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EPAD

História da Cultura e das Artes

Cultura do Senado – Trabalho Teórico

A Sociedade Romana

A História da Minha Vida – Um Plebeu Lanista

Chamo-me Claudius Obtusus, o mais conceitoado Lanista do Império. Habito perto da praia na
Armórica, no Noroeste da Gália. Tenho nesta região a minha residência, que é ao mesmo
tempo, um escritório e uma casa de férias, uma vez que partilho o meu tempo entre Roma e a
minha propriedade na província gaulesa. Casa de férias porque é um lugar maravilhoso, calmo
e relaxante, também se assim não fosse não teria aqui construido o meu palácio. É um
escritório, de um carácter mais sério, quando o meu trabalho assim o exige. Passo a explicar:
Como treinador de gladiadores, tenho que andar contínuamente à procura de bons guerreiros
que eu possa utilizar nos meus combates; e como eu sou o principal fornecedor de César,
tenho uma grande responsabilidade no que à qualidade da minha mercadoria diz respeito. Só
aceito os melhores, e mesmo estes, são submetidos aos mais duros treinos, de modo a que
proporcionem um bom espectáculo.

E foi assim que me iniciei neste ramo, a treinar com armas de madeira com mais três amigos,
representando batalhas épicas nas ruas, que me valeram alguma popularidade, e até a
fortuna, quando fomos abordados por um ancião, um velho lanista muito experiente e astuto,
que nos propôs actuarmos no Culiseum. Ora, perante tal proposta, considerando que pagavam
bem, e sendo todos nos oriundos da plebe, muito pouco abastada, nem hesitámos, quando
para nosso espanto, à entrada da Arena nos dão armas verdadeiras. “É para ser mais realista”
– pensámos nós, e entrámos de cabeça erguida na Arena, dispostos a divertir todo o povo que
se encontrava nas bancadas, para assim cair-mos nas suas boas graças, e reconhecessem assim
o nosso valor. Demos então início à batalha, que se decompunha em dois duelos, os quais os
intrevenientes iam trocando, e atrevo-me a dizer – duvido que o prórpio duelo mortal de
Aquiles e Heitor tenha atingido tal intensidade, que tenham nele empregue a mesma alma,
determinação, ou que a sua força e técnica se pudesse comparar àquela com que ali nos
batemos. Parecia que a batalha durava uma infinidade, e o povo parecia não se cansar,
aplaudia, apupava, gritava, encorajava.. Mas nós estávamos ensaiados para a luta durar o que
fosse preciso, só que o povo começou a exigir sangue.. e nós continuávamos a lutar com todas
as nossas forçar, até a um limite em que o esforço era tão real como a luta era encenação. Foi
então que César se ergueu da tribuna, ordenou que suspendêssemos o combate, e disse: “-
Sois bravos gladiadores, admiro-vos! Estou impressionado com a vossa bravura! Para vos
recompensar, aquele que de vós os quatro sair vencedor, eu concederei a fortuna, e o
comando de uma das minhas legiões!” – Perante tal proposta, o inevitável aconteceu: sempre
tinhamos sonhado um dia ser alguém, conquistar a fortuna, a glória e a honra. O resultado
desse combate foi-me favorável a mim, infelizmente para os meus companheiros, que
acabaram mutilados e atirados às feras. Quando acabei o meu serviço militar ao comando da
gloriosa Xª legião – a Velha Guarda de César, dediquei-me a procurar homens fortes e
corajosos, que possam render um bom espectáculo em Roma – procuro assim construir uma
maior fortuna, para que possa também deixar uma valorosa e gloriosa herança aos meus
descendentes, além do meu estatudo na Ordem Equestre em Roma.

É por isto que quando há uma necessidade de produzir um espectáculo mais imponente,
venho até ao meu palácio, que fica ao lado de uma aldeia de uns certos loucos e irredutíveis
Gauleses, muito simpáticos tenho que admitir, e que são exelentes guerreiros, com os quais é
possível fazer alguns negócios – Geralmente troco a presença de um dos seus num combate
com a garantia de regressar são e salvo a casa, por sestércios, paz, javaliz e até algumas legiões
romanas, instaladas nos campos entrincheirados de Aquarium, Laudanum, Babaorum e
Petibonum, para eles se distrairem de vez em quando – tudo em nome de César, claro!

Às vezes também me pedem para eu os levar a visitas guiadas a vários pontos do Império!
Felizmente estes bárbaros sabem reconhecer a superioridade cultural de Roma. Ficaram
fascinados com as Termas quando eu lhas mostrei, uma vez que vieram a Roma: começaram a
insinuar “Os Romanos são Loucos” quando os fiz entrar no Sudatório, e de seguida no Caldário:
ainda perguntaram se aquilo não era uma tentativa de os cozinhar para os servir aos leões no
circo. Mas foi com todo o alarido que é deles característico que conseguiram esvaziar a piscina
no frigidário quando se atiraram todos lá para dentro, saturados do calor! E também deixaram
a sua marca ao desancarem os massagistas, quando pensaram que estes os estavam a atacar.
Ainda lhes mostrei o fórum, onde ficaram fascinados ao se aperceberem que havia tanta gente
no Mundo! Levei-os a ver as corridas de Quadrigas no Circo Máximo, as Basílicas, o Arco do
Triunfo, o aqueduto.. este é que foi mais complicado: tive de lhes explicar como é que
conseguíamos enfiar um rio lá dentro! Também aproveitei para lhes ir mostrar o mercado de
escravos, que é efectivamente o sítio onde passo maior parte do meu tempo, tnato em roma
como em todas as outras cidades do Império: à procura de homens fortes, experientes e
astutos; aproveitei por isso, para conhecer melhor a noção e o ponto de vista Gaulês em
relação à escolha dos seus guerreiros. Há de facto muito a aprender com eles neste aspecto,
eles não são irredutíveiss por acaso! E de certeza que o dono da Insulae Albergue em que eles
prenoitaram durante o periodo que vieram a Roma, também concorda, ou não ficasse com o
piso inferior todo arrasado, deposi de uma discussão a um pequeno almoço. Feitios! De volta à
Gália, não perderam tempo em contar as últimas e narrar as suas aventuras, descrevendo aos
seus amigos e conterrâneos aquela que é a mais prodigiosa cidade do Universo: Roma!

Quanto a mim, vou continuar a fazer o que gosto, viajando pelo Mundo Antigo à procura
sempre de homens mais fortes, que possam oferecer um bom espectáculo, compondo assim o
Panem et Circenses, como é a vontade de César.

Claudius Obtusus

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