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TERAPIA FAMILIAR

Disciplina: TERAPIA FAMILIAR


Supervisora: Profª Drª MARIA LUIZA R. MEIJOME PISZEZMAN –
CRP - 06-10.163-5

ALGUMAS ABORDAGENS EM
TERAPIA FAMILIAR

I. ABORDAGEM ESTRUTURAL

O principal teórico dessa abordagem é Salvador Minuchin. Ele


publicou um livro “Family of the Slums”, que foi resultado de seu
trabalho com famílias de adolescentes delinqüentes, na escola de
Wiltwych, em New York. O objetivo de seu projeto era tentar explicar as
idéias recentes sobre terapia familiar e em famílias de baixo nível sócio
econômico.

Minuchin e seus colaboradores ressaltaram a importância de um


estudo mais aprofundado da relação entre o sistema social mais amplo
e o sistema familiar dos grupos socialmente menos privilegiados, os
quais estava pesquisando. A partir daí, desenvolve a abordagem
estrutural no trabalho clínico e classifica as famílias como aglutinadas
e famílias desligadas. Na família aglutinada, há grande proximidade
entre os membros que a integram, interagem intensamente, mas há
falta de diferenciação entre eles. Já nas famílias desligadas, não há
conexões fortes entre seus membros, que se relacionam muito pouco
entre si.

A Terapia Estrutural de família é definida por Minuchin, como


sendo uma terapia de ação, para modificar o presente e não para
explorar ou interpretar o passado. O objetivo da intervenção
terapêutica é o Sistema Familiar, ao qual ele se une, utilizando-se a si
mesmo para transformá-lo, pois ele se pergunta: “O que há no sistema
que implica no surgimento do sintoma”.

Mudando a posição dos membros da família no sistema, o


terapeuta modifica as exigências subjetivas de cada membro.
2

A família é um sistema que opera por meio de padrões


transacionais. Essas transações repetidas reforçam o sistema familiar.
O sistema familiar diferencia-se e executa suas funções através de
seus subsistemas. Cada indivíduo pertence a subsistemas onde tem
diferentes níveis de poder. Como e quem participa desse sistema é dado
pelas fronteiras. A função das fronteira é proteger a diferenciação do
sistema, e para que o funcionamento da família seja adequado ela
(fronteira) deve ser nítida.
Desenvolver fronteira e subsistema.

Existem famílias nas quais a distância entre seus membros é


diminuída, e a diferenciação do sistema é prejudicada em conseqüência
das fronteiras muito difusas. Estas são as famílias aglutinadas. Outras
desenvolvem fronteiras muito rígidas que são as famílias desligadas
(desenvolver fronteira difusa e fronteira rígida).

O Terapeuta obterá dados unindo-se com a família e analisando o


campo transacional.

No transcorrer das sessões o Terapeuta faz observações e coloca


questões, determina padrões transacionais, estabelece fronteiras e
levanta hipóteses sobre quais padrões são disfuncionais. Obtém dessa
forma um Mapa Familiar, através do qual o Terapeuta formulará
hipóteses sobre a família e determinar à os objetivos terapêuticos
(conceito de funcional e disfuncional).

Para Minuchin a função do Terapeuta de família é ajudar o


Paciente Identificado (PI)1 e a família, facilitando a transformação do
sistema familiar e nesse processo inclui vários procedimentos, tais
como:
1. O terapeuta se une a família, desempenhando papel de líder.
2. Descobre e avalia a estrutura familiar.
3. Cria circunstâncias, que vão permitir a transformação dessa
estrutura. As mudanças terapêuticas, são provocadas pelas
operações reestruturadas, que podem ser:

a) Efetivação de padrões transacionais da família;


b) Delimitação das fronteiras;
c) Escalonamento de estresse;
d) Distribuição de Tarefas;
e) Utilização dos Sintomas;
f) Manipulação do humor e
1
A posição de PI será vista adiante ao se falar do sintoma.
3

g) Apoio ou orientação.

A teoria de terapia familiar esta fundamentada no fato de que o


homem não é um ser isolado. Ele é um membro ativo e reativo de
grupos sociais. O que experiencia como real depende tanto de
componentes internos como externos. A família é um fator altamente
significante neste processo. É um grupo social natural, que governa
respostas de seus membros dentro e fora dela. Sua organização e
estrutura selecionam e qualificam as experiências de seus membros.
Tem uma intensa influência em seus membros, e isto já foi verificado
até mesmo experimentalmente ao se investigar as doenças
psicossomáticas de crianças, onde se verificou que a criança responde
ao estresse que afeta a família e mantém um papel importante na
manutenção da Homeostase familiar.

1. Como é Visto o Sintoma

Desorganização do Sistema – O que há no sistema familiar que


provoca o aparecimento do Sintoma?

A patologia pode estar dentro do paciente, em seu contexto social


ou no feedback entre eles. O indivíduo influencia o seu contexto e é por
ele influenciado, em seqüências de ação constantemente recorrentes. O
indivíduo que vive numa família é um membro de um sistema social,
ao qual deve se adaptar. Suas ações são governadas pelas
características desse sistema e estas características incluem os efeitos
de suas próprias ações passadas. O indivíduo responde ao estresse em
outras partes do sistema, às quais se adapta, e pode contribuir para
estressar outros membros do sistema. O indivíduo pode ser encarado
como um subsistema ou como parte do sistema, mas o todo deve ser
levado em conta.

Um Terapeuta que está trabalhando dentro da estrutura familiar,


vê o sintoma de um membro individual, como uma expressão de um
problema contextual. Por isso vai combater a tendência da família de se
concentrar no portador de sintomas, pois geralmente a família é levada
para terapia pelo desvio ou sofrimento de um de seus membros. Eles
vão em busca do terapeuta, para que ele modifique essa situação, sem
pensar em mudar seus padrões transacionais preferidos. Na realidade,
a família está solicitando o retorno à situação como era antes dos
sintomas do PI tornarem-se incontroláveis. Entretanto o Terapeuta
considera o paciente identificado meramente como um membro da
família, que está expressando, do modo mais visível, um problema que
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afeta o sistema inteiro. O PI pode necessitar de atenção, mas a família


toda deve ser Alvo das Intervenções Terapêuticas.

2. Como Ocorrem as Mudanças

As mudanças numa estrutura familiar, contribuem para uma


mudança no comportamento e nos processos psíquicos internos dos
membros desse sistema.

