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Teoria da Norma
Princípios
1. Legalidade (art. 1º do CP): não existem crimes e nem penas sem lei – “nullum crimen, nulla
poena sine lege”.
2. Intervenção mínima: “ultima ratio” – o direito penal nunca será o primeiro a ser chamado
para proteger um bem jurídico. Somente quando os demais ramos do direito não
conseguirem.
3. Fragmentariedade: não protege todos os bens jurídicos, somente aqueles mais importantes
para sociedade.
4. Lesividade: só interessa para o direito penal as condutas que geram ou que podem gerar
algum tipo de lesão à bem jurídico de outrem.
Perigo - concreto: a situação de risco não é presumida pelo legislador (caso concreto).
- abstrato: presumido pelo legislador. Ex: dirigir embriagado e porte ilegal de arma
de fogo.
6. Insignificância: se a lesão provocada pela conduta do agente é ínfima o direito penal não
deve intervir.
Atípica: absolvição.
- Casos de jurisprudência:
f) Contrabando ou descaminho (art. 334 do CP): para o contrabando não pode, pois é
mercadoria proibida; no descaminho vai depender, porque tem que pagar tributo, assim,
dependendo do valor do tributo devido, aplica-se a insignificância.
7. Adequação social: se a conduta é socialmente aceita ou tolerável, o direito penal não deve
intervir – tornando a conduta atípica. Ex: lesões esportivas, piercing, tatuagem, cirurgias
estéticas.
CDs e DVDs piratas (art. 184 do CP): não se aplica esse princípio, súmula 502 do STJ.
8. Humanização (art. 1º, III da CF): é o princípio que prega respeito irrestrito para dignidade da
pessoa humana.
a) Pessoalidade (art. 5º, XLV da CF): a pena não passa da pessoa do acusado.
b) Individualização (art. 5º, XLVI da CF): é dever do juiz individualizar as penas, dar a cada um a
pena que lhe é justa/merecida em razão das particularidades do caso concreto.
c) Proibição do bis in idem: ninguém pode ser duplamente punido pelo mesmo fato.
1. No Tempo
b) Exceção (art. 2º, §ú do CP e 5º, XL da CF): novatio legis in mellius – se a lei nova é mais
benéfica para o réu será aplicada retroativamente a todos os atos.
- Dicas:
I- Teoria da atividade (art. 4º do CP): a lei vigente na época dos fatos, momento da ação ou
omissão.
II- Abolitio criminis (art. 107 do CP): descriminalização do fato, uma conduta que era criminosa
e deixa de ser.
III- Súmula 611 do STF: o trânsito em julgado não é empecilho para retroatividade da novatio
legis in mellius, e nesse caso a competência é do juiz da vara de execuções (art. 66 da LEP).
IV- Súmula 711 do STF (crimes continuados e permanentes): no caso de sucessão de leis penais
durante esses crimes, aplica-se a ultima lei, ainda que ela seja mais grave que a anterior.
V- Art. 3º do CP (leis temporárias e leis excepcionais): a lei só não vai retroagir se for mais
benéfica nos casos dessas leis.
2. No Espaço
a) Regra (art. 5º do CP): em regra, só se aplica aos crimes praticados no território brasileiro –
princípio da territorialidade.
- Dica:
1. Conceito: o conflito aparente ocorre quando, para o mesmo fato, se verifica a possibilidade
de aplicar (em tese) mais de uma lei penal.
a) Princípio da especialidade: se o conflito é entre norma mais geral e uma mais específica, a
norma especial prevalece sobre norma geral.
b) Princípio da absorção (consunção): o crime fim absorve o crime meio. Ex: invadir domicílio
para furtar, responde só por crime de furto.
Estelionato (súmula 17 do STJ): esse crime pressupõe a existência de uma fraude (ex:
falsificação de documento), assim, responde só por estelionato.
1. Conceito: a combinação de leis penais é conjugar duas ou mais leis penais e aplicar no caso
concreto.
2. Duas Correntes
a) Não pode combinação de leis penais: porque se o juiz juntar leis ele estará criando leis
penais, ferindo o princípio da legalidade – majoritária.
b) Pode combinação de leis penais: corrente minoritária, porém mais benéfica ao réu.
** Ex: tráfico – lei de 1976, 3 a 15 anos e lei de 2006, 5 a 15 anos. O art. 33 da lei 11.343/06,
em seu §4º trouxe uma minorante (novatio legis in mellius) -> o réu que cometeu o crime na
vigência da lei de 76 e tem os requisitos para a minorante, terá direito a pena de 3 anos da lei
antiga e a aplicação da minorante, pois quando for benéfico ao réu retroage.
Caso 38: a) Deverá absolver sumariamente a ré, com base no art. 397, III do CPP.
b) Está ausente a tipicidade material face a aplicação do princípio da insignificância, posto que
não houve relevante lesão a bem jurídico tutelado.
Caso 39: No caso narrado, aplica-se o princípio da absorção, visto que falsidade ideológica foi
apenas um meio para um fim maior, razão pela qual Ricardo deve ser absolvido em relação ao
art. 299, mantendo-se apenas a tipificação da lei 8.137/90.
Aula 04
Teoria do Delito
1. Conceito de Crime
Tipicidade
Conduta Humana
1. Conceito: conduta humana é uma ação ou omissão, voluntária e consciente direcionada a
um determinado fim.
a) Coação física irresistível: é falar de uma força motora externa que está agindo sobre o
sujeito, virando ele um mero objeto na mão de alguém. Ex: for empurrado em cima de uma
criança – não tem vontade.
