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1 Sumário
2 Arquivo, Museu e Biblioteca ........................................................................................................................................................... 8
2.1 Definições de Arquivo ............................................................................................................................................................ 8
2.2 Definições de bibliotecas........................................................................................................................................................ 9
2.3 Definições de Museu............................................................................................................................................................... 9
2.4 Características comuns:........................................................................................................................................................... 9
2.5 Diferenças ............................................................................................................................................................................... 10
2.6 Paralelo entre Arquivo e Biblioteca .................................................................................................................................... 12
3 Exercícios ......................................................................................................................................................................................... 13
4 Conceitos Básicos ........................................................................................................................................................................... 15
4.1 Arquivo.................................................................................................................................................................................... 15
4.1.1 Lei 8159/91........................................................................................................................................................................ 15
4.1.2 Polissemia da palavra arquivo ......................................................................................................................................... 16
5 Arranjo.............................................................................................................................................................................................. 16
6 Arquivologia .................................................................................................................................................................................... 17
6.1 Arquivologia – Arquivística – Estudo dos Arquivos ....................................................................................................... 17
6.2 Profissional da Informação .................................................................................................................................................. 17
7 Documento ...................................................................................................................................................................................... 18
7.1 Informação ............................................................................................................................................................................. 18
7.2 Suporte .................................................................................................................................................................................... 18
7.3 Características de um Documento de Arquivo ................................................................................................................. 18
7.4 Outros conceitos importantes ............................................................................................................................................. 19
8 Tipos de Arquivo ............................................................................................................................................................................ 19
9 Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística .................................................................................................................. 20
10 Exercícios ......................................................................................................................................................................................... 23
11 Conceitos (parte 2) ......................................................................................................................................................................... 25
12 Exercícios ......................................................................................................................................................................................... 30
13 Princípios Arquivísticos ................................................................................................................................................................. 31
13.1 Proveniência / respeito aos fundos .................................................................................................................................... 31
13.2 Ordem original ....................................................................................................................................................................... 31
13.3 Organicidade .......................................................................................................................................................................... 31
13.4 Cumulatividade / naturalidade ............................................................................................................................................ 32
13.5 Indivisibilidade / integridade ............................................................................................................................................... 32
13.6 Unicidade ................................................................................................................................................................................ 32
13.7 Territorialidade ....................................................................................................................................................................... 32
13.8 Legalidade ............................................................................................................................................................................... 32
13.9 Inalienabilidade ...................................................................................................................................................................... 33
13.10 Imprescritibilidade ............................................................................................................................................................ 33
13.11 Princípio da Reversibilidade ............................................................................................................................................ 33
13.12 Princípio da Pertinência ................................................................................................................................................... 33
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
25 Exercícios ......................................................................................................................................................................................... 54
26 Gabarito............................................................................................................................................................................................ 55
27 Avaliação .......................................................................................................................................................................................... 55
27.1 Vantagens do processo de avaliação ................................................................................................................................... 56
27.2 OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DE DOCUMENTOS ARQUIVÍSTICOS .......................................................... 56
28 Plano de Destinação de Documentos ......................................................................................................................................... 57
29 Eliminação de Documentos Arquivísticos ................................................................................................................................. 57
29.1 Passos para a eliminação de documentos arquivísticos (Resolução nº 40 de 2014 – CONARQ) ........................... 57
30 Exercícios ......................................................................................................................................................................................... 58
31 Gabarito............................................................................................................................................................................................ 59
32 Classificação de Arquivos .............................................................................................................................................................. 60
32.1 Classificação quanto às entidades mantenedoras ............................................................................................................. 60
