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Conversão Eletromecânica de Energia

1. INTRODUÇÃO AOS
PRINCÍPIOS DE
MÁQUINAS ELÉTRICAS,
MAGNETISMO E
ELTROMAGNETISMO

Engenharia Elétrica e Engenharia de Computação


Conversão Eletromecânica de Energia

Objetivos:

 Compreender os fundamentos de mecânica rotacional: velocidade angular,


aceleração angular e a lei de Newton para rotação.
 Aprender como produzir campo magnético.
 Compreender circuitos magnéticos, comportamento de materiais
ferromagnéticos e histerese.
 Compreender a lei de Faraday.
 Compreender os efeitos de se trabalhar com corrente alternada.
 Conhecer as propriedades de ímãs permanentes e sua utilização em
circuitos magnéticos.

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1. Máquinas Elétricas e transformadores na vida diária:

Uma máquina elétrica é um dispositivo que pode converter energia elétrica em


energia mecânica, ou vice-versa.
 Conversão de energia mecânica em elétrica → gerador.
 Conversão de energia elétrica em mecânica → motor.
 Qualquer máquina elétrica é capaz de realizar a conversão em ambos os
sentidos.
 A conversão de energia se dá através do meio magnético.

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Transformador:

É um dispositivo eletromagnético que apresenta relação próxima com as máquinas


elétricas.
 Converte energia elétrica CA em um determinado nível de tensão para energia
elétrica CA em outro nível de tensão.
 Funcionam com base nos mesmos princípios das máquinas elétricas.
 Dependem do meio magnético para realizar a conversão do nível de tensão.

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Onde estão presentes:


 Estes dispositivos estão presentes nos lares equipando diversos aparelhos
eletrodomésticos.
 Na indústria para produzirem força motriz.
 Todos eles dependem do meio magnético para realizar a conversão do nível de
tensão.

2. Relações entre movimento rotacional, lei de Newton e potência:

Praticamente todas as máquinas elétricas giram em torno de um eixo.


 Em geral, um vetor tridimensional é necessário para descrever a rotação de um
objeto no espaço.
 Normalmente as máquinas elétricas giram em torno de um eixo fixo, de forma
que o movimento fica restrito a uma dimensão angular.
 Direção de rotação: sentido horário ou anti-horário.
 Ângulo de rotação no sentido anti-horário é considerado positivo.

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Conversão Eletromecânica de Energia I

Posição angular θ:
A posição angular θ de um determinado objeto representa o ângulo no qual
ele está orientado, medido a partir de um ponto de referência.

 É medido em graus ou radianos e corresponde a um conceito linear de


distância ao longo de uma linha.

Velocidade angular ω:
Velocidade angular ou simplesmente velocidade representa a taxa de variação da
posição angular θ em relação ao tempo.

d
 (1)
dt
Se a unidade do ângulo de posição for em radianos, a unidade de velocidade
angular será radianos/segundo (rad/s).
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Conversão Eletromecânica de Energia I

Normalmente a velocidade angular é expressa em rotações por minuto – rpm. É


comum utilizar um sub-índice “m” para designar grandezas mecânicas.

Serão utilizados os seguintes símbolos:


ωm velocidade angular expressa em rad/s
nm velocidade angular expressa em rpm.

As grandezas se relacionam entre si de acordo com a expressão:


60
nm  m (2)
2
Aceleração angular α :
Aceleração angular representa a taxa de variação da velocidade em relação ao
tempo. Sua unidade será rad/s2.
d
 (3)
dt
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Torque ou conjugadoτ :

No movimento linear, a força aplicada sobre um objeto provoca variação em


sua velocidade. Na ausência de força resultante, sua velocidade será constante.
Quanto maior a força aplicada, maior sua variação de velocidade.

No caso de movimento rotacional, a velocidade de um objeto será constante a


menos que um torque esteja presente. Quanto maior o torque maior a
variação da velocidade do objeto.

