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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Logo, uma lei ou ato normativo inconstitucional será NULO e, por consequência, não terá
validade e existência jurídica.
Todas as normas da CF têm máxima hierarquia (hierarquia forma) – ou seja, mesmo que
dada norma da CF seja considerada mais relevante em razão de sua matéria (ex: norma que fala do
direito à vida e norma que fala do Colégio Pedro II), ambas estão no mesmo patamar.
Logo, eventual lei que altera a CF será nula, em virtude de sofrer de vício de
inconstitucionalidade.
• Constituição rígida: sistema piramidal. A CF está acima da lei. Existe hierarquia constitucional;
logo, há controle de constitucionalidade.
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• Constituição flexível: CF e leis estão no mesmo patamar. Não há hierarquia constitucional; logo,
não há controle de constitucionalidade.
Obs: lembrar do caso da filha do Pelé – foi uma sentença declaratória de paternidade. Logo,
ela é filha desde que nasceu (não só a partir da sentença).
REGRA GERAL: a sentença que declara a INCONSTITUCIONALIDADE tem efeitos “EX TUNC”,
isto é, efeitos RETROATIVOS.
Na prática, essa sentença apaga os eventuais efeitos produzidos pela lei inconstitucional.
A Modulação Temporal de Efeitos pode ser aplicada com o objetivo de resguardar dois
valores jurídicos: segurança jurídica ou excepcional interesse social.
- São efeitos não retroativos, ou seja, a sentença produzirá efeitos após o trânsito em julgado (não é
a partir da publicação no Diário Oficial)
- A sentença do Controle de Constitucionalidade fixa uma data futura para produzir efeitos.
OBS: A doutrina portuguesa determina os efeitos “Pró-Futuro” de “Apelo aos legisladores”, pois
esses efeitos são empregados em casos em que será preciso criar uma nova lei ou ato normativo
para substituir o ato normativo ou lei inconstitucional.
OBSERVAÇÕES FINAIS:
OBS1: O art. 27 da Lei 9868/99 prevê que a Modulação Temporal de Efeitos no Controle de
Constitucionalidade exige decisão de 2/3 dos Ministros do STF (ou seja, 8 dos 11 Ministros).
P: Por que o juiz de 1º grau pode modular efeitos e o Ministro do STF não?
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R:. Porque a decisão do Juiz de 1º grau ainda pode ser enfrentada em diversas esferas
(apelação, agravo, etc). Por outro lado, a decisão do STF não deixa aberta a possibilidade de recurso.
OBS2: embora o art. 27 da Lei 9868/99 mencione a Modulação de Efeitos apenas nas
sentenças que declaram a inconstitucionalidade, o STF admite o emprego de Modulação Temporal
de Efeitos também nas sentenças declaratórias de CONSTITUCIONALIDADE.
14/08/17
Supremacia formal da CF. Quorum de 2/3 do STF para modulação de efeitos. Mas juiz de
primeiro grau também pode declarar inconstitucionalidade e modular efeitos, portanto.
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1. Contrariedade do direito pré-constitucional em face da CF/88 -> não recepção. É uma mera
revogação. Neste caso, o direito pré-constitucional pode ser recepcionado ou não recepcionado
pela CF/88. Ocorrerá a não recepção se a legislação infra-constitucional criada antes do advento
da CF/88 contrariar essa Constituição apenas em seu aspecto material, ou seja, em seu
conteúdo.
Obs.: A não recepção constitucional não é uma declaração de nulidade. Trata-se do reconhecimento
de uma mera revogação tácita. Não é declaração de inconstitucionalidade. Revogação tem efeitos ex
nunc. A ADPF que é utilizada para reconhecer a não recepção.
Obs. 2: para o reconhecimento de não recepção constitucional deve-se analisar apenas o aspecto
material (conteúdo). Eventuais divergências formais entre o direito pré-constitucional e a CF/88 não
interferem na recepção constitucional. Exemplo: CTN foi criado em 1966 como lei ordinária, mas foi
recepcionado pela CF/88 como lei complementar, pois trata de normas gerais de direito tributário, e
só a lei complementar pode versar sobre isso. Ex. 2: o CP e a CLT foram criados como decreto-lei,
mas recepcionados pela CF como leis ordinárias.
1. Quanto ao vício. Com base neste critério, existem dois tipos de inconstitucionalidades:
Exemplo: emenda constitucional tendente a abolir cláusula pétrea. Viola os limites materiais ao
poder de emenda constitucional previstos no art. 60, parágrafo 4. CUIDADO: emenda constitucional
pode alterar cláusulas pétreas, desde que amplie a proteção nestas matérias!
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Exemplo 2: lei que institua a pena de morte em tempo de paz. O art. 5º, inciso XLVII da CF admite
apenas pena de morte em tempo de guerra;
(ii) Formal - ocorre na hipótese de elaboração de lei ou ato normativo que ofenda as regras do
processo legislativo previstas na CF/88. Exemplos: emenda constitucional que não observou a regra
2235 (duas votações, nas duas casas do congresso, com quorum de 3/5) para aprovação.
PEGADINHA: não será formalmente inconstitucional eventual emenda à CF/88 votada em dois
turnos nas duas casas do Congresso e aprovada por 3/4 dos respectivos membros, pois 3/4 > 3/5.
Exemplo 3: lei complementar aprovada por maioria simples ou relativa (exige-se maioria absoluta,
de acordo com o art. 69 da CF/88, ou seja, metade dos membros).
24/08/17
No tocante ao vício formal de iniciativa, deve-se registrar a importância do art. 61, par. 1º da
CF/88, que traz um rol de matérias cuja iniciativa legislativa é privativa do Presidente da República.
