Resinas Epoxídicas na Construção Civil: Estudo de
Pisos Epoxídicos
Epoxy Resins in Civil Construction: Study of Epoxidic Floors
Terezinha Jocelen Masson
Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie-
UPM, São Paulo, SP, Brasil
tmasson@mackenzie.br
Luis Felipe Masson Meca
Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie-
UPM, São Paulo, SP, Brasil
luis.meca@lock.com.br
Leila Figueiredo de Miranda
Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie-
UPM, São Paulo, SP, Brasil
leila.miranda@mackenzie.br
Abstract — This study is based on the existing literature
about epoxy resins applied in Civil Engineering construction
and investigates, especially, concrete pavement revetment in
industrial areas, called high-RAD-performance revetment. It
also aims at identifying a specific epoxy pavement for
industrial areas undergoing high level mechanic aggression
with a better performance than a conventional pavement
previously used, though bearing similar usability
characteristics. Laboratory tests were performed and
analyzed and compared to the minimum performance
required by the NBR-1450 standard – and also to the
performance of commercially available, conventional
material. In the development of the specimens, two different
types of coating, classified as high-strength, using mortar
based on epoxy resin, were applied and tested for resistance
to compression, bending, abrasion and adherence.
Keywords: Epoxy resin, epoxy floors, high performance,
concrete.
I. INTRODUÇÃO
Embora o Brasil seja um dos precursores na normalização
de Revestimento de Alto Desempenho-RAD para pisos através
da NBR 14050, a norma brasileira necessitou se adequar para
cumprir o objetivo de dar garantias suficientes de que a
superfície do piso acabado oferecerá condições apropriadas
para uma operação mais moderna e exigente, em qualquer que
seja a área ou segmento de utilização do RAD2 [1].
A seleção de um piso adequado para determinada área
industrial deve observar uma série de fatores determinantes,
tais como os processos produtivos, as características dos
componentes de produção, condições e volume de tráfego,
armazenagem, transporte das matérias primas e de produtos
acabados e logística reversa.
DOI 10.14684/SHEWC.17.2017.61-65
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Antonio Hortêncio Munhoz Jr.
Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie-
UPM, São Paulo, SP, Brasil
ahmunhoz@yahoo.com
André Luiz de Lima Reda
Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie-
UPM, São Paulo, SP, Brasil; Escola de Engenharia Mauá do IMT,
São Caetano do Sul, SP
allreda@uol.com.br
Assim, as condições de utilização dos pisos industriais e os
tipos de solicitações a que estão expostos e que nele se
desenvolvem podem ser enquadradas em uma das seguintes
categorias [2]:
a) tráfego de pedestres;
b) cargas dinâmicas ou uniformemente distribuídas, compostas
por veículos convencionais, tais como caminhões, automóveis,
reboques e similares, dotados de eixos simples, duplos ou
triplos;
c) cargas dinâmicas ou uniformemente distribuídas, compostas
por veículos especiais, tais como empilhadeiras, carregadeiras,
guindastes e tratores, com transmissão de carga efetivada
através de pneumáticos infláveis ou rígidos, e pequenos
tratores com rodagem por esteiras;
d) cargas estáticas, específicas de áreas de depósito,
proveniente da estocagem de matérias primas ou produtos
acabados, abrangendo cargas concentradas, denominadas
cargas de montante ou lineares;
e) manipulação de cilindros de aço;
f) arraste de caixas metálicas; macacos hidráulicos com
pequenas rodas de ferro, suportando eventualmente, pesos
consideráveis;
g) quedas e pancadas produzidas por objetos pesados;
temperaturas baixas (câmaras frigoríficas) ou elevadas
(próximo a fornos);
h) transporte de grandes pesos com colchões de ar;
i) ataque por substâncias químicas, associados ou não a ações
abrasivas.
Além desses fatores, podem contribuir outros, não
previsíveis, tais como a ocorrência da evolução industrial e a
necessidade de ampliação ou modernização, trazendo como
conseqüência a adaptação de áreas de uso de tráfego leve para
funcionarem como áreas de solicitação mais intensa.
A resistência estrutural do pavimento de concreto (usado
como base ou suporte do revestimento) é um dos aspectos
July 09-12, 2017, Vila Real, PORTUGAL
