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Eu, Hélio Gomes de Ávila Filho, CPF 047.439.081-08, RG 4621320, residente no endereço Rua São Luiz,
qd. 10, Lt. 03. Jardim das Esmeraldas - Goiânia, Goiás – 74830-150, autorizo a revista online Arquitextos
(ISSN 1809-6298) a publicar, caso seja aprovado, o artigo Análise da concepção formal de estações
ferroviárias e sua relação com a sociedade industrial.
( ) sou autor do artigo acima nomeado, em coautoria com [completar com os nomes completos dos
coautores] e somos coletivamente responsáveis pela redação, ideias e opiniões ali presentes.
( X ) inédito; ou
c) caso o artigo seja aceito para a publicação on-line, o autor é responsável (os autores são responsáveis)
pelo uso das imagens nas seguintes condições:
( X ) como responsável ou responsáveis pela obtenção de autorização junto aos detentores legais dos
direitos autorais; e/ou
( ) como responsável ou responsáveis comprovação de estarem em domínio comum por terem sido
publicadas há mais de setenta e um anos.
Goiânia
2017
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1. Resumo
transição dos períodos pré ao pós-revolução industrial, o trabalho busca traduzir tal passagem
através da concepção espaço-formal das primeiras estações ferroviárias, edifícios que nasceram
junto ao novo modelo de negócios que começara a basear-se através da relação espaço-tempo.
Fundada nos antigos moldes estabelecidos pelas paragens que davam suporte aos bondes, as
primeiras estações ferroviárias surgiram de forma repentina no inicio do século XIX, em função
da nova dinâmica de serviços exigida pela revolução industrial. Com o advento do motor a
vapor, cargas e pessoas começaram a vencer longas distâncias em menores prazos, moldando a
2. Abstract
Seeking to understand the space-time perception of the individuals who experienced the
transition from the pre-post-industrial revolution periods, the work seeks to translate this passage
through the space-formal conception of the first railway stations, buildings that were born next to
the new business model that began to be based on the space-time relationship. Founded in the old
molds established by the stops that supported the trams, the first railway stations emerged
suddenly in the early nineteenth century, due to the new dynamics of services demanded by the
industrial revolution. With the advent of the steam engine, loads and people began to overcome
long distances in shorter time frames, shaping the spatial perception of individuals, who began to
rate it as a function of time and witnessed the consolidation of the needs program of the recent
modal.
3. Resumen
traducir tal paso a través de la concepción espacio-formal de las primeras estaciones ferroviarias,
edificios que nacieron junto al nuevo modelo de negocios que había comenzado a basarse en la
relación espacio-tiempo. Fundada en los antiguos moldes establecidos por las paradas que daban
soporte a los tranvías, las primeras estaciones ferroviarias surgieron de forma repentina a
principios del siglo XIX, en función de la nueva dinámica de servicios exigida por la revolución
industrial. Con el advenimiento del motor a vapor, cargas y personas comenzaron a vencer largas
4. Introdução
De acordo com Borges (1990), Inventada no início do século XIX, as ferrovias e sua
pessoas, viabilizando a expansão comercial e intelectual além das fronteiras físicas estabelecidas
uma população quase que exclusivamente, dedicava-se às lavouras e pecuária. O padrão de vida,
de seus indivíduos, geralmente, era simples e quase sempre precário. As propriedades (em sua
trabalhador, que realizava a tecelagem, enquadrava-se entre um homem livre e um escravo, sendo
De acordo com a Encyclopedia Britannica (2016), num intervalo de 100 anos, a Inglaterra
vivenciou uma mudança vertiginosa de seu modo de vida. A transição do processo de manufatura
para o industrial, assim, foi chamada de revolução industrial, apoiadas pelas máquinas. Os
principais adventos que permitiram que a revolução acontecesse foram à máquina de fiação, o
tear mecânico e o motor a vapor. No início, por temer pela perda se suas funções na sociedade, os
trabalhadores mostraram grande relutância ao aceitar o novo modelo de produção, uma vez que
Por permitir a força mecânica a todos os tipos de máquinas de forma barata, o motor a
vapor, junto aos métodos de aprimoramento do ferro e aço, tornaram-se os maiores responsáveis
pela transformação do modo de vida da sociedade moderna. Num intervalo de 100 anos, surgiram
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O tempo passara a controlar o ritmo das atividades urbanas e em pouco tempo a sociedade
porém não carecia de produção de bens e tecnologia que viabilizassem seu desenvolvimento
Estamos vivendo momentos que não acreditávamos. Existe um poder com força
suficiente para nos excluir do comercio com as outras nações. Para sermos
independentes e termos uma vida confortável devemos, nós mesmos, fabricar os bens de
consumo. Devemos agora colocar o industrial ao lado do agricultor.