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou
Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da
República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República
e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
II - disponham sobre:
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f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções,
estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva. (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 18, de 1998)
A ideia deste parágrafo é que qualquer projeto de lei que resulte em despesa pra
Administração Pública seja de legitimidade do Chefe do Executivo.
Ao interpretar o art. 61, par. 1º, o STF firmou a seguinte orientação: projetos de lei onerosos
aos cofres do Poder Executivo, apenas poderão ser propostos pelo chefe deste poder. Em outras
palavras, apenas poderá "abrir o cofre quem tem a chave".
Essa orientação também se aplica para projetos de lei onerosos aos cofres do Poder Judiciário
e do Poder Legislativo. Apenas os chefes dos respectivos poderes poderão apresentar projetos de lei
que onerem os orçamentos destes poderes.
Súmula 5 do STF: A sanção do projeto supre o vício de iniciativa. Essa súmula está superada,
foi criada na década de 1960. A súmula n. 5 do STF previa que a sanção no projeto de lei supria o
vício de iniciativa. Ocorre que essa súmula encontra-se superada pela atual jurisprudência do
Supremo.
Obs.: o STF entende que projetos de lei de direito tributário são de iniciativa legislativa
concorrente (não é só o presidente que propõe) - mais de um legitimado pode propor. Qualquer
autoridade do art. 61, "caput", pode propor projetos de lei de matéria tributária, inclusive versando
sobre anistia, remissão, isenção e parcelamento de tributos. Exceção: segundo o STF, por força do
artigo 61, par.1º, inciso II, alínea "b" da CF/88, projetos de lei tributária apenas serão de iniciativa
privativa do Presidente da República se tratarem de Direito Tributário dos Territórios (territórios são
autarquias federais).
O vício formal orgânico é verificado no caso de um ato normativo ser elaborado por um órgão
que não tem competência para legislar sobre o tema. Trata-se de vício formal, pois
independentemente do conteúdo do ato normativo produzido, o processo legislativo não ocorreu
na Casa Legislativa prevista na CF/88 como competente para atuar. Exemplos: lei municipal que
verse sobre Direito Penal; lei estadual e municipal que tratem de empregados públicos do próprio
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Estado ou Município. Os empregados públicos estaduais e municipais têm seu regime jurídico
definido pela CLT e compete à União legislar privativamente sobre Direito do Trabalho (art. 22,
inciso I, CF).
a. Inconstitucionalidade por ação: é configurada na hipótese de o legislador criar uma lei ou ato
normativo que viola a CF seja na forma, seja no conteúdo. Os exemplos de inconstitucionalidade
por ação são os mesmos de inconstitucionalidade material e formal.
A inconstitucionalidade por omissão pode ser tutelada por meio de duas ações judiciais: (i)
mandado de injunção (art. 5º, inciso LXXI, CF) - controle concreto e a decisão tem efeitos apenas
inter partes; (ii) ADO (Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão) - art. 103, par. 2º, CF/88. É
controle abstrato.
• Inconstitucionalidade por omissão total: não existe nenhuma lei regulamentadora da matéria.
• Norma constitucional de eficácia contida: conter é restringir. Há lei que reduz seus efeitos. Se
o estado demorar para fazer a lei restritiva, não há inconstitucionalidade por omissão. Ex.: lei
que exige estar inscrito na OAB para ser advogado restringe a liberdade de trabalho. Mas
enquanto ela não era criada, qualquer bacharel em Direito podia ser advogado. A ausência da
lei restritiva não dificulta o exercício deste direito.
• Norma constitucional de eficácia limitada: não conseguem se virar sozinha, precisam de uma
lei regulamentadora. Enquanto não faz a lei regulamentadora, é difícil exercer este direito.
06/09/17
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**** Inconstitucionalidade formal por vício de iniciativa
A nova orientação do STF indica que parlamentares poderão propor projetos de lei que
impliquem despesa pública na Prestação de Serviços Públicos, desde que não ocorra a criação de
órgão público, criação de cargo público e aumento de remuneração.
Para a nova orientação do STF, o rol do art. 61, §1º da CF/88 tornou-se taxativo (esse rol prevê
os projetos de lei de iniciativa privada do Presidente da República).
Em outras palavras, ocorre nas etapas do processo legislativo que antecedem a promulgação
da lei ou mundo constitucional.
Atenção! Projeto de emenda constitucional não sofre sanção e veto. Logo, projeto de Emenda
Constitucional é submetido a controle preventivo de constitucionalidade apenas nos poderes
Legislativo e Judiciário.
2.1) Parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) – o parecer da CCJ pode levar ao
arquivamento do projeto de ato normativo. Todavia, o projeto arquivado poderá ser submetido
a votação do plenário mediante recurso de 1/10 dos Parlamentares da Casa (art. 58, §2º, I, da
CF).
3) Poder Judiciário – realiza o controle preventivo jurisdicional por meio de uma única ação
judicial ajuizada por um único legitimado.
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- O direito líquido e certo defendido é o direito ao processo legislativo hígido. A sentença de
provimento do mandado de segurança determina o provimento do projeto de lei ou projeto
de emenda constitucional.
Esse entendimento do STF tem fundamento no art. 60, §4º da CF/88, cujo teor impede a
deliberação do projeto de Emenda Constitucional tendente a abolir cláusulas pétreas.
Votaçao ̃ de conversão da Medida Provisó ria: a medida provisó ria é um ato normativo já
promulgado desde a sua publicação. Ao apreciar e votar a medida provisó ria com vistas a
convetê-la em lei, o Poder Legislativo realiza controle repressivo de constitucionalidade, uma vez
que eventual rejeição por inconstitucionalidade irá retirar do ordenamento juri ́dico um ato
normativo já promulgado.
