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Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

Ciências Contábeis – 2º semestre 2010

Fato Político Acerca da Eleição Presidencial do


Presidente Lula

Porto Velho- Julho- 2010


Universidade Federal de Rondônia (UNIR)
Ciências Contábeis – 2º semestre 2010

Fato Político Acerca da Eleição Presidencial do


Presidente Lula

Aluno: Germano Benites Moura

Trabalho apresentado para


avaliação na disciplina de
Ciências Politicas, do curso de
Ciências Contábeis, turno
noturno, da Universidade
Federal de Rondônia
ministrada pelo professor
Marcio José Matias Cavalcante

Porto Velho- Julho- 2010


Veja edição 1735 de 30 de outubro de 2002

O que eles esperam de Lula

Dezesseis economistas, analistas políticos e empresários fazem previsões


sobre o governo do PT.

Em analise sobre a reportagem foi verificado que inicialmente o principal


problema enfrentado pelo então novo governo na área Econômica, seria a
falta de confiança, pois muitos acreditavam que o PT tinha muitas idéias
obsoletas em varias questões, como o não pagamento da Divida Externa,
criariam fortes barreiras as importações (Protecionismo), ligação com o
Movimento Sem Terra (MST) sendo ainda um governo estadista, o que
criaria uma expectativas negativa no mercado financeiro, fazendo com que
investidores e credores esperassem para ver, para depois voltar a investir
no Brasil.

No contexto geral o governo já firmava de certa forma um compromisso


com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que disponibilizou 24 bilhões
de dólares para o Brasil. Lula se comprometeu com o acordo, ganhando
assim credibilidade na parte econômica, alguns estudiosos afirmavam que o
atual governo daria continuidade ao governo FHC, não havendo assim uma
revolução ou radicalismo e sim mudanças graduais e ainda por não possuir
grande bancada no congresso, iria negociar para governar.

Na área Social ocorria o inverso, muitos apostavam que Lula conseguiria


avanços importantes na área social, pela prioridade que o partido vendia em
relação a questão social, honestidade e credibilidade, dessa forma
acreditava-se que poderia haver uma reforma radical na Previdência Social,
Reforma Tributaria e principalmente na Reforma Agrária pela ligação do
partido com o Movimento Sem Terra (MST).

O Governo tinha ainda pela frente vários obstáculos, problemas sérios de


Infra-estrutura como deficiência nas malhas rodoviárias, caos nos
aeroportos e portos, e principalmente o abastecimento de energia, que já
havia sofrido os famosos “apagões”, conter as expectativas de seu
eleitorado e suportar as grandes pressões que receberia do funcionalismo
público como reivindicações por aumento salarial, redução da taxas de
juros e aumento de salário mínimo.

A contabilidade por estar inserida no contexto econômico e administrativo


acompanharia da mesma maneira, recebendo um input maior em relação as
mudanças esperadas nas tributações e fiscalização dos cofres públicos,
podendo receber mudanças em suas resoluções para o caso de reforma
tributária e estaria sempre presente como importante ferramenta para todos
os registros, apoiando no gerenciamento e nas tomadas de decisão.

Anexo:

Veja edição 1735 de 30 de outubro de 2002

O que eles esperam de Lula


Veja edição 1735 de 30 de outubro de 2002

O que eles esperam de Lula

Dezesseis economistas, analistas políticos e empresários fazem


previsões sobre o governo do PT.

José Márcio Camargo economista da PUC-RJ

"O PT tem tido, nos últimos meses, posturas bastante sensatas, mas sua história
torna difícil acreditar nesse compromisso com a estabilidade fiscal. O partido
defendeu durante muito tempo o não-pagamento das dívidas públicas. Além disso,
tem uma base extremamente corporativa e politicamente ativa, que se soma a uma
tradição muito forte de defender a intervenção do Estado na economia, seja como
produtor ou investidor. Há também uma posição extremamente protecionista em
relação à indústria nacional. Tudo isso torna muito mais difícil obter a austeridade
fiscal, o que é fundamental para um bom governo. Existe, portanto, o risco de que
o governo Lula venha a se perder à medida que ceda a essas pressões. Há um
outro dado. Os economistas do partido têm pouca experiência no mercado
financeiro e em política monetária. Isso é ruim porque, num cenário de câmbio
flutuante, a política monetária é fundamental. Este é um momento de riscos muito
grandes e, por pura falta de experiência, pode-se colocar a perder todo o esforço
de estabilização dos últimos oito anos. Apesar de tudo isso, devo reconhecer que
me agrada muito a prioridade que o partido dá à questão social e o entendimento
de que esse é o problema mais grave do país no longo prazo. Esse poderá ser o
ponto forte do PT."