Quando um Terapeuta trabalha com pacientes, ou com a família


de um paciente, seu comportamento se torna parte deste contexto. O
Terapeuta e a família se associam para formar um sistema terapêutico
novo, e este sistema passa a governar o comportamento de seus
membros.

A família é sujeita à pressão interna, que provem de mudanças


evolutivas nos seus próprios membros e subsistemas, e à pressão
exterior, proveniente das exigências para se acomodar às instituições
sociais significativas, que tem um impacto sobre os membros
familiares. Responder a estas exigências, tanto de dentro como de fora,
requer uma transformação constante da posição dos membros da
família, em relação um com o outro, de maneira que possam crescer,
enquanto o sistema familiar mantém continuidade.

Os estresses de acomodação a novas situações são inerentes a


este processo de mudança e continuidade.

A família, como um sistema sócio-cultural absoluto, enfrenta


continuamente exigências de mudanças. Estas exigências são
incentivadas por mudanças biopsicos-sociais em um ou mais de seus
membros. Uma família disfuncional é um sistema que responde a estas
exigências internas ou externas de mudanças, estereotipando o seu
funcionamento. Nela as exigências de mudanças foram contrapostas
por uma concretização da estrutura familiar. Os padrões transacionais
costumeiros foram preservados até o ponto de rigidez, bloqueando
qualquer possibilidade de alternativa. Selecionar uma pessoa para ser
o problema (PI) é o método mais simples de manter a família rígida e
inadequada.

A função do Terapeuta familiar é ajudar o PI e a família,


facilitando a transformação do sistema familiar. Para isso o Terapeuta
precisa se unir à família numa posição de liderança, descobrir e avaliar
a estrutura familiar subjacente e criar circunstâncias que permitirão a
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transformação dessa estrutura. Como resultado da terapia, a família é


transformada. As mudanças são efetuadas num conjunto de
expectativas que dirigem o comportamento dos seus membros. Em
conseqüência, a mente “extra-cerebral” de cada membro da família é
alterada e a própria experiência do indivíduo muda. Esta
transformação é significativa para todos os membros da família,
principalmente para o PI que é liberado da sua posição desviante.

3. Formas de Diagnosticar

As fronteiras de um subsistema são as regras que definem quem


participa e como participa. A função das fronteiras é de proteger a
diferenciação do sistema. Cada subsistema familiar tem funções
específicas e faz exigências específicas de seus membros.

Para o funcionamento apropriado da família, as fronteiras dos


subsistemas devem ser nítidas e essa nitidez possibilita avaliar o
funcionamento da família.

Existem dois extremos de comunicação das famílias, ou muito


rígido ou muito difuso. Nas fronteiras rígidas a comunicação é
chamada de desligada e nas fronteiras difusas a comunicação é
chamada de emaranhada.

Todas as famílias são concebidas como sendo incluídas em algum


lugar ao longo de um “continuun”, cujos pólos são os dois extremos de
fronteiras: as difusas ou as rígidas.
Minuchin usa as seguintes nomenclaturas para demonstrar as
fronteiras: ___________/---------/......................
Desligadas-Rígidas F. Nítidas Emaralhadas-F. Difusa

O subsistema Conjugal – É formada quando dois adultos de sexo


oposto, se unem com o propósito de formar uma família. Tem tarefas e
funções específicas, vitais para o funcionamento da família.

Subsistema Parental – Um novo nível de formação familiar é


atingido com o nascimento do primeiro filho. O subsistema conjugal
agora deve desempenhar as tarefas de socialização de uma criança,
sem perder o apoio mútuo. Deve ser delineada uma fronteira, que
permita o acesso da criança a ambos os pais, embora ela seja excluída
das funções conjugais.
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Subsistema Fraternal (é composto pelos irmãos) – É a primeira


oportunidade de treinamento social, no qual as crianças podem experi-
mentar com relações com iguais. Dentro desse contexto as crianças
apoiam, isolam, escolhem um bode expiatório e aprendem umas com
as outras. No mundo de irmãos, as crianças aprendem como negociar,
cooperar e competir, aprendem como fazer amigos, aliados,... etc.

Em Minuchin temos as seguintes nomenclaturas:

Fronteiras Nítidas ----------

Fronteiras Difusas ............

Fronteiras Rígidas ________

Superenvolvimento

Associação

Conflito - -

Coalizão }

Desvio 

Exemplificando: Alianças

a) Coalizão Estável: Quando membros de uma família se unem


contra um membro. Ex.: Uma criança que foi sexualmente
abusada. Quando denunciaram o pai, ele foi preso. A partir
daí os outros irmãos se uniram contra a criança, que se
tornou o PI.

b) Coalizão com Desvio: Todos os membros da família se unem


contra outro. Ex.: Eles são muito bons; os vizinhos, os
outros é que não prestam.

c) Triangulação: Dois membros da família estão bem e um


terceiro não.

1. Mãe em conflito com o Pai, mas superenvolvida com o


filho, e o filho em conflito com o pai.
M P
7

F
2. Mãe e Pai superenvolvidos, e em conflito com o filho.
Ex.: Se não fosse ele nossa vida seria ótima...

M P

3. Mãe e Pai em conflito entre si, mas superenvolvidos


com o filho.

M P

4. Negam o problema, são super envolvidos (aglutinados)


Ex.: Quando dizem entre nós não existem problemas.

M P

MAPEAMENTO: Enquanto o Terapeuta está respondendo aos aconte-


cimentos, à medida em que ocorrem na sessão, também está tendo
transações e delimitando as fronteiras e começa a levantar hipóteses a
respeito de quais padrões são funcionais e quais são disfuncionais.
Está come-çando a obter um Mapa Familiar. Um mapa familiar é um
esquema or-ganizacional. O Mapa Familiar é um recurso de
simplificação poderoso, que permite ao Terapeuta organizar o material
diverso que esta obten-do. O mapa lhe permite formular hipóteses a
respeito de áreas, dentro da família, que funcionam bem e quanto a
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outras áreas que podem ser disfuncionais. O mapa familiar também o