Súmula 347 do STF: prevê que os Tribunais de Contas podem, ao executar suas atribuições,
declarar a inconstitucionalidade de leis e atos normativos. Na prática, o Tribunal de Contas irá
realizar controle concreto ou difuso de constitucionalidade ao analisar contas públicas e despesas
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administrativas das autoridades estatais. Poderá considerar uma despesa como impró pria ao
certificar que essa despes foi baseada em uma lei inconstitucional.
OBS: o artigo 52, X, CF, prevê que o Senado Federal pode sustar a execução de lei declarada
inconstitucional pelo STF no âmbito do controle difuso ou concreto. A resolução do Senado
Federal que susta a execução da lei inconstitucional é considerada por parte da doutrina atuação
do Legislativo no controle de constitucionalidade repressivo.
21/09/17
No Brasil, o controle jurisdicional repressivo é misto, haja vista que se aplicam os dois sistemas de
modo combinado.
O Controle difuso ou concreto foi definido pela Suprema Corte dos Estados Unidos, em especial
pelo juiz John Marshall, que embora não encontrou menção expressa à Constituição de 1787 do
Estados Unidos, criou o entendimento de que a autoridade da Constituição (Suprema Corte)
vincula todos os poderes do Estado, não só para o Legislativo e o Executivo.
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Atenção! No controle concreto de constitucionalidade, o juiz pode declarar a
inconstitucionalidade de ofício, isto é, sem a provocação específica das partes.
3) Controle Difuso – como todos os órgãos do Poder Judiciário julgam casos concretos, a
competência para realizar o controle concreto de constitucionalidade pertence a todos os
órgãos do Poder Judiciário, sem qualquer grau de jurisdição. Logo, trata-se de um controle
que é realizado de modo difuso ou difundido entre todos os órgãos do Poder Judiciário.
4) Controle com Efeitos “Inter Partes” – a sentença que declara a inconstitucionalidade alcança
apenas as partes do caso concreto: autor e réu.
Antes de julgar o pedido forumulado pelas partes, o juiz deverá decidir a questão incidental:
i. Se o juiz entender que a lei é inconstitucional – não irá aplicá-la ao caso concreto.
ii. Se o juiz entender que a lei é constitucional – irá aplicá-la no caso concreto.
6) Controle por Via de Defesa ou de Exceção – Como a matéria constitucional é levantada para
defender o interesse jurídico das partes do caso concreto, qualquer ação judicial pode ser
empregada pelas partes, desde que a ação seja adequada ao caso concreto. Em outras
palavras, o controle de constitucionalidade concreto ou difuso não tem ações judiciais
típicas.
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Controle Concreto – quando há qualquer ação.
Observação – A Súmula 266 do STF prevê que não cabe Mandado de Segurança contra lei em
tese, pois contra lei em tese deve-se ajuizar as ações típicas do controle abstrato ou
concentrado.
A Constituição de 1988 tem dois instrumentos que permitem ampliar os efeitos da sentença do
controle difuso ou concreto de constitucionalidade, isto é, permitem que os efeitos “inter
partes” passem a ser “erga omnes” ou vinculantes:
1. Art. 52, X, CF/88 – Resolução do Senado Federal que suspende a execução de lei declarada
inconstitucional pelo STF.
A
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
o
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por
j decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
u
lgar um caso concreto e declarar a inconstitucionalidade de lei, o STF emite uma decisão que
tem efeitos “inter partes”.
A fim de evitar ações repetidas, o STF pode solicitar que o Senado Federal edite uma
RESOLUÇÃO (não é decreto legislativo) SUSPENDENDO a execução da lei declarada
inconstitucional pelo STF.
c) A Resolução do Senado que suspende a execução de lei inconstitucional possui efeitos “ex
nunc”, não retroativos.
28/09/17
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Apenas o STF pode editar Súmulas Vinculantes, após reiteradas decisões sobre matéria
constitucional.
(I) Apenas o STF cria Súmulas Vinculantes após reiteradas decisões sobre matéria
constitucional;
(II) O STF pode criar, rever ou cancelar Súmulas Vinculantes de ofício ou mediante provocação
por meio de decisão de 2/3 dos seus ministros (8 dos 11 ministros do STF);
Observação: A Lei nº 11.417/06 (Lei das Súmulas Vinculantes) prevê, em seu artigo 3º, os
legitimados que podem provocar o STF para a criação, revisão e cancelamento das Súmulas
Vinculantes. Esses legitimados são:
C) Tribunais brasileiros; *
D) Município, desde que o pedido seja formulado incidentalmente em processo no qual seja
parte; *
A) Os demais órgãos do Poder Judiciário (exclui-se o STF, que pode rever e cancelar Súmulas
Vinculantes);
Ao decidir que a Súmula Vinculante não obriga o Poder Legislativo, o STF entendeu que, caso o
legislador fosse obrigado a respeitar o teor das Súmulas Vinculantes, haveria a “fossilização” do
ordenamento jurídico.
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Súmulas Vinculantes porque se trata de função legislativa (funções atípicas desempenhadas por
esses dois Poderes).
Logo, não cabe Reclamação Constitucional contra ato legislativo contrário às Súmulas
Vinculantes. Somente quando existir violação a Súmula Vinculante.
Órgão de Cúpula:
Plenário ou Órgão Especial
Controle de
Inconstitucionalidade
*
Súmula Vinculante nº 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de
Oórgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a
r inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo
ou em parte.
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Os arts. 948 a 950 do CPC prevê as regras processuais sobre o incidente de
inconstitucionalidade suscitada pelos órgãos fracionários ao órgão de cúpula do Tribunal.
Em especial, o art. 949, parágrafo único, do CPC prevê que não haverá necessidade de
submeter uma questão constitucional ao Plenário ou Órgão Especial, no controle difuso, se já
houver decisão anterior do Plenário ou do Órgão Especial do Tribunal ou do Plenário do STF.
