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Resumo Psicopatologia

Capitulo 1 - Dalgarollando

Semiologia é a ciência dos signos.

Semiologia Psicopatológica é o estudo dos sinais e sintomas dos transtornos mentais.

Semiologia = sinais

Apesar de ter relação com a linguística, a semiologia geral também é expressão de signos que
podem ser gestos, comportamentos não verbais, sinais matemáticos, etc.

Signo: elemento nuclear da semiologia.

Os signos de maior interesse para a psicopatologia são:

 os sinais comportamentais objetivos, verificáveis pela observação direta do paciente


 os sintomas ou vivências subjetivas relatadas pelos pacientes, suas queixas e
narrativas e tudo que experiência
o sintomas objetivos – o que é observado pelo examinador
o sintomas subjetivos – o que é percebido apenas pelo paciente

A semiologia psicopatológica, portanto, cuida especificamente do estudo dos sinais e


sintomas produzidos pelos transtornos mentais, signos que sempre contem essa dupla
dimensão.

Elemento nuclear da semiologia: SIGNOS = sinal provido de significação, podendo ser qualquer
estímulo emitido pelos objetos no mundo.

Divisão da semiologia

 Semiotécnica
o Refere-se às técnicas e procedimentos específicos de observação e coleta de
sinais e sintomas, assim como a descrição de tais sintomas.
o Exemplo: Entrevista direta com o paciente, familiares, etc.
o Realização de perguntas e timing;
 Semiogênese
o É o campo da investigação da origem, dos mecanismos, do significado e do
valor diagnóstico e clínico dos sintomas e sinais.

Consideram a semiologia psicopatológica como uma ciência base para a compreensão do


estudo psicopatológico e da psiquiatria, podendo ser chamada também de propedêutica, pois
trata-se de um conhecimento preliminar necessário.

Síndromes = são agrupamentos relativamente constantes e estáveis de determinados sinais e


sintomas. Também é uma descrição de um conjunto momentâneo e recorrente de sinais e
sintomas.

Cada sintoma terá uma forma e conteúdo específico que formam sua estrutura básica.
Capitulo 2 – Definição de Psicopatologia - Dalgarollando

Campbell define psicopatologia como o ramo da ciência que trata da natureza essencial da
doença mental – suas causas, mudanças estruturais e funcionais. Pode ser definida também
como o conjunto de conhecimentos referentes ao adoecimento mental do ser humano.

Segundo Isaias Paim psicopatologia é o estudo dos fenômenos anormais da vida mental e tem
como método a fenomenologia.

Este conhecimento procura ser:

 Elucidativo;
 Sistemático;
 Desmistificante;
 Amoral;

Doença mental são vivências, estados mentais e padrões comportamentais que apresentam
por um lado, uma especificidade psicológica (as vivências dos doentes mentais não são
apenas exageros do normal, mas são genuínos e possuem dimensão própria) e conexões
complexas com a psicologia do normal (o mundo da doença mental não é um mundo
totalmente estranho às experiências psicológicas normais).

A psicopatologia não é uma ciência natural dos fenômenos relacionados às zonas


associativas do cérebro lesado, e nem a hipotética psicologia das funções mentais desviadas.

A psicopatologia é uma ciência autonôma, não sendo um prolongamento da


neurologia ou da psicologia.

Dito de outra forma, não se pode compreender ou explicar tudo o que existe em
um homem por meio de conceitos psicopatológicos.

O instrumento básico da psicopatologia:

 Observação

Seu campo básico:

 Fenômenos humanos especiais – doenças mentais

Dois aspectos básicos no estudo dos sintomas:

 A forma dos sintomas


o Sua estrutura básica (alucinação, delírio, idéia obsessiva, labilidade
afetiva)
 O conteúdo
o Aquilo que preenche a alteração estrutural (conteúdo de culpa,
religioso, de perseguição).
o Os conteúdos dos sintomas estão relacionados aos temas centrais da
existência humana (sobrevivência, segurança, sexualidade, morte,
doença, miséria, religiosidade).
O estudo da doença mental, como o de qualquer outro objeto, inicia pela observação
cuidadosa de suas manifestações.

CLASSIFICAÇÃO

O problema da classificação é a questão da unidade e da variedade dos fatos e dos


conhecimentos que sobre eles são produzidos. E este problema está intimamente
ligado ao da definição e do conhecimento de modo geral.

Os três tipos de fenômenos humanos para a psicopatologia são:

 Fenômenos Semelhantes
o São experiências semelhantes encontradas basicamente em todas as
pessoas.
o Ex: fome, sede, sono, cansaço.
o Também se inclui o medo de um animal, o desejo pela pessoa amada;
 Fenômenos em parte semelhantes e em parte diferentes
o Todo homem comum pode sentir tristeza mas esta sensação é apenas
em parte semelhante quando comparamos esta tristeza com a que o
doente mental vivencia.
o Ex: a depressão grave com ideias de ruína, introduz algo
qualitativamente novo na experiência humana.
o Seria a maioria das doenças mentais, as neuroses. Tudo que as pessoas
sentem, o doente mental sentirá em grau bem maior
 Fenômenos qualitativamente novos, diferentes
o São praticamente próprios apenas a certas doenças e estados mentais.
o Ex: fenômenos psicóticos como alucinações, delírios, turvações da
consciência, alteração da cognição nas demências.
o Poderia se dizer que aqui seriam as psicoses.

Conceito de normalidade em psicopatologia

O conceito de saúde e de normalidade na psicopatologia é de grande controvérsia. Em alguns


casos, definir o que é normal e patológico não é o problema. Difícil é quando existe um caso
limítrofe para poder diferenciar o patológico do normal.

Existem vários critérios para definir o que é anormalidade e normalidade em medicina e


psicopatologia. A seleção/escolha desta definição depende das opções filosóficas, ideológicas
e pragmáticas do profissional.

Os principais critérios adotados atualmente são:

 Normalidade como ausência de doenças;


o Aqui saúde seria a ausência de sintomas, sinais ou de doenças;
o Conforme René Leriche: Saúde é a vida no silêncio dos órgãos;
o Normal seria aquele indivíduo que não é portador de um transtorno mental
definido;
o Este critério baseia-se em uma definição negativa, pois ser normal não é dizer
como ser e sim dizer o que não se tem, pela sua falta/ausência.
 Normalidade ideal;
o Aqui, define-se uma norma ideal baseado em uma utopia;
o É uma norma constituída socioculturalmente e ideologicamente de forma
arbitraria, como também de origem dogmática e doutrinária.
o Ex: definição de doente mental pela União Soviética como sendo as pessoas
que eram dissidentes políticos;
 Normalidade Estatística;
o O normal é aquilo que se observa com maior frequência;
o Porém, nem tudo que é frequente costuma ser saudável/normal e nem tudo
que é raro/incomum costuma ser patológico;
 Normalidade como bem-estar;
o Esta é a definição pela OMS; Bem estar físico, mental e social;
o Conceito criticável por ser vasto e impreciso;
o Bem estar é algo difícil de definir objetivamente e é muito utópico;
 Normalidade funcional;
o Conceito baseia-se em aspectos funcionais do indivíduo;
o Se produz sofrimento para o indivíduo e para seu grupo social, é considerado
disfuncional e patológico;
 Normalidade como processo;
 Normalidade subjetiva;
o Este conceito baseia-se na ênfase à percepção subjetiva do próprio indivíduo
em relação ao seu estado de saúde, sua vivência subjetiva;
o O problema deste conceito está no fato de pessoas que se sentem muito bem,
podem estar na fase maníaca e assim terem um transtorno mental grave;
 Normalidade como liberdade;
o Conceito de autores fenomenológicos e existenciais que definem a doença
mental como a perda da liberdade existencial;
o Assim a saúde mental ganha status de transição entre os diferentes graus de
liberdade sobre o mundo e o próprio destino;
 Normalidade Operacional;

O conceito de normalidade exige do profissional uma postura permanentemente crítica e


reflexiva.

DIAGNÓSTICO PSIQUIÁTRICO

Os fenômenos

Três tipos de fenômenos:

 Fenômenos semelhantes
 Fenômenos em parte semelhantes e em parte diferentes
 Fenômenos qualitativamente novos, diferentes

Para a identificação destes fenômenos, necessita-se realizar um diagnóstico psiquiátrico. Para


isso utilizam-se as grandes classificações que estão contidas nos manuais de doenças
psiquiátricas.

O diagnóstico deve ter algumas premissas:

 Deve ser baseado em dados e exames clínicos;


 O diagnóstico psicopatológico não deve de modo geral ser baseado em mecanismos
etiológicos supostos pelo observador, com a exceção de quadros psicorgânicos;
 Na maioria dos casos, não é possível concluir que para cada tipo de transtorno mental
exista sintomas específicos;
 O diagnóstico somente é possível com o avanço do quadro clínico;
o Não é incomum que o prognóstico, a evolução do caso, obrigue o clínico a
reformular seu diagnóstico inicial;
 O diagnóstico psicopatológico deve sempre repousar sobre a totalidade dos dados
clínicos, momentâneos (exame psíquico), e evolutivos (anamnese, história dos
sintomas e evolução do transtorno);
 O diagnóstico psicopatológico deve ser sempre pluridimensional;
 Confiabilidade (capacidade de reprodução por outros usando os mesmos
procedimentos) e validade (medir o que se propõe a medir/fazer) do diagnostico em
psiquiatria;

OS MANUAIS

CID-10 – Classificação Internacional de Doenças

É um sistema oficial de classificação das doenças mentais que é muito utilizado na


Europa e Grã-Bretanha.

Também é utilizado no Brasil;

Realiza de forma sistemática a classificação das doenças mentais – letra FXX.XX

Não utiliza a classificação multiaxial e relaciona apenas os eixos I e II do DSM-IV

DSM-IV – Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders

Este manual é de origem Americana e já se encontra na quinta revisão feita em 2005.

Totalmente compatível com a CID-10.

Possui um esquema de identificação com três números sem letras.

É composto por eixos multiaxiais.

Diagnóstico Multiaxial

 Eixo I – Transtorno Clínico Principal


 Eixo II – Transtorno de Personalidade e Retardo Mental
 Eixo III – Transtorno Físico ou condição médica geral
 Eixo IV – Problemas Psicossociais ou ambientais
 Eixo V – Funcionamento total

AVALIAÇÃO PSICOPATOLÓGICA

Esta avaliação é composta pela anamnese e pelo exame psíquico.

A Entrevista

As condições que um profissional deve considerar em uma entrevista são:

o O contexto do paciente;
o O contexto institucional;
o O contexto dos entrevistados;

As condições para uma não entrevista são:

o Posturas rígidas e estereotipadas;


o Atitude neutra;
o Reações emocionais intensas;
o Julgamentos;
o Prolongamentos.

Aspectos relevantes da entrevista: transferência e contra-transferência

ANAMNESE PSIQUIÁTRICA

1. Identificação;
a. Dados básicos do paciente como nome completo, naturalidade, profissão,
local onde mora, se tem filhos, idade.
2. Queixa e duração;
a. Relato objetivo do transtorno mental do indivíduo, ou de seu problema e a
duração em dias da internação.
3. História pregressa da moléstia atual;
a. Relato sobre o episódio da última internação até a primeira. Deve-se escrever
o que aconteceu nestes episódios que levaram até sua internação.
4. Interrogatório Complementar;
a. Se já fez uso de drogas e substâncias alcoolicas.
5. História pessoal;
a. Sua história de vida antes dos primeiros sintomas da doença.
6. História familiar;
a. Se tem algum familiar com histórico de doenças mentais.
7. Exame psíquico;
a. Diagnóstico inicial do paciente.*
8. Impressões gerais do grupo.
PRIMEIRA INSTÂNCIA PSÍQUICA – CONSCIÊNCIA
A palavra consciência tem sua origem latina onde cum significa com e scio significa conhecer.

Isto indica que a palavra tem por significado um conhecimento compartilhado.

Existem três acepções para a palavra consciência na língua portuguesa:

 Definição neurológica
o Entende o termo como estado vígil = vigilância, igualando a palavra
consciência ao grau de clareza do sensório.
o É o estado de estar desperto, acordado, lúcido.
o É o nível de consciência
 Definição psicológica
o Conceitua como a soma total das experiências conscientes do indivíduo em um
determinado momento.
o É a dimensão subjetiva da atividade psíquica do sujeito quando este olha para
a realidade.
o Aqui, a consciência significa que ela é a capacidade do indivíduo entrar em
contato com a realidade, percebendo e conhecendo os objetos ao seu redor.
 Definição Ético-Filosófica
o Refere-se à capacidade de tomar ciência dos deveres éticos;
o Também é assumir a responsabilidade quanto aos direitos e os deveres
concernentes a esta ética.
o É a consciência moral ou ética;

Todo estado de consciência tem acompanhado um sentimento qualitativo especial.

Toda experiência é algo essencialmente subjetivo, pois ela é realizada por cada indivíduo e
vivenciada em primeira pessoa.

Marcas da experiência dos estados de consciência:

 Unidade;
 Subjetividade;
 Caráter qualitativo;

SISTEMA RETICULAR ATIVADOR ASCENDENTE - SRAA

Este conceito afirma que a capacidade de estar desperto e agir conscientemente depende da
atividade do tronco cerebral e do diencéfalo.

Lesões ou disfunções no SRAA produzem alterações do nível de consciência e prejuízo a todas


as funções psíquicas.

Sabe-se que as áreas corticais visuais, que contém amplas redes neurais bidirecionais, são uma
pré-condição para a visão consciente.
Além do SRAA, o tálamo,e as regiões do córtex parietal direito e pré-frontal direito tem
importância estratégica para o funcionamento da consciência.