mais importantes na elaboração do projeto de pavimento
industrial, pois a elevada resistência ao desgaste superficial
talvez seja a propriedade que confere maior durabilidade aos
pavimentos de concreto, minimizando a manutenção e
aumentando a carga permanente sobre as estruturas [3]:
Apesar de consagrado como resistente e durável, o concreto
de piso vem sendo usado como suporte mecânico e base para
camada de alguns milímetros de revestimento epoxídico, já
que o epóxi é mais resistente à abrasão ou desgaste, e também
como base para revestimento de argamassa de alta resistência,
face ao processo acentuado de deterioração causado por
solicitações diversas encontradas nestes ambientes,
contribuindo com a sustentabilidade. Essas solicitações podem
ser de ações [4]: a) Físicas; b) Químicas; c) Mecânicas.
Visando aperfeiçoar os pisos de concreto, os revestimentos
poliméricos são uma boa opção para o seu desenvolvimento.
O crescente uso da resina epoxídica na construção civil,
destaca que pisos industriais do tipo monolítico, preparados
com epóxi, podem ser até cinco vezes mais resistentes em
relação ao concreto, além da redução do tempo de liberação do
piso, pois, por exemplo, uma área de mil metros quadrados,
pode ser liberada em três dias e, ainda, apresentar as
propriedades específicas como anti-estática e antiderrapante.
A versatilidade das resinas epoxídicas as recomenda para
revestimentos anti-corrosivos de tanques, canaletas e diques
de contenção e diferentes tanques industriais, na formulação
de tintas especiais para concreto e estruturas metálicas, na
colagem de chapas para reforço para aumento da capacidade
de cargas das estruturas e até na recuperação estrutural [5].
Este trabalho apresenta características de performance de
revestimentos de alto desempenho (RAD) à base de resina
epoxídica e agregados minerais quanto à abrasão e condições
de exposição, por análise comparativa entre as propriedades
mecânicas do piso de alto desempenho à base de resina epóxi
e do piso tradicional, verificando possíveis fatores capazes de
explicar similaridades ou diferenciações encontradas quando
comparadas com o que exige a norma NBR 14050 quanto à
sua eficácia como revestimento de alta resistência para piso.
Uma caracterização melhor dos pisos de alto desempenho
se faz necessária principalmente em aplicações de pisos
industriais, nos quais a resistência à abrasão e a resistência
química são fatores predominantes na escolha do material do
piso. Por ensaios experimentais, foram comparativamente
analisados quanto ao desempenho mínimo exigido pela norma
técnica NBR-14.050 e com os disponíveis comercialmente. No
desenvolvimento dos corpos de prova, aplicaram-se dois tipos
de revestimento distintos, classificados como de alta
resistência, desenvolvidos com argamassa à base de resina
epoxídica.
Para a caracterização dos pisos epoxídicos, foram
realizados os ensaios de resistência à compressão, resistência à
flexão, resistência à tração, abrasão e aderência. Os ensaios
foram realizados, no mínimo, sete dias após o endurecimento
dos revestimentos.
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II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A. Concreto
De forma geral, o concreto pode ser considerado um
produto compósito de maior utilização na construção civil, a
ser preparado na obra ou industrialmente, por meio de uma
mistura íntima dos seguintes materiais: aglomerante, agregado
miúdo, agregado graúdo, água e aditivos. Seu comportamento
e a sua versatilidade quanto às variedades e estilos
arquitetônicos, bem como a melhoria de seu desempenho em
termos de baixo custo, tiveram um avanço significativo com o
surgimento do cimento Portland. Esse aglomerante mais os
agregados são os principais ingredientes para a execução do
concreto.
As propriedades do concreto, no estado fresco ou no
estado endurecido, apresentam comportamento complexo,
devido à influência de vários fatores internos da mistura, tais
como características e proporções adequadas dos materiais, e
fatores externos, tais como condições de exposição e de
utilização.
B. Concreto de Alto Desempenho
Os concretos de alto desempenho, também designados
como concretos de alta densidade, são uma evolução dos
concretos tradicionais.
Estes concretos, antes denominados concretos de alta
resistência ou de alta durabilidade, podem ser aplicados com