ajuda a determinar os objetivos terapêuticos.
REESTRUTURAÇÃO DA FAMÍLIA: As operações reestruturadoras são
as intervenções terapêuticas que confrontam e desafiam uma família,
numa tentativa de forçar mudança terapêutica. As operações reestru-
turadoras são os focos da terapia. São as intervenções dramáticas que
criam o movimento na direção dos objetivos terapêuticos. E que são:
- Efetivação de padrões transacionais da família.
- Delimitação das fronteiras (Rígidas, Difusas ou Nítidas).
- Escalonamento de Estresse.
- Distribuição de Tarefas (Na sessão ou fora delas).
- Utilização dos Sintomas (Concentração no Sintoma, Exageração
do Sintoma, Desacentuação do sintoma, transferência para um
novo sintoma, reclassificação do sintoma, e modificação do afeto
do sintoma).
- Manipulação do humor.
- Apoio, educação e orientação.
Em resumo, uma Terapia de Família de Abordagem Estrutural faz:
1. Usa o ciclo vital da família (nascimento de filhos, entrada na
escola, entrada na universidade, saída de casa,
casamentos,...etc.).
2. O sintoma mantém e é mantido pelo Sistema.
3. O tratamento é pragmático, focalizado no presente. O
passado interessa apenas como explicação do que está
acontecendo agora.
4. Querem modificar a seqüência.
5. Vê o funcionamento da família como um todo.
6. Valoriza o processo mais do que o conteúdo.
7. Faz diagnóstico de como funciona a família e intervém no
que esta acontecendo.
8. É muito planejada e espera feedback.
9. Estão sempre junto com a família a procura da solução dos
problemas.
10. Usam tarefas, dentro e fora da sessão.
11. Não dão importância ao insight, pois não interpretam.
12. Não promove a transferência e não se lida com a
Contratransferência.
13. Dá muitos poderes aos pais.
14. Se utiliza de paradoxo, embora atualmente use pouco.
15. Tem sempre uma conotação positiva da família, não culpam os pais.
16. Vão direto ao Problema e não se prendem ao Sintoma.
4. A Pessoa do Terapeuta
9

O Terapeuta se torna um ator no drama familiar, entrando em


coalizões transacionais, a fim de regular o sistema e desenvolver um nível
diferente de homeostase.

Os dados do Terapeuta e seus diagnósticos são alcançados


experiencialmente no processo de união com a família.

Ele ouve o que os membros da família contam-lhe a respeito da


maneira pela qual eles funcionam, experenciando a realidade. Mas ele
também observa a maneira pela qual os membros da família se
relacionam com ele e entre si. O terapeuta analisa o campo transacional,
em que ele e a família se encontra, a fim de fazer um diagnóstico
estrutural.

O Terapeuta faz a si mesmo um certo número de perguntas. Por


exemplo, “Quem é o porta voz da família, o que isso significa, quem se
relaciona para fazer a apresentação da família, quem se relaciona com
quem, como se relaciona, quando se relaciona. etc.”.

O Terapeuta da família considera a si mesmo como um membro


agente e reagente do sistema terapêutico. A fim de se unir à família,
enfatiza os aspectos de sua personalidade e experiência, que são
sintômicos com os da família, mas também conserva a liberdade de ser
espontâneo em suas investigações experenciais.
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II. ABORDGEM ESTRATÉGICA

Os principais teóricos da Terapia Estratégica são: Jackson, Bateson,


Haley, Weakland e Watzlwick que fundaram em 1958 o M. R. I. de Palo
Alto, Califórnia.

O trabalho inicial do grupo de P. A. estava centrado nos padrões de


comunicação das famílias com um membro esquizofrênico.

Bateson e seus colaboradores em 1958, desenvolveram o conceito


de Duplo Vínculo, apresentando uma teoria de esquizofrenia baseada na
análise das comunicações, mais especificamente, na teoria dos tipos
lógicos. Postularam também, que se o esquizofrênico é produto da
interação familiar, deveria então ser possível chegar-se a priori, a uma
descrição formal das seqüências de experiências que levaram o paciente
a tal sintomatologia.

Para que tenha uma situação de duplo vínculo precisa:

1. Duas ou mais pessoas envolvidas. O duplo vínculo pode ser


infligido pela mãe sozinha ou por alguma combinação mãe, pai
ou irmão.

2. O Duplo Vínculo é um tema recorrente para ao indivíduo


vítima, e a estrutura do D. V. passa a ser uma experiência
habitual.

3. Uma injunção negativa primária, que pode ter uma das duas
formas:
a) Não faças isto ou te castigo.
b) Se não fizer isto eu te castigarei.

4. Um injunção secundária que está em conflito com a primeira,


num nível mais abstrato, e que como a primeira é reforçado
por punições ou sinais que indicam perigo para a
sobrevivência.

5. Uma injunção negativa terciária que proíbe a “vítima” de


escapar do campo.

6. O conjunto completo das condições deixa de ser necessário


quando a vítima aprendeu a perceber o seu mundo sob
padrões de duplo vínculo.
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Em 1967 Fisch, Watzlawick e Weakland fundam o Centro de


Terapia Breve do M. R. I. Também tiveram treinamento em hipnose e
contato com as Técnicas de Milton Erickson, incorporando suas
estratégicas como métodos de transformação terapêutica. Tinham a
supervisão de Bateson.

O termo estratégico foi utilizado inicialmente por Haley para


descrever qualquer terapia em que o terapeuta realizava ativamente
intervenções para resolver o problema.

Esses autores acham que estabelecer limites no tempo de


tratamento tem influências positivas, tanto para o paciente como para o
terapeuta.

A permissa fundamental de Terapia Estratégica, apresentada por


Weakland é que os vários tipos de problemas trazidos pelos Pacientes aos
Terapeutas só persistem se forem mantidos pelo comportamento atual
dos pacientes e das pessoas que com ele interagem. Se o comportamento
que mantém o problema for eliminado, o problema desaparecerá,
qualquer que seja a natureza da etiologia.

1. Como é Visto o Sintoma

Os sintomas podem ser de tipos, tais como:

1. Orientação franca para o Sintoma: Os membros da família


buscam terapia por que tem determinadas queixas e ao aceitá-
los para o tratamento o terapeuta assume o compromisso de
aliviar suas queixas.

2. Os problemas são vistos como dificuldades de interação. Os


problemas que os pacientes ou as famílias dos pacientes
trazem, exceto as síndromes claramente orgânicas, são vistos
como dificuldades interacionais que envolvem o paciente
identificado, sua família, seus amigos de trabalho, etc.

3. Os problemas são vistos como resultantes de dificuldades


cotidianas que não foram resolvidos.

4. As transições de vida requerem grandes mudanças nos


relacionamentos.
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5. Os problemas desenvolvem-se através de superênfase ou


subênfase nas dificuldades da vida.