 Torque ou conjugado sobre um objeto é definido como sendo o produto da


força aplicada ao objeto pela menor distância entre a linha de ação da força
e o eixo de rotação deste objeto.

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  ( forçaaplicada) (distância perpendicular )


  ( F ) ) (r sen )
  rF sen (4)

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Lei de Newton da rotação:


Para objetos que se movem em linha reta, a lei de Newton descreve que a
relação entre a força aplicada ao objeto e sua aceleração resultante , dada pela
equação a seguir.
F  ma (5)
Onde:
F = força resultante aplicada ao objeto, em N.
m = massa d objeto, em Kg.
a = aceleração resultante, em m/s2.
De forma semelhante, para movimento angular, a lei de Newton para rotação
descreve que:
T  J (6)
Onde:
T = torque ou conjugado em Newton-metro (Nm).
J = momento de inércia em Kg.m2.
α = aceleração angular em rad/s2.
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Trabalho W:
Para movimento linear, Trabalho é definido como a força através de uma
distância, assumindo-se que a força é colinear com o sentido do movimento.
Sua unidade é o Joule, e pode ser representado por:

W   F dr (7 )
No caso particular em que a força é constante, a equação (7) pode ser
representada por:

W Fr (8)
Para movimento rotacional, trabalho é a aplicação de um conjugado através de
um determinado ângulo, sendo, portanto, representado por:

W   T d (9)

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Se o torque for constante, a expressão (9) se torna:

W T (10)
Potência P:
É definida como a taxa de realização de trabalho por unidade de tempo, ou em
outras palavras, a capacidade de realizar trabalho, medida em
Joules/segundo. Sua equação é representada por:

dW
P (11)
dt
Para torque constante, potência em sistemas rotacionais pode ser representada por:
dW d d
P  (T  )  T T
dt dt dt

P T (12 )
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3. O Campo Magnético:

Os campos magnéticos constituem o mecanismo pelo qual a energia é convertida


nos motores e geradores e “transferida” em transformadores. Quatro princípios
básicos descrevem como campos magnéticos são utilizados nestes dispositivos:
 Um fio transportando corrente elétrica produz um campo magnético em torno
de si, da mesma forma que em um ímã permanente.
 Um campo magnético variante no tempo induz tensão em uma bobina (fio
condutor) se o mesmo passar pela bobina. (Esta é a base para a ação do
transformador).
 Um fio transportando corrente elétrica na presença de um campo magnético
está sujeito a uma força induzida. (Este é o principio de ação de motores).
 Um fio condutor se movendo na presença de um campo magnético apresenta
em seus terminais uma tensão (força eletromotriz – fem) induzida. (Esta é a
base da ação de geradores).

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Na região do espaço, em torno de um ímã permanente, o campo magnético


pode ser representado por linhas de campo que não têm origem e terminação.

Pela Equação de Maxwell:

 Hdl   Jda
C S
(13)

 Bda  0
S
(14)

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Significado da equação (13):


“A integral de linha da componente tangencial da intensidade do campo
magnético H em torno de um caminho fechado C é igual à corrente total que
passa através da superfície S ligando este contorno”. A fonte do campo
magnético H é a densidade de corrente J.

Significado da equação (14):


“A densidade de fluxo magnético é conservativa, isto é, fluxo magnético
externo não penetra na superfície nem dela sai”. Isto significa que o cálculo
das quantidades envolvidas podem ser determinadas unicamente a partir dos
valores instantâneos das fontes e corrente e da variação do campo magnético
em relação ao tempo.

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 As linhas de campo se dirigem do pólo Norte para o Sul.


 São igualmente espaçadas no interior da barra metálica.
 São distribuídas simetricamente no exterior da barra.
 As linhas de campo magnético procuram ocupar o menor área possível,
resultando em linhas de campo de comprimento mínimo entre pólos
diferentes.

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 A distribuição de linhas de campo praticamente não sofre alteração quando


material não magnético (vidro ou cobre) é colocado nas proximidades do
ímã.

