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Aula 1

Português para o TRF-2ª Região (Teoria e Exercícios)


Estrutura e Formação de Palavras
Professor Albert Iglésia
Português para o TRF-2ª Região (Teoria e Exercícios)
Aula 1 – Estrutura e Formação de Palavras
Prof. Albert Iglésia

Caro Aluno,

Os rumores de que a banca examinadora poderia ser a desconhecida


Inaz e, posteriormente, a confirmação da Consulplan me obrigaram a fazer
algumas mudanças no planejamento deste curso. Por isso o atraso da liberação
das aulas. Por favor, reveja a aula demonstrativa, que foi atualizada.
Peço desculpas pelo transtorno, mas não poderia deixar de proceder
às mudanças necessárias para aproximar você do que a banca poderá cobrar na
prova do seu disputadíssimo concurso.
Vamos em frente!

Estrutura de Palavras

Iniciarei com um breve conceito sobre morfemas (elementos


estruturais das palavras). Observe: escol-a; pré-escol-a; escol-inh-a.
Percebeu que todas as palavras têm pelo menos um elemento comum entre si:
escol? Além disso, percebeu que cada elemento destacável é responsável por
um aspecto diferente do significado delas? Assim:

escol-: elemento básico da palavra, considerada sob o aspecto


gramatical e prático, dentro da Língua Portuguesa atual;
a-: elemento que, junto ao anterior, forma o tema do nome “escola”;
pré-:indica aquilo que vem antes;
-inh-: denota ideia de diminutivo (em alguns casos, confere valor
depreciativo: povinho, gentinha).

As unidades mínimas de significação que compõem uma palavra são


chamadas de morfemas.

 CLASSIFICAÇÃO DOS MORFEMAS

1. RADICAL – Morfema comum a uma mesma família de palavras e que possui


a significação básica delas. As palavras que possuem o mesmo radical são
chamadas de cognatas (pertencem à mesma família etimológica).

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Ex.: ferro, ferreiro, ferradura – terra, terreno, terreiro – carro,


carroça, carruagem.

2. AFIXO (ou morfema derivacional) – Morfema capaz de alterar a significação


básica de um radical, podendo também alterar a classe gramatical. Divide-se
em prefixo (antes do radical) e sufixo (após o radical).

Ex.: desleal – infeliz – feliz (adj.) + mente = felizmente (adv.) –


favor (subst.) + ecer = favorecer (verbo).

1. (Consulplan/2012/TSE/Téc. Judiciário) Assinale a palavra em que o


elemento con- (ou co-) NÃO tenha o mesmo valor que o de congêneres
(L. 37).
a) concentrar
b) condomínio
c) contabilidade
d) confraria
Comentário – Primeiramente, é preciso entender que o elemento con-
empresta à palavra “congêneres” (que pertencem ao mesmo gênero; que são
idênticos ou semelhante) a ideia de semelhança, igualdade, algo que é comum
a todos os envolvidos. Essa mesma ideia também está presente em “concentrar”
(no sentido de ter um centro comum); em “condomínio” (no sentido de haver
um domínio comum em relação a um bem); em “confraria” (no sentido de existir
semelhança entre irmãos ou membros de uma comunidade). Mas em
“contabilidade” o prefixo “con-” não está presente. Nessa palavra, nota-se o
radical do verbo “contar”.
Resposta – C

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2. (FGV/2014/BNB/Analista Bancário) Os vocábulos formados sem a ajuda de


um sufixo são:
a) trabalho e imposto;
b) imposto e empobrecer;
c) empobrecer e enobrecer;
d) enobrecer e corrupção;
e) corrupção e inflação.

Comentário – Pode-se notar as terminações –ecer e –ção em empobrecer,


enobrecer, corrupção e inflação. Assim, os vocábulos formados sem a ajuda de
um sufixo são apenas trabalho e imposto.
Resposta – A

3. (FGV/2014/DPE-RJ/Técnico Superior Jurídico) A alternativa em que os


vocábulos apresentam sufixos de significação diferente é :
a) ativistas /progressistas
b) discriminação / ampliação
c) marxista / feminista
d) jurídico / democrático
e) companheiro / financeiro

Comentário – A terminação –eiro denota profissão, ofício, agente: pedreiro,


padeiro, vidraceiro, companheiro etc. Esse sufixo também pode entrar na
formação de adjetivos a partir de substantivos, para indicar origem,

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procedência, posse, relação: financeiro (de finanças), mineiro (de Minas Gerais)
etc.
Resposta – E

4. (FGV/2013/MPE-MS/Analista-Serviço Social) Assinale a alternativa que


mostra um vocábulo do texto formado sem a ajuda de um prefixo.
a) Descriminalização.
b) Impróprio.
c) Anteprojeto.
d) Desintoxicação.
e) Internação.

Comentário – Apenas a palavra internação não apresenta prefixo. O que houve,


na verdade, foi o emprego do sufixo nominal -ção na palavra internar,
transmitindo-nos o resultado da ação verbal.
Nas demais palavras, são observados os seguintes prefixos,
respectivamente: des-, im-, ante- e des-.
Resposta – E

5. (FGV/2014/TJ-RJ/Analista Judiciário) “A USP acaba de divulgar estudo


advertindo que a poluição em São Paulo mata o dobro do que o trânsito”;
nesse trecho do texto 1, o segmento “acaba de divulgar estudo” poderia ser
substituído por um termo menos extenso, com a ajuda de um prefixo ou
sufixo: “estudo recém-divulgado”. A frase abaixo em que esse mesmo
processo foi feito de forma INADEQUADA é:
a) Os estudos estão sendo lidos de novo / relidos;
b) A passeata carregava uma faixa contrária ao transporte público /
antitransporte público;
c) Os automóveis foram valorizados acima do normal / hipervalorizados;
d) As autoridades precisam fazer análises de si mesmas / retroanálises;

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e) O Congresso votou um projeto a favor de carros elétricos / pró-carros


elétricos.

Comentário – Você reparou que a palavra “recém-divulgado” foi constituída


com o emprego do prefixo “recém”, que indica algo recente? Todos os demais
prefixos apresentados nas alternativas correspondem às respectivas ideias
transmitidas e foram bem empregados, com exceção de “retro”. O problema não
tem a ver com a ausência do hífen, já a palavra formada realmente não precisa
dele. O erro está no fato de que “retro” significa algo anterior, movimento para
trás. O correto seria autoanálises.
Resposta – D

3. VOGAL TEMÁTICA – Morfema que serve de ligação entre o radical e as


desinências; classifica-se em: nominal (“a”, “e”, “o”, quando átonas finais) e
verbal (“a”, “e”, “i”, designam as três conjugações verbais). O conjunto radical
+ vogal temática denomina-se tema.

Ex.: lata, combate, livro – cantar (1ª conjug.), vender (2ª conjug.),
partir (3ª conjug.).

ATENÇÃO! 1 – Sofá, café, cipó, paz, lápis: os nomes terminados em vogais


tônicas, bem como os terminados em consoante, não possuem vogal temática,
tudo é radical.

2 – O verbo PÔR e seus derivados pertencem à segunda conjugação:


“pôr” vem do latim “poer”, cuja vogal temática é “e” (2ª conjug.).

4. DESINÊNCIA (ou morfema flexional) – Morfema que indica as flexões das


palavras variáveis, também se dividindo em: nominal (indica o gênero e o
número) e verbal (indica modo-tempo e número-pessoa).