6. A continuação do problema resulta de um círculo de feedback


positivo centrado no comportamento dos indivíduos que
pretendem resolver a dificuldade.

7. Os problemas de longa duração não são indicadores de


cronicidade, mas persistência de uma dificuldade mal-
enfrentada.

Um exemplo de sintoma, seria quando a internação de uma


paciente esquizofrênica faz parte das seqüências de internações do
sistema familiar. Por isso o Terapeuta tem que trabalhar essas
seqüências de interações que levam a hospitalização, para justamente
evitá-la. Entra então na seqüência que se veja modificar.

Ex.: 1 – Pais estão bem entre si; 2 – Paciente começa a se drogar; 3 –


Família começa a brigar; 4 – Paciente fica mais drogado ainda; 5 –
Família intensifica as brigas; 6 – Paciente tem um surto e é
internado; 7 – Pais estão bem entre si de novo e a família fica boa.
E essa seqüência se repete, e para que não se repita os pais tem que
perceber que um conflito entre eles é que está causando o conflito
no filho, eles tem que se unir enquanto pais para ajudarem o seu
filho. Eles tem que perceber isso claramente, se unirem enquanto
casal para ajudar o filho, e depois disso têm que concentrar em sua
terapia de casal, caso contrário a seqüência se repetirá.

2. Como Ocorrem as Mudanças

Como ela é uma terapia que está focalizada na solução de


problemas, ela não é orientada para a evolução e nem está preocupada
com o passado. A ênfase está na comunicação presente, e à medida que a
família segue os direcionamentos e evoluem para novas experiências
conseguindo quebrar as seqüências rígidas que desencadeiam os
sintomas, já há mudanças positivas.

Se a família pode sobrepujar o problema, mesmo sem saber como e


porque, isso também já é satisfatório, pois o principal objetivo é mudar o
comportamento manifesto do paciente. Para isso são utilizadas
instruções paradoxais, que consistem em prescrever comportamentos
que aparentemente estão em oposição aos objetivos estabelecidos, mas
que visam mudanças em direção a eles.
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As dificuldades dos pacientes são vistas em termos de um sistema


de relação e de comportamentos mantenedores dos problemas, e as
intervenções podem ser feitas em qualquer ponto do sistema, visando a
provocar mudanças.

As resoluções de problemas requerem primeiramente a


substituição de padrões de comportamento para interromper os
círculos de feedbacks positivos e é preciso criar novos padrões de
comportamentos que vão substituir os atuais.

Vêm mudanças em primeira e segunda ordem.

3. Formas de Diagnostico

O tratamento nesta abordagem segue os seguintes estágios:

3.1. Introdução ao Tratamento: Os pacientes são aceitos sem


triagem. Quando não há vagas, são encaminhados para
outras instituições. No primeiro encontro a secretária
acompanha o paciente ou a família até a sala de
atendimento, depois de ter preenchido um formulário com
dados demográficos.
O Terapeuta começa por explicar as vantagens de ter as
sessões gravadas e observadas e solicita autorização para
tal.
A terapia é de aproximadamente dez sessões, e o terapeuta
cria expectativas positivas sobre mudanças rápidas.

3.2. Definição do Problema: O Terapeuta pergunta ao paciente


qual o problema que o trouxe à terapia. Se várias queixas
forem nomeadas ele pergunta qual a principal delas. No caso
da família ou casal, em que podem haver vários pontos de
vista diferentes, o Terapeuta pede para que cada um fale de
sua principal queixa.

3.3. Avaliação do comportamento mantenedor do Problema:


Inicialmente o Terapeuta apenas pergunta ao Paciente ou a
Família como eles têm lidado com o Problema, o que traz a
tona os comportamentos mantenedores dos mesmos.

3.4. Estabelecimento de objetivos para o tratamento: As metas do


tratamento são estabelecidas claramente em termos de
comportamentos concretos. O objetivo é ter já na segunda
sessão uma meta estabelecida. Esse objetivo original pode
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ser revisto ao longo do tratamento, como também podem ser


acrescentados objetivos secundários.

3.5. Seleção e utilização de intervenções: A partir da observação


do comportamento atual relacionado com o problema e da
avaliação do comportamento que estaria relacionado com o
objetivo explicitado, o terapeuta começa a intervir para
promover mudanças, tendo como principal objetivo mudar o
comportamento manifesto do paciente. Utiliza instruções
paradoxais e intervenções diretas simples envolvendo
alguma pessoa ou complexa envolvendo toda a família. Esses
direcionamentos diretos são planejados com o objetivo de
mudar seqüências de interação na família. As interações são
direcionadas para envolver membros da família, promover
concordância e bem estar, aumentar os intercâmbios
positivos, fornecer informações e ajudar a família a se
organizar em modos mais funcionais, estabelecendo objetivos
individuais e planos para atingir esses objetivos.
O término da terapia: Quando o caso atinge o limite de dez
sessões ou quando as metas são alcançadas, a evolução do
tratamento é revista com o paciente.

Em resumo um Terapia de Família com abordagem Estratégica


faz:

1. Utiliza o ciclo vital da Família.

2. Os sintomas mantém e é mantido pelo sistema.

3. É um tratamento extremamente pragmático, focalizado no


presente.

4. Os dois querem modificações da seqüência.

5. Focalização do Sintoma.

6. Vão mais pelo processo do que pelo conteúdo (Como fala,


quem fala, etc.).

7. Fazem diagnóstico. Como funciona a família. Intervém no


que está acontecendo. Espera o feedback, faz um novo
diagnóstico e toda a terapia é muito planejada.
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8. Dão uma técnica para achar a solução dos problemas, pois a


família geralmente traz como não tendo solução. E eles
trabalham junto com a família para que possa ter essa
solução.
Ex.: De tipo de discurso que faz manter a seqüência: Marido
reclamando que o casamento está ruim, mas diz que
não pode falar nada para a esposa, pois ela já teve
câncer se eu falar o câncer pode voltar.

9. Usam muitas tarefas, tanto dentro como fora da sessão. Ex.:


Você fale para a sua mulher, isto ou aquilo.

10. Nunca culpam os pais. Ex.: Nunca dizem para os pais –


“Você não está sabendo como agir”. A conotação é sempre
positiva. Ex.: Para uma mãe superprotetora eles diriam...
Como você tem um coração grande para entender seu filho...