32.2 Classificação quanto à natureza dos documentos ............................................................................................................ 60
32.3 Classificação quanto aos estágios de sua evolução ........................................................................................................... 61
32.4 Classificação quanto à extensão de sua atuação................................................................................................................ 61
33 Classificação de Documentos ....................................................................................................................................................... 62
33.1 Classificação quanto ao Gênero .......................................................................................................................................... 62
34 Exercícios ......................................................................................................................................................................................... 63
35 Gabarito............................................................................................................................................................................................ 65
36 Exercícios ......................................................................................................................................................................................... 65
37 Gabarito............................................................................................................................................................................................ 67
38 Atividades de protocolo................................................................................................................................................................. 68
38.1 Recebimento ........................................................................................................................................................................... 68
38.2 Classificação............................................................................................................................................................................ 69
38.2.1 Plano de classificação e código de classificação ...................................................................................................... 70
38.2.2 Aspectos Importantes da Classificação Arquivística .............................................................................................. 70
38.2.3 Objetivos da Classificação Arquivística .................................................................................................................... 70
38.2.4 Procedimento para a classificação arquivística: ....................................................................................................... 71
38.3 Registro ................................................................................................................................................................................... 71
38.4 Controle da tramitação ......................................................................................................................................................... 71
38.5 Distribuição ............................................................................................................................................................................ 72
38.6 Expedição ............................................................................................................................................................................... 72
38.7 Autuação de documento avulso para formação de processo ......................................................................................... 72
38.7.1 Elementos da autuação ................................................................................................................................................ 72
38.8 Outras competências............................................................................................................................................................. 72
39 Exercícios ......................................................................................................................................................................................... 72
40 Gabarito............................................................................................................................................................................................ 74
41 Métodos de Arquivamento............................................................................................................................................................ 74
41.1 Método Alfabético ou Onomástico .................................................................................................................................... 75
41.1.1 Vantagens:...................................................................................................................................................................... 76
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
41.1.2 Desvantagem: ................................................................................................................................................................ 76
41.1.3 Regras de Alfabetação.................................................................................................................................................. 76
41.2 Método Geográfico ............................................................................................................................................................... 80
41.2.1 Vantagens....................................................................................................................................................................... 80
41.2.2 Desvantagem ................................................................................................................................................................. 80
41.2.3 Organização por estado ............................................................................................................................................... 80
41.2.4 Organização por cidade ............................................................................................................................................... 81
41.2.5 Correspondência por país ........................................................................................................................................... 81
41.3 Métodos Numéricos.............................................................................................................................................................. 81
41.3.1 Numérico Simples ........................................................................................................................................................ 82
41.3.2 Numérico-cronológico ................................................................................................................................................ 82
41.3.3 Numérico dígito-terminal............................................................................................................................................ 83
41.4 Método ideográfico – (assunto) .......................................................................................................................................... 84
41.4.1 Alfabético - dicionário ................................................................................................................................................. 85
41.4.2 Alfabético - enciclopédico........................................................................................................................................... 86
41.5 Ideográfico - numérico ......................................................................................................................................................... 86
41.5.1 Numérico - duplex ....................................................................................................................................................... 86
41.5.2 Numérico – decimal ..................................................................................................................................................... 87
41.5.3 Unitermo ........................................................................................................................................................................ 88
41.6 Métodos Padronizados ......................................................................................................................................................... 88
41.6.1 Variadex ......................................................................................................................................................................... 88
41.6.2 Automático, Soundex, Rôneo e Mnemônico ........................................................................................................... 89
41.6.3 Método alfanumérico ................................................................................................................................................... 90
42 OPERAÇÕES DE ARQUIVAMENTO .................................................................................................................................. 90