Ex.: menino – menina; garoto – garota: desinência nominal de


gênero (conceito sustentado por Cegalla, Ernani Terra, Celso Cunha, Ulisses
Infante e Pasquale Cipro Neto, por exemplo; outros autores, como João

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Domingos Maia e Luiz Antônio Sacconi, dizem que a letra “o” em menino, por
exemplo, é vogal temática – as bancas não costumam entrar nessa discussão,
mas fica aqui o registro).

Ex.: mar – mares; giz – gizes: desinência nominal de número


(de acordo com Ulisses Infante e Pasquale Cipro Neto; já Luiz Antônio Sacconi
diz que a letra “e” classifica-se como vogal temática).

Ex.: estudá-va-mos: va = desinência verbal modo-temporal


(pretérito imperfeito do indicativo); mos = desinência verbal número-
pessoal (1ª pessoa do plural).

Ex.: vende-ríe-is: rie = desinência verbal modo-temporal; is =


desinência verbal número-pessoal.

ATENÇÃO! Desinência Nominal de Gênero X Vogal Temática Nominal.

Ex.: moço – moça: as desinências nominais de gênero fazem clara


distinção entre masculino e feminino; mesa, dente, livro: como percebemos,
isso não acontece com as vogais temáticas nominais.

5. VOGAL E CONSOANTE DE LIGAÇÃO – na verdade, não chegam a ser


essencialmente morfemas; pois não acrescentam nenhum significado à palavra,
mas apenas facilitam a sua pronúncia.

Ex.: guri + ada = gurizada – pau + ada = paulada – café + eira =


cafeteira

ágil + dade = agilidade – gás + metro = gasômetro

6. (FGV/POLÍCIA CIVIL-RJ/INSPETOR/2008) Em xenofobia, há a seguinte


combinação de sentidos: estrangeiro + aversão. Assinale a alternativa em
que a explicação do sentido do elemento que antecede -fobia não tenha
sido feita corretamente.

(A) pantofobia (pantera)


(B) estasiofobia (permanecer de pé)
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(C) fotofobia (luz)


(D) ictiofobia (peixe)
(E) gamofobia (casamento)

Comentário – Apenas o elemento “panto–” está com seu sentido indicado


erroneamente. Ele, na verdade, significa tudo, todo e provém do grego
pan–, pantós–. Está presente, por exemplo, nas palavras panteísmo,
pantógrafo, panaceia. Pantofobia expressa o estado de ansiedade que induz o
indivíduo a ter medo de tudo.
Resposta – A

7. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010) Assinale o par de vocábulos em que


seus elementos mórficos destacados NÃO tenham o mesmo sentido.

(A) metropolitana – metrologia


(B) economia – ecologia
(C) telecomunicações – telepatia
(D) petróleo – petrificar
(E) sintonia – sinergia

Comentário – Alternativa A: “metropolitana” remete-nos à metrópole (cidade


grande, principal, importante; do grego méter/metrós + pólis: mãe + cidade).
Já “metrologia” (estudo e descrição dos sistemas de pesos e medidas) nos lança
de volta ao grego métron (medida), também presente, por exemplo, nas
palavras métrico, quilômetro, termômetro. É esta a resposta da questão.
Alternativa B: o radical “eco–” traduz a ideia de casa; habitação;
meio ambiente; residência; bens; propriedade. Também está presente nas
seguintes palavras: ecodesenvolvimento, ecólogo, ecônomo, ecosfera,
ecossistema, ecossociológico, ecotoxicologia, ecoturismo, ecoturista etc.
Alternativa C: o radical “tele–” significa longe, distanciamento.
Alternativa D: o radical “petr–” traduz a ideia de pedra,
rochedo: pétreo; petrificação.

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Alternativa E: o prefixo “sin–” (ou sim–, si–) indica conjunto,


simultaneidade (sintaxe, síntese, sinfonia, simpatia, simetria etc.).
Resposta – A

8. (FGV/SAD-PE/ANALISTA EM GESTÃO ADMINISTRATIVA/2008) Essas


pessoas, portanto, costumam ser vítimas de si mesmas e de um estilo de
vida estressante auto-produzido.

Assinale a alternativa que contenha um vocábulo cuja forma auto assuma


valor diferente do que é veiculado em auto-produzido.

(A) autobiografia
(B) autodidata
(C) auto-estrada
(D) auto-esterilidade
(E) auto-extermínio

Comentário – Em “auto-produzido”, utilizou-se o prefixo auto–, que significa


por si mesmo ou de si mesmo; próprio, independente e com ele se podem formar
muitas palavras: autobiografia, autodidata, autoesterelidade, autoextermínio,
autossuficiência (grafias conforme o novo Acordo Ortográfico), autocombustão,
autodomínio etc.
Em “auto-estrada” (a grafia também de acordo com o novo
sistema ortográfico é sem hífen: autoestrada), o elemento “auto” é forma
reduzida de automóvel e está presente com a mesmo ideia nas palavras:
autódromo, autoescola, autopista, autorama etc.
Resposta – C

9. (FGV/TRE-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011) Assinale a palavra em que o


prefixo tenha o mesmo valor semântico que o de dissociação (L.23).

(A) dissolver
(B) dispor
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(C) discordar
(D) disenteria
(E) dissimular

Comentário – Segundo o consagrado dicionário Houaiss, Em “dissociação”, o


prefixo dis- tem valor semântico de negação, oposição, como em discordar (letra
C).
Nas demais alternativas, segundo a mesma fonte de consulta,
os valores semânticos são os que se seguem abaixo:
- letra A: separação, disjunção – como em dissidência;
- letra B: ordem, arranjo, seriação – como em distribuir;
- letra D: dificuldade, defeito – como em dislalia, dislexia,
dispneia, por exemplo.
- letra E: aumento, intensidade, reforço – como em distenso,
por exemplo.
Resposta – C

Processos de Formação de Palavras

Com relação ao radical, as palavras podem ser:

1. SIMPLES – possuem apenas um radical: velho, novo, Brasil, pé

2 COMPOSTA – possuem mais de um radical: ferro-velho, girassol

Quanto à origem de formação, as palavras podem ser:

1. PRIMITIVAS – não derivam de outras da Língua Portuguesa, mas podem dar


origem a outras palavras: pedra, pobre, ferro.

2. DERIVADAS – originam-se de outras palavras da Língua: pedreiro,


empobrecer, ferradura.

OS PROCESSOS PRINCIPAIS

1. DERIVAÇÃO

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1.1 PROGRESSIVA – com o acréscimo de afixos, dividindo-se em:

a) PREFIXAL – com o acréscimo de prefixo: desleal, infeliz, pré-história, vice-


diretor.

b) SUFIXAL – com o acréscimo de sufixo: lealdade, felicidade, historiador,


diretoria.

Transplante de amor

1 Gastrite é uma inflamação do estômago. Apendicite


é uma inflamação do apêndice. Otite é uma inflamação dos
ouvidos. Paixonite é uma inflamação do quê? Do coração.
[...]
Martha Medeiros. Non-Stop. Porto Alegre: L & PM, 2001, p. 43.

10. (FUNIVERSA/TERRACAP/ADMINISTRADOR/2010) As palavras “Gastrite”,


“Apendicite”, “Otite” e “Paixonite”, usadas no primeiro parágrafo do texto,
são formadas pelo mesmo processo de derivação: a sufixal. Nessas
palavras, usou-se o sufixo -ite, que indica inflamação.

