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Portal Cronópios - Literatura Contemporânea Brasileira Página 1 de 3

Pesquisa Pipol & Paulo


Se é na magia e no trabalho que reside
a poesia, é na magia, no trabalho e na
paciência que perdura o anonimato de
muitos bons poetas... Bom saber que
    sob nossos narizes escondia-se um
Brinquedos de Palavras 9/2/2010 01:56:00
por Paulo Sposati Ortiz bom poeta disciplinado e paciente, rs.

Ler o corpo, o vinho Meus parabéns, Pipol e Paulo.


(postado por Aqueiva em 11/11/2010)

Pipol!
O editor virtual mais VIVO desse
mundo. E agora, poeta reconhecido.
O judeu e o Gênesis na
Por Artur de Vargas Giorgi Com livro virtual, é claro.
Amazônia edênica de Milton
(postado por eliana pougy em
Hatoum
11/11/2010)
por Lucius de Mello  
Este texto é um exercício de leitura do corpo, passando pelo vinho, Roland
Barthes e Jean-Luc Nancy Pipol & Quintana & Ortiz
Cara! Descobrir Pipol que descobriu
Ortiz que descobriu Pipol-poeta que fez
Ortiz-ensaísta, e lá no quintal o
        O corpo está inserido na contemporaneidade como ponto crucial – e a Quintana no jogo de amarelinha.
A arte do desvio Bonito ver que o trabalho coletivo
por Alberto Pucheu ênfase no adjetivo não é gratuita. Crucial, cruciforme, em forma de cruz: ganha força, que os casulos agasalham
imagem ao mesmo tempo terminante e movente, decisiva e ambígua: nela vazios.
(postado por carlos pessoa rosa em
convergem, simultaneamente, a crucificação e a encruzilhada, isto é, a 11/11/2010)
violência e a abertura para novas possibilidades – e que entre essas
possibilidades esteja a de o corpo ser aquilo que tão somente é capaz de
Que o Pipoca Estoure! Com
Celine - Joubert e a ferida lançar alguma deriva. agradecimentos
aberta da escrita         Ponto crucial, corpo é isto que sofre as imposições da vida politizada e Agradeço a todos os comentários,
por Nilson Oliveira desde Nicodemos a Ana Guimarães,
policiada; assim como é o lugar onde acontecem os movimentos involuntários Carlos Emilio Barreto e NiLson Oliveira,
são muito generosos! Tudo culpa do
dos órgãos, as mudanças de humor e as secreções, as ideias descabidas e as
Pipol, e em todos os sentidos: nos
emoções, a desmedida do gozo e a noite do sono, seus sonhos. Com outras conhecemos num evento e, depois de
um ano, eu e meu grupo de poesia
palavras, em alongamento: entre a crucificação e a encruzilhada, corpo é o criamos coragem em mandar uns
que deve ter uma identidade-padrão, para responder ao Estado e às suas leis, poemas para esse portal, quando
A Lista de Botas de Jack começamos a conversar, e perguntei
Nickolson ao mercado e às suas mercadorias (se o corpo mesmo é uma delas), ao algumas coisas, ao descobrir que ele
por Homero Gomes também escrevia, e escrevia muito
sujeito e à sua própria razão (se o corpo é submisso à “mente”, ao
bem. Do elogio partimos para a
“intelecto”); assim como é o que necessariamente escapa, não se submete,
indomesticável em seus fluxos obscuros e sem projeto, em suas passagens
inacessíveis tanto para as instituições quanto para o indivíduo que – com
pretensões de inteireza, propriedade ou controle, mas inutilmente – diz: “eu”.
O outro lado de Alfred Kubin
por Maria Aparecida Barbosa
        Ler o corpo é então um exercício que implica risco e desfazimento,
exercício por isso necessário. E para escapar à violência e abrir alguma
possibilidade, uma vida possível, os “instrumentos” de leitura e pensamento
do corpo devem ser propícios às contingências, aos caminhos que se perdem,
às mudanças de rumo, aos sentidos que se estendem no mundo, por diversas
Vício-virtude na fala
vias, e aproximam o corpo da sua distância mesma: o corpo em sua diferença
por Omar Khouri de si; diferença constantemente refeita, enquanto ele, corpo, muda, enquanto
deriva e passa.
        “Seria a bebida um bom instrumento de leitura (instrumento que
buscasse uma verdade do corpo)?”. Leio a pergunta em Roland Barthes por
Roland Barthes. E o texto segue: “Bebidas que a gente bebe a vida inteira
sem gostar: o chá, o uísque. Bebidas-horas, bebidas-efeitos e não bebidas-
O tempo em que poetas
eram levados a sério (sobre sabores. Busca de uma bebida ideal: que fosse rica em metonímias de toda
a poesia e a ensaística de
Jaa Torrano)