Delfim Netto ex-ministro da Fazenda e deputado federal

"O Lula tem tantas condições de governar o Brasil quanto qualquer um dos outros
três candidatos com os quais concorreu. Essa idéia de que o PT não tem quadros
me parece um daqueles mitos sobre o partido. O PT tem hoje representantes numa
boa parcela do segundo escalão do Banco Central, do Banco do Brasil, do
Itamaraty. Tem uma participação importante na Receita Federal e no BNDES. O PT
está na máquina do governo há muito tempo. Só quem não conhece o governo é
que acha que faltam quadros ao PT. Mas é preciso que trabalhe com inteligência. O
partido deve apresentar claramente as condições para o Brasil superar as
dificuldades existentes. Basicamente, isso inclui absoluto respeito à propriedade
privada, aos contratos e à política econômica acertada com o FMI. Esse é o
caminho mais curto para ganhar credibilidade e ir lentamente corrigindo a herança
recebida. As instituições estão funcionando normalmente e não há, portanto,
nenhum risco de que algo seja feito sem aprovação do Congresso. Espero que Lula
nos diga tão logo quanto possível que reforma tributária vai fazer e como vai
enfrentar o problema da Previdência Social. Ele deve dar esperanças ao povo
brasileiro. Isso significa demonstrar que seu programa, num prazo razoável,
absorverá a nova mão-de-obra que entra no mercado e começará a reduzir o
estoque de desempregados."

Antônio Ernesto de Salvo presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil

"Espero que o PT seja capaz de governar em ordem e em direção ao progresso. O


governo central é uma prova à qual o partido ainda não foi submetido. Temos uma
história de relação difícil entre o setor agrícola e o PT, que continua com idéias
obsoletas, com preconceitos em relação à questão fundiária e com ligação direta
com o Movimento dos Sem-Terra. Se num passado recente o MST foi capaz de
invadir a fazenda do presidente da República, não se sabe a que ponto chegaria
num governo Lula. Há uma outra inquietação no setor. Ela é motivada pela maneira
com que Lula se refere à agricultura familiar, indicando que haverá uma
prevalência dela em relação à agricultura empresarial. Isso é um erro. Ela pode ser
importante do ponto de vista social, e por isso merece investimentos sociais, desde
que não faltem investimentos na agricultura empresarial. O empresário rural é o
responsável pela pujança do setor agrícola brasileiro e pela sanidade das contas
públicas. O superávit do setor foi de 20 bilhões de reais neste ano. Para que
mantenhamos esse ritmo, são necessários investimentos em tecnologia, luta contra
o protecionismo e aumento da capacidade de investimento do produtor. Tudo isso
depende de apoio forte do governo federal, e que não sei se haverá."

Sérgio Abranches cientista político

"Lula será o presidente eleito com maior carga de responsabilidade desde o fim do
regime militar. Criou muitas expectativas e alertou para poucos contratempos e
riscos. Deu declarações muito contraditórias ao longo da campanha. Criou
expectativa muito negativa no mercado financeiro e muito positiva naqueles setores
aos quais prometeu mudanças que não são viáveis tendo em vista o cenário
doméstico e internacional. Um outro desafio é o da coalizão de forças majoritárias.
Terá de fazer alianças com setores com os quais nunca se aliou. O PT também não
tem noção completa da quantidade de mudanças pelas quais o país passou. Há
uma classe média toda nova. Por causa dela o PT mudou, mas ainda de forma rasa.
As forças novas são muito mais ligadas à parte do país que avança econômica e
socialmente, e o PT mostrou que não tem muita noção da nova correlação de forças
ao buscar alianças com a parte mais atrasada, com as forças decadentes. Incluem-
se aí o pedaço mais nacionalista do patriciado industrial de São Paulo e a parte das
Forças Armadas mais ligada a conceitos atrasados de geopolítica. Lula vive hoje um
momento contraditório, porque o PT ainda não fez a transição para a visão da
sociedade brasileira que certamente terá no futuro."