Resistível (art. 65 do CP): embora não afaste o crime, pode ser uma atenuante da
pena.
c) Força maior: atos da natureza. Ex: cai um raio em uma árvore que cai em cima de alguém.
d) Atos reflexos: são movimentos neuromotores provocados por estímulo – força interna
irresistível. Ex: choque elétrico, leva um choque e quando tira o braço bate em alguém.
Não confundir atos reflexos com movimentos instintivos, que são provocados por
impulso e que existe conduta humana. Ex: chegar em casa e ver o amante e matar.
e) Estados de inconsciência: se não tem consciência não tem conduta humana. Ex: sono
profundo – mãe que dorme com recém-nascido; sonambulismo; hipnose; epilepsia.
4. Formas de conduta:
I- Próprios (puro): se o dever de agir vem da própria norma. Ex: art. 135 do CP (omissão de
socorro), art. 244 do CP (abandono material), art. 269 do CP (omissão na notificação de
doença) e art. 304 do CTB (omissão de socorro em acidente de trânsito).
II- Impróprios (impuro, crimes comissivos por omissão): o dever de agir vem de uma posição de
garantidor em que o sujeito foi colocado – art. 13, §2º do CP.
- Por dever legal: por lei. Ex: pai e mãe em relação aos filhos menores (CC e ECA), tutor,
curador.
- Por dever contratual. Ex: médico em relação ao paciente, bombeiro e salva-vidas, capitão de
embarcação.
- Por ingerência: com a conduta anterior gerou o risco de produzir o resultado lesivo. Ex:
empurrar alguém que não sabe nadar, vai ter que salvar.
Resultado
2. Todo crime demanda um resultado. Seja ele naturalístico ou meramente normativo, sendo:
a) Naturalístico: é aquele que provoca uma alteração no mundo dos fatos. Ex: homicídio.
b) Normativo: é aquele que altera apenas o plano jurídico. Ex: porte ilegal de arma de fogo
(art. 14 da lei 10.826/03), dirigir embriagado (art. 306 do CTB).
c) Mera conduta: o legislador apenas descreve a conduta proibida, ele sequer descreve qual é
o resultado. Ex: porte ilegal de arma de fogo, invasão de domicílio.
Único meio de absolver o réu do porte ilegal: demonstrar que a arma não tinha mais
prestabilidade -> perícia.
SV 24, súmula 96 do STJ, súmula 500 do STJ.
Nexo Causal
- Teoria da equivalência dos antecedentes (art. 13, caput do CP): é causa tudo aquilo que
contribui para o resultado.
2. Concausas: são causas adjacentes que se vinculam a uma conduta principal, contribuindo
para produção do resultado, sendo que não é o mesmo autor que a produz. Ex: quero matar o
sujeito, da uma facada e ele é socorrido por uma ambulância, mas a ambulância bate no
caminho do hospital, o sujeito quebra o pescoço e morre.
Como o autor da conduta principal responde? R. Ou pelo todo, ou pelo que fez.
- Espécies de concausas
I- Absoluta: fez. A conduta não tem nada a ver com o resultado. Ex: quer matar
o sujeito e da veneno para ele, mas quando ele toma cai um raio na cabeça dele.
II- Relativa: ela não nasceu na conduta principal, mas está interligada com ela.
Tipo Legal
1. Conceito: é o conjunto de elementos que fazem com que a conduta de alguém seja
contrária a uma norma penal.
- Cumulativos: quanto mais ações, mais crimes. Ex: art. 242 do CP.
b) Normativo: tudo aquilo que demanda um juízo de valoração. Ex: cadáver na ocultação.
c) Subjetivo: vontade que move a conduta do agente -> Dolo ou culpa (art. 18 do CP).
Dolo e Culpa
1. Dolosos: crime doloso é aquele que o sujeito quer o resultado do crime, ele tem intenção de
violar a norma penal.
2. Culposos: pressupõe um não querer. O que gera o crime culposo é uma quebra no dever de
cuidado.
a) Negligência: falta de atenção, falta de cuidado, relapso. Ex: médico esquece bisturi no
paciente.
a) Dolo
I- Dolo direto de 1º grau: é o dolo propriamente dito, o dolo do sujeito que quer e faz.
II- Dolo direto de 2º grau: é o dolo das consequências necessárias. Ex: quer matar o piloto e
põe uma bomba no avião, em relação ao piloto 1º grau e em relação aos passageiros 2º grau.
III- Dolo eventual: é um dolo indireto, ele assume o risco de produzir o resultado. Ex: racha em
via pública.
b) Culpa
I - Consciente: o sujeito sabe que o resultado pode acontecer, mas ele não acredita que vai
acontecer com ele.
Elemento subjetivo diverso do dolo: especial fim de agir. Ex: furto – não basta subtrair,
tem que subtrair para si ou para outrem; drogas – usuário tem especial fim de agir de
ter a droga para si e não para vender (tráfico).
- Teoria “ratio cognoscendi” (teoria indiciária): toda conduta típica, em regra, é antijurídica.
Caso 40: Wilson, neste caso, responderá pelo crime de homicídio (art. 121 do CP) porque
estava na posição de garantidor, o que caracteriza um crime omissivo impróprio nos termos do
art. 13, §2º, “a” do CP. Érica também responde por homicídio, posto que partícipe em face a
instigação realizada (art. 29 do CP).
Aula 05
I- Estado de necessidade (art. 24 do CP): é falar de alguém que está em situação de perigo e
que precisava mesmo fazer aquilo. Ex: dois náufragos e uma boia.