As Turmas ou Câmaras dos Tribunais (órgãos fracionários) não devem observar o art. 97 da
CF/88 (cláusula de reserva de Plenário) nas seguintes hipóteses:
(III) Para que as Turmas do STF, ao julgar Recursos Extraordinários, com base no Regimento
Interno do Supremo, declare a inconstitucionalidade (não tem que respeitar a reserva do
plenário).
E uma ADPF que não reconhece a Constitucionalidade? É uma ação do controle abstrato e,
portanto, já se inicia no próprio Plenário.
Pegadinha: O art. 102, §3º da CF/88 é expresso ao prever que a repercussão geral será
recusada por decisão do 2/3 dos Ministros do STF (08 dos 11 ministros do STF). A “contrario
sensu”, a admissão de repercussão geral exige decisão por mais de 1/3 dos Ministros do STF
(04 dos 11 ministros do STF).
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11/10/2017
A aprovação pelo Legislativo dos integrantes da Corte Constitucional era ponto central da
teoria de Kelsen sobre o controle abstrato, porque a sentença dessa modalidade de controle
equivaleria a uma "lei negativa" (porque se a ADI for declarada procedente, a lei é retirada do
ordenamento jurídico). Muitas pessoas usavam este argumento para afirmar ser o controle
concentrado ou abstrato forma de controle contra-majoritária (juízes não eleitos, com uma
sentença, tiraria do ordenamento uma lei aprovada por centenas de parlamentares elegidos pelo
povo). Com o argumento de que o Legislativo aprova a indicação, Kelsen refutou tal argumento.
No Brasil, o controle abstrato ou concentrado é realizado por dois Tribunais: (a) STF - realiza o
controle abstrato se o parâmetro adotado for a Constituição Federal (art. 102, inciso I, alínea "a" da
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CF); (b) TJ Estadual - realiza o controle abstrato se o parâmetro adotado for a Constituição do Estado
(art. 125, par. 2º, da CF/88). Exceção: o STF admite que o TJ Estadual realize controle abstrato e
aplique a Constituição Federal como parâmetro apenas se a norma constitucional empregada para
fundamentar a decisão for de reprodução obrigatória na Constituição Estadual. Nos demais casos,
de fundamentar a decisão na CF, a decisão será nula (está usurpando a competência do Supremo).
Controle com efeitos "erga omnes" e vinculantes: o art. 102, par. 2º da CF/88 prevê que as
sentenças do controle abstrato produzirão efeitos contra todos ("erga omnes") e vinculantes em
relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Direta e Indireta das esferas
federal, estadual e municipal. Obs.: a sentença do controle abstrato não vincula o próprio STF e nem
o poder legislador. Após a retirada da lei declarada inconstitucional do ordenamento, o Poder
Legislativo pode criar nova lei versando sobre o mesmo tema, que pode voltar ao STF e este pode,
desta vez, em razão de entendimento alterado, entender ser a lei constitucional.
Controle por via de ação: o STF pode ser provocado por legitimados previstos na CF/88 para
realizar o controle abstrato ou concentrado de constitucionalidade mediante 5 ações típicas:
1965: a EC 16/1965, que alterou a Constituição de 1946, introduziu a ADI ao direito brasileiro
(até a CF/88 a ADI tinha um único legitimado para a propositura, o PGR, que era um cargo de livre
nomeação do Presidente da República).
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16/11/2017
1) Indisponibilidade
2) Fungibilidade
Com base no art. 27 da Lei 9868/99, entende-se que é possível aplicar a técnica decisória da
modulação temporal dos efeitos às ações de controle concentrado ou abstrato. Essa técnica exige:
A modulação temporal de efeitos permite atribuir efeitos “ex nunc” ou “pró futuro” à decisão
(via de regra, os efeitos são “ex tunc”).
4) Inadmissibilidade de Recursos
Não há recursos que podem ser interpostos contra decisões do STF no controle abstrato ou
concentrado.
Também não é possível ajuizar ação rescisória contra as decisões do STF no controle abstrato
ou concentrado.
Exceção: O STF admite Embargos de Declaração em relação às ações desta modalidade de
controle de constitucionalidade.
Importante!
Em regra, a ADI estadual julgada pelo TJ do Estado, que adota como parâmetro a Constituição
Estadual, não comporta recursos.
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fundamentou o acórdão da ADI em norma da Constituição do Estado que é de reprodução
obrigatória em relação à Constituição Federal.
5) “Amicus Curiae”
O art. 7º, caput, da Lei 9.868/99 prevê expressamente que não haverá intervenção de
terceiros na ADI. Essa proibição se justifica porque, no controle abstrato, não há interesses jurídicos
de terceiros a serem defendidos. Nesta modalidade de controle, defende-se o interesse da
coletividade.
O art. 7º, §2º, da Lei 9.868/99 prevê que o relator da ADI poderá, mediante despacho
irrecorrível admitir a participação de órgãos ou entidades no julgamento, com o objetivo de aclarar
questões técnicas e científicas. Trata-se do chamado “amicus curiae”.
Observação: O Novo CPC prevê que o “amicus curiae” é uma modalidade de intervenção de
terceiros e permite, inclusive, que pessoas naturais ou físicas atuem como “amicus curiae”. Essa
disposição é norma geral que se aplica em processos judiciais concretos (controle difuso ou
concreto). No controle abstrato ou concentrado de constitucionalidade, aplica-se lei especial (a Lei
9.868/99), segundo a qual o “amicus curiae” não é intervenção de terceiros e somente pode ser
habilitado se for órgão ou entidade.
