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S14-S19, 2010
Laboratório de Conservação de Germoplasma Animal, Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA), Mossoró, RN.
RESUMO: A indução e a sincronização do estro em caprinos permitem o planejamento da época dos partos,
facilitando o emprego da inseminação artificial, podendo ser programada e realizada em um grande número de
fêmeas em um período pré- determinado, diminuindo os custos da técnica. O objetivo dessa revisão foi fazer um
estudo sobre os métodos de controle do ciclo estral na espécie caprina. Para a indução ou sincronização de estro,
são conhecidos o método natural, que emprega o efeito macho e o artificial, utilizando-se prostaglandinas,
progestágenos e gonadotrofinas. Os agentes luteolíticos são utilizados nas fêmeas cíclicas a fim de provocar
destruição do corpo lúteo. O tratamento com progestágenos ou progesterona permite controlar o momento do
aparecimento do estro e da ovulação por meio de um mecanismo de “bloqueio” e “desbloqueio” sobre as
gonadotrofinas. A partir de um melhor conhecimento da fisiologia ovariana, em particular da dinâmica folicular,
têm-se estudado novos esquemas hormonais para o controle do estro em pequenos ruminantes.
ABSTRACT: Induction and synchronization of estrus in goats allow planning at delivery facilitating the use of
artificial insemination can be scheduled and held in a large number of females in a predetermined period
reducing the cost of the technique. The purpose of this review was to study the methods of control of the estrous
cycle in goats. For the induction or synchronization of estrus are known the natural method which employs the
effect of male and artificial using prostaglandins, progestogens and gonadotrophins. The luteolytic agents are
used in cyclic females in order to cause destruction of the corpus luteum. Treatment with progestins or
progesterone to control the time of onset of estrus and ovulation through a mechanism to "lock" and "unlock" on
the gonadotropins. From a better understanding of ovarian physiology, particularly the follicular dynamics have
been studied new schemes for the hormonal control of estrus in small ruminants.
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Autor para correspondência. E-mail: anacarla@ufersa.edu.
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corpos lúteos que apresentem pleno funcionamento prostaglandinas não é elevada, por esse motivo
(Ribeiro et al., 1997; Traldi et al, 2000, 2007) recomenda-se utilizar o cio seguinte, combinado com
a detecção de cio.
O mecanismo é desencadeado pela ação dos
ferômonios que, pelo olfato, atingem o tálamo e o Progestágenos
hipotálamo e determinam a liberação de LH pela
hipófise anterior e por estímulo visual relacionado à A sincronização do estro com análogos sintéticos da
presença física dos machos. É promovida a indução progesterona data da década de 60 (Robinson,1967)
do pico de LH e formação de um corpo lúteo de e, desde então, pessários vaginais, como esponjas
atividade normal com o aparecimento do estro 19 a vaginais de poliuretano, foram adotadas como o
21 dias após a exposição aos machos (Moraes et al. veículo responsável pelo “priming” de progesterona
2008). que precederia o tratamento hormonal de indução
e/ou sincronização do estro de pequenos ruminantes
Hawken et al (2009), estudando a resposta de cabras (Traldi et al, 2007).
cíclicas ao “efeito macho”, em relação ao aumento
da secreção de LH, durante a estação reprodutiva, O tratamento com progestágenos ou progesterona
propuseram que qualquer efeito do macho sobre a permite controlar o momento do aparecimento do
dinâmica do ciclo estral é impulsionado por estro e da ovulação por meio de um mecanismo de
mudanças no liberação pulsátil de LH e que, em “bloqueio”, feed back negativo sobre as
caprinos, existe um limiar de progesterona, acima do gonadotrofinas, seguido por “desbloqueio”, resposta
qual o macho tem pouco ou nenhum efeito. hipofisária após o fim do tratamento (Moraes et al,
2008). Os progestágenos mais utilizados para
Prostaglandinas sincronização são o acetato de fluorogestona (FGA)
e o acetato de medroxiprogesterona (MAP) ambos
Os tratamentos hormonais para sincronização e/ou utilizados incorporados a esponjas intravaginais. Há
indução do estro têm sido utilizados como auxílio ainda, dispositivos intravaginais siliconizados que
para a inseminação artificial (IA) e para a redução contém progesterona (CIDR-G) além de implantes
dos efeitos estacionais na reprodução em caprinos de silicone impregnados com progestágeno sintético
(Paula et al., 2008). (Freitas; Rubianes, 2008).
Os agentes luteolíticos são utilizados nas fêmeas Para Moraes et al. (2008), a estimulação ovariana
cíclicas a fim de provocar destruição do corpo lúteo. nos tratamentos de indução e sincronização de estro
A diminuição da secreção de progesterona, vem sendo obtida pelo uso de gonadotrofina
consecutiva à luteólise é responsável por uma coriônica (eCG e hCG), hormônios peptídeos
descarga gonadotrófica e aparecimento do estro e (GnRH) ou preparações com atividade gonadotrófica
ovulação. O uso exclusivo de prostaglandinas para (gonadotrofina menopáusica humana, hMG), sendo a
sincronização requer que os animais estejam gonadotrofina coriônica equina (eCG) a substância
ciclando e apresentem corpo lúteo funcional, ficando padrão utilizada na maioria dos tratamentos, no
na dependência do controle do dia do estro ou de entanto, a produção de anticorpos anti-eCG, após
duas aplicações seqüenciais. Em cabras, quando o vários tratamentos no mesmo animal, pode afetar a
estágio do ciclo estral não é conhecido, o tratamento fertilidade e promover estros tardios.
com luteolíticos consiste em duas aplicações com
intervalo de 11 a 14 dias (Moraes et al., 2001). Conforme Freitas et al. (1997), o método mais
freqüente para sincronização do estro de cabras
Vázquez et al (2010) trabalhando com os efeitos do utiliza esponjas vaginas impregnadas com 45mg de
tratamento de um análogo da prostaglandina no acetato de fluorogestona (FGA), durante 11 dias,
desenvolvimento, dinâmica e funcionalidade do associadas à estimulação ovariana por 400 UI de
corpo lúteo em caprinos, concluíram que, a gonadotrofina coriônica eqüina (eCG) e 50µg de
sincronização do estro e da ovulação pela cloprostenol por via intramuscular realizado 48
administração do análogo da prostaglandina com horas antes da retirada da esponja.
intervalo 10-12 dias, fez com que houvessem
alterações na dinâmica, desenvolvimento e Fonseca et al, (2005) trabalhando com sincronização
funcionalidade do corpo lúteo quando comparado ao de estro em cabras leiteiras utilizaram esponjas
estro natural e ovulação espontânea. intravaginais contendo 60mg de acetato de
medroxiprogesterona por seis dias com
De acordo com Freitas e Rubianes (2008) a administração intra-vulvo-submucosa de 22,5 mg de
fertilidade do estro sincronizado com d-cloprostenol no momento da inserção da esponja.
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