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A APLICABILIDADE DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NA INTERVENÇÃO


PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA
Verônica Duarte dos Santos 1
Kelma Fabiana Ribeiro Silva 2

RESUMO

Tendo em vista a necessidade de fortalecer processos educativos a fim de torná-los mais


inclusivos e democráticos, questiona-se se a Tecnologia Assistiva oferece possibilidades para
as práticas da intervenção da psicopedagogia clínica. Este artigo como objetivo geral: analisar
a aplicabilidade dos recursos da Tecnologia Assistiva na intervenção psicopedagógica
clínica, enquanto os específicos buscam identificar o que vem a ser a Tecnologia Assitiva,
verificar os princípios que norteiam a intervenção psicopedagógica clinica e mostrar como os
recursos da Tecnologia Assitiva podem ser empregados nesse processo de intervenção. A
metodologia foi baseada na pesquisa bibliográfica, de natureza qualitativa e de abordagem
indutiva, fundamentada nos autores: Neves (2005), Menezes (2007), Faria e Silva (2010) e
Galvão Filho (2012). Espera-se que este estudo possa contribuir para o esclarecimento do que
vem a ser Tecnologia Assitiva, bem como incentivar estudos posteriores sobre a sua aplicação
no âmbito da psicopedagogia. Conclui-se que há como aplicar os recursos da tecnologia
assistiva na psicopedagogia, considerando que em ambas busca-se estabelecer o alcance da
autonomia e da independência do aluno.

Palavras-chaves: Tecnologia assistiva. Psicopedagogia clínica.

ABSTRACT

Given the need to strengthen educational processes to make them more inclusive and
democratic, it is questionable whether the Assistive Technology offers possibilities for the
practical intervention of clinical educational psychology. This article general objective: to
analyze the applicability of the resources of Assistive Technology in clinical pedagogical
intervention, while the specific seek to identify what has to be the Assitiva Technology, verify
the principles that guide the pedagogical intervention clinic and show how resources Assitiva
Technology they can be used in this intervention process. The methodology was based on the
literature, qualitative and inductive approach, based on the authors: Neves (2005), Menezes
(2007), Faria e Silva (2010) and Galvão Filho (2012). It is hoped that this study may

1
Pós - Graduanda em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Faculdade Evangélica do Meio Norte –
FAEME.
2
Professora especialista em Docência do Ensino Superior, Supervisão Educacional, Educação Especial e
Tecnologias de Gestão em Redes, orientadora do curso de Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Faculdade
Evangélica do Meio Norte – FAEME.
2

contribute to the clarification of what is to be Assitiva Technology and encourage further


studies on its application in the context of educational psychology. It is concluded that there is
how to apply the resources of assistive technology in educational psychology, considering
that both seek to establish the extent of the autonomy and independence of the student.

Keywords: Assistive Technology. Educational psychology clinic.

1 INTRODUÇÃO

A Tecnologia Assistiva tem se expandido de uma forma considerável atualmente, isso


deve ao fato da inclusão social ter ganho ênfase nos mais diversos segmentos da sociedade
nos últimos anos; e considerando a relevância da psicopedagogia para o ensino de crianças
com dificuldade de aprendizagem, busca-se delinear uma aplicabilidade dos recursos da
Tecnologia Assistiva na intervenção psicopedagógica.
Nas palavras de Faria e Silva (2010) entende-se que a atividade do psicopedagogo é
interpretar as relações que possibilitam ou impossibilitam a emergência dos processos de
ensinar e aprender; neste cerne busca-se encontrar mecanismos que favoreçam a
aprendizagem do aluno com dificuldades nesses processos. Diante dos casos em que se fazem
necessários uma intervenção especifica, a Tecnologia Assistiva configura importante aliada
do psicopedagogo.
Como a intervenção psicopedagógica clínica está diretamente relacionada as
singularidades do sujeito, entende que existe maior viabilidade de aliar os propósitos da
Tecnologia Assitiva as atividades concernentes a intervenção neste segmento. Entretanto
questiona-se como conduzir a utlização das tecnologias assistivas dentro ambito da
psicopedagogia, em especifico, nas práticas de intervenção psicopedagógica clínica.
O objetivo geral desta pesauisa é analisar a aplicabilidade dos recursos da Tecnologia
Assistiva na intervenção psicopedagógica clínica, enquanto os específicos buscam
identitificar o que vem a ser a Tecnologia Assitiva, verificar os princípios que norteiam a
intervenção psicopedagógica clinica e mostrar como os recursos da tecnologia Assitiva podem
ser empregados nesse processo de intervenção.
Para a obtenção de dados que nortearam e fundamentaram o presente estudo adotou-se
a pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa associada ao método de abordagem indutiva.
Utilizou-se como referência os teóricos: Neves (2005), Menezes (2007), Faria e Silva (2010) e
Galvão Filho (2012).
3