Comentário – Lembre-se sempre de que derivação sufixal é o processo que


forma palavras por meio do acréscimo de um afixo após o radical (lealdade,
passageiro).
Resposta – Item certo.

11. (CONSULPLAN/SDS-SC/ANALISTA DE INFORMÁTIC/2010) A alternativa em


que todas as palavras são formadas pelo mesmo processo de formação é:

A) responsabilidade, musicalidade, defeituoso


B) cativeiro, incorruptíveis, desfazer
C) deslealdade, colunista, incrível
D) anoitecer, festeiro, infeliz
E) reeducação, dignidade, enriquecer

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Comentário – Na alternativa A, as palavras são formadas pelo processo de


sufixação.
Na alternativa B, temos: sufixação; prefixação e sufixação;
prefixação.
Na alternativa C, temos: prefixação e sufixação; sufixação;
prefixação.
Na alternativa D, temos: parassíntese; sufixação e prefixação.
Na alternativa E, temos: prefixação e sufixação; sufixação e
parassíntese.
Resposta – A

12. (Consulplan/2014/Mapa/Téc. de Contabilidade) Assinale a alternativa em


que todas as palavras foram formadas por derivação sufixal.

a) Constituição – região – mineração.

b) Manifestações – oposição – produtores.

c) Reservatório – relações – descendentes.

d) Anarquismo – parlamentaristas – poderes.

Comentário – A segunda alternativa apresenta essas palavras. Observe:


manifestar > manifestação; oposto > oposição; produto > produtor. Na
primeira opção, região é palavra primitiva. Em C, é notório o prefixo des. Na
última alternativa, o prefixo an (= negação) foi empregado na palavra
anarquismo e não há sufixo em poderes (o morfema em negrito é desinência de
número).
Resposta – B

13. (FGV/2014/Pref. Santa Catarina/Fiscal de Serviços Públicos) A palavra do


texto 4 que apresenta um processo de formação diferente dos demais é:

a) cachorrinho;

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b) descarga;
c) bombeiro;
d) sofrimento;
e) sanitário.

Comentário – O texto é desnecessário. Com exceção da palavra “descarga”,


que é formada for derivação prefixal (des-), as demais são formadas com
acréscimo de sufixo (-inho; -eiro; -mento; -ario).
Resposta – B

c) PREFIXAL E SUFIXAL – com o acréscimo de prefixo e sufixo: deslealdade,


infelicidade, pré-historiador, vice-diretoria.

d) PARASSINTÉTICA – com o acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo:


empobrecer, ajoelhar, engavetar.

1.2 REGRESSIVA, DEVERBAL, PÓS-VERBAL – ocorre quando se retira a parte


final de uma palavra primitiva, obtendo por essa redução uma palavra
derivada; ocorre na formação de substantivos abstratos a partir de verbos
(principalmente com os da 1ª e 2ª conjugações), substituindo a terminação
verbal pela vogal temática nominal.

Ex.: buscar – busca; cortar – corte; perder – perda; vender –


venda; sacar – saque; tocar – toque

ATENÇÃO! Os substantivos deverbais são sempre nomes que denotam ação.


Isso é importante porque há casos em que o verbo se forma a partir do
substantivo. Quando a palavra denota algum objeto ou substância, o verbo
deriva do substantivo.

Ex.: planta (obj.) – plantar (verbo deriv.); perfume (subst.) –


perfumar (verbo deriv.); azeite (subst.) – azeitar (verbo deriv.)

1.3 IMPRÓPRIA – ocorre quando determinada palavra, sem sofrer qualquer


acréscimo ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical; também
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pode acontecer de a palavra mudar a sua classificação dentro da própria


classe gramatical.

Ex.: Você aceita um não como resposta? (advérbio virou


substantivo)

O Dr. Leão é um bom médico. (substantivo comum virou


substantivo próprio)

José Oliveira (substantivo comum virou substantivo próprio)

Ele é inteligente e lido (adjetivo a partir do particípio verbal)

Ela pisava forte. (adjetivo virou advérbio)

Silêncio! Bravo! Viva! (substantivo, adjetivo e verbo viraram


interjeição)

Quer... quer...; Já... já... (verbo e advérbio viraram


conjunção)

14. (FGV/2014/Funarte/Contador) No título dado à crônica – Brasileiro, homem


do amanhã – a palavra sublinhada está empregada fora de sua classe
gramatical (derivação imprópria). A frase em que ocorre o mesmo tipo de
derivação é:

a) “Adiamos tudo: o bem e o mal, o bom e o mau, que não se confundem,


mas tantas vezes se desemparelham”;
b) “Adiamos o trabalho, o encontro, o almoço, o telefonema, o dentista, o
dentista nos adia, a conversa séria, o pagamento do imposto de renda, as
férias, a reforma agrária, o seguro de vida, o exame médico, a visita de
pêsames, o conserto do automóvel, o concerto de Beethoven, o túnel para
Niterói, a festa de aniversário da criança, as relações com a China, tudo”;
c) “Até o amor. Só a morte e a promissória são mais ou menos pontuais entre
nós”;

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d) “Mesmo assim, há remédio para a promissória: o adiamento bi ou trimestral


da reforma, uma instituição sacrossanta no Brasil”;
e) “Entre endereços de embaixadas e consulados, estatísticas, indicações
culinárias, o autor intercalou o seguinte tópico...”.

Comentário – Certamente, o texto é desprezível aqui. Note que o vocábulo


“amanhã” foi substantivado com o emprego do artigo “o” (contraído com a
preposição “de”) e deixou de ser classificado como advérbio. O mesmo processo
de formação de palavra ocorre na primeira alternativa com as palavras “bem”,
“mal”, “bom” e “mau”, que deixaram de ser advérbios e adjetivos e se tornaram
substantivos.
Resposta – A

2. COMPOSIÇÃO

2.1 JUSTAPOSIÇÃO – as palavras são colocadas lado a lado, não há alteração


fonética em nenhuma delas, ambas conservam seu acento tônico: segunda-
feira; passatempo, democracia, agricultura.

A hora da gestão pública

1 A crise mundial reabilitou o Estado. Até


recentemente o discurso dominante era: quanto menos
Estado, melhor. [...]
Marcelo Viana Estevão de Moraes. Internet: <HTTPS://conteudo.gespublica.
gov.br/folder_produtos/pasta.2009-05-15.4365295963/seges_artigo_
secretario_uma_janela_de_oportunidade_para_a_getão_publica.
pdf> (com adaptações). Acesso em 3/8/2009.

15. (FUNIVERSA/SEPLAG-DF/APO/2009) A palavra “recentemente” (linha 2) é


uma composição por justaposição.

Comentário – Composição por justaposição ocorre quando dois radicais de uma


mesma língua aglutinam-se sem que um deles perca sua integridade fonética,

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como em passatempo. O vocábulo “recentemente” deriva-se do adjetivo


recente, ao qual se acrescentou o sufixo –mente (recente + mente =
recentemente).
Resposta – Item errado.

2.2 AGLUTINAÇÃO – ocorre quando os elementos sofrem alterações fonéticas,


fundindo-se num só; neste caso só há um acento tônico: em + boa + hora
= embora; plano + alto = planalto; retilíneo; crucifixo; ambidestro;
demagogo.

OUTROS PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS

1 ABREVIAÇÃO, REDUÇÃO VOCABULAR – emprega-se parte da palavra


no lugar da sua totalidade.