CAMPO DA CONSCIÊNCIA

FOCO = campo específico da atenção

MARGEM = o que fica na periferia do foco

INCONSCIENTE

Existem três significações diferentes para o inconsciente:

1. São processos nervosos, sensitivos;


2. É tudo que escapa à consciência;
3. Definição de Freud que existe um grande processo inconsciente em cada indivíduo;

A cisão é a noção que deu origem a separação da inconsciência, esta instância psíquica do
campo da consciência em virtude da incompatibilidade de sua natureza.

Existem duas classes de inconsciente definidas por Freud:

 O verdadeiro inconsciente
o Este é totalmente incapaz de consciência;
o Sua forma de se revelar é através de subprodutos que surgem na consciência;
o São chamadas de formações do inconsciente:
 Sonhos;
 Atos falhos;
 Chistes (brincadeiras fora de hora);
 Sintomas neuróticos, análise.
 O inconsciente pré-consciente
o Este é composto por representações, ideias e sentimentos suscetíveis de
serem recuperados por meio de esforço voluntário.
o São fatos, lembranças e ideias esquecidas que podem ser trazidas de volta de
forma voluntária.

Freud também aproxima a definição de inconsciente ao conjunto de conteúdos recalcados, ou


seja, aqueles materiais que são excluídos da consciência.

Para Freud, o inconsciente é a estrutura mental mais importante do psiquismo humano.

O inconsciente funciona regido pelo princípio do prazer.

4 características do inconsciente:

1. Atemporalidade
a. Não existe tempo, presente, passado ou futuro;
2. Isenção de contradição
a. Não há lugar para negação ou dúvida;
3. Princípio do prazer
a. Não segue ordens da realidade, apenas obedece ao princípio do prazer;
b. Evita-se o desprazer e a busca do prazer acontece com a descarga de
excitações no aparelho psíquico;
4. Processo primário
a. As representações psíquicas ou ideias do inconsciente possuem catexias que
nada mais são do que cargas energéticas;

O caráter dinâmico do inconsciente, além de ser sede/origem de ideias latentes em geral,


também é sede de ideias dinâmicas.

O inconsciente é dinâmico devido a sua característica de prover resistências para que a


consciência não tenha acesso a ele.

ALTERAÇÕES NORMAIS DA CONSCIÊNCIA

O sono é um estado especial da consciência que ocorre de forma recorrente e cíclica nos
organismos superiores.

Possui duas fases:

 NÃO-REM
o Sono sincronizado e sem movimentos oculares rápidos
o Possui quatro estágios
 REM
o Sono dessincronizado e com movimentos rápidos dos olhos;
o Também acontece um relaxamento muscular profundo e generalizado, com a
interrupção esporádica com a contração de pequenos grupos musculares.
o Irregularidades na frequência cardíaca, respiratória e pressão sanguínea,
seguida de ereções no pênis.
o É nesta fase que ocorrem a maior parte dos sonhos;

Os sonhos costumam ter conteúdo visual e não costumam ter uma lógica na sua vivência,
misturando histórias e fatos.

ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS QUANTITATIVAS E QUALITATIVAS

ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS

 Obnulação
o Rebaixamento do nível de consciência em leve grau podendo chegar a
moderado;
o Diminuição da clareza do sensório, com lentidão da compreensão e
dificuldade de concentração.
o Bebidas e calmantes podem gerar este estágio;
 Sopor
o Rebaixamento mais elevado do nível de consciência;
o Estado de marcante turvação da consciência;
o Incapaz de qualquer ação espontânea.
 Coma
o Grau profundo de rebaixamento do nível de consciência
o Ausência de consciência;
o Movimentos oculares errantes;

As síndromes psicopatológicas estão sempre associadas ao rebaixamento do nível de


consciência.

DELIRIUM – Síndrome Psicorgânica Confusional Aguda

Características principais:

1. Pode ser causada por transtornos próprios do SNC;


2. Instalação aguda;
3. Evidências de disfunção difusa do tecido cerebral;
4. A disfunção do tecido cerebral é potencialmente reversível;
5. Manifestações muito variadas de paciente para paciente;

Alteração básica do DELIRIUM = rebaixamento do nível de consciência

Frequentes no DELIRIUM as ilusões visuais

Síndrome – conjuntos de sintomas e sinais

Psicorgânica – causas orgânicas e psiquiátricas

Confusional – rebaixamento do nível de consciência, desorientação da realidade, ansiedade,


agitação

Aguda – ocorre rapidamente, em torno de horas;

Etiologia = idade avançada, existência de lesões cerebrais prévias, dependência de drogas


favorecem o desenvolvimento do DELIRIUM.

Demência

Caracteriza-se pela perda das capacidades intelectuais e cognitivas.

Quadro clínico = consiste de prejuízo da memória, do pensamento abstrato e do julgamento.

Perda da memória é o elemento central das síndromes.

Estado Onírico

É uma alteração da consciência, onde além da confusão mental e da turvação da consciência, o


indivíduo entra em um estado semelhante a um sonho muito vívido.

ALTERAÇÕES QUALITATIVAS

Estas alterações baseiam-se na alteração parcial ou focal do campo de consciência.


Dissociação

o Fragmentação ou divisão do campo da consciência;


o Ocorre com frequência em quadros histéricos, desencadeados por eventos
psicologicamente significativos que geram grande ansiedade;
o Crises tem começo, meio e fim;
o Parece uma teatralização;
o O indivíduo desliga da realidade.

Estados crepusculares

o Ocorre estreitamento do campo da consciência;


o Existe a conservação da atividade psicomotora global;
o Acontece em quadros histéricos agudos, pacientes epilépticos.

Transe

o Estado de dissociação da consciência que se parece com um sonho acordado;


o Ocorre atividade motora automática;
o Comum em atos religiosos-culturais.

Estado Hipnótico

o Estado de consciência reduzida com atenção concentrada;


o Pode ser induzido por outra pessoa;
o Sugestionabilidade do indivíduo está aumentada;
o Atenção concentrada no hipnotizador.

SEGUNDA INSTÂNCIA PSÍQUICA

ATENÇÃO E SUAS ALTERAÇÕES


A atenção não faz parte da consciência, ela é a parte.

Atenção é:

 a direção da consciência;
 é o foco da consciência;
 é o conjunto de processos psicológicos que torna o indivíduo capaz de selecionar, filtrar
e organizar as informações. Isto contribui para a estrutura do pensamento e da
memória.

Tipos de atenção para Rogues

 Voluntária;
o Concentração focalizada sobre um objeto.
 Espontânea;
o Concentração passiva sobre um objeto.
o É como se fosse um radar dos estímulos periféricos.
Qualidade da atenção para Bleuler

 Tenacidade;
o Capacidade de manter/focar/sustentar a atenção em um objeto;
o Relacionada com a atenção voluntária;
 Vigilância;
o Capacidade de trocar/mudar o foco da atenção para vários objetos;
o Relacionada com a atenção espontânea;

Direção da atenção

 Direção interna;
o Tem como foco os processos internos do indivíduo;
 Direção externa;
o Tem como foco os processos do mundo externo;

Amplitude da atenção

 Atenção Focal
o Se mantém concentrada sobre um campo determinado e delimitado;
 Atenção Dispera
o Não se concentra em um campo determinado, espalhando-se.

Atenção Flutuante

Conceito desenvolvido por Freud onde esta seria a forma como a atenção do analista
deveria funcionar, permitindo estar com CS e ICS livres e suspensos de motivações.

É um estado artificial da atenção.

Psicologia Contemporânea

 Capacidade e Foco de atenção


 Atenção seletiva
 Seleção de respostas
 Atenção sustentada ou constante
 Funções executivas
o Planejamento estratégico
o Tomada de decisão
o Intenção

PATOLOGIAS DA ATENÇÃO

ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS

HIPERPROSEXIA

 Aumento quantitativo da atenção – Sante de Sanctis


 Este aumento não é produtivo pois perde-se a qualidade da atenção total
 O indivíduo fica agitado, foco alterado.
 Ex: fase maníaca, cocaína

HIPOPROSEXIA

 Consiste no enfraquecimento da atenção em todos seus aspectos;


 Fica-se mais desatento;
 Ocorre perda funcional, aumenta o cansaço
 Memoriza menos.

APROSEXIA

 É a falta, ausência absoluta da atenção;


 Só ocorre em transtornos mentais muito graves;
 Ex: demência, estupor catatônico.

ALTERARAÇÕES QUALITATIVAS

 Distração
o Não é muito grave, é menos patológica;
o Tem muita interferência afetiva;
 Distraibilidade
o Não consegue manter a atenção em nada;
o Incapacidade quase completa de fixar a atenção;

TERCEIRA INSTÂNCIA PSÍQUICA – ORIENTAÇÃO


A orientação é a capacidade de situar-se a si mesmo e ao ambiente.

Ela é o elemento básico da atividade mental.

TIPOS DE ORIENTAÇÃO

 Orientação autopsíquica
o É a orientação do indivíduo em relação a si mesmo.
o Ex: saber quem é, seu nome, idade;
 Orientação Alopsíquica
o É a orientação relacionada ao tempo e espaço.
o Relação com o tempo cronológico que se está vivendo;
o Ex: Que dia da semana, ano, o lugar que vive;
o Subdivisão da alopsíquica:
 Temporal;
 Espacial;

Ordenação da aquisição das orientações:

1. Orientação autopsíquica;
2. Orientação espacial;
3. Orientação temporal;

É o SNC que possibilita o entendimento das orientações acima. Com 1 ano e meio, a criança já
tem um SNC mais maduro, auxiliando no desenvolvimento destas orientações.

Os transtornos da orientação são muito comuns em pacientes com lesões cerebrais.

Ex:

 doença de Alzheimer;
 Delirium;
 Lesões cerebrais bilaterais;

ALTERAÇÕES DA ORIENTAÇÃO

Existem vários tipos de desorientação.

A primeira desorientação que ocorre é a do tempo.

Somente depois com o agravamento do transtorno, é que surge a desorientação do espaço e


quanto a si mesmo.

TIPOS DE ALTERAÇÃO DE ORIENTAÇÃO

 Desorientação por redução do nível de consciência


o É aquela na qual o indivíduo está desorientado por turvação da consciência;
o Forma mais comum de desorientação;
 Desorientação por déficit de memória de fixação
o Não consegue fixar em sua memória informações básicas
o Produz desorientação temporo-espacial;
 Desorientação por apatia/abulia
o Torna-se desorientado devido uma alteração na vontade e humor
 Desorientação Delirante
o Ocorre em pacientes com profundo estado delirante.
o Três regras para o delírio:
1. Convicção absoluta;
2. Ideia nova;
3. É uma mentira a ideia = inverossímil;
4. Ideia só da pessoa;
 Desorientação Oligofrênica
o Ocorre devido a graves déficits intelectuais/cognitivos
 Desorientação histérica
o Ocorre devido a quadros histéricos graves com alteração de identidade.
 Desorientação por desagregação
o É como se o pensamento descolasse, não existe coesão, dificuldades em
formular frases com início, meio e fim.
 Desorientação quanto à própria idade
o Confunde-se quanto a idade;
o Relacionado a um dado autopsíquico.

VIVÊNCIAS DO TEMPO E DO ESPAÇO

Esta vivência constituem dimensões fundamentais de todas as experiências humanas.

O ser necessita destas dimensões que são reais e objetivas.

DISTINÇÃO DO TEMPO

 Tempo subjetivo
o Interior, pessoal
 Tempo objetivo
o Exterior, cronológico, mensurável.

ANORMALIDADES DA VIVÊNCIA DO TEMPO

Alterações do tempo

1. Estado de depressão
 O tempo é vivenciado de forma lenta e vagarosa;
 Lentificação das funções psíquicas = BRADIPSIQUISMO

2. Estado de mania
 O tempo é vivenciado de forma rápida e acelerada;
 Aceleração das funções psíquicas = TAQUIPSIQUISMO

3. ILUSÃO SOBRE A DURAÇÃO DO TEMPO

É a deformação acentuada da percepção da duração do tempo.

Ocorre através de:

 Alucinógenos;
 Psicoestimulantes;
 Fases agudas e iniciais das psicoses;

4. ATOMIZAÇÃO DO TEMPO
a. Refere-se à redução atomizante do tempo, esquecendo que existe um
vínculo do presente com o passado e futuro.
b. Ex: Exaltação e agitação maníaca;
5. INIBIÇÃO DA SENSAÇÃO DE FLUIR DO TEMPO
a. Corresponde à sensação da falta de passar o tempo subjetivo;
b. Perde-se o sincronismo entre o tempo objetivo/cronológico com o
tempo subjetivo/interno.
c. Ocorre síndromes depressivas graves.

ANORMALIDADES DA VIVÊNCIA DO ESPAÇO

Alterações do Espaço

 Extâse
o Aqui, há uma perda das fronteiras entre o eu e o mundo externo.
o O sujeito sente-se como que fundido ao mundo exterior.
 Depressiva
o O espaço externo é vivenciado como encolhido.
 Maníaco
o Vivencia o espaço de forma extremamente dilatada e ampla.
 Paranóia
o Vivencia seu espaço interno como invadido por aspectos perigosos,
ameaçadores e hostis do mundo.

SENSOPERCEÇÕES E SUAS ALTERAÇÕES


Sensação: fenômeno elementar gerado por estímulos físicos, químicos ou biológicos variados.

 Sensação externa é óbvia;


 Sensação interna não é óbvia;

Percepção: tomada de consciência do estímulo elementar

IMAGEM X REPRESENTAÇÃO

Imagem

O elemento básico do processo de sensopercepção é a imagem perceptiva real.

Características da Imagem

 Nitidez
o A imagem é clara, possui contornos precisos.
 Corporeidade
o A imagem é viva, tem cores, tem brilho, é corpórea.
 Estabilidade
o Imagem não muda de um momento para outro.
 Extrojeção
o Imagem tem origem no espaço externo.
 Ininfluenciabilidade voluntária
oO indivíduo não consegue alterar voluntariamente a imagem
percebida.
 Completitude
o Imagem tem desenho completo com detalhes.

