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PROTEÇÃO DE
SISTEMAS ELÉTRICOS
Ano – 2003
ÍNDICE i
ÍNDICE
4 - RELÉS DE SOBRECORRENTE.................................................................................... 55
4.1 - RELÉ DE SOBRECORRENTE ...................................................................................... 55
4.2 - CLASSIFICAÇÃO DOS RELÉS DE SOBRECORRENTE........................................... 56
4.3 - RELÉS ELETRO-MECÂNICOS .................................................................................... 57
4.3.1 - INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA............................................................................ 57
4.3.2 - AJUSTE DE TEMPO DO RELÉ DE SOBRECORRENTE DE TEMPO
INVERSO..................................................................................................................... 64
4.3.3 - AJUSTE DA CORRENTE DE ATUAÇÃO DO RELÉ DE
SOBRECORRENTE DE TEMPO INVERSO............................................................. 68
4.3.4 - RELÉ DE SOBRECORRENTE INSTANTÂNEO ...................................................... 71
4.3.5 - RELÉ DE SOBRECORRENTE TEMPORIZADO...................................................... 72
4.3.6 - RELÉ DE SOBRECORRENTE TEMPORIZADO
COM ELEMENTO INSTANTÂNEO .......................................................................... 72
4.3.7 - RELÉ DE SOBRECORRENTE DE NEUTRO............................................................ 75
4.3.8 - TEMPO DE RESTABELECIMENTO DO RELÉ DE SOBRECORRENTE.............. 78
4.3.9 – RELIGAMENTO ......................................................................................................... 80
4.3.10 - RELÉ DE RELIGAMENTO ...................................................................................... 81
4.3.11 - SISTEMA ELÉTRICO RADIAL ............................................................................... 83
4.3.12 - SISTEMA ELÉTRICO EM ANEL RADIAL ............................................................ 84
4.3.13 - COORDENAÇÃO DE RELÉS DE SOBRECORRENTE ......................................... 86
4.3.14 - TEMPO DE COORDENAÇÃO ................................................................................. 86
4.3.15 - COORDENAÇÃO DE RELÉ DE SOBRECORRENTE DE TEMPO DEFINIDO .. 90
4.3.16 - COORDENAÇÃO DE RELÉ DE SOBRECORRENTE DE TEMPO
DEFINIDO COM ELEMENTO INSTANTÂNEO ................................................... 93
4.3.17 - COORDENAÇÃO DE RELÉ DE SOBRECORRENTE DE TEMPO
INVERSO.................................................................................................................... 95
4.3.18 - COORDENAÇÃO DE RELÉ DE SOBRECORRENTE DE TEMPO
INVERSO COM ELEMENTO INSTANTÂNEO...................................................... 99
5 – BIBLIOGRAFIA............................................................................................................ 105
1 - Introdução à proteção
Neste capítulo apresenta-se uma introdução sobre a proteção dos Sistemas Elétricos de
Potência.
Mesmo fugindo, por vezes, á condição ideal de realizar da rede em malha, devido a
razões como a extensão territorial e o custo, deve-se tentar atingir os objetivos seguintes:
a) limitação do valor da corrente de curto-circuito entre fases a um valor compatível
com a salvaguarda do material constitutivo da rede; por exemplo, 40 kA em 380 kV, 30 kA
em 220 kV, etc.;
b) evitar, em caso de incidente, inadmissível transferência de carga sobre as linhas ou
instalações que permanecerem em serviço, impedindo-se com isso:
• Sobreaquecimento;
• Funcionamento anárquico das proteções;
• Ruptura de sincronismo entre as regiões ou sistemas interligados.
A isolação confina o percurso das correntes e pode ser danificada, tendo como causas
mais comuns às relacionadas a seguir.
1.2.1 - ISOLAÇÃO DO AR
• Umidade;
• Deposição de sujeira e/ou material condutor;
• Quebras ou rachaduras de isoladores.
O curto-circuito é um dos mais comuns dos tipos de faltas e alguns dos seus efeitos
indesejáveis causados, são citados abaixo:
• Redução da margem de estabilidade;
• Danos aos equipamentos vizinhos à falta;
• Explosões;
• Efeito cascata.
Pode-se prevenir o Sistema Elétrico de Potência de alguns defeitos tomando-se algumas
medidas de precaução, como:
Pode-se diminuir a ação dos defeitos no Sistema Elétrico de Potência através de:
• Limitando a magnitude da corrente de curto-circuito (Reatores);
• Protegendo elementos dos circuitos mais resistentes;
• Isolando com presteza o elemento defeituoso;
• Aumentando a estabilidade do sistema;
• Analise do funcionamento sistema e estatísticas.
Equipamento % do total
Linhas aéreas e cabos 70,0
Transformadores de potência 20,0
Geradores/ transformadores 6,5
Mecanismo de chaveamento e barramentos 3,5
Deve ser notado que a maior ocorrência de defeitos ocorreu nas Linhas de
transmissão.
A Tabela 1.4 - Llevantamento dos tipos de faltas sobre linhas de transmissão fornecido
pela Boneville Power Association (BPA) e Swedish State Power Boord (1951 – 1975)
Exemplo – 01
Exemplo – 02
Icc(min)
K= ................................................................................................(1.1)
Ipp
A seguir, na Fig. 1.4, esta apresentada de modo geral à configuração geral dos
subsistemas da proteção de um Sistema Elétrico.
Os elementos que compõem o esquema da Fig 1.4 tem cada um uma função bem
especifica. Os elementos são sinoptamente, descritos a seguir:
1.8.1 - RELÉS
Consiste de várias baterias formando uma associação até chegar à tensão nominal de
operação do circuito de corrente contínua (DC). Esta tensão é geralmente de 115 Volts. O
circuito de comando de abertura ou fechamento do disjuntor é feito em corrente contínua. Isto
torna o controle independente das tensões e correntes do sistema e1étrico que estão sofrendo
constantemente variações e mudança no seu estado.
