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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS


DEPARTAMENTO DE DIREITO

Disciplina: DIREITO PROCESSUAL CIVIL VI (Procedimentos Especiais


Codificados e Não-Codificados. Processo Coletivo).
Professor: Hermes Zaneti Jr.
Monitora: Daniela Bermudes Lino

EXERCÍCIOS DE REVISÃO PARA PROVA 2


- As repostas devem ser objetivas, com no máximo 10 (dez) linhas por pergunta.
- As respostas devem ser fundamentadas, sempre que possível, com os dispositivos
legais e precedentes referentes às temáticas.

1- Discorra sobre as seguintes características do inquérito civil: Titularidade,


Objetivo, Natureza Jurídica e Obrigatoriedade.
A titularidade do inquérito civil é exclusiva do MP. É um procedimento facultativo (não
obrigatório) que tem como objetivo angariar provas e elementos de convicção para o
exercício da ação civil pública a cargo do MP, ação coletiva ou de termo de ajustamento
de conduta, ou seja. No que tange à natureza jurídica, é um procedimento administrativo
de formalidade restrita, de caráter tendencialmente inquisitivo.

2- Qual o conceito de inquérito civil? Qual sua previsão legal no ordenamento


jurídico pátrio? O inquérito é um procedimento formal? A ausência da
formalidade gera nulidade?
Trata-se de um procedimento administrativo investigatório de caráter formal,
tendencialmente inquisitivo instaurado e presidido pelo MP.
Parte da doutrina defende a informalidade no inquérito civil, em contrapartida, outra
corrente atual cresce no sentido de ser favorável à formalização do inquérito civil, é o
posicionamento do professor. Essa formalidade tem impacto no seu caráter
predominantemente inquisitivo que começa a ceder em face da necessidade de
processualização dos procedimentos em um estado democrático de direito.
No entanto, hoje a formalidade é restrita porque tem prazos, garantias, mas se não as
cumprir a ação não será nula, já que o inquérito não é nem obrigatório.
Há previsão legal nos art. 8º, §1º da Lei 7347/85, art. 6º§, Lei nº 7853/89, arts. 223 c/c
201, V da Lei nº 8069/90, art. 26, I da Lei nº 8625/93 e também previsão constitucional
no art. 129, III da CF.
Art. 7º da Resolução 23 do CNMP.

3- Como se desenvolve o princípio da publicidade em sede de inquérito civil?


Trata-se de procedimento sigiloso?
O inquérito civil é inquisitivo, mas não é secreto. Como a vista dos autos é, muitas
vezes, proibida, afirma-se que há a mitigação do princípio da publicidade. Hugo Nigro
Mazilli entende que o inquérito se sujeita ao princípio da publicidade, salvo se: a) o MP
teve acesso a informações sigilosas que passaram a integrar os autos; b) da publicidade
puder resultar prejuízo à investigação ou ao interesse da sociedade. Também deve ser
mitigada quando puder causar dano significativo à imagem do investigado.
A publicidade da investigação no inquérito civil é disciplinada pela Res. nº 23/2007.

4- Discorra de forma breve, como funciona e qual a importância da produção


antecipada de provas (arts. 381 a 383, CPC/2015) para o microssistema do
processo coletivo?
O CPC ampliou a produção antecipada de provas, para permitir a ação probatória
autônoma em ações que não pressuponham urgência, deixando claro o seu cabimento
para o caso de a prova a ser produzida servir para a autocomposição ou outro meio
adequado de solução de conflitos ou quando o prévio conhecimento dos fatos possa
justificar ou evitar o ajuizamento da ação. O procedimento e as hipóteses de cabimento
estão previstos nos arts. 381 a 283 do CPC.
O MP utiliza dessa ferramenta mesmo podendo fazer o o inquérito Civil, já que no
inquérito as produção de provas fica limitada, o que pode atrapalhar. É uma ferramenta
também para os demais colegitimados.
5- Como ocorre o arquivamento do inquérito civil? É necessária uma
adequada fundamentação do membro do MP? Além disso, é necessária a
autorização judicial para o Parquet promover seu arquivamento?
O arquivamento é ato submetido ao controle do CSMP (art. 9º, §1º da Lei nº 7347/85).
Quando o inquérito versar sobre lesão a direito individual indisponível não há
necessidade de o órgão ministerial submeter sua decisão ao órgão superior, conforme
decidiu o CSMP de SP. Além disso, o arquivamento de peças de informação também se
submete ao controle do CSMP.
O arquivamento do processo civil ou das peças de informação deve ser remetido ao
CSMP em até 3 dias sob pena de o órgão do MP incorrer em falta greve (§ 1º do art. 9º
da Lei nº 7347/85).
Conforme dito, não é necessária autorização judicial, tão comente administrativa.
Todo arquivamento deve ser expresso e fundamentado (art. 9º, caput da Lei nº 7347/85),
e depois deve ser remetido para o CSMP que homologará ou não o arquivamento. É
possível, porém, imaginar situações de arquivamento implícito ao inquérito civil.