-Thomas Jefferson
nação, o inglês Samuel Slatter, migrara de forma ilegal para a América e consigo trouxe sua
nascera em território americano a primeira fábrica moderna. Que se baseava nos moldes de
produção atuais. Antes, na Inglaterra a produção era realizada em partes distintas, em locais
liberdade para comercializar as terras fora fundamental para impulsionar os métodos de produção
territorial não permitia o sítio de grandes glebas próximas aos rios já se mostravam territórios de
uma vez que para produzir não seria mais necessário o conhecimento técnico sobre o produto
final a ser manufaturado, viabilizando, assim, o crescimento vertiginoso da mão de obra, que
uma nova questão fora levantada: como levar os produtos ao consumidor? Até o início do século
XIX, os meios de transporte eram escassos, mantendo-se estáticos ao modelo anterior. Em 1825,
o canal Erie une à costa leste e a oeste dos USA, sua travessia realizada por barcos a vapor
revolucionou o transporte ao permitir o transito de pessoas e cargas rio acima. Os rios do Oeste
dos USA tornaram-se, então, as principais toras de comercio do país. Com a ferrovia, a vastidão
do território se convertera de desafia à riqueza ao permitir que os industriais pudessem levar seus
De acordo com Khül (1999) o Brasil, o cenário industrial começara após o início do
século XIX, com a chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro em 1808. Várias medidas
chamada “Abertura dos Portos às Nações Amigas”, pondo fim ao monopólio português sobre o
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industrializados. Outro fator que estimulou o crescimento fora a revogação do decreto que
A Chegada da corte estimulara não apenas o setor industrial, mas também fomentou a
qualificados de vários ramos, entre ele o arquiteto Grandjean de Montigny. Este, através de suas
primeiras ferrovias no território nacional ligavam o Porto de Mauá até a Estação de Fragoso.
Irineu, também teve influência decisiva, participando com o capital, embora não fosse o
Inglaterra também fora encarregada de implantar grande parte dos edifícios que dariam suporte às
rodovias.
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sendo graças a substituição do carvão vegetal pelo coque como combustível e a produção de ferro
logísticas do período. Até então produzidas em pequenas dimensões, ss peças metálicas não
grandes transformações, não apenas na produção industrial, mas também nas vias de
preencher os espaços deixados pela demanda do sistema hidroviário, que se limitava aos cursos
De acordo com Kühl (1999) evoluindo a partir da fusão de edifícios de morfologia própria
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existentes e as novas estruturas metálicas sem igual, as primeiras estações ferroviárias serviram,
funções, uma vez que abrigava a circulação de passageiros e mercadorias, buscando resolver as
geográfica das locomotivas, que exigiam pouca inclinação para poder circular. Tais avanços
estenderam-se a área de engenharia civil que desenvolveu inúmeros viadutos, túneis e pontes para
laboratório por muitos anos até a consolidação de sua identidade arquitetônica. As companhias
ferroviárias tornaram-se as empresas de maior influência no meio da construção civil, fator que
do território europeu, sua autoria pertencia à Richard Trevithick, e fora construída por volta de
1804, porém a primeira ferrovia que buscara atender o público, só fora inaugurada após 1825,
De acordo com Khül (1999), em 1830, efetivamente, fora inaugurada a linha entre
Liverpool e Manchester, cuja locomotiva, Rocket, fora concebida por George Stephenson, e nos
sistema viário com mais de 15.000 km; França com mais de 9.000 km; Belgica com 1.700km. No
período entre 1860 e 1880 o crescimento tornou-se visível o avanço do número de ferrovias
espalhadas pelo continente europeu. Nos EUA, na década de 1870 possuía uma rede ferroviária
A primeira estação ferroviária, Crown Street (1830) em Liverpool, fora concebida por
George Stephenson e J. Forster, e possuía características que tornariam canônicas aos modelos
posteriores. De forma retangular, o edifício principal, fora disposto com seu lado maior paralelo à
ferrovia e contava com bilheterias, sala de espera, escritório e a sala do chefe da estação, locada
no primeiro andar da estação. O sistema estrutural que sustentava sua cobertura era composto por
tesouras de madeira que venciam vãos de até 9 metros. A primeira estação em solo americano, a
Mount Clare, também de 1830, carecia de cobertura em suas plataformas, elemento que só fora
trem, através da edificação retangular. A solução fora copiada em vários outros projetos na
rede ferroviária. Com a expansão dos centros urbanos e o surgimento de novos, o número de
Em sua grande maioria formada por dois elementos essenciais: o edifício para passageiros
De acordo com Khül (1999), entre 1830 e 1840, boa parte das plataformas ainda possuíam
coberturas apoiadas sobre estruturas de madeira. Algumas vezes, a madeira era empregada de
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forma complementar ao ferro e com o tempo o metal seria empregado de forma exclusiva. O
conjunto com o Robert Stephenson, as coberturas das plataformas foram compostas por três
naves, tendo cada uma 17 metros de vão. Suas tesouras metálicas aparesentavam virantes
múltiplos e eram sustentadas pelas paredes de alvenaria e por duas fileiras de colunas de ferro
fundido.