Ex.: cinematógrafo – cinema – cine; pneumático – pneu;


extraordinário – extra; pornográfico – pornô;
otorrinolaringologista – otorrino; poliomielite – pólio.

2 SIGLA – consiste na utilização das letras iniciais que formam a expressão.

Ex.: FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

ONU – Organizações das Nações Unidas

Embratur – Empresa Brasileira de Turismo

3 ONOMATOPEIA – ocorre quando se forma uma palavra por meio da


imitação de sons; procura-se reproduzir um determinado som,
adaptando-o ao conjunto de fonemas de que a língua dispõe.

Ex.: miau, cacarejar, pingue-pongue, tique-taque, reco-reco,


zunzunzum, relinchar.

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[...]
Horas depois, você acorda. Coração novo. Tum-tum,
22 tum-tum, tum-tum. Um espetáculo. O médico lhe dá uma
sobrevida de cem anos. Nada mal. Visitas entram e saem do
quarto. Até que anunciam o Jorge. Que Jorge? O Jorge,
25 minha filha, o homem que você sempre amou. Eu????
Você não reconhece o Jorge. Acha ele meio
baixinho. Um tom de voz estridente. Usa uma camisa cor-de-
28 laranja que não lhe cai bem. Mas foi você mesma que deu a
ele de aniversário, minha filha. Eu????
Seu coração ignorou o tal de Jorge. O mesmo Jorge
31 que quase te levou à loucura, o mesmo Jorge que fez você
passar noites insones, que fez você encher uma piscina
olímpica de lágrimas. Em compensação, aquele enfermeiro
34 ali é bem gracinha. Tem um sorriso cativante. E uma mão
que é uma pluma, você nem sentiu a aplicação da anestesia.
Bacana este cara. Quem é? O namorado da menina a quem
37 pertencia seu coração. Tum-tum, tum-tum, tum-tum.
[...]
Martha Medeiros. Non-Stop. Porto Alegre: L & PM, 2001, p. 43.

16. (FUNIVERSA/TERRACAP/ADMINISTRADOR/2010) Onomatopeia é uma


figura de linguagem que consiste na formação de palavras pela imitação de
sons e ruídos. Nas linhas 21, 22 e 37, aparece um exemplo dessa figura.
Na primeira entrada, ela deixa entrever a ideia de que o coração passou a
funcionar no novo peito. Já, na segunda, há a sugestão de que o coração
da antiga dona dispara no reconhecimento do namorado.

Comentário – A interpretação que o autor dá às duas entradas da onomatopéia


deve ser compreendida em relação ao contexto. Veja outros exemplos dessa
figura de linguagem: “Pedrinho, sem mais palavras, deu rédea e, lept! lept!

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Arrancou estrada afora.” (Monteiro Lobato); “O som, mais longe, retumba,


morre.” (Gonçalves Dias).
Resposta – Item certo.

4 HIBRIDISMO – consiste na associação de elementos oriundos de línguas


distintas.

Ex.: abreugrafia (abreu – português; grafia – grego)

automóvel (auto – grego; móvel – latim)

sociologia (sócio – latim; logia – grego)

goiabeira (goiab – tupi; eira – português)

burocracia (buro – francês; cracia – grego)

sambódromo (sambo – africano; dromo – grego)

surfista (surf – inglês; ista – grego)

bígamo (bi – latim; gamo – grego)

endovenoso (endo – grego; venoso – latim)

monóculo (mono – grego; culo – latim)

televisão (tele – grego; visão – latim)

OUTROS PROCESSOS DE ENRIQUECIMENTO DO LÉXICO

1. NEOLOGISMO – consiste na ampliação do significado (neologismo


semântico) normal de uma palavra, sem que ela passe por qualquer
processo de modificação formal, ou na criação (neologismo lexical) de uma
palavra (este caso é muito produtivo na área tecnológica e na formação de
gírias). Analisemos, por exemplo, as seguintes palavras:

a) arara: de nome que designava uma ave, passou a indicar também pessoa
nervosa, irritada;

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b) emérito: originalmente, significava aposentado, mas atualmente se usa


como distinto, elevado (perceba que o sentido inicial foi se dissipando ao
longo do tempo);

c) infovia: conjunto de linhas digitais por onde trafegam os dados das redes
eletrônicas;

d) internetês: a linguagem da internet;

e) deletar: suprimir, apagar, fazer desaparecer algo do computador (arquivo,


texto, vírus etc.).

[...]
Uma época, no trabalho, inventei que era craque em
“dicionariomancia”, palavra que não encontrei nos
16 dicionários, pois eu mesmo havia criado naquele momento. A
primeira colega que quis ver como era pediu para eu fazer
uma dicionariomancia para ela.
[...]
Mouzar Benedito. In: Revista do Brasil. São Paulo: Abril,
n.º 46, abril/2010, p. 50 (com adaptações).

17. (FUNIVERSA/SESI-DF/ASSISTENTE PEDAGÓGICO/2010) O termo


“dicionariomancia” é um neologismo.

Comentário – Neologismo é a criação de palavras para, geralmente, denominar


modernos inventos da ciência e da tecnologia (deletar, clicar, plugar etc.)
decorrentes do progresso e do desenvolvimento da cultura humana. Novas
invenções e ideias criam novas necessidades de expressão, como aconteceu em
relação à palavra “dicionariomancia”.
Resposta – Item certo.

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O português de todas as origens,


o modo de falar da capital

1 O sotaque não é carioca. Mesmo assim, o erre é


carregado. Não é nordestino, mas, ao ser contrariado, o
brasiliense imediatamente dispara um "ôxe". Brasília tem ou
4 não tem sotaque, afinal? Sim e não. Stella Bortoni, doutora
em linguística e organizadora do livro O Falar Candango, a
ser publicado pela Editora Universidade de Brasília em 2010,
7 explica: "A marca do dialeto do Distrito Federal é justamente
a falta de marcas. A mistura faz com que os sotaques das
diferentes regiões do país percam muito de sua
10 peculiaridade".
[...]
Gustavo Nogueira Ribeiro. Internet: <http://veja.abril.com.br/especiais/
brasilia/> (com adaptações). Acesso em 28/1/2010.

18. (FUNIVERSA/TERRACAP/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2010) Ao se analisar


a frase “Não é nordestino, mas, ao ser contrariado, o brasiliense
imediatamente dispara um ‘ôxe’.” (linhas 2 e 3), é correto afirmar que a
expressão “ôxe” está entre parênteses por ser um neologismo muito
conhecido no Brasil.

Comentário – A banca deu uma mancada, você percebeu? Onde estão os


parênteses. Ela queria dizer aspas, que foram utilizadas porque a palavra é uma
citação da fala do brasiliense e do nordestino.
Resposta – Item errado.

2. ESTRANGEIRISMO – ocorre quando há palavras tomadas de línguas


estrangeiras (francês, inglês etc.); normalmente elas passam por um
processo de aportuguesamento fonológico e gráfico. Por conta disso, é
comum perdermos a noção de que estamos usando um estrangeirismo:

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beque, abajur, xampu, “show”, “stress”, “shopping”, “mouse” (quando a


grafia original é mantida, deve-se usar aspas) etc.