vantagens sobre o concreto convencional em praticamente
todos os segmentos da construção civil, embora em outros
concretos o módulo de elasticidade seja a característica
procurada. O conceito “concreto de alto desempenho” abrange
um espectro bastante amplo de propriedades otimizadas que o
concreto deve possuir e que influenciam diretamente o
comportamento e a durabilidade das estruturas, pisos e
pavimentos executados com este material. Entre elas, citam-
se: elevada resistência à compressão axial; elevada resistência
à tração na flexão; elevado módulo de deformação; alta
abrasão; baixa permeabilidade à água [6].
C. Resinas Epoxídicas
Resinas Epoxídicas são polímeros termofixos obtidos a
partir de líquidos viscosos ou sólidos quebradiços, cujas
reações com uma variedade de agentes de cura proporcionam
a sua conversão em polímeros duradouros com ligações
cruzadas [7]. Contam com excelente resistência mecânica,
boas propriedades elétricas, aderência, dureza extrema, baixo
encolhimento durante a cura, excelente resistência térmica e
química e propriedades adesivas e elétricas. Não contêm
grupos reativos ao calor, o que permitiria conversões em altos
polímeros infusíveis. Ao invés disto, para efetuar a
polimerização necessitam de resinas modificadoras, agentes de
polimerização e catalisadores.
D. Concreto com Polímero
A incorporação de componentes poliméricos na mistura de
concreto tem como finalidade a melhoria das características e
propriedades do concreto convencional e, entre elas, citam-se:
durabilidade, resistência à flexão e resistência à compressão e
ao traço, entre outras [8]. Os concretos contendo polímeros
podem ser classificados como: a) Concreto de polímero (CP),
que é formado pela polimerização de uma mistura de
monômero e agregado, não contendo outro material
aglomerante; b) Concreto modificado com látex (CML),
também conhecido como concreto de polímero de cimento
Portland (CPCP); c) Concreto impregnado com polímero
(CIP), produzido pela impregnação ou infiltração em um
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concreto endurecido de cimento Portland por um monômero e
posterior polimerização do monômero in loco.
A incorporação de componentes poliméricos na mistura de
concreto tem como finalidade a melhoria das características e
propriedades do concreto convencional e, entre elas, citam-se:
durabilidade, resistência à flexão, resistência à compressão e
ao traço, entre outras.
Neste contexto, como são mais duráveis, contribuem com
a preservação do meio ambiente em termos de geração de
resíduos sólidos.
E. Resinas Epoxídicas para Pisos
Além dos revestimentos tradicionais para pisos, também
são utilizados aqueles que possuem como base os seguintes
polímeros: epóxi, poliuretano, acrílico, vinil-éster e poliéster –
conhecidos como “resinas epoxídicas”. Os pisos epoxídicos e
os uretânicos destacam-se devido à versatilidade de ambos. A
vantagem de se utilizar a matriz de epóxi deve-se à sua
versatilidade como um polímero termorrígido.
Resinas epóxi têm alta rigidez dielétrica, alta dureza,
excelente aderência, alta resistência química e podem ser
aplicadas à temperatura ambiente ou curadas em estufa. São
bastante versáteis, apresentando boa fluidez antes da cura e
permitindo fácil processamento à temperatura ambiente [9].
Após sua aplicação e cura, não sofrem grande retração, o
que permite reproduzir com maior fidelidade a geometria do
molde e as torna extremamente resistentes e impermeáveis,
ficando os componentes encapsulados totalmente invioláveis.
A evolução dos revestimentos de epóxi está bastante vinculada
ao desenvolvimento tecnológico dos agentes de cura.
Mais importantes ainda são as superiores propriedades
físicas e químicas associadas a vários agentes que abrem o anel
epóxi e as diferentes condições de cura, tempo e temperatura e
percentuais relativos da razão resina/endurecedor.
Os materiais à base da resina epóxi conferem aos pisos
industriais uma diferenciada performance na proteção da
superfície de concreto, como no caso de cortes ou riscos
provocados por rodas de ferro e arraste de pallets, queda de
materiais ou produtos pesados e outras agressões. Podem ter
maior grau de deterioração, quando associados com ataques
químicos, que vão desde o tipo de limpeza com detergentes
superconcentrados até o derrame de substâncias altamente