42.1 Atividades de Arquivamento ............................................................................................................................................... 91
42.1.1 Inspeção ......................................................................................................................................................................... 91
42.1.2 Estudo ............................................................................................................................................................................ 91
42.1.3 Classificação .................................................................................................................................................................. 91
42.1.4 Codificação .................................................................................................................................................................... 91
42.1.5 Ordenação ..................................................................................................................................................................... 91
42.2 Arquivamento......................................................................................................................................................................... 91
42.3 Tipos Básicos de Instrumentos de Pesquisa ..................................................................................................................... 91
42.3.1 Instrumentos de Pesquisa Auxiliares ......................................................................................................................... 92
43 Microfilmagem ................................................................................................................................................................................ 92
43.1 Conceitos Importantes ......................................................................................................................................................... 92
44 Microfilmagem ................................................................................................................................................................................ 93
44.1 Condições Básicas do Local de Armazenamento dos Microfilmes ............................................................................... 93
44.2 Vantagens da Microfilmagem .............................................................................................................................................. 93
44.3 Legislação ................................................................................................................................................................................ 94
44.4 Sinaléticas ................................................................................................................................................................................ 95
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
44.4.1 Obrigatórias em todos os rolos: ................................................................................................................................. 96
44.4.2 Obrigatórias em todos os rolos caso o documento seja microfilmados em mais de um rolo: ........................ 96
44.5 Tratamento da documentação a ser microfilmada ........................................................................................................... 97
44.6 LEI Nº 5.433, DE 8 DE MAIO DE 1968........................................................................................................................ 98
44.7 DECRETO No 1.799, DE 30 DE JANEIRO DE 1996. .............................................................................................. 98
45 Digitalização .................................................................................................................................................................................. 101
45.1 POR QUE DIGITALIZAR? ............................................................................................................................................ 101
45.2 Parâmetros para a obtenção de qualidade da imagem digital ....................................................................................... 103
45.3 Formatos dos arquivos dos representantes digitais........................................................................................................ 104
45.3.1 Matriz Digital .............................................................................................................................................................. 104
45.3.2 Formatos de acesso .................................................................................................................................................... 104
45.3.3 Geração de matrizes digitais ..................................................................................................................................... 104
45.4 Metadados técnicos ............................................................................................................................................................. 106
45.5 Controle de qualidade no processamento técnico de captura digital .......................................................................... 106
45.5.1 Formas de obtenção e verificação da qualidade: ................................................................................................... 106
45.6 ETAPAS DO PROCESSO DE DIGITALIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ......................................................... 107
45.7 Acesso.................................................................................................................................................................................... 108
45.8 Extração de conteúdos ....................................................................................................................................................... 108
45.8.1 OCR (Optical Character Recognition) – Reconhecimento Óptico de Caracteres .......................................... 108
45.8.2 ICR (Intelligent Character Recognition) – Reconhecimento Inteligente de Caracteres ................................. 108
45.8.3 OMR (Optical Mark Recognition) – Reconhecimento Óptico de Marcas ....................................................... 108
45.8.4 HCR (Handwritten Character Recognition) – Reconhecimento de Caracteres Manuscritos ........................ 108
45.9 Aspectos gerais para segurança, armazenamento e preservação das imagens digitais .............................................. 109
45.9.1 Armazenamento ......................................................................................................................................................... 109
46 Preservação, Conservação e Restauração (P1) ......................................................................................................................... 109
46.1 Áreas de Armazenamento .................................................................................................................................................. 110
46.1.1 Áreas Externas ............................................................................................................................................................ 110
46.1.2 Áreas Internas ............................................................................................................................................................. 110
46.1.3 Depósitos especiais .................................................................................................................................................... 111
46.2 Fatores de deterioração....................................................................................................................................................... 111
46.3 Fatores ambientais ............................................................................................................................................................... 111
46.3.1 Condições Ambientais ............................................................................................................................................... 111
46.3.2 Temperatura e umidade relativa ............................................................................................................................... 112
46.3.3 Radiação da luz ........................................................................................................................................................... 113
46.3.4 Qualidade do ar........................................................................................................................................................... 113
46.4 Agentes biológicos............................................................................................................................................................... 114
46.4.1 Fungos .......................................................................................................................................................................... 114
46.4.2 Bactérias ....................................................................................................................................................................... 115
46.4.3 Roedores ...................................................................................................................................................................... 115
