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para Municípios
Módulo
3 Anexo de Metas Fiscais
Brasília - 2017
Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
Dyogo Henrique de Oliveira
Secretários-Adjuntos:
Bruno César Grossi De Souza
Geraldo Julião Júnior
Orlando Magalhães Da Cunha
Márcio Luiz de Albuquerque Oliveira
Diretores
Clayton Luiz Montes
Felipe Dariuch neto
Zarak de Oliveira Ferreira
Revisão do Conteúdo
José Paulo de Araújo Mascarenhas
Karina Rocha Martins Volpe
Suzana Ferreira Guimarães
Revisão Pedagógica
Janiele Cardoso Godinho
Revisão Gramatical e Ortográfica
Renata Carlos da Silva
Colaboração
Rosana Lôrdelo de Santana Siqueira
Bruno Rodolfo Cupertino
Fernando César Rocha Machado
Francisca Belkenia Fernandes Sousa
Karen Evelyn Scaff
Informações:
www.orcamentofederal.gov.br
Secretaria de Orçamento Federal
SEPN 516, Bloco “D”, Lote 8,
70770-524, Brasília – DF, Tel.: (61) 2020-2329
escolavirtualsof@planejamento.gov.br
SUMÁRIO
Apresentação.................................................................................................. 5
1. Metas Fiscais............................................................................................... 5
Revisão do Módulo........................................................................................ 32
Referências Bibliográficas.............................................................................. 34
Módulo
3 Anexo de Metas Fiscais
Apresentação
Iniciaremos agora os estudos do Anexo de Metas Fiscais. Ressaltamos que as orientações para
construção do anexo de Metas Fiscais seguem as diretrizes do Tesouro Nacional, contidas no
“Manual de Demonstrativos Fiscais: Aplicado à União e aos Estados, Distrito e Municípios”
válido para os exercícios de 2015 e 2016 (6ª edição).
Para ajudá-lo numa melhor compreensão de como é elaborado o Anexo de Metas Fiscais,
a primeira unidade desse módulo apresenta conceitos importantes relacionados ao tema.
Esses conceitos são fundamentais para que você compreenda os cálculos que estudaremos
em seguida.
Cumpre ressaltar que o Anexo de Metas Fiscais é composto por vários demonstrativos, mas
nesse curso abordaremos apenas o Demonstrativo de Metas Anuais. Caso você tenha interesse
em conhecer melhor os demais demonstrativos, consulte o manual de demonstrativos fiscais
do Tesouro Nacional, disponível em nosso Ambiente Virtual de Aprendizagem.
Assim, este módulo requer maior atenção e disciplina da sua parte, uma vez que apresenta
valores, números e cálculos bastante específicos.
1. Metas Fiscais
Esta unidade tem como objetivo abordar conceitos relevantes sobre o assunto Metas Fiscais,
mostrando a importância deste tema para o controle das contas públicas. Você já ouviu falar
de Metas Fiscais? E Superávit Primário?
Por determinação do art. 4º, § 1º, da Lei nº 101, de 4 de maio de 2000 (LRF), integrará o
projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas
metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados
nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os
dois seguintes.
Apesar de parecer um assunto distante das nossas vidas cotidianas, é provável que você já
tenha ouvido falar resultado primário ou mesmo em metas fiscais do governo, uma vez que
estão frequentemente na mídia. Assim, antes de começarmos a discutir o tema, observe
alguns fragmentos de notícia retirados da internet:
5
Fonte: Portal G1 de notícias
Um outro exemplo:
Esses fragmentos de reportagens ilustram como este tema está presente nas nossas vidas.
Você percebe a importância de entender bem cada um destes conceitos?
Ao final do módulo acreditamos que você lerá essas reportagens com “outros olhos”, uma vez
que além de entender os conceitos que serão apresentados, você compreenderá o porquê de
se buscar um superávit fiscal e as implicações caso o Resultado Primário fique aquém da meta
estabelecida. Pronto para aventura? Então vamos ao curso!
O Anexo de Metas Fiscais é um documento que integra o projeto de LDO e passou a ser
exigido com o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Dessa forma, passou a ser
obrigatória a inclusão de metas em termos fiscais (NASCIMENTO, 2001).
Mas, o que é uma Meta Fiscal? Meta Fiscal é uma meta financeira a ser atingida pela
Administração Pública, sendo que a diferença entre a arrecadação tributária e o gasto é o
resultado do governo num determinado período de tempo. Para facilitar seu entendimento,
analise o exemplo a seguir:
6
Observe que para estabelecer uma meta é imprescindível um bom planejamento. A proposta
orçamentária deve conter as demonstrações da compatibilidade das receitas estimadas e das
despesas fixadas com as metas fiscais (NASCIMENTO, 2001).
Quando se tem o objetivo de reduzir de forma mais acentuada a trajetória da dívida pública,
busca-se uma maior Meta Fiscal, ou seja, uma economia mais robusta. As metas estão
relacionadas com a gestão fiscal responsável, sendo um link entre o planejamento, a elaboração
e a execução do orçamento.
Entendido o que é Meta Fiscal fica mais fácil compreender o respectivo Anexo. O Anexo de
Metas Fiscais demonstrará como será a condução da política fiscal para os próximos exercícios
e avaliará o desempenho fiscal dos exercícios anteriores. Este anexo foi introduzido no processo
de planejamento governamental pela LRF, sendo instrumento de suma importância para a
gestão responsável do dinheiro público e alcance do equilíbrio das contas públicas (ANDRADE,
2008).