Representação

É a re-apresentação de uma imagem na consciência, sem a presença real, externa, do


objeto que em um primeiro momento, no passado se apresentou, gerando uma
imagem sensorial.

Características da representação

 Pouca nitidez
 Pouca corporeidade
 Instabilidade
 Introjeção
 Incompletude

SUBTIPOS DA REPRESENTAÇÃO

Imagem Eidética

É a evocação de uma imagem guardada na memória, na verdade é uma representação


com características muito semelhantes a da percepção real.

A evocação de uma imagem eidética é voluntária e não é patológica.

Pareidolias

São imagens visualizadas voluntariamente a partir de estímulos imprecisos do


ambiente.

Ex: a criança ao olhar uma nuvem, visualiza um gato. Isto seria pareidolia.

Imaginação e Fantasia

Imaginação trata-se de uma atividade psíquica normalmente voluntária, que consiste


na evocação de imagens percebidas no passado (imagem mnêmica) ou na criação de novas
imagens (imagem criada).

Fantasia é uma produção imaginativa, podendo ser consciente ou inconsciente no


sentido psicanalítico.

Ela é recorrente em crianças, pois as ajudam a lidar com as frustrações, com o


desconhecido.
ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO

Quantitativas

Hiperestesias

 Percepções estão anormalmente aumentadas;


 Sons estão amplificados
 Imagens são mais vivas e intensas

Hipoestesia

 Observada em pacientes depressivos


 O mundo ao redor é percebido como mais escuro
 Os alimentos não tem sabor
 Os odores perdem sua intensidade

Qualitativas

Ilusões

Caracteriza-se por uma percepção deformada, alterada de um objeto real e presente.

As ilusões tem relação com a memória.

As ilusões podem ocorrer de dois tipos:

 Visuais
o O paciente vê monstros, bichos, pessoas.
o Imagem do deserto onde o indivíduo acrescenta um oásis.
o Esta ilusão também acontece nos estados de fadiga grave e de
inatenção.
 Auditivas

Nos estados de rebaixamento do nível de consciência, por turvação da mesma, pode ocorrer
ilusões, pois a percepção torna-se imprecisa e tende a ver os estímulos de forma deformada.

Alucinações

É a vivência de percepção de um objeto sem que ele esteja presente, esteja real na
presença da pessoa.

É a percepção clara e definida de um objeto (voz, ruído, imagem) sem a presença do


objeto estimulante real.

A alucinação é uma vivência real do objeto, pois possui características de como se este
objeto (ex: escutando vozes) estivesse presente.
Normalmente, quem tem alucinações, possuem um comportamento como se esta
alucinação fosse real, movendo seu pensamento, sentimentos, ações em torno desta
convicção que a alucinação é algo verdadeiro.

 Tipos Auditivas
o Mais frequente
o Alucinação audioverbal, onde escuta-se vozes sem nenhum estímulo
real presente.
o Não tem bom conteúdo, normalmente são comentários ou comandos
o Sonorização do próprio pensamento – vivência alucinatório delirante
o Comuns em esquizofrenias, depressões graves e crises maniformes
 Alucinação Musical
o Audição de tons e melodias musicais
o Manifestação rara
 Alucinação visual
o São visões nítidas que o paciente experimenta
o Dividem-se em:
 Simples FOTOPSIAS
 Cores, bolas, pontos
 Complexas CENOGRÁFICAS
 Figuras complexas
 Alucinação Táteis
o O paciente sente espetadas, choques, insetos na pele
o Esta alucinação é comum no Delirium Tremens (abstinência ao álcool)
e intoxicações por Cocaína
o Quando o paciente vivência esta alucinação, por sentir que é real, ele
tomará uma ação em relação a esta vivência, como se fosse real.
o Ex: Começa a sentir insetos andando na pele, ele ficará se debatendo;
 Alucinações Olfativas e gustativas
o Alucinações raras
 Alucinações Cinestésicas e Cenestésicas
o Cenestésicas
 Sensações incomuns e anormais em diferentes partes do
corpo
 Ex: sentir o cérebro encolhendo, o fígado despedaçando
o Cinestésicas
 Sensações alteradas de movimentos das partes do corpo
 Pernas encolhendo, braços aumentando
 Alucinações Fisiológicas
o Hipnopômpicas
 Ocorrem na fase que o indivíduo está despertando
o Hipnagógicas
 Ocorrem na fase que o indivíduo está adormecendo
o Estas alucinações são fenômenos normais
 Alucinações Funcionais
o Alucinações causadas por outros fenômenos
 Torneira – lavar mãos – alucinações
 Alucinose
o Fenômeno pelo qual o paciente percebe a alucinação como estranha
à sua pessoa, mas mesmo vendo uma imagem alucinatória ou
escutando um ruído alucinatório, ele não tem a crença na alucinação
como tem o alucinado.
o Ex: Alucinose alcoólica são alucinações auditivas na terceira pessoa

Pseudo-alucinação

Fenômeno que se parece com alucinação, mas não é pois não apresenta aspectos vivos e
corpóreos de uma perspectiva real.

Vozes pouco nítidas, contornos imprecisos e sem corporeidade.

PSICOFARMACOLOGIA

Agentes psicotrópicos

Drogas antipsicóticas

Drogas antidepressivas

Drogas antimaníacas ou

estabilizadoras do humor

Drogas ansiolíticas

Neurotransmissores principais:

Serotonina

Noradrenalina

Dopamina

Acetilcolina

Histamina

ações agonistas e antagonistas


MEDICAÇÕES

Antipsicóticos

Clorpromazina- AMPLICTIL

Haloperidol- HALDOL

Risperidona- RISPERDAL

Olanzapina- ZYPREXA

Aripiprazol- ABILIFY

Clozapina- LEPONEX

Antidepressivos

Clorimipramina- ANAFRANIL

Imipramina- TOFRANIL

Fluoxetina- PROZAC

Sertralina- ZOLOFT

Paroxetina- AROPAX

Benzodiazepínicos

Diazepam- VALIUM

Alprazolan- FRONTAL

Lorazepan- LORAX

Bromazepan- LEXOTAN

Clonazepan- RIVOTRIL

Estabilizadores do humor
Lítio

Ácido valpróico- DEPAKENE

Divalproato sódio- DEPAKOTE ER

Carbamazepina- TEGRETOL

Oxcarbazepina- TRILEPTAL

QUARTA E ÚLTIMA INSTÂNCIA PSÍQUICA: MEMÓRIA E SUAS ALTERAÇÕES


A memória é afetada pela afetividade, e também tem influência da atenção e consciência.

A afetividade é a responsável por atribuir um colorido a memória.

Memória = capacidade de registrar, manter e evocar as experiências e os fatos já ocorridos. Ela


sempre ocorre no passado.

A memória do futuro é chamada de expectativas!

A memória está relacionada somente as operações mentais. Não se trata de hábito ou


automatismo!

Hábito

 Disposição duradoura
 Uma rotina

Automatismo

 Afunilamento complexo da consciência;


 Agrupamento motor;
 Não é uma rotina;

TIPOS DE MEMÓRIA
 Genética
o Herança genética
o DNA;
o Conteúdos de informações biológicas adquiridos ao longo da história
filogenética da espécie;
 Imunológica
o Vacinação;
o Informações registradas e recuperáveis pelo sistema imunológico;
 Cognitiva ou Psicológica;
o Memória altamente diferenciada do SNC, que permite ao indivíduo registrar,
manter e evocar a qualquer momento os dados aprendidos da experiência;
o Esta memória possui três fases:
 Fase de registro (percepção, gerenciamento e início da fixação);
 Fase de conservação (retenção);
 Fase de evocação (também chamada de lembranças, recordações ou
recuperações);
 Memória Cultural;
o Conhecimentos e práticas culturais de um povo (costumes, valores,
habilidades artísticas, estética);
o Ex: Carnaval no Brasil;
o São produzidos, acumulados e mantidos por um grupo social minimamente
estável;

FIXAÇÃO (ENGRAMAÇÃO)

Do ponto de vista psicológico, para que ocorra a engramação – fixação, depende de:

 Nível de consciência e estado geral do organismo


o O indivíduo deve estar desperto;
o não muito cansado
o bem-nutrido
o calmo.
 Atenção global e capacidade de manutenção de atenção concentrada sobre o
conteúdo a ser fixado;
 Sensopercepção preservada;
 Interesse e colorido emocional sobre o conteúdo mnêmico a ser fixado, bem como
empenho (vontade e afetividade)
 Conhecimento anterior;
 Capacidade de compreensão do conteúdo;
 Organização temporal das repetições (distribuição harmônica e ritmada no tempo
auxilia na fixação);
 Canais sensoperceptivos envolvidos na percepção, pois quanto mais canais sensoriais
mais fixação;

CONSERVAÇÃO (MANUTENÇÃO/RETENÇÃO)

Para se conservar ou fazer a manutenção do conteúdo mnêmico, depende da:

 Repetição
o Quanto mais se repete um conteúdo, mais de conserva;
 Associação com outros elementos

AQUISIÇÃO TEMPORAL DA MEMÓRIA


1. Memória imediata ou de curtíssimo prazo;
a. Duração: 1 a 3 minutos;
b. É a capacidade de reter o material (palavras, números e imagens)
imediatamente, após ser percebido.
c. A memória imediata e de trabalho está relacionada a integridade das áreas
pré-frontais
2. Memória recente ou de curto prazo;
a. Duração: de poucos minutos até 3 a 6 horas;
b. Capacidade de reter a informação por curto período;
c. Esta memória depende de estruturas cerebrais das partes mediais dos lobos
temporais, como a região CA1 do hipocampo e córtex parietal superior;
3. Memória remota ou de longo prazo;
a. Duração: de meses até anos;
b. Capacidade de evocação de informações e acontecimentos ocorridos no
passado, geralmente após muito tempo do evento; (pode durar por toda a
vida);
c. É o tipo de memória bem mais ampla que a imediata e a recente;
d. Esta memória está relacionada tanto ao hipocampo como as áreas corticais,
principalmente as frontais, incluindo todos os outros lobos cerebrais, em
especial suas áreas corticais de associação;

PRIMING

ESQUECIMENTO = impossibilidade de evocar e recordar.


Possui três tipos:

 Esquecimento normal/fisiológico;
o Ele ocorre por desuso ou por desinteresse;
 Esquecimento por repressão;
o Quando se trata de conteúdo agradável ou pouco interessante;
 Esquecimento por recalque;
o Quando algum conteúdo mnêmico é emocionalmente insuportável;

LEI DA REGRESSÃO MNÊMICA DE RIBOT

Segundo Ribot, o individuo que sofre uma lesão ou doença cerebral, se isso afetar os
mecanismos mnêmicos de registro, ele terá o esquecimento, seguindo abaixo:

1. Sujeito perde as lembranças na ordem e sentido inverso que os adquiriu;


2. Perde elementos recentes e depois mais antigos;
3. Perde elementos mais complexos e depois mais simples;
4. Perde elementos mais estranhos para depois perder os mais familiares/conhecidos;
5. Perde conteúdos mais neutros, depois perde os elementos afetivos e por fim hábitos e
comportamentos costumeiros e enraizados;

Reconhecimento é a capacidade de identificar um conteúdo mnêmico como uma lembrança e


diferenciá-la da imaginação.
TIPOS DE MEMÓRIA
 Caráter consciente;
o Memória Explicíta
 Adquirida de forma consciente (estão incluídas lembranças de fatos
autobiográficos)
 Memória Declarativa
o Relacionado a memorização de fatos, eventos e
conhecimentos gerais;
 Caráter Inconsciente;
o Memória Implícita
 Adquirida de forma +/- automática;
 Individuo não se dá conta que está aprendendo;
 Ex: andar de bicicleta;
 Memória não-declarativa
o Hábitos e capacidades, em geral motores;
o Ex: nadar, andar de bicicleta;

TIPOS DE MEMÓRIA SEGUNDO ESTRUTURA CEREBRAL


São quatro os principais tipos:

 Memória de trabalho;
o Combinação de habilidades de atenção e da memória imediata;
o Ex: reter número de telefone para em seguida digitá-lo;
o Objetivo de selecionar um plano de ação e realizar determinada tarefa;
o Regiões pré-frontais corticais;
 Tarefas verbais – frontal esquerda inferior – área de Broca e
 Tarefas verbais – temporal esquerda superior – área de Wernicke
 Tarefas visuoespaciais – área pré-frontal direita
o O sono, cansaço, preocupações afetam esta memória
o Tem relação a manter informações novas e antigas para serem manipuladas;
o Relação com a memória implícita;
 Memória episódica;
o Subtipo da memória explicíta;
o Rememorização não é tão fidedigna;
o Refere-se à recordação consciente de fatos autobiográficos reais circunscritos;
o
o
 Memória semântica;
o Refere-se ao aprendizado de palavras e seu significado;
o Componente da memória de longo prazo.
 Memória de procedimento;
o
ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DA MEMÓRIA
Hipermnésias

 Aumento global das atividades de memorização;


 Atenção e memória é treino;

Amnésias

 Perda de memória;
 Perda da capacidade de fixar ou de manter e evocar antigos conteúdos mnêmicos;

TIPOS DE AMNÉSIA

 Amnésia Psicogênica
o Relacionado a um trauma
o Há perda de elementos mnêmicos focais que tem um valor psicológico
específico (simbólico, afetivo);
o Ex: esquecer um evento especial de sua vida, mas se recordar do que
acontecia ao seu redor;
 Amnésia Orgânica
o Há perda da capacidade de fixação;
o Esta amnésia segue a lei de Ribot;
o Tem lesão orgânica específica;
 Amnésia Anterógrada
 Indivíduo esquece de tudo que aconteceu depois do trauma.
 Só lembra dos acontecimentos antes do trauma;
 Amnésia Retrógrada
 Indivíduo esquece de tudo que aconteceu antes do trauma.
 Só lembra dos acontecimentos depois do trauma;
 Amnésia Anteroretrograda
 Indivíduo esquece tudo, antes e depois do trauma;

ALTERAÇÕES QUALITATIVAS

Estas alterações envolvem a deformação do processo de evocação dos conteúdos mnêmicos


previamente fixados.