46.4.4 Baratas .......................................................................................................................................................................... 115
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
46.4.5 Brocas ........................................................................................................................................................................... 115
46.4.6 Cupins .......................................................................................................................................................................... 115
46.4.7 Traça ............................................................................................................................................................................. 116
46.5 Intervenções inadequadas nos acervos ............................................................................................................................ 116
46.6 Problemas no manuseio de livros e documentos ........................................................................................................... 116
46.7 Furto e vandalismo .............................................................................................................................................................. 116
46.8 Critérios de intervenção para a estabilização de documentos ...................................................................................... 116
46.8.1 Características gerais dos materiais empregados em conservação ...................................................................... 117
46.9 Higienização de documentos ............................................................................................................................................. 117
46.9.1 Limpeza de superfície ................................................................................................................................................ 117
46.9.2 Materiais usados para limpeza de superfície........................................................................................................... 117
46.9.3 Higienização de documentos de arquivo ................................................................................................................ 118
46.9.4 Limpeza do espaço físico – salas de acervo ........................................................................................................... 118
46.10 Acondicionamento.......................................................................................................................................................... 118
46.10.1 Os documentos devem ser acondicionados em invólucros apropriados, que assegurem sua preservação. A
escolha deverá ser feita observando-se as características físicas e a natureza de cada suporte. ....................................... 118
47 Armazenamento ............................................................................................................................................................................ 119
47.1 Produção, Acesso, Manuseio e Transporte ..................................................................................................................... 119
47.1.1 CUIDADOS NO MANUSEIO DE DOCUMENTOS ..................................................................................... 120
47.1.2 Uso de papel reciclado para a produção de documentos de arquivo ................................................................. 120
48 Preservação .................................................................................................................................................................................... 121
48.1 Principais atividades de conservação ................................................................................................................................ 121
48.1.1 Desinfestação .............................................................................................................................................................. 121
48.1.2 Congelamento ............................................................................................................................................................. 122
48.1.3 Limpeza ........................................................................................................................................................................ 122
48.1.4 Alisamento ................................................................................................................................................................... 122
49 Restauração .................................................................................................................................................................................... 122
49.1.1 Banho de Gelatina ...................................................................................................................................................... 122
49.1.2 Tecido ........................................................................................................................................................................... 122
49.1.3 Silking ........................................................................................................................................................................... 123
49.1.4 Laminação.................................................................................................................................................................... 123
49.1.5 Laminação manual...................................................................................................................................................... 123
49.1.6 Encapsulação............................................................................................................................................................... 123
49.1.7 fumigação ..................................................................................................................................................................... 123
49.1.8 laminação ..................................................................................................................................................................... 123
50 Gestão de Documentos Eletrônicos ......................................................................................................................................... 124
51 Gestão Eletrônica de Documentos............................................................................................................................................ 125
52 Órgãos e Competências ............................................................................................................................................................... 125
52.1 Decreto nº 4.073, de 3 de Janeiro de 2002. ..................................................................................................................... 125
52.1.1 Capítulo I - do Conselho Nacional de Arquivos ................................................................................................... 125
52.1.2 Capítulo II - Do Sistema Nacional de Arquivos ................................................................................................... 126
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
52.1.3 Capítulo V - Da Declaração de Interesse Público e Social De Arquivos Privados ......................................... 127
52.2 Arquivo Nacional ................................................................................................................................................................ 127
52.3 ˃ Quem integra o SIGA? ................................................................................................................................................... 127
52.4 O QUE É O SIGA?............................................................................................................................................................ 128
52.5 CONARQ............................................................................................................................................................................. 129
52.5.1 Câmaras Setoriais ........................................................................................................................................................ 131
52.6 A História do Sinar .............................................................................................................................................................. 131
52.6.1 O Que é e-ARQ Brasil? ............................................................................................................................................. 132
52.6.2 Histórico ...................................................................................................................................................................... 133
53 Bibliografia ..................................................................................................................................................................................... 134
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
INFORMAÇÃO DOCUMENTO
SUPORTE
A Lei 8.159 de Janeiro de 1991 (Lei de Arquivo) define o arquivo no Art. 2º - “Consideram-
se arquivos, para os fins desta Lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos
públicos, instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de
atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou
a natureza dos documentos” (grifo nosso).