No Anexo de Metas Fiscais são estabelecidas as metas anuais relativas a receitas, despesas,
Resultado Nominal e Primário e montante da dívida pública, para o exercício corrente e para
os dois seguintes.
Esse Anexo deve conter ainda avaliação do cumprimento das metas fiscais relativas ao ano
anterior, demonstrativo das metas anuais, evolução do patrimônio líquido, avaliação da
situação financeira e atuarial2, demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de
receita 3e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.
Para ajudar você em uma melhor fixação do conteúdo do Anexo de Metas Fiscais, observe o
mapa mental a seguir.
1. Política fiscal reflete o conjunto de medidas pelas quais o Governo arrecada receitas e realiza despesas de modo a cumprir
três funções: estabilização macroeconômica, redistribuição da renda e alocação de recursos. Fonte: Secretaria do Tesouro
Nacional. Para saber mais sobre as funções do governo faça o curso básico de orçamento público http://ead.orcamentofederal.
gov.br/
2. Atuarial é a área relacionada à variação de riscos, cálculos no setor de Seguros, Pecúlios, Planos de Aposentadoria e Pensões.
3. Renúncia de receita caracteriza-se como a desistência do direito de cobrar um crédito tributário, total ou parcialmente,
manifestada pelo Ente que possui competência para a instituição de determinado tributo.
7
FIGURA 1 | Anexo de Metas Fiscais
O Anexo de Metas Fiscais abrangerá os órgãos da Administração Direta dos Poderes e entidades
da Administração Indireta constituída pelas autarquias, fundações, fundos especiais, e as
empresas públicas e sociedades de economia mista que recebem recursos dos Orçamentos
Fiscal e da Seguridade Social, inclusive sob a forma de subvenções4 para pagamento de pessoal
e custeio (empresas dependentes) ou de auxílios para pagamento de despesas de capital,
excluídas, neste caso, aquelas empresas lucrativas que recebam recursos para aumento de
capital (empresas independentes).
A não apresentação do Anexo de Metas Fiscais junto à LDO configura infração administrativa
do agente que lhe der causa, sendo a penalização de 30% dos vencimentos anuais de quem
lhe deu causa, conforme art. 5º, II, da Lei nº 10.028/200 (Lei de Crimes Fiscais).
O Anexo de Metas Fiscais é um instrumento criado pela LRF voltado ao controle das
despesas públicas e do endividamento. Este anexo deve ser acompanhado sistemática
e periodicamente durante a execução orçamentária.
4. Subvenções são transferências de recursos do governo para empresas e instituições públicas ou privadas.
As subvenções podem ser:
• Subvenções Econômicas: Dotações destinadas a cobrir déficit de manutenção das empresas públicas ou cobrir a
diferença entre os preços de mercado e os preços de revenda. Ex: Pagamento de bonificações a produtores de
determinados gêneros alimentícios.
• Subvenções Sociais: Recursos transferidos a organizações não-governamentais de caráter assistencial ou cultural
sem fins lucrativos. Ex: Transferência de recursos do setor público para uma organização não governamental, sem
fins lucrativos, que presta serviços culturais à comunidade. Fonte: Tesouro Nacional
8
Observe o que a LRF dispõe sobre o Anexo de Metas Fiscais:
Art. 4o [...]
III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a
origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;
O Tesouro Nacional publica de forma periódica um Manual para orientar a elaboração dos
Anexos de Metas Fiscais e Riscos Fiscais. A 6ª edição (de 2014) desse manual, é válida a partir
do exercício financeiro de 2015.
De acordo com o Manual mencionado, a fim de dar cumprimento ao preceito da LRF, o Anexo
de Metas Fiscais deve ser composto pelos seguintes demonstrativos:
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FIGURA 2 | Demonstrativos do Anexo de Metas Fiscais
A LDO federal de 2016 foi acompanhada pelos demonstrativos de metas anuais e de margem
de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.
Nesse curso abordaremos somente o Demonstrativo de Metas Anuais e, para iniciarmos sua
construção é importante apresentarmos alguns conceitos. Este é o assunto de nossa próxima
unidade.
Exercício de Fixação 1
( ) O Anexo de Metas Fiscais foi criado como ferramenta para o controle das despesas
públicas e do endividamento.
( ) Meta Fiscal é uma meta financeira a ser atingida pela Administração. As Metas
fiscais estão relacionadas ao endividamento público e indicam os rumos da
política fiscal do governo.
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2. Demonstrativo de Metas Anuais – Conceitos
Você já leu o Anexo de Metas Fiscais da LDO de seu Município? Que tal comparar o demonstrativo
de metas anuais do seu Município com o demonstrativo que apresentaremos aqui?
Art 4º ...
...
§1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em
que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a
receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para
o exercício a que se referirem e para os dois seguintes.
Para atender à exigência do §1º, art. 4º da LRF, observe a seguir um exemplo de quadro
que os gestores municipais devem preencher. Esse quadro foi retirado do 6º Manual de
Demonstrativos Fiscais do Tesouro Nacional.
Valores correntes são os valores das metas fiscais, ano a ano, estabelecidos com base no
cenário macroeconômico, ou seja, os valores são estabelecidos de acordo com as perspectivas
da economia, crescimento de rol de contribuintes, elevação de alíquotas, índices de inflação,
etc.
