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SUMÁRIO
4. NEGOCIAÇÕES COLETIVAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1. PRIMEIRAS IMPRESSÕES SOBRE A REFORMA TRABALHISTA
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2/3 das Turmas do Tribunal no sentido adotado pelo verbete (em ao menos 10
sessões, sempre por unanimidade).
A regra, portanto, desautoriza, em si, os trabalhos da Comissão de
Jurisprudência (Petições nºs 16901-28.2017.5.00.0000 e 18251-
51.2017.5.00.0000), por não ter havido prévia discussão nas turmas sobre os
temas abordados. Ao que tudo indica, o Tribunal terá, antes de adentrar nesse
debate, que enfrentar a validade do novo dispositivo legal. No particular, os ritos
relativos ao controle de constitucionalidade (controle concentrado vs controle
difuso e inércia do judiciário vs iniciativa ex ofício) serão temas a serem
enfrentados em eventual questão de ordem.
No dia 6 de fevereiro de 2018, houve uma sessão do Tribunal Pleno
referente ao debate sobre as propostas da Comissão de Jurisprudência, este
certamente foi um evento de grande interesse para comunidade jurídica.
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2. REDESENHO DA EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
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legislador da reforma entendeu por se antecipar à questão. Assim, pelo novo
artigo 477-A, foi expressamente registrado não ser condição de validade à
dispensa coletiva a prévia realização de acordo ou convenção coletiva.
Por fim, menciona-se a inovação legal da Lei nº 13.467/17, relativa à
criação de uma nova modalidade de extinção do contrato de trabalho: a figura do
distrato. Trata-se de redação acolhida no novo artigo 484-A da CLT, o qual
estabelece que, havendo consenso entre empregado e empregador sobre a adoção
da modalidade, o empregado terá direito, por metade, do aviso prévio,
indenizado, e 20% da multa do FGTS, sendo garantidas as demais verbas
rescisórias na integralidade (saldo de salário, 13ª proporcional e férias
proporcionais). Igualmente, o empregado poderá movimentar 80% dos valores
depositados no FGTS. O empregado não terá direito, tampouco, ao seguro
desemprego. Segundo revelam os debates do parlamento, a ideia do legislador
era reduzir situações em que, por acordo, é simulada a extinção sem justa causa,
apenas para o empregado levantar o FGTS e colher o benefício do seguro
desemprego. Apenas o tempo poderá esclarecer se a medida alcançará seu
intento.
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3. A FIGURA DO TRABALHO INTERMITENTE
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– que não honrar com a contratação fixada, será devedora da pena, a ser paga no
prazo de 30 dias. A lei autoriza a compensação do valor, em igual prazo.
Aparentemente, pretendeu o legislador autorizar que tal dívida seja paga pelo
empregado por meio da prestação de serviços, algo como o pagamento in natura
da dívida.
Em segundo lugar, é oportuno tratar também da remuneração própria
à figura. Estabelece a norma que o contrato de trabalho deverá especificar,
necessariamente, o valor da hora de trabalho, condicionado ao valor do salário
mínimo hora. Há, igualmente, uma cláusula de isonomia. Havendo no
estabelecimento empregados que exerçam a mesma função – contratados ou não
sob o regime do trabalho intermitente – deverá ser assegurada a identidade de
remuneração.
Sobre a cláusula de isonomia, é oportuno o registro de que o
legislador a limitou espacialmente ao estabelecimento. Assim, ao menos do que
emana da regra legal, não é o empregador legalmente obrigado a garantir a
isonomia salarial em relação a empregados lotados em estabelecimentos
diversos. A indicação, aliás, confirma o novo teor do caput do artigo 461 da
CLT, que restringe a equiparação salarial a empregados do mesmo
estabelecimento.
No caso do trabalho intermitente, que por sua própria natureza é
dotado de grande flexibilidade, é preciso que o empregador se atente a situações
nas quais o trabalho seja exercido em múltiplos estabelecimentos. Nesse caso, é
certo que o empregado terá direito à equiparação em relação à maior
remuneração praticada nos diferentes espaços.
Uma última consideração parece, ainda, pertinente.
À primeira vista, o trabalho intermitente pode ser antevisto como um
meio de formalização de trabalhos eventuais. Já se disse que se trataria de
formalizar o conhecido “bico”. Embora seja possível, evidentemente, que tal
utilização seja emprestada ao instituto, é preciso não perder de vista que o escopo
da modalidade de contratação pode ser bem mais amplo.
