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28/08/2017 Parecer Nº.

24/PP/2011-G - Ordem dos Advogados

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Parecer Nº. 24/PP/2011-G


15 DE JULHO, 2011

PARECER
 
 A Sr.ª. Dr.ª … com a Céd. Prof. nº. … com escritório na Rua … veio pedir parecer sobre se existe incompatibilidade entre o exercício da advocacia e a
actividade de intermediação e representação para a importação e exportação de bens alimentares e não alimentares e organização de eventos.
 
No sintético pedido de parecer apresentado, a Requerente limita-se a referir as palavras “… que pretende abrir uma empresa com o objecto social
de serviços de intermediação e representação para a importação e Exportação de bens alimentares e não alimentares e organização de evento, solicitando
… parecer sobre se há incompatibilidade...”
 
1-      PARECER
Importam á questão a abordar as disposições contidas no Estatuto da Ordem dos Advogados sobre regime de incompatibilidades e impedimentos mas
poderão estar em causa também as disposições do mesmo Estatuto sobre proibição de angariação de clientela.
 
Sobre a questão da eventual incompatibilidade do exercício simultâneo de actividade como Advogado e de outro tipo de tarefas já o Conselho Geral
da O.A. e os Conselhos Distritais tiveram oportunidade de se manifestarem vastamente, como se alcança do largo número de Pareceres publicados quer ao
abrigo do actual Estatuto da O.A. quer da legislação anterior, o D.L. 84/84 de 16 de Março.
 
Sendo certo que o maior número de Pareceres já produzidos incide sobre a incompatibilidade da advocacia com funções de alguma forma de
natureza pública ou com finalidade de interesse público, existe também um número considerável de Pareceres que se debruçaram sobre a possibilidade
legal de compatibilizar a advocacia com o exercício de funções de natureza puramente privada como os Pareceres nºs 79 PP 2010-G; 60 PP2010-G e
anteriores CDL nº33/2010; CDE E-68/2006, CDL 88/2004, CG E-21/2004 CDL 38/2004CDL 14 A 2002
 
Na matéria das incompatibilidades regem os artigos 76º e 77º do E.O.A. – Lei nº15/2005 de 26 de Janeiro, relevando para o que aqui nos interessa, o
que consta nos nº. 1 e 2 do primeiro desses artigos que se transcrevem:
 
1 - O advogado exercita a defesa dos direitos e interesses que lhe sejam confiados sempre com plena autonomia técnica e de forma isenta,
independente e responsável.

2 - O exercício da advocacia é inconciliável com qualquer cargo, função ou actividade que possam afectar a isenção, a independência e a dignidade
da profissão.

O nº1 do artigo 77º do Estatuto enumera, de forma declaradamente não taxativa, cargos funções ou tarefas que se entende serem incompatíveis com
o exercício da advocacia. 
 
É comummente referido que o número dois da do artigo 76º enuncia o critério á luz do qual deve ser aferido se determinada actividade gera ou não
caso de incompatibilidade, quando obviamente se não esteja perante situação enquadrável em qualquer das alíneas do nº1 do artigo 77º.
 
Assim o fundamental é que do exercício da actividade acumulada não resulte perturbação no exercício da actividade de Advogado do ponto de vista
da isenção, da independência e da dignidade.
 
Recorda-se que a actividade pretendida acumular é a de intermediação e representação para a importação e exportação de bens alimentares e não
alimentares e organização de eventos.
 
Trata-se portanto de uma actividade comercial, interpretando-se que a organização de eventos que por si é uma expressão vaga sem contudo
específico, no contexto usado se refere á organização de acções de promoção divulgação e publicitação dos produtos ou marcas objecto da representação
ou intermediação.
 
Recorda-se também que há escassez de informações acerca do modo concreto como pretende desenvolver a actividade comercial, apontando
embora para o fazer de forma societária mas sem mencionar qual o tipo de sociedade, se tomando apenas a posição de sócia ou também de gerente ou com
cargos executivos.
 
Todavia, crê-se que mesmo no desconhecimento sobre o supra referido nenhumas razões há para á partida considerar que do exercício desta
actividade em abstracto resultará ferida a isenção a independência e a dignidade próprias da advocacia quando no exercício da actividade enquanto
Advogada.
 

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         A questão discutida suscita ainda análise ao nível do cumprimento do conjunto mais amplo de obrigações próprias da profissão de Advogado que vêm
definidas no Estatuto da O.A estando a falar-se da proibição de angariação de clientela e das restrições ao nível da publicidade que é permitida ao
Advogado fazer.
 
Não deve ser perdido de vista que a actividade pretendida situa-se na área comercial da intermediação na importação e exportação de bens sendo
por isso base da actividade o estabelecimento de contactos entre entidades sediadas no estrangeiro e no país.
Esta circunstância exige ponderação especial sobre se daí resulta necessariamente angariação de clientela proibida nos termos da alínea h) do nº2 do
artigo 85º.
E como se refere no Parecer 14-A- 2002 “apenas se mostra lícita a captação de clientela decorrente da projecção do nome saber honestidade dos
processos usados tudo adquirido honradamente através do exercício da profissão.”
 
Quer-se deixar claro que como comummente reconhecido, o que está em causa não é que eventuais clientes da Sr.ª. Advogada sejam também
clientes da sua empresa mas sim o uso da empresa como forma de angariar clientes para si enquanto Advogada.
 
Todavia, tudo ponderado não se vê que existam razões objectivas para considerar que do exercício desta actividade em abstracto resultará violação
da proibição de angariar clientela.
 
2-      CONCLUSÕES
O presente parecer vai portanto no sentido de face ao quadro legal em especial o disposto no nos nº1 e 2 do artigo 76º e disposto na alínea h) nº2 do
artigo 85º não ser considerado incompatível com a profissão de Advogado o exercício da actividade de intermediação e representação para a importação e
exportação de bens alimentares e não alimentares e organização de eventos relacionados com a actividade descrita.
 
 
É este salvo melhor opinião o parecer que se tem.
Almada, 17 de Junho 2011

Relator: Maria Alexandre Chaves

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