Carregador de Bateria: Consiste de uma ponte retificadora projetada especialmente
para carregar a bateria do banco.
1.8.3 - DISJUNTOR
• Ar
• Vácuo
• Óleo
• Gás SF6
Obs: O disjuntor isola o circuito faltoso interrompendo uma corrente de ordem de até 100 kA
e 800 kV.
É a bobina projetada adequadamente para que quando, energizada produza com garantia
o destravamento do dispositivo de liberação da abertura do disjuntor. A liberação do
destravamento, pode ser de diversos tipos, tais como a produzida por um jogo de engrenagem
e alavancas que liberam a ação:
• Da mola;
• Da válvula do ar comprimido.
2 - Redutores de medidas
2.11.1 - INTRODUÇÃO
A proteção de Sistemas E1étricos de Potência é feita pelos relés. Os relés são sensores
que, estrategicamente colocados no sistema, efetuam a proteção do mesmo. Quando há urna
perturbação ou defeito no sistema que sensibilize o relé, o mesmo atua, isolando o defeito do
resto do sistema.
Como os níveis de tensões e de correntes em um sistema e1étrico são grandes, os relés
operam com mais segurança quando energizados por transformadores de tensão e de corrente.
Os transformadores de potencial e de corrente são transformadores destinados apenas a
alimentar os equipamentos de medição, controle e proteção.
REDUTORES DE MEDIDAS 18
Por exemplo, o TC fornece no seu secundário uma corrente nominal de 5A, com o
objetivo de padronizar os equipamentos de medição e proteção (relés). Na Europa a corrente
secundária é normalizada em 1A.
A corrente de carga passa pela bobina primária do TC. Portanto para que o TC não
produza queda de tensão e seu consumo de energia seja insignificante, sua bobina primária
deve ter:
• Fios grossos, para que sua resistência e1étrica seja bem pequena;
• Poucas espiras, para que sua reatância seja a menor possível.
Note que, como a bobina primária do TC esta em série com a carga, sua corrente varia
de acordo com a solicitação da mesma. Por isso, o TC deve ser dimensionado para ter bom
desempenho para um grau bem variado no valor da corrente. Esta corrente varia desde zero
até a máxima corrente de curto-circuito no local da instalação do TC.
Os instrumentos ligados no secundário do TC estão todos em série.
• •
Fig. 2.3 - Marca de polaridade e sentido das correntes Ip e Is
•
REGRA: A: corrente primária Ip entra pela marca de po1aridade e a corrente
• • •
secundária Is sai pela marca de polaridade; assim, Ip e Is estão em FASE.
• •
Fp − Fs = ℜφ (2.1)
Onde:
•
Fp → Força magnetomotriz da bobina primária do TC
•
Fs → Força magnetomotriz da bobina secundária do TC
ℜ → Relutância do circuito magnético do TC
φ → Fluxo magnético no núcleo do TC
• •
Np Ip − Ns Is = ℜφ (2.2)
Supondo transformador ideal, a sua relutância magnética vale zero ( ℜ =0). Então:
• •
Np Ip − Ns Is = 0
• •
Np Ip = Ns Is
• Np •
Is = Ip
Ns
• 1 •
Is = Ip (2.3)
Ns
Np
Define-se a relação de transformação do TC, como sendo o termo designado pela expressão:
Ns
RTC = (2.4)
Np
•
• Ip
Is = (2.5)
RTC
x
Fig. 2.4 - Relação de transformação
5
5, 10, 15, 20, 25, 30, 40, 50, 60, 75, 100, 125, 150, 200, 250, 300, 400,500, 600, 800,
1000, 1200, 1500, 2000, 3000, 4000, 5000, 6000 e 8000 A.
10, 15, 25, 40, 50, 75, 100, 150, 200, 300, 400, 600, 800, 1200, 3000 e 4000 A.
São transformadores de corrente que tem a bobina primária enrolada sobre o seu núcleo
magnético. Ver Fig. 2.5.
Para melhorar a sensibilidade e qualidade do TC, a sua bobina primária é enrolada sobre
o seu núcleo magnético. Isto aumenta a sua força magnetomotriz.
Pelas normas, o TC de alta relutância de dispersão é conhecido como:
• Tipo A pela ABNT, norma P-EB-251. A letra A vem da palavra Alta do TC de alta
relutância de dispersão.
• Tipo H pela ASA (American Standard Association). A letra H vem da designação de
High.
Devido a alta corrente primária, a bitola do cabo (fio) é grande, ficando impraticável
construtivamente fazer espiras no núcleo magnético do TC. Deste modo, o primário é apenas
uma barra que transpassa o núcleo do TC. Ver Fig. 2.6.
Onde:
ZP Impedância do primário referida ao secundário
IP Corrente no primário
IS Corrente no secundário do TC, isto é, a que passa pela carga (geralmente relés)
•
Ip •
= Is + Ie (2.6)
RTC
•
• Ip
Is = − Ie (2.7)
RTC
Deste modo I e , é a corrente responsável pelo erro causado pelo TC. Ou seja, erro de
relação e ângulo de fase. O TC para proteção deve mandar ao seu secundário uma corrente I s
com bastante fidelidade, principalmente durante os curtos-circuitos.
Os re1és de sobrecorrente devem atuar adequadamente para correntes de curtos-
circuitos. Não há necessidade de obter precisão absoluta na corrente secundária I s do re1é,
mas apenas ter um valor aproximado de sua grandeza.
A proteção atua para correntes de curto-circuito elevadas e estas podem levar à
saturação o núcleo magnético do TC. A curva de magnetização do TC é apresentada na Fig.
2.8.
Isto significa que para corrente de curto-circuito menor que 12 kA o erro que o TC
envia ao seu secundário é menor ou igual que 10%.