Com a abordagem desta temática, pretende-se mostrar que os recursos


disponibilizados pelas tecnologias assistivas podem ser utilizados no âmbito da
psicopedagogia clínica. Os capítulos explorados na pesquisa iniciam apresentando definições
sobre tecnologia assistiva, No segundo capítulo são feitas algumas considerações sobre a
intervenção psicopedagógica clínica; e o terceiro trata da Tecnologia Assitiva aplicada a
psicopedagogia clínica. Nos tópicos seguintes são expostas a metodologia utilizada para a
realização da pesquisa e as considerações finais sobre o objeto de estudo.
Espera-se que este estudo possa contribuir para o esclarecimento do que vem a ser
Tecnologia Assitiva, bem como incentivar estudos posteriores sobre a sua aplicação no
âmbito da psicopedagogia.

1 DEFINIÇÕES SOBRE TECNOLOGIA ASSISTIVA

Muito se discute sobre as questões de acessibilidade, visto que ela deve se estender a
cada um dos indivíduos integrantes da sociedade sem distinção. O termo acessibilidade se
origina do latim – accessibilitate, que significa qualidade de ser acessível, facilidade na
aproximação, no trato ou na obtenção. Tomando como referencia esta definição conceber a
acessibilidade como o exercício pleno de direitos e de participação na sociedade de forma
igualitária das pessoas que tenham ou não alguma necessidade especial.
A Tecnologia Assitiva trata-se de um termo recentemente utilizado para designar
todos os recursos e serviços direcionados a promoção e/ou ampliação de habilidades
funcionais de pessoas com deficiência como intuito de proporcionar-lhes independência e
garantir-lhes inclusão nos mais variado segmentos da sociedade. Sobre o seu surgimento
afirma-se que:

O termo Assistive Technology, traduzido no Brasil como Tecnologia


Assistiva, foi criado oficialmente em 1988, como importante elemento
jurídico dentro da legislação norte-americana, conhecida por Public Law
100-407, que compõe, com outras leis, o ADA – American with Disabilities
Act. Este conjunto de leis regula os direitos dos cidadãos com deficiência
nos EUA, além de prover a base legal dos fundos públicos para compra dos
recursos que estes necessitam. Houve a necessidade de regulamentação legal
deste tipo de tecnologia (TA) e, a partir desta definição e do suporte legal, a
população norte-americana, de pessoas com deficiência, passa ater garantido
pelo seu governo o benefício de serviços especializados; bem como o acesso
a todo o arsenal de recursos que necessitam e que venham favorecer uma
4

vida mais independente, produtiva e incluída no contexto social geral.


(BERSCH, 2005, APUD GARCÍA; GALVÃO FILHO, 2012, p. 13)

Diante do exposto entende-se que a Tecnologia Assistiva (TA) se encaixa nas


situações em que se torna necessário o estabelecimento comunicação alternativa e ampliada;
adaptações de acesso ao computador; equipamentos de auxílio para visão e audição; controle
do meio ambiente (adaptações como controles remotos para acender e apagar luzes, por
exemplo); adaptação de jogos e brincadeiras; adaptações da postura sentada; mobilidade
alternativa; além de próteses e a integração dessa tecnologia nos diferentes ambientes como a
casa, a escola, a comunidade e o local de trabalho.

As limitações de indivíduo com deficiência tendem a tornarem-se uma


barreira para esses processos de significação do mundo por meio da
mediação do outro. Dispor de recursos de acessibilidade, a chamada
Tecnologia Assistiva, seria uma maneira concreta de neutralizar as barreiras
causadas pela deficiência e inserir esse indivíduo nos ambientes ricos para a
aprendizagem e desenvolvimento, proporcionados pela cultura. (GALVÃO
FILHO, 2012, p. 69)

Considera-se que a Tecnologia Assistiva é um segmento que está em constante


expansão devido a ampla disseminação de um comportamento social que prima pela inclusão
e pelo estimulo a participação de pessoas com deficiência para o exercício de suas funções
sociais.