Valores constantes são valores correntes abstraídos da variação do poder aquisitivo da moeda,
ou seja, expurgando-se os índices de inflação ou deflação aplicados no cálculo do valor corrente,
trazendo os valores das metas anuais para valores praticados no ano de edição da LDO.
A existência de inflação exige que olhemos o crescimento sob duas óticas: a dos preços
correntes e a dos preços constantes. Vejamos um exemplo fictício. Suponha um produtor de
leite. Em 2014 as vendas foram de R$ 500 mil reais e em 2015 atingiram R$ 660 mil. Qual o
crescimento das vendas?
Mas, se considerarmos que em 2014 o preço do litro de leite era R$ 1,25 e foi vendido 400
mil litros de leite, e em 2015 o preço foi de R$ 1,5 e foram vendidos 440 mil litros, podemos
olhar o crescimento sob outra ótica.
Mas, qual dos dois valores estão corretos? Os dois valores estão corretos, já que mediram
realidades diferentes.
No primeiro cálculo, consideramos apenas o crescimento da receita gerada, sem olhar outros
fatores. Podemos falar que analisamos o crescimento a valores correntes.
Por isso no demonstrativo de metas anuais calculamos as receitas, despesas e dívida a valores
correntes e constantes: o primeiro para analisar o crescimento em valores totais e o segundo
para analisar esse crescimento descontando a inflação do período.
Falando em inflação, vamos entender um pouco melhor o que significa? Pois bem, inflação
é o nome que se dá ao processo de elevação do nível geral de preços, isto é, da média dos
preços de uma economia, que provoca uma perda do poder aquisitivo da moeda.
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2.2 B) Receitas total e primária
A receita total é a estimativa das receitas primária e financeira estimadas para o exercício
financeiro a que se refere a LDO e para os dois seguintes.
A despesa total são os valores estimados para as despesas primária e financeira do exercício a
que se refere a LDO e para os dois seguintes.
Você já sabe que o dinheiro arrecadado pelo governo sob a forma de tributo e outras
receitas é gasto com serviços para população. Mas você sabia que essas despesas são
divididas entre obrigatórias e discricionárias?
As despesas obrigatórias são aquelas nas quais o gestor público não possui
discricionariedade quanto à determinação do seu montante, bem como ao momento
de sua realização, por determinação legal ou constitucional. Por possuírem
tais características, essas despesas são consideradas de execução obrigatória e
necessariamente têm prioridade em relação às demais despesas, tanto no momento
de elaboração do orçamento, quanto na sua execução. Ex: pagamento de pessoal,
gasto com saúde, educação, etc.
5. A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) refere-se ao total das obrigações do setor público não financeiro, deduzido dos
seus ativos financeiros junto aos agentes privados não financeiros e aos agentes financeiros, públicos e privados. No caso
brasileiro, é importante mencionar que, diferentemente de outros países, o conceito de dívida líquida considera os ativos e
os passivos financeiros do Banco Central, incluindo, dentre outros itens, as reservas internacionais (ativo) e a base monetária
(passivo).
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Quase 90% do orçamento da União é constituído de despesas obrigatórias, ou seja, já tem
uma obrigação específica. Apenas 10% do orçamento possibilita ao gestor flexibilidade para
alocar em gastos que considera mais adequado, de acordo com o plano de governo.
Essa reportagem que você acabou de ler foi retirada do “Momento do Orçamento”, um
programa da SOF, que tem como objetivo explicar ao cidadão o orçamento e sua importância.
Acesse o site http://www.orcamentofederal.gov.br/educacaoorcamentaria e leia outras
reportagens interessantes.
Agora que você já entendeu a diferença entre despesa obrigatória e discricionária, voltemos
ao foco deste item: despesas primárias ou não financeiras.
Por outro lado, quando o governo pega um empréstimo bancário, ele paga o saldo principal
e os juros. Essas despesas são consideradas despesas financeiras e não entram no cálculo do
Resultado Primário.
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Receita Primária > Despesa Primária = Superávit Primário
O superávit primário indica que o ente possui receitas não-financeiras para o pagamento de
suas despesas não-financeiras e que ainda sobra recurso, que pode ser usado para o pagamento
das despesas com os serviços da dívida (amortização, juros e demais encargos).
O déficit primário indica que as receitas não-financeiras do ente não são suficientes para o
pagamento de suas despesas não-financeiras e consequentemente precisará financiar essas
despesas.
Embora o governo tenha muito mais recursos do que nós cidadãos, e que também tenha muito
mais despesas, a administração das finanças do governo não é tão diferente da administração
das finanças pessoais: assim como nós, os governos devem se esforçar para não gastar muito
mais do que arrecadam. Caso gastem mais do que arrecadem, terão que pegar empréstimos
para saldar suas dívidas.
Na maioria das vezes, quando um indivíduo quer comprar uma casa (ou seja, quer fazer um
investimento) tem que pegar um empréstimo. Geralmente pegamos dinheiro emprestado
com o banco, e fazemos o pagamento em parcelas mensais. Mas além de devolvermos o valor
principal do empréstimo temos que pagar juros sobre essa dívida.
Da mesma forma, quando o governo quer fazer um grande investimento (por exemplo, construir
um aeroporto), pode financiar esta despesa por meio de um empréstimo, comprometendo-se
a pagar esta dívida no futuro.