Construtivamente, o F.S. produz uma limitação no TC quanto ao seu erro produzido
pela não linearidade da curva de magnetização do núcleo. Esta limitação é dada pela
expressão 2.9:
Pela ASA, define-se o erro do TC, pela limitação da máxima tensão que pode aparecer
no secundário do TC no instante da máxima corrente de curto-circuito, de acordo com o seu
fator de sobrecorrente. Ou seja, é a máxima tensão no secundário do TC para uma corrente no
primário de 20 × Ip NOMINAL para que o erro não ultrapasse 2,5 ou 10%. A Fig. 2.9 mostra os
termos desta classe de exatidão do TC.
Note pela Fig. 2.9 que quando o curto-circuito no primário for 20X, no secundário do
TC a corrente é de 20 x 5=100A. Portanto no secundário do TC a corrente não pode
ultrapassar 100 A, sob pena de exceder o erro de sua classe de exatidão.
Pela ASA, as combinações possíveis das classes de exatidão dos TC são dadas pela
expressão abaixo.
10
20
50
2,5 L
100 (2.10)
10 H
200
400
800
Por exemplo um TC-Classe 10H400 é um TC de alta relutância, tal que quando
ocorrer um curto-circuito cuja corrente secundária for 20 x 5A=100A, no máximo poderá ter
no secundário 400 Volts, para que o erro devido a saturação do núcleo não ultrapasse 10%.
Ver Fig. 2.10.
É a máxima carga que se pode conectar no secundário do TC, de modo a não ultrapassar
a máxima tensão dada pela sua classe de exatidão.
A carga deve ser limitada pela eq.(2.9) e também pela máxima tensão de sua classe de
exatidão.
A carga no secundário do TC de acordo com a Fig. (2.9) é dada pela expressão:
12,5
25
5
50
A 2,5 10
{F} {C} 100 (2.12)
B 10 15
200
20
400
800
A TC Alta Relutância;
10 Erro admissível da sua classe de exatidão (10%);
F Fator de sobrecorrente;
20 20*IN = 20*5 = 100 A no secundário;
C Carga no secundário do TC em VA definido para a IN = 5A do TC;
50 50VA, carga do TC para uma IN = 5A do TC.
2
SCARGA = ZCARGA ∗ IS = VS ∗ IS (2.13)
VMÁX
ZCARGA = (2.16)
100
VMÁX
SCARGA = 25 (2.19)
100
Note-se que, VMÁX foi definido para I S = 100A e SCARGA para IS = 5A . A eq.(2.20),
faz a equivalência de TC classe de exatidão ASA para ABNT e vice-versa. A equivalência só
é compatível se estiver dentro das combinações possíveis dadas pelas eqs.(2.10 e 2.12).
Os TC'
s de medição devem manter o seu erro de sua classe de exatidão para correntes
de carga na faixa indicada pela expressão abaixo:
Isto é, os TC'
s de medição devem manter sua precisão para correntes de carga nominal.
Já os TC'
s de proteção devem ser precisos até o seu erro aceitável para corrente de curto-
circuito de 20 x IN. Portanto o núcleo magnético do TC de proteção deve ter seção transversal
grande, para não saturar no instante do curto circuito.
Os núcleos magnéticos dos TC'
s de medição são de seção menor que os de proteção,
para propositadamente saturarem durante o curto-circuito. Isto é benigno, porque a saturação
limita o valor da sobretensão aplicada nos equipamentos de medição.
Portanto, a saturação é uma proteção evitando a perfuração por tensão da isolação dos
TC'
s de medição.
Então, para o TC poder complementar estas duas características, o braço do núcleo
magnético da bobina secundária de medição deve ser fino, e o braço da bobina de proteção
deve ser grosso. Para atender esse propósito, pode-se:
Definido como sendo a relação entre a máxima corrente primária admissível em regime
permanente e a sua corrente nominal
Ip MÁX
F.T. = (2.22)
Ip NOMINAL
Limite Térmico (L.T.) é a máxima corrente de curto circuito simétrica que o transformador de
corrente pode suportar durante o tempo de 1s com o secundário em curto. Ver Fig. 2.14.
Esta limitação é causada pela máxima limitação de temperatura dada pela sua Classe de
Isolação. Neste ensaio, durante o curto, os esforços eletromecânicos e de aquecimento não
deverão de nenhum modo comprometer a integridade do TC.
Se a proteção juntamente com o disjuntor demorar um tempo maior que 1s para
eliminar o curto-circuito, a sua corrente limite fica determinada pela eq.(2.23):
Onde:
Onde:
1 mm 2Ω
ρCOBRE = Resistividade do cobre.
58,82 m
Algumas cargas típicas dos aparelhos de medição são apresentadas na tabela 2.1. As
potências estão de acordo com a ABNT, isto é, quando passam 5A no secundário do TC e nos
aparelhos de medição.
Tabela 2.1 – Cargas típicas dos aparelhos de medição da G.E. (General Eletric)
para 5A no secundário do TC
AB-10, AB-12,
AB-13 0,116 0,055 270 2,9 1,4 2,5 0,48
AB-15, AB-16,
AB-18 0,063 0,019 160 1,6 0,5 1,5 0,30
• Relés de carga fixa: São os re1és em que o ajuste não é feito através de derivações da
sua bobina magnetizante. Sua impedância conectada no secundário do TC é fixa, isto é, não
varia com a mudança no ajuste do re1é.
Estes relés são do tipo armadura atraída, na qual o ajuste pode ser feito do seguinte
modo:
- Mudança no entreferro do seu circuito magnético;
- Tracionamento na mola de braço móvel do relé.
• Relés de carga variável: são os relés em que o ajuste é feito, pela mudança do Tap na
sua bobina de magnetização. O estudo e análise destes re1és será visto adiante. Como a
impedância do re1é depende do Tap escolhido e para facilitar a obtenção deste valor, o
fabricante publica sempre a maior impedância do re1é correspondente ao menor Tap. Os
valores da impedância do re1é correspondentes ao menor Tap, são apresentados na tabela 2.2.