A figura do trabalho intermitente, ao expressamente autorizar que
empregados e empregadores façam acordo acerca de variações do tempo de
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trabalho, mitiga a rigidez da lógica atual derivada da regra da inalterabilidade
contratual, prevista no artigo 468 da CLT. Para a nova lei, a irredutibilidade
salarial é assegurada pela manutenção do salário hora ajustado no contrato, mas
não se estende ao valor nominal percebido pelo conjunto da atividade
desempenhada no mês. Não há, igualmente, fixação em relação a horário de
trabalho.
Com isso, empregados e empregadores podem, doravante, contratar e
recontratar o montante e a distribuição das horas de trabalho. É possível, por
exemplo, um empregado trabalhar em janeiro 100 horas distribuídas pelas
manhãs; em fevereiro, 100 horas distribuídas pelas tardes; em março, 220 horas
distribuídas ao longo de todo o dia e, em abril, nada trabalhar. Na hipótese, tanto
o valor nominal percebido no mês como o horário de trabalho sofrem alterações,
sendo alcançado por eventual flexibilidade exigida na administração do negócio.
Em contrapartida, o empregador deve ter em mente que ao contratar
sob o regime do trabalho intermitente, o empregado pode recusar certa oferta
imediata de período de trabalho, sem que com isso haja rompimento do vínculo
empregatício.
Como se vê, a figura do trabalho intermitente, bastante questionada
por entidades sindicais em países onde já aplicada, como na Nova Zelândia e no
Reino Unido, representa uma expressiva novidade na legislação pátria.
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4. A CONTRAPARTIDA EM NEGOCIAÇÕES COLETIVAS
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2º A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas
em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade
por não caracterizar um vício do negócio jurídico.
A partir do dispositivo, portanto, é possível afirmar não ser mais
autorizada a conclusão de que a falta de indicação de contrapartidas importaria
em vício da negociação coletiva por configuração da renúncia. Em regra geral,
pois, não há obrigatoriedade de definição de contrapartidas.
Uma segunda preocupação do legislador foi definir uma contrapartida
obrigatória para uma situação específica: a hipótese de redução salarial. Com
isso, toda negociação com vistas à redução nominal dos salários dos empregados,
em exercício da prerrogativa conferida pelo artigo 7º, inciso IV, da CF, ou a
jornada, deve garantir a estabilidade aos empregados afetados pelo ajuste no
período de vigência do contrato. Eis o texto legal:
3º Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a
convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção
dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do
instrumento coletivo.
Por fim, no § 4º do legislador definiu que, indicado certo benefício
como contrapartida a uma demanda empresarial, acaso tida por nula a demanda,
deverá ser anulada também a contrapartida. Confira-se o dispositivo:
4º Na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusula de
convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, quando houver a cláusula
compensatória, esta deverá ser igualmente anulada, sem repetição do indébito.
Duas questões merecem atenção. Em primeiro lugar, como dito, a
contrapartida não é obrigatória. Contudo, acaso ajustada, deverá ser anulada por
arrastamento acaso tida por nula a concessão conferida pela categoria
profissional.
A segunda diz respeito ao efeito da nulidade da contrapartida. Pela lei,
não haverá repetição do indébito, de forma que os empregados não terão de
devolver (repetir) eventual benefício econômico auferido em decorrência da
contrapartida. O efeito da nulidade, assim, será prospectivo: não precisará o
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empregador, ao longo do restante da vigência da disposição coletiva, continuar
observando a contrapartida.
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5. DIMENSÕES DO TELETRABALHO NA REFORMA
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lembrar que o referido inciso I refere também à incompatibilidade de controle de
horário).
Nessa perspectiva, a reforma trabalhista acrescentou um novo inciso
ao artigo 62, o inciso III. A redação, que não poderia ser mais simples e direta, se
limita a estabelecer que aos empregados em regime de teletrabalho não se
aplicam as disposições relativas à duração do trabalho. Com isso, aparentemente,
a nova redação afasta os problemas que decorriam do entendimento de haver
controle na figura.
Com isso, ao menos do prisma legal, é possível afirmar que,
estipulado formalmente o regime de teletrabalho, nos termos do artigo 75-A e
seguintes, não haverá espaço para discussões sobre questões relativas à duração
do trabalho.
A segunda questão diz respeito à alteridade em relação aos custos da
realização remota do trabalho. De forma geral, o Direito do Trabalho sempre
determinou que custos e riscos da atividade econômica sempre se impunham o
empregador, impreterivelmente
No particular, a reforma inova de maneira significativa. Segundo o
artigo 75-D da CLT, tais valores serão alvo de livre estipulação contratual. Eis o
dispositivo:
Art. 75-D. As disposições relativas à responsabilidade pela
aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da
infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto, bem como
ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato
escrito.