Mas, ao pegar um empréstimo, tanto o indivíduo quanto o governo, têm que fazer uma
economia mensal para saldar as parcelas desse empréstimo (valor que pegou emprestado +
juros). Por isso o governo busca um superávit primário: uma poupança que deve fazer para
liquidar um compromisso assumido.
Outra situação ocorre quando o cidadão não consegue gastar apenas aquilo que recebe,
ficando todo mês no “vermelho”. Da mesma forma que o indivíduo analisa se está poupando
ou gastando mais do que recebe, o governo também faz esses cálculos.
Quando calculamos o Resultado Primário, olhamos o esforço do governo para viver dentro dos
limites financeiros, e, portanto, não são contabilizados os gastos com pagamento da dívida,
assim como as receitas provenientes de empréstimos. Para ajudá-lo a compreender melhor
essa situação, analise o exemplo:
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O Sr. João quer comprar um carro novo. Ele já tem na poupança 50% do valor do carro, mas
para complementar vai pegar empréstimo no banco, e pagará uma parcela mensal de R$
500,00. Cauteloso, ele quer analisar se conseguirá arcar com os custos do empréstimo. Para
isso, fez uma tabela com os gastos mensais. Analise os gastos do Sr. João:
RECEITAS DESPESAS
Salário R$ 2.000 Aluguel casa R$ 800,00
Saúde R$ 200,00
Educação R$ 300,00
Alimentação R$ 350,00
Total R$ 2.000 Total R$ 1650,00
De acordo com esses dados, você acha que o Sr João conseguirá pagar o empréstimo do
carro?
Veja que mensalmente ele tem uma receita de R$ 2.000 e os gastos são de R$ 1.650,00. Existe
uma “sobra” mensal de R$ 350,00. Poderíamos chamar essa sobra de superávit primário do
Sr. João, já que neste cálculo não contabilizamos pagamento de dívida e os juros.
Mas, veja também, que embora exista superávit primário, ele não é capaz de arcar com os
custos do empréstimo. Ou seja, a poupança ou o esforço fiscal do Sr. João não é suficiente
para arcar com os custos da dívida.
Assim, se o Sr João quiser realmente comprar o carro terá que rever suas despesas reduzindo-
as para conseguir pagar o valor do empréstimo.
Em síntese, o Resultado Primário demonstra se o Governo está ou não fazendo esforço fiscal
para o pagamento do serviço da dívida, o que pode resultar na redução ou elevação do
endividamento do setor público.
Já o Resultado Nominal é o conceito fiscal mais amplo e representa a diferença entre o fluxo
agregado de receitas totais (inclusive de aplicações financeiras) e de despesas totais (inclusive
despesas com juros), num determinado período. O Resultado Nominal é calculado pela
variação do endividamento líquido.
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Em outras palavras, o Resultado Nominal representa a diferença da dívida acumulada até o
exercício, em comparação ao ano anterior. Quanto maior for o valor negativo de Resultado
Nominal, maior será a redução no estoque da dívida.
Deste modo, este resultado indica, efetivamente, o montante de recursos que o setor público
necessitou captar junto ao sistema financeiro, o setor privado e o resto do mundo para a
realização de suas despesas orçamentárias.
Assim, o Resultado Nominal representa a diferença entre o saldo da dívida fiscal líquida em 31
de dezembro de determinado ano em relação ao apurado em 31 de dezembro do ano anterior.
Resultado Nominal = Dívida Fiscal Líquida (ano x) – Dívida Fiscal Líquida (ano x – 1)
2.5 Dívida
Os Restos a Pagar são as despesas empenhadas, mas não pagas até 31 de dezembro. Empenho
é o primeiro estágio da despesa pública, sendo um ato emanado de autoridade competente,
que cria para o Estado a obrigação de pagamento.
6. Precatório judicial é o instrumento pelo qual o Poder Judiciário requisita, à Fazenda Pública, o pagamento a que esta tenha
sido condenada em processo judicial. É um documento em que o juiz determina que a União, Estado, Distrito Federal ou
Município pague sua dívida por meio da inclusão do valor do débito no orçamento público. Fonte: Secretaria de Fazenda de SP
7. Haveres financeiros indicam o volume de poupança financeira. Isto é, a massa de recursos em poder dos indivíduos e das
empresas não financeiras que pode, com maior ou menor grau de liquidez, ser utilizada como meio de pagamento de bens e
serviços. Fonte: Banco do Brasil
8. Receita corrente líquida, segundo o art. 2º da LRF, é o somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais,
industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzidos principalmente,
os valores transferidos, por determinação constitucional ou legal, aos Estados e Municípios, consideradas ainda as demais
deduções previstas na Lei. Fonte: Lei de Responsabilidade Fiscal
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Se a receita corrente líquida de Sofianópolis for de R$
100mil, qual o limite da dívida consolidada líquida (DCL)?
Para saber mais sobre o PIB assista ao vídeo sobre esse assunto disponibilizado no AVA.
b) Índice de Inflação
Como parâmetro para o cálculo dos valores correntes das Metas Fiscais Anuais e para o cálculo
do valor constante, podem ser utilizadas as projeções disponibilizadas pelo Banco Central do
Brasil em seus relatórios sobre a inflação. O índice de inflação a ser utilizado nos cálculos é
o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Esse índice é divulgado pelo IBGE.