Principais tipos de paramnésias:

1. Ilusões mnêmicas
a. Lembrança adquire um caráter fictício;
b. O indivíduo distorce os fatos e não é por mentira, e sim por ser uma patologia
grave;
c. Ex: Esquizofrenia
2. Alucinações mnêmicas
a. São verdadeiras criações imaginativas;
b. Tem a aparência de lembranças ou reminiscências que não correspondem a
qualquer elemento mnêmico ou qualquer lembrança verdadeira;
c. Pode surgir de forma repentina;

As ilusões e alucinações mnêmicas formam o conteúdo básico para a constituição e elaboração


dos delírios.

FABULAÇÕES OU CONFABULAÇÕES

 Acontecem quando existem lacunas de memória devido ao déficit de fixação de


memória, e esses buracos são preenchidos com lembranças isoladas ou elementos da
imaginação do doente;
 As fabulações são invenções, produto da imaginação do paciente, que preenchem um
vazio de memória;
 As fabulações ocorrem na síndrome de Korsakoff;
 Também ocorre como efeito secundário do alcoolismo crônico;
 Não há intenção de mentir ou enganar;
 Não há crítica em perceber as imagens fantasiosas;

CRIPTOMNÉSIAS

 Trata-se de um falseamento da memória;


 As lembranças aparecem como fatos novos para o indivíduo;
 Vive-se como uma descoberta;

ECMNÉSIA

 Trata-se da recapitulação e da revivescência intensa;


 Ex de recapitulação: “Passou um filme na minha cabeça”
 Pode ocorrer com epilépticos;

LEMBRANÇA OBSESSIVA

 É uma ideia fixa ou prevalente;


 Manifesta-se com o surgimento espontâneo de imagens mnêmicos do passado que
depois de instalados no indivíduo, não podem ser repelidos voluntariamente pelo
indivíduo.
 A imagem mnêmica costuma ser absurda e indesejável.
 Sempre reaparece e permanece como um incomodo na consciência do paciente
 Ex: pessoas que tem TOC;

DEMÊNCIAS
Existem vários tipos de demência.
As síndromes demenciais abarcam todas as doenças.

Para Bleuler, demência é uma síndrome orgânica.

O processo demencial não tem cura.

A perda da memória é um elemento central das síndromes.

 A memória mais afetada pelas síndromes é na memória recente, de fixação;


 Somente em casos avançados que se perde a memória remota;

Toda demência tem quadro clínico:

 Prejuízo da memória;
 Prejuízo do pensamento abstrato;
 Prejuízo do julgamento;
 Alterações da personalidade;
 Alterações das funções executivas
 Na demência não há alteração no nível de consciência
 A síndrome demencial é decorrente de doença cerebral difusa, crônica;

TIPOS DE DEMÊNCIAS

 Demências degenerativas primárias


o Demência tipo Alzheimer
o Processo degenerativo do tecido cerebral
o Ocorre no início da velhice
o É progressiva e marcante;
o Não há tratamento específico;
 Demências vasculares
 Demências reversíveis

TRATAMENTO

 Medicamentoso
 Apoio familiar
 Testes neuropsicológicos
 Terapia Ocupacional

DELIRIUM
Todo delirium é potencialmente reversível.

EVOLUÇÃO

Toda doença tem uma fase prodômica (Fases iniciais da doença onde se verifica o
começo dos sintomas)

Entender a fase prodômica ajuda a iniciar o tratamento.


ETIOLOGIAS

 Hipóxia
o Aumento do oxigênio no cérebro;
 Anóxia
o Ausência do oxigênio no cérebro;

SÍNDROMES RELACIONADAS A SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS

Substância Psicoativa é qualquer substância química que, quando ingerida, modifica uma ou
várias funções do SNC, produzindo efeitos psíquicos e comportamentais.

São substâncias psicoativas:

 Álcool;
 Maconha;
 Cocaína;
 Nicotina;
 Heroína;
 Café;

Essas substâncias geram sensação de prazer ou excitação.

Cuja correspondência cerebral está vinculada às chamadas áreas de recompensa do cérebro

Intoxicação é definida com uma síndrome reversível específica (alterações comportamentais e


mentais como rebaixamento do nível de consciência) causada por substancia psicoativa
recentemente ingerida.

Fissura ou craving é o termo que se dá ao desejo intenso de usar uma substância.

Tolerância se refere à diminuição do efeito de uma substância após repetidas administrações.

Organismo passa a necessitar de quantidades cada vez maiores da substância para que se
obtenha o mesmo nível inicial de seu efeito.

Síndrome de abstinência é o conjunto de sinais e sintomas que ocorrem horas ou dias após o
indivíduo cessar ou reduzir a ingestão da substância que vinha sendo consumida geralmente
de forma pesada e contínua.

Para cada substância ou grupo de substâncias, há diferentes sinais e sintomas. Os mais comuns
são:

 Ansiedade;
 Inquietação;
 Náuseas;
 Tremor;
 Sudorese;
 Convulsões;
 Coma e morte;

FATORES PARA O INÍCIO DO ABUSO DE SUBSTÂNCIAS

 Curiosidade;
 Excitação por fazer algo ilegal;
 Secreto;
 Convivência ou pressão do grupo social pertencente;
 Aceitação do grupo;
 Expressão de hostilidade;
 Redução de sensações desagradáveis (tristeza, solidão, ansiedade).

O desenvolvimento do abuso causa obsessão pela substância

ALCOOL

O álcool é uma substância que produz, ao longo dos anos, significativa tolerância e
dependência física.

Alcoolismo pode ser definido como a perda da liberdade de escolher entre beber e não beber.

Alcoolismo deve ser diagnosticado em três dimensões:

 Dimensão física;
 Dimensão psicológica;
 Dimensão social;

O delirium tremens é uma forma grave de síndrome de abstinência ao álcool.

A alucinose alcoolica pode ocorrer durante a síndrome de abstinência.

AFETIVIDADE E SUAS ALTERAÇÕES

A vida afetiva é a dimensão psíquica que atribui cor, brilho e calor a todas as vivências
humanas.

Hipotimia refere-se a base afetiva de todo transtorno depressivo

Hipertimia refere-se ao humor patologicamente alterado no sentido da exaltação e da alegria.

Quais os cinco tipos básicos de vivências afetivas?

As cinco vivências afetivas são Humor ou estado de ânimo, Afetos, Sentimentos, Emoções e
Paixões.
Humor – é a base para os estados emocionais. Deve ser estável. É a disposição afetiva de
fundo. Não pode variar. Se variar, é patológico. Este estado afetivo está frequentemente
acompanhado por reações somáticas.

O humor é a representação interna de todas as emoções.

Se o humor variar, é porque está patológico. Existem dois tipos de transtornos:

 Transtorno do Humor Bipolar


 Transtorno Depressão/ Transtorno Depressivo Maior ou Depressão

Emoções – são reações afetivas agudas, momentâneas, desencadeadas por estímulos


significativos. É um estado afetivo intenso, de curta duração, com origem em certas reações do
indivíduo devido a excitações internas e externas. Humor e Emoções são ao mesmo tempo
experiências psíquicas e somáticas.

Sentimentos – são estados afetivos estáveis. Quando comparado às emoções, os sentimentos


são mais atenuados em sua intensidade e menos reativos a estímulos passageiros.

Os sentimentos podem ser cultivados e podem durar uma vida inteira.

É um fenômeno bem mais mental que somático.

Os sentimentos estão comumente associados a conteúdos: intelectuais, valores,


representações.

Devido a esta relação de conteúdo, os sentimentos costumam receber nomes/palavras que


codifiquem este ou aquele estado afetivo. Estes nomes podem mudar de cultura para cultura.

TONALIDADE AFETIVA DOS SENTIMENTOS

 Sentimentos da esfera da tristeza


o Melancolia, remorso, tristeza, vergonha, culpa
 Sentimentos da esfera da alegria
o Jubilo, confiança, esperança, expectativa, gratificação, satisfação
 Sentimentos da esfera da agressividade
o Raiva, ira, ódio, inveja, vingança, nojo
 Sentimentos relacionados a atração pelo outro
o Amor, tesão, estima, admiração, respeito, amizade
 Sentimentos associados ao perigo
o Temor, rejeição, abandono
 Sentimentos de tipo narcísico
o Orgulho, vaidade, arrogância

Afeto – é a qualidade e o tônus emocional que acompanha uma ideia ou representação


mental. É o que atribui cor a uma ideia. Dá as ideias um colorido afetivo. É um conceito
colorido e superficial.

É um estado afetivo com mobilidade, superficialidade e sem profundidade.


São os afetos os responsáveis por deixar o indivíduo alegre ou triste. É a representação externa
das emoções.

A música é um exemplo que aumenta nossa amplitude emocional e movimenta os afetos.

Paixões – é um estado afetivo extremamente intenso. Ele domina a atividade psíquica como
um todo. Dirige nossa atenção e interesse em um único ponto, deixando de lado os demais
interesses. Normalmente uma paixão intensa impede o funcionamento de uma lógica
imparcial.

A paixão cega é a ausência de objetividade. Na paixão o indivíduo projeta no outro o que ele
tem de melhor. Nos apaixonamos porque projetamos.

Na paixão o indivíduo nunca conhece o outro. Se conhecer, vira sentimento.

Os dois principais/mais importantes estados afetivos são o Humor e os Afetos.

ALGUMAS EMOÇÕES PRESENTES EM TODAS AS CULTURAS – by Brown

Ambivalência, brincar, choro, atração sexual, esperança, empatia, inveja, medo, orgulho

Afetividade é a capacidade de experimentar sentimentos e emoções.

A afetividade também altera as expressões, sendo que em cada cultura existe uma forma de
expressão diferente.

A afetividade deve estar sobre uma base estável. Não pode variar o estado.

RAZÃO x EMOÇÃO

Alguns autores acreditam que a emoção turva a razão e distancia o homem da verdade e da
conduta correta.

Outros afirmam que a emoção pode contribuir e não atrapalhar no contato do homem com a
realidade.

Mesmo aceitando a tradicional primazia da razão sobre a emoção na apreensão da verdade,


deve-se admitir que certas dimensões da vida só são realmente acessíveis pela lente da
emoção, pois, como diz o filósofo Pascal, “há razões que a razão desconhece”.

A razão ajuda a controlar as emoções.

CATATIMIA

Catatimia é a capacidade que a afetividade (estados afetivos) tem de influenciar as outras


instâncias psíquicas.

As duas instâncias psíquicas mais afetadas pelos estados afetivos são a memória e o
pensamento.

REAÇÃO AFETIVA
A vida afetiva sempre ocorre em relação do Eu com o mundo e os outros.

Afetividade caracterizada pela dimensão de reatividade.

DOIS TIPOS DE REAÇÕES AFETIVAS

 Sintonização afetiva
o Capacidade de o indivíduo ser influenciado afetivamente por estímulos
externos;
o É uma reação do grupo;
o Participar de um grupo com uma vibe boa por exemplo.
 Irradiação afetiva
o Capacidade do individuo transmitir ou contaminar os outros com seu estado
afetivo momentâneo. Isto faz com que os outros entrem em sintonia com ele;
o É uma reação própria do indivíduo.

Rigidez afetiva

 O individuo não deseja, tem dificuldades ou impossibilidade de


sintonização ou irradiação afetiva. Ele não produz reações afetivas nos
outros;
 Dificuldade de se irradiar.

SISTEMA LÍMBICO

É o lugar onde acontece a representação das emoções.

Ler mais!

ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DA AFETIVIDADE

ALTERAÇÕES DO HUMOR

DISTIMIA

Significa alteração básica do humor.

Alteração tanto no sentido da inibição como da exaltação.

O extremo dos polos são patológicos = doenças. Para que seja definido como doença, é
necessário que exista sinais e sintomas

O sintoma distimia é diferente do Transtorno Distimia. Este último é um transtorno depressivo


leve e crônico.

O termo distimia hipotimica é a mesma coisa que depressão e atualmente usa-se mais o termo
depressão = tristeza patológica.

O humor depressivo por vezes vem acompanhado por:

Ideias relacionadas à morte como:


 “Gostaria de morrer para que o sofrimento acabasse”;

Ideias suicidas:

 Penso em me matar, acabar com minha vida

Planos suicidas:

 Planejei como iria me matar;

Atos suicidas:

 Comprei remédios, veneno, uma corda para me enforcar;

Tentativas Suicidas

Humor triste = humor deprimido = estado de tristeza – deve-se investigar cuidadosamente a


ideação suicida em pacientes que estão neste estado.

DISFORIA

Este termo está relacionado a distimia com a diferença desta ter uma tonalidade afetiva
desagradável. Por exemplo um quadro maníaco (distimia hipertímica) acompanhado de um
forte componente de irritação, desgosto, agressividade.

Os dois pólos básicos das alterações do humor são:

 O polo depressivo ou hipotimia;


o Refere-se ao transtorno depressivo;
 O polo maníaco ou hipertímico;
o Refere-se a distimia hipertimica – humor patologicamente alterado no sentido
da exaltação e da alegria.

Uma pessoa não fica somente no polo maníaco. Ou ele está no polo depressivo ou está
transitando nos dois polos.

EUFORIA ou ALEGRIA PATOLÓGICA

Significa um humor morbidamente exagerado, desproporcional as circunstâncias.

ELAÇÃO

Além da alegria patológica, ocorre a expansão do Eu, que é uma sensação de grandeza e de
poder.

PUERILIDADE

Significa imaturidade psicológica. O indivíduo ri ou chora por motivos banais. Não há


profundidade em sua vida afetiva.
É uma alteração de humor caracterizado pelo aspecto infantil, regredido.