Modelo do Relé Faixa der Tap´s (A) Imped. do menor Tap (Ω)
IAC51A101A 4 – 16 0,35
IAC51A2A 1,5 - 6 2,40
IAC51A3A 0,5 – 2 22,0
IAC51B101A 4 – 16 0,38
IAC51B2A 1,5 - 6 2,43
IAC51B3A 0,5 - 2 22,2
IAC51B22A 0,5 - 2 23,0
IAC52B3A 0,5 - 2 22,2
IAC52B101A 4 – 16 0,38
IAC53101A 4 – 16 0,12
IAC53B33A 1,5 - 6 4,62
IAC53B3A 0,5 - 2 4,19
IAC53B35A 0,5 - 2 16,8
IAC53B32A 0,1 – 0,4 107,5
IAC55B18A 0,5 - 2 54,2
IAC53B3A 0,5 - 2 54,4
IAC77A3A 0,5 - 2 1,60
IAC77A2A 1,5 - 6 0,20
CO2 0,5 - 2 19,2
CO2 2-6 1,26
CO2 4 – 12 0,30
CO5 0,5 - 2 15,68
CO5 2-6 0,97
CO8 0,5 - 2 9,52
CO8 2-6 0,60
CO8 4 – 12 0,15
CO9 0,5 - 2 9,52
CO9 2-6 0,60
CO9 4 – 12 0,15
CO11 0,5 - 2 2,88
CO11 2-6 0,18
CO11 4 – 12 0,05
ICM2 0,5 - 2 16,4
CM2 4 – 16 0,25
Onde:
Na proteção por re1és, é praxe confundir o termo Tap como corrente de Tap ou corrente
de ajuste do re1é. Deste modo a eq.(2.26) fica sendo a eq.(2.27).
2
I TAP MÍN
Z TAP = Z TAP MÍN (2.28)
I TAP
• •
Fp − Fs = ℜφ (2.29)
Onde:
•
F → Força magnetomotriz na respectiva bobina;
ℜ → Relutância do circuito magnético do TC;
φ → Fluxo magnético no núcleo do TC;
Logo:
• •
Np Ip − Ns Is = ℜφ (2.30)
• •
A força magnetomotriz de ação ( Fp = Np Ip ) sofre reação da força magnetomotriz
• •
( Fs = Ns Is ), cuja diferença, isto é, a resultante é contra balanceada pelo ℜφ . O diagrama
fasorial que expressa a eq.(2.30), está na Fig. 2.17.
• •
Np Ip(TP ) − Ns Is(TP ) = ℜφ (2.31)
•
Np Ip(TP ) − Ns . 0 = ℜφ
•
Np Ip(TP ) = ℜφ (2.32)
Isto acontece porque o TP está conectado em paralelo com a carga. No TP com carga no
seu secundário ou com o seu secundário aberto, a sua tensão primária permanece fixa
(constante).
Obs: A explicação é a mesma para o TP ou para o transformador de força.
No TC é a carga do circuito que impõe a Icarga que passa pelo primário do TC. Com o
TC funcionando normalmente com carga, ou com o seu secundário em curto-circuito, vale a
equação geral (2.30), cujo diagrama fasorial é o da Fig. 2.16. A equação geral aplicada ao TC
fica:
• •
Np I p(TC) − Ns Is(TC) = ℜφ (2.33)
Onde:
•
Np I p(TC) − Ns . 0 = ℜφ
•
Np I c arg a = ℜφ (2.35)
•
Note que neste caso o termo Np I c arg a fica fixo (constante), porque a carga no
circuito não mudou. Assim o valor ℜ′φ′ aumenta para ficar com o mesmo valor. Ver
diagrama fasorial na Fig. 2.19 .
ℜ= (2.36)
µA
Neste caso, a permeabilidade ( µ ) é obtida na região de saturação do núcleo do TC. Ver Fig.
2.20.
dΦ ( t )
es ( t ) = Ns (2.37)
dt
Pela Fig. 2.21, verifica-se que o fluxo magnético devido a saturação não é senoidal,
produzindo deste modo uma onda de tensão es(t) distorcida. No ponto de alternância, a
variação do fluxo magnético φ( t ) é grande, produzido tensões elevadas no secundário do TC.
Estas tensões induzidas geralmente são maiores que o nível de isolamento do TC, perfurando-
o.
onde:
O que limita a máxima potência que se pode transferir por um transformador de força é
o seu aquecimento, que é fixado pela classe isolação do material empregado na sua
fabricação. Colocando ventiladores no radiador pode-se aumentar a capacidade de
transmissão de potência pelo transformador.
Já no TP o que limita a sua máxima potência é o seu erro de transformação dado pela
sua classe de exatidão.
d) Quanto à função:
1 - Sobre e subcorrente;
2 - Tensão ou potência;
3 - Direcional de corrente ou potência;
4 - Diferencial;
5- Distância;
6 - Etc.
i) Quanto à aplicação:
1 - Máquinas rotativas (gerador);
2 - Máquinas estáticas (transformadores);
3 - Linhas aéreas ou subterrâneas;
4 - Aparelhos em geral.
Seja um circuito monofásico, contendo uma fonte de tensão (U) alimentando uma
carga (Z), do que resulta uma corrente circulante (I).Ver Fig. 3.1)
Fe ≅ K I2 (3.1)
Graficamente, uma função I(t) pode mostrar o funcionamento do relé. Ver Fig. 3.2.
A partir de um instante (t1) em que a corrente de carga inicial (Ii) começa a crescer,
atingindo após certo tempo (t2) o valor da corrente de acionamento (Ia). Durante um
intervalo de tempo (t3-t2) o disjuntor atua abrindo o circuito, com o que em (t3) a corrente
começa a decrescer; ao passar por (t4) onde Fe < Fm, o re1é abre seu circuito magnético.