6) Tutelas de Urgência
O art. 10 da Lei 9.868/99 prevê que a medida cautelar na ADI será concedida pela maioria
absoluta dos membros do STF (06 dos 11 ministros). No período de recesso do STF, a medida
cautelar é concedida pelo Presidente do STF.
O art. 11, §1º e 2º da Lei 9.868/99 prevê os dois pontos da medida cautelar da ADI mais
cobradas em provas:
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04/12/2017
O art. 36, III da CF/88 prevê que somente o Procurador Geral da República poderá ajuizar no
STF a ação ou representação interventiva.
Os legitimados da ADI, ADC, ADPF e ADO são os mesmos e estão previstos no art. 103 da CF
(há lei especifica da ADPF e da ADO que preveem os mesmos legitimados para ADI e ADC).
Ao interpretar o art. 103 da CF, o STF reconheceu a existência de dois tipos de legitimados
para o ajuizamento de ADI, ADC, ADPF e ADO (mutação constitucional)
1) Legitimados Universais – não precisam provar pertinência temática para ajuizar ações. São eles:
1.4) PGR;
2) Legitimados Especiais – devem provar pertinência temática para que ajuízem as ações do
controle abstrato ou concentrado, isto é, devem provar uma relação de aderência entre o tema
discutido na ação e a área de atuação do legitimado especial. São eles:
Observação: A União Nacional dos Estudantes não é considerada uma entidade de classe.
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Pegadinha: O Governador do Estado pode questionar lei de outro Estado desde que prove
pertinência temática (exemplo: guerra fiscal de ICMS).
1) ADI – O art. 102, I, “a” da CF/88 prevê que o STF julga Ação Direta de Inconstitucionalidade em
relação à Lei ou Ato normativo federal e estadual.
* Pegadinha: o DF pode legislar sobre matéria do Estado e do Município (art. 32, §1º da
CF/88). Este dado repercute decisivamente na competência para julgar ADI em relação à Lei
distrital:
A) Lei Distrital sobre matéria Estadual (ex: ICMS e IPVA) – sofre ADI no STF;
2) ADC – O art. 102, I, “a” da CF/88 prevê que o STF julga a Ação Declaratória de
Constitucionalidade apenas em relação à Lei ou Ato Normativo Federal.
A finalidade da ADC é a de colocar fim às decisões divergentes que podem surgir no tocante à
constitucionalidade do ato normativo,
Atenção: a sentença da ADC e da ADI tem efeitos erga omnes e vinculantes tanto na hipótese
de procedência quanto na hipótese de improcedência (que significa que a lei inconstitucional sai do
ordenamento). A doutrina entende que as sentenças da ADI e da ADC têm efeitos dúplices ou
ambivalentes.
Antes de analisar o objeto da ADPF é importante registrar os dois requisitos específicos que
devem ser atendidos pelo legitimado que ajuizar ADPF:
I) Princípio da Subsidiariedade – apenas caberá ADPF quando não couberem as demais ações
do Controle Abstrato ou Concentrado (ADI, ADC, ADO e IF). A subsidiariedade da ADPF está
prevista no art. 4º, §1º da Lei 9.882/99.
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A Jurisprudência do STF admite ADPF nas seguintes hipóteses:
(b) Lei ou ato normativo anterior à CF/88 (neste caso, a ADPF certificará a recepção ou a não
recepção constitucional);
(c) Lei revogada ou lei temporária expirada (neste caso, a ADPF serve para controlar
eventuais efeitos produzidos durante a vigência da Lei revogada ou expirada).
4) ADO – Caberá ADI por Omissão nos termos do art. 103, §2º da CF/88, isto é, para declarar, na via
abstrata a falta de Lei regulamentadora de Norma Constitucional de Eficácia Limitada.
5) Intervenção Federal (IF) – O art. 36, III, da CF/88 prevê que caberá Ação Interventiva ou
Representação Interventiva em 02 hipóteses:
B) Violação dos Princípios Constitucionais Sensíveis previstos no art. 34, VII da CF/88.
A intervenção federal é uma medida excepcional empregada para manter a coesão do pacto
federativo (prova da excepcionalidade é o fato de que somente o PGR pode ajuizar a intervenção
federal).
Intervenção Federal
A União pode intervir em: (i) Estados; (ii) DF; e (iii) Municípios localizados em territórios.
Intervenção Estadual
1. Intervenção Jurídica
A chamada intervenção jurídica é realizada por meio de ação ou representação interventiva (IF)
ajuizada no STF pelo PGR.
2. Intervenção Política
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A chamada intervenção federal política é realizada por meio de decisão discricionária do
Presidente da República que é submetida à apreciação do Congresso Nacional. A doutrina denomina
a intervenção federal política de intervenção autônoma ou espontânea.
Observação: o art. 36, §1º da CF estabeleceu que é o decreto presidencial que inaugura a
Intervenção Federal, seja ela política ou jurídica, que definirá a amplitude, o prazo e as condições de
execução e, se couber, nomeará interventor. Em regra, o Decreto interventivo deverá ser submetido
à análise do Congresso Nacional.
Exceção: Há uma hipótese em que o Decreto não será submetido ao Congresso Nacional:
O art. 36, §3º da CF/88 prevê que na intervenção jurídica o decreto presidencial que inaugura
e define a execução da intervenção federal não será submetido ao Congresso Nacional se apenas
determinar a suspensão da execução do ato impugnado.
Por simetria, intervenção estadual jurídica em que o Decreto do Governador apenas suspenda
a execução do ato municipal impugnado não é apreciado pela Assembleia Legislativa respectiva.
Cuidado! Parte da doutrina defende que a ação interventiva configura hipótese de controle
concentrado (a ação é julgada apenas pelo STF) e concreto. As hipóteses que justificam a ação
interventiva exigem a análise de situações concretas.