 Existe um campo magnético, representado por linhas de campo circulares


concêntricas, em torno de qualquer fio percorrido por corrente elétrica.

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 Para o condutor enrolado na forma de espira, as linhas de campo terão a


mesma direção e sentido no centro da espira.

 A distribuição de linhas de campo em uma bobina é similar à de um ímã


permanente. A diferença é que as linhas de campo são mais concentradas
em um ímã do que na bobina.
 A bobina apresenta um campo magnético mais fraco do que o ímã. Porém,
inserindo-se um núcleo magnético em seu interior (eletroímã), pode-se
aumentar a intensidade do campo gerado.

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Considerando uma bobina enrolada em torno de um núcleo ferromagnético


conforme ilustrado, a equação (13) se torna:

H lc  NI (14 )
Onde:
H campo magnético em A/m ou A.e/m (ampere espira por metro).
lc comprimento do caminho médio do núcleo ferromagnético.
N número de espiras da bobina.
I corrente elétrica que passa pela bobina.

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Densidade de Fluxo Magnético:

   Bda (15)
S

Se a densidade B for constante, tem-se que:


B (16)
A
No SI:

B = Teslas (T)
Φ = Webers (Wb)
A = Área (m2)
1T=1Wb/m2

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Exemplo 1:
Determinar a densidade de fluxo em teslas na figura a seguir.

Φ 6 x 10 5 Wb 2
B  3 2
 5 x 10 T
A 1.2 x 10 m

No sistema CGS: 1T=104 Gauss.

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Permeabilidade magnética:

Se núcleos de diferentes materiais, porém, mesma dimensão, forem


introduzidos em um eletroímã, a força do ímã irá variar de acordo com o
material usado.

Os materiais através dos quais as linhas de campo podem se estabelecer com


relativa facilidade são denominados magnéticos e possuem elevada
permeabilidade magnética (µ).

A permeabilidade no vácuo é:

7 Wb H
μ o  4π x 10 ou
A.m m

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 A permeabilidade de materiais não magnéticos ou diamagnéticos (vidro,


cobre, alumínio, madeira, ar) é praticamente igual a do vácuo.
 Materiais cuja permeabilidade é pouco maior que a do vácuo, são
denominados paramagnéicos.
 Materiais ferromagnéticos (ferro, níquel, cobalto e ligas desses metais)
possuem permeabilidade centenas ou milhares de vezes maior que a do
vácuo.
μ
Permeabilidade relativa: μr 
μo

Materiais ferromagnéticos: µr≥100


Materiais não magnéticos: µr =1

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Relutância:

l
R ( Ae / Wb )
μA
Onde:
l = comprimento do caminho magnético.
A = área da seção reta.
µ = permeabilidade magnética do material.

4. Lei de Ohm para circuitos magnéticos:

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Onde:
F = Força Magneto Motriz – fmm, em Ampère-espira (Ae).
N = Número de espiras.
I = Corrente elétrica em A.
R = Relutância do material, em Ae/Wb.

5. Força magnetizante ou campo magnético (H):

H
F
 A / m
l

H
NI
 A / m
l
H independe do tipo do material do núcleo.

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Efeito de H na permeabilidade resultante de um material magnético:

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A partir das equações anteriores pode-se determinar a densidade de fluxo B


como sendo função da permeabilidade e da força magnetizante, H:

NI
l
A NIA
B  
A lA

B  .H (17)

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6. Histerese:

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Observa-se que, para o mesmo valor de


H, a densidade de fluxo B é maior para
aquele material que apresenta maior
permeabilidade (µ).

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7. Lei circuital de Ampère:

“O somatório das elevações e quedas de força magneto-motriz (fmm) em


um circuito magnético fechado é nula”.