Por definição, defeito ou falta é o termo usada para denotar um acidental afastamento
das condições normais de operação. Assim, um curto circuito ou condutor interrompido
constituem uma falta.
Um defeito modifica mais ou menos profundamente as tensões e as correntes
próprias ao órgão considerado. Logo as grandezas atuantes sobre os relés deverão ser
ligadas, obrigatoriamente, àquelas alterações de modulo e/ou argumento das correntes e
tensões.
De fato, um curto-circuito traduz-se por:
É baseado nessas indicações que serão indicados os relés aplicáveis a cada caso, na
prática.
4 - Relés de sobrecorrente
Como o próprio nome já indica, são todos os relés que atuam para uma corrente
maior que a do seu ajuste.
Relés são dispositivos que vigiam o sistema, comparando sempre os parâmetros do
sistema com o seu pré-ajuste.
Ocorrendo uma anomalia no sistema, de modo que o parâmetro sensível do re1é
ultrapasse o seu ajuste, o mesmo atua.
Por exemplo, no caso de re1é de sobrecorrente, quando a corrente de curto-circuito
ultrapassa a corrente de ajuste do sensor do relé, o mesmo atua instantaneamente ou
temporizado, conforme a necessidade.
RELÉS DE SOBRECORRENTE 56
a) Aspectos construtivos:
1 - Relés eletromecânicos;
2 - Relés estáticos;
3 - RELÉS DIGITAIS;
c) Instalação:
1 - Relé primário;
2 - Relé secundário;
d) Corrente de ajuste:
1 - Tracionamento na mola;
2 - Variação de entreferro;
3 - Mudança de tap'
s na bobina magnetizante;
4 - Variação de elementos no circuito;
5- Controle por software;
e) Tempo de atuação:
1 - Relé instantâneo;
2 - Re1é temporizado: Tempo definido
Tempo inverso
Nos itens a seguir serão examinadas com mais profundidade estas características.
• Atração eletromagnética
• Indução eletromagnética
Internamente os relés deste tipo têm o mesmo principio de funcionamento. Por este
motivo, apenas o primeiro re1é da relação anterior será analisado com mais profundidade
no item a seguir.
O desenho da Fig. 4.1 foi colocado nesta posição para melhorar a distribuição dos
fluxos na região dentada, exatamente onde está a bobina de sombra (anel curto-circuitado),
mas na realidade o núcleo magnético do relé esta a 90° em relação ao desenho. A Fig. 4.2
mostra claramente a posição do núcleo magnético em relação ao disco (rotor).
Neste re1é, a corrente secundária (Is) percorre a bobina magnetizante, gerando uma
f.m.m., que cria o fluxo magnético dentro do circuito magnético do núcleo do relé. Como a
corrente secundária (Is) é alternada, com característica senoidal, o fluxo φ terá o mesmo
comportamento. A variação do fluxo φ, de acordo com a Lei de Lenz, provoca no anel de
sombra, uma corrente induzida que cria um novo fluxo magnético de oposição á variação
do fluxo original φ.
Da interação desses dois fluxos, resulta o fluxo φ2(t), que percorre o braço magnético
na qual está contida a bobina de sombra. O fluxo está um pouco defasado em relação ao
fluxo φ1(t). Note que o fluxo φ1(t) está em fase com o fluxo original φ(t).
Os dois fluxos φ1(t) e φ2(t) defasados, agindo no disco (rotor), provocam a rotação
deste. É nesta filosofia que se baseia o funcionamento destes relés.
Para melhorar e compreender todo este processo será necessário seguir a dedução:
Os fluxos podem ser expressos por:
φ2 ( t ) = φM 2 sen(ωt + θ) (4.2)
Variações dos fluxos criam sobre o disco uma infinidade de espiras de correntes
induzidas. Na Fig. 4.3, é mostrada apenas uma espira em particular criada na cabeça do
dente do núcleo, cuja circunferência passa no meio do outro dente do núcleo.
Como as correntes induzidas estão em fase com as tensões induzidas, por esse
motivo elas podem ser expressas por:
dφ1 ( t )
Iφ1 ~ ~ φM1 cos(ωt ) (4.3)
dt
dφ 2 ( t )
Iφ2 ~ ~ φM 2 cos(ωt + θ) (4.4)
dt
Na cabeça de cada dente do núcleo, aparece uma força eletromagnética, cujo sentido
está indicado na Fig. 4.3, e são obtidas pelas expressões:
F1 ~ φ1 ( t ) Iφ2 (4.5)
F2 ~ φ 2 ( t ) Iφ1 (4.6)
FR = F2 − F1 (4.7)
FR ~ φ M1 φ M 2 sen θ (4.10)
Onde:
φ M1 → é o valor máximo da onda senoidal do fluxo φ1(t). Devido a
Note que a expressão (4.10), apesar das grandezas serem senoidais, a força resultante
atuante no disco é constante, que produz um Torque (τ) constante, dando um movimento
de giro no disco sem vibrações.
Na verdade a expressão (4.10), representa a equação geral do torque do motor
bifásico, isto é:
τ = K1 φ M1 φ M 2 senθ (4.11)
Pela expressão (4.11) o Torque (τ) é máximo quando θ=90°. Isto seria o ideal para o
relé, mas é impossível obter, porque a bobina de sombra consegue apenas produzir uma
defasagem θ de 20° a 33°.
O mecanismo eletromagnéico do funcionamento do relé é:
φ1
I P → IS → NIS → F → θ →τ gira o disco
φ2
Os dois fluxos φ1(t) e φ2(t) foram obtidos da mesma corrente Is que magnetizou a
bobina do relé. Então pode se dizer o torque (τ) atuante no disco é proporcional a Is x Is,
ou seja,
τ ~ IS2 (4.12)
I2 t = K (4.13)
Onde:
K Constante que depende da cada posição da alavanca entre os contatos fixo e
móvel do relé.