Segundo o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística há 4 situações em que se
define um arquivo “(1) Conjunto de documentos produzidos e acumulados por uma entidade
coletiva, pública ou privada, pessoa ou família, no desempenho de suas atividades,
independentemente da natureza do suporte. (2) Instituição ou serviço que tem por finalidade a
custódia, o processamento técnico, a conservação e o acesso a documentos. (3) Instalações onde
funcionam arquivos. (4) Móvel destinado à guarda de documentos” (grifo nosso). Nesse primeiro
momento vamos nos concentrar na definição 1, guardemos às demais para um momento de
análise específica do arquivo.
A partir das definições dadas podemos definir e enfatizar que um arquivo tem por objetivo
a guarda/acumulo de documentos (nas suas mais diversas formas) que tenha sido
originado/produzido/gerado na própria instituição, ou de fonte externa e recebido pela
instituição, em função do exercício de suas atividades, ou seja, documento que tenha sido criado
para a execução das tarefas diárias da instituição.
Vale lembrar que estamos no estágio inicial do estudo do arquivo, ainda teremos vários
conceitos a serem compreendidos.
2.2 Definições de bibliotecas
A autora Paes (2004) define como biblioteca “o conjunto material, em sua maioria impresso,
disposto ordenadamente para estudo, pesquisa e consulta”.
De acordo com Bellotto (2006) “biblioteca é órgão colecionador (reúne artificialmente o que
vai surgindo e interessando à sua especialidade), em cujo acervo as unidades estão reunidas pelo
conteúdo (assunto); que os objetivos dessa coleção são culturais, técnicos e científicos; e que os
fornecedores são múltiplos (diferentes livrarias, editoras, empresas gráficas, empresas
jornalísticas, laboratórios de microfilmes, etc)”.
9
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
2.5 Diferenças
A Tabela 1, a seguir, apresenta um comparativo das principais diferenças entre arquivos,
bibliotecas e museus, embora existam algumas semelhanças.
De modo geral observa-se que a finalidade das bibliotecas e museus é prioritariamente
cultural, enquanto um arquivo tem finalidade administrativa, embora os documentos em um
arquivo possam assumir valor cultural eles existem no arquivo por razões administrativas em
primeira instância.
Bellotto (2006) indica que as bibliotecas, museus e centros de documentação reúnem
documentos (dos mais variados tipos) de forma artificial, enquanto o arquivo reúne documentos
de forma orgânica.
10
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
CENTROS DE
DOCUMENTAÇÃO OU
ARQUIVO BIBLIOTECA MUSEU INFORMAÇÃO / BANCO DE
DADOS
Manuscritos, impressos, Impressos, manuscritos, Objetos (bidimensionais ou Audiovisuais (reproduções)
Suporte audiovisuais audiovisuais tridimensionais) ou virtual
Único Múltiplos Único Único ou Múltiplos
Exemplar
Coleção: documentos Coleção: documentos Coleção: documentos
Tipo de Fundos: documentos unidos pelo conteúdo
unidos pelo conteúdo unidos pelo conteúdo
conjunto unidos pela proveniência (assunto)
(assunto) (assunto) ou pela função
Atividade humana Atividade humana, a Atividade humana
Produtor A máquina administrativa
individual ou coletiva natureza
Culturais, científicos, Científicos
Fins de Administrativos, jurídico, Culturais, artísticos,
técnicos, artísticos,
produção funcionais, legais funcionais
educativos
Provar, testemunhar Instruir, informar Instruir, entreter Informar
Objetivo
Acúmulo natural no Compra, doação, pesquisa
decorrer do desempenho
Entrada dos Compra, doação, permuta Compra, doação, permuta
das atividades da instituição
Documentos de fontes múltiplas de fontes múltiplas
(criados/produzidos ou
recebidos)
Administração na figura do Pesquisador
Grande público e Grande público e
Público administrador e
pesquisadores pesquisadores
pesquisadores
Registro, arranjo, descrição: Tombamento, classificação,
Processament Tombamento, classificação, Tombamento, catalogação: catalogação: fichários ou
guias, inventários,
o técnico catalogação: fichários inventários, catálogos computador
catálogos, etc.