Esta alteração do humor costuma ocorrer na esquizofrenia hebefrênica, personalidades


imaturas e em indivíduos com déficit intelectual.

ESTADO DE ÊXTASE

Neste estado existe uma experiência de beatitude.

Existe uma sensação de dissolução do Eu no todo.

Frequentemente relacionado a experiências circunscritas (contornadas) a um contexto


religioso ou místico.

Não é considerado fenômeno psicopatológico e sim cultural.

IRRITABILIDADE PATOLÓGICA

Existe hiperreatividade desagradável, hostil.

Qualquer estímulo é sentido como perturbador e o indivíduo reage de forma disfórica.


Qualquer ruído (criança, televisão) é vivenciado com muita irritação.

Esta irritabilidade pode ocorrer:

 Síndromes depressivas;
 Quadros maníacos;
 Transtornos ansiosos;
 Esquizofrenia;

O Clínico deve saber diferenciar a irritabilidade primária (origem transtorno do humor ou


psico-organica) da secundária (vivências psicóticas – delírios, persecutórios, alucinações)

ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E DOS SENTIMENTOS

Apatia – cai na prova

É a incapacidade de sentir afetos!

Não é a ausência e sim a redução emotiva e afetiva. Pode ficar cada vez mais hiporreativa (é
um tanto faz, tanto fez).

É a diminuição da excitabilidade emotiva e afetiva. A pessoa não sente alegria e nem tristeza,
não sente nada.

Ocorre de forma inespecífica em diversos tipos de transtornos mentais.

Anedonia – cai na prova

É um dos sintomas principais na depressão. Outro grande sintoma da depressão é a tristeza.


Anedonia é quando um indivíduo fazia algo que gostava muito e de repente/do nada por livre
espontaneidade, decide parar de fazer, não sente mais prazer.

A anedonia ocorre paralelamente a apatia.

Labilidade afetiva e incontinência afetiva

É uma oscilação de forma súbita e imotivada do humor, sentimentos ou emoções.

Na incontinência afetiva, a pessoa chora ou dá risada por longos tempos sem parar. Pode
durar horas.

Ambivalência afetiva -> ocorre de forma radical e intensa.

Hipomodulação do Afeto

Incapacidade de modular respostas emotivas, indicando rigidez na relação com o mundo.

Inadequação do afeto ou Paratimia

Reação totalmente incongruente com situações existenciais e conteúdos ideativos.

Revela desarmonia profunda da vida psíquica. Contradição entre esfera afetiva e ideativa.

Pobreza de sentimentos e Distanciamento afetivo

Empobrecimento em relação à possibilidade de vivenciar alternâncias e variações sutis na


esfera afetiva.

Isto ocorre nas síndromes psico-orgâncicas, demências, e em algumas esquizofrenias.

Embotamento Afetivo

Perda profunda de todo tipo de vivência afetiva.

O embotamento afetivo é observável, diferentemente da apatia que é algo mais subjetivo.

O embotamento pode ser constatado através da mímica, postura, e atitude do paciente.

Ocorre normalmente nas formas deficitárias e negativas de esquizofrenia.

Sentimento de falta de sentimento

É a vivência da incapacidade para sentir emoções, experimentada de forma muito penosa pelo
paciente.

Anedonia

É a incapacidade total ou parcial de obter e sentir prazer com determinadas atividades e


experiências da vida. Incapacidade de sentir prazer.

Antes do adoecimento conseguia ter prazer sexual, prazer na comida, com amigos e agora não
senti mais nada.
Sintoma central das síndromes depressivas e pode ocorrer em transtornos de personalidade.

Indiferença afetiva

Trata-se de certa frieza afetiva incompreensível diante dos sintomas que o paciente apresenta.

Neotimia

É a designação para sentimentos e experiências afetivas inteiramente novos vivenciados por


pacientes em estado psicótico.

Medo

O medo não é uma emoção patológica, mas uma característica universal do homem.

É um estado de progressiva insegurança e angústia, de impotência e invalidez crescentes,


diante de algo que o indivíduo teme que aconteça.

FOBIAS

São medos determinados psicopatologicamente, desproporcionais e incompatíveis com as


possibilidades de perigo real oferecidas pelos objetos ou situações desencadeantes.

É um medo terrível e desproporcional. Por exemplo: medo de entrar em um elevador, de gatos


ou de contato com pessoas desconhecidas.

TRANSTORNOS DO HUMOR

A depressão e a mania não são simplesmente doenças dos afetos e sim do humor.

Elas possuem altas prevalências e incidências na população geral.

Elas provocam grande índice de suicídios.

DEPRESSÃO OU TDM – TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR

Para se falar da depressão, é necessário entender a melancolia.

Melan = NEGRO Cholis = BILIS

Melancolia não é uma doença, mas um traço de personalidade.

Na teoria hipocrática, define-se quatro fluidos essenciais:

 Bile
 Fleugma
 Sangue
 Bile Negra

Teoria Humoral da Bile Negra


EPIDEMIOLOGIA DA BILE NEGRA – MELANCOLIA – TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR

A cada 10 mil pessoas, ocorrem 325 novos casos de melancolia.

Homens tem prevalência menor de melancolia ao longo da vida do que em mulheres.

Pesquisa feita em São Paulo mostrou que a TDM é mais comum

ETIOLOGIA DO TDM

Estudo da origem ou causa de determinado fenômeno.

Fala-se de um componente genético no TDM.

A disposição especial para contrair a enfermidade (suscetibilidade) é de 40% na TDM e de 70%


na THB.

Os antidepressivos atuam nos neurotransmissores como a noradrenalina, serotonina e


dopamina. Os antidepressivos atuam na fenda sináptica aumentando a concentração de
neurotransmissores.

DSM-V

No DSM, para que um transtorno seja considerado TDM, ao menos cinco sintomas devem
perdurar por duas semanas e representam uma alteração do funcionamento anterior. Dos
cinco sintomas, ao menos entre eles devem ter um dos dois sintomas abaixo:

1. Humor deprimido;
2. Perda do interesse ou prazer (anedonia);
3. Perda ou ganho significativo de peso;
4. Insônia ou hipersônia;
5. Agitação ou retardo psicomotor;
6. Fadiga ou perda de energia;
7. Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva;
8. Capacidade diminuída de pensar ou concetrar-se;
9. Pensamentos de morte – ideação suicida.

CID 10 – Episódio Depressivo

No CID 10 é descrito a depressão como: o indivíduo usualmente sofre de humor deprimido,


perda do interesse, prazer e energia reduzida levando a uma fatigabilidade aumentada e
atividade reduzida.

Cansaço marcante também é comum.

Outros sintomas comuns na depressão:

 Concentração e atenção reduzidas;


 Auto-estima e autoconfiança reduzidas;
 Idéias de culpa e inutilidade;
 Visões desoladas e pessimistas do futuro;
 Ideias ou atos autolesivos ou suicídio;
 Sono perturbado;
 Apetite diminuído.

INSONIA

Existem três níveis para a insônia:

 Inicial
o Dificuldade em adormecer
 Intermediário
o Despertar precoce, acordado de madrugada
 Terminal
o Indivíduo acorda de madrugada e não consegue mais dormir

CATEGORIAS DA DEPRESSÃO

Depressão LEVE

Pelo menos 2 sintomas típicos e 2 dos outros sintomas;

Depressão MODERADO

Pelo menos 2 dos 3 sintomas mais típicos e 3 ou 4 dos outros sintomas;

Depressão GRAVE

Possui sintomas psicóticos ou ideação suicida importante;

CURSO E PROGNÓSTICO

 Aproximadamente 50% dos casos acontecem antes dos 40 anos;


 Um episódio depressivo não tratado dura de 6 a 13 meses;
 Episódio depressivo tratado dura em torno de 3 meses;
 Suspender medicação seis meses depois da melhora pode retornar os sintomas da
depressão;

Recorrência -50 a 70%, Refratariedade, Cronicidade e Sintomas residuais – 20 a 30%

TRANSTORNO DISTIMIA

Distimia significa mau humor

Distimia é um humor cronicamente deprimido que ocorre na maior parte do dia, na maioria
dos dias, por pelo menos dois anos.

É uma depressão crônica, geralmente de intensidade leve, muito duradoura. Começa no início
da vida adulta e persiste por vários anos.
Sintomas depressivos mais comuns no Transtorno Distimia são:

 Diminuição da auto-estima
 Fatigabilidade aumentada
 Dificuldade em tomar decisões ou concentrar-se
 Mau humor crônico
 Irritabilidade
 Sentimento de desesperança

Todos estes sentimentos devem estar presentes de forma ininterrupta por pelo menos dois
anos.

Tem as características abaixo:

 Sintomas depressivos subliminares


 Pode ocorrer depressão conjuntamente
 Curso crônico
 Prevalência de 6% durante a vida

Espectro bipolar

Quem tem o espectro bipolar tem que tomar doses pequenas de medicação. O humor neste
caso precisa ser estabilizado.

Já no TDM, precisa ser tratado, acabado e não estabilizado.

MANIA

No DSM V

Critérios do Episódio Maníaco

 Período distinto de humor anormal


 É persistentemente elevado
 Expansivo
 Irritável
 Duração mínima de 1 semana

Sintomas persistentes durante a perturbação do humor

 Auto-estima inflada
 Redução da necessidade de sono
 Pressão para falar
 Fuga de ideias
 Distraibilidade
 Envolvimento excessivo em atividades prazerosas com alto risco para consequências
dolorosas

SUBTIPOS DO TRANSTORNO DE HUMOR – THB


THB 1

Tem ciclos de mania, depressão e eutimia que pode durar entre 1 mês ou 1 ano.

THB2

Este subtipo do transtorno não é psicótico e não tem mania.

Somente ocorre ciclos de depressão – hipomania – depressão ou eutimia

Hipomania é uma forma atenuada de um episódio maníaco. Pode passar


despercebido. O indivíduo fica mais disposto que o normal, fala muito e conta piadas. Pode ter
diminuição do sono e fazer muitas atividades sem se cansar.

THB3

Origina-se de um temperamento hipertímico.

Ocorre o Efeito kinddling – quanto mais crises tiver, mais terá novamente

Sintomas da síndrome maníaca

A euforia e a elação constituem a base da síndrome maníaca. Taquipsiquismo também


ocorre.

TRATAMENTO DO THB

 Doses de lítio
 Anticonvulsionantes
 Antidepressivos
 Psicoterapia

Sobre suicídio – pg 179, 180

SUICÍDIO

É a ação de matar a si mesmo.

O suicídio não é doença e é decorrente do transtorno de humor.

O TH é a base da ideação suicida e é grave quando existe essa ideação com a psicose.

Toda ideação suicida deve ser levada a sério e ser investigada.

Ideação suicida

 Significa os pensamentos sobre o desejo de morrer;

Tentativas de suicídio

 Comportamento potencialmente autolesivo, porém não fatal

OS DOIS TIPOS DE PSICOSES TEM A QUEBRA DA REALIDADE VIGENTE.


 PSICOSE DO PENSAMENTO É O DELÍRIO
 PSICOSE DAS SENSOPERCEPÇÕES SÃO AS ALUCINAÇÕES.

Suicídio completo

 Homens
 Ocorre em maiores de 60 anos, tem alta letalidade
 Causado por Alcoolismo, depressão, TP
 Ocorre privadamente e isolado
 Utiliza o método de enforcamento e arma de fogo

Tentativas de Suicídio

 Mulheres
 Ocorre em menores de 35 anos
 Baixa letalidade
 Não costuma ter diagnóstico psiquiátrico
 Costuma ter fácil observação a tentativa
 Utiliza como métodos os medicamentos e o cortar-se

TIPOS DE TENTATIVAS

 MÉTODOS VIOLENTOS
o Enforcamento
o Mutilações
o Salto de elevações
o Uso de armas de fogo e arma branca
 MÉTODOS NÃO-VIOLENTOS
o Superdosagem de drogas
o Inalação de gases tóxicos

PSICOPATOLOGIA DO SUICÍDIO

Se inicia com uma ideia com conteúdo de morte onde através da impulsividade surge uma
ideia obsessiva ou prevalente que leva até o ato suicida.

IDEIA OBSESSIVA

 É uma ideia invasiva, repetitiva e que traz uma angústia, sofrimento para o indivíduo

IDEIA PREVALENTE

 É uma ideia invasiva, repetitiva e que não traz sofrimento, o indivíduo sente prazer
com a ideia.

FATORES DE RISCO PARA O SUICÍDIO

 FATORES DEMOGRÁFICOS
o Idosos e adolescentes
o Solidão
o Luto próximo
 FATORES PSIQUIÁTRICOS
o THB
o TP
o Dependencia e abuso de drogas
 FATORES MÉDICOS
o HIV
o Cancer
 FATORES FAMILIARES
o História de suicídio na família
o Abuso físico e sexual na infância
 FATORES RELACIONADOS AO COMPORTAMENTO
o Melancolia
o Impulsividade
o Tentativas de suicídio prévia

O suicida sempre dá sinais e mesmo após melhora deve ser acompanhado.

TRATAMENTO

 Antidepressivos
 Benzodiazepínicos
 Estabilizadores do humor

As internações podem ser totais, parciais e domiciliares.

Na pessoa que tenta o suicídio, existe a melancolia = vazio existencial e sempre tem uma
intenção própria no suicídio.

DADOS

 Os homens conseguem se matar mais que as mulheres porém elas tentam mais.
 O que costuma segurar o melancólico é a religião.
 No CID-10 o suicídio não é um transtorno mental.
 Para cada 1 mulher que se mata, 3.6 homens cometem o suicídio.
 Atualmente os idosos são o grupo etário que mais comete o suicídio porém a taxa de
jovens tem crescido exponencialmente.
 80% das tentativas de suicídio ocorrem por envenenamento com taxa de suicídio de
31%

VOLIÇÃO E SUAS ALTERAÇÕES

Vontade é uma dimensão complexa da vida mental, relacionada intimamente com as esferas
instintiva, afetiva e intelectiva. A vontade envolve avaliar, julgar, analisar e decidir.