Emir Sader cientista político

"Suponho que Lula vá ter muita oposição do capital financeiro nacional e


internacional, assim como das oligarquias políticas. Os grandes líderes históricos
são grandes líderes populares, dirigentes partidários e estadistas. Nos dois
primeiros casos, Lula tem experiência de sobra. Não se trata de ser um
administrador. Trata-se de ser estadista. Não é ter administrado prefeitura ou
governo do Estado. Terá de ter a consciência que mostrou na campanha. Terá de
ter o caráter e a força para dizer 'não' como teve em toda a campanha eleitoral
para dizer 'sim'. Afinal, toda afirmação é uma negação. Espero que seu governo
reforme o Brasil na direção de uma sociedade mais justa, menos mercantilizada,
mais humanista, mais solidária. Para isso, precisa romper com a política do ministro
Pedro Malan. Espero que em lugar da Alca ele promova uma política de integração
latino-americana e de fortalecimento do Mercosul. Espero que ele faça uma reforma
democrática do Estado, incluindo o orçamento participativo. Que promova a
reforma agrária e a distribuição de renda com um modelo econômico voltado para
um mercado interno de consumo popular."

Albert Fishlow diretor do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade Colúmbia

"Vai haver uma continuidade da política econômica que está sendo seguida pelo
governo Fernando Henrique Cardoso. O empréstimo do FMI, que disponibiliza 24
bilhões de dólares para o Brasil, depende da capacidade de obter superávits
primários. Lula se comprometeu com o acordo. Espero também continuidade da
política monetária. Poderia apostar que será seguida a mesma política de metas de
inflação, com a qual será possível obter índices anuais baixos, talvez menores que
6%. Acho que Lula terá de fazer a reforma fiscal nos primeiros dias de seu governo.
Há uma cobrança de impostos em cascata e em duplicidade da ordem de 40% no
Brasil. Por isso, a reforma tributária é urgente. Outra área em que haverá reforma
será a Previdência Social. Como o PT não terá maioria dos deputados e dos
senadores na próxima legislatura, precisará firmar compromissos com outros
partidos. A base de apoio do PT deverá estar no PSDB e no PMDB. O PSDB deverá
ser também uma fonte de ministros. Não estou deduzindo que não haverá uma
mudança no governo. Haverá, sim, mas vejo muito mais a continuidade do que
uma revolução."

Horácio Lafer Piva presidente da Fiesp

"Nossa esperança é que o governo Lula, tão consciente da importância crítica da


indústria para o crescimento econômico, concentre o talento e a vontade de
trabalhar de sua equipe ministerial na rápida solução dos nós que travam as forças
produtivas deste país. Precisamos, no Brasil, de uma renovada parceria entre
governo e empresários para liberar as energias e a vitalidade do capitalismo
moderno. Uma equipe governamental realmente dinâmica e engajada poderá fazer
maravilhas em favor da atividade produtiva do país, abrindo muito espaço, ao
mesmo tempo, para uma ação determinada no plano social, a começar pela
expansão do emprego. Nós da indústria mudamos bastante nestes anos e
adotamos como nossos os temas da responsabilidade social das empresas. Do
governo Lula também esperamos mudanças. Por exemplo, que deixe para trás
eventuais traços corporativos e que não exagere em matéria de regulamentação
governamental e de pressão burocrática. Esperamos uma relação amistosa de
parceiros bem-intencionados, para o bem do país: de nossa parte, aceitamos a
responsabilidade social, mas, de outro lado, desejamos a liberdade para
empreender e o encorajamento para crescer mais depressa."

Paulo Nogueira Batista Jr. professor da FGV e pesquisador da USP

"Não acredito que Lula fará um governo radical. Serão mudanças graduais. Vai
prevalecer a cautela. Lula receberá uma herança macroeconômica e financeira
muito pesada. Não vou dizer que o governo estará todo amarrado, porque seria um
exagero. Mas existem restrições internas e um cenário internacional pesado. Os
riscos externos na área econômica e na área militar são grandes. Há outra razão
para supor que seja pragmático, cauteloso. É o fato de que não terá maioria. Vai
ter de negociar para governar. Outra coisa é que as alas mais extremadas dentro
do PT são hoje mais fracas do que foram no passado. Isso também influi de alguma
maneira. Lula tentará provavelmente fazer um ministério amplo, convocando outras
forças políticas que não só as da aliança. Ele não pode cometer o erro de trair o
eleitorado, o que significaria manter o modelo econômico atual. Por outro lado, não
pode renegar os compromissos, no sentido de que não fará transformações
abruptas, de que cumprirá contratos. Vai ter de mostrar que o leão é manso, senão
perde a credibilidade. Será um governo com muita dificuldade, e o primeiro ano
talvez seja o mais difícil."