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por Claudio Willer


espécie”.
        Nesse sentido, poderia dizer: a bebida ideal, “instrumento” de leitura do
corpo, deve ser rica em sabores e deslocamentos de toda espécie.
Deslocamentos pelas dobras e redobras da bebida encorpada, do corpo
Retraços do poeta de embebido. É o que me sugere Jean-Luc Nancy em 58 indicios sobre el cuerpo,
quando nem em Marte nem
em Terra
no indício 37, a respeito do vinho: “‘Este vinho tem corpo’: introduz na boca
por Marco Aqueiva uma espessura, uma consistência que se soma ao sabor; se deixa tocar,
acariciar e arrastar pela língua, entre as bochechas e contra o paladar. Não se
contentará em deslizar-se no estômago, deixará a boca tapizada com uma
película, com uma fina membrana ou com um sedimento do seu gosto e do
seu tom. Poderia ser dito: ‘este corpo tem vinho’: sobe à cabeça, libera
A construção biográfica: a vapores que cativam e letargiam o espírito, excita, incita a tocá-lo para
ilusão da reposição de vidas
pela narrativa eletrizar-se ao seu contato”.
por Mozahir Salomão Bruck         O vinho talvez se introduza como bebida ideal por ter esse corpo de
singular consistência; ele se deixa, no espaço da diferença entre o seu corpo
e o do outro, e nesse espaço comum ele move contato: toca, é tocado, e o
corpo transborda em si, seus sentidos, e sem saber, já eletrizado.
        De certa forma, também parece ser essa a experiência de Barthes, que
Andara: viagem ao lugar da continua: “O gosto pelo bom vinho [...] é inseparável da comida. Beber vinho
reminiscência narrativa
por Karina Jucá é comer. Sob pretextos dietéticos, o dono do T. me dá a regra desse
simbolismo: quando se bebe um copo de vinho antes que a refeição seja
servida, ele acha que se deve acompanhá-lo com um pouco de pão: que um
contraponto, que uma concomitância seja criada; a civilização começa com a
duplicidade (a superdeterminação): o bom vinho não é aquele cujo sabor se
Poeta dos lamentos desprega, se desdobra, de modo que o gole terminado não tenha mais
solidários
por Hélio Pólvora
exatamente o mesmo gosto que o gole começado? No trago do bom vinho,
como na tomada de texto, há uma torção, um escalonamento de graus: ele se
arrepia, como uma cabeleira”.
        Vinho, “instrumento” que busca a verdade do corpo: em seus
contrastes, entre uma coisa e outra, um corpo e outro, o que se desprega. O
que muda no corpo e como corpo: a materialidade e o peso, ainda em outro
deslocamento: para além da forma orgânica e fechada disso que
Arquivo normalmente se opõe à alma, para além do vinho encorpado, corpo passa a
ser, em abertura, um poema, uma imagem, um texto, esta coisa que pode
ser torcida, e na torção se expõe, esta coisa que, enfim, é a própria ex-
posição: corpo que vem fora de si, separado porque sempre junto a outro, em
 
direção a outro – movimento que pode ser chamado arrepio.
        Materialidade e peso, corpo é o que afeta, afetado. É o que desvia,
desvia-se, é o que escapa. E então é sempre outro, com e contra outro, corpo
transformado que dura, finito, a duração da concomitância, sua passagem.
        A inteireza do corpo é assim constantemente atravessada. Ou,
incisivamente: corpo é o atravessamento mesmo. Por isso violenta é toda
leitura unívoca, violento é todo significado último, todo consenso. As
oposições que estancam os movimentos e impõem o certo ou o errado, o bom
ou o ruim, o dentro ou o fora: estas são as leituras-horas, as leituras-efeitos e
não as leituras-sabores – que lidam com intensidades, com afetos; são as
avaliações da boa ou da má literatura, por exemplo, marcadas em limites
infranqueáveis por instituições, cânones, antologias, etc.; são as políticas de
fronteira.
        De modo que arrisco (na verdade ecoo, relanço), enviesada, a pergunta
que me cabe: sem cabimento, onde termina (ou começa) meu corpo? E o
seu? E este texto, agora, toca seu corpo de alguma maneira? Ou passa
aborrecido, talvez indiferente? Neste caso, contudo, não há ainda um contato
entre nós, o espaço comum e intenso da diferença? Algo vem deslocado, sem
dúvida, desde o começo: é este corpo que me sobe à cabeça.

Artur de Vargas Giorgi é paulistano, nascido em 1979. Reside em Florianópolis desde 2002. É
graduado em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda (UNAERP - SP). Licenciado em Letras -
Língua Portuguesa e Literatura (UFSC). Mestrando em Teoria Literária pelo curso de Pós-Graduação em
Literatura da UFSC. Bolsista do CNPq. Tem experiência em redação publicitária e revisão. Desenvolve
trabalhos dedicados sobretudo à literatura. E peleja com poemas, ainda inéditos. E-mail:
artur.vg@hotmail.com  
Vargas
por Pedro Stiehl
 

Outras publicações de Artur de Vargas Giorgi no Cronópios.

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