como fruto do processo de
industrialização e urbanização, seguindo a mesma lógica de atendimento
proposta pela Europa: cuidados assistencialistas com foco no suprimento das
necessidades básicas da criança.
pois ilustra, de forma clara, a sua função educativa, da qual é parte inseparável
a função do cuidado. Nesse contexto, Machado (2005) defende que o trabalho
pedagógico no contexto da Educação Infantil ganhou reconhecimento e passou
a ocupar um espaço mais extenso no sistema educacional, na medida em que
propõe a compreensão das especificidades que envolvem o desenvolvimento
infantil, conforme características de cada faixa etária, contribuindo, assim, para
o seu processo de formação, em todos os seus aspectos.
Sobre esse assunto, Bolsoni et. al (2013) apontam que ações docentes podem
ser influenciadas por suas concepções. Os autores desenvolveram um estudo
com os objetivos de descrever o que o professor pensa sobre o
desenvolvimento interpessoal do aluno e o seu papel para a promoção destas
habilidades; além disso, buscaram também descrever quais as práticas
docentes eram desenvolvidas para promover o desenvolvimento social dos
alunos e estabeleceram comparações com o relato do professor sobre o papel
de suas práticas para a promoção do desempenho social dos alunos e seus
comportamentos em sala de aula, verificando coerências e/ou incoerências
entre concepções e ações do professor. Os resultados apontaram incoerências
e coerências, tanto nas concepções relatadas quanto entre concepções e
ações. As professoras pesquisadas destacaram a importância do
desenvolvimento interpessoal, descrevendo estratégias para esse, porém,
explicavam o comportamento da criança, ora pela idade, ora pela família.
No contexto escolar, Del Prette e Del Prette (2001) realizaram um estudo com
uma amostra de professores de uma escola pública, no qual identificaram que
mais da metade dos professores apresentou relatos de acontecimentos
semanais, que envolviam conflitos interpessoais (ameaças, xingamentos,
agressões físicas, gritos e discussões) entre os alunos; destacaram, também,
baixa efetividade nas tentativas de manejo dessas situações por parte dos
professores. Os autores concluíram, com base dos resultados obtidos, que os
professores compreendem as habilidades sociais de forma equivocada; o
entendimento desse campo é restrito às habilidades de comunicação e de
civilidade, em detrimento de habilidades de enfrentamento e de resolução de
problemas das crianças. Finalizando, os autores sugerem para os professores
um treinamento que envolva o manejo dos comportamentos apresentados por
seus alunos e investimentos na formação de professores que tratem de
habilidades sociais infantis, além de habilidades de enfrentamento em
situações conflituosas dentro do contexto escolar.
40
Del Prette e Del Prette (2013) afirmam, ainda, que, embora haja evidências de
que os fatores constitucionais inatos (temperamento, sentimentos, etc.)
influenciem as interações iniciais da criança, “é inquestionável a função das
experiências de aprendizagem, planejadas ou não, na determinação do estilo
interpessoal que a criança irá desenvolver” (p. 51). Para os autores,
Tudo isso justifica a importância social da escola, uma vez que o investimento
na promoção de Habilidades Sociais pode ser defendido, segundo Del Prette e
Del Prette (2013), com base em três argumentos: “a) a função social da escola;
b) as evidências de relação entre habilidades sociais e desempenho
acadêmico; c) as políticas de inclusão.” (p. 63).
1.4.1 Autocontrole
Fica claro, portanto, que o conceito de emoção é algo que vem sendo estudado
desde muito tempo; no entanto, a diversidade de teorias apresenta distintas
explicações, a depender da epistemologia construída por cada área. Por essa
razão, não existe, ainda, uma definição consensual para o termo. Para Del
Prette e Del Prette (2013), o conceito de emoção foi construído ao longo do
tempo, recebendo contribuições da Medicina, Psicologia, Pedagogia e Biologia
e, mais recentemente, do campo da Neuropsicologia e Biologia Molecular.
44
Del Prette e Del Prette (2013) citam uma pesquisa americana realizada por
Planalp (1999), na qual foi realizada uma extensa revisão de estudos com a
temática. Foram encontrados, com os resultados obtidos, cinco componentes
comuns presentes nas emoções: 1) acontecimentos precipitadores;
2)avaliação, 3) mudanças fisiológicas, 4) tendência para a expressão e 5) ação
e regulação.
Del Prette e Del Prette (2002), adaptado para a Educação Infantil, por meio do
uso dos contos de fadas como instrumento mediador das vivências.
1.4.2 Empatia
dos mais belos recursos do indivíduo para a construção de uma vida social
saudável e produtiva.