11. Não dá interpretação. É uma reformulação do problema e


não uma interpretação do inconsciente. Aqui o insight não é
tão importante. É o comportamento da ação de um
indivíduo, não é a interpretação. Ex.: Para uma mãe muito
medrosa que está projetando no seu filho, eles diriam: “Seu
filho está mandando uma mensagem que você não está
conseguindo entender, vamos ver o que você pode fazer para
entendê-lo e ajudar seu filho”.

12. Não promove a transferência. Ex.: “Não fui eu que conseguiu


isso, foram vocês que conseguiram”. Sempre se devolve, não
permite que as coisas sejam projetadas e permaneçam no
terapeuta. O Terapeuta tem que sempre devolver para o
outro.

13. Não se lida muito com a contratransferência, mas lidam


mais com o estudo de origem da família do terapeuta.

14. Dá muitos poderes aos pais.


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15. Usam muito paradoxo.


Técnicas indiretas: Paradoxo Indireto:
 Prescrever que vai ocorrer uma reincidência. Ex.: Vocês
vão brigar de novo.
 Paradoxo – Ex.: Terapeuta diz para um filho... “Isso!
Continue a se prejudicar, pelos seus pais, eles precisam
disso”.
 Para usar paradoxo, tem que se usar com muito
critério, não se usa em famílias que estejam em crise,
em famílias onde haja possibilidade de suicídio, quando
a família está sendo cordata ou quando não se quer
correr o risco de o paciente realmente executar.
Só se usará em famílias que estão com muitas
resistências. Ex.: Pessoa que já passou por muitos
terapeutas. O Terapeuta atual pode dizer: “Se os outros
não conseguiram, por que vocês acham que eu vá
consegui-lo?”
Tem que ter um bom rapport com a família.
Tem que gostar muito do paciente, pois você “empurra”,
mas também está lá para ajudar.

4. A Pessoa do Terapeuta

O Terapeuta usa um tom sempre claro, objetivo e direto. O


Terapeuta tem que ser direto nas suas comunicações pois esta é uma
abordagem muito diretiva.

O Terapeuta sempre planeja. Às vezes já se levantou em uma


equipe multidisciplinar uma hipótese, do que está ocorrendo dentro da
família, mesmo antes da primeira entrevista, pelo telefonema realizado.

O Terapeuta vê as seqüências de interações que estão


acontecendo dentro da família. Vê também em que estrutura a família
está.

Os direcionamentos são deliberdamente planejados e essas são as


principais técnicas do terapeuta.

Não promove transferência. Valoriza muito os pais. Sempre


devolve as coisas, não permitindo projeções. Tem expectativas positivas
de cura. Usa muito de paradoxos.
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III. ABORDAGEM MULTIGERACIONAL

A experiência em terapia familiar indicou que sintomas ou


propriedades desordenadas podem ser vistas como adaptativas,
necessidades a respostas a intimações do contexto social. A maior
influência social está representada pela família. A família tendo o seu
papel na etiologia e manutenção dos distúrbios emocionais de seus
membros.

A relação entre o que é intrapsíquico e o que é transacional, a


resolução interpessoal de alguns conflitos é que cria um tipo de
distorção profunda no indivíduo.

Através de feedback psicológico, cada componente da família cria


suas próprias regras e padrões. A exploração deste fenômeno, no qual
conceitos dinâmicos e sistêmicos estão acentados, pode provar
correntes do pessoal ao social.

Terapia de familia trabalhando muito com o casal. Usou várias


escolas comunicacionais, como, paradoxo, estratégica e outras, pois
acreditam que têm que ser ecléticos para terem um método mais
adequado.

Para essa teoria o ideal seria:

1. Os pais tendo desenvolvido o senso de “próprios” antes de se


separarem da família de origem.
2. A criança estar livre do papel de salvar o casamento dos
pais.
3. Percepção e expectativas realísticas por parte dos pais das
crianças.
4. A labilidade de procriar da família e maior do que a família
de origem.
5. A criança se relacionando mais estritamente com um dos
pais, não se alienando do outro.
6. Encorajamento da identidade desenvolvida e autonomia de
todos os membros da família. E isto tendo sucesso vai
significar que num determinando ponto, o indivíduo vai
deixar a família e criar a sua própria família.
7. A afeição demonstrada entre pais e pais e filhos, não deve ser
possessiva.
8. A capacidade de ter abertura, honestidade e clareza na
comunicação e no relacionamento com cada um dos outros
membros tanto da família como fora dela.
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9. A relação entre os pais deve ser de adulto para adulto e


muito realista.
10. Uma família aberta em senso de envolvimento com os outros,
incluindo os amigos da família.

1. Como é Visto o Sintoma

Os sintomas são formados, selecionados, focados, extraídos e


reduzidos ou extinguidos como função do contexto de relacionamento
no qual estão naturalmente envolvidos.

O tipo de sintomas desenvolvidos depende em geral em que


sistema requer. Alguns sintomas perigosos em crianças, às vezes são
ignorados pelos pais, embora a escola e outros possam notar a
seriedade. Por outro lado, os sintomas das crianças podem ser triviais,
ainda que seus pais atribuam uma grande importância a eles, podendo
usar medidas drásticas para intervir.

Os sintomas podem aparecer em casais, tais como:


1. Casais em que o problema de relacionamento conjugal é
verbal ou de comunicação.
Estes casais são reabilitados com sessões de terapia
matrimonial.
2. Casamentos em que os parceiros amam um ao outro, deve
durar bastante o casamento, pois eles mesmos se reabilitam.
3. Casamentos de irmãos e irmãs, interferem no dia a dia deles,
o sexo é uma rotina. A vida é boa mas monótona.
4. Casamentos conflituais se mostram ambivalentes para cada
um deles. Há vários conflitos entre eles.
5. Casamentos nos quais um parceiro é sintomático,
envolvendo ambos os parceiros em tratamento.
6. Casamentos em que o problema é uma conseqüência da
maturação matrimonial incompleta.
7. Casamentos de profissionais de saúde mental, ou de
pacientes profissionais, para eles estarem em terapia
familiar, é um modo de vida.
8. Aposentados ou casamento pela segunda ou terceira vez, são
complicados pelas obrigações anteriores, crianças, etc.
9. Casais idosos cujos problemas já estão crônicos.
10. Casais que atribuem as dificuldades ao filhos a criança é
para eles um problema.
11. O casamento de extremistas onde o casal vem para terapia
em última instância. Geralmente um dos parceiros quer
acabar com o casamento e o outro tenta manter.
19

12. Casamento cronicamente infeliz, onde um não vive sem o outro.


2. Como Ocorrem as Mudanças

Fatores que implicam em mudanças, tais como:


1. O relacionamento com o terapeuta.
2. Aceitação de alguns cuidados.
3. Condições emocionais.
4. Poder das influências.
5. Condicionamento.
6. Descentralização sistemática.
7. Experiências emocionais corretivas.
8. Sensações corpóreas.
9. Análise da Transferência.
10. Treinamento de jogos livres.
11. Reestruturação.
12. Solução do problema paradoxal ou ideológico e outros.

