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CRIMINALIDADE NO BRASIL E A DECORRENTE

PENA DE PRISÃO
Letícia de Sousa Serra 1

RESUMO

Este paper descreve a criminalidade no Brasil dentro do contexto atual, as teorias em


relação à pena de prisão e os preconceitos quanto à aplicação das leis penais. Tem
como objetivo demonstrar que a igualdade jurídica está contida apenas na
formalidade, pois na prática, o cenário é oposto. E ainda, relacionar a pena e o crime.
Conclui-se que a há uma complexidade muito grande em resolver os problemas da
criminalidade crescente e a superlotação de presos.

Palavras-chave: Criminalidade; Pena de prisão; Igualdade jurídica.

INTRODUÇÃO
O trabalho irá tratar da relação existente entre o crime e a pena de prisão,
usando como textos de base Crime, justiça penal e desigualdade jurídica – Sérgio
Adorno e Um olhar sociológico sobre a pena de prisão – Violeta Loureiro e Andréa
Chaves.
Em um primeiro momento, será abordado a criminalidade no cenário
brasileiro, e posteriormente, as diversas teorias sobre a pena de prisão, e relatando
também, a crise que esta vem sofrendo, por não cumprir sua função socializadora ou
ressocializadora.
Além disso, outro ponto principal que colocamos foi a inexistência de uma
igualdade jurídica, e por fim, os variados preconceitos com a população mais carente
no que diz respeito à aplicação das leis penais.

I – CRIMINALIDADE NO CENÁRIO BRASILEIRO

Muitas são as causas que diz respeito ao aumento da criminalidade. Seja


devido à má distribuição de renda, exclusão social ou ainda o desemprego, é fato que
ela vem crescendo de maneira alarmante.
Vários estudos e pesquisas de opinião pública vêm indicando, que o medo
diante do crime constitui um dos quesitos principais na agenda de inseguranças e
incertezas do cidadão, em qualquer grande metrópole, levando em conta que na

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Aluna do Curso de Direito da UNAMA – Universidade da Amazônia. Turma 1DIM3.
sociedade brasileira, esse sentimento parece exacerbado diante da expectativa, cada
vez mais provável, de qualquer um ser vítima de ofensa criminal, menciona ADORNO.
Mesmo no trabalho, nas ruas ou até mesmo em casa, não estamos
totalmente protegidos, sendo que o número de casos de crimes como roubos,
estupros, sequestros e mortes são comuns e preocupantes. E o sentimento de revolta
e impotência da sociedade ressaltam.
Para Émile Durkheim, a conduta criminosa faz parte inevitável da vida de uma
sociedade sadia, posto que em todas elas haverá sempre pessoas portadoras de
comportamentos antissociais que produzem crimes. Assim sendo, “o crime é normal
porque seria inteiramente impossível uma sociedade que se mostrasse isenta dele”. A
criminalidade somente alcançaria o caráter de anormalidade ou patologia social
quando, pela sua elevada incidência ameaçasse a ordem social, impedindo o bem-
estar da sociedade em geral, como é o caso brasileiro. E fazendo uma relação sobre o
crime e a pena, ele destaca dois pontos importantes: o crime colabora com a dinâmica
social, ao contribuir para que o restante da sociedade respeite os princípios sociais e
morais valorizados pela coletividade; o outro ponto seria de que a pena exerceria
funções de corrigir o culpado (secundariamente) e intimidar possíveis imitadores,
conforme LOUREIRO e CHAVES.