corrosivas.
F. Revestimento de Alto Desempenho
A norma técnica NBR 14050-1998 define como sistemas
de revestimentos de alto desempenho (RAD) os pisos à base
de resinas epoxídicas e agregados minerais – projeto,
execução e avaliação do desempenho-procedimento – como
sendo um revestimento de superfície constituído por produto
composto basicamente de aglutinantes à base de resinas
epoxídicas, com ou sem solvente, endurecedores e agregados
minerais.
A função dos RAD é proteger substratos de concreto ou
metálico, resultando em acabamento final resistente aos
ataques químicos e às solicitações físicas. A seleção dos pisos
ou revestimento epóxi é realizada em função das necessidades
e requisitos desejados, visando atender ao desempenho
mínimo normalizado.
Geralmente utilizados principalmente em bases de
concreto, são formulados de modo a fornecer características
funcionais e decorativas exigidas. Por suas propriedades de
não-porosidade, além de protegerem a base, permitem obter
excelentes resultados em termos de resistências química e
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mecânica, de durabilidade e de aderência, aliados a um
satisfatório desempenho custo-eficiência [10].
III. MATERIAIS E MÉTODOS
A. Materiais
Para propiciar uma adequada aderência entre o substrato
de concreto e os sistemas de pisos epoxídicos, foi escolhido o
Primer CHEMI – COT PR 200, que confere excelente adesão
substrato-piso epoxídico, sendo isento de solventes, possuindo
a flexibilidade necessária para acomodar-se à expansão e à
contração da superfície. O agente de cura utilizado na
formulação do Primer aumenta a resistência à umidade e ao
ataque químico.
Foram escolhidos dois sistemas comerciais de
revestimentos de alto de desempenho (RAD), a saber: à base
de resinas epoxídicas e agregados minerais. No presente caso,
foram utilizados P: Concreto puro (28 dias); P1: Concreto/
Epóxi-Chemi Top 300, e P2: Concreto/Epóxi-Chemi Top 700
Os produtos denominados Chemi Top 300 e Chemi Top
700 são fabricados pela Tecnopox Pisos e Revestimentos
Industriais e designados como argamassa epóxi de alta
resistência para pisos industriais ou reparos em concreto,
indicados para áreas cobertas ou descobertas. São
recomendados para áreas industriais onde existam altas
solicitações mecânicas ou ataque de produtos químicos
diversos. Os dois produtos são sistemas do tipo tricomponentes
de resinas epoxídicas, apresentando altas resistências
mecânica e química, com acabamento antiderrapante.
São também utilizados para reparos no concreto em locais
críticos onde são necessárias altas resistências mecânica e
química. Os dois produtos podem receber pintura lisa ou
antiderrapante.
O tipo de veículo dos dois produtos, identificado como
componente A, tem como base resinas epóxi Araldite*, da
Ciba-Geigy.
B. Métodos
Para a caracterização dos pisos epoxídicos, foram
realizados os ensaios de: resistência à compressão; resistência
à flexão, resistência à tração, abrasão e aderência. Esses
ensaios foram realizados, no mínimo, sete dias após o
endurecimento dos revestimentos.
C. Aplicação de Revestimento Epoxídico de Alto Desempenho:
a) Sobre a superfície preparada, curada, seca e após
jateamento brando de areia, foi aplicada uma demão a rolo do
Primer Chemi-Cote PR 200, cuja função é promover perfeita
aderência entre o substrato e o piso epoxídico aplicado a seguir.
b) Na preparação do Primer Chemi-Cote PR 200, após a
homogeneização isolada do componente A (PR 200 A - resina)
e do componente B (PR 200 B – catalizador), o conteúdo do
componente B foi despejado na embalagem do componente A.
c) A seguir, misturou-se vigorosamente até homogeneização
perfeita, permitindo aplicação adequada de demão a rolo.
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os critérios dos ensaios para caracterizar o Chemi Top 300
e o Chemi Top 700 como pisos epoxídicos comerciais foram:
a) Preparação dos substratos e aplicação dos revestimentos de
alto desempenho adotando os procedimentos recomendados
pelas normas de ensaio e pelos fabricantes de resina epóxi e de
pisos epoxídicos;
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b) Seleção dos ensaios mais significativos para a comparação
do desempenho dos pisos epoxídicos; Resistência à Flexão
c) Verificação da disponibilidade de execução de cada ensaio,
conforme as normas ASTM. 35
30