Quando não tem mais possibilidade de salvar/não tinha o que fazer: mesmo o sujeito
tendo o dever legal de enfrentar o perigo vai ter a ilicitude afastada, pois o direito não
pode exigir atos sobre-humanos.
- Espécies:
Estado de necessidade putativo (erro de tipo permissivo – 20, §1º do CP): é o sujeito que
pensa que está em estado de necessidade, mas ele não está.
- Legítima defesa recíproca: não existe a legítima defesa de legítima defesa, visto que apenas
uma das agressões pode ser tida com injusta.
- Legítima defesa sucessiva: é cabível, sendo a legítima defesa contra um ato de excesso. Ex:
você atira na mão do bandido em legítima defesa, mas ele já estando rendido e você quer
matar ele e ele te mata, ele estava em legítima defesa.
- Legítima defesa pré-ordenada: vai depender, se o aparato for visível e não atingir terceiros
inocentes pode falar em legítima defesa; mas se o aparato for oculto/invisível ou puder
atingir terceiros inocentes, não se fala em legítima defesa pré-ordenada (tem crime).
- Espécies:
Legítima defesa putativa (erro de tipo permissivo, art. 20, §1º do CP): o sujeito pensa que está
frente a uma agressão injusta, mas a agressão não existe.
III- Estrito cumprimento do dever legal: são casos em que o legislador obriga um agente a
realizar certas condutas, dando-lhe poderes, inclusive, para prática de fatos típicos.
IV- Exercício regular do direito: todo aquele que exerce um direito assegurado pelo
ordenamento jurídico não atua de forma ilícita. Ex: qualquer do povo prender em flagrante;
pai colocar filho de castigo – pátrio poder.
É o consentimento do ofendido: são casos em que o titular do bem jurídico abdica da proteção
legal.
- Dicas:
I- O consentimento tem que ser válido. Ex: não pode ser viciado.
III- Quando o consentimento da vítima for uma elementar do delito: o consentimento não
afastará a ilicitude, mas afasta a tipicidade. Ex: estupro.
2. Elementos (cumulativos)
a) Imputabilidade: capacidade.
II- Relativamente capaz: semi imputável – em regra, se aplica uma pena reduzida (art. 26, §ú
do CP), salvo se o juiz entender que ele é muito perigoso, substituindo por medida de
segurança (art. 98 do CP).
III- Incapaz: inimputável – Nunca recebe pena, mas pode receber uma medida de segurança
(art. 96 ao 99 do CP).
b) Potencial consciência da ilicitude (art. 21 do CP): diz respeito a noção do certo e do errado.
c) Exigibilidade de conduta diversa (art. 22 do CP): poder de exigir uma postura conforme o
direito.
Comete ato infracional (art. 103 do ECA) e fica sujeito a medida socioeducativa (art.
112 do ECA).
Critério absoluto: é menor, não comete crime.
II- Doença mental: qualquer tipo de patologia psíquica que afete a capacidade do sujeito.
Quando o juiz suspeitar que o acusado é doente mental vai suspender o processo e
pedir perícia – laudo de sanidade mental (art. 149 do CPP).
Não terá culpabilidade: absolvição imprópria – absolve do crime, mas aplica MS.
III- Desenvolvimento mental incompleto: o índio/silvícola não adaptado, aquele que preserva
suas culturas.
- Embriaguez preordenada: aquela que o sujeito bebe para ter coragem de cometer o crime,
assim, ele será considerado capaz e terá a pena agravada (art. 61 do CP) – teoria da actio libera
in causa.
Se for acidental, mas incompleta, ou seja, não tirou toda capacidade do sujeito ->
ainda tem pena, mas é reduzida (art. 28, §2º do CP).
I- Coação moral irresistível (grave ameaça): se de alguma forma o sujeito tinha como opor
resistência, ele responderá pelo crime.
II- Obediência Hierárquica: ordem emanada de uma autoridade superior para uma inferior.
Teoria do Erro
É um erro sobre o fato, assim o agente não sabe o que faz. Ex: estão na floresta caçando urso,
quando vê atrás de uma árvore e da um tiro, mas era o amigo dele – ele não sabia que estava
matando alguém, tinha uma falsa percepção da realidade; planta maconha, mas acha que é
boldo (diferente de saber que é maconha e desconhecer da ilicitude).
a) Erro de tipo essencial: é aquele que recai sobre as elementares do tipo penal (objetivo,
normativo e subjetivo) -> AFASTA a tipicidade. Ex: matar o amigo ao invés do urso.
I- Vencível: evitável, superável – afasta apenas o dolo. Ex: do urso – apenas um deles tinha
uma espingarda e tinha miopia, esqueceu-se de pegar os óculos e quando viu uma sombra
achou que era o urso, mas era seu amigo -> homicídio culposo.
II- Invencível: inevitável, insuperável – afasta dolo e culpa. Qualquer um de nós também
erraria. Ex: se um amigo se fantasiou de urso e ela atirou, mas não sabia.
b) Erro de tipo acidental: é aquele que recai sobre dados meramente acessórios do tipo. Ex:
tem que roubar uma caneta azul, mas pegou uma vermelha -> NÃO afasta a tipicidade.
- Hipóteses:
II- Erro quanto à pessoa (art. 20,§3º do CP): mesmo errando a pessoa, matou alguém. Assim,
responderá de acordo com as características da vítima pretendida. Ex: matou A, mas queria
matar B, responde como se tivesse matado B.