Projeto Brasil da Águas

1 A segunda campanha do Projeto Brasil das Águas


foi realizada pela região Centro-Oeste em novembro.
Testemunhamos que muitos rios sofrem de sérios problemas
4 de assoreamento, rios outrora cristalinos agora são rios de
areia. Mas também encontramos muitos outros ainda
transparentes, como o Juruena e o Arraias, e visitamos uma
7 raridade, o rio Cristalino, perto de Alta Floresta (MT), ainda
intacto do começo (na Serra do Cachimbo) ao fim
(desemboca no rio Teles Pires).
10 Cientes da preocupação dos índios do Parque
Indígena do Xingu quanto à qualidade da água que bebem,
várias coletas foram feitas nos rios e em lagos do parque.
13 Ouvimos os comentários ansiosos dos caciques Aritana
(Yawalapiti) e Kotoky (Kamayurá) a respeito do
assoreamento e da deterioração dessas águas, algo que
16 percebem pela diminuição da quantidade de peixes. Nobre é
a preocupação demonstrada por eles, visando ao bem-estar
das futuras gerações; não pensando apenas na geração
19 presente.
No oeste do estado de Mato Grosso, descobrimos
rios belíssimos, como o Juruena, Papagaio e Buriti, faixas
22 azuis atravessando matas e cerrados intactos, descendo das
nascentes em áreas ainda não tomadas pela soja, na
Chapada dos Parecis. Brilhavam pequenas praias
25 convidativas. Bancos de areia submersa traçando desenhos
ondulados por baixo das águas transparentes. Corredeiras

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alegres, cachoeiras escondidas e uma vegetação nativa


28 ainda intacta. No dia em que voamos de Alta Floresta para
Vilhena (RO), a tentação era grande demais. Fizemos pit stop
para almoçar em uma praia deserta colada a uma ilha verde
31 em pleno Juruena. Só nós dois e, na areia, as pegadas das
capivaras.
Decolando de Cuiabá no dia 16 de novembro, rumo
34 ao Araguaia, houve um incidente que deixou o Talha-mar na
Chapada dos Guimarães. Ele vai ficar alguns meses fora de
serviço, mas o projeto não parou. O Brasil das Águas
37 continua. Já adotamos e adaptamos o Talha-marzinho.
Felizmente, nenhuma gota das amostras colhidas
durante a viagem perdeu-se durante o incidente na Chapada:
40 tudo foi entregue aos cientistas-parceiros para análise. Hoje,
podemos anunciar que 17% do projeto já está realizado!
Gérard e Margi Moss. Internet: <http://www.brasildasaguas.
com.br/brasil_das_aguas/centro_oeste> (com adaptações).

19. (FUNIVERSA/ADASA-DF/TÉCNICO EM REGULAÇÃO/2009) Acerca da


expressão destacada em “Fizemos um pit stop para almoçar em uma praia
deserta” (linhas 29 e 30), é correto afirmar que

(A) é evidente e exagerado o uso de palavras estrangeiras, pois o texto foi


escrito por estrangeiros.
(B) foi utilizado o estrangeirismo, uso de construções com palavras
estrangeiras.
(C) a língua estrangeira é predominante nos textos brasileiros.
(D) a expressão estrangeira poderia ser substituída pela expressão brasileira
“uma vaquinha”, ato de recolher dinheiro entre os presentes para custear
algo, sem acarretar prejuízo semântico para o texto.
(E) a expressão em estudo já foi introduzida no vocabulário da língua
portuguesa, portanto não deve ser considerada como estrangeirismo.

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Comentário – Não há exagero de vocabulário estrangeiro, que apareceu apenas


uma vez. É um absurdo pensar que nos textos brasileiros predomina a língua
estrangeira. A expressão “pit stop”, comum na fórmula 1, significa parada rápida
para trocar pneus e/ou colocar combustível; por extensão pode significar
qualquer intervenção rápida em uma atividade de rotina, seja para almoçar,
descansar, ir ao banheiro etc. Finalmente, a expressão ainda não consta no
vocabulário da língua portuguesa.
Resposta – B

20. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Assinale a alternativa em que


a palavra tenha sido formada por processo distinto das demais.

(A) autoconhecimento
(B) supersalários
(C) geométrica
(D) insatisfação
(E) imprecisas

Comentário – Somente a palavra “geométrica” é formada por derivação sufixal.


O morfema ic(a)– foi adicionado à palavra geometria, já existente na Língua.
Nos demais casos, o processo de formação de palavras é
derivação prefixal:
– “autoconhecimento”: acréscimo do morfema auto– à palavra
conhecimento.
– “supersalários”: acréscimo do morfema super– ao vocábulo
preexistente salários.
– “insatisfação”: a prefixação foi feita por meio do morfema
in– adicionado ao substantivo satisfação.
– “imprecisas”: o prefixo im– foi adicionado à palavra precisas.
Resposta – C

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21. (FGV/MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO/ADMINISTRADOR DE BANCO DE


DADOS/2008)

Assinale a alternativa em que a palavra tenha sido formada pela união de dois
radicais, ou seja, bases de sentido das palavras.
(A) autogeridas
(B) descolonização
(C) superendividamento
(D) ecossistema
(E) desigualdades

Comentário – Em “ecossistema”, houve uma composição híbrida formada pelo


radical grego eco (= casa, hábitat) e o substantivo “sistema”.
Alternativa A: “auto–” é prefixo, expressa ideia de por si
mesmo.
Alternativa B: “des–” é prefixo latino de valor semântico de
negação, contrariedade.
Alternativa C: o prefixo “super–” (= excesso, abundância) foi
acrescido ao substantivo “endividamento”, que é formado por parassíntese a
partir da substantivo dívida.
Alternativa E: novamente houve o acréscimo do prefixo “des–”,
que já foi objeto de comentário na presente questão.
Resposta – D

22. (FGV/POLÍCIA CIVIL-RJ/INSPETOR/2008) Assinale a alternativa em que a


palavra indicada não seja formada pelo mesmo processo que as demais.

(A) ilegais
(B) desacompanhado
(C) incompatíveis
(D) demográfica
(E) inter-regionais

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Comentário – O vocábulo “demográfica” decorre da união de dois radicais de


origem grega: dem (povo) e graf (escrita). Assim sendo, o processo de formação
dessa palavra é composição por justaposição.
Nos demais casos, temos acréscimo de prefixos:
– “ilegais” = i– + legais;
– “desacompanhado” = des– + acompanhado;
– “incompatíveis” = in– + compatíveis;
– “inter-regionais” = inter– + regionais.
Resposta – D

23. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DO ICMS/2009) Com relação aos processos de


formação de palavras, analise as afirmativas a seguir:

I. estruturador, civilizacional e renováveis são adjetivos formados por


derivação sufixal.
II. hominização, dilapidação e autodestruição são substantivos formados por
composição e derivação.
III. autodestruição, contrapartida e responsabilidade são substantivos
formados por composição.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.


(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Comentário – Item I: certo. À palavra estrutura, foi adicionado o sufixo


–dor (que denota profissão, ofício, agente). Ao já existente vocábulo civilização
– que também é formado por sufixação –, foi posto o sufixo –al (interessante
que, para isso, a forma erudita foi evocada: civilizacion). Por último, houve a

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utilização do sufixo –vel (que foi pluralizado em –veis) a partir da forma verbal
renovar.
Item II: errado. Não existe composição, que se caracteriza pela
união de dois radicais. O que existe é derivação sufixal (hominizar + ção;
dilapidar + ção) e derivação prefixal e sufixal (auto + destruir + ção).
Item III: errado. Já bastaria a explicação anterior para você
constatar que “autodestruição” não é formada por composição. Mas analisemos
também as demais palavras.
– “contrapartida”: houve o acréscimo do prefixo contra– ao
vocábulo partida.
– “responsabilidade”: houve o emprego do sufixo –(i)dade à
palavra preexistente responsável.
Resposta – A

24. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DO ICMS/2010) Com relação aos processos de


formação de palavras, analise as afirmativas a seguir:

I. Na palavra jeitinho, o sufixo -inho significa “diminuição”.


II. Denomina-se composição o processo de formação da palavra utilitarista.
III. A palavra analfabetismo forma-se por derivação prefixal e sufixal, a partir
do radical alfabet-.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.