1. Negativa de vigência da Lei Federal (ex: Governador nega vigência à aplicação das horas
extras nas relações de trabalho, previstas na lei federal da CLT);
2. Violação dos princípios constitucionais sensíveis previstos no art. 34, VII da CF/88.
Importante!
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É preciso decorar o rol taxativo de princípios constitucionais sensíveis previstos no art. 34, VII,
da CF/88:
“Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
c) autonomia municipal (tal hipotese não alcança o DF pois este não possui município);
Para que ocorra esta modalidade de intervenção federal, deve-se observar três etapas:
Prevista no art. 36, inciso I, primeira parte, da CF/88, cabe na hipótese de conflitos entre
Poderes (art. 34, inciso IV da CF/88).
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A solicitação deverá ser apresentada pelo Poder coacto (do Estado) e o Presidente da
República não é obrigado a acatá-la.
Prevista no art. 36, inciso I, segunda parte, e inciso II da CF/88, a intervenção por meio de
requisição deve ocorrer nos seguintes casos:
29/01/2018
Bibliografia sugerida:
Bibliografia obrigatória:
- Edital;
O tema em destaque refere-se à Forma Federativa de Estado, consagrado no art. 18, “caput”
da CF.
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Essa descentralização política do poder estatal é orientada pelo princípio da preponderância
de interesses, segundo o qual os interesses nacional, regional e local são representados por entes
federados distintos.
Observações Iniciais:
* A CF/88 prevê que a Democracia Brasileira é a do tipo Semidireta, pois tem instrumentos de
Democracia Direta (plebiscito, referendo, iniciativa popular de projeto de lei e ação popular) e de
Democracia Indireta (eleições periódicas e mandato político).
* O Art. 60, §3º da CF/88 prevê que a Forma de Estado é uma das cláusulas pétreas explícitas da
CF/88, o que significa que Emenda Constitucional não pode abolir a federação no Brasil.
Para o STF, as cláusulas pétreas podem ser alteradas desde que se preserve o seu núcleo
intangível. Desse modo, eventual emenda constitucional poderia tratar da Federação, desde que
aperfeiçoasse a Descentralização Política do poder entre os entes federativos.
Cuidado! Uma Emenda Constitucional não pode alterar a Federação de modo a substituí-la
por outras formas de Estado existentes (Estado Regional e Estado Unitário), porque, na prática,
estará abolindo a Federação.
Conceito de Federação
A Federação é uma Forma de Estado que promove a pulverização do poder político. No Brasil,
a Federação Brasileira é composta por 04 tipos de entes federados:
1) União;
2) Estado;
3) DF;
4) Municípios.
O art. 18, “caput”, da CF/88 prevê que todos são autônomos, nos termos da Constituição.
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governo (o governo nacional – União -, e o governo regional – Estados). Foi a CF/88 que colocou fim
a essa distorção histórica, ao reconhecer a condição de ente federado autônomo do Município.
Conclusão: A CF/88 consagrou a Federação Brasileira como sendo uma Federação Trinária (até
1988 era binária), haja vista que existem três instâncias de governo:
A Federação, como forma de Estado, foi criada com o advento da Constituição Americana de
1787. No período entre a independência das 13 colônias inglesas (1776) até a promulgação da
Constituição Norte-Americana, os Estados Unidos foram uma Confederação.
Confederação Federação
Partes Integrantes É formada por Estados soberanos. É formada por entes federados
autônomos.
Nacionalidade Cada Estado Soberano mantém a Existe uma nacionalidade única. Não há
sua própria nacionalidade. “estadualidades”.
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PROCESSOS HISTÓRICOS DE FORMAÇÃO DAS FEDERAÇÕES
Exemplo: EUA, 1787. Vários Estados soberanos renunciam à soberania para se tornarem entes
autônomos.
07/02/2018
Revisão
Federalismo por segregação ou centrífugo (Brasil) – 1891 – era o único Estado (Império) que
se fragmentou em vários estados.
Por poder constituinte derivado decorrente (varios Estados e eles não sabiam fazer nada; logo,
este poder no federalismo centrífugo era muito mais importante; pois estes não sabiam fazer nada,
diferentemente do centrípeto, no qual eles eram soberanos).
Conceito de Autonomia
3) Autolegislação ou Autonormatização – Cada ente federado cria as suas próprias leis, observadas
as respectivas competências federativas.
Pegadinha > A elaboração de lei orgânica pelos Municípios e DF não configura autolegislação. Trata-
se de auto-organização. As demais leis municipais, por sua vez, entram no conceito de
autolegislação.
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Inexistência de Hierarquia Entre os Entes Federados
Por consequência lógica, não há hierarquia também entre Lei Federal, Lei Estadual, Lei
Distrital e Lei Municipal.
Embora não exista hierarquia entre os entes federados, vigora, no Brasil, o chamado
princípio da preponderância de interesses, segundo o qual o interesse nacional (representado pela
União) prepondera em relação ao interesse regional (representado pelos Estados e DF) e sobre o
interesse local (representado pelos Municípios e DF). No mesmo sentido, o interesse regional
prepondera sobre o interesse local.
A exemplo disso, temos a possibilidade de desapropriação, por parte da União, de bens dos
Estados e Municípios. Já Estados e Municípios não podem desapropriar bens da União.
AUTONOMIA SOBERANIA
Atributo que pertence à União, Estados, DF e Atributo que pertence à República Federativa do
Municípios; Brasil;
Confere personalidade jurídica de direito público Confere personalidade jurídica de Direito Público
Interno ou Nacional; Externo ou Internacional;
Com base nesta distinção, é possível interpretar o disposto no art. 21, I, da CF/88, cujo teor
prevê que compete à União (governo federal) manter relações com estados estrangeiros e participar
de organizações internacionais.