III- Erro quanto à execução/aberratio ictus (art. 73 do CP): errando na execução do crime, vai
responder pelas características da vítima pretendida e não da que acertou.
IV- Erro quanto ao nexo causal/aberratio causa: é quando o agente consegue seu intento
criminoso, porém não com a conduta primária, mas sim com a conduta posterior. Ex: quer
matar alguém e da uma facada, achando que a pessoa está morta joga em um rio e quando o
corpo é encontrado e a perícia é feita, descobre-se que a morte foi por afogamento.
É um erro sobre o alcance da ilicitude, assim o agente sabe o que faz, mas não sabe que é
proibido. Ex: um idoso que morava isoladamente na Amazônia planta maconha.
Obs: não confundir erro de proibição com desconhecimento de lei, pois o desconhecimento é
apenas uma atenuante da pena.
Caso 42: neste caso verifica-se uma hipótese de erro na execução, razão pela qual Aurélio
responderá de acordo com as características da vítima pretendida, nos termos do art. 73 do
CP. Desta forma, resta caracterizada a legítima defesa, pois Aurélio estava defendendo-se de
agressão injusta perpetrada por Berilo, o que afasta sua ilicitude nos termos do art. 25 do CP.
3. Descriminantes Putativas
a) Erro de tipo permissivo/culpa imprópria (art. 20, §1º do CP): é aquele que recai sobre os
pressupostos fáticos de uma causa justificadora. Ex: vê o inimigo na rua que o ameaçou de
morte e quando ele coloca a mão no bolso, achando que tem uma arma, você atira nele e
quando vê ele ia pegar o cigarro.
I- Erro sobre os limites normativos de uma causa justificadora. Ex: vê um bandido e da um tiro
nele, chega perto e da mais um tiro matando-o, depois percebe que só com primeiro tiro já
teria sido suficiente.
II- Erro sobre a existência de uma causa justificadora. Ex: o sujeito que pensa que está
amparado por uma causa de exclusão de ilicitude, mas ela não existe – um sujeito que era
atleta sofre um acidente e fica vegetando no hospital, um amigo por piedade desliga os
aparelhos, achando que existe uma causa justificadora de morte piedosa.
1º) Erro provocado por 3º: quando explorar erro provocado por 3º será erro de tipo (art. 20,
§2º do CP).
- O 3º pode provocar o crime dolosa ou culposamente, assim se for por dolo responde por
dolo, se provocar culposamente responderá por culpa se o crime existir.
Ex: você está caçando com uma pessoa e mais um amigo, esse amigo se esconde atrás de uma
moita, você pede pra pessoa atirar que é um pato, a pessoa atira e era o amigo – você que
provocou o erro dolosamente, responde por homicídio doloso, enquanto a pessoa responde
por homicídio culposo.
2º) Erro mandamental: é aquele que ocorre nos crimes omissivos, quando a pessoa não sabe
que tem o dever de agir.
Caso 41: a) Em se tratando de um erro de tipo permissivo evitável, caio responderá por
homicídio culposo, posto que o mesmo afasta penas o dolo, nos temos do art. 20, §1º do CP.
Todavia, entendendo ser um erro de tipo permissivo inevitável, Caio não praticou crime algum,
visto que o mesmo afasta o dolo e a culpa, nos termos do art. 20, §1º.
b) Ainda que tenha procurado se defender de agressão que imaginou legítima, Caio agiu com
excesso doloso, razão pela qual nesta hipótese responderia por homicídio, por força do art. 23,
§ú do CP.
Caso 43: Neste caso Larissa agiu em erro de tipo essencial, o que torna a sua conduta atípica,
nos termos do art. 20, caput, do CP, visto que a mesma desconhecia circunstância elementar
descrita no tipo incriminador.
Caso 44: a) Sim, visto que agiu com dolo de induzir ou manter em erro os acionistas,
sonegando-lhes informações, o que caracteriza o crime previsto no art. 6º da lei 7.492/86.
b) Argumentaria que ele não tinha dolo, pois agiu em erro de tipo provocado por terceiro e
nos termos do art. 20, §2º, só seria punível a título de culpa, cuja forma não é prevista para o
tipo pena em apreço.
Caso 45: a) Não, face ao disposto no art. 141, II do CP e levando-se em conta que a pena será
aumentada em 1/3, o crime deixa de ser de menor potencial ofensivo (art. 61 da lei 9.099/95),
razão pela qual é de competência da vara criminal comum.
b) Sim, tendo em vista que o crime que lhe é atribuído tem pena mínima inferior a 1 ano, ele
faz jus a suspensão condicional do processo, nos termos do art. 89 da lei 9.099/95.
c) Não, pois ele agiu em erro de tipo provocado por terceiro, nos termos do art. 20, §2º, razão
pela qual só responderia na forma culposa, o que não é previsto para o crime de calúnia.
Caso 46: Não, visto que não houve dolo em relação ao resultado morte. Trata-se no caso de
uma hipótese de resultado diverso do pretendido, art. 74 do CP, devendo responder pelo dano
doloso (art. 163 do CP) e por homicídio culposo (art. 121, §3º do CP) em concurso formal,
conforme o art. 70 do CP.
Aula 16
Divide-se em fases:
2º) Preparação: em regra, não é punível, visto que algumas vezes o ato de preparação é
punível por si mesmo. Ex: comprar uma arma com numeração raspada.
3º) Execução: iniciada a execução, o crime passa a existir. Podendo ser da forma consumada
(art. 14, I do CP) ou tentada (art. 14, II do CP).