Uma TA apropriada pode ser um instrumento para a liberdade, um


instrumento que explora a personalidade do seu utilizador, um apoio que
alivia a família – ou os que prestam assistência – da sobrecarga física e da
dependência psicológica, por forma a permitir uma relação humana mais
intensa e equilibrada com os mesmos. (EUSTAT, 1999, p. 20)

O Comitê de Ajudas Técnicas – CAT (2007), no uso de suas atribuições define que:
"Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que
engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam
promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência,
incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de
vida e inclusão social"3. Com isso entende-se que seus objetivos se concentram no sentido de
proporcionar à pessoa com deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão

3
(ATA VII - Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) - Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora
de Deficiência (CORDE) - Secretaria Especial dos Direitos Humanos - Presidência da República).
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social, através da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente,


habilidades de seu aprendizado, trabalho e integração com a família, amigos e sociedade.

2 A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA

A Psicopedagogia vem buscando entender os problemas de aprendizagem que cada


vez mais estão presentes nas escolas, onde, muitas vezes não se compete a comportamentos
inadequados das crianças, mas sim, a dificuldades e transtornos que acabam interferindo no
desenvolvimento escolar. Percebendo a suma importância desse profissional na área pode-se
observar também, que a cada dia ele cresce mais na sociedade, é mais bem visto e solicitado
na realização de trabalhos multidisciplinares, sempre somando no atendimento a pessoas onde
a aprendizagem está sendo afetada.
Segundo o Código de Ética da Psicopedagogia, cap. I, art. 1º, 1996 –III Congresso
Brasileiro de Psicopedagogia (apud NEVES, 2005, p. 08) a “psicopedagogia é o campo de
atuação em educação e saúde que lida com o processo de aprendizagem humana: seus padrões
normais e patológicos, considerando a influência do meio – família, escola e sociedade – no
seu desenvolvimento (...) usando procedimentos próprios.”
Nas palavras de Coutinho (2008) a aproximação entre a pedagogia e psicanalise
ocorreu após a Segunda Guerra Mundial, e foi com esta proximidade que Boutonier e Mauco
fundaram em Paris o primeiro centro psicopedagógico. Com esta iniciativa outras ações nesse
segmento começaram a surgir na França e influenciaram o surgimento da Psicopedagogia na
Argentina e no Brasil.

A prática psicopedagógica partiu inicialmente de médico-pedagógico para


identificar os problemas de aprendizagem. Atualmente, a área da
Psicopedagogia envolve uma equipe multidisciplinar com profissionais de
psicologia, pedagogia, neurologia, psicanálise, assistente social e
fonoaudióloga . (DELABETHA; DA COSTA, 2014, p. 5)

Conforme afirmativa de Neves (2005) historicamente a psicopedagogia em sua


configuração inicial voltou-se para os problemas relacionados com as dificuldades de
aprender e o fracasso escolar. Atualmente ela se situa como uma prática institucional e clínica
que integra diferentes campos de conhecimento oriundos, sobretudo da epistemologia
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genética, da psicologia social e da psicanálise para compreender a complexidade do seu


objeto de estudo e intervir de forma competente.
Ao compreender que a Psicopedagogia pode dedicar seus conhecimentos, habilidades
e recursos na sua intervenção nos distúrbios da aprendizagem, observa-se que sua atuação se
estende a dois campos, conforme Díaz (2011, p. 361):
a) Avaliação diagnóstica através de métodos e técnicas psicológicas para caracterizar o
processo cognitivo e de métodos e técnicas pedagógicas para definir o rendimento real e
potencial do aprendiz.
b) Terapia corretiva através de exercícios psicológicos para desenvolver os processos
cognitivos e através de exercícios pedagógicos para estimular, treinar e enriquecer a
capacidade de aprendizagem do aprendiz.
Analisando este dois campos, tem-se os segmentos da psicopedagogia que são o ramo
Institucional que engloba uma abordagem preventiva e o Clínico que atua de forma
interventiva e curativa.

Penso que a psicopedagogia, enquanto um campo de saber, insere-se numa


lógica cartesiana, na medida em que compartilha da ideia de que o aluno é
naturalmente capaz de aprender tão somete por que é um sujeito de
cognição. Mas esse sujeito supostamente capaz de cognição não obteve êxito
ao tentar acessar as verdades educativas. Daí, que se instaurou nele uma
dificuldade de aprendizagem. E é exatamente isso o que justifica a
necessidade da intervenção psicopedagógica: a detecção de uma dificuldade.
a intervenção psicopedagógica auxiliará o aluno (que é capaz de
conhecimento) a conhecer (COUTINHO, 2008, p. 184).