6- No que diz respeito às diferenças entre termo de ajustamento de conduta


judicial e extrajudicial, discorra sobre as seguintes características de cada uma das
espécies: legitimidade, estabilidade (coisa julgada), atuação do MP, impugnação.

EXTRAJUDICIAL JUDICIAL
Legitimidade – art. 5º, §6º da LAC: apenas Legitimidade mista – abarca órgãos
os órgãos públicos legitimados poderão públicos e particulares1. Abarca todos os
firmar o TAC, inclusive a Defensoria legitimados.
Pública.
Estabilidade – não faz coisa julgada Estabilidade – faz coisa julgada material,
material, podendo ser proposta uma nova nos termos do art. 103 do CDC, com todas
demanda coletiva a qualquer momento, as peculiaridades da coisa julgada do
assim como os termos do TAC podem ser processo coletivo. Ou seja, não poderá
revistos ser proposta nova demanda coletiva, a
não ser que haja prova nova.
O TAC deve ser remetido para as Câmaras Não há atuação da CCR e CSMP
de Coordenação e Revisão (federal) e
CSMP (estadual), pois se trata como um
arquivamento implícito
Atuação do MP - Havendo um Atuação do MP como fiscal da lei
colegitimado, órgão público, o MP não obrigatoriamente, sempre que não seja

1 Vê-se que a legitimidade no TAC judicial é mais ampla. Todos os legitimados podem fazer o TAC judicial.
precisa figurar como parte legitimado na ação, devendo ser intimado
para se manifestar sobre o acordo
Implicações processuais – não há efeito Suspensão do processo até o
processual, não gerando litispendência ou cumprimento do TAC. Uma vez cumprido,
coisa julgada e não impedindo que ação gera extinção do processo COM
coletiva seja ajuizada sobre a mesma julgamento de mérito (art. 487, inciso III,
matéria. b do CPC2)
Impugnação – ação coletiva ordinária. Se Possibilidade de recurso do MP como
o MP for colegitimado, recurso perante o custos legis caso não seja o legitimado,
CSMP. bem como o recurso de terceiro
interessado – art. 996, parágrafo único do
CPC3. Cabe ação anulatória (inclusive ação
popular) ou ação coletiva em caso de
provas novas

7- Quais são as implicações processuais do termo de ajustamento de conduta


judicial e extrajudicial?
No acordo judicial ocorre a extinção com consequente produção da coisa julgada
(julgamento do mérito), ou suspensão do feito até o efetivo cumprimento do ajuste. O
que não ocorre no termo extrajudicial, que não tem efeitos processuais.

8- (CESPE - MP/SE – 2010). A seguinte afirmativa é verdadeira ou falsa: “O


termo de ajustamento de conduta firmado pelo MP e por pessoa jurídica de direito
público ou privado responsável por dano ou ameaça a interesse público, para
revestir-se de eficácia executiva, dispensando ulterior processo de conhecimento,
deve ser precedido e fundamentado em inquérito civil público”. Justifique.
Falsa. Isso porque conforme o §6ª, art. 5º da Lei de ação civil pública, o termo de
ajustamento de conduta não precisa ser precedido e fundamentado em inquérito civil.

9- Discorra brevemente sobre a possibilidade ou impossibilidade de realização


de negócios processuais típicos e atípicos na improbidade administrativa. –
PROVA!

2 Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:


III - homologar:
b) a transação;
3 Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério
Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica
submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir em juízo
como substituto processual.
Admite-se a colaboração premiada e o acordo de leniência como negócios jurídicos
atípicos no processo de improbidade administrativa (art. 190 do CPC c/c o art. 4º da lei
12850/13 – lei de colaboração premiada - e com os arts. 16-17 da lei nº 12846/13).
Admite-se negociação nos processos de improbidade administrativa, sempre que isso
for possível, na respectiva ação penal, observados, sempre, por analogia, os limites de
negociação ali previstos. Admitem-se os acordos parciais, sendo considerados acordos
sobre a parcela incontroversa. Admite-se o compromisso de ajustamento de conduta em
processos de improbidade administrativa, inclusive para aplicação das sanções e para o
ressarcimento, pelo menos no âmbito do MP (§2º, art. 1º, Res. CNMP, nº 179/2017).
Caso já tenha sido ajuizada a ação de improbidade, há necessidade de homologação do
acordo pelo juízo competente (§ 4º do art. 36 da Lei nº 13140/15).