Porém, “o conceito de empatia passou por uma extensa trajetória até obter um
reconhecimento generalizado” (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2013, p. 148). Os
autores afirmam que a definição de empatia esteve presente no campo da
estética, como a capacidade de penetração no produto da arte e captação do
sentimento expressado por ela; também teve o significado relacionado à
identificação da mímica motora, ou seja, empatia era vista como um tipo de
imitação interna, controlado exclusivamente por fatores internos e, ainda, foi
concebida como objeto de investigação sociológica, o que impulsionou para ser
aceito no campo da Educação e da Psicologia.
Galvão (2010) destaca ainda que, na Psicologia, o primeiro autor que utilizou o
termo empatia foi Titchener (1909), segundo o qual tratava-se de uma
habilidade referente à capacidade de poder saber sobre a consciência de outra
pessoa. A partir daí, segundo a autora, algumas áreas da Psicologia
destacaram-se no estudo da empatia, dentre as quais foram destacadas:
que uma pessoa estabelece com outra e a sua capacidade de “sentir com” o
outro.
Para Del Prette e Del Prette (2013), as habilidades empáticas podem ser
caracterizadas pela expressão afetiva de compreensão e compartilhamento
com a experiência positiva ou negativa do interlocutor; em outras palavras, são
focadas nas necessidades do outro. Os autores afirmam, ainda, que, em uma
50
revisão ampla de literatura realizada por Hoffman (2000), foi possível verificar
que, na Psicologia, o termo empatia vem sendo definido, usualmente, de duas
maneiras. A primeira como uma forma de “consciência”, que alguém tem sobre
os estados considerados internos (percepção, pensamento, sentimento e
intenção) do outro e a segunda que faz referência a uma resposta afetiva, fruto
da aprendizagem social adquirida através da reação imitativa (BANDURA,
1986 Apud LEFRANCÓIS, 2012).
1.4.3 Assertividade
CAPÍTULO 2: MÉTODO
Este estudo foi realizado com base na resolução 466/12 publicada em13 de
junho de 2013, que descreve as diretrizes e normas regulamentadoras da
pesquisa, envolvendo seres humanos. Os instrumentos foram aplicados após a
entrega, leitura e o esclarecimento de um Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido aos participantes. Foi, também, explicitado aos participantes, de
forma oral e documental, sobre o objetivo da pesquisa, assegurado seu direito
à privacidade e de desistência a qualquer momento, assim como, a
responsabilidade da pesquisadora por quaisquer danos emocionais
decorrentes da pesquisa e garantia do direito a assistência psicológica por
conta de quaisquer danos ocasionados pelo estudo. A pesquisadora também
garantiu que esta pesquisa não apresentaria riscos à integridade dos
participantes e que é importante para a construção de conhecimento sobre a
área da educacional da região
59
3.1. Participantes
Variáveis Número %
Idade
26 e 30 anos 04 33%
31 e 40 anos 05 41%
40 e 49 anos 03 25%
Situação Conjugal
Casada 05 41%
Solteira 05 41%
Divorciada 02 16%
Formação Acadêmica
Licenciatura – Pedagogia 12 100%
Especialização na área 04 33%
Especialização em outra área 03 25%
Tempo de experiência profissional da Rede Municipal
Menos de 01 ano 02 16%
Entre 01 e 05 anos 02 16%
Acima de 10 anos 08 66%
Tempo de experiência profissional Fora da Rede Municipal
Menos de 01 ano 03 25%
Entre 01 e 05 anos 07 58%
Acima de 10 anos 02 16%
Tempo de experiência profissional na Educação Infantil
Menos de 01 ano 02 16%
Entre 01 e 05 anos 05 41%
Entre 06 e 10 anos 04 33%
Acima de 10 anos 01 8,3%
Num universo de quarenta e três palavras evocadas e concorrentes entre si, foi
possível verificar apenas seis que possuem, de fato, relações teóricas com o
termo indutor proposto. A palavra emoção, evocada quatro vezes e identificada
na segunda posição no quesito importância, demonstra uma concepção
epistemológica coerente, visto que a expressividade emocional é um elemento
chave para o autocontrole (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2015). Além da
74
palavra “emoção”, chamou atenção a evocação, mesmo que tardia e com baixa
frequência e concorrência, das palavras: “controle emocional”, “respeito”
“diálogo” “reação” e “compreensão”, uma vez que refletem os requisitos
básicos para a construção da habilidade em questão.
Por outro lado, conforme análise realizada com base na frequência das
palavras, a árvore de similitude apresenta a diversidade das outras palavras
evocadas sem concorrências significativas. Os resultados obtidos confirmam
determinada aleatoriedade evocação das palavras.