Os territórios não são entes federados, não têm autonomia, não integram a organização
político-administrativa da República Federativa do Brasil (não constam no art. 18, “caput”, da
CF/88).
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O art. 18, §2º da CF/88 prevê que os Territórios integram a União.
Os territórios podem ser criados por Lei Complementar Federal para assegurar a prestação
de serviços públicos em locais em que não exista viabilidade de se ter um Estado autônomo.
Os territórios, se criados, terão a forma jurídica de autarquias federais. O art. 52, III, “c”, da
CF/88 prevê que compete ao Senado Federal aprovar, por votação secreta, após arguição pública, o
Governador de Território indicado pelo Presidente da República.
A doutrina afirma que o DF é um ente federado “sui generis”, e que tem sua autonomia
parcialmente tutelada pela União.
1) Art. 32, §1º, CF: “Ao Distrito Federal são atribuídas competências legislativas reservadas aos
Estados e Municípios”. Está previsto que o DF tem competências legislativas próprias dos
Estados e dos Municípios.
2) Art. 32, “caput”, CF: “O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei
orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois
terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
Constituição”. Está previsto que o DF não pode ser dividido em Municípios.
* Pegadinha: O Distrito Federal não tem capital. O art. 18, §1º da CF/88 prevê expressamente
que Brasília é a Capital Federal. Isso significa que Brasília é a área geográfica do Distrito Federal
que está reservada para ser ocupada prioritariamente pelo Governo Federal (União).
O Distrito Federal é parcialmente tutelado pela União em virtude do previsto no art. 21,
incisos XIII e XIV da CF/88.
O art. 21, incisos XIII e XIV, prevê que compete à União manter e organizar duas categorias de
serviços públicos do Distrito Federal, ou seja, o Distrito Federal presta estes serviços públicos, porém
é a União que irá custeá-los:
Ministério Público do DF
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Condição Jurídica das Regiões Metropolitanas – Art. 25, §3º da CF
Art. 25, §3º da CF: “Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de
Municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e execução de funções públicas
de interesse comum”.
O art. 25, §3º da CF prevê que as regiões metropolitanas podem ser instituídas pelos Estados
mediante Lei Complementar, com a finalidade de garantir a prestação de serviços públicos comuns
entre Municípios Limítrofes (exemplo: transporte público, coleta de lixo, saneamento básico, etc).
26/02/2018
Desse modo, eventual tentativa de separação do país por parte de um ente federado será
sufocada por intervenção federal ou intervenção estadual.
Por outro lado, a Federação brasileira é divisível por força do art. 18, §3º e §4º da CF/88, que
prevê a possibilidade de criação de novos estados e de novos municípios.
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Deve-se observar quatro etapas para a criação de municípios no Brasil.
1. A União edita uma Lei Complementar que fixa o período em que os Estados poderão criar
novos Municípios.
2. O Município tem competência para cuidar de interesse local (varia de Município para
Município);
2. Competências legislativas
Competências Federativas
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- Competências Exclusivas (apenas um ente - Privativas – apenas um ente federado legisla
federado presta o serviço público); sobre o tema;
1. Competências exclusivas
Atenção: não há a possibilidade de a União delegar aos Estados parte das suas competências
exclusivas.
B) O Art. 30, V, da CF/88 prevê que o Município tem competência para cuidar dos serviços
públicos de “interesse local”, incluído o transporte coletivo, que é essencial (entende-se que
é aquele que não pode ter paralisação total na greve).
Observação: Ao interpretar o art. 30, V, da CF/88, a doutrina entendeu que o município possui
competência exclusiva expressa (“interesse local”), porém não taxativa. A competência expressa do
Município é exemplificativa (“transporte coletivo”).
Esse serviço é essencial, o que significa que não é possível a sua paralisação total na greve.
(i) Art. 25, §2º da CF/88 – Explorar o serviço local de gás canalizado;
(ii) Art. 25, §1º da CF/88 – Prevê que os Estados possuem as competências remanescentes ou
residuais.
D) Distrito Federal – A partir da interpretação do art. 32, §1º da CF/88, é possível concluir que o
Distrito Federal tem competência para prestar os serviços públicos estaduais e municipais,
uma vez que possui competência para legislar sobre esses dois temas.
2. Competências Comuns
São as competências para prestar serviços públicos de modo compartilhado por mais de um
ente federado.
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As competências comuns prevem que o Brasil é adepto do chamado FEDERALISMO
COOPERATIVO.
Pegadinha! O art. 13, parágrafo único, da CF/88 prevê que leis complementares irão tratar
da cooperação entre entes federados em matéria de competência comum. Não pode ser
editada uma única lei complementar porque a cooperação entre entes federados varia
conforme a natureza do serviço público comum.
01/03/2018
Competência Legislativa (criação de lei)
A) União
As competências privativas da União estão previstas no rol taxativo do art. 22 da CF/88.
Atenção: o art. 22, parágrafo único, da CF/88 prevê que a União poderá, mediante lei
complementar, delegar aos Estados (e ao DF) parte de suas competências legislativas privativas.
Cuidado: A delegação de competência legislativa privativa da União não pode beneficiar um único
Estado. Entende-se que deve beneficiar todos os estados da Federação Brasileira, sob pena de violar o
pacto federativo.
Diferenças entre competência privativa e exclusiva – a privativa é pra editar lei e exclusiva é pra
prestar serviços. Há, todavia, um tipo de competência privativa delegável, que é a União, delegável aos
Estados e DF.
Existe uma hipótese que autoriza a legislação sobre direito penal, que é quando houver delegação
de competência privativa da União.
B) Município
O art. 30, I, da CF/88 prevê que o município tem competência para legislar sobre “interesse local”.