Nos terminais posicionados ao final das vias, podemos salientar características distintas
das demais estações. Estas abrigavam um número maior de linhas, uma vez que eram, também,
grande vestíbulo de embarque. Esse partido foi adotado nas principais estações de Londes, tais
Travoux Publics, publicou um texto onde discorria sobre a importância que iria adquirir o novo
meio de transporte e suas cruciais necessidades de estudo para assim, desenvolver a Arquitetura
das estações:
começo de uma nova era ou sequer época da humanidade. Para Giddens, por exemplo, a
modernização que teve início na Europa do século XVIII. A modernização substituiu as formas
de sociedades tradicionais que eram baseadas na agricultura pelo processo de produção fábril.
econômico como o lucro, ela se tornou dominante na economia moderna, substituindo as formas
Giddens busca, então uma abordagem tanto dinâmica quanto é histórica, ao usar a idéia de
uma dialética com a qual expressa esse dinamismo. Para a maior parte da sua aproximação
dialética está centrada sobre o seu conceito de “Desencaixe do espaço-tempo”. Esse é o conceito
central o qual Giddens usa para explicar tanto o movimento histórico de sociedades tradicionais a
o processo de modernização.
sociais as quais são encaixadas no tempo e espaço. Isto acontece pela proximidade que o
trabalhador tem da natureza, por causa da sua confiança na agricultura como meio de
subsistência, então por isso o senso temporal do trabalhador geralmente é baseado em estações. O
Igualmente, o status de tal trabalhador é inerte: isto é, dado ao nascimento com poucas
pequenas vilas. Para a maioria da população, o senso de espaço seja geográfico ou mais
importante, social, era estreito. Muitos vilões eram banidos, pelos senhores feudais, de andarem
através das redondezas de suas comunidades particulares. Neste sentido nós devemos sugerir que,
para tais populações, as idéias de espaço eram fixas. Giddens sugere que nós deveríamos
sociedades tradicionais para as modernas. O relógio não é baseado no tempo sazonal, mas num
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tempo social e artificial. Esta noção de tempo é linear e não cíclica e portanto pode ser usada para
previsões. Igualmente, o relógio permite uma medida de tempo universal e não, como era o caso,
de noções tradicionais de tempo, para uma definição um tanto rústica. Tal noção moderna de
tempo ajuda a produzir um sentimento entre os indivíduos de que o mundo está encolhendo. As
comunidades feudais e tradicionais foram marcadas pelos mercados e feiras locais. Entretanto,
em muitos casos esses mercados eram um suplemento para a atividade essencial e básica de
agricultura depois de terem pago o aluguel ao senhor feudal. O dinheiro tinha um valor limitado
para tais artesões por que suas trocas econômicas eram baseadas em impressões de valores locais
e particulares. A modernização destruiu tais formas e as substituiu com uma forma de trocas
“universal”: o dinheiro. O dinheiro passou a agir como meio de troca geral e universal, ao
contrário das trocas particulares e locais entre os indivíduos. O Dinheiro foi então capaz de
mover os indivíduos de contexto local a global e pode então estabelecer relações sociais através
processo que começou com a modernização. Se considerarmos que a modernização criou a noção
de uma moeda nacional que varreu todas as diferenças locais dentro de uma fronteira nacional,
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podemos afirmar que a globalização varreu todas as diferenças entre moedas nacionais.
suas formas de conhecimento “científica” e “universal” estes sistemas especialistas não são
grandes períodos de tempo e espaço. Igualmente, enquanto esses sistemas especialistas criam
seus grupos de experts e conhecimento um abismo social é criada assim como um aumento entre
o profissionalismo dos praticantes e dos seus grupos de clientes. Um bom exemplo de tais
nas reivindicações universais da ciência. Um modelo que se estende através do globo, com outras
De modo geral, podemos admitir que a modernidade, soma inúmeros fatores que
abrigara essa nascente mentalidade, mais tarde, consolidaria-se como modernista, uma vez que
baseava-se nos métodos de produções fundamentados nos conceitos descritos por Giddens, onde
Tendo em vista que os principais marcos que trassaram a transição da sociedade moderna
foram a relação entre o dinheiro e a noção de tempo, uma vez que os indíviduos começaram a
traçar suas tarefas em função desses dois elementos que formam a base de uma sociedade
moderna.
Tendo em vista essa realidade, as invenções que surgiram com o avançar da tecnologia, o
fizeram em função do progresso e, logo mais, foram aperfeiçoadas pela constante necessidade de
Tais criações exigiam novos edifícios que as aparacem, uma vez que a quebra com o
modelo anterior já havia sido comcretizada. Tendo em mente o inédito programa à encarar, os
arquitetos do período fundamentaram seu estudo no sentido mais prático e eficiênte para resolver
a crescente demanda. Aparados pelos novos métodos construtívos, coube à arquitetura trabalhar
em conjunto ao indústrial, para assim, produzirem a arquitetura que não mas seria embasada nos
princípios clássicos e estéticos, e executados pelos artesãos, mas sim na indústria e eficiência,
11. Referências
GIDDENS, Anthony. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. Editora UNESP
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