A alavanca de tempo é mostrada na Fig. 4.5(a).
Fig. 4.5 - (a) Disco de indução e alavanca de tempo (b)Característica tempo inverso
Fig. 4.6 - Família de curvas de tempo inverso do relé ICM2 da Brown Boveri
Note que o re1é de indução apresentado na Fig. 4.1 e Fig. 4.2 é energizado através de
uma só bobina magnetizante e por isso ele tem uma só grandeza de atuação. Neste caso ele
não é direcional. Isto, também pode ser visto pela expressão (4.12), onde o torque motor
(τ) depende do modulo da corrente, de curto-circuito, e, portanto não é adequado para
proteger um sistema e1étrico em anel.
Este relé ICM2 é largamente usado em sistema radial, ou em tronco radial
proveniente de um sistema radial.
Mesmo assim, ele pode ser utilizado para proteger um sistema em anel, desde que
seja aplicado e monitorado por um relé direcional.
Neste tipo de relé, não se escolhe o tempo de atuação, mas sim a sua curva de
atuação. Esta curva fisicamente é escolhida, dependendo das características e condições da
coordenação dos re1és presentes na proteção na qual estão inter-relacionados.
A coordenação depende de uma cadeia (escada) de tempos diferentes para a mesma
corrente de curto-circuito. Isto garante urna seqüência de seletividade na abertura dos
disjuntores, sempre objetivando a eliminar o defeito, deixando sem energia o menor
número de consumidores.
Por exemplo, no relé eletromecânico, as diferentes curvas apresentada na Fig. 4.6,
são relativas a diferentes posições que dão os distanciamentos dos contatos fixos e móvel,
conforme mostra a Fig. 4.5.
Os fabricantes demarcam as curvas de atuação dos relés em percentagem ou na base
10. Assim as curvas podem ser:
Curva: 0,5 - 1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 7 - 8 - 9 - 10 ou
Curva: 5%, 10%, 20%, 30%, 40%, 50%, 60%, 70%, 80%, 90%, 100%.
Note que todas as curvas são referenciadas a curva de 100%, sendo que as outras
curvas tem o seu tempo referido ao da curva de 100%. Ou seja, para um respectivo curto-
circuito, o tempo de atuação, do re1é corresponde a percentagem em relação ao tempo da
curva 100%. Para melhor compreensão, para um curto-circuito cujo múltiplo é 3,1, no re1é
da Fig. 4.6, teremos os seguintes tempos de atuação:
O re1é de sobrecorrente de tempo inverso pode ter diferentes inclinações nas suas
curvas. As inclinações mais conhecidas estão na Fig. 4.8.
Fabricantes diferentes;
No caso elo fusível a coordenação é prejudicada, devido a sua curva de fusão ser
extremamente inversa. As curvas dos re1és tem que ser também extremamente inversas
para coordenar com elos fusíveis, prejudicando a coordenação dos outros re1és a montante.
Em relação ao comprimento das Linhas de Transmissões, as inclinações das curvas
são diferentes. No caso de Linhas curtas (até 40km), onde o nível de curto-circuito é quase
o mesmo em ambas as barras, deve-se usar relés com características extremamente
inversas, a fim de se obter boa margem de coordenação com os relés. Do mesmo modo,
deve-se procurar usar relés com características muito inversas para Linhas de comprimento
médio (até 90km) e re1és com características inversas para Linhas longas (acima de
100km). Ou seja, resumidamente:
Linha de Transmissão curta (até 40 Km): Re1é com curva Extremamente
Inversa
Linha de Transmissão média (entre 40 a 100 Km): Re1é com curva Muito
Inversa
Linha de Transmissão longa: (acima de 100 Km): Re1é com curva Inversa
Para este relé, supor que a mínima força mangnetomotriz (f.m.m) necessária para
fazer o relé operar seja 100 A.e.
Assim, se a F é a mesma, gerará dentro do núcleo do relé o mesmo fluxo (φ), que por
sua vez produzirá o mesmo torque motor no disco. Deste modo à mesma F=NI é
conseguida usando vários Tap´s como mostra relação a seguir:
Todos os Tap’s com suas respectivas correntes geram a mesma f.m.m., que produz o
mesmo fluxo φ, que faz o disco do relé ficar no limiar de operação, isto é, consumindo a
mesma energia (potência).
Assim, em qualquer Tap o consumo de potência do relé é o mesmo. Portanto o
secundário do TC vê o relé com o mesmo carregamento em VA. Assim, nas mudanças de
Tap'
s vale o princípio de equiva1ência de potência aparente.
2
Tap1
Z2 = Z1 (4.16)
Tap 2
Note que para qualquer Tap, e para qualquer corrente de curto circuito desde que o
múltiplo M seja o mesmo, o torque atuante no disco tem a mesma intensidade.
Para a adequada proteção, de modo que o relé tenha sensibilidade para detectar todas
as possíveis correntes de curto-circuito no seu trecho, o ajuste da corrente no relé deve
satisfazer a inequação:
3
Icc2φ = Icc3φ (4.18)
2
O relé instantâneo atua instantaneamente para qualquer corrente maior que o seu
ajuste.
O nome instantâneo indica que o relé é propositalmente não temporizado e nem tem
característica temporizada.
Os relés instantâneos não são na essência da palavra instantâneos, mas o seu tempo é
o correspondente ao da movimentação dos seus mecanismos de atuação.
O tempo depende do projeto, tipo e fabricação. Os relés eletromecânicos mais
rápidos atingem 2,3 ciclos e os eletrônicos 0,7 ciclos.
Segundo a simbologia padronizada pela ASA, os relés de sobrecorrente instantâneos
são conhecidos pelo numero 50.