Alguns autores identificam a vontade com o desejo (consciente ou inconsciente).


Existem diversas definições de filósofos para compreender a vontade.

Instinto = definido como o modo relativamente organizado, fixo e complexo de resposta


comportamental de determinada espécie, que pode ajudar a mesma a sobreviver melhor em
seu ambiente natural.

O instinto envolve um conjunto de respostas e comportamentos herdados que, apenas com


modificações superficiais, servem sempre à adaptação do organismo como por exemplo as
reações e os comportamentos associados à fome, os instintos de sobrevivência, etc.

Desejo é um querer, um anseio, um apetite, de natureza consciente ou inconsciente, que visa


sempre algo, que busca sempre a sua satisfação.

Desejo não se modifica.

DESEJOS são diferentes de NECESSIDADES

DESEJOS

 Fixos
 Inatos
 Independentes da cultura
 Independentes da história individual

NECESSIDADES

 Móveis
 Moldados
 Transformados socialmente
 Transformados historicamente

Inclinação é a tendência a desejar, buscar, gostar, intimamente relacionada à personalidade


do indivíduo, duradoura e estável.

Motivação investiga-se como o comportamento é iniciado, dirigido e sustentado. Motivação é


intencional e reguladora.

ATO VOLITIVO OU ATO DE VONTADE

Ato volitivo está relacionado as expressões como “eu quero” e “eu não quero”. Isto caracteriza
a vontade humana em sentido específico.

A unidade da volição é o ato volitivo!

Todas as nossas ideias passam pelo processo volitivo.

O ato volitivo acontece através do processo volitivo, no qual se distinguem por quatro etapas:

1. Fase de INTENÇÃO
a. Se esboçam tendências básicas do indivíduo, suas inclinações e interesses.
b. Nessa fase, impulsos, desejos e temores inconscientes exercem influência
decisiva sobre o ato volitivo.
c. Estes impulsos e desejos muitas vezes podem ser imperceptíveis para o
próprio indivíduo.
d. A intenção envolve a escolha, esta que envolve a liberdade que é o querer ou
não querer.
2. Fase de DELIBERAÇÃO
a. Diz respeito à ponderação consciente
b. Leva-se em conta tanto os motivos como os móveis implicados no ato volitivo
c. Aqui o indivíduo faz uma análise básica do que seria bom ou ruim na sua
decisão:
i. positivo ou negativo
ii. Favorável ou desfavorável
iii. Benéfico ou maléfico
d. Seria um momento de reflexão que leva a um discernimento
3. Fase de DECISÃO
a. É o momento culminante no processo volitivo
b.
4. Fase de EXECUÇÃO
a. É ato concreto consumado.
b. É a fase onde o componente motor final é realizado.
c. Psicomotricidade

ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS DA VOLIÇÃO

Abulia – ausência da vontade, não gera tristeza, pois não deseja se fazer nada. Não há
remédios para o tratamento.

Dois níveis:

1. Pode ser uma evolução de uma hipobulia


2. Pode ser um sintoma primário, ocorrendo na esquizofrenia

Hipobulia – diminuição da vontade, perde vontade de fazer as coisas

Hiperbulia – aumento patológico da atividade volitiva

ALTERAÇÕES QUALITATIVAS DA VOLIÇÃO

Negativismo

 Paciente durante a entrevista se nega a fazer o que é solicitado.


 Contrária todas as ordens e faz tudo ao contrário
 Negativismo ativo
 Negativismo passivo é aquele paciente que nada faz.
 Tudo isto ocorre com o paciente sem uma INTENÇÃO

Obediência Automática
 Paciente se comporta como um robô.
 Não existe deliberação, ponderação

Fenômenos em Eco

 Ecolalia
o O indivíduo repete de forma automática as palavras ou sílabas do
outro.
 Ecopraxia
o O indivíduo repete de forma automática, durante a entrevista, os
últimos atos do entrevistador.
 Ecomimia
o O indivíduo repete de forma automática as reações mímicas do outro,
suas expressões faciais.

Automatismo

 Parecido com a obediência automática


 Refere-se aos sintomas psicomotores (movimentos de lábios), associados a
crise epiléptica.

ATOS IMPULSIVOS E COMPULSIVOS

Atos impulsivos

São atos onde ocorrem um curto circuito do ato voluntário. Ocorre um curto circuito da fase
de intenção para a fase de execução. Não há deliberação.

O indivíduo está ego-sintônico. Está em sintonia consigo mesmo e não tem sentimentos de
culpa.

Atos compulsivos

São atos repetitivos gerados por uma ideia obsessiva. Existe deliberação na compulsão e é
reconhecido pelo indivíduo como indesejável e inadequado.

O indivíduo se encontra ego-distônico, ou seja, experiencia o ato como indesejável, contrário


aos valores morais.

Após sua deliberação e execução do ato, ele senti um alivio da ideia obsessiva, mas depois tem
sentimentos de culpa devido a um conflito moral e traz sofrimento.

Processo da compulsão:

1. Desconforto subjetivo
2. Ego-distônico
3. Tentativa de resistir
4. Alívio ao realizar o ato compulsivo
5. Associado a ideias obsessivas
Tipos de impulsos e compulsões relacionadas à auto/heterodestrutivas

 Automutilação
o Auto-enucleação – arrancar os olhos
o Auto-amputação – cortar o pênis
 Frangofilia
o Agitação patológica
o Indivíduo quebra tudo que vê pela frente
 Piromania
o Indivíduo coloca fogo em objetos – atear fogo
 Impulso ou ato suicida

Tipos de impulsos e compulsões relacionadas à ingestão de alimentos e substâncias

 Dipsiomania
o Ingestão de bebidas alcoólicas até cair no chão, perder a consciência
 Bulimia
o Grande ingestão de alimentos e em seguida retirada dos alimentos do
estômago através do vomito
 Potomania
o Intoxicação por água. Tomar muita água ou ingerir água de privada ou
torneira.

Sexualidade

1. Identidade sexual
a.
2. Orientação sexual
3. Papel Sexual
a. É a determinação sexual a partir da cultura em que o indivíduo está inserido.
b. Ex: Travestismo

Tipos de impulsos e compulsões relacionadas ao desejo e comportamento

 Fetichismo
o Caracteriza-se pela obtenção do prazer e excitação pelo uso particular de
objetos, roupas.
o É uma teatralização, uma grande representação.
o O fetiche é um objeto pervertido. É o desvio da função.
o Masturba-se no contato com o objeto de prazer que normalmente está
relacionado ao corpo: meias, lingeries, luvas
 Frotismo
o É o ato de esfregar os genitais em outra pessoa.
o Acontece mais em homens.
 Exibicionismo
o Caracterizado pela compulsão e pelo prazer em mostrar o corpo nu, com
ênfase nos genitais, a uma pessoa estranha, que percebe isto como uma
violência.
 Voyerismo
o É a compulsão em observar uma pessoa (normalmente mulher) se despindo
ou tendo relações sexuais.
 Pedofilia
o É a preferência em realizar, ativamente ou na fantasia, práticas sexuais com
crianças ou menores de 18 anos.
 Pederastia
o É a preferência em realizar, ativamente ou na fantasia de homens/mulheres
muito mais velhos, práticas sexuais com indivíduos homossexuais menores de
18 anos.
 Gerontofilia
o É a preferência em realizar, ativamente ou na fantasia de homens/mulheres
muito mais velhos, práticas sexuais com indivíduos heterossexuais menores de
18 anos.
 Zoofilia
o Desejo sexual dirigido aos animais.
 Necrofilia
o Desejo sexual dirigido aos cadáveres.
 Coprofilia
o Prazer sexual com excrementos
 Ninfomania
o É o desejo sexual na mulher quantitativamente muito aumentado.
 Satiríase
 Compulsões a utilizar clisteres

Outras Compulsões

Poriomania

Andar sem rumo por grandes distâncias

Cleptomania

Conhecido por shoplifting – roubar pequenos objetos de valor sentimental.

É o ato impulsivo ou compulsivo de roubar, precedido geralmente de intensa


ansiedade e apreensão. O alívio ocorre após o roubo.

PSICOMOTRICIDADE

A psicomotricidade é o ato motor, é a expressão final do processo da volição.

A psicomotricidade estuda a fase de execução do processo volitivo.


Alterações da psicomotricidade:

 Agitação psicomotora (taquipsiquismo)


o Alteração da psicomotricidade mais comum, que implica em uma exaltação e
aceleração de toda atividade motora do indivíduo;
o No taquipsiquismo ocorre heteroagressividade e hostilidade
o É frequente e inespecífico
 Lentificação psicomotora (bradipsiquismo)
o Refere-se a uma lentificação de toda atividade psíquica e motora.
o INIBIÇÃO PSICOMOTORA
 Estado acentuado e profundo de lentificação psicomotora
 Ocorre ausências de respostas motoras adequadas
 Estupor
o Perda de toda a atividade motora espontânea.
o Atinge o individuo globalmente
o Aparentemente o indivíduo possui um nível de consciência e capacidade
sensitivo-motora de reação preservados
o Paciente fica restrito ao leito, sem comunicação, sem alimentar-se, podendo
chegar a óbito se não cuidado.
 Catalepsia e Flexibilidade Cérea
o Acentuado exagero no tônus postural
o Hipertonia muscular global
o Coloca-se o individuo de uma forma e ele permanece imóvel.
o Ocorre na esquizofrenia
 Cataplexia
o Perda abrupta do tônus muscular
o Ocorre queda ao chão
 Estereotipias motoras (Maneirismos)
o Repetições automáticas e uniformes de determinados atos motores
complexos
o Indica marcante perda do controle voluntário
o Paciente repete mecanicamente o mesmo movimento centena de vezes
 Maneirismo é um tipo de estereotipia motora
 Caracterizada por movimentos bizarros, repetitivos e
complexos
 Tiques
o São atos coordenados, repetitivos, resultantes de contrações súbitas, breves e
intermitentes
o Pioram com a ansiedade;
o Reflexo condicionado associado a estímulos emocionais e físicos.
 Estupor Catatônico (esquizofrênico)
o Além do estado de estupor (mutismo, rigidez, perda de toda a capacidade
voluntária motora), ocorrem sintomas típicos tbm:
 Flexibilidade Ceracea (indivíduo permanece na posição que é
colocado)
 Fenômenos em eco
 Negativismo ativo ou passivo
 Repentes abruptos de agitação e explosões agressivas (furor
catatônico)

PENSAMENTOS E SUAS ALTERAÇÕES

É a última instância psíquica. O pensamento é sublime e importante, pois é a forma de se


comunicar, se expressar.

PENSAMENTO -> DELIBERAÇÃO (REFLEXÃO) -> DISCERNIMENTO = é o fenômeno de resolução


de nossos conflitos.

As bases do pensamento acontecem com as ideias do mundo.

As representações e as imagens perceptivas reais (coisas do mundo) fornecem o material


necessário para o processo do pensar.

Quando o conceito de algo é introjetado no indivíduo, é criado nele uma imagem


representativa.

IMAGEM PERCEPTIVA REAL – CARACTERISTÍCAS

 NITIDEZ
o Imagem é nítida, clara
 CORPOREIDADE
o Imagem é viva, corpórea, tem brilho
 ESTABILIDADE
o Imagem não muda de um momento para outro, estável
 EXTROJEÇÃO
o Imagem tem origem no espaço externo
 ININFLUENCIABILIDADE VOLUNTÁRIA
o Não é possível alterar voluntariamente a imagem
 COMPLETITUDE
o Imagem tem desenho completo, com detalhes

REPRESENTAÇÕES

 POUCA NITIDEZ
o Contornos da representação são esfumados
 POUCA CORPOREIDADE
o Representação não tem vida de uma imagem real
 INSTABILIDADE
o A representação pode aparecer e desaparecer do campo da consciência
 INTROJEÇÃO
o Representação tem origem no espaço interno
 INCOMPLETITUDE
o Representação tem desenho indeterminado, com poucos detalhes

Os elementos constitutivos do pensamento são formados por:

 Conceito
o Os conceitos são as bases do pensamento.
o É formado a partir das representações;
o O conceito não apresenta elementos de sensorialidade.
o Não é possível senti-lo, ouvi-lo ou visualiza-lo;
o O conceito apresenta apenas os aspectos mais gerais (generalizações) dos
objetos e fenômenos;
o Conceito é um elemento puramente cognitivo, intelectivo.
 Formação do conceito em dois passos:
 Eliminação da sensorialidade
o O conceito não deve exprimir características sensoriais
do objeto como cadeira azul.
o Apenas deve definir cadeira como objeto de quatro
pés usada para sentar.
 Generalização
o O conceito deve ser aplicado para todos os tipos de
cadeiras.
 Juízo
o É a qualidade do pensamento. São associações que agregam uma informação,
que qualificam um conceito.
o É o processo que conduz ao estabelecimento de relações significativas entre
conceitos básicos.
o É a afirmação de uma relação entre dois conceitos.
o Ex: a cadeira é útil.
 Raciocínio
o É o estabelecimento de vários conceitos em uma ideia/frase.
o É a representação de um modo especial de ligação entre conceitos e sequencia
de juízos.
o É o encadeamento de conhecimentos, derivando sempre uns dos outros.
o A ligação entre conceitos formam os juízos.
o A ligação entre juízos formam novos juízos.

O que é preciso para se obter um pensamento mais elaborado é a CULTURA.

A CULTURA (música, leitura, artes) incrementa o pensamento. O primeiro elemento para se ter
cultura é ter interesse.

Uma das formas de restringir o pensamento é o pré-conceito.