(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Comentário – Item I: errado. Nem sempre os sufixos –(z)inho e –(z)ito indicam


diminuição física de algo. Às vezes, eles expressam o sentimento do interlocutor
em relação ao ser nomeado (amorzinho, docinho, benzinho etc.); não é raro

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conferir valor semântico depreciativo (carrinho, golzinho, povinho, gentinha,


juizinho etc.), como também ocorreu aqui.
Item II: errado. Tal palavra é formada por sufixação, ou seja,
com o emprego do morfema –ista (participante, seguidor de doutrina, escola,
religião, esporte, profissão) ao vocábulo preexistente utilitário.
Item III: certo. Para efeito de esclarecimento, é bom saber que
o prefixo grego an– traz a ideia de negação, carência, e o sufixo grego
–ismo forma substantivo que traduz ciência, escola, sistema político, religioso
(romantismo, modernismo, socialismo, catolicismo etc.).
Resposta – C

25. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DO ICMS/2010) Quanto à estrutura e formação do


vocábulo meta-ética, é correto afirmar que:

(A) forma-se pelo processo de composição por aglutinação.


(B) tem agregada ao radical étic- uma desinência nominal de gênero feminino.
(C) contém um prefixo de origem grega também presente na palavra
“metafísica”.
(D) apresenta uma vogal de ligação –a, necessária em razão do hífen.
(E) constitui-se por meio da justaposição de dois substantivos.

Comentário – Alternativa A: errada. Na aglutinação, unem-se dois ou mais


vocábulos ou radicais e há supressão de um ou mais de um de seus elementos
fonéticos (fidalgo = filho de algo; quintessência = quinta essência; boquiaberto
= boca aberto etc.). Esse fato linguístico não ocorreu na palavra “meta-ética”.
Meta– é prefixo, não possui autonomia.
Alternativa B: errada. Muito cuidado aqui! Ética (conjunto de
princípios, normas e regras que devem ser seguidos para que se estabeleça um
comportamento moral exemplar) é substantivo feminino. Não é possível fazer-
se oposição de gênero (masculino/feminino); portanto o a é vogal temática
nominal. Não confunda o emprego desse vocábulo como adjetivo, em que o a

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passa a ser desinência nominal de gênero feminino, pois é possível estabelecer-


se a distinção entre os gêneros: ele é ético/ela é ética.
Alternativa C: certa. O prefixo grego meta– pode exprimir
mudança, além, depois de, no meio (metamorfose, metáfora, metonímia,
metacarpo, metatarso).
Alternativa D: errada. Completamente descabida. Não existe a
tal vogal de ligação para unir palavras por meio do hífen. O “a” integra, como já
vimos, o prefixo.
Alternativa E: errada. Na justaposição ocorre a união de duas
ou mais palavras (ou radicais) sem que haja alteração em suas estruturas. Como
vimos, meta- é prefixo, não tem autonomia.
Resposta – C

26. (FGV/CAERN/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) Assinale a palavra que seja


formada pelo mesmo processo que megalópoles.

(A) internacional
(B) sustentabilidade
(C) saneamento
(D) obrigatoriedade
(E) olímpicos

Comentário – A rigor, em “megalópoles” houve composição por justaposição,


pois os elementos mega– (= grande; presente em megalomania, megaton,
megaevento etc.) e –póles (= cidade; presente em acrópole, Petrópolis,
metrópole etc.) nos remetem aos radicais gregos megás e polis. Entretanto,
parece que, na passagem para o Português, mega– cristalizou-se como prefixo
(ou falso prefixo). E foi assim que a banca entendeu para justificar o gabarito e
evidenciar a derivação prefixal, como em internacional (inter– + nacional).
Nessas horas, o candidato deve escolher a melhor resposta.
Nas demais alternativas, temos derivação sufixal:
– sustentável + –(i)dade;
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– sanear + –mento;
– obrigatório + –(e)dade
– olimp– (ref. à cidade de Olímpia, na Grécia) + –ico.
Resposta – A

27. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DO ICMS/2008) Assinale a alternativa em que a


palavra indicada não seja formada pelo mesmo processo que injustiça.

(A) tecnologias
(B) auto-organização
(C) antielisão
(D) ilícito
(E) internacional

Comentário – A palavra “injustiça” é formada por derivação prefixal (in– +


justiça), bem como as palavras: “auto-organização” (auto–), “antielisão” (anti–
), “ilícito” (i–) e “internacional” (inter–).
A palavra “tecnologias” é formada por derivação sufixal: teknos
(radical grego) + log (outro radical grego) + –ia (sufixo nominal).
Resposta – A

O conteúdo desta aula não deve ocupar muito o seu tempo, mas
é possível que a Consulplan o apresente no edital do concurso.
Fique com Deus e um forte abraço!

Albert Iglésia

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Lista das Questões Comentadas

1. (Consulplan/2012/TSE/Téc. Judiciário) Assinale a palavra em que o


elemento con- (ou co-) NÃO tenha o mesmo valor que o de congêneres
(L. 37).

a) concentrar
b) condomínio
c) contabilidade
d) confraria

2. (FGV/2014/BNB/Analista Bancário) Os vocábulos formados sem a ajuda de


um sufixo são:

a) trabalho e imposto;
b) imposto e empobrecer;
c) empobrecer e enobrecer;
d) enobrecer e corrupção;
e) corrupção e inflação.

3. (FGV/2014/DPE-RJ/Técnico Superior Jurídico) A alternativa em que os


vocábulos apresentam sufixos de significação diferente é :

a) ativistas /progressistas
b) discriminação / ampliação
c) marxista / feminista
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d) jurídico / democrático
e) companheiro / financeiro

4. (FGV/2013/MPE-MS/Analista-Serviço Social) Assinale a alternativa que


mostra um vocábulo do texto formado sem a ajuda de um prefixo.

a) Descriminalização.
b) Impróprio.
c) Anteprojeto.
d) Desintoxicação.
e) Internação.

5. (FGV/2014/TJ-RJ/Analista Judiciário) “A USP acaba de divulgar estudo


advertindo que a poluição em São Paulo mata o dobro do que o trânsito”;
nesse trecho do texto 1, o segmento “acaba de divulgar estudo” poderia ser
substituído por um termo menos extenso, com a ajuda de um prefixo ou
sufixo: “estudo recém-divulgado”. A frase abaixo em que esse mesmo
processo foi feito de forma INADEQUADA é:

a) Os estudos estão sendo lidos de novo / relidos;


b) A passeata carregava uma faixa contrária ao transporte público /
antitransporte público;
c) Os automóveis foram valorizados acima do normal / hipervalorizados;
d) As autoridades precisam fazer análises de si mesmas / retroanálises;
e) O Congresso votou um projeto a favor de carros elétricos / pró-carros
elétricos.