II – PENA DE PRISÃO
Diversas teorias, ao longo do tempo, surgem para tentar explicar qual seria a
função e utilidade que a pena de prisão realmente exerce. Dentre elas, HASSEMER e
CONDE (apud LOUREIRO e CHAVES, 1989, p. 135 a 150) ressaltam três vertentes
básicas:
 As teorias clássicas sobre a pena, baseadas na filosofia idealista
alemã, em especial em Kant e Hegel, segundo a qual a pena tem por
finalidade básica o restabelecimento da ordem jurídica lesada. Teorias
estas, de caráter eminentemente repressivas e entendem a prevenção
como resultado do controle social, pela intimidação que a pena
imprime aos culpados.
 Outra teoria – que se contrapõe à primeira – seria de que a pena teria
a função simplesmente de ressocialização do criminoso. Mas, a
fraqueza teórica desta linha de pensamento é evidente, pois a
realidade conflita com ela, na medida em que são raros os casos de
ressocialização ou de perfeita integração de ex-detentos à sociedade.
 As teorias ecléticas – que procuram combinar os objetivos das duas
anteriores, privilegiando ora os pressupostos teóricos da corrente
clássica, ora os da corrente ressocializadora – em especial no que
tange às finalidades preventivas da pena, mas, limitando o caráter
repressivo das mesmas, que é substituído, cada vez mais, pelo caráter
formador e educativo embutido modernamente nas penitenciárias, por
entenderem seus defensores, que a coação, a repressão e a violência
não contribuem no sentido da ressocialização da pessoa.
Levando em consideração que as teorias de ressocialização são as mais
aceitas atualmente, é possível notar, que as penas e prisões são instrumentos
ineficazes quando pretendem a recuperação da pessoa, pois os números da
reincidência são muito elevados.
Assim, problema trata-se da possibilidade de ser concretizado com êxito o
desafio de recuperar socialmente a pessoa através da pena de prisão, já que estudos
revelam uma forte dissociação entre as funções declaradas da pena – controle da
criminalidade, defesa da sociedade, educação e ressocialização do preso – e as
funções que ela cumpre na realidade: formar, aperfeiçoar e multiplicar carreiras
criminosas, facilitar a organização do crime sob a forma de quadrilhas, produzir novas
modalidades de crime, tornar o crime rotineiro, mutilar a autoestima e deseducar ainda
mais o preso, pela perda de valores morais face à prolongada permanência no mundo
confinado do crime e dificultar sua ressocialização, de acordo com LOUREIRO e
CHAVES.

III – IGUALDADE NA TEORIA E DESIGUALDADE NA PRÁTICA


Na declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, está prescrito
que todos os cidadãos devem ser submetidos às mesmas leis, independentemente de
suas diferenças de classe, gênero, etnia, procedência regional, convicção religiosa ou
política, e ainda, que esses cidadãos devem gozar dos mesmos direitos assegurados
constitucionalmente, sendo que as leis, não podem promover benefícios à uns em
detrimento de outros. Entretanto, na prática, a igualdade jurídica, parece estar longe
de ser alcançada de fato.
Menciona ADORNO, que a distribuição da justiça acaba alcançando alguns
cidadãos em detrimento de outros, o acesso da população aos serviços judiciais, é
dificultado por razões de diversas ordens e, muito dificilmente, as decisões judiciárias
deixam de ser discriminatórias.

3.1 Discriminação racial na aplicação das leis penais


Ainda segundo ADORNO, a criação judiciária contém incontáveis
preconceitos sobre a população “suspeita de ser perigosa e violenta”. Teorias como a
dos 3PPPs, a do MIB e a da nordestinidade comprovam isso. A primeira seria de que
réus são preferencialmente recrutados entre pobres, pretos e prostitutas. Pela
segunda teoria, entende-se que a miséria, ignorância e a bebida, levariam as pessoas
a delinquir. E por sua vez, a terceira seria de que os réus e vítimas são infelizes
migrantes nordestinos que não conseguem se adaptar aos padrões civilizatórios da
metrópole.
Então, acredita-se que o enfraquecimento do poder dissuasório da lei penal e
as consequentes deficiências do sistema de justiça criminal ampliam a impunidade,
debilitam o sentimento de respeito às leis e estimulam a criminalidade, conclui
Campos Coelho (apud ADORNO, 1988, p. 151).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
É possível concluir que há uma desigualdade de direitos e uma discriminação
contra os pobres em geral. E partindo desse ponto, percebe-se que o caminho ainda é
longo para se chegar à existência de uma igualdade de fato, não permanecendo
apenas no papel.
A sociedade brasileira realmente necessita encontrar uma solução para o
problema da criminalidade. E para isso, seria preciso reduzir ao máximo as
desigualdades sociais, como por exemplo, investir em áreas carentes, e melhorar a
infraestrutura urbana (praças, ruas, serviços de transporte, distribuição de gás, etc) e
social (escolas, hospitais, creches, etc).

REFERÊNCIAS
ADORNO, Sérgio. Crime, Justiça penal e desigualdade jurídica. In: Souto, Cláudio e
LOUREIRO, Violeta; CHAVES, Andréa. Um olhar sociológico sobre a pena de prisão.

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