Parágrafo único. As utilidades mencionadas no caput deste artigo
não integram a remuneração do empregado.
O texto determina, assim, que caberá as partes definirem
contratualmente o que é necessário à realização remota das atividades. Há,
portanto, uma mitigação da regra geral de alteridade, de forma que o empregado
não poderia afirmar que, embora estipulado certo valor indenizatório, os custos
da atividade seriam superiores. Pelo novo texto, se deu uma mitigação na regra
geral, transferindo-se ao contrato a estipulação dos valores a título de cobertura
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dos custos remotos da atividade. Igualmente, foi definida a natureza indenizatória
do montante contrato.
Em terceiro lugar, há a questão da responsabilidade civil,
principalmente em decorrência de acidentes que ocorram ao tempo da realização
do trabalho remoto.
Nesse particular, a legislação não foi tão contundente como nos casos
anteriores. Ao invés de criar critérios para a definição mais clara da
responsabilidade civil, o legislador se limitou a determinar incumbir aos
empregadores que instruam o empregado acerca das precauções a serem
seguidas. Eis o dispositivo:
Art. 75-E. O empregador deverá instruir os empregados, de maneira
expressa e ostensiva, quanto às precauções a tomar a fim de evitar doenças e
acidentes de trabalho.
Parágrafo único. O empregado deverá assinar termo de
responsabilidade comprometendo-se a seguir as instruções fornecidas pelo
empregador.’”
Não houve, assim, uma definição muito clara e específica sobre
eventual nexo de causalidade entre a atividade realizada remotamente e a
responsabilidade do empregador. Tal aspecto, portanto, deverá ser tema de
aprofundamento e maturação pela jurisprudência.
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6. APLICAÇÃO SUPLETIVA E SUBSIDIÁRIA DO NCPC AOS
PROCESSOS TRABALHISTAS
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pertinentíssima, é saber se, não obstante esse silêncio, a aplicação continua a
ser autorizada pelo art. 3º do CPP. A melhor resposta parece ser a positiva, o
que se justifica até mesmo pela amplitude do texto da referida regra processual
penal. De resto, nos casos em que o Código de Processo Penal faz expressa
remissão ao Código de Processo Civil (art. 139 [depósito e administração de
bens arrestados]; art. 362 [citação por hora certa]; e art. 790 [homologação de
sentença estrangeira]), é irrecusável o prevalecimento da disciplina trazida pelo
novo CPC.” (Novo Código de Processo Civil Anotado. São Paulo: Saraiva, 2015,
p. 52).
Em relação aos processos eleitorais, importantíssimo o papel do CPC,
por exemplo, nos procedimentos voltados à tutela cautelar (agora tutela de
urgência de natureza cautelar) e nos recursos eleitorais, conforme decisões do
TSE nesse sentido (REspe 4221719.2008/RN e AgR-AI 692.2011/MG).
No âmbito do processo do trabalho, destacam-se também os artigos
836 (ação rescisória), 896, §3º (dever de uniformização da jurisprudência por
parte dos TRTs), 896-B (recursos de revista repetitivos), 896-C, §§8º (amicus
curiae na Justiça do Trabalho) e 14 (recurso extraordinário interposto perante o
TST), todos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Por fim, quanto ao processo administrativo, inegável a aplicação dos
dispositivos relacionados às modalidades de intervenção de terceiros (com as
necessárias adaptações) e também das garantias processuais, notadamente em
relação aos processos administrativos disciplinares (cf. STJ, RMS 29.036/ES).
Não há dúvidas de que a Parte Geral do CPC, ao tratar das “Normas
Fundamentais do Processo Civil”, pretende ser mais abrangente e direcionada,
em muitos pontos, à conformação de premissas de uma Teoria Geral do Processo
revisitada, que certamente encontrará espaço em todos os “tipos” de processos,
até por razões de uniformidade e respeito aos ditames constitucionais pertinentes.
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7. A PERDA DA EFICÁCIA DA MP 808/2017 E A REPOSTA DO
MINISTÉRIO DO TRABAHO
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e artigo 6º da Lei de Introdução das Normas do Direito Brasileiro (LINDB).
Segundos tais dispositivos, novas disposições legais têm aplicação imediata,
estando a salvo de sua incidência apenas o ato jurídico perfeito, a coisa julgada e
o direito adquirido.
É preciso alertar, por fim, que a posição externada pela cúpula do Poder
Executivo, embora vinculante à Administração Pública, não ostenta o mesmo
efeito em relação ao Poder Judiciário.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho. 17. ed. São Paulo:
LTr, 2018.
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