F  0
Circuitos Elétricos Circuitos Magnéticos
E F
I Ø
R R

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 Hdl  Jda  F  NI  H
C S
l
C C

NI  H ablab  H bclbc  H calca  0

NI  H ablab  H bclbc  H calca


fmm Queda de fmm
aplicada

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8. O fluxo Ф:

“O somatório dos fluxos que entram em uma junção é igual à soma dos
fluxos que saem desta mesma seção”.

 Bda  0    Bda  a  b  c
S S

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9. Circuitos magnéticos em série:

Tipos de problemas:

I. Fluxo Ф é conhecido e deseja-se determinar o produto NI. Ex.: projeto


de máquinas elétricas e transformadores.

II. NI é conhecido e deseja-se determinar o fluxo Ф. Ex.: projeto de


amplificadores magnéticos.

No caso de circuitos magnéticos, obtém-se o valor de B a partir do


valor de H e vice-versa. A permeabilidade raramente é calculada.

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Exemplo 1:
Para o circuito magnético ilustrado na figura a seguir,
a) Calcular o valor de corrente necessária para gerar um fluxo de 4x10-4
Wb.
b) Determinar a permeabilidade µ e a permeabilidade relativa, µr ,para o
material nestas condições.

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Exemplo 2:
O eletroímã da figura a seguir atraiu uma barra de ferro fundido.
Determinar a corrente necessária para estabelecer um fluxo no núcleo com
o valor indicado.

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Exemplo 3:
O circuito magnético a seguir representa um transformador, de forma que
as fmm’s das bobinas N1 e N2 estão em oposição. Determinar a corrente no
secundário do transformador visto na figura a seguir se o fluxo resultante
no núcleo é de 1.5 x 10-5 Wb, no sentido horário.

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Considerações:
Cálculos de fluxo em um núcleo ferromagnético utilizando-se os conceitos
de circuitos magnéticos representam aproximações. As razões pela
imprecisão nos cálculos são:

• Pelo conceito de circuitos magnéticos, admite-se que todo o fluxo está


confinado no circuito magnético, o que não é bem verdade.
• O cálculo da relutância admite um comprimento médio e uma área da
seção transversal.
• Em materiais ferromagnéticos, a permeabilidade varia em função da
intensidade do fluxo (ou sua densidade) de forma não linear.
• Quando existem entreferros, a área efetiva da seção transversal do
entreferro será maior do que a área da seção transversal do núcleo
ferromagnético.

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10. Entreferro:

g
Bg  (18)
Ag

Para efeitos práticos:


Фg = Φnúcleo
Ag = Anúcleo
µar = µvácuo

Bg Bg
Hg    (7.96 x 10 5 ) Bg
o 4 x 10 7

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Exemplo 4:
Calcular o valor da corrente necessária para estabelecer um fluxo de 0.75 x
10-4 Wb no circuito magnético ilustrado a seguir.

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Exemplo 5:
Determinar a corrente necessária para estabelecer um fluxo de 1.5 x 10-4
Wb no trecho do núcleo indicado na figura a seguir.

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Exemplo 6:
Calcular o fluxo magnético para o circuito ilustrado a seguir.

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Exemplo 7:
Calcular o fluxo magnético para o circuito ilustrado a seguir com a fmm
aplicada.

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11. Indução Eletromagnética:


 Quando existe um movimento relativo entre um condutor e um campo
magnético, é produzida uma tensão nos terminais do condutor.

 Este princípio é conhecido como princípio da indução eletromagnética e


possibilita a construção de transformadores, máquinas elétricas e outros
dispositivos eletromagnéticos.

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Polaridade da tensão induzida:

Forças exercidas em um condutor conduzindo corrente na presença de um campo


magnético:

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12. Lei de Faraday ou princípio da indução eletromagnética:

Movendo-se um ímã através de uma bobina de fio condutor induz uma


tensão em seus terminais. Se houver um caminho fechado, haverá
circulação de corrente.