Obs: a consumação e o exaurimento não são sinônimos. Ex: na extorsão mediante sequestro,
enquanto não paga a recompensa o crime não exauriu, mas já consumou.
II- Crimes que não admitem tentativa: crimes culposos, preterdolosos, omissivos
puros/impróprios, habituais (precisa ser praticado mais de uma vez), unissubsistentes (a
execução não é fracionável, ele se perfaz em um ato único. Ex: crime contra honra quando
praticado verbalmente) e contravenções penais (art. 4º da lei de Contravenções).
O crime se consuma, mas o agente se arrepende. Todavia, não pode ser crime violento ou com
grave ameaça.
Se for depois do recebimento da denúncia ou queixa, será o art. 65, III, b do CP.
O arrependimento é uma minorante, visto que o processo continuará do mesmo jeito.
Assim, o quantum será de acordo com a presteza da devolução.
O crime impossível não tem como ser realizado. Assim, a conduta é atípica -> pede-se a
absolvição.
1. Conceito
É a ciente e voluntária atuação de duas ou mais pessoas, para a prática do mesmo crime.
a) Teoria monista: é aquela que rege o concurso de agentes, visto que é o mesmo crime.
Todavia, ela não é absoluta, comportando algumas exceções:
I- Aborto: a mãe responde por aborto do art. 124, enquanto que quem lhe auxilia responde
pelo 126 do CP.
II- Corrupção: a corrupção passiva (317 do CP) é do funcionário público, enquanto que o
particular responde pelo (art. 333 do CP).
III- Art. 29, §2º do CP – participação dolosamente distinta. Ex: vai furtar uma casa e o que fica
no carro esperando nem imagina que o outro matou o dono da casa.
2. Requisitos
a) Pluralidade de agentes.
c) Identidade de fato.
d) Vínculo psicológico.
** Autoria Colateral: quando duas ou mais pessoas atuam na mesma empreitada, porém, uma
sem saber da atuação da outra. Assim, não se fala em concurso de agentes por falta do vínculo
psicológico entre os agentes.
Autoria incerta: eu sei quem são os autores do crime, só não sei quem
produziu o resultado. Assim, se um acertou o pé e o outro a cabeça, mas ninguém sabe qual foi
cada um, ambos respondem por tentativa. Diferente de:
a) Autoria: é aquele que tem domínio final sobre o fato, controla o todo. Tendo 3 formas,
sendo:
I- Direta: aquele que realiza o crime com as próprias mãos. Ex: puxa o gatilho no homicídio.
III- Mediata: aquele que usa alguém para praticar o crime no seu lugar, assim, esse alguém às
vezes nem sabe que está sendo usado. Ex: coação moral irresistível, coloca arma na cabeça do
filho do gerente do banco e o manda buscar dinheiro.
c) Participação: o partícipe não tem domínio nenhum sobre o fato, não controla nada, apenas
contribui para o crime de outrem. Podendo ser por cumplicidade ou por instigação.
Obs: teoria da acessoriedade limitada, que rege a participação. Assim, a participação é sempre
acessória, pois para ter um partícipe tem que ter um autor. Mas essa acessoriedade é limitada,
visto que nem sempre que o autor for absolvido o partícipe será.
Caso 47: a) Deve absolver sumariamente, nos termos do art. 415, III do CPP. Pois o fato não
constitui infração penal, visto que caracterizada uma hipótese de crime impossível, visto que
nos termos do art. 17 do CP, por absoluta impropriedade do meio.
b) O recurso cabível é o RESE, com base no art. 581, IV do CPP, no prazo de 5 dias para
interposição, com base no art. 586 do CPP, petição de interposição para o juízo a quo e as
razões para o tribunal, juízo ad quem.
Caso 48: a) A peça é resposta à acusação, no prazo de 10 dias, nos termos do art. 406 do CPP,
devendo a peça ser endereçada ao juiz a quo do Tribunal do Júri.
b) Não há excesso diante das circunstâncias, pois visível a agressão injusta que estava na
iminência de sofrer, o que consagra uma legítima defesa real, nos termos do art. 25 do CP.
c) Hugo não pode ser punido, pois o autor estava amparado por uma excludente da ilicitude, o
que implica também na sua absolvição, face a teoria da acessoriedade limitada.
Aula 21
4. Dicas Finais
II- Infanticídio: a mulher deve estar em estado puerperal, assim, quem a ajuda responde por
coautoria em infanticídio.
c) Crimes de mão própria: só um sujeito pode cometer esse crime. Ex: falso testemunho (art.
342 do CP).
De acordo com STJ, crimes de mão própria não admitem coautoria, mas admitem
participação. Ex: advogado que instiga testemunha a mentir.
Delação Premiada
1. Conceito
2. Hipóteses
1. Conceito
Concurso de crimes ocorre quando o agente, mediante a prática de uma ou mais condutas,
incorre em várias infrações penais.
Esse tema existe para ajudar o juiz, se não o agente será julgado por vários juízos.
Obs: não confundir concurso de crimes com conflito aparente de normas, pois no conflito o
agente só praticou um crime.
2. Espécies
II- Imperfeito: o agente tem várias vontades, ele queria ter praticado vários crimes. Ex: colocar
uma bomba em um avião.
c) Crime continuado (art. 71 do CP): o sujeito entra em uma escola e em todas as salas ele
entra com a arma em punho e da voz de assalto.
3. Aplicação da Pena
1º) Cúmulo material: somatório de penas. Assim, aplica-se individualmente cada pena e depois
as soma.
2º) Exasperação: pega só uma pena, sendo a maior delas e vai aumentar de 1/6 até a metade
ou de 1/6 até 2/3.