Resistência à
Flexão (MPa)
25 P
A. Ensaio de Compressão 20 P1
15
Os ensaios de resistência à compressão pela norma ASTM 10
P2

C-729 para os pisos estudados (5 medidas) resultaram os 5

0
valores médios vistos, na Tabela I, com seus desvios padrão. P P1 P2
Tipos de Formulações
TABELA I. VALORES MÉDIOS RESULTANTES - RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO
Concreto Puro Concreto/Epóxi Fig. 2. Comparação: Valores Médios - Resistência à Flexão
Ensaios P (28 dias) P2 Chemi Top 300 P2 Chemi Top 700
Média ±
Desvio (48,5 ± 1,8) MPa (71,1±1,9) MPa (103,1 ±2,2) MPa A partir da Tabela II e do Gráfico 2, observou-se que:
a) O valor médio da resistência à flexão do piso P1 é
O gráfico da Figura 1 compara os valores médios obtidos aproximadamente 48% superior ao do piso P;
para a resistência à compressão dos pisos epoxídicos. b) O valor médio da resistência à flexão do piso P2 é
aproximadamente 78% superior ao do piso P;
c) O valor médio da resistência à flexão do piso P3 é
Resistência à Compressão
aproximadamente 20% superior ao do piso P2.
120
C. Ensaio de Tração
Compressão (MPa)

100
Resistência à

P
80 P1 Nos ensaios de tração realizados pela norma ASTM C-307,
60 P2
foram obtidos os valores médios da resistência à tração
40