Admite-se negócios processuais na improbidade administrativa. Durante um tempo


havia uma divergência sobre isso, já que a improbidade era vista de forma estanque. A
improbidade tem caráter sancionatório que é muito parecida com a natureza penal,
apesar de ser de natureza cível.

Quando a lei de improbidade administrativa foi criada a legislação penal não admitia
transação, estabelecendo-se o mesmo parâmetro na lei de improbidade. Mas isso perdeu
objeto com a lei dos juizados criminais que passou a admitir meios alternativos de
resolução de conflitos e com a lei 12850 que permite a colaboração premiada. O que
aconteceu foi um esvaziamento normativo do art. 17, ficando sem sentido, já que uma
mesma ação poderia ser transacionado no penal e não na improbidade, e quem pode
mais pode o menos. A resolução do CNMP passou a prever isso expressamente.

O professor faz uma distinção, fala que os negócios típicos estão previstos na resolução
179 podendo negociar o cumprimento da sanção, da multa, etc. A colaboração premiada
é negócio processual atípico da improbidade, tal negócio serve é para garantir a
coerência sistêmica. O mesmo ocorre com o acordo de leniência. Se na prova tiver uma
questão sobre fraude, pode falar que o promotor pode fazer o negócio jurídico atípico.

10- É cabível dano extrapatrimonial nas ações coletivas? Há precedente do STJ


sobre o assunto?

Sim isso é previsto no art. 1º da Lei n. 7347/1985 e art. 6º, VI do CDC. Há


doutrinadores que defendem a existência do dano moral coletivo, outros, como Teori
Zavaski que defendem não ter aplicação. O STJ atualmente tem admitido amplamente a
possibilidade de configuração do dano moral coletivo. Não é preciso provar a dor, o
sofrimento ou o abalo psicológico, bastando que se prove que o dano ultrapassa os
limites do tolerável e atinge valores coletivos
11- Qual a relação entre a tutela provisória coletiva e a tutela provisória
individual? – PROVA!
Quando se tem uma ação coletiva com decisão definitiva e esta decisão beneficiar um
membro (na esfera individual) pode se fazer o transporte inutilitus para o plano
individual. Por esta lógica, por que não fazer a mesma coisa pra tutela provisória? Para
o professor, o transporte pode ocorrer também na tutela provisória, porque se terá a
mesma relação de transporte inutilibus que tem a coisa julgada, secundum evento litis.
Ou seja, se na ação coletiva tem a decisão provisória, pode transportar essa decisão para
o processo individual. E se a tutela provisória foi indeferida na ação coletiva? Não pode
ser vinculada na ação individual, porque a regra é a mesma da coisa julgada, o resultado
desfavorável não vincula.

12- Descreva, em síntese, como está estruturado o modelo de julgamento de


casos repetitivos no Código de Processo Civil, indicando o dispositivo, as espécies
de casos repetitivos e o regime de julgamento (opt in ou opt out). ÚLTIMA PROVA,
NÃO CAI.

13- Por que o julgamento de casos repetitivos pode ser considerado como uma
espécie de processo coletivo?

Porque tem por objeto a solução de uma situação jurídica coletiva - titularizada por
grupo/coletividade/comunidade.

14- Qual é o objeto dos casos repetitivos? Indique e diferencie “questão de


direito” x “direitos individuais homogêneos”.
Conforme o artigo 928, inciso II: O julgamento de casos repetitivos tem por objeto
questão de direito material ou processual. Os DIH são uma categoria de direitos
coletivos, enquanto as questões de direito não são uma categoria de direito substancial.
Não necessariamente uma demanda repetitiva será toda homogênea, por isso não
podemos confundir questão de direito com um DIH. Em casos em que o objeto dos
processos seja diverso, mas em todos eles haja uma questão de direito (material ou
processual) em discussão, então há o IRDR. Não se pode restringir o objeto do IRDR
aos DIH, podendo ser questões individuais, ou coletivas, podendo ser situações jurídicas
isomórficas (causa de pedir e pedidos semelhantes) ou situações jurídicas
completamente heterogêneas em que se tenha que resolver uma questão que se repete.
Em função disso, Sofia Temer defende que o IRDR trata de questões de direitos
materiais e processuais, e não de demandas repetitivas propriamente, então o nome do
incidente estaria equivocado, deveria ser IRQR e não IRDR

15- Os pressupostos para a instauração do Incidente de Resolução de Demandas


Repetitivas estão previstos no art. 976, incisos I e II do Código de Processo Civil.
Além desses, há algum outro pressuposto? Indique o pressuposto e fundamente
com base em doutrina.
O art. 976 traz os pressupostos da efetiva repetição das questões no processos, questão
unicamente de direito, que haja risco na isonomia e segurança jurídica. O enunciado 344
da FPPC fala da necessidade de causa pendente no tribunal para a instauração do IRDR,
no intuito de ser bem discutida e pensada. Enunciado 344: “A instauração do incidente
pressupõe a existência de processo pendente no respectivo tribunal.”