3. Formas de Diagnosticar

 Recebia toda a família quando o problema está envolvendo


apenas as crianças.
 Às vezes faz terapia com as crianças do começo ao fim da
terapia, mas é mais difícil de acontecer.
 Em outras famílias, quando o problema da criança foi
aliviado, dispensa a criança e trabalha só com o casal.
 Em outras famílias trabalha só o casal sem os filhos.
 Não faz terapia individual, só com o casal junto.
 Sempre trabalham terapeuta e co-terapeuta, um sendo
homem e o outro sendo mulher, para que transferências não
atrapalhem a terapia.
 O método usado é a entrevista clínica, dirigida, testes
situacionais ou procedimentos experimentais.
 Não intervém precocemente.
 Acesso e tratamento são inseparáveis.
 Vêem: - história prévia em terapia;
- expectativas da terapia;
- reputação que o Terapeuta tem para os pacientes;
- aparência física do terapeuta;
- tipos de questões formuladas, como elas foram
questionadas;
20

- nível de conectividade entre terapeuta e paciente.


 Quando há somente o casal, o Terapeuta pesquisa três áreas
importantes:
- O marido e a mulher como indivíduos separados;
- O relacionamento entre eles e
- Seus componentes intra-psíquicos, como eles
interagem.
 O casal é visto conjuntamente.
 Casais podem ser vistos em grupos de casais, formados,
após poucas sessões diagnósticas, com o casal sozinho.
 Não existiram sessões individuais. O maior objetivo dos
grupos de casais é preparar os clientes para as sessões de
terapia familiar de origem, como sempre ocorre no final da
terapia.
 Este processo se mostra mais produtivo, quando no decorrer
da terapia os clientes se modificam, estando agora
preparados para manipular suas dificuldades com seus pais
e parentes.
 As sessões geralmente são semanais com interrupções para
feriados e férias.
 A duração do tempo em média é de cinco meses.
 Ocasionalmente algumas famílias e casais são vistos em
bases irregulares, com um espaço de tempo entre uma
sessão e outra maior que uma semana.
 Decisões sobre a estrutura da terapia são feitas
explicitamente pelos co-terapeutas.
 Ocasionalmente são atribuídas tarefas para casa, como
exercício de terapia sexual de Masters e Johonson, por
exemplo.
 Sessões com as famílias de origem. Cada um dos cônjuges
tendo sessões com as famílias de origem, mas sem a
presença do outro (cada um com a sua família). Sessões
estas, feitas sempre no final da análise, pois provocam
muitas ansiedades e no final o paciente já está mais
preparado para aguentá-la.
 Terapeuta pergunta diretamente o que está acontecendo
entre eles.
 Os pacientes devem procurar pessoalmente ou por telefone
os parentes de origem para virem à sessão, mesmo que
morem em outro país.
 A sessão deve ser gravada e o nome dos membros das família
presentes ou não devem ser lidados.
21

 Geralmente a sessão tem 4 horas, divididas em dois


períodos.
 Terapeuta sempre se coloca a disposição da família, para
quando quiserem voltar.
 Fazem o genograma para que o indivíduo possa ir se
diferenciando de sua família de origem. E este genograma
tornou-se uma importante ferramenta para o estudo da
família. Ele é necessário para coletar informações na
formação de um diagrama que concede importantes questões
e exemplos de uma família para serem estudados em relação
a outra.
 Os fatos a serem questionados no genograma são:
- Primeiro nome, apelidos, títulos familiares, etc.
- Idades e datas de nascimento, mortes, doenças graves,
separações, divórcios, casamentos, ritos de passagens,
novas residências, promoções, ...etc.
- Locação física.
- Freqüência do contato entre vários membros da família,
que ficou no país de origem.
- Tipos de contatos (correio, telefone, visita, gravações,
etc.).
- Sistema de representação primária da cada pessoa.
- Relacionamento fechado em cada nível de geração.
- Locais, filhos na ordem, etc.
- Característica do relacionamento.
- Separações emocionais, qual foi o evento, quando
ocorre, porque ocorreu, etc.
- Em fim, de posse de todos esses dados o terapeuta tem
a possibilidade de traçar uma estratégia de como deve
proceder, fazer pesquisas mais profundas, identificar os
sintomas, podendo intervir de maneira a possibilitar
mudanças no sistema.
 Quando o terapeuta faz o genetograma da família, está
sempre procurando triângulos e complementaridade (o lado
doente e sadio da família, o lado bem sucedido e o não bem
sucedido, etc).
 Levam em conta os ciclos vitais que além de serem da família
podem também serem geracionais, dentro dos ancestrais,
nas famílias de origem. Existem esses dois níveis de
ansiedade dentro da família. O da família em tratamento e
fatos ocorridos com os seus ancestrais. E aí pode aparecer
em determinado momento da família ter esses problemas.
22

 Vêem triangulação. Principalmente nas famílias poucos


diferenciadas. Casal está ruim, e tentando colocar um
terceiro elemento para se aliviarem as tensões.
4. O Papel do Terapeuta

 O Terapeuta é ativo.
 O Terapeuta tem certo controle sobre a sessão.
 Inicialmente tem sessões de diagnóstico, em seguida o
Terapeuta passa a intervir, questionando, enfatizando,
coordenando, dirigindo estágios, confrontando, balanceando,
suportando, refletindo, desacreditando e quando relevante
julgando a partir da própria experiência de vida.
 Insiste para que o casal não precise do Terapeuta como
intermediário de suas conversas, faz com que eles falem um
com o outro, mas também por outro lado se ignoram o
terapeuta, faz com que falem também com ele.
 O terapeuta faz com que se evite o uso de nós, tem que ser
sempre eu.
 Evita que um fale pelo outro, cada um fala por si.
 Sempre centrado no Terapeuta toda a conversa passa por
ele.
 A fala é sempre feita num tom calmo.
 Se o movimento da família é muito tenso, o terapeuta fica
com bom humor. Se o movimento é rígido ele fica flexível,... e
assim por diante.
23