Pré-conceitos são auto-teorias sobre si mesmo e sobre o outro. Ex: religião

As dimensões do processo do pensamento são:


 CURSO
o significa a fluidez, velocidade de pensamento.
o É o modo como o pensamento flui, seu ritmo ao longo do tempo.seu ritmo ao
longo do tempo.
 FORMA
o significa a estrutura básica, a arquitetura do pensamento
 CONTEÚDO
o É a ideia do pensamento, a ideia central
o Pode ser definido como aquilo que atribui substância ao pensamento.
o É o seu tema predominante, o assunto em si.

Conceitos

Formado a partir de representações, com a ausência de sensorialidade.

Os erros simples são passíveis de serem corrigidos pela experiência.

ALTERAÇÕES DO PENSAMENTO

As alterações podem ser patológicas ou não.

 PENSAMENTO MÁGICO
1. Este pensamento fere frontalmente os princípios da lógica formal;
2. Não respeita a realidade;
3. Sua orientação é através do s desejos, fantasiase temores conscientes e
inconscientes;
4. O sujeito adequa a realidade a seu pensamento.
5. Comum em personalidades imaturas e em quadros de TOC.
 PENSAMENTO CONCRETO
1. É o pensamento que não distingue entre dimensão abstrata/simbólica e a
dimensão concreta e imediata dos fatos.
2. Indivíduo não consegue utilizar metáforas
3. Ironia, duplo sentido, subentendido não são compreendidos.
4. A demência e a esquizofrenia grave apresenta este tipo de pensamento.
 PENSAMENTO DEFICITÁRIO
1. Caracterizado por memorização mecânica
2. Ilhotas de memória
3. Pensamento de estrutura pobre e rudimentar
4. Abstração apenas ocorre com dificuldade.
5. São os idiotas-sábios
 PENSAMENTO INIBIDO
1. Ocorre a inibição do raciocínio, diminuição da velocidade e do número de
conceitos, juízos e representações utilizados no processo de pensar.
2. O pensamento torna-se lento, pouco produtivo à medida que o tempo flui.
3. Ocorre em quadros demenciais e depressivos graves
 PENSAMENTO PROLIXO
1. Paciente não consegue chegar a qualquer conclusão sobre o tema que está
tratando, somente após muito esforço.
2. Não é doença, mas é difícil;
3. Fala, fala e não fala nada;
4. Dá longas voltas ao redor do tema.
5. Tangencialidade
 Começa a falar do assunto e depois se distancia muito.
 Pessoa responde perguntas de forma irrelevante;
 Não sabe discriminar o essencial do supérfluo.
 Nunca chega ao ponto central
6. Circunstancialidade
 É definido como rodando em volta do tema;
 Não entra em questões essenciais e decisivas;
 Ocorre em pacientes com transtorno de personalidade;
 PENSAMENTO DEMENCIAL
1. É um pensamento empobrecido, desigual , gradativo.
2. É decorrente do processo degenerativo demencial.
3. Ocorre uma difuculdade de encontrar palavras
4. Acontece no alzheimer
 PENSAMENTO OBSESSIVO
1. Predominam as ideias ou representações, que apesar de terem conteúdo
absurdo e repulsivo pelo indivíduo, se impõem a consciência de forma
persistente e incontrolável.
2. Existe uma luta constante contra as ideias obsessivas
3. Gera um estado de angústia constante devido a tentativa de banir as ideias
 Caracteristicas da ideia obsessiva
 Repetitiva
 Invasiva
 Ciclíca
 Ego distonica

ALTERAÇÕES DO PROCESSO DE PENSAR

ALTERAÇÕES RELACIONADAS AO CURSO DO PENSAMENTO

 Aceleração
o Fluência aumentada do pensamento
o Ideias rápidas, sucedendo uma atrás da outra
 Lentificação
o Fluência diminuída do pensamento
o Ocorre prejuízo do raciocínio
 Bloqueio
o Visto quando o paciente no meio de uma conversa, para subitamente de falar,
de forma repentina
 Roubo de pensamento
o Vivência associada ao bloqueio
o Paciente explica o motivo do bloqueio

ALTERAÇÕES RELACIONADAS A FORMA DO PENSAMENTO

 Fuga de ideias
o Alteração da estrutura do pensamento secundário a uma acentuada
aceleração do pensamento
o Uma ideia se segue a outra de forma extremante rápida
o Ocorre perturbação de associações lógicas entre os juízos e conceitos
 Dissociação ou incoerência de pensamento
o
 Afrouxamento das associações
 Descarrilhamento do pensamento
 Desagregração do pensamento
o Ocorre uma profunda e radical perda dos enlaces associativos
o Total perda da incoerência do pensamento
o Sobram apenas pedaços dos pensamentos
o Conceitos e ideias fragmentadas

ALTERAÇÕES RELACIONADAS AO CONTEÚDO DO PENSAMENTO

 Perseguição
 Depreciativos
 Religiosos
 Sexuais
 De poder
 Riqueza ou grandeza
 Ruína ou culpa
 Hipocondríaco

JUÍZO DA REALIDADE E SUAS ALTERAÇÕES

Ajuizar significa julgar.

É uma atividade humana por excelência.

Juízo implica julgamento que é subjetivo, individual e social.

As alterações do juízo podem ser patológicas ou não.

ERRO SIMPLES

É uma alteração do juízo que não possui uma base mórbida.

Erro simples é um julgamento não pensado.

 Originado na ignorância, do julgamento apressado


 Baseado em premissas falsas
 Preconceito é uma ideia falsa, ignorante e baseada em premissas falsas, fazendo
julgamentos apressados.

O erro ocorre no julgar quando:

1. Tomam-se coisas parecidas ou semelhantes por iguais ou idênticas;


a. Ex: camelo ser considerado cavalo
b. Pessoa com boa aparência como honesta e má aparência como desonesta
2. Atribui-se a coincidências ocasionais, a relações de causa-efeito.
a. Sempre que cair um dente, algum conhecido morrerá;
3. Aceitar genuinamente as impressões de nossos sentidos como verdades indiscutíveis
a. Erro por engano dos sentidos;
b. Ex: o sol gira em torno da terra.

Os erros simples são passíveis de serem corrigidos, pela experiência, pelos dados da
realidade.

Os erros de ajuizamento ocorrem em situações afetivas importantes, intensas ou dolorosas


(denomina-se CATATIMIA), que impedem que o indivíduo analise a experiência de forma
objetiva e lógica.

TIPOS DE ERROS SIMPLES

 PRECONCEITO
o É um juízo sem reflexão
o Tipos de representações sociais do preconceito:
 Racismo
 Sexismo
 Etnocentrismo
 Classismo
 Religioso
 CRENÇAS E SUPERSTIÇÕES
o São crenças compartilhadas por um grupo social e cultural
o Ex: acreditar plenamente na comunicação com espíritos
 Ideias prevalentes são:

1. Ideias fixas
2. Ideias repetitivas
3. Invasivas
4. Cíclicas
5. Ego sintônica
6. EXISTE CRÍTICA
7. É uma ideia que prevalece sobre as outras ideias
8. Ex: Não consigo parar de pensar em outra coisa
9. Ideias prevalentes são ideias errôneas por superestimação afetiva.
10. O paciente se identifica plenamente com a ideia prevalente
ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DO JUÍZO

DELÍRIO
O delírio ou ideias delirantes são juízos patologicamente falsos.
É um erro do ajuizar.
O delírio possui base mórbida, pois é motivado por fatores patológicos.

Ideia Delirante
1. Convicção absoluta
2. Ideia irremovível, impossível a modificação do delírio pela experiencia;
3. É uma ideia/juízo falso – é uma mentira
4. É associal, a ideia é de uma pessoa só, começa em uma única pessoa.
a. Característica acessório
b. É uma produção associal
c. Passa a criar suas próprias crenças e símbolos.
5. Ex: tenho certeza que meus pais querem me envenenar.

A ideia delirante não tem crítica porque tem uma base mórbida, não é baseada em doença.

VETORES DO DELÍRIO – DIMENSÕES

 Convicção
o O quanto está convencido da realidade de suas ideias delirantes.
 Extensão
o Até onde as ideias afetam sua vida (trabalho, higiene pessoal)
 Bizarrice
o O quanto a ideia se afasta de comptos aceitos pelo grupo social
o Ideia estranha
o Não cortar unhas
 Desorganização
o Qual onível de lógica do delírio
 Pressão
o O quanto está preocupado com suas crenças delirantes
 Resposta afetiva
o O quanto as ideias delirantes tocam afetivamente o paciente.
 Comportamento desviante
o O quanto o paciente age em função de seu delírio

EVOLUÇÃO DO DELÍRIO

Antes do delírio primário, existe o ESTADO PRÉ-DELIRANTE:

 Estado pré-delirante também é chamado de humor delirante.


 Nesse período o paciente experimenta aflição, ansiedade intensa, vivências de ruína
 Sensação de perplexidade, de estranheza
 Termina com a compreensão do delírio, um entendimento profundo.
Delírio primário

É um fenômeno psicologicamente incompreensível, é impenetrável.

É o verdadeiro delírio, ele provoca uma transformação qualitativa em toda sua existência, sua
pessoa se modifica.

É algo inteiramente novo.

Delírio secundário - Deliróide

Não se origina de uma alteração primária do pensamento.

Trata-se de alterações profundas de outras áreas da atividade mental (afetividade,


consciência) que indiretamente fazem com que se produzam juízos falsos.

Ex: delírio de ruína, grandiosidade

O delírio pode ocorrer no TDM e no THB.

No TDM, o delírio tem ideias de ruína, niilistas.

ESTRUTURA DOS DELÍRIOS

 Delírios simples
o Possuem tema único
o Ex: Tema religioso ou somente persecutório.
 Delírios complexos
o Possuem múltiplos temas
o Ex: tema místico-religioso com ciúmes e perseguição
 Delírios não sistematizados
o Pouca associação, frágil estrutura, instáveis
o Encontrados em indivíduos com baixo nível intelectual
 Delírios sistematizados
o Bem organizados, com histórias ricas, se mantém como tempo em estrutura
o Ocorrem em indivíduos intelectualmente desenvolvidos
o Inteligência a serviço do delírio

COMO O DELÍRIO É CONSTITUÍDO?

O delírio é uma construção inserida em um processo de tentativa de reorganização do


funcionamento mental.
É a busca para manter a unidade mental, devido passar por uma fragmentação mental.

A angústia é a bomba propulsora do delírio.

Os fatores envolvidos na formação do delírio são:

 Interpretação
 Memória
 Afetividade
 Consciência
 Sensopercepção
 Percepção
 Intuição
 Imaginação

MECANISMOS DE MANUTENÇÃO

O delírio se estabiliza e se mantém ao longo do tempo devido a inércia, pobreza na


comunicação interpessoal, comportamento agressivo e novas interpretações delirantes.

CONTEÚDOS FREQUENTES NO DELÍRIO

 DELÍRIO PARANÓIDE
o A paranoia consiste na persecutoriedade
o Existem pessoas muito desconfiadas, que pensam que sempre existem alguém
que quer fazer mal para eles.
 DELÍRIO DE REFERÊNCIA
o Tudo que acontece, que falam, é porque estão falando de mim;
 DELÍRIO DE INFLUÊNCIA
o Acontece na esquizofrenia
o Ela faz tudo que o outro diz
o Fica influenciado por qualquer coisa
 DELÍRIO DE GRANDEZA
o O indivíduo se torna arrogante, prepotente
o Acontece no THB
 DELÍRIO RELIGIOSO
o Envolve temas místicos
 DELÍRIO DE CIÚMES
o Chamado delírio de otelo
o Delírio é pensamento
 DELÍRIO EROTOMANÍACO
o Pensar que alguém está apaixonado por você
o Relacionado a pessoas importantes, famosas
 DELÍRIO CLERAMBEAU
 DELÍRIO DE NEGAÇÃO DOS ORGÃOS
o Acredita que seus órgãos estão ausentes
o Que estão morrendo sem estarem de verdade
 DELÍRIO CENESTOPÁTICO
o Acredita que tem bichos dentro do próprio corpo (ratos, serpentes)
 DELÍRIO DE INFESTAÇÃO
o Também chamado delírio de ekbom.
o Acredita ver saindo do corpo e das coisa, diversos insetos.

DELÍRIO MITOMANÍACO X MITOMANIA

Mitomania = tendência patológica a mentir e criar mitos.

Mitomaníaco = descreve histórias fantásticas com convicção plena.São narrativas fabulosas,


totalmente irreais.

CURSO DO DELÍRIO

Agudo

Surge de forma rápida e pode desaparecer da mesma forma que apareceu.

Crônico

Surgem de forma insidiosa, mas persistente.

Tem longa duração, e estruturação lenta

NEUROSES

Transtorno crônico ou recorrente

Não é psicótico

Existe uma ansiedade intensa

A neurose representa um grupo de doenças.

Pelo DSM:

 É um transtorno mental desencadeado por um sintoma ou grupo deles que causam


angústia no indivíduo que ele reconhece como estranho a si mesmo (ego distônico).

Nas neuroses, existe a crítica.

Um ideia obsessiva pode encostar em uma ideia delirante mas não se misturam, ou seja, não
ocorre quebra da realidade vigente como acontece na psicose.

O TOC é um exemplo de doença neurótica.

CLASSIFICAÇÃO DAS NEUROSES

 SÍNDROMES FÓBICAS
 SÍNDROMES OBSESSIVO-COMPULSIVAS
 SÍNDROMES HISTÉRICAS
 SÍNDROMES HIPOCONDRÍACAS

PSICOSES

Ocorrem delírios e alucinações na psicose

Nas psicoses acontecem a quebra da realidade vigente.

A psicose, na compreensão tradicionalmente, faz ocorrer a perda do teste da realidade e


prejuízo do funcionamento mental.

A psicose , na compreensão atualmente mais utilizada é o grave prejuízo do funcionamento


pessoal e social.

Delírio e alucinação na psicose podem ou não ocorrer juntos.