20
mostrados na Tabela III, juntamente com seus desvios padrão.
P P1 P2
Tipos de Formulações TABELA III. VALORES MÉDIOS RESULTANTES - RESISTÊNCIA À TRAÇÃO
P Concreto/Epóxi
Fig. 1. Comparação: Valores Médios - Resistência à Compressão
Ensaios Concreto puro P1 P2
Observam-se resultados satisfatórios de resistência e (28 dias) Chemi Top 300 Chemi Top 700
compressão, com desempenho acima do mínimo previsto pela Média ±
Desvio (5,8 ± 0,9) MPa (14,2 ± 0,9) MPa (15 ± 2) MPa
norma ABNT NBR 14050, que é de 45 MPa.
A partir da Tabela I e da Figura 1, observou-se que: O gráfico da Figura 3 compara esses valores médios
a) O valor médio da resistência à compressão do piso P1 é obtidos para a resistência à tração dos pisos epoxídicos. Nele
aproximadamente 48% superior ao do piso P; se observa resultados satisfatórios, acima dos pisos de
b) O valor médio da resistência à compressão do piso P2 é
aproximadamente 112% superior ao do piso P; referência, com desempenho acima do mínimo pela norma
c) O valor médio da resistência à compressão do piso P2 é ABNT NBR 14050, que é de 6,5 MPa.
aproximadamente 45% superior ao do piso P. A partir da Tabela III e do Gráfico 3, observou-se que:
B. Ensaio de Flexão a) O valor médio da resistência à tração do piso P1 é
Nos ensaios de flexão realizados pela norma ASTM C- aproximadamente 145% superior ao do piso P;
580, foram obtidos os valores médios mostrados na Tabela II b) O valor médio da resistência à tração do piso P2 é
para os pisos aplicados, juntamente com seus desvios padrão. aproximadamente 160% superior ao do piso P;
Observou-se que os resultados de resistência à flexão c) O valor médio da resistência à tração do piso P3 é
foram satisfatórios e superiores aos pisos de referência e aproximadamente 6,3% superior ao do piso P2.
apresentaram um desempenho acima do mínimo previsto pela
norma ABNT NBR 14050, que é da ordem de 20 MPa.
Resistência à Tração
TABELA II. VALORES MÉDIOS RESULTANTES - RESISTÊNCIA À FLEXÃO
Concreto Puro Concreto/Epóxi 16
14
Ensaios P (28 dias) P1 Chemi Top 300 P2 Chemi Top 700
Resistência à

12
Tração (MPa)

P
Média ± 10
Desvio (17,0± 1,0) MPa (25,2 ± 1,4) MPa (30,3 ± 2,3) MPa 8
P1
6 P2
4
O gráfico da Figura 2 compara esses valores médios 2
0
obtidos para a resistência à flexão dos pisos epoxídicos. P P1 P2
Tipos de Formulações

Fig. 3. Comparação: Valores Médios da Resistência à Tração.

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D. Ensaio de Abrasão
Resistência à Aderência
O ensaio de abrasão da norma ASTM D-4060, equivalente
à norma ABNT NBR 14050, mede abrasão após 1000 ciclos. 3
A Tabela IV apresenta os valores médios resultantes para os 2,5

Aderência (MPa)
Resistência à
P
pisos aplicados, acompanhados por seus desvios padrão. Com 2
P1
eles se elaborou o gráfico comparativo da Figura 4. Foram 1,5
P2
1
satisfatórios e inferiores aos pisos de referência, apresentando 0,5
desempenho excelente comparando-se ao máximo permitido 0
pela norma ABNT NBR 14050, que é de 2,20 mm. P P1 P2
Tipos de Formulações
TABELA IV. VALORES MÉDIOS RESULTANTES - DESGASTE À ABRASÃO
P Concreto/Epóxi Fig. 5. Comparação: Valores Médios da Resistência ao Arrancamento
Concreto puro P1 P2
Ensaios (28 dias) Chemi Top 300 Chemi Top 700
Média ±
V. CONCLUSÃO
(0,22±0,04) MPa (0,31 ± 0,03) MPa (0,24 ± 0,02) MPa
Desvio De acordo com os ensaios realizados, observou-se que:
a) Para ambos os sistemas, os resultados dos ensaios de
Desgaste à Abrasão
resistência à compressão, à flexão e à tração permaneceram
0,35
dentro dos padrões médios exigidos para produtos similares.
0,3 b) O comportamento quanto à aderência dos sistemas de pisos
Abrasão (mm)