16- O julgamento de casos repetitivos realiza-se por um sistema de causa-piloto


ou de causa-modelo? Existem situações em que o procedimento será misto, causa-
piloto até determinado momento e a partir de um determinado fato causa-modelo,
explique e indique os dispositivos? Ao responder, apresente a distinção entre os
respectivos sistemas e ao menos um doutrinador que fundamente cada
corrente/linha de entendimento.
Existe uma discussão se o modelo de casos repetitivo adotou o sistema de causa piloto,
causa modelo ou sistema híbrido. O sistema de causa piloto, defendido pelo professor, é
a escolha de mais de um caso para julgar e fixar a tese (art. 1036, p. 1°), o que é usado
para o IRDR, por causa do microssistema. No sistema de causa modelo, defendido por
Sofia Temer, não se escolhe casos, apenas fixa a tese. É majoritário que o sistema de
IRDR e de REER é de causa piloto (art. **, p. 1°). O sistema misto/híbrido existe por
causa da hipótese de desistência ou abandono do processo, suponha-se que no STJ
foram interpostos vários recursos especiais que a questão de direito se repetia e foram
afetados dois casos, o réu que não não quer o julgamento dessa tese, desiste do
processo. No caso de abandono/desistência se julga a tese mesmo sem o caso piloto, e a
hipótese, então, seria de causa modelo, e não de causa piloto.
Ou seja, no Brasil, o julgamento de casos repetitivos é misto, é preferencialmente de
causa piloto, mas em caso de desistência e abandono pode ser de causa modelo. Para ter
hipótese de causa modelo, a desistência tem que ser nos dois casos pilotos, por isso nem
sempre quando houver desistência será o sistema de causa modelo.

17- A decisão judicial, como afirma Daniel Mitidiero (MITIDIERO, Daniel.


Fundamentação e precedente – dois discursos a partir da decisão judicial. Revista
de Processo, São Paulo, ano 37, v. 206, p. 61-78, abr. 2012. p. 62), desde que
fundamentada e enquanto instrumento de reconstrução da ordem jurídica, é
alicerce elementar para que a doutrina realize um duplo discurso: “um discurso
voltado para o caso concreto e um discurso voltado para a ordem jurídica”. Nesse
sentido, qual é a eficácia do julgamento dos casos repetitivos? Explique
sucintamente e indique o dispositivo legal.
O precedente se forma com a fundamentação, mas não se confunde com ela. A
fundamentação não é o precedente. A eficácia vinculativa da tese é de se aplicar aos
casos atuais. A eficácia vinculante do precedente não é sempre formar um precedente.

18- Analise o caso concreto e responda à questão ao final:


Caso concreto: Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (Petição Inicial Nº
000987891.2016.8.08.0000) instaurado no Tribunal de Justiça do Espírito Santo.
Relatório: “DECISÃO MONOCRÁTICA
A.C.T. pretende a instauração de incidente de resolução de demandas repetitivas,
aduzindo que foram recentemente ajuizadas no município de Colatina 5.500 (cinco mil
e quinhentas) ações indenizatórias em face da Samarco Mineração S∕A. Assevera que a
ruptura de barragens na cidade de Mariana, Estado das Minas Gerais, afetou
drasticamente as águas do Rio Doce, acarretando a suspensão do fornecimento de água
potável aos cidadãos colatinenses. Pontua que, em decorrência dos “diversos
transtornos” (fl. 15) causados à população, centenas de demandas indenizatórias têm
sido hodiernamente protocolizadas, motivo pela qual reputa necessário que este egrégio
Sodalício firme “posicionamento frente aos pedidos autorais”, “antes que possam existir
decisões de mérito diferentes” (fl. 03). Discorre que tem havido discrepância entre os
pronunciamentos firmados pelos juízes da 1ª e da 2ª Vara Cível de Colatina, visto que
este processa “normalmente” (fl. 05) as contendas, ao passo que aquele determina a
emenda da preambular, para que seus respectivos autores juntem prova documental de
que têm efetiva residência na cidade. Sustenta que a exigência de comprovação de
domicílio viola “a teoria da asserção ao ignorar completamente a pacífica jurisprudência
do STJ” (fl. 08), urdindo que se suspenda, incontinenti, o tramitar de todas as ações
originárias”.
Julgamento: Inadmissão do incidente de resolução de demandas repetitivas.
Detalhe importante sobre o julgamento do caso: não havia, até o momento de
instauração do IRDR, processo pendente no Tribunal de Justiça do Espírito Santo acerca
da matéria
Pergunta-se: De acordo com os elementos oferecidos pela questão acerca do caso
(relatório, julgamento e o detalhe importante), e, com base no que fora exposto em
sala de aula, há dois fundamentos para a inadmissibilidade do referido incidente
de resolução de demandas repetitivas e um ponto crítico sobre o julgamento. Quais
são esses fundamentos e o ponto crítico? Justifique sucintamente e indique o
fundamento legal e doutrinário, quando houver.
Referido IRDR teve análise de admissibilidade de forma monocrática. Ocorre que a
análise de admissibilidade e o julgamento tem que ser feita por meio de um órgão
colegiado, e isso decorre de interpretação legal 4. O IRDR não é o local adequado para
produção de prova, vez que o incidente foi instaurado em um momento muito inicial –
não havia amadurecimento da causa.

19- Um mandado de segurança coletivo, já impetrado, pode ser suspenso em


razão da instauração de incidente de resolução de demandas repetitivas que
discuta o mesmo objeto?
Pode, a suspensão se aplica aos processos individuais e coletivos, por força do art. 982,
I.

REVISÃO SOBRE IRDR – PRIMEIRA PARTE DA AULA


Julgamento de casos repetitivos

O julgamento de casos repetitivos tem dupla eficácia: a eficácia vinculativa da tese e a


eficácia vinculante do precedente. A eficácia vinculativa da tese é o discurso do caso, e
a eficácia vinculativa do precedente é o discurso do precedente. A tese do precedente se
forma e vai ser aplicada para os casos atuais. Os casos atuais são os casos que foram
suspensos pelo julgamento de casos repetitivos (no Brasil ou nos Estados). Já o

4 Art. 981. Após a distribuição, o órgão colegiado competente para julgar o incidente procederá ao seu
juízo de admissibilidade, considerando a presença dos pressupostos do art. 976.
precedente não, ele é eventual, nem sempre a tese do IRDR vai formar um precedente,
porque o precedente tem duas facetas: formal e material. O formal é o art. 927 do CPC,
aquelas decisões elencadas no 927 podem formar precedentes (IRDR e eEREER) mas
não basta estar no rol, tem que ter os requisitos, mostrar a rato decidendi, interpretação
cooperativa, colegialidade, etc.

Explicar o duplo discurso do julgamento de casos repetitivos: PRIMEIRA QUESTÃO

A tese necessariamente forma precedente? Não necessariamente, é eventual. Para que a


tese forme precedente é preciso observar os requisitos formais e materiais.

Como forma a coisa julgada? A tese não forma coisa julgada. Marinoni diz que a tese é
com os fosse uma coisa julgada erga omnes sobe o direito material, mas não foi muito
pra frente, a doutrina majoritária entende que a tese não forma coisa julgada, a coisa
julgada acontece em cada um dos casos e no caso piloto. Ou seja, a coisa julgada não é
da tese, é individual. Pode ser que o dispositivo da coisa julgada seja diferente do outro
caso, porque a tese do IRDR não necessariamente influência diretamente no dispositivo
da coisa julgada.

Existem teses que discutem questão de direito e questão prejudiciais ao mérito. Nem
sempre a tese do IRDR vai ser uma questão prejudicial para o julgamento. A tese do
IRDR nem sempre tem correlação com o dispositivo da coisa julgada, pode ser que a
tese seja de direito processual e nem de mérito, por exemplo. O IRDR e o REER servem
para questão de direito material, qualquer que seja, e de direito processual, por isso não
podemos falar que o julgamento de casos repetitivos são técnicas de direitos individuais
homogênea. O julgamento de casos repetitivos são técnicas de uniformização do direito,
material, processual, coletivo, individual etc.

p. 103 - O professor e o Fred defendem que a causa piloto preferencialmente deve ser
uma ação coletiva, já que ele a tem amplitude cognitiva, tutela integral do grupo (opt
out), etc. Se a ação coletiva não estiver no tribunal, para o professor, é fato impeditivo,
não pode ser instaurado o julgamento de casos repetitivos.

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