A intensidade da tensão induzida é proporcional à taxa de variação do


campo magnético em relação à bobina e ao seu número de espiras.

d
eind  (19)
dt
Onde:
Ou: eind = tensão induzida.
N = número de espiras.
d Ø = fluxo magnético na bobina.
eind  N (20)
dt

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13. Fluxo concatenado, indutância e Energia:

“Um campo magnético variável no tempo produz um campo elétrico variável no


espaço” (Ley de Faraday).

d
CEds   dt SBda (21)

• Em circuitos magnéticos com enrolamentos de alta condutividade, E é muito


pequeno e pode ser desprezado.
• O fluxo magnético em estruturas fechadas (circuito magnético) é dominado
pelo fluxo no núcleo ferromagnético.

Assim:
d d
eN  (22)
dt dt
Onde:
φ = valor instantâneo de um fluxo que varia no tempo.
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No circuito magnético onde a relação entre indução magnética B e campo


magnético H é linear (permeabilidade constante do material ou predominância
do entreferro), a relação entre fluxo concatenado λ e corrente elétrica i pode ser
dada por:

L (23)
i
Mas, como   N e:

F NNi
   L
R iR
N2 l
L ; R
R A

A
LN  2
(24)
l
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fem:
d
Das equações (22) e (23): e e   L.i 
dt

d
Portanto, tem-se que: e  ( L.i)
dt

Para circuitos magnéticos, a indutância é fixa. Então:

di
eL (25)
dt

Para máquinas elétricas, a indutância pode ser variável. Assim:

di dL
eL i (26)
dt dt
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Energia:

A potência nos terminais de um enrolamento de um circuito magnético é uma


medida da taxa de fluxo de energia, podendo ser expressa por:

p  i.e (25)

d
pi (26)
dt

A variação da energia no intervalo de t1 a t2 pode ser dada por:

t2 id 2
Wcmp   p.dt   dt   i.d
t1 dt 1

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2  1 2 2
Wcmp   .d   |1
1 L 2L

1 2 2
Wcmp  (2  1 )
2L
Fazendo-se 𝜆1=0

1 2 1 2
Wcmp    Li (27)
2L 2

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Em termos de campo magnético, a energia pode ser expressa por:

B2 H n ln B2
Wcmp   ( An N )dBn  Anln  H n dBn (28)
B1 N B1

Para um núcleo de material ferromagnético, a curva é não linear:

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Exemplo 8:

Considere o circuito magnético ilustrado a seguir. Calcular:


a) A indutância L.
b) Energia magnética armazenada, W, para B=1T.
c) A fem, “e”, para Bn=1sen377t Wb/m2.

Dados: An= 9cm2; ln=30cm;


lg=0.05cm; N=500 esp;
µr=70000.

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14. Funcionamento em Corrente Alternada

Princípios Gerais:

 (t )  max sen t
 (t )  Ac B max sen t
d
e(t )  N  Nmax cos t
dt
e(t )  Emax cos t

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Corrente de Magnetização CA (iφ)

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Perdas nos materiais magnéticos:

 Perdas ocorrem toda vez que o material é submetido a um ciclo de seu


ciclo de histerese.
 As perdas são separadas em:

1. Perdas por correntes de Foucault (RI2): correntes que circulam pelo


material magnético tendendo à opor-se à variação da indução
magnética.
2. Perdas por histerese: função da energia despendida para orientar os
domínios magnéticos.

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 As características dos materiais magnéticos sob excitação CA são


normalmente apresentadas em termos de potência aparente por unidade
de massa de material em função da indução magnética (densidade de
fluxo).

Justificativa:
Para um circuito magnético fechado, sem entreferro, com fluxo do tipo
senoidal tem-se:

 (t )  max sen t
d
e(t )  N  Nmax cos t
dt
Emax  NAc Bmax
  2f

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Em termos de valores rms:

2
Erms  fNAc Bmax  4.44 NfAc Bmax (29)
2

H rmslc
i ,rms 
N
H rmslc
Ermsi , rms  4.44 fNAc Bmax
N
Ermsi , rms  Pa  4.44 fBmax H rms ( Ac lc )
Ermsi , rms Ermsi , rms Ac lc 4.44 f
Pa    Bmax H rms [VA / Kg ]
massa Ac lc  c c

Onde ρn representa densidade de massa do material do núcleo.