4. Dicas Finais
b) Cúmulo material mais benéfico (art. 70, §ú do CP): quando a exasperação somada aos
aumentos de pena fica maior do que a soma das penas dos delitos praticados, afasta-se a
exasperação e somam-se as penas.
c) Crime continuado específico (art. 71, §ú).
d) Multa no concurso de crimes (art. 72 do CP): se cometer 5 crimes com multa, aplica-se as
cinco, integralmente.
Teoria da Pena
1. Noções Gerais
1.2. Finalidade: existem várias teorias que tentam explicar a finalidade da pena, a adotada no
Brasil é a Teoria Mista.
Teoria Mista: a pena tem dupla finalidade, sendo de prevenir e reprimir delitos.
2º) Aplicação: compete ao juiz sentenciante fazer a dosimetria da pena no caso concreto.
Aula 23
2.1. Privativas de liberdade – arts. 33 a 42, 53 do CP e arts. 87 a 95, 105 a 146 da LEP
a) Espécies
I- Reclusão
II- Detenção
b) Aplicação (art. 68): falar de aplicação é falar de dosimetria, ou seja, individualização da pena
– art. 5º, XLVI da CF.
a) Caraterísticas:
II- Em regra elas são substitutivas, assim elas entram no lugar na pena privativa de liberdade.
III- Reversibilidade (art. 44, §4º e 5º do CP): a pena não cumprida injustificadamente poderá
ser revertida em privativa de liberdade.
IV- Interdição temporária de direitos (art. 47 do CP): o juiz deve atender as hipóteses previstas
em lei, não podendo criar interdição.
VI- Proibição de realizar concurso público: pessoas que são pegas fraudando concurso terão
essa pena que não pode ser eterna, senão seria perpétua.
II- Crimes dolosos: praticados sem violência e a pena fixada na sentença de até 4 anos.
III- Crimes dolosos com violência: quando a pena fixada pelo juiz for menor que 1 ano – art. 54
do CP.
- Dicas:
1ª) Além de ser uma das três hipóteses, as circunstâncias pessoais do réu devem ser
favoráveis.
2ª) A reincidência, por si só, não impede que seja aplicada a pena restritiva. Salvo se o réu for
reincidente específico.
3ª) Os arts. 33, §4º e 44 da lei 11.343/06 determinam que para os traficantes de droga não
pode pena restritiva de direitos, mas o STF fala que essas determinações são inconstitucionais,
bem como o Senado suspendeu a aplicabilidade desta restrição.
a) Destinação da pena de multa: a multa vai para o fundo penitenciário, diferente da pena de
perda de bens e valores, que vai para a vítima ou família da vítima.
I- O juiz estabelece quantos dias-multa quer aplicar ao réu, tendo como mínimo 10 e máximo
360 dias-multa.
II- Fixação do valor dos dias-multa, com o limite mínimo de 1/30 e máximo de 5 salários
mínimos.
Obs: pode ter majorante, que está estabelecida no art. 60, §1º.
Obs: multa não paga vira dívida de valor, quem irá cobrar o réu é a fazenda pública.
- Dicas finais:
1ª) Superveniência de doença mental: a cobrança da multa fica suspensa até o condenado se
restabelecer.
2ª) Súmula 171 do STJ: essa súmula visa evitar o bis in idem na pena de multa.
4ª) Art. 17 da lei 11.340/06: o juiz não pode substituir a pena privativa de liberdade
exclusivamente por uma multa nos casos de violência doméstica, assim, ele pode aplicar multa
+ restritiva de direito.
2.4. Penas proibidas (art. 5º, XLVII da CF): pena de morte, salvo em caso de guerra declarada,
penas perpétuas, trabalhos forçados, banimento e penas cruéis.
III- Conduta social: a vida pregressa do sujeito antes do delito – comprovado por testemunhas.
c) Comportamento da vítima: se a vítima facilita o crime a pena do réu é reduzida, mas deve
ser devidamente fundamentado.
Quanto o juiz tem que aumentar ou diminuir: quem dita o quantum é o próprio juiz, ele só
tem que fundamentar.
Obs: súmula 231 do STJ – na fixação da pena base tem que respeitar o mínimo e o máximo
legal.
Sobre o valor que o juiz encontrou de pena base, ele vai analisar as agravantes e atenuantes.
No código penal tem um rol de agravantes e atenuantes, mas nas leis especiais também tem.
a) Agravantes genéricas
4º) Período depurador: prazo de 5 anos, contados da data da extinção da pena do primeiro
crime.
Obs: os crimes políticos (lei 7.170/83) e militares próprios não são aptos para configurar
reincidência.
Obs: sobre a contravenção penal dependerá se será apta ou não para configurar reincidência.
Súmulas 241 do STJ e 444 do STJ (IP e ações em trâmite não servem para reincidência
e nem para maus antecedentes – princ. da presunção de inocência).
Obs: o período depurador é contado com base em 5 antes da extinção da pena, não importa
qual motivo. Ex: cumprimento, prescrição executória.
Obs: em tese, é possível que o sujeito seja reincidente e tenha maus antecedentes, mas ele
tem que ter cometido vários crimes.
I- A confissão deve ser espontânea, pois se foi por meio de tortura ela será ilícita e não valerá
como prova.
II- Art. 66 do CP: o juiz pode inventar atenuante, mas agravante não, pois fere o princípio da
legalidade.
Obs: o quantum de aumento e de diminuição é definido pelo juiz, que deverá respeitar a
súmula 231 do STJ (nunca passar do máximo ou do mínimo legal).