Neste cenário ressalta-se que, seja no âmbito institucional ou clínico, a psicopedagogia


tem um papel importante na condução de processos de ensino, pois atua tanto na prevenção
do que pode vir a ser uma dificuldade de aprendizagem, como no tratamento dos fatores que
inviabilizam a aprendizagem do aluno.

O psicopedagogo pesquisa as condições para que se produza a aprendizagem


do conteúdo escolar, identificando os obstáculos e os elementos
facilitadores, em uma abordagem preventiva. Uns e outros (elementos
facilitadores e obstáculos) são condicionados por diferentes fatores; fazendo
com que cada situação seja única e particular. (BOSSA , 2007, apud FARIA
E SILVA, 2010, p. 30)

A equipe que se estrutura no entorno da prática psicopedagógica se organiza na


intenção de suprir as necessidades formativas do aluno, pois cada um deles oferecerá sua
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contribuição para o desenvolvimento pleno das habilidades deste aluno. Na concepção de


Dias (2008, p. 14) somente numa ação interdisciplinar o psicopedagogo poderá mediar, de
forma eficaz, o sujeito aprendente.

3 A TECNOLOGIA ASSISTIVA NA PSICOPEDAGOGIA CLINICA

Diante do que se propõe como parâmetro para educação inclusiva, as Tecnologias


Assistivas configuram um elemento indispensável a sua implementação, pois através delas os
conceitos de inclusão se tornam uma perspectiva concretizável, ao considerar que para um
portador de necessidades especiais o uso dessas tecnologias não são apenas meios
facilitadores, mas um otimizador de suas habilidades.
A presença destas tecnologias no contexto educacional possibilita que as dificuldades
oriundas das deficiências de alunos sejam sanadas de forma a contemplar a um público
diversificado; estes recursos tornam a metodologia do ensino mais eficiente diante dos
empecilhos que surgem num processo educativo. Ao visualizar a sua aplicação no âmbito da
psicopedagogia clinica pretende-se estabelecer uma trajetória estratégica para garantir que a
inclusão aconteça de forma efetiva, e reafirma a importância de atender os alunos que
careçam destes recursos e serviços, inserindo-os em todos os espaços da vida social.

As possibilidades tecnológicas hoje existentes, as quais viabilizam essas


diferentes alternativas e concepções pedagógicas, para além de meras
ferramentas ou suportes para a realização de tarefas, se constituem elas
mesmas em realidades que configuram novos ambientes de construção e
produção de conhecimentos, que geram e ampliam os contornos de uma
lógica diferenciada nas relações do homem com os saberes e com os
processos de aprendizagem. (GALVÃO FILHO, 2012, 65-66)

As Tecnologias Assistivas promovem uma equiparação entre os alunos de ensino


regular e os alunos portadores de necessidades, favorecendo a convivência num ambiente de
respeito às diferenças, de crescimento baseado em valores, de maneira que cada um possa
construir sua autonomia (seja ela total ou assistida). A relevância destes recursos e serviços se
concentra em garantir o acesso à educação de forma integral, e fomentar o pleno
desenvolvimento do aluno. No âmbito da psicopedagogia clínica nota-se que tais aspectos da
Tecnologia Assistiva se destacam, pois fornecem subsídios necessários a prática da
intervenção.
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O clínico pressupõe uma observação minuciosa das manifestações do sujeito


assim como o uso experimental, isto é, de provocar o fenômeno procurado,
utilizando recursos confiáveis, e registrando sistematicamente tais dados
para poder realizar uma análise do particular sintomático num contexto
referencial, porém, considerando o portador de tais sintomas (DIAZ, 2011, p.
362)

Por ser um segmento que ainda está em expansão, o incentivo quanto a aplicação
desses recursos é primordial para que haja a ampliação de seus efeitos. Além do que é
estabelecido por lei, é necessário promover a sensibilização para estas questões, a fim de
tornar a inclusão concreta tanto no âmbito escolar como dentro da sociedade.