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Potência de excitação rms em VA/Kg a 60 Hz para o aço M-5 tipo grão


orientado com 0.012 pol de espessura.

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Perdas por histerese no núcleo:

Foi visto que a equação a seguir pode ser utilizada para se calcular a
energia no núcleo quando o material é submetido ao ciclo de
histerese – equação (28).

H clc
Wcmp   i d   Ac NdBc  Aclc  H c dBc
N

Perdas por histerese: proporcional à


área interna da figura que representa o
ciclo de histerese do material.

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Perdas no núcleo em Watts/Kg para o aço M5 de grão orientado


com 0.012 pol de espessura.

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Exemplo 9:
O circuito magnético da figura a seguir é constituído de laminações de aço de
grão orientado tipo M-5. Este enrolamento é excitado por tensão na frequência
de 60 Hz para produzir uma densidade de fluxo B=1.5 sen (ωt), onde ω=377
rad/s. O aço ocupa 0.94 da área da seção transversal do núcleo. A densidade de
massa do aço é de 7.65g/cm3. A curva BxH para o referido aço é fornecida.
Encontrar:
a) A tensão aplicada.
b) A corrente de pico.
c) A corrente de excitação.
d) As perdas no núcleo.

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Curva de magnetização para o aço M-5 de grão orientado.

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15. Imãs Permanentes:

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Exemplo 10:
A figura a seguir consiste de um núcleo magnético de alta permeabilidade e
um entreferro g =0.2cm, área da seção transversal de 4 cm2 e comprimento lm
= 1cm. Calcular a densidade de fluxo Bg no entreferro se o material magnético
for:
a) Alnico 5 e
b) Aço M-5.

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Solução:
a) Permeabilidade do núcleo = ∞

Pela Lei Circuital de Ampère:

F  NI  0 0

F  0  H mlm  Hclc  H g lg  0 
lm
H g   Hm
lg
Como o fluxo é constante através de todo o circuito magnético:

  Ag Bg  Am Bm
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Am Ag
Bg  Bm e Bm  Bg
Ag Am
Em relação a H, tem-se que, no entreferro, a relação B x H é linear. Então:

Ag lm
Bm  0 H g mas H g   H m então :
Am lg
Ag lm
Bm   0 Hm
Am l g
Numericamente tem-se que:

Bm  50 H m  Bm   6,28 x10 H m 6


Reta de Carga!

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Conversão Eletromecânica de Energia

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b) Para o Aço M-5:

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Alnico: Hard Magnet Material


Principal diferença é em Hc (coercividade)
M-5: Soft Magnet Material

Capacidade dos ímãs permanentes:


 Forma útil de se medir a capacidade de um ímã permanente é
conhecida como produto energia.
 Produto energia corresponde ao valor máximo do produto B-H que
corresponde a um ponto no segundo quadrante da curva de histerese
do material.

Observando-se a expressão dada pela equação (28):

Wcmp   i d  Ac lc  H c dBc

Conclui-se que o produto B-H tem unidade de densidade de energia [J/m3].

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 Uma operação neste ponto resulta no menor volume de material.


Portanto, escolhendo-se um material com o maior produto energia (B-H)max,
resulta no menor volume necessário de material.

Do exemplo anterior (10):

Am H m lm
Bg  Bm e  1
Ag H g lg
lm
H g  H m
lg
Multiplicando por µ0:

lm lm
0 H g  0 H m  Bg  0 H m
lg lg

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Multiplicando por Bg:

lm
Bg  0 H m x ( Bg )
lg

lm Am Vmag
B  0 H m Bm
2
g B   0
2
g H m Bm
lg Ag Ventreferro
2
B
Vmag 
g
Ventreferro
0 ( H m Bm )

Produto energia

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Exemplo Numérico 11:

O núcleo magnético do exemplo anterior foi modificado adquirindo a forma


ilustrada a seguir onde a área do entreferro foi reduzida para Ag=2cm2.
Encontrar o volume mínimo do ímã permanente necessário para se atingir uma
densidade de fluxo no entreferro de 0.8 Wb/m2.