6. (FGV/POLÍCIA CIVIL-RJ/INSPETOR/2008) Em xenofobia, há a seguinte


combinação de sentidos: estrangeiro + aversão. Assinale a alternativa em
que a explicação do sentido do elemento que antecede -fobia não tenha
sido feita corretamente.
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(A) pantofobia (pantera)


(B) estasiofobia (permanecer de pé)
(C) fotofobia (luz)
(D) ictiofobia (peixe)
(E) gamofobia (casamento)

7. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010) Assinale o par de vocábulos em que


seus elementos mórficos destacados NÃO tenham o mesmo sentido.

(A) metropolitana – metrologia


(B) economia – ecologia
(C) telecomunicações – telepatia
(D) petróleo – petrificar
(E) sintonia – sinergia

8. (FGV/SAD-PE/ANALISTA EM GESTÃO ADMINISTRATIVA/2008) Essas


pessoas, portanto, costumam ser vítimas de si mesmas e de um estilo de
vida estressante auto-produzido.

Assinale a alternativa que contenha um vocábulo cuja forma auto assuma


valor diferente do que é veiculado em auto-produzido.

(A) autobiografia
(B) autodidata
(C) auto-estrada
(D) auto-esterilidade
(E) auto-extermínio

9. (FGV/TRE-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011) Assinale a palavra em que o


prefixo tenha o mesmo valor semântico que o de dissociação (L.23).

(A) dissolver
(B) dispor
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(C) discordar
(D) disenteria
(E) dissimular

Transplante de amor

1 Gastrite é uma inflamação do estômago. Apendicite


é uma inflamação do apêndice. Otite é uma inflamação dos
ouvidos. Paixonite é uma inflamação do quê? Do coração.
[...]
Martha Medeiros. Non-Stop. Porto Alegre: L & PM, 2001, p. 43.

10. (FUNIVERSA/TERRACAP/ADMINISTRADOR/2010) As palavras “Gastrite”,


“Apendicite”, “Otite” e “Paixonite”, usadas no primeiro parágrafo do texto,
são formadas pelo mesmo processo de derivação: a sufixal. Nessas
palavras, usou-se o sufixo -ite, que indica inflamação.

11. (CONSULPLAN/SDS-SC/ANALISTA DE INFORMÁTIC/2010) A alternativa em


que todas as palavras são formadas pelo mesmo processo de formação é:

(A) responsabilidade, musicalidade, defeituoso


(B) cativeiro, incorruptíveis, desfazer
(C) deslealdade, colunista, incrível
(D) anoitecer, festeiro, infeliz
(E) reeducação, dignidade, enriquecer

12. (Consulplan/2014/Mapa/Téc. de Contabilidade) Assinale a alternativa em


que todas as palavras foram formadas por derivação sufixal.

a) Constituição – região – mineração.

b) Manifestações – oposição – produtores.

c) Reservatório – relações – descendentes.


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d) Anarquismo – parlamentaristas – poderes.

13. (FGV/2014/Pref. Santa Catarina/Fiscal de Serviços Públicos) A palavra do


texto 4 que apresenta um processo de formação diferente dos demais é:

a) cachorrinho;
b) descarga;
c) bombeiro;
d) sofrimento;
e) sanitário.

14. (FGV/2014/Funarte/Contador) No título dado à crônica – Brasileiro, homem


do amanhã – a palavra sublinhada está empregada fora de sua classe
gramatical (derivação imprópria). A frase em que ocorre o mesmo tipo de
derivação é:

a) “Adiamos tudo: o bem e o mal, o bom e o mau, que não se confundem,


mas tantas vezes se desemparelham”;
b) “Adiamos o trabalho, o encontro, o almoço, o telefonema, o dentista, o
dentista nos adia, a conversa séria, o pagamento do imposto de renda, as
férias, a reforma agrária, o seguro de vida, o exame médico, a visita de
pêsames, o conserto do automóvel, o concerto de Beethoven, o túnel para
Niterói, a festa de aniversário da criança, as relações com a China, tudo”;
c) “Até o amor. Só a morte e a promissória são mais ou menos pontuais entre
nós”;
d) “Mesmo assim, há remédio para a promissória: o adiamento bi ou trimestral
da reforma, uma instituição sacrossanta no Brasil”;
e) “Entre endereços de embaixadas e consulados, estatísticas, indicações
culinárias, o autor intercalou o seguinte tópico...”.

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A hora da gestão pública

1 A crise mundial reabilitou o Estado. Até


recentemente o discurso dominante era: quanto menos
Estado, melhor. [...]
Marcelo Viana Estevão de Moraes. Internet: <HTTPS://conteudo.gespublica.
gov.br/folder_produtos/pasta.2009-05-15.4365295963/seges_artigo_
secretario_uma_janela_de_oportunidade_para_a_getão_publica.
pdf> (com adaptações). Acesso em 3/8/2009.

15. (FUNIVERSA/SEPLAG-DF/APO/2009) A palavra “recentemente” (linha 2) é


uma composição por justaposição.

[...]
Horas depois, você acorda. Coração novo. Tum-tum,
22 tum-tum, tum-tum. Um espetáculo. O médico lhe dá uma
sobrevida de cem anos. Nada mal. Visitas entram e saem do
quarto. Até que anunciam o Jorge. Que Jorge? O Jorge,
25 minha filha, o homem que você sempre amou. Eu????
Você não reconhece o Jorge. Acha ele meio
baixinho. Um tom de voz estridente. Usa uma camisa cor-de-
28 laranja que não lhe cai bem. Mas foi você mesma que deu a
ele de aniversário, minha filha. Eu????
Seu coração ignorou o tal de Jorge. O mesmo Jorge
31 que quase te levou à loucura, o mesmo Jorge que fez você
passar noites insones, que fez você encher uma piscina
olímpica de lágrimas. Em compensação, aquele enfermeiro
34 ali é bem gracinha. Tem um sorriso cativante. E uma mão
que é uma pluma, você nem sentiu a aplicação da anestesia.
Bacana este cara. Quem é? O namorado da menina a quem
37 pertencia seu coração. Tum-tum, tum-tum, tum-tum.
[...]
Martha Medeiros. Non-Stop. Porto Alegre: L & PM, 2001, p. 43.

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16. (FUNIVERSA/TERRACAP/ADMINISTRADOR/2010) Onomatopeia é uma


figura de linguagem que consiste na formação de palavras pela imitação de
sons e ruídos. Nas linhas 21, 22 e 37, aparece um exemplo dessa figura.
Na primeira entrada, ela deixa entrever a ideia de que o coração passou a
funcionar no novo peito. Já, na segunda, há a sugestão de que o coração
da antiga dona dispara no reconhecimento do namorado.

[...]
Uma época, no trabalho, inventei que era craque em
“dicionariomancia”, palavra que não encontrei nos
16 dicionários, pois eu mesmo havia criado naquele momento. A
primeira colega que quis ver como era pediu para eu fazer
uma dicionariomancia para ela.
[...]
Mouzar Benedito. In: Revista do Brasil. São Paulo: Abril,
n.º 46, abril/2010, p. 50 (com adaptações).

17. (FUNIVERSA/SESI-DF/ASSISTENTE PEDAGÓGICO/2010) O termo


“dicionariomancia” é um neologismo.