Armando Castellar chefe do departamento econômico do BNDES

"O governo do PT vai ter de conciliar as expectativas de seu eleitorado com


disciplina fiscal, baixa inflação e um mercado aberto e competitivo. Não espero um
grande aumento do gasto público nem que contratos e direitos de propriedade
sejam desrespeitados, mas não duvido que haja pressões fortes nesse sentido.
Como o próximo ano vai ser difícil para a economia mundial, a tendência de
investidores e credores externos será esperar para ver. A demora pode ser crucial.
Será preciso muita habilidade política para lidar com as tensões que surgirão
quando as mudanças esperadas não vierem no curto prazo. Espero que nesse
momento o governo tenha cabeça fria para manter o rumo e não retomar idéias
antigas, ainda não esquecidas por muitos do PT. Em termos de perfil da política
econômica, acho que haverá mais intervenção na economia através de barreiras às
importações, direcionamento do crédito e tolerância com estruturas industriais mais
concentradas. A tendência é que haja mais inflação, ainda que muito longe da que
tivemos no passado. Por outro lado, acho que Lula conseguirá avanços importantes
na área social, acabando com gargalos no processo de negociação política, como é
o caso das reformas administrativa e da Previdência."

Carlos Lessa reitor da UFRJ

"Com todas as restrições e blindagens atuais, a margem de manobra do novo


governo será muito pequena se não for negociado um pacto em torno de um
projeto de política econômica. Isso envolverá, no mínimo, o empresariado e o
operariado organizado. Isso já foi tentado no passado, com resultados pífios, mas,
a julgar pelas declarações das lideranças empresariais, a idéia é abrir caminho para
um pacto bem-sucedido. A segunda coisa é a idéia de um projeto nacional. Nenhum
novo governo, e muito especialmente o de Lula, pode repetir o discurso passado de
inserção no processo de globalização. Por uma série de razões, mas principalmente
por causa da crise econômica mundial. Outro dado é que a infra-estrutura no Brasil
está fazendo água. Estamos com problemas muito sérios na rede rodoviária. Tenho
certeza de que vai haver uma reconvocação da engenharia pesada em torno da
infra-estrutura. O apagão foi uma espécie de avant-première. Se o Brasil não
resolver logo a questão do abastecimento de energia, vai ter sua capacidade de
exportação muito prejudicada."

Raul Velloso especialista em finanças públicas

"Lula não tem nenhuma experiência prévia que nos dê uma indicação do que vai
fazer. Tudo vai depender das restrições que encontrar. A maior delas é o acordo
com o FMI. Ao mesmo tempo que coloca 24 bilhões de dólares nas mãos do
próximo presidente, esse acordo vai exigir um superávit primário mínimo para que
se alcance uma redução da dívida pública em relação ao produto interno bruto. Vai
ser difícil, portanto, evitar uma redução de gastos, o que já seria um cenário difícil
para qualquer governo. A segunda restrição, que é parte da primeira, é que o
próximo governo de fato não vai contar com a principal ferramenta usada pelo
Fernando Henrique, que foi o aumento da receita. Sem as receitas extras pagas ao
governo em 2002 – que não se repetirão –, o governo Lula terá 16 bilhões de reais
a menos no caixa. Por isso, é mais importante manter o Everardo Maciel do que o
Armínio Fraga, como se falou num determinado momento. O secretário da Receita
Federal foi quem conseguiu gerar as condições que garantiram a estabilidade. Não
é qualquer um que vai chegar lá e fazer a mesma coisa. A função da pessoa
naquele lugar é arrecadar."

Gustavo Loyola ex-presidente do Banco Central

"O PT apresentou teses novas e, se elas forem implementadas, de fato pode-se ter
um bom governo. Fala em manutenção da estabilidade, equilíbrio fiscal, superávit
mínimo acertado com o FMI e inflação sob controle. Mas é claro que Lula tentará
imprimir a marca de um governo petista. A questão é saber até que ponto, na
implementação das políticas do governo, ele vai respeitar esses parâmetros da
responsabilidade fiscal e monetária. As bases do partido são formadas por setores
que querem uma mudança mais radical na política econômica. Esses setores
querem colher frutos mais imediatos, o que nem sempre é factível. A grande dúvida
é sobre a capacidade de resistir a essa impaciência tanto do partido quanto da
sociedade. De maneira geral, o PT não vai ter a boa vontade inicial do mercado e
dos investidores. Além disso, a situação externa neste momento é muito mais
grave do que no começo do governo Fernando Henrique, quando houve a crise do
México. O PT nunca foi testado nessas condições. A gestão nos Estados é muito
menos complexa do que no nível federal. O PT está dizendo que o pessoal da área
econômica poderá vir de fora do partido, o que é bom."