3º) Definitiva: são as majorantes e minorantes que, sempre, serão dispostas em fração.
Obs: o juiz não precisa respeitar as penas mínimas e máximas na pena definitiva, assim, nessa
última fase pode passar do máximo e ficar abaixo do mínimo, não se aplicando a súmula 231
do STJ.
- Dicas Gerais:
1ª) Existe uma ordem cronológica das fases, assim, se o juiz inverter essa ordem gerará a
nulidade da sentença.
2ª) Existe uma hierarquia entre as fases, sendo uma hierarquia invertida, pois as majorantes e
minorantes são mais importantes que agravantes e atenuantes que são mais importantes que
circunstâncias judiciais.
3ª) Toda decisão deve ser fundamentada, assim, cada dia que o juiz aumentar na pena deve
ser fundamentado, bem como todas as etapas, sob pena de nulidade – art. 93, IX da CF.
4ª) É proibido o bis in idem na fixação da pena, portanto nenhuma circunstância poderá ser
duplamente pesada sobre o réu. Ex: motivo fútil que é uma agravante da pena (art. 61), mas
no homicídio tem uma qualificadora, assim, não pode a qualificadora e a agravante.
5ª) Limites abstratos da pena: todo crime tem uma pena mínima e máxima prevista em lei
(figura simples), mas tem crimes que podem mudar esse patamar da pena para mais ou para
menos, as qualificadoras ou privilegiadoras. Assim, para fixação da pena o juiz deve partir da
pena mínima.
1º) Se a pena fixada na sentença for superior a 8 anos, o regime inicial é fechado.
2º) Se a pena é superior a 4 e não excede a 8 anos, no entanto deve-se observar se é primário
em crime doloso e as circunstâncias judiciais o regime é o semiaberto.
3º) Se a pena aplicada for igual ou inferior a 4 anos, desde que o sujeito seja primário e possua
boas circunstâncias judiciais o regime é o aberto.
Exceções:
1ª) Crimes punidos com detenção: o regime inicial nunca poderá ser o fechado, mas ao longo
da execução da pena se o sujeito cometer falta disciplinar, poderá ter regressão para o regime
fechado.
2ª) Prisão simples: nos casos de contravenção penal que é prisão simples, não se admite o
regime inicial fechado, bem como não pode a regressão durante a execução.
3ª) Crimes hediondos e equiparados (art. 2º da lei 8.072/90): é inconstitucional que o regime
de cumprimento inicial deva ser fechado, pois fere o princípio da individualização da pena.
4ª) Tortura (art. 1º, §7º da lei 9.455/97): aqueles que forem condenados por crime de tortura,
o regime inicial deve ser fechado, mas é inconstitucional.
5ª) Art. 1º, §5º da lei 9.613/98 (lavagem de dinheiro): quem faz delação premiada nesses
crimes poderão ter o regime inicial aberto.
** 493 do STJ: o regime aberto baseia no senso de responsabilidade do réu, assim, ele não
pode substituir a pena (ex o art. 44 do CP) por uma pena restritiva de direitos.
Caso 50: a) O recurso é o Agravo em Execução do art. 197 da LEP, visto que contra as decisões
do juiz da execução é este o recurso cabível.
Aula 26
II- Requisito objetivo: é o tempo, sendo 1/6 para os crimes comuns da pena recebida na
sentença, nos termos da súmula 715 do STF.
Obs: para crimes hediondos ou equiparados será de 2/5 (primário) ou 3/5 (reincidente),
conforme o art. 2º, §2º da lei 8.072/90.
A súmula 471 do STJ e súmula vinculante 26: para os crimes hediondos cometidos
antes de 2007, aplica-se 1/6 e não o que foi estabelecido depois com a lei de 2007.
Para aplicação da pena não tem limite, desde que o juiz siga o critério trifásico. Já na
execução o limite é de 30 anos – art. 75 do CP.
1ª) Crimes contra administração pública: além de bom comportamento e cumprir 1/6 da pena,
deve-se reparar o dano, salvo se for comprovado que é impossível – art. 33, §4º do CP.
2ª) Exame criminológico: se o juiz quiser pedir esse exame ele pode, mas não é mais obrigado,
conforme a súmula 439 do STJ. Todavia, deve ser fundamentado.
3ª) Progressão per saltum: é proibida a progressão per saltum, ou seja, pular um regime na
progressão, conforme a súmula 491 do STJ.
4ª) Progressão provisória de regime: pode requerer a progressão de regime mesmo antes do
trânsito em julgado, conforme as súmulas 716 e 717 do STF. Ex: o preso está a 1 ano na cadeia
pública (delegacia).
5ª) Delação premiada em crime organizado: pode antecipar a progressão de regime mesmo
sem cumprir o prazo, nos termos do art. 4º da lei 12.850/13.
Antes de o juiz (da vara de execução) decretar a regressão deve ouvir o MP e o condenado.
5. Dicas Finais
1ª) Detração penal (art. 42 do CP): todo tempo de prisão cautelar será computado como
tempo de pena cumprida.
Art. 387, §2º do CPP: esse tempo já cumprido será computado na fixação do regime
inicial da pena.
a) Direitos do preso:
II- Art. 41 da LEP – dentre estes direitos, um deles é o direito ao trabalho (arts. 28 a 37), que é
um direito social, deve ser remunerado, não submete as regras da CLT, devendo respeitar suas
capacidades e aptidões pessoas e, por fim, o preso tem direito ao trabalho externo, desde que
cumpra os requisitos mínimos.
