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AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.

625 DISTRITO FEDERAL

RELATOR : MIN. EDSON FACHIN


REQTE.(S) : CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS
TRABALHADORES EM TURISMO E
HOSPITALIDADE - CONTRATUH
ADV.(A/S) : SAMUEL DA SILVA ANTUNES E OUTRO(A/S)
INTDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICA
ADV.(A/S) : ADVOGADO -GERAL DA UNIÃO
INTDO.(A/S) : CONGRESSO NACIONAL
ADV.(A/S) : ADVOGADO -GERAL DA UNIÃO

DESPACHO: Trata-se de Ação Direta de Inconstitucionalidade, com


pedido de medida cautelar, proposta pela Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade – CONTRATUH, em face da
Lei 13.352/2016, que admitiu a contratação de profissionais individuais do
setor de estética e beleza, sob a forma de parceria.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e


Hospitalidade – CONTRATUH assevera, em suma, a
inconstitucionalidade material da norma federal em virtude de suposta
violação dos princípios da dignidade da pessoa humana, dos valores
sociais do trabalho e da livre iniciativa, da igualdade, materializados nos
artigos 1º, III e IV; 5º, caput, e XXIII; 170, caput, e 173, §1º, da Constituição
da República Federativa do Brasil.

Além disso, ressalta que a lei impugnada, ao viabilizar a contratação


de profissionais utilizando-se a forma de pessoa jurídica, mesmo com a
presença dos elementos caracterizadores da relação de emprego,
contraria a Constituição Federal e as normas internacionais do trabalho,
configurando-se verdadeiro retrocesso social.

A Associação Brasileira dos Profissionais Empreendedores em Moda,


Beleza e Estética – PRÓ-BELEZA BRASIL, em peça subscrita por
advogados devidamente credenciados (eDOC 23) requereu admissão no
feito na condição de amicus curiae.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 12809955.
ADI 5625 / DF

Ressalta-se, por fim, que a postulante, PRÓ-BELEZA BRASIL,


diferente da requerida, CONTRATUH, entende, em aperta síntese, que “a
lei federal nº 13.352/2016 fortalece o mercado do trabalho, sobretudo, ao passo
que permite fazer inclusão social e regulamentar prática secular que é a relação
de trabalho na forma de parceria em salões de beleza” (eDOC 22, p. 4).

Decido.

Admissão no feito na condição de amici curiae

O amicus curiae revela-se como importante instrumento de abertura


do STF à participação na atividade de interpretação e aplicação da
Constituição, o que é especialmente marcante nos processos de feição
objetiva.

Como é sabido, a interação dialogal entre o Supremo Tribunal


Federal e pessoas naturais ou jurídicas, órgãos ou entidades
especializadas, que se apresentem como amigos da Corte, tem um
potencial epistêmico de apresentar diferentes pontos de vista, interesses,
aspectos e elementos nem sempre alcançados, vistos ou ouvidos pelo
Tribunal diretamente da controvérsia entre as partes em sentido formal,
possibilitando, assim, decisões melhores e também mais legítimas do
ponto de vista do Estado Democrático de Direito.

O vigente Código de Processo Civil inovou ao incorporar ao


ordenamento jurídico nacional regramento geral para o instituto no
âmbito da jurisdição civil.

É extremamente salutar que a Corte reflita com vagar sobre as


vascularidades existentes entre o regramento das ações de controle de
constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal e o Processo
Civil em geral, especialmente no que diz respeito à legitimidade recursal,
etc.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 12809955.
ADI 5625 / DF

De qualquer sorte, consoante disposto no art. 7º, §2º da Lei


9.868/1999, nesse ponto em recomendável leitura integrativa com o art.
138, caput, do CPC, duas balizas se fazem necessárias para a sua
admissão.

De um lado, tem-se a necessidade de relevância da matéria, a


especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da
controvérsia. De outro, a representatividade adequada do amicus curiae.

Cabe, portanto, analisar pormenorizadamente a presença da


adequada representatividade da postulante para atuar no feito.

A Associação Brasileira dos Profissionais Empreendedores em Moda,


Beleza e Estética – PRÓ-BELEZA BRASIL é uma entidade associativa, de
natureza civil, de direito privado, sem fins econômicos e com atuação em
todo o país. A PRÓ-BELEZA BRASIL tem por finalidade “defender os
interesses coletivos ou individuais dos integrantes profissionais empreendedores
(autônomos, empreendedores ou microempreendedores individuais) que se
dedicam a atividades do segmento de moda, beleza e estética, em suas várias
especialidades (agentes culturais, produtores, estilistas, visagistas, consultores de
beleza, profissionais reconhecidos pela lei 12. 592/2012 e demais atividades do
embelezamento e higiene, terapias complementares e similares)”. Nesse sentido,
entre os objetivos da postulante está a possibilidade de atuar judicial ou
extrajudicialmente na defesa dos direitos difusos, coletivos e individuais
homogêneos, ou individuais, relacionados à sua finalidade e objetivos,
bem como a defesa dos direitos e interesses gerais de seus associados,
inclusive, por meio de substituição processual (eDOC 25, p. 1-3).

Desse modo, a PRÓ-BELEZA BRASIL demonstrou possuir


representatividade temática material e espacial. Mostrou-se, portanto, ser
entidade legítima à condição de amicus curiae em virtude da possibilidade
de contribuírem de forma relevante, direta e imediata no tema em pauta.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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ADI 5625 / DF

Diante do exposto, admito a Associação Brasileira dos Profissionais


Empreendedores em Moda, Beleza e Estética – PRÓ-BELEZA BRASIL
como amicus curiae, nos termos do art. 7º, §2º, da Lei nº 9.868/1999,
facultando-lhe, desde já, a apresentação de informações, memoriais
escritos nos autos e de sustentação oral por ocasião do julgamento
definitivo do mérito da presente ação direta de inconstitucionalidade.

À Secretaria para as providências necessárias.

Publique-se.
Brasília, 26 de março de 2017.

Ministro EDSON FACHIN


Relator
Documento assinado digitalmente

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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