• Tempo inverso;
• Tempo definido;
Neste caso, a corrente de curto (ICC) produz um campo magnético dentro do circuito
magnético que se bifurca parte pelo braço magnético contendo o disco de indução e parte
através do entreferro, da alavanca da unidade instantânea. Este fluxo produz um torque
suficiente para fazer o disco girar, enquanto que a força eletromagnética de atração é
insuficiente para atrair a alavanca, não operando assim a unidade instantânea.
Quando a corrente de curto circuito for maior que a corrente do ajuste instantâneo,
fluxo magnético dentro do circuito magnético é suficiente para atrair a alavanca, fechando
o contato da unidade instantânea antes do fechamento do contato da unidade temporizada.
Como a unidade instantânea não é temporizada, e para evitar atuações de outros
relés, o seu ajuste deve ser de tal maneira que não alcance os outros relés a jusante.
Por esse motivo, a corrente de ajuste instantâneo deve ser calculada, de modo a haver
seletividade do re1é, sem sobreposição de zona de atuação.
Usualmente, ajusta-se a corrente do instantâneo para um curto-circuito trifásico a
85% da linha de transmissão protegida.
Note que o gráfico da Fig. 4.12, sofreu um giro completo e foi colocado sobre a linha
de transmissão da Fig. 4.13.
A unidade instantânea atende adequadamente a filosofia da proteção, isto é, quanto
maior o perigo, mais rápido é a sua eliminação.
Um relé de sobrecorrente temporizado de tempo definido com elemento instantâneo
tem sua curva tempo x corrente apresentada na Fig. 4.14.
Fig. 4.14 - Curva tempo X corrente do relé de sobrecorrente de tempo definido com
elemento instantâneo
I N = I a + I b + Ic (4.24)
I N = 3 I0 (4.25)
Os 3 TC'
s em paralelo, formam um filtro onde só passam as componentes de
seqüência zero. Portanto, o traço cheio da Fig. 4.15 corresponde a uma réplica da terra, ou
seja, por este circuito (trecho) passa somente seqüência zero do sistema já referida ao
circuito secundário dos TC´s. Istoé, neste trecho do circuito só passa seqüência zero.
Toda corrente do sistema e1étrico que escoa pela terra tem o seu reflexo no re1é de
neutro.
O re1é de neutro só é sensível as correntes que tem seqüência zero.
No sistema as correntes que geram componentes de seqüência zero são:
• curtos-circuitos trifásicos;
• curtos-circuitos bifásicos;
• cargas desequilibradas não aterradas;
• abertura de fase em circuitos não aterrados.
Onde:
Inominal corrente nominal de carga do circuito protegido.
Note que o ajuste da corrente do re1é de neutro é bem menor que a corrente nominal
do circuito protegido.
O valor depende do local do sistema e1étrico. A Fig. 4.16 mostra a zona do ajuste da
corrente do relé de neutro.
No caso, quando o relé atua, instantes após o disjuntor elimina a corrente de curto-
circuito e cessa o torque de operação no disco. Portanto, a partir deste instante, somente o
torque restaurador da mola atua no disco. A ação do torque da mola traz a alavanca de
tempo de volta. O tempo gasto até a alavanca atingir a sua posição inicial (que foi
ajustado), é o tempo de rearme do re1é. Este tempo de restabelecimento é medido pelo
fabricante para cada posição da curva do relé e corresponde a tempos de restabelecimento
diferentes.
O fabricante levanta para cada relé a sua curva de restabelecimento. No caso, por
exemplo, ver a curva da Fig. 4.18.
4.3.9 - RELIGAMENTO
• Arco e1étrico;
• Transitórios de corrente e tensão;
• Harmônicos;
• Sobretensões de manobras;
• Pré-envelhecimento dos elementos e componentes do sistema, diminuindo
acentuadamente a sua vida útil, notadamente dos contatos dos disjuntores;
• Aceleração nas corrosões.
No esquema da Fig. 4.19, quando a bobina de fechamento opera, ela desativa uma
trava que libera a ação:
• Arco elétrico;
• Deseionizar o ar no local do arco elétrico.
Sistema de energia radial é o tipo de sistema em que a energia elétrica trafega num só
sentido. A Fig. 4.21 mostra um exemplo de um sistema radial.
• Mais barato;
• Mais simples;
• Menor continuidade de serviço;
• Maior quantidade de consumidores sem energia;
• Maior queda de tensão;
• Menos confiável;
• Sistema de proteção mais simples;
• Coordenação mais fácil;
Neste caso, para haver seletividade, a proteção deve ter características direcionais.
A grande vantagem do sistema em anel é que nos defeitos nas linhas de transmissão,
a proteção atua desconectando a linha sem desenergizar as barras, portanto, sem perda de
consumidores. Tem-se assim, sempre garantido o suprimento de energia nas cargas.
A proteção deste sistema só é possível com re1é de sobrecorrente monitorado com
re1é direcional (67), ou com re1és de distâncias (21).
O sistema em anel é muito mais caro. É também muito mais difícil a coordenação da
sua proteção.
De um modo geral, as principais características do sistema e1étrico em anel são:
• Mais caro;
• Mais complexo;
• Maior continuidade de serviço;
• Menor perda de consumidores;
• Menor queda de tensão;
• Maiores problemas com estabilidade;
• Mais confiável;
• Sistema de proteção mais complexo e mais difícil de coordenar;
Neste último esquema, a coordenação dos re1és deve ser uma seqüência de proteção
em que o re1é mais próximo atue primeiro. Se este falhar, deve atuar o relé a montante
mais próximo, ou seja, a primeira proteção de retaguarda. Na conseqüente, falha desta
última, deve atuar segunda retaguarda, ou seja, o próximo relé a montante. E assim
sucessivamente.