Tabela 1: comparativo entre arquivo, biblioteca e museu adaptado de Bellotto (2006, p45).
Tanto Bellotto (2006) como Paes (2004) apresentam ainda os chamados Centros de
Documentação ou informação que já foram, e ainda podem ser, cobrados em provas de
concursos, por esta razão também estão incluídas suas características no comparativo da Tabela
1.
Belloto (2006) define Centro de Documentação ou informação como “órgão colecionador
ou referenciador (quando não armazena documentos como as demais entidades obrigatoriamente
o fazem e só referencia dados em forma física ou virtual). Seus objetivos são fundamentalmente
científicos, já que a coleção (quando os documentos são armazenados) é formada de originais ou
de reproduções referentes a determinada especialidade”.
Segundo o Dicionário Brasileiro de terminologia arquivística centro de documentação é
uma “instituição ou serviço responsável pela centralização de documentos e disseminação de
informações”.
Os centros de documentação abrangem atividades que são específicas da biblioteconomia,
como da arquivística e da informática. Um centro tem como finalidade armazenar, classificar,
disseminar e reunir documentos de uma especialidade (para qual são destinados) nem sempre
um documento existe fisicamente no centro de documentos, mas uma referência a ele. A essência
por trás do centro é de organizar pelo assunto [1].
2.6 Paralelo entre Arquivo e Biblioteca
Uma vez que o renomado historiador e arquivista americano Theodore R. Schellenberg
teve participação na arquivologia brasileira, em 19601 ao descrever o relatório “problemas
arquivísticos do governo brasileiro”, sua obra é referência para a elaboração de questões de
provas.
É comum encontrar questões comparando arquivos, museus e bibliotecas, porém o
comparativo entre arquivo e bibliotecas é mais comum, dado o paralelo descrito na obra de
Schellenberg (2006).
A Tabela 2 a seguir descreve um comparativo mais acurado entre essas entidades.
ARQUIVO BIBLIOTECA
Documentos textuais. Documentos impressos.
GÊNERO DOS Audiovisual. Audiovisual.
DOCUMENTOS
Cartográfico. Cartográfico
1
em virtude da mudança da capital do Brasil do Rio de Janeiro para Brasília, durante o governo JK, a convite de José H.
Rodrigues, na época diretor do Arquivo Nacional
3 Exercícios
1. Robert S. Martin afirma que há uma diferença fundamental entre usar, ler e ver documentos,
funções que caracterizariam, segundo ele, a postura típica que se tem perante os acervos de
13
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
(A) Centro de informação tem a finalidade de informar, com objetivo cultural, científico,
funcional ou jurídico, evitando reproduções audiovisuais ou virtuais, baseando-se
em informações registradas exclusivamente em papel.
(B) A biblioteca não se trata de um órgão colecionador. Seus conteúdos não podem,
portanto, ser unidos por seu conteúdo ou assunto.
(C) No arquivo, a documentação referente a um assunto específico ou assuntos ligados
entre si é recomendada que seja preservada como atividades isoladas e não um
conjunto.
(D) Museu é uma instituição de interesse público. Seus documentos são peças e objetos
de valor cultural, tendo os mais variados tipos e dimensões.
(E) Nos arquivos, evita-se que os documentos sejam unidos pela proveniência ou origem.
9. Leia as afirmações abaixo e assinale a alternativa correta.
I. Arquivo e biblioteca trabalham com o mesmo objeto, mas possuem características que os
diferenciam. O arquivo guarda e organiza os documentos com objetivo funcional e a
biblioteca organiza a informação para fins culturais.
II. As informações orgânicas são organizadas e conservadas nos arquivos, enquanto
informações não orgânicas são conservadas nas bibliotecas.