DIVISÃO SINTOMÁTICA

Síndromes deficitárias

 Sintomas negativos
o Menos claros, que aparecem menos
o Se tem mais sintomas negativos, tem mau prognóstico
o Os remédios tratam pouco destes sintomas
 Embotamento afetivo
 Retração social
 Empobrecimento da linguagem e pensamento
 Lentificação psicomotora

Síndromes produtivas

 Sintomas positivos
o Mais claros e evidentes
o Aparecem mais
o Possui bom prognóstico, se aparece mais estes sintomas no paciente
o Os remédios tem bom efeito, reduzem os sintomas
 Processo alucinatório
 Ideias delirantes
 Comportamento bizarro
 Agitação psicomotora
 Ideias bizarras
 Neologismo – criação de novas palavras

3 GRANDES SÍNDROMES PSICÓTICAS EM QUE OCORRE DESORGANIZAÇÃO MENTAL E


COMPORTAMENTAL

 ESQUIZOFRENIA HEBEFRÊNICA
 PARANÓIA – TRANSTORNO DELIRANTE
 PARAFRENIA

PSICOSES REATIVAS BREVES

Início agudo

A pessoa é vulnerável a psicose, e quando usa uma droga, começa a ficar psicótico.

Acontece sintomas positivos = ideias delirantes, alucinações visuais, auditivas, ansiedade.

ESQUIZOFRENIA

A esquizofrenia é o protótipo da psicose.

Todo esquizofrênico é psicótico.

É o carro-chefe das doenças baseadas na psicose.

Esquizo = cisão

Frenia = mente

Esquizo Frenia = divisão da mente

Descrita em 1911.

QUATRO CARACTERÍSTICAS – As

1. Associações anormais
2. Autismo
3. Afeto anormal
4. Ambivalência afetiva

Sintomas secundários = delírios e alucinações

Sintomas de 1º ordem na esquizofrenia

 Pensamentos audíveis
 Vozes argumentando, tecendo comentários
 Subtração de pensamentos
 Experiências de passividade somática
 Irradiação de pensamentos
 Volição, afetos e impulsos fabricados

Sintomas de 2º ordem na esquizofrenia

 Ideias delirantes súbitas


 Perplexidade
 Alterações de humor
 Sentimento de empobrecimento emocional
 Outros transtornos da percepção

CRITÉRIOS DO DSM-IV

 Perturbação com duração mínima de 6 meses


 Mínimo de 1 mês de sintomas da fase ativa
o Delírios
o Alucinações
o Discurso desorganizado
o Comportamento amplamente desorganizado ou catatônico
o Sintomas negativos – Embotamento...

EPIDEMIOLOGIA – quanto ela afeta a população

Prevalencia alta na população em geral

Homens ocorre entre 15 e 15 anos

Mulheres ocorre entre 25 e 35 anos

Índice de 10% de suicídios

Índice de 60% de processo de invalidez

ETIOLOGIA – o que se pensa

Existe uma vulnerabilidade e não um gene que causa a doença.

No modelo estresse-diátese

Estresse provocado por exemplo: maconha, trauma

Diátese provocado por vulnerabilidade

Esta vulnerabilidade é genética com um substrato biológico e composição química.

ESTRESSE -> VULNERABILIDADE -> DOENÇA

Na hipótese dopaminica:

O neurotransmissor envolvido na hipótese neuroquímica é a dopamina.

A dopamina fica hiperfuncionante causando delírios e alucinações.

O antipsicótico atua nos neurotransmissores dopaminérgicos.

QUADRO CLÍNICO

Personalidade pré-mórbida = se tem esquisitice exagerada e isolamento social.


Pré-mórbida significa antes da doença. É a fase prodrômica.

FASE PRODRÔMICA

 Personalidade pré-mórbida
 História típica, mas não invariável
 Personalidade esquisita
 Quieto, passivo
 Humor delirante (pré-delírio)
 Poucos amigos, inexistência de relacionamentos amorosos
 Ideias abstratas
 Queixas somáticas e vagas.

SINTOMAS PRINCIPAIS

 Perturbações perceptivas
 Processo de pensamento desagregado
o Fala, ações desagragadas
 Memória
o Alucinação mnêmica
 Insight = crítica
o Não há crítica
 Não há controle dos impulsos

EVOLUÇÃO – CURSO

Inicia na fase prodrômica

1. Começa com um processo pré-delirante – 6 meses a 1 ano.


2. Ocorre o delírio – início da doença
3. 1º surto deixa os primeiros resíduos
4. A cada novo surto ocorre uma piora em um nível abaixo
5. A evolução da doença é descendo a escada.
6. Em cada surto, sobram resíduos ou defeitos devido a desorganização que o surto
provoca
7. Ocorre depressão pós-surto

Comparado ao THB, este tem evolução cíclica, e ocorre alguma melhora, recuperação entre as
fases positivas (mania) e negativas (depressão). Na esquizofrenia, não há melhora!

PLATÔ

O platô é a estabilização da doença com um acúmulo de resíduos que provocam graves


problemas funcionais se tiver muitos surtos neste estado.

O platô acontece em média após 5 anos da doença.

PROGNÓSTICO
BOM

 Início tardio
 Início agudo
 Ser casado
 História pré-mórbida
 Sintomas afetivos e positivos

MAU

 Início precoce
 Início insidioso
 Comportamento retraído
 Sem vínculos afetivos – solteiro
 Sintomas negativos

A recuperação é sempre parcial na esquizofrenia

TIPOS CLÍNICOS

ESQUIZOFRENIA PARANÓIDE

Visto no hospital - sistematizado

É associado ao delírio de grandeza e persecutoriedade

Ocorre no fim dos 20 e início dos 30 anos com personalidades desconfiadas e hostis

Recursos intelectuais preservados

ESQUIZOFRENIA HEBEFRÊNICO

Prevalencia de risos imotivados

Início precoce, antes dos 25 anos

Desinibido e desorganizado

Comportamento bizarro e poucos recursos intelectuais

ESQUIZOFRENIA CATATÔNICO

Assumi o estupor catatônico sem rebaixamento do nível de consciência com +/-


problemas motores

Acentuada perturbação psicomotora e estupor

Envolve Catalepsia = rigidez muscular e Flexibilidade Cérea = além da rigidez, ficar na


posição que é colocado, e também Maneirismos

Costuma ter negativismo


É uma esquizofrenia gravíssima e rara.

ESQUIZOFRENIA RESIDUAL

É o que sobra na esquizofrenia.

É o platô que acontece após 5 anos e ficam os resíduos.

Neste estado sobressaem os sintomas negativos.

CID-10 – Esquizofrenia simples -> esquizofrenia empobrecida

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

Patologias orgânicas, simulação, autismo, transtorno de personalidade, transtorno delirante e


esquizoafetivo.

TRATAMENTO

 Hospitalização
o É longa, por anos com idas e vindas
 Medicação com antipsicóticos
o O remédio é com injeção no músculo
o Tem muitos efeitos colaterais
o Diminuição da libido e fome
 Terapia comportamental
 Terapia em grupo
o Psicodrama
 Psicoterapia individual
o Ajuda a criar crítica
 Terapia Ocupacional

SÍNDROMES NEURÓTICAS

3 tipos de síndromes:

 Ansiosas
 Fóbicas
 Obsessivo-Compulsivas

Neuroses

Os sintomas centrais na neurose são as ansiedades e as angústias.

Neurose não é psicose e possui crítica. Ela é crônica e recorrente.

A grande questão da neurose é o sofrimento que ela traz para o paciente onde se traduz pelas
angústias e necessidades.
Sempre que se fala de angústia e ansiedade, tem que falar do medo.

A ansiedade mobiliza algo em nós!

Sintomas da ansiedade são sudorese, súbita vontade de evacuar, aperto no tórax, batimentos
cardíacos acelerados, dor de cabeça, inquietação.

ESQUEMA DA ANSIEDADE

Ataques repetidos de medo -> estresse crônico -> ansiedade crônica

Entre o estresse e a ansiedade, ocorre uma reatividade


neuroendócrina intensa + conflito

A ansiedade é patológica quando sua rotina é alterada por ela. Ex: acordar a noite, prejudicar
no trabalho, não conseguir estudar, etc.

ETIOLOGIAS – o que se pensa

Conflitos e respostas biológicas

TRANSTORNO DO PÂNICO

É caracterizado por períodos espontâneos, episódicos e intensos de ansiedade.

Estes episódios duram em torno de 30 minutos, no máximo 1 hora. É um episódio


auto-limitado.

Costuma ocorrer ao menos 2 vezes por semana.

Sintomas: Taquicardia, tremor, tontura, taquipineia = ao menos 4 sintomas da


ansiedade.

Pode desenvolver a agorafobia neste transtorno.

Transtorno do pânico com agorafobia = é ter medo de ir a lugares públicos

A pessoa não morre e tem tratamento medicamentoso e psicoterápico.

O pânico é uma somatização intensa.

É a doença que tem mais influência afetiva e psicológica.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

O primeiro ataque é completamente espontâneo, mas podem ocorrer após esforço físico,
sexual ou trauma emocional.

Início com 10 minutos de sintomas crescentes.

Tem começo, meio e fim. Não há fator desencadeante na crise do pânico. Este transtorno
nunca evolui para uma psicose.
O curso deste transtorno é bom e o tratamento deve ser farmacológico e psicoterápico.

FOBIAS

É um medo irracional, não tem explicação. Procura-se evitar o objeto fóbico o tempo todo.

Existe um conflito inconsciente devido a um deslocamento de um objeto para outro.

Fobia é diferente de medo, pois medo é um conjunto de sintomas relacionados a objetos


específicos e concretos.

FOBIA SOCIAL

Seria a timidez patólogica.

É o medo da humilhação ou desconforto em locais públicos.

Pode acontecer juntas a fobia (pensamento fóbico) e a ideia delirante.

FOBIA SIMPLES

É uma crença irracional e excessivamente intensa sobre o perigo dos ratos (ex). Na tentativa
de evitar a ansiedade ao objeto, faz-se tudo para se esquivar.

As atividades são prejudicadas.

É uma doença da restrição mental.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

As fobias se caracterizam pelo surgimento de ansiedades severas quando o paciente é exposto


ao objeto fóbico.

Na tentativa de evitar o desenvolvimento da ansiedade, o paciente faz tudo o que estiver ao


seu alcance para esquivar-se.

Atividades diárias podem ser prejudicadas.

CURSO E PROGNÓSTICO

A maioria das pessoas com este transtorno conseguem ter uma vida relativamente normal na
fobia simples. Objeto fóbico é facilmente evitável.

Na fobia social pode ocorrer agravantes. Seu curso é crônico.

TOC
É a mais complexa, crônica dos transtornos. Tem característica essencial o sintoma de
obsessões e compulsões recorrentes, suficientemente graves para causarem acentuado
sofrimento para a pessoa.

Tem tratamento relativamente eficaz.

TOC é diferente de SOC

O TOC faz de perder a infância.

Geralmente interfere na rotina pessoal dos pacientes.

Traz sofrimento psíquico para a pessoa. Não consegue pensar em outra coisa. Consome tempo
e sofrimento ativo.

OBSESSÃO: um pensamento, sentimento, idéia ou sensações intrusivos

COMPULSÃO: um comportamento consciente, estereotipado e recorrente, tal como contar,


verificar ou evitar

Ambos são ego-distônicos.

Embora o ato compulsivo possa ser realizado em uma tentativa de reduzir a ansiedade
associada com a obsessão, nem sempre é eficaz.

Realizar o ato compulsivo pode não afetar a ansiedade, podendo até mesmo aumentá-la.

Ideias Obsessivas

1. Existe crítica e capacidade de insight;


2. Também é fixa
3. Repetitivas
4. Invasiva
5. Ciclíca
6. Ego distônica

EPIDEMIOLOGIA

afeta homens e mulheres igualmente

início: adolescência e início da fase adulta

incidência também na infância – em torno de 20% dos casos

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

Tem crítica, e experimenta a ideia ou sentimento como estranho.

Existe um forte desejo de resistir ao impulso.


As obsessões e compulsões têm certas características em comum:

1. uma idéia ou impulso invade insistentemente a consciência

2. um sentimento de medo ansioso acompanha a manifestação central e frequentemente leva


a pessoa a tomar medidas contra a idéia ou impulso inicial

3. são alheios ao ego, ou seja, é experimentada como estranha à experiência da pessoa de si


mesma como um ser psicológico

4. são reconhecidas como absurdas e irracionais

5. as pessoas que as sofrem têm um forte desejo de resistir a elas

 A evolução é crônica e grave.


 raros os casos transitórios
 É uma doença flutuante
 são constantes os períodos de melhora e piora, geralmente associados a fases
estressantes da vida
 80% dos pacientes percebem que a compulsão é irracional ou absurda

PADRÕES SINTOMÁTICOS

1. CONTAMINAÇÃO SEGUIDA DE BANHOS


a. O objeto temido é frequentemente difícil de evitar (ex: fezes e urina)
b. Compulsão envolve banhos e limpeza
c. Banhos esfolam a pele
2. DÚVIDA SEGUIDA DE COMPULSÃO DE VERIFICAÇÃO
a. É algo planejado
b. Envolve algum perigo ao violência
c. Ex: esquecer de desligar o gás ou fechar a porta
3. OBSESSÕES INVASIVAS
a. Ideia fica associada
b. Sem compulsão associada
c. Ocorrem pensamentos repetitivos de algum ato sexual ou agressivo que o
indivíduo considera condenável.
4. LENTIDÃO OBSESSIVO-COMPULSIVA
a. obsessão e compulsão aparecem unidas
b. juntas na execução muito lenta dos comportamentos cotidianos
c. paciente podem levar horas para se alimentar ou barbear

CURSO E PROGNÓSTICO

 Tem curso crônico e flutuante


 Início agudo
 demora de cerca de 10 anos até procurar tratamento (deixam os sintomas em
segredo)
 hospitalizações raras
 grande incidência de sintomas depressivos e distímicos

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