O preso em regime fechado também tem direito ao trabalho externo, desde que seja
em obra pública.
III- Remição penal (art. 126 a 130): para cada 3 dias de trabalho, será remido 1 dia de pena.
Porém, a remição também pode pelo estudo, que será a cada 12h de estudo 1 dia de pena.
Obs: o preso que sofre acidente de trabalho continuará a se beneficiar da remição – art. 126,
§4º.
Prêmio de formatura: quando o preso consegue concluir o estudo dele, ganha 1/3
sobre o tempo de remição.
- Perda dos dias remidos (art. 127 da LEP): quem comete falta grave perde 1/3 do tempo
remido, mas essa lei é de 2011, antes disso ele perdia tudo – SV nº 9.
b) Deveres do preso
I- Disciplina penal (art. 44 da LEP): quem não obedece às regras da disciplina comete uma falta
disciplinar, disposta no art. 49, que pode constituir falta grave (art. 50 a 52 da LEP – rol
taxativo), média ou leve, sendo estas duas estabelecidas em cada Estado.
Falta grave: regressão de regime (art. 118 da LEP), perder 1/3 dos dias remidos (art. 127 da
LEP), interrompe a contagem para o prazo da progressão de regime (súmula 534 do STJ).
Sanção disciplinar (art. 53 da LEP), quem aplica essas sanções é o diretor, visto que é a
autoridade administrativa, com exceção do RDD.
Obs: o RDD (art. 52) é tão rigoroso, que a única pessoa que pode aplica-lo é o juiz.
Súmulas 535 do STJ, 526 do STJ (no caso de crime doloso não precisa esperar o
trânsito em julgado da sentença).
c) Recompensas ao preso (art. 55 e 56 da LEP). Ex: pode ter mais visitas íntimas, tem direito a
mais banhos de sol.
e) Agravo em execução (art. 197 da LEP): recurso cabível contra as decisões do juiz da
execução.
Súmula 700 do STF: a peça de interposição (5 dias) é para o juiz da vara de execução,
enquanto que a peça de razões (2 dias) é para o Tribunal.
- Efeitos:
II- Suspensivo: a princípio não tem efeito suspensivo, salvo no caso do art. 179 da LEP, que é
decisão que desinterna alguém de uma medida de segurança, pois na dúvida mantêm-no
preso.
I- Permissão de saída (art. 120 e 121 da LEP): para preso de regime fechado ou semiaberto –
saídas humanitárias, porém sempre com escolta, concedida pelo diretor da penitenciária.
II- Saída temporária: é só para regime semiaberto e tem a ideia de ressocializar o preso, neste
caso é sem escolta, mas quem concede é só o juiz.
Sursis
1. Previsão Legal
2. Conceito
É a suspensão condicional da pena. Assim, o processo já foi iniciado, já tramitou, o réu foi
condenado e recebeu uma pena.
O juiz, na mesma sentença que condenou e aplicou a pena, vai ver se o benefício é
cabível ou não.
3. Espécies
Espécies Requisitos
Simples 2 anos 1º crime doloso 59 do CP
Especial 2 anos 1º crime doloso 59 do CP Reparar o dano
Etário 4 anos 1º crime doloso 59 do CP 70 anos (sent.)
Humanitário 4 anos 1º crime doloso 59 do CP Saúde
Obs: a condenação anterior a pena de multa não impede o sursis – Súmula 499 do STF.
Obs: se o réu preencher os requisitos da pena restritiva e do sursis, o juiz deve aplicar a pena
restritiva de direitos (art. 77, III do CP).
Obs: se o réu não cumprir as condições do sursis o juiz irá revoga-lo e o réu vai para cadeia
cumprir sua pena na integralidade.
4. Condições
5. Período de Prova
Livramento Condicional
1. Previsão Legal
2. Conceito
É a antecipação da liberdade.
3. Espécies e Requisitos
Espécies Requisitos
Comum Primário em crime doloso 1/3 + art. 83
Ordinário Reincidente em crime doloso 1/2 + art. 83
Extraordinário Hediondo ou equiparado 2/3 + art. 83
** Se cometeu crime violento deve fazer o Exame Criminológico que, diferente da progressão,
aqui é obrigatório.
4. Período de Provas
O período de provas é o restante da pena que o réu recebeu, assim, ele deverá cumprir as
condições (art. 85 do CP) estabelecidas pelo juiz da VEP.
Obs: se o réu cumprir as condições o juiz vai declarar extinta a pena. Mas, se ele não cumprir,
o juiz revoga o benefício e o réu não poderá recebê-lo de novo no mesmo processo.
5. Dicas Importantes
Obs: Se o réu durante o livramento condicional cometer outro crime, perderá todo tempo que
ficou solto.
Obs: Quando o réu receber uma nova sentença durante o período do livramento condicional,
de crime praticado antes do livramento, ele perderá o livramento, mas o tempo que ele ficou
solto será computado como pena cumprida.
Súmulas
2. Teoria do Delito: 502 STJ, SV 24, 567 STJ, 243 STJ, 723 STF.
3. Teoria da Pena: 171 STJ, 693 STF, 231 STJ, 444 STJ, 545 STJ (confissão espontânea).
3.1. Regimes prisionais: 718 e 719 do STF, 269, 440, 493 do STJ.
3.2. Progressão de regime: 471 STJ, 439 STJ, 491 STJ, 716 e 717 STF.
3.3. Execução penal: 715 STF, 520 STJ, 526 STJ, 534 STJ, 562 STJ.