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As relações do nervo facial têm grande importância médica, destacando-se as relações

com o nervo vestíbulo-coclear e com as estruturas do ouvido médio e interno, no trajeto


intrapetroso e com a parótida, no trajeto extrapetroso;
O nervo emerge do sulco bulho-pontino através de uma raiz motora, o nervo facial
propriamente dito, e uma raiz sensitiva e visceral, o nervo intermédio (de Wrisberg) (Fig. 8.6).
Juntamente com o nervo vestíbulo coclear, os dois componentes do nervo facial penetram no
meato acústico interno (Fig. 9.2), no interior do qual o nervo intermédio perde a sua
individualidade, formando-se, assim, um tronco nervoso único que penetra no canal facial.
Depois de curto trajeto, o nervo facial encurva-se fortemente para trás, formando o joelho
externo, ou genículo do nervo facial, onde existe um gânglio sensitivo, o gânglio geniculado (Fig.
14.4). A seguir, o nervo descreve nova curva para baixo, emerge do crânio pelo forame
estilomastóideo (Fig. 14.4), atravessa a glândula parótida e distribui uma série de ramos para os
músculos mímicos, músculo estilo-hióideo e ventre posterior do músculo digástrico. Estes
músculos derivam do segundo arco branquial, e as fibras a eles destinadas são eferentes
viscerais especiais, constituindo o componente funcional mais importante do VII par. Os quatro
outros componentes funcionais do VII par pertencem ao nervo intermédio, que possui fibras
aferentes viscerais especiais, aferentes viscerais gerais, aferentes somáticas gerais e aferentes
viscerais gerais. As fibras aferentes são prolongamentos periféricos de neurônios sensitivos
situados no gânglio geniculado; os componentes eferentes originam-se em núcleos do tronco
encefálico.
Todos esses componentes são sintetizados na Tabela 12.3. Descrevemos com mais
minúcias os três seguintes, que são mais importantes do ponto de vista clínico:
a) Fibras eferentes viscerais especiais — para os músculos mímicos, músculos
estilohióideo e ventre posterior do digástrico.
b) Fibras eferentes viscerais gerais — responsáveis pela inervação pré-ganglionar das
glândulas lacrimal, submandibular e sublingual. As fibras destinadas às glândulas submandibular
e sublingual acompanham o trajeto anteriormente descrito para as fibras aferentes viscerais
especiais, mas terminam no gânglio submandibular, gânglio parassimpático anexo ao nervo
lingual, de onde saem as fibras (pós-ganglionares), que se distribuem às glândulas
submandibular (Fig. 14.4) e sublingual. As fibras destinadas à glândula lacrimal destacam-se do
nervo facial ao nível do joelho, percorrem, sucessivamente, o nervo petroso maior e o nervo do
canal pterigóideo, atingindo o gânglio pterigopalatino (Fig. 14.4), de onde saem as fibras (pós-
ganglionares) para a glândula lacrimal;
c) Fibras aferentes viscerais especiais — recebem impulsos gustativos originados nos
2/3 anteriores da língua (Fig. 12.3) e seguem inicialmente junto com o nervo lingual. A seguir,
passam para o nervo corda do timpano (Fig. 14.4), através do qual ganham o nervo facial, pouco
antes de sua emergência no forame estilomastóideo. Passam pelo gânglio geniculado e
penetram no tronco encefálico pela raiz sensitiva do VII par, ou seja, pelo nervo intermédio.
As lesões do nervo facial são muito frequentes e de grande importância clínica. Para
estudar os sintomas que ocorrem nesses casos, consulte o item 5.1 do Capítulo 21, atendo-se
por enquanto apenas ao estudo das paralisias faciais periféricas.

LESÕES DO NERVO FACIAL


O nervo facial origina-se no núcleo do facial situado na ponte, emerge da parte lateral do
sulco bulbo-pontino, próximo do cerebelo (ângulo ponto-cerebelar). A seguir, penetra no osso
temporal pelo meato acústico interno e emerge do crânio pelo forame estilomastóideo, para se
distribuir aos músculos mímicos após trajeto dentro da glândula parótida. Lesões do nervo, em
qualquer parte deste trajeto, resultam em paralisia total dos músculos da expressão facial na
metade lesada. Estes músculos perdem o tônus, tornando-se flácidos e, como isto ocorre com o
músculo bucinador, há, frequentemente, vazamento de saliva pelo ângulo da boca do lado
lesado. Como a musculatura do lado oposto está normal, resulta desvio da comissura labial para
o lado normal, particularmente evidente quando o indivíduo sorri. Há também paralisia do
músculo orbicularis oculi, cuja porção palpebral permite o fechamento da pálpebra. Como o
músculo elevador da pálpebra (inervado pelo oculomotor) está normal, a pálpebra permanece
aberta, predispondo o olho a lesões e infecções, uma vez que o reflexo corneano está abolido.
Entende-se também porque o doente não consegue soprar, assoviar, pestanejar nem enrugar o
lado correspondente da testa.
O tipo de paralisia descrito caracteriza lesão do neurônio motor inferior do facial e pode
ser denominado paralisia facial periférica. Deve ser distinguido das paralisias faciais centrais ou
supranucleares por lesão do neurônio motor superior, como ocorre, por exemplo, nas lesões do
trato córtico-nuclear. As seguintes características distinguem estas paralisias do quadro já visto
(Fig. 21.3):
A) As paralisias periféricas são homolaterais, ou seja, ocorrem do mesmo lado da lesão. As
paralisias centrais ocorrem do lado oposto ao da lesão, ou seja, são contralaterais;
B) As paralisias periféricas acometem toda uma metade da face: as centrais manifestam-
se apenas nos músculos da metade inferior da face, poupando os músculos da metade
superior como o orbicularis oculi. Isto se explica pelo fato de as fibras córtico-
nucleares, que vão para os neurônios motores do núcleo do facial que inervam os
músculos da metade superior da face, serem homo e heterolaterais, ou seja, terminam
no núcleo do seu próprio lado e no do lado oposto. Já as fibras que controlam os
neurônios motores para a metade inferior da face são todas heterolaterais. Deste modo,
quando há uma lesão do trato córtico-nuclear de um lado, há completa paralisia da
musculatura mímica da metade inferior da face do lado oposto, mas na metade superior
os movimentos são mantidos pelas fibras homolaterais que permanecem intactas (Fig.
21.3);
C) As paralisias periféricas são totais. Nas paralisias centrais, entretanto, pode haver
contração involuntária da musculatura mímica como manifestação emocional. Assim, o
indivíduo pode contrair a musculatura mímica do lado paralisado quando ri ou chora,
embora não possa fazê-lo voluntariamente. Isto se explica pelo fato de que os impulsos
que chegam ao núcleo do facial para iniciar movimentos decorrentes de manifestações
emocionais não seguem pelo trato córtico-nuclear.
Convém assinalar, ainda, que as lesões do nervo facial antes de sua emergência do
forame estilomastóideo estão, em geral, associadas a lesões do VIII par e do nervo intermédio.
Neste caso, além dos sintomas já vistos, há uma perda da sensibilidade gustativa nos 2/3
anteriores da língua (lesão do intermédio), alterações do equilíbrio, enjoos e tonteiras
decorrentes da lesão da parte vestibular do VIII par e diminuição da audição por
comprometimento da parte coclear deste nervo.

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