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Bem, depois de estudados os principais conceitos acerca do demonstrativo de metas anuais,
vamos entender melhor o quadro do demonstrativo 1:
Onde:
<Ano Referência> É o ano para o qual a LDO será produzida. No nosso caso 2016.
<Ano +1> É o ano seguinte ao que a LDO será produzida. Neste caso 2017.
<Ano + 2> Seguindo o mesmo raciocínio é o ano de 2018. E por que temos que fazer o
demonstrativo para três anos?
A LRF, ao determinar que as Metas Anuais sejam estabelecidas para o exercício a que se referir
a LDO e para os dois seguintes, busca garantir uma maior confiabilidade e credibilidade aos
números, além de permitir um melhor planejamento governamental.
Exercício de Fixação 2
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( ) O Resultado Primário demonstra se os gastos orçamentários do ente estão
compatíveis com sua arrecadação.
( ) O Resultado Nominal é um conceito fiscal mais amplo sendo calculado pela variação
do endividamento líquido.
As receitas públicas são ingressos de recursos financeiros nos cofres do Estado. Nesta unidade,
apresentaremos de forma mais detalhada como se preenche os valores relativos às receitas
no Demonstrativo de Metas Anuais, utilizando os dados disponibilizados no Manual de
Demonstrativos Fiscais do Tesouro Nacional.
Nosso primeiro passo será analisar a projeção da receita para os próximos três exercícios. É
importante que esta projeção esteja subdividida de acordo com a classificação por natureza de
receita nos níveis categoria econômica e origem.
A fim de possibilitar a identificação detalhada dos recursos que ingressam nos cofres
públicos, esta classificação é subdividida em seis níveis.
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A classificação por natureza de receita em termos de categoria econômica e origem, pode ser
resumida de acordo com a tabela abaixo.
Veja a seguir a projeção da receita do Município de Sofianópolis na LDO 2013. Observe que a
projeção deve ser feita para os três próximos exercícios, levando em consideração a taxa de
inflação.
21
Qual foi a projeção de inflação utilizada para projeção da Receita? No caso de Sofianópolis, a
receita foi projetada considerando-se o seguinte cenário econômico:
2013
Como calcular o valor constante da receita total para 2013? Primeiro temos que encontrar o
índice de deflação e depois dividimos a receita corrente pelo índice de deflação.
R$ em milhares
2013 2014 2015
Especificação
Valor Corrente Valor Constante Valor Corrente Valor Corrente
Receita total 125.500 118.396 137.200 157.830
2014
Novamente vamos calcular o índice para deflação. O raciocínio é o mesmo, só temos que ter
o cuidado para que em 2014 utilizemos os índices de 2013 e 2014 cumulativamente. Assim,
Índice para deflação 2014 = [1+(tx de inflação 2013/100)] x [1+(tx de inflação 2014/100)]
= [1 + (6/100)] x [1+(6,5/100)] = 1,06 x 1,065 = 1,1289
Valor constante da receita 2014 = valor corrente da receita / índice para deflação 2014
= 137.200 / 1,1289 = R$ 121.534
R$ em milhares
2013 2014 2015
Especificação Valor Valor Valor Valor Valor
Corrente Constante Corrente Constante Corrente
Receita total 125.500 118.396 137.200 121.534 157.830
22
2015
Agora ficou fácil, não é mesmo? O índice para deflação de 2015 considera a inflação de 2013,
2014 e 2015. Vamos lá?
Índice para deflação 2015 = [1+(tx de inflação 2013/100)] x [1+(tx de inflação 2014/100)] x
[1+(tx de inflação 2015/100)]
= [1 + (6/100)] x [1+(6,5/100)] x [1+(6,5/100)]
= 1,06 x 1,065 x 1,065 = 1,2023
Valor constante da receita 2015 = valor corrente receita 2015 / índice para deflação 2015
= 157.830 / 1,2023 = R$ 131.273
R$ em milhares
2013 2014 2015
Especificação Valor Valor Valor Valor Valor Valor
Corrente Constante Corrente Constante Corrente Constante
Receita total 125.500 118.396 137.200 121.534 157.830 131.273
Já preenchemos o valor da receita total, temos agora que encontrar o valor da receita primária.
Você se lembra do conceito? Corresponde ao total da receita orçamentária deduzidas as
receitas de operações de crédito, as provenientes de rendimentos de aplicações financeiras, os
recebimentos de recursos oriundos de empréstimos concedidos e as receitas de privatizações.
23
R$ em milhares
2013 2014 2015
Especificação Valor Valor Valor Valor Valor Valor
Corrente Constante Corrente Constante Corrente Constante
Receita total 125.500 118.396 137.200 121.534 157.830 131.273
Operações de
1750 400 500
crédito
Amortizações de
250 600 500
Empréstimos
Alienação de
3.000 2.000 2.500
bens
Receita Primária 120.500 134.200 154.330
Da mesma forma que fizemos para receita total, tempos que dividir o valor corrente da despesa
primária pelo índice de deflação para encontramos o valor constante. Assim temos:
Valor constante da receita primária ano = valor corrente da receita / índice de deflação.