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Curvas de magnetização para alguns materiais


comumente utilizados para ímãs permanentes.

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Magnetizando um determinado material:

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Exemplo 12:
A figura a seguir ilustra um circuito magnético formado por um material magnético duro
e um núcleo e um êmbolo de elevada permeabilidade (µ=∞) e uma espira que será
utilizada para magnetizar o material (ímã). A bobina será removida do circuito magnético
após a magnetização. O êmbolo se movimenta na direção x conforme indicado fazendo
com que a área do entreferro varie entre 2cm2 e 4cm2. Considerar o ímã de Alnico 5 e
que o sistema está inicialmente magnetizado com Ag=2cm2.
a) Encontrar o comprimento do ímã (lm) de forma que o sistema trabalhe na linha de
recuperação (recoil line) que corta o ponto de máximo produto energia na curva de
magnetização do Alnico 5.
b) Derivar um procedimento para magnetizar o ímã.
c) Calcular a densidade de fluxo no entreferro quando o êmbolo varia entre os limites
definidos.

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Solução:

a) No ponto de máximo produto energia (Bm×Hm) tem-se que:


Bmax=1T e Hmax = -40kA/m

Como a bobina foi retirada do circuito, tem-se que:

lg lm
H mlm  2 H g  0  H g   H m
2 lg
  Bm Am  Bg Ag
Ag Ag lm
Bm   0 H g  Bm    0 Hm
Am Am l g

Com Ag= 2cm2 tem-se:

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2 (40 10 3 )
1   0 2
lm
2 0.2 10
lm  3.98 cm

b) Procedimento para magnetização

Equação da linha de carga:

lg
 F  0  NI  H l  2H g
m m
2
0

Bg
NI  H mlm  lg  0
0
Am Bm
NI  H mlm  lg  0
 0 Ag

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lm Ag N Ag
Bm   0 H m  0 i
l g Am l g Am

Substituindo valores numéricos tem-se:

Bm  19,90 H m  50 103 0i


Para diferentes valores de corrente (i) tem-se diferentes retas de carga que se deslocam
para a direita quando a corrente cresce.

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Para magnetizar o ímã é necessário levá-lo à saturação. Para isto, a corrente necessária
para Bmax será:

Bmax  19 .9  0 H max
imax 
50  10 3  0

A curva de magnetização do material não representa seu ciclo completo de histerese de


forma a se identificar os valores de Hmax e Bmax. Deve-se, portanto, realizar uma
extrapolação a partir dos dados disponíveis. Ao se realizar a extrapolação, os valores
obtidos serão:

H max  200 k A / m
Bmax  2.1Wb / m 2

Assim, para o entreferro de Ag=2cm2:

imax  114 A

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c) Cálculo da densidade de fluxo no entreferro para 2cm2 ≤ Ag ≤ 4cm2.


Sem a presença da espira, a linha de carga será determinada por:

lg lm
H m lm  2 H g  0  H g   Hm
2 lg
Ag
m   g  Am Bm  Ag Bg  Bm  Bg
Am
Ag
Bm  0 H g
Am

Ag lm
Bm   0 H m Equação da reta de carga!
Am l g

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Após a substituição dos valores, tem-


se:
Para Ag=2cm2 Bm = -19.9µ0Hm.
Para Ag=4cm2 Bm = -39.8µ0Hm.

Assim, para:

Ag=2cm2=> Bm = 1T => Bg=1T


Ag=4cm2=> Bm = 1,08T => Bg=0,54T

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Efeito da temperatura:

Neodímio-ferro-boro

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Conclusões gerais?

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