Importante: ao interpretar o art. 30, I, da CF/88, o STF entendeu que o município tem interesse
local para legislar sobre o horário de funcionamento do comércio. Porém, não pode legislar sobre o
horário de funcionamento das agências bancárias. Este tema é de competência privativa da União.
C) Estado
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O art. 25, inciso I da CF/88 prevê que o Estado tem competências privativas remanescentes ou
residuais.
Desse modo, caso eventual emenda constitucional suprima uma das competências privativas no
art. 22 da CF/88, automaticamente o Estado passará a legislar sobre o tema antes da União em virtude
de possuir as competências remanescentes ou residuais.
D) Distrito Federal
O art. 32, §1º da CF/88 prevê que o Distrito Federal tem as competências legislativas dos Estados e
Municípios.
Obs.: DF não possui competência para legislar sobre a remuneração dos policiais e sobre criação
de Municípios (entendimento sumulado).
A) Art. 24, “caput”, da CF/88: “Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre: [...]”. O dispositivo prevê competências concorrentes à União, Estados e DF;
B) Art. 30, II, da CF/88: prevê que o Município poderá suplementar a legislação federal ou estadual no
que couber.
Conclusão:
Embora o município não tenha competência legislativa concorrente, poderá legislar sobre alguns
temas do art. 24, da CF/88 sempre que houver interesse local, e apenas para suplementar, especificar,
detalhar leis federais ou estaduais já existentes.
O art. 24, §1º ao §4º da CF/88 estabelece quatro regras sobre o exercício de competências
legislativas concorrentes, pela União, Estados e DF.
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Por força do art. 24, §4º (4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a
eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário), irá contrariar a lógica da lei específica, aplicando-se a
lei geral. Não há que se falar em hierarquia entre uma lei federal e uma lei estadual. Se superveniente
uma Lei Geral Federal, há a suspensão da Lei Estadual que seja contrária, não sendo revogada.
Observação
Atenção:
Como se faz para delegar competência concorrente da União? Somente a competência privativa
da União pode ser delegada.
O art. 60, §4º da CF/88 prevê que o princípio da separação dos poderes é uma das cláusulas
pétreas explícitas da CF/88. O núcleo essencial deste princípio é o chamado mecanismo de freios e
contrapesos (“checks and balances”).
Isto é, há um controle recíproco entre os poderes do Estado. Desse modo, é possível que eventual
Emenda Constitucional crie um quarto Poder no Estado brasileiro.
Todavia, não seria possível resgatar o Poder Moderador previsto na Constituição do Império, de
1824, porque esse poder era exercido pelo Imperador de modo ilimitado.
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O controle recíproco entre os Poderes do Estado brasileiro (mecanismo de freios e contrapesos) é
exercido em virtude do fato de os três Poderes do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário) exercerem
concomitantemente as funções legislativa, administrativa e jurisdicional, ora atuando de modo típico,
ora atuando de modo atípico.
Poder Executivo
1. Função Típica – é a função exercida de modo preponderante por um Poder. Trata-se da função
administrativa, cujos exemplos são:
2. Função Atípica – é a função desempenhada de modo secundário por este Poder. São elas:
Função Legislativa – edição de decreto autônomo, medidas provisórias e leis delegadas pelo
chefe do Poder Executivo;
1) Chefe de Estado
2) Chefe de Governo
(I) Chefe de Estado – pode ser um rei (parlamentarismo monárquico) ou um Presidente da República
eleito (parlamentarismo republicano).
(II) Chefe de Governo – sempre será o Primeiro Ministro, eleito indiretamente pelo Parlamento. Os
deputados e senadores do partido eleito elegem o primeiro Ministro.
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No parlamentarismo, embora o Primeiro Ministro tenha um mandato, em qualquer momento um
mandato pode ser encerrado se o Parlamento votar e adotar o chamado “Moção de Desconfiança”.
É o decreto expedido pelo Presidente da República para assegurar a fiel execução da lei.
Para o STF, o decreto regulamentar é um ato normativo secundário, haja vista que o seu
fundamento de validade e de existência decorre diretamente da lei a ser regulamentada, e não da
Constituição Federal.
CF
(i) Controle de Legalidade – o controle de legalidade pode ser realizado pelo Poder Judiciário
(principio da inafastabilidade da jurisdição) ou pela Administração Pública (princípio da
autotutela).
(ii) Controle político repressivo – previsto no art. 49, V, da CF/88 – permite que o Congresso
Nacional suste a execução de Decreto regulamentar que exorbite a função regulamentadora.
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O dispositivo em questão prevê o emprego do decreto autônomo apenas em duas hipóteses:
(II) Organização da Administração Pública, desde que não ocorra aumento de despesa pública
nem ocorra criação ou extinção de órgãos públicos.
Pegadinha – órgão público VAGO não pode ser extinto por meio de Decreto. Exige lei para
sua extinção.
O STF entende que o Decreto autônomo tem natureza de ato normativo primário, ou seja,
tem força de lei e decorre diretamente da Constituição.
2. Art. 84, XII, da CF/88 – competencia para comutar penas e para conceder indulto.
3. Art. 84, XXV, da CF/88, primeira parte – “XXV - prover [...] os cargos públicos federais,
na forma da lei”; Competência apenas para prover cargos públicos federais.
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Observação: para o STF, o conceito de “provimento” de cargos públicos abrange a
nomeação e a demissão do servidor.
Conceito:
A) Dupla vacância (Presidente + Vice) nos dois primeiros anos do mandato – eleições
diretas em 90 dias.
B) Dupla vacância (Presidente + Vice) nos dois últimos anos do mandato – eleições
indiretas, no Congresso Nacional, em 30 dias, “na forma da lei”.
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