R$ em milhares
2013 2014 2015
Especificação Valor Valor Valor Valor Valor Valor
Corrente Constante Corrente Constante Corrente Constante
Receita total 125.500 118.396 134.200 121.534 157.830 131.273
Receita Primária 120.500 113.679 134.200 118.877 154.330 128.362
Nosso quadro de receita está quase pronto! Só falta um detalhe: colocar o valor da receita em
relação ao PIB.
Devemos então dividir o valor corrente da receita pelo PIB. Observe: só os valores correntes
serão divididos pelo PIB.
Vamos fazer um exemplo e os demais você deverá fazer sozinho, tudo bem? Todos os resultados
estão no quadro 1 Demonstrativo – Metas Anuais.
Valor corrente da receita total 2013 / PIB 2013 *100 = 125.500 / 130.000.000.000 = 0,097
E o nosso Demonstrativo começa a ser preenchido, veja só:
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2013 2014 2015
Especificação Valor % PIB Valor % PIB Valor % PIB
Valor Valor Valor
Corrente (a/PIB) Corrente (a/PIB) Corrente (a/PIB)
Constante Constante Constante
(a) x100 (a) x100 (a) x100
Receita
125.500 118.396 0,097 137.200 121.534 0,102 157.830 131.273 0,113
total
Receita
120.500 114.001 0,093 134.200 120.344 0,099 154.330 131.180 0,11
Primária (I)
Despesa Total
Despesas
Primárias (II)
Resultado
Primário ((III)
= (I – II)
Dívida Pública
Consolidada
Dívida
Consolidada
Líquida
Agora que você já aprendeu a calcular a receita, vamos estudar os itens da despesa. Pronto
para este desafio?
Tanto a receita quanto a despesa são estruturadas e organizadas por meio de um sistema de
classificação. Esse sistema tem o propósito de facilitar o controle das finanças públicas.
25
No Demonstrativo de Metas Anuais, as despesas estão classificadas por categoria econômica
9
e por grupo de natureza10.
Com esses dados poderemos encontrar o valor das despesas primárias, que serão utilizadas no
cálculo do resultado fiscal do governo.
Para facilitar seu entendimento, observe a seguir um quadro com as Metas Anuais de Despesas
da Prefeitura de Sofianópolis.
A partir dos dados apresentados no quadro 5 podemos calcular a despesa primária. Mas
como? A despesa primária é o somatório das despesas correntes e de capital e a reserva de
contingência, excluindo-se os gastos com juros e encargos da dívida e a amortização financeira.
Calculemos então a despesa primária. No quadro a seguir, constam apenas os itens de despesas
que são contabilizados no cálculo da despesa primária:
9. Categoria econômica: indica o efeito econômico da realização da despesa. Quanto a essa classificação, a despesa pode ser
corrente ou de capital. Despesa Corrente: Não contribui diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.
Despesa de Capital: contribui diretamente para a formação ou aquisição de um bem de capital.
10. Grupo de Natureza de Despesa: é um agregador de despesa com as mesmas características quanto ao objeto de gasto.
Dentro das Despesas Correntes temos: Pessoal e Encargos sociais; juros e encargos da dívida; outras despesas correntes
dentro das despesas de capital temos: investimentos; inversões financeiras; e amortização da dívida. Fonte: Manual Técnico
de Orçamento, 2016.
26
2013 2014 2015
Despesas Correntes
27.000 28.000 30.000
Pessoal e Encargos Sociais
23.000 27.000 30.000
Outras Despesas Correntes
Despesas de Capital
10.000 7.800 15.000
Investimentos
9.500 10.500 5.000
Inversões Financeiras
Reserva de Contingência 500 4.700 8.500
Despesas Primárias 70.000 78.000 88.500
Agora que já calculamos a receita e a despesa primária, vamos encontrar o Resultado Primário:
Em síntese, o cálculo do Resultado Primário é uma forma de avaliar se o Governo está ou não
operando dentro de seus limites orçamentários, ou seja, se está ocorrendo redução ou elevação
do endividamento do setor público, o que justifica a importância do seu monitoramento
constante (Manual Técnico de Orçamento, 2016).
Da mesma forma que fizemos para receita, devemos calcular o valor da despesa constante.
Deixaremos aqui metodologia de cálculo dos valores constantes com base na taxa média de
inflação que adotamos. Caso tenha alguma dúvida, volte à unidade de receita que fizemos o
passo a passo.
27
2013 2014 2015
Especificação Valor % PIB Valor % PIB Valor % PIB
Valor Valor Valor
Corren- (a/PIB) Corren- (a/PIB) Corren- (a/PIB)
Constante Constante Constante
te (a) x100 te (a) x100 te (a) x100
Receita
125.500 118.396 0,097 137.200 121.534 0,102 157.830 131.273 0,113
total
Receita
120.500 114.001 0,093 134.200 120.344 0,099 154.330 131.180 0,11
Primária (I)
Despesa Total 125.500 118.396 0,097 137.200 121.534 0,102 157.830 131.273 0,113
Despesas
70.000 66.038 0,054 78.000 69.094 0.058 88.550 73.651 0.063
Primárias (II)
Resultado
Primário ((III) 50.500 47.642 0,039 56.200 49.783 0,042 65.780 54.712 0,047
= (I – II)
Dívida Pública
Consolidada
Dívida
Consolidada
Líquida
Para nosso quadro ficar completo só faltam os itens de dívida pública. Vamos estuda-los!