IV. ABORDAGEM DE PALO ALTO

Bateson: Estudou a comunicação humana e seus diferentes níveis


e canais, e como uma mensagem modificava ou era significante para o
entendimento de outra (1950). Junto com o Terapeuta Haley, Willians
Try e J. Wackland, começaram o projeto de comunicação do Hospital
de Veteranos no Parlamento na Califórnia. Estudaram a estranha
comunicação, que estava se perdendo no hospital, que era a
comunicação sem sentido do esquizofrênico.
Em 1954 Don Jackson deu uma conferência sobre Homeostase ,
Bateson ouviu e a partir daí inicia uma colaboração entre eles, que
anos mais tarde tornou-se o Instituto de Pesquisa Mental – M.R.I.
Jackson foi consultor no projeto de Batson, por conhecer muito
sobre famílias de Esquizofrênicos e sobre estes. E suas idéias sobre
Homeostase que se somaram a noção de feedback e sistemas
cibernéticos.

1. Como é Visto o Sintoma

Os indivíduos podem estar diferencialmente sujeitos ao estresse.


Essas diferenças podem ser qualitativas ou quantitativas e podem ter
resultados diferentes e irregulares para cada membros da família, tanto
dentro como fora da família. Um membro particular pode ser
identificado como paciente por ele ou por sua família por causa de
fatores como avaliabilidade, representação e mecanismo de escape. Às
vezes a situação é muito complexa.

2. Como ocorrem as mudanças

Mudanças: Ciclo de Vida da Família (Haley), que podem ser


previsíveis ou imprevisíveis. As previsíveis, podem ser mudanças de
dois tipos: as Esperadas e as Inesperadas. As esperadas, são
dimensões normais da famílias, eventos que tipicamente ocorrem, são
esperados, tais como: matrimônio, nascimentos, a criança entrando na
escola, saindo da escola, saindo de casa, casando, etc. Enquanto que
as mudanças inesperadas são do tipo de mortes, divórcios, acidentes
sérios, fracassos escolares, profissionais, etc.

Utilizam-se de mudanças de primeira ordem. Visando a um


objetivo imediato de mudanças. Ex.: Criança de 3 anos de idade que
não parava quieta na cadeira. O Terapeuta pergunta para a mãe o que
ela quer. Ela diz que quer que a criança fique quieta, sentada em sua
cadeira. O Terapeuta diz para a mãe, faça acontecer. A mãe vai e coloca
a criança sentada quieta.
24

Já a mudança de segunda ordem é aplicada ao que na perspectiva


própria de mudanças de primeira ordem, parece ser uma solução,
porquanto na perspectiva própria de mudança de segunda ordem esta
“solução” se revela como sendo a base do problema que se pretende
solucionar.

Ao passo que a mudança de primeira ordem parece estar baseada


no bom senso, a mudança de segunda ordem costuma parecer
esquisita, inesperada e absurda: há um elemento intrigante, paradoxal,
no processo de mudanças.

Aplicar técnicas de mudanças de segunda ordem à “solução”


significa tratar da situação aqui e agora. Essas técnicas lidam com
efeitos e não com suas presumíveis causas: a pergunta crucial é o quê?
e não o por quê?

3. Formas de Diagnostica

Bateson em seu projeto fez: - Gravou Tapes.


- Observou diretamente,
- e por fim filmando as sessões.
- Pesquisou Esquizofrênicos e suas
Famílias, e também pacientes
Psicossomáticos (colites ulcerati-
vas e processos asmáticos).

- Em 1962 – Iniciou-se o Jornal do Processo Familiar – FAMLY


PROCESS – editado por Haley.

- Julis Riskin: Também trabalharam em quantificar as interações


familiares. Estudou as Interações Familiares.

- Haley (1960)- junto com Weakland, foi experimentando maneiras


diferentes de medir a comunicação em família, utilizou um
número de medidas objetivas, incluindo recursos mecânicos,
gravando automaticamente quem falou, a quem falou, o returquio,
etc.
Iniciaram a Comunicação no Hospital.
Utilizaram a conceitualização de Paradoxo.
Passaram a usar Vido-Tapes, gravações,... Estruturar a forma de
trabalhar, maneiras diferentes de registro.
25

- MILTON ERICKSON: Utilizou o paradoxo. Utilizou também como


uso a hipnose. Não fazia intervenções dentro de uma lógica
formal, daí poder utilizar bastante o paradoxo. Trabalhou muito
em clínicas.

- WATZLACKS: Trabalhou com a ajuda de Janet Beavin, em uma


recordação antológica da comunicação verbal, usando tapes.
Anteriormente tinha tendências Jungianas, mas a abandona
posteriormente.
Recebe influência de filósofos, matemáticos, escritores e outros.
Foi muito criativo com suas teorias.

- Teoria dos conjuntos e dos tempos lógicos. Mudanças Primárias


de primeira e segunda ordem.

- Virginia Satir: Foco na Psicologia do Ego, auto estima, etc.


Fez também um trabalho de Psicologia – Experiência Emocional
Corretivo. Trabalha com o lado positivo da pessoa. Com a
constituição saudável do indivíduo.

- GREENBERG: 1967 – Faz uma revisão dos primeiros dez anos


aonde foi incluído:
1. Homeostase Familiar.
2. Feedback Negativo e Positivo.
3. O papel hipotético baseado na idéia de que a pessoa em
contínuo relacionamento e em um padrão de comunicação
pode ser discernido como “redundância” do papel descritivo,
governando o sistema familiar particular.
4. O papel descrito e Terapeuta indicando regularidade
indicadas e padrões que foram estabelecidos, por imposição
de sanções em respostas ao desvio do padrão funções sobre
funções.
5. Desenvolvimento de uma nova e mais ampla visão da função
como significado de mudanças efetivas no relacionamento.
6. O “quid pro quo” como papel consciente ou inconsciente da
família.
7. Pontuação como recurso relativo para os conflitos por
estarem fora da realidade.
8. Causualidade Circular, vínculo ou negação. A hipótese da
Dupla Imagem.
26

- A família ou o Matrimônio Disfuncional


 Sistema de famílias: - Formal e
- Informal
 Classificação Fundamental: - Funcional
- Disfuncional