Penso que a psicopedagogia, enquanto um campo de saber, insere-se numa


lógica cartesiana, na medida em que compartilha da ideia de que o aluno é
naturalmente capaz de aprender tão somete por que é um sujeito de
cognição. Mas esse sujeito supostamente capaz de cognição não obteve êxito
ao tentar acessar as verdades educativas. Daí, que se instaurou nele uma
dificuldade de aprendizagem. E é exatamente isso o que justifica a
necessidade da intervenção psicopedagógica: a detecção de uma dificuldade.
a intervenção psicopedagógica auxiliará o aluno (que é capaz de
conhecimento) a conhecer. (COUTINHO, 2008, p. 184)

Todos os equipamentos destinados a suprir as necessidades de uma pessoa com


deficiência, dentro dos parâmetros definidos para as tecnologias assistivas, são delineados
para que as diferenças nas necessidades individuais não se tornem pontos de obstrução no
processo de ensino aprendizagem.
Assim ela adota um caráter amplamente transformador, pois além de tornar viável a
aquisição cognitiva deste aluno (se estendendo a uma aprendizagem sobre a vida em
sociedade) ela também reflete no comportamento de quem está envolvido neste processo.

A Psicopedagogia clínica procura compreender de forma global e integrada


os processos cognitivos, emocionais, sociais, culturais, orgânicos e
pedagógicos que interferem na aprendizagem, a fim de possibilitar situações
que resgatem o prazer de aprender em sua totalidade, incluindo a promoção
da integração entre pais, professores, orientadores educacionais e demais
especialistas que transitam no universo educacional do aluno. (DIAZ, 2011,
p. 380)

Ao analisar a colocação de Díaz, é possível estabelecer pontos comuns tantos nos


propósitos das TAs como na psicopedagogia clínica; em ambas existe a intenção promover o
aprendizado e a inserção do aluno que apresenta necessidades educativas específicas.
Considera-se que a inserção das Tecnologias Assistivas na psicopedagogia clínica no cenário
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educacional vem trazer para a educação inclusiva novos paradigmas na condução de


processos de ensino-aprendizagem. Com elas se vê a possibilidade de incluir efetivamente,
através das experiências vivenciadas neste âmbito; pois as trocas de informações numa sala
inclusiva vão além de repasse de conteúdos e se transformam numa construção de
conhecimento profunda e significativa.
Tais recursos se tornam capazes de incentivar a aquisição da cidadania, do saber e das
habilidades necessárias para o exercício de suas funções sociais, promovendo uma
consciência de que é possível construir uma sociedade justa, democrática e sem os estigmas
da segregação.

4 METODOLOGIA

Para a elaboração deste trabalho fez-se uso da pesquisa bibliográfica com o intuito de
coletar informações e assim subsidiar uma proposta de compreensão de mecanismos que
contribuam para a verificação da Tecnologia Assistiva como elemento facilitador prática da
Intervenção Psicopedagógica Clínica, ao conceber sua aplicabilidade no que se refere a ação
terapêutica e curativa da intervenção clínica.
Sobre a pesquisa bibliográfica Cervo (2007, p. 61) afirma que [esta] é meio de
formação por excelência e constitui um procedimento básico para os estudos monográficos,
pelos quais se busca o domínio do estado da arte sobre determinado tema.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como a Psicopedagogia em suas intervenções utiliza instrumentos, técnicas,


procedimentos e condições para assegurar que as ações transcorrerão de forma satisfatória,
percebe-se que nela podem ser aliadas as tecnologias assistivas, visto que como se tratam de
recursos e serviços que se direcionam ao beneficio do aprendizado dos alunos.
A intervenção exige uma investigação criteriosa, a fim de definir indicadores que
serão utilizados posteriormente na elaboração de estratégias terapêuticas que facilitem a
condução do ensino e da aprendizagem. As Tecnologias Assistivas enquanto instrumentos
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mediação educativa se inserem no contexto psicopedagógico por sua capacidade de


instrumentalizar o psicopedagogo nas suas práticas.
A articulação adequada permitiria que a educação se instituísse de forma democrática,
num processo onde a construção do conhecimento seguiria sem os prejuízos causados por
limitações que se apresentassem nesse trajeto. Essa aliança permitiria que o aluno alcançasse
uma autonomia e também a consciência de suas potencialidades.
Um ponto que chama atenção é que o fato destes segmentos apresentarem algumas
semelhanças quanto às propostas e finalidades trata-se de áreas que atuam de forma distinta.
Isso leva ao surgimento de equívocos conceituais, que refletem numa indefinição de
atribuições quanto a utilização das tecnologias assistivas.
Diante do exposto considera-se que a aplicação das tecnologias assistivas na
intervenção psicopedagógica clínica é algo viável, mas que necessita de mais estudos no
sentido de definir estratégias adequadas quanto a sua aplicação.

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