Nesta unidade você aprenderá um pouco mais sobre a dívida pública e depois de entendê-la
melhor analisaremos os dados para preenchimento do demonstrativo de metas anuais.
Para começar nossa abordagem, vamos a uma reflexão: Você tem alguma dívida com o banco
ou outra instituição? Em sua opinião, ter dívida é sempre ruim?
Assista ao vídeo sobre dívida pública disponibilizado no AVA para entender melhor esse
conceito.
Imaginemos a seguinte situação: num determinado ano o governo pretende gastar mais do
que arrecada. Como não tem receitas suficientes, o Estado pede dinheiro emprestado em
troca do pagamento periódico de uma taxa de juros até o pagamento total do empréstimo,
data em que devolverá também o dinheiro emprestado. Na prática, pode-se dizer que a dívida
pública é todo o dinheiro que o Estado deve a terceiros.
28
Observe que não é necessariamente mau que o país tenha dívidas. O crédito é uma fonte de
crescimento econômico se for gerido com prudência. Senão, vejamos: para financiar o déficit,
o país emite dívida há 10 anos, por exemplo, e até lá paga apenas juros. Se a economia crescer
a uma taxa superior à paga pelo empréstimo, este país não terá dificuldades em pagar a sua
dívida. No entanto, num país já endividado e com fraco crescimento econômico, os encargos
com juros podem comprometer o crescimento da economia e o pagamento da dívida.
Com relação à dívida pública, o objetivo do demonstrativo I do Anexo de Metas Fiscais é estimar
para os três anos seguintes o valor da dívida pública consolidada, da dívida consolidada líquida
e do Resultado Nominal. Já estudamos esses conceitos, mas vamos relembrá-los antes de
iniciar os cálculos.
Como já vimos na Unidade II, de acordo com a resolução nº 40 de 2001 do Senado Federal,
considera-se dívida pública consolidada do Município:
De acordo com o Manual do Tesouro, a dívida consolidada líquida corresponde à dívida pública
consolidada menos as deduções que compreendem o ativo disponível e os haveres financeiros,
líquidos dos restos a pagar.
É importante ressaltar que a dívida consolidada líquida dos Municípios não poderá exceder
a 1,2 vezes a receita corrente líquida.
29
Como já vimos, o Resultado Nominal é calculado a partir da diferença entre o saldo da dívida
fiscal líquida em 31 de dezembro de determinado ano em relação ao apurado em 31 de
dezembro do ano anterior. Portanto, o cálculo do Resultado Nominal leva em conta a evolução
da dívida fiscal líquida. A variação absoluta da dívida fiscal líquida em um período é igual ao
déficit nominal do setor público consolidado no mesmo período (BANCO CENTRAL, 2013).
Na maioria das vezes o valor da dívida fiscal líquida é igual ao valor da dívida consolidada
líquida, mas em caso de receitas com privatizações e reconhecimento de passivos, esse valor
irá diferir.
O valor da dívida fiscal líquida possibilita verificar o Resultado Nominal do setor público
consolidado em determinado período, a partir da diferença entre os estoques inicial e final. A
dívida fiscal líquida corresponde, basicamente, ao estoque da dívida líquida do setor público
deduzidos os ajustes patrimoniais acumulados ao longo do tempo (reconhecimento de dívidas,
privatizações, ajustes decorrentes de variação cambial, etc).
De acordo com os valores do quadro, nos anos estudados não há receita de privatização
ou reconhecimento de passivos,11 logo o valor da dívida fiscal líquida é o mesmo da dívida
consolidada líquida (e isso ocorrerá para a maioria dos Municípios). E como calculamos o
Resultado Nominal?
Resultado Nominal = Dívida Fiscal Líquida (ano x) – Dívida Fiscal Líquida (ano x – 1)
Se o resultado é negativo, ou seja, o Resultado Nominal vem com sinal negativo, significa que
a dívida fiscal líquida diminuiu entre os dois anos. Observe:
11. Reconhecimento de Passivos: é uma obrigação financeira do governo que até então não era conhecida. No momento do
reconhecimento passa a integrar o cálculo da dívida fiscal líquida.
30
Em 2012 a dívida fiscal líquida foi de R$ 12.000 e em 2013 R$ 11.000. Perceberam que
houve uma redução desta dívida? Logo o Resultado Nominal foi com sinal negativo. Com isso
terminamos de preencher o Demonstrativo I do Anexo de Metas Fiscais.
Despesa Total 125.500 118.396 0,097 137.200 121.534 0,102 157.830 131.273 0,113
Despesas
70.000 66.038 0,054 78.000 69.094 0.058 88.550 73.651 0.063
Primárias (II)
Resultado
Primário ((III) 50.500 47.642 0,039 56.200 49.783 0,042 65.780 54.712 0,047
= (I – II)
Dívida Pública
40.000 37.736 0,00031 38.000 33.661 0,00028 37.000 30.775 0,00026
Consolidada
Dívida
Consolidada 11.000 10.377 0,00008 10.000 8.858 0,00007 9.000 7.486 0,00006
Líquida
Fonte: Manual de Demonstrativos Fiscais 6a ed. – adaptado.
QUADRO 8 | Demonstrativo de Metas Fiscais Anuais
Para entender mais sobre a função da dívida pública e também conhecer a evolução da
dívida pública federal brasileira, acesse o AVA e leia a introdução do livro “Dívida Pública – A
Experiência Brasileira”, elaborado pela Secretaria do Tesouro Nacional.