Sidney Levy presidente do American BankNote no Brasil

"O Brasil avançou muito no governo Fernando Henrique e está com suas
instituições preparadas para um governo Lula. O PT também se preparou para
chegar ao poder. Portanto, não espero um retrocesso, seja institucional, de quebra
de contratos, na condução política ou no relacionamento com os empresários.
Acredito na normalidade das relações entre o governo e a sociedade. Temo um
pouco a inexperiência nas questões nacionais, porque o PT nunca esteve no
governo federal. A equipe de Fernando Henrique é muito experiente e, no entanto,
derrapou. Ninguém é infalível. Ou seja, sempre há risco na condução dos
problemas. A gente não sabe quais serão as primeiras medidas de Lula. Deve haver
alguma turbulência, mas depois se acerta. No primeiro ano em que fui presidente
de empresa, também fiz besteira. Com a experiência, você vai melhor. O passado
não me assombra. Todo mundo evolui. Temos uma experiência muito boa com o
governo petista do Rio Grande do Sul. Quando se tem uma função definida na
sociedade, não há o que temer."

Célio Borja ex-ministro da Justiça

"Eu não tenho dúvida de que será mantida a estabilidade institucional e econômica
do país. No caso específico de Luís Inácio Lula da Silva, há um compromisso público
e formal nessa direção. O que se espera, e que ele prometeu em sua campanha, é
a reativação da atividade econômica como condição para poder melhorar a sorte
dos trabalhadores. A rigor, é isso que se tem de esperar de seu governo. As
instituições estão preparadas para enquadrar qualquer governo, não importa a
doutrina. O que acontece é que o Brasil está absolutamente consciente das
limitações que decorrem do cenário internacional e dos compromissos que o país
tem com seus credores. No plano interno, há muitas outras questões que podem
ser igualmente bem administradas. No que diz respeito à segurança, esse é um
problema de competência e liderança. Se o líder for competente, dá conta do
recado. O que se precisa é ter liderança sobre as polícias. Basta isso. No mais, é
com as instituições. Cada um dos poderes agirá dentro dos limites de sua
competência."

Antonio Barros de Castro professor da UFRJ

"As quatro provações do governo Lula serão as demandas de aumento salarial por
parte do funcionalismo público, as pressões para a renegociação das dívidas de
Estados e municípios, a pressão pela redução da taxa de juros e o aumento do
salário mínimo. Serão tentações presentes no dia seguinte à posse. Se cair em
qualquer uma delas, pode passar o resto do tempo correndo atrás do prejuízo. Ele
terá de mostrar, nesse contexto tão difícil, que é capaz de deter o crescimento da
dívida pública. E estará navegando em meio à crise de confiança e a um quadro
internacional muito deteriorado. Vai ter de operar com tolerância zero ao erro, sob
o risco de disparar uma onda de suspeição sobre seu governo. Também terá
oportunidades. O primeiro ponto positivo é que a economia está reprimidíssima.
Existe, por isso, um elevado potencial de crescimento. O segundo é que já houve
uma espetacular virada nas relações com o exterior. Saímos de um déficit de
transações correntes de 33 bilhões de dólares em 1998 para 14 bilhões de dólares
em 2002. O terceiro grande trunfo é que o PT tem políticos e administradores
experientes, que já passaram por situações difíceis e grandes frustrações e já
aprenderam a governar sem dinheiro."

Antonio Maciel Neto presidente da Ford do Brasil

"A primeira coisa que espero é que a equipe nomeada por Lula seja competente,
honesta e tenha credibilidade. E que essa equipe firme compromissos claros com a
Lei de Responsabilidade Fiscal e com a retomada do crescimento. Os grandes
problemas que pairam hoje sobre o país poderão ser resolvidos. Isso também
deverá melhorar bastante a perspectiva para os investidores, principalmente os
estrangeiros. Claro que o anúncio da equipe, em si, não será um passe de mágica
para dissipar as dúvidas e as preocupações que o investidor estrangeiro tem hoje,
porque o problema não está só no Brasil. É mundial. A incerteza com relação à
política a ser adotada no Brasil é só um complicador a mais. Vai haver um período
de observação no qual se examinará para que lado o governo vai. Será uma fase
difícil e preocupante. Os investidores estrangeiros foram chamados a investir, como
aconteceu, por exemplo, no setor elétrico. Fizeram isso em dólares. Agora precisam
de rentabilidade em dólar. E como ficam as tarifas? O segundo ponto fundamental é
que o novo governo estabeleça metas e um plano robusto para aumentar
fortemente as exportações. A exportação traz dólares, melhora a balança
comercial, diminui os juros e favorece a relação fiscal. É como um dominó que vai
cai

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