4 Conceitos Básicos
4.1 Arquivo
4.1.1 Lei 8159/91
A Lei 8.159 de Janeiro de 1991 (Lei de Arquivo) define o arquivo no Art. 2º - “Consideram-
se arquivos, para os fins desta Lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos
públicos, instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de
15
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou
a natureza dos documentos” (grifo nosso).
5 Arranjo
“Sequência de operações intelectuais e físicas que visam à organização dos documentos de
um arquivo(1) ou coleção, de acordo com um plano ou quadro previamente estabelecido” [2]
16
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
6 Arquivologia
6.1 Arquivologia – Arquivística – Estudo dos Arquivos
O estudo da Arquivologia ou Arquivística tem por objetivo o conhecimento dos Arquivos e
das Teorias, Métodos e Técnicas na Constituição, Organização, utilização, Desenvolvimento e
Conservação de documentos e incluem ainda, em seus estudos, a Biblioteconomia e Museologia.
O seu estudo terá por base fornecer subsídios para a Gestão da Informação com a função
de auxiliar o gestor nos diferentes níveis hierárquicos a tomar decisões e ter acesso rápido e fácil
à documentação necessária.
Segundo o Conselho Nacional de Arquivos – CONARQ -encontramos as seguintes definições
ara arquivo: um Conjunto de documentos produzidos e acumulados por uma entidade coletiva,
pública ou privada, pessoa ou família, no desempenho de suas atividades, independentemente
da natureza do suporte; uma instituição ou serviço que tem por finalidade a custódia, o
processamento técnico, a conservação e o acesso a documento arquivístico, salientando- se,
ainda que, Arquivo Digital é o Conjunto de bits que formam uma unidade lógica interpretável
por um programa de computador e armazenada em suporte apropriado.
Por Arquivo, portanto, pode-se entender como sendo um Órgão de Documentação; um
Conjunto de Documentos ou o Móvel para guardar documentos.
Segundo o Arquivo Nacional (2006) p. 27: “conjunto de documentos produzidos e
acumulados por uma entidade coletiva pública ou privada, pessoa ou família, no desempenho de
suas atividades, independentemente da natureza do suporte.”
6.2 Profissional da Informação
O Decreto no 82.590/1978 regulamenta a profissão criada pela Lei 6.546/1978, que, pela
evolução em suas atribuições passou a ser denominada de “gestão de documentos” que é
definida pela Lei 8.159/1991 em seu artigo 3º como “conjunto de procedimentos e operações
técnicas referentes à produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento do documento em fase
corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente”. No
livro Arquivística, Temas Contemporâneos, Vanderlei Batista dos Santos (org.), Editora Senac,
3ª edição, p. 188: “(...) o arquivista, ou o profissional da informação de forma geral, seja atuante
no ciclo decisório que envolve os objetivos institucionais. (...) Atuar de forma pró-ativa significa
antecipar demandas e elaborar instrumentos que permitam aos clientes de informação
concatenarem fontes e chegarem às suas próprias decisões com base em insumos de alto valor
agregado.”
Pela Lei nº 6546 de 04/07/78, que regulamenta a profissão de arquivista, em seu artigo 2°,
determina que são atribuições do arquivista: planejamento, organização e direção de serviços
de arquivo; planejamento, orientação e acompanhamento do processo documental e
informativo; planejamento, orientação e direção das atividades de identificação das espécies
documentais e participação no planejamento de documentos e controle de multicópias;
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
alguns países, a expressão designa o arquivo Alguns termos serão estudados a fundo
nacional” [2]. em momento oportuno, deste modo alguns
arquivo intermediário: “1 Conjunto de foram listados e outros deixados para serem
documentos originários de arquivos apresentados quando necessário.
correntes(2), com uso pouco frequente, que
aguarda destinação. 2 Arquivo(2) responsável Acervo: Documentos de uma entidade
pelo arquivo intermediário(1). Também produtora ou de uma entidade custodiadora.
chamado pré-arquivo. 3 Depósito(1) de Acessibilidade: Condição ou
arquivos intermediários(1) ” [2]. possibilidade de acesso(1, 2) a serviços de
arquivo municipal: “