31
Exercício de Fixação 3
R$ milhares
2013 2014 2015
Receita total 95.611 104.926 113.205
Receita não financeira 92.945 101.028 110.020
Despesa total 95.611 104.926 113.205
Despesa não financeira 53.329 56.967 64.700
Resultado Primário
Resultado Nominal
Dívida Pública Consolidada 45.000 43.000 42.000
Dívida Consolidada Líquida 15.000 10.000 12.000
Obs: Não houve receita de privatizações nem passivos reconhecidos de 2016 a 2018.
Índice de Inflação
Revisão do Módulo
32
estabelecida pelo Chefe do Poder Executivo para o triênio, além de orientar a
elaboração da LOA de forma a permitir o alcance das metas conforme planejado.
• As receitas primárias (ou receitas não-financeiras) são receitas oriundas da cobrança
de imposto, taxa e contribuição, da prestação de serviços e de outras receitas não
catalogadas como financeiras. São aquelas que contribuem para o Resultado Primário,
alterando o endividamento líquido do Governo (setor público não-financeiro).
• A despesa primária, também conhecida como despesa não-financeira, corresponde
ao conjunto de gastos que possibilita a oferta de serviços públicos à sociedade,
deduzidas as despesas financeiras.
• O Resultado Primário é a diferença entre as receitas e despesas primárias. Demonstra
se os gastos orçamentários do ente estão compatíveis com sua arrecadação, refletindo
o esforço fiscal do governo.
• Caso a diferença entre as receitas e despesas primárias seja positiva, tem-se um
“superávit primário”; caso seja negativa, tem-se um déficit primário.
• O superávit primário é uma indicação de quanto o governo economizou ao longo de
um período de tempo com vistas ao pagamento de juros sobre a sua dívida.
• O Resultado Nominal é o conceito fiscal mais amplo sendo calculado pela variação do
endividamento líquido. Representa a diferença da dívida acumulada até o exercício,
em comparação ao ano anterior. Quanto maior for o valor negativo de Resultado
Nominal, maior será a redução no estoque da dívida.
• O Resultado Nominal indica, efetivamente, o montante de recursos que o setor
público necessitou captar junto ao sistema financeiro, o setor privado e o resto do
mundo para a realização de suas despesas orçamentárias.
• O Resultado Nominal representa a diferença entre o saldo da dívida fiscal líquida em
31 de dezembro de determinado ano em relação ao apurado em 31 de dezembro do
ano anterior.
• As dívidas são contraídas pelo governo para financiar o déficit orçamentário. A dívida
pública ocorre quando o governo pega dinheiro emprestado (de outros países, de
entidades, da sociedade) para financiar seus gastos não cobertos pela arrecadação de
tributos.
Exercício 1
Exercício 2
(F) O Anexo de Metas Fiscais estabelece metas anuais (e não mensais) relativas a
receitas, despesas, montante da dívida pública e também para Resultado Primário
e nominal.
(V) A finalidade do demonstrativo de Metas Anuais é ampliar a transparência das
metas fiscais estabelecidas pelo ente da Federação.
(V) As Receitas Primárias são também denominadas receitas não-financeira.
Correspondem desta maneira, ao total da receita orçamentária deduzidas as
33
receitas de operações de crédito, as provenientes de rendimentos de aplicações
financeiras, os recebimentos de recursos oriundos de empréstimos concedidos e
as receitas de privatizações.
(F) Este é o conceito de Resultado Nominal
(V) O Resultado Primário procura medir o comportamento fiscal do Governo no
período analisado.
(V) O Resultado Primário demonstra se os gastos orçamentários do ente estão
compatíveis com sua arrecadação
(V) O Resultado Nominal é um conceito fiscal mais amplo sendo calculado pela
variação do endividamento líquido.
(V) O Resultado Nominal representa a diferença entre o saldo da dívida fiscal líquida
em 31 de dezembro de determinado ano em relação ao apurado em 31 de
dezembro do ano anterior
Exercício 3
b) Para o ano de 2013 não é possível calcularmos o Resultado Nominal porque não temos o
valor da dívida consolidada líquida de 2012.
R$ milhares
2013 2014 2015
Receita total 95.611 104.926 113.205
Receita não financeira 92.945 101.028 110.020
Despesa total 95.611 104.926 113.205
Despesa não financeira 53.329 56.967 64.700
Resultado Primário 39.616 44.061 45.320
Resultado Nominal --- (5.000) 2.000
Dívida Pública Consolidada 45.000 43.000 42.000
Dívida Consolidada Líquida 15.000 10.000 12.000
Referências Bibliográficas
34
BRASIL. Secretaria do Tesouro Nacional. Manual de demonstrativos fiscais: aplicado à União
e aos Estados, Distrito Federal e Municípios. 5° ed., Brasília. Acesso em: abril 2013. Disponível
em: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/documents/10180/471139/CPU_MDF_6_edicao_
versao_24_04_2015.pdf/d066d42d-14c0-454b-9ab8-6386c9f7b0f8>. Acesso em: fevereiro de
2016.
_______. Lei no 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro
para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios
e do Distrito Federal.
SENADO FEDERAL. Resolução nº 40 de 2001. Dispõe sobre os limites globais para o montante
da dívida pública consolidada e da dívida pública mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios.
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