Tempo de Coordenação (∆t) é a mínima diferença de tempo que dois relés mais
Onde:
t relé jusante é o tempo de atuação do relé a jusante.
curto- circuito
∆t tempo de coordenação
Deste ponto em diante, só existe no disco, o torque negativo, devido à ação restritiva
da mola de restauração do disco do próprio re1é. Mas devido á inércia mecânica, a
alavanca continua o seu giro, até atingir o ponto 5. No ponto 5, a alavanca tem velocidade
nula, e deste instante em diante a mola restauradora retrocede o movimento do disco até o
seu rearme original. Agora, pode-se definir com mais clareza o conceito de tempo de
sobrepercurso.
d) Tempo de segurança
Como não há precisão nos tempos anteriores, e para garantir a não operação do relé
A. deve-se deixar uma folga de tempo neste relé.
Note que se a alavanca de tempo toca no ponto 6, inicia-se todo o processo de
abertura do disjuntor A.
Portanto, tempo de segurança, é uma folga de tempo, para garantir a não operação do
re1é A.
Portanto, o tempo de coordenação (∆t) da Eq. (4.29), que depende do tipo de re1é
utilizado e do tipo de disjuntor envolvido, é um valor exclusivamente levantado pelo
fabricante.
Os técnicos e os projetistas de proteção adotam os seguintes valores:
• O relé mais afastado deve ter o menor ajuste de tempo possível. Se a linha der
continuidade, o mesmo deve coordenar com as proteções existentes a jusante;
• Os relés a montante mais próximos, devem ter um tempo de ajuste cuja diferença
de tempo é o ∆t. Isto é:
• E assim sucessivamente
Por exemplo, dado o sistema da Fig. 4.24. Efetuar a coordenação supondo que todos
relés tem sensibilidade para atuarem até a barra D.
1° passo: Para o relé C mais afastado, adotar um tempo de atuação, por exemplo tC. Ver
Fig. 4.25.
2° passo: Para o relé B mais próximo a montante, escolher o tempo tB que coordene com o
relé C. Isto é:
t B = t C + ∆t
3° passo: Para o relé A mais próximo a montante B, escolher o tempo tA que coordene
com o relé B. Isto é:
t A = t B + ∆t
Fig. 4.27 – Coordenação completa dos relés de sobrecorrente com o tempo definido
Note que a coordenação é simples, mas tem a desvantagem de não atender a filosofia
da proteção, ou seja, os curtos-circuitos mais próximos da fonte são os mais perigosos, e
pela característica da coordenação, os seus tempos de atuação estão muito altos.
Para melhorar o desempenho desta proteção, utiliza-se relés de sobrecorrente com
elemento instantâneo.
Por exemplo, efetuar a proteção do sistema radial mostrado abaixo, cujo diagrama
unifilar está apresentado na Fig. 4.28. Todos os relés devem proteger até a barra D.
Note que as zonas do instantâneo não se superpõem, são seletivos, não havendo
problema de coordenação, porque não ha superposição de zonas, isto é, as zonas são
independentes.
1° Passo:: Para o re1é mais afastado, escolhe-se a menor curva de tempo possível. Por
exemplo, escolher a curva 1/2. Ver Fig. (curvas do relé)
Observação: A curva de tempo escolhida para o re1é C, vai depender do que está ligado
na D. Esta curva escolhida deverá coordenar com a proteção da barra D, do mesmo modo e
procedimento feito no re1é B do 2° Passo a seguir.
Icc3φc
MC = (4.31)
RTCc Tapc
Onde:
3° Passo:: Com o múltiplo (Mc) e a curva 1/2 obtém-se o tempo (tc) de operação do re1é
C. Ver Fig. 4.34.
t B = t C + ∆t
Icc3φB
MB =
RTC B Tap B
Note que devido a curva de tempo ser inversa, produziu-se uma proteção coordenada
e adequada com a filosofia da proteção, ou seja, os curtos circuitos maiores são
rapidamente eliminados.
Pode-se melhorar esta proteção, utilizando elemento instantâneo incorporado nos
re1és de sobrecorrente.
2° Passo: Para o re1é mais afastado, escolher a menor curva de tempo. No caso por
exemplo usar a curva 1/2. Ver Fig. 4.39.
3° Passo:: Com a corrente Icc3φ a 85% da LTCD (ver Fig. 4.40) Calcular o múltiplo do
re1é C e do re1é B.
Icc3φ85%LTCD
MC =
RTCc Tapc
Icc3φ85%LTCD
MB =
RTC B Tap B
4° Passo:: Com o múltiplo (Mc) e a curva 1/2, obter o tempo de atuação do relé C. Ver
Fig. 4.41.
5° Passo: Para um curto circuito 3φ no ponto 85% da LTCD, Isto é com o múltiplo MB,
obter o tempo de atuação do relé B, de modo a coordenar com o relé C, assim:
t B - t C = ∆t
t B = t C + ∆t
6° Passo: Com o tempo do re1é B e múltiplo MB, na curva do relé obter o ponto 1. Pelo
ponto 1 obtém-se a curva do relé B. Ver Fig. 4.42.
Note que esta curva do relé B não é definitiva. Deve-se verificar se a mesma
coordena em todo o trecho com o relé C. O ponto de teste é no local da instalação do TCc.
A verificação é feita de acordo com os passos a seguir:
Icc3φ
MB =
RTC B Tap B
8° Passo: Calcular o tempo de atuação do relé B, para a corrente Icc3φ em C. Ver Fig.
4.44.
Com múltiplo M’B e a curva do relé B, obtém-se o tempo de atuação do relé B. Ver Fig.
4.45.
Observação: Note que para a Icc3φ em C, o tempo de atuação do relé C é zero, isto é, atua
dentro da zona instantânea.
t′B - zero ≥ ∆t
t′B ≥ ∆t
10° Passo: Deve-se, então, levantar a curva do relé B, até coordenar com o relé C no ponto
de sua instalação. Portanto, o tempo do re1é B, deve ser:
t′B′ = ∆t
Assim, com o múltiplo M’B e o tempo t”B, obtém-se no ponto 2 a nova e definitiva
curva de atuação do re1é B. Ver Fig. 4.46.
5 - Bibliografia