- Virginia Satir em 1967: Fez critérios para o tratamento de famílias


Disfuncionais, que foram:
1. Completas Transações, checar e perguntar.
2. Interpretar hostilidades.
3. Ver como os outros os vêm.
4. Ver como eles vêm a eles mesmos.
5. Falar para os outros suas esperanças, seu medos e
expectativas.
6. Falar para os outros como eles mesmos se manifestam.
7. Desacreditar.
8. Fazer Escolhas.
9. Aprender através da prática.
10. Libertarem-se de efeitos maléficos de modelos passados.
11. Dar uma mensagem clara, seja congruente em seu conteúdo
com o mínimo de erros de mensagens.
12. Ser direto, mandando a primeira pessoa em críticas,
avaliações, observações de conhecimentos, achar falta,
respostas, anormalidades e identificar os problemas.
13. Ser delineado pelo uso da linguagem que esclareça os
atributos do orador como distinguidos dos atributos de que
faz a lista.
14. Ser claro em usar questões diretas, para adquirir
conhecimentos de outras direções ou instruções de maneira
a conseguir um retorno.

4. O Papel do Terapeuta

- O Terapeuta controla a sessão para o entendimento das partes.


- Em determinado momento da sessão terapêutica o Terapeuta
pode ser, agir de maneira mais ou menos passiva.
- Em alguns momentos pode fazer menos comentários que em
outros momentos.
- Terapeuta é que dirige a sessão (Haley).
- Os Terapeutas do MRI, tendem a ser ativos e direcionados,
usando muitas técnicas de abordagem, todas com a finalidade de
mudar a rotina causadora do problema.
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- Eliminar o medo usando seus próprios temores e às vezes


encorajando, parecendo controversão.
- Outra técnica do MRI era prescrever os sintoma. Freqüentemente
aplicado com paradoxo.
- Outra técnica era criar intensionalmente uma Profecia que
envolve o indivíduo em sua situação.
28

V- ABORDAGEM DE MILÃO

Os principais teóricos dessa abordagem são Giuliana Prates, Mara


Selvini Palazzoli, Luigi Boscold e Gianfranco Cecchin.

Começaram a estudar pela psicanálise, mas viram que não dava


certo e mudaram, começaram a ver a escola de Palo Alto.

Escreveram o livro “Paradoxo e Contra Paradoxo”.

Estudaram as interações rígidas e repetitivas dentro da família –


(Ciclos Internos).

São os que mais usam o Paradoxo.

1. Como é Visto o Sintoma

Exemplo, um filho tem um sintoma esquizofrênico, pais estão


bem, filho melhora aí os pais pioram, e isso sempre se repete. Por isso
é Rígido e Repetitivo e isso causa e mantém o sintoma.

O Sistema sempre está em um estado de equilíbrio, mesmo que


patológico. É uma forma de manter o Homeostase. Isso é o feedback
adaptativo.

Processos Adaptativos : Disfunções e


Sintomas ------- Feedback Negativo

2. Mudança

Através de perguntas reflexivas – que são as perguntas que mais


visam, mudanças, mas também através de perguntas diretivas, pois
todas buscam a mudança.

Procuram visar o significado da ação. Ex.: Quem acha que A. tem


problemas?

Procuram obter um contexto, visando perguntas seqüenciais, pois


são as seqüências de perguntas que vão nos mostrar como nós vamos
ver o mundo. Tipos de experiência que vamos ter e como pode evoluir,
pois muitas coisas mudam.
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3. Formas de Diagnosticar

- O observador faz parte do sistema.

- Abandonam os conceitos adaptativos de sintomas e disfunções.

- São baseados em um biológico e epistemiologista, manteram que


diz que não existe verdade.

- Ele só dá uma “visão” para a família, ele não sabe o que a família
vai fazer, vai seguir seus próprios caminhos.

- A realidade é algo a ser construída pelo terapeuta e pela família.

- Não há verdade.

- Eles trabalham o que aparece. Tudo vale, o que se aparece é


analisado.

- Não é diretivo.

- Neutralidade é difícil não existe.


Procuram visar o contexto, procurando perguntas de seqüências.

- Vão levantar uma série de hipóteses do que está ocorrendo com a


família. Desde a primeira ligação telefônica (que é bem completa,
preenchendo-se um ficha padronizada), ou se forem
encaminhados, etc. Isto é feito em equipe e antes da primeira
consulta. A partir daí já dá para trabalhar com a equipe a
Estratégia que serão usadas. Ex.: Em que ciclos de vida estão,
estresses, adaptações, vão levantando uma série.

- Perguntas Circulares: Visam para o terapeuta comprovar ou gerar


novas hipóteses. O Terapeuta vai compreender os processos
circulares da família. Vai fazer com que os membros da família
tenham novas informações e compreensão sob o seu sistema de
interação.
Vão causar mudanças.
Exploram as diferenças entre duas categorias: Isso sempre leva a
uma relação recíproca e circular.
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- Perguntas Descritivas: Visam ter informações do que está


acontecendo. Só o fato de pedir para descrever já pode acarretar
mudanças.

- Perguntas Reflexivas: Visam as mudanças. Ex.: Como você se vê


daqui há 5 anos.

- Neutralidade: A neutralidade é possível. Você simplesmente vai


dar “uma constante” que vai possibilitar mudança.

- Categorias no Tempo: Passado, presente e futuro. Ex.: Como você


será daqui há 5 anos.

- Contexto: a) Significado e Ação: Ex.: Quando você acha que


seu pai está bravo o que
você faz?

b) Temporal: Ex.: Se você está jantando e não come,


o que sua mãe faz? e seu pai? (Ele
está procurando aqui a seqüência
de interações).

- Em resumo abordagem de Milão faz: 1. Pré Sessão (telefone).


2. Condição da entrevista.
3. Hipótese da Equipe.
4. Devolutiva extensa.
5. Voltam e discutem com a
família.
6. Família volta um mês
depois.

4. O Papel do Terapeuta

- O papel do terapeuta é operar sempre em dois níveis:


 uma atuando diretamente com a família, sendo observado
por uma equipe de terapeutas, atrás do espelho.
 se vê atuando com a família com seus supervisores, sendo
estes observados por uma terceira equipe.

- Ele trabalha com o espelho e os co-terapeutas ficam telefonando


muito. E tem essa terceira equipe que observa os supervisores.

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