0,25 P
P1 e P2 foi considerado extremamente satisfatório;
Desgaste à

0,2
0,15
0,1
0,05
0 O sistema de revestimento de alto desempenho epoxídico
P P1 P2
Tipos de Formulações
Fig. 4. Comparação: Valores Médios de Desgaste à Abrasão
A partir da Tabela IV e da Figura 4, observou-se que:
a) O valor médio do desgaste à abrasão do piso P1 é
aproximadamente 41% superior ao do piso P;
b) O valor médio do desgaste à abrasão do piso P2 é
aproximadamente 10% inferior ao do piso P;
c) O valor médio do desgaste à abrasão do piso P3 é
aproximadamente 25% inferior ao do piso P2.
E. Ensaio de Aderência – Resistência ao Arrancamento
A Tabela V mostra os resultados dos ensaios de aderência
pela norma ABNT NBR 14050, com valores médios de
resistência ao arrancamento juntamente a seus desvios padrão.
O gráfico da Figura 5 compara entre si os valores médios
obtidos de resistência ao arrancamento, satisfatórios e acima
dos pisos de referência, com excelente desempenho frente ao
mínimo previsto pela norma ABNT NBR 14050, de 2,5 MPa.
P1
P2 c) Os resultados dos ensaios de abrasão dos pisos foram
satisfatórios.
P2 mostrou-se mais eficiente com relação às suas propriedades
quando comparado ao sistema de revestimento de alto
desempenho epoxídico P1, consequentemente contribuindo
com a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente.
REFERENCIAS
[1] OLIVEIRA, P.S.F. Uma revisão à questão da abrasão de Revestimento
de Alto Desempenho (RAD). Revista Techne, ano 1, n.1, 2001.
[2] GASPARETO, W.E.; RODRIGUES, P.P.F.; BOTACINI, S.M. Manual
Guerdau de Pisos Industriais. São Paulo: Pini Ltda, 2006.
[3] SANCHES, J.G.B.; FORTES, R.M.; ZUPPOLINI NETO, A.;
ASSUMPÇÃO, S.M. High Performance Concrete for Pavement. In:
Second International Symposium on Maintrenance and Rehabilitation of
Pavements and Technological Control, Auburn, Alabama, USA, 2001.
[4] AGNESINI, M.V.C. Mechanical properties of polymer modified
lightweight aggregate concrete. Cement and Concrete Research, v.32,
n.3, p. 329-34, 2002.
[5] OLIVEIRA, A.; BECKER, C.M.; AMICO, S.C. Evaluation of the
characteristics of an epoxy resin with different degassing agents. In:
Polímeros (São Carlos): ciência e tecnologia. v.25, n.2, p.186-91, 2015.
[6] SEITENFUSS, A.B.; LIMA, M.S.; SILVA, A.W. Estudo da Dosagem
de Concreto de Alto Desempenho. In: 21º CBECIMAT-Congresso Bras.
de Engenharia e Ciência dos Materiais, Cuiabá, MT, Brasil, 2014.

A partir da Tabela V e do Gráfico 5, observou-se que: [7] MASSON, T.J. Compósitos particulados sobre matrizes poliméricas,
Dissertação (mestrado), Univ.Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 1995.
a) O valor médio da resistência à tração do piso P1 é
[8] PALHARES, R.A.; BRASIL, L.H.; COSTA, A.G. Tecnologia do
aproximadamente 5% superior ao do piso P; concreto contendo polímeros. In: Congr. Técn. Científico da Engenharia
b) O valor médio da resistência à tração do piso P2 é e da Agronomia–CONTECC’2015, Fortaleza, CE, Brasil, 2015.
aproximadamente 13% superior ao do piso P; [9] RUFO, M.; MATTAR, F. A evolução dos agentes de cura para resinas
c) O valor médio da resistência à tração do piso P3 é epóxi. Revista Pisos Industriais, Ano 1, n.2. 2004.
aproximadamente 7,4% superior ao do piso P2. [10] ROSSIGNOLO, J.A.; AGNESINI, M.V.C.. Durability of polymer-
TABELA V. VALORES MÉDIOS RESULTANTES - DESGASTE A ARRANCAMENTO modified lightweight aggregate concrete. Cement and concrete
composites, v.26, p.375-80.
P Concreto/Epóxi
Ensaios Concreto puro P1 P2
(28 dias) Chemi Top 300 Chemi Top 700
Média ±
(2,5 ± 0,1) MPa (2,6 ± 0,3) MPa (0,824 ± 0,1) MPa
Desvio

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