Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Este INFORMATIVO, elaborado pela Assessoria da Presidência do STF a partir de notas tomadas nas
sessões de julgamento das Turmas e do Plenário, contém um resumo não oficial de decisões proferidas na semana
pelo Tribunal. A fidelidade de tais resumos ao conteúdo efetivo das decisões, embora seja uma das metas
perseguidas neste trabalho, somente poderá ser aferida após a publicação das mesmas no Diário de Justiça.
*sessão matutina
Índice de Assuntos
Cálculo de Adicionais
Cautelar em ADIn: Hipótese de Não-Conhecimento
Competência Privativa da União
Decisões Administrativas: Necessidade de Motivação
Depositário Infiel
Embargos de Declaração: Efeitos
Extradição e Prisão Perpétua
Gratuidade do Casamento (CF, art. 226, § 1º)
ICMS e Seguradoras
Interrogatório de Réu Menor
Licenciamento e Direito Adquirido
Mensalidades Escolares - I
Mensalidades Escolares - II
Ministério Público
MP dos Bancos
Negociação Coletiva e Sindicato
Polícia Civil e Delegados de Carreira
Prequestionamento
Receita de Estado e Municípios
Recurso em Sentido Estrito
Transferência de Servidor: Inconstitucionalidade
Vantagens de Caráter Geral e Teto
Primeira Turma
Prequestionamento
A falta de prequestionamento inviabiliza o conhecimento do
extraordinário, ainda que a pretendida violação a dispositivo constitucional tenha
surgido, de modo implícito, na decisão impugnada. Hipótese que não dispensa a
oposição de embargos declaratórios (Súmula 356). Precedentes citados: Ag
120682-RJ (AgRg) (RTJ 123/383); Ag 124036 (AgRg) (DJ de 12.05.88); RE
158314 (Edcl) (DJ de 16.04.93). Ag 145.985-PR (AgRg), rel. Min. Celso de
Mello, 12.12.95.
Cálculo de Adicionais
Afirmando, com base no art. 17 do ADCT, a eficácia imediata
do disposto no art. 37, XIV, da CF (proibição de cômputo e acumulação de
acréscimos pecuniários), a Turma decidiu limitar os efeitos de decisão que
reconhecera o direito de servidores públicos estaduais à incidência recíproca de
adicionais por tempo de serviço, em ação ajuizada na vigência da EC 1/69. RE
130.960-SP, rel. Min. Octavio Gallotti, 12.12.95.
Depositário Infiel
A Turma decidiu afetar ao Plenário o julgamento de habeas
corpus em que se discute sobre a validade do art. 17 do DL 167/67, que atribui
ao devedor, na cédula rural pignoratícia, responsabilidade de depositário sobre os
bens objeto da garantia. Na espécie, o bem vinculado ao financiamento - a
colheita da lavoura -, não existia na data do contrato (safra futura). HC 73.058-
SP, rel. Min. Maurício Corrêa, 12.12.95.
Ministério Público
O § 1º do artigo 103, da CF, (“O Procurador-Geral da
República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e
em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.”)
objetiva cientificar o Ministério Público de controvérsia, não fazendo supor a
obrigatoriedade da remessa de todos os processos à Procuradoria-Geral da
República. Interpretação teleológica do mencionado artigo. Embargos
declaratórios acolhidos em parte, sem efeito modificativo, para esclarecer que
não cabia a remessa do agravo regimental à PGR, considerando, ainda, a
presença do Sub-Procurador-Geral quando do seu julgamento. EDcl (AgrAg)
158725-MG, rel. Min. Marco Aurélio, 18.12.95.
Plenário
MP dos Bancos
Indeferida medida cautelar requerida pelo Partido dos
Trabalhadores, em ação direta contra a medida provisória que dispôs sobre o
fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (MP 1179/95, reeditada sob o nº
1214/95). A maioria não viu na tese principal da ADIn - ofensa ao art. 192,
caput, da CF, pelo fato de cuidar-se na MP, segundo o autor, de disciplina
concernente ao sistema financeiro - a relevância exigida para a concessão da
liminar. Da mesma forma, afastou-se, relativamente ao art. 2º da MP - que
contém normas tributárias aplicáveis a instituições financeiras em caso de
incorporação -, a alegada contrariedade ao § 6º do art. 150 da CF (EC 3/93), que
só admite benefício fiscal concedido mediante lei específica. Vencidos os
Ministros Marco Aurélio, Celso de Mello e Néri da Silveira. ADIn 1.376-DF,
rel. Min. Ilmar Galvão, 11.12.95.
Mensalidades Escolares - I
Relativamente à ação direta ajuizada pela Confederação
Nacional dos Estabelecimentos de Ensino - CONFENEN, contra a medida
provisória que dispõe sobre o valor anual das mensalidades escolares (MP
1156/95, reeditada sob o n. 1192), deferiu-se em parte a cautelar requerida, para
suspender, no art. 9º, a proibição, dirigida à Administração Pública Federal, de
repassar recursos e firmar convênios ou contratos com as instituições definidas
no art. 213, da CF (escolas comunitárias, confessionais e filantrópicas), enquanto
estivessem respondendo por infrações à própria medida provisória. Precedente
citado: ADIn 1176-DF (DJ de 07.04.95). ADIn 1.370-DF, rel. Min. Ilmar
Galvão, 18.12.95.
Mensalidades Escolares - II
No tocante ao § 2º do art. 4º da referida MP - que exclui do
valor-limite das mensalidades escolares, fixado no § 1º do art. 1º, “os valores
adicionados às mensalidades de 1995, que estejam sob questionamentos
admininstrativos ou judiciais” -, decidiu-se, no mesmo julgamento - para evitar
que a impugnação feita por um ou alguns estudantes pudesse inviabilizar a
inclusão da parcela controvertida no valor das mensalidades de todos os alunos
de uma determinada instituição de ensino, o que, por não ser razoável, poderia
ofender o princípio substantivo do devido processo legal (CF, art.5º, LIV) -,
suspender a eficácia de qualquer interpretação desse dispositivo que não seja a
de alcançar ele apenas o questionamento administrativo ou judicial feito por
todos os alunos ou responsáveis, individualmente, ou o questionamento coletivo,
cuja solução possa atingir todos os estudantes do estabelecimento.
ICMS e Seguradoras
Suspensa a eficácia de dispositivo da L. 6374/89, do Estado de
São Paulo, que define como contribuinte do ICMS a seguradora. Assim como no
julgamento da ADIn 1332-RJ, citado como precedente (v. Informativo 16), o
Tribunal considerou relevante a fundamentação apresentada pela Confederação
Nacional do Comércio, autora da ação direta, no sentido de que as vendas de
salvados, realizadas, pelas companhias seguradoras, são parte integrante das
operações de seguro, cuja tributação se sujeita à competência da União (CF, art.
153, V), e de que tais vendas não se enquadrariam, em todo caso, no conceito de
“operações relativas à circulação de mercadorias” (CF art. 155, I, “b”). Vencido
o Ministro Ilmar Galvão. ADIn 1.390-SP, rel. Min. Sydney Sanches, 19.12.95.
29 de setembro de 1995