Uma das interpretações para os sentidos das poucas palavras alocadas, que,
de fato, possuem relação com o termo indutor (“emoção”, “controle emocional”,
“respeito” “diálogo” “reação” e “compreensão”) é o das suas possíveis relações
com os significados obtidos mediante a construção epistemológica dos
professores relacionados ao cenário pedagógico no contexto da Educação
Infantil, onde o a expressividade emocional (inerente à criança) pode ser
entendida como propiciadora de condições favoráveis para a aprendizagem e o
desenvolvimento infantil.
Por essa razão e mais, pela diversidade de palavras e pela própria organização
hierárquica delas, os resultados indicam a necessidade do desenvolvimento de
um trabalho de formação docente voltada para a compreensão e delimitação
conceitual da habilidade de autocontrole, bem como da expressividade
emocional, para possibilitar uma construção epistemológica (teórica)
consciente, aperfeiçoando, assim, a sua prática para o desenvolvimento da
habilidade social de autocontrole.
No que se refere à definição do termo empatia, Del Prette e Del Prette (2013)
afirmam que pode ser caracterizada pela expressão afetiva de compreensão e
compartilhamento com a experiência positiva ou negativa do interlocutor, em
outras palavras, está focada nas necessidades do outro.
Os resultados apontam que os professores podem não ter uma definição clara
sobre a assertividade enquanto uma habilidade social. A diversidade das
palavras apresentada no esquema da árvore de similitude, e, principalmente, a
falta de concorrência e relações entre elas, confirmam a limitação conceitual do
termo investigado. Assim, direcionam para a necessidade de formação docente
relacionada à compreensão epistemológica da assertividade, bem como para o
desenvolvimento das próprias habilidades assertivas dos docentes.
que a sua construção epistemológica sobre essa habilidade está vinculada aos
processos das relações interpessoais, que incluem a segurança, as emoções e
o equilíbrio, significando que suas compreensões sobre o assunto estão
relacionadas aos elementos constituintes da habilidade pesquisada; porém,
para a melhor compreensão da habilidade e dos processos que a
desenvolvem, é preciso que os professores compreendam as concepções
epistemológicas e conceituais dos termos em si (separadamente),
relacionando esses elementos à definição de autocontrole e, com isso,
promover o desenvolvimento da consciência pedagógica no que se refere às
estratégias pedagógicas necessárias para o desenvolvimento de tal habilidade.
Por essa razão e com base nos resultados obtidos pela pesquisa, propõe-se o
desenvolvimento de um programa de Treinamento de Habilidades Sociais para
os professores da Educação Infantil da Rede Municipal de Educação de
Petrolina, organizado a partir das vivências das habilidades e da compreensão
dos aspectos teóricos que baseiam a Teoria das Habilidades Sociais.
Sobre esse assunto, Del Prette e Del Prette (1997) afirmam que o caráter
social presente na construção do conhecimento põe em ênfase o papel das
interações sociais educativas e, por essa razão, defendem a necessidade do
desenvolvimento de programas voltados para a promoção de habilidades
sociais demandadas nos contextos de planejamento, participação e mediação
das interações sociais estabelecidas entre professores e alunos. Os autores
99
Obviamente, essa experiência será realizada com base nos princípios éticos do
sigilo e da preservação da imagem dos participantes, que deverão assinar o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, como requisito para a
participação no programa; os dados levantados a partir das análises dos
instrumentos utilizados de caráter qualitativo, servindo de base para o
aprimoramento (se for o caso) e a execução do programa para outros
professores da rede.
102
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desse modo, seria importante que estudos futuros coletassem dados com as
concepções epistemológicas baseadas na teoria, como na prática docente, a
fim de produzir resultados mais precisos, contribuindo para uma proposta de
formação mais sólida e real.
104
REFERÊNCIAS
BANDURA, A. The evolution of social cognitive theory. In: Smith, K.G.; Hitt,
M.A. Great minds in management. Oxford University Press, 2001.
APÊNDICES
_____________________ ________________________________
Participante Adriana Campos Rodrigues Miron
Pesquisadora
110
C- Questionário Sociodemográfico
NOME: __________________________________________________
GÊNERO: _______________________________________________
IDADE: ______________________________________
ESTADO CIVIL _____________________
FORMAÇÃO ACADÊMICA
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL NA REDE MUNICIPAL:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL FORA DE REDE MUNICIPAL:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Orientações:
Escreva as cinco primeiras palavras que, de imediato, se associam ao
indutor proposto em cada linha.
Enumere suas evocações por ordem de importância, utilizando os
parênteses no início da linha de cada palavra evocada, utilizando o
número 1 para a palavra que considera a mais importante, e assim
sucessivamente.