O português de todas as origens,


o modo de falar da capital

1 O sotaque não é carioca. Mesmo assim, o erre é


carregado. Não é nordestino, mas, ao ser contrariado, o
brasiliense imediatamente dispara um "ôxe". Brasília tem ou
4 não tem sotaque, afinal? Sim e não. Stella Bortoni, doutora
em linguística e organizadora do livro O Falar Candango, a
ser publicado pela Editora Universidade de Brasília em 2010,
7 explica: "A marca do dialeto do Distrito Federal é justamente
a falta de marcas. A mistura faz com que os sotaques das

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diferentes regiões do país percam muito de sua


10 peculiaridade".
[...]
Gustavo Nogueira Ribeiro. Internet: <http://veja.abril.com.br/especiais/
brasilia/> (com adaptações). Acesso em 28/1/2010.

18. (FUNIVERSA/TERRACAP/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2010) Ao se analisar


a frase “Não é nordestino, mas, ao ser contrariado, o brasiliense
imediatamente dispara um ‘ôxe’.” (linhas 2 e 3), é correto afirmar que a
expressão “ôxe” está entre parênteses por ser um neologismo muito
conhecido no Brasil.

Projeto Brasil da Águas

1 A segunda campanha do Projeto Brasil das Águas


foi realizada pela região Centro-Oeste em novembro.
Testemunhamos que muitos rios sofrem de sérios problemas
4 de assoreamento, rios outrora cristalinos agora são rios de
areia. Mas também encontramos muitos outros ainda
transparentes, como o Juruena e o Arraias, e visitamos uma
7 raridade, o rio Cristalino, perto de Alta Floresta (MT), ainda
intacto do começo (na Serra do Cachimbo) ao fim
(desemboca no rio Teles Pires).
10 Cientes da preocupação dos índios do Parque
Indígena do Xingu quanto à qualidade da água que bebem,
várias coletas foram feitas nos rios e em lagos do parque.
13 Ouvimos os comentários ansiosos dos caciques Aritana
(Yawalapiti) e Kotoky (Kamayurá) a respeito do
assoreamento e da deterioração dessas águas, algo que
16 percebem pela diminuição da quantidade de peixes. Nobre é
a preocupação demonstrada por eles, visando ao bem-estar

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das futuras gerações; não pensando apenas na geração


19 presente.
No oeste do estado de Mato Grosso, descobrimos
rios belíssimos, como o Juruena, Papagaio e Buriti, faixas
22 azuis atravessando matas e cerrados intactos, descendo das
nascentes em áreas ainda não tomadas pela soja, na
Chapada dos Parecis. Brilhavam pequenas praias
25 convidativas. Bancos de areia submersa traçando desenhos
ondulados por baixo das águas transparentes. Corredeiras
alegres, cachoeiras escondidas e uma vegetação nativa
28 ainda intacta. No dia em que voamos de Alta Floresta para
Vilhena (RO), a tentação era grande demais. Fizemos pit stop
para almoçar em uma praia deserta colada a uma ilha verde
31 em pleno Juruena. Só nós dois e, na areia, as pegadas das
capivaras.
Decolando de Cuiabá no dia 16 de novembro, rumo
34 ao Araguaia, houve um incidente que deixou o Talha-mar na
Chapada dos Guimarães. Ele vai ficar alguns meses fora de
serviço, mas o projeto não parou. O Brasil das Águas
37 continua. Já adotamos e adaptamos o Talha-marzinho.
Felizmente, nenhuma gota das amostras colhidas
durante a viagem perdeu-se durante o incidente na Chapada:
40 tudo foi entregue aos cientistas-parceiros para análise. Hoje,
podemos anunciar que 17% do projeto já está realizado!
Gérard e Margi Moss. Internet: <http://www.brasildasaguas.
com.br/brasil_das_aguas/centro_oeste> (com adaptações).

19. (FUNIVERSA/ADASA-DF/TÉCNICO EM REGULAÇÃO/2009) Acerca da


expressão destacada em “Fizemos um pit stop para almoçar em uma praia
deserta” (linhas 29 e 30), é correto afirmar que

(A) é evidente e exagerado o uso de palavras estrangeiras, pois o texto foi


escrito por estrangeiros.
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(B) foi utilizado o estrangeirismo, uso de construções com palavras


estrangeiras.
(C) a língua estrangeira é predominante nos textos brasileiros.
(D) a expressão estrangeira poderia ser substituída pela expressão brasileira
“uma vaquinha”, ato de recolher dinheiro entre os presentes para custear
algo, sem acarretar prejuízo semântico para o texto.
(E) a expressão em estudo já foi introduzida no vocabulário da língua
portuguesa, portanto não deve ser considerada como estrangeirismo.

20. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Assinale a alternativa em que


a palavra tenha sido formada por processo distinto das demais.

(A) autoconhecimento
(B) supersalários
(C) geométrica
(D) insatisfação
(E) imprecisas

21. (FGV/MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO/ADMINISTRADOR DE BANCO DE


DADOS/2008)

Assinale a alternativa em que a palavra tenha sido formada pela união de dois
radicais, ou seja, bases de sentido das palavras.
(A) autogeridas
(B) descolonização
(C) superendividamento
(D) ecossistema
(E) desigualdades

22. (FGV/POLÍCIA CIVIL-RJ/INSPETOR/2008) Assinale a alternativa em que a


palavra indicada não seja formada pelo mesmo processo que as demais.
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(A) ilegais
(B) desacompanhado
(C) incompatíveis
(D) demográfica
(E) inter-regionais

23. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DO ICMS/2009) Com relação aos processos de


formação de palavras, analise as afirmativas a seguir:

I. estruturador, civilizacional e renováveis são adjetivos formados por


derivação sufixal.
II. hominização, dilapidação e autodestruição são substantivos formados por
composição e derivação.
III. autodestruição, contrapartida e responsabilidade são substantivos
formados por composição.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.


(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

24. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DO ICMS/2010) Com relação aos processos de


formação de palavras, analise as afirmativas a seguir:

I. Na palavra jeitinho, o sufixo -inho significa “diminuição”.


II. Denomina-se composição o processo de formação da palavra utilitarista.
III. A palavra analfabetismo forma-se por derivação prefixal e sufixal, a partir
do radical alfabet-.

Assinale:

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(A) se somente a afirmativa I estiver correta.


(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

25. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DO ICMS/2010) Quanto à estrutura e formação do


vocábulo meta-ética, é correto afirmar que:

(A) forma-se pelo processo de composição por aglutinação.


(B) tem agregada ao radical étic- uma desinência nominal de gênero feminino.
(C) contém um prefixo de origem grega também presente na palavra
“metafísica”.
(D) apresenta uma vogal de ligação –a, necessária em razão do hífen.
(E) constitui-se por meio da justaposição de dois substantivos.

26. (FGV/CAERN/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) Assinale a palavra que seja


formada pelo mesmo processo que megalópoles.

(A) internacional
(B) sustentabilidade
(C) saneamento
(D) obrigatoriedade
(E) olímpicos

27. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DO ICMS/2008) Assinale a alternativa em que a


palavra indicada não seja formada pelo mesmo processo que injustiça.

(A) tecnologias
(B) auto-organização
(C) antielisão
(D) ilícito
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(E) internacional

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Gabarito das Questões Comentadas

1. C
2. A
3. E
4. E
5. D
6. A
7. A
8. C
9. C
10. Item certo
11. A
12. B
13. B
14. A
15. Item errado
16. Item certo
17. Item certo
18. Item errado
19. B
20. C
21. D
22. D
23. A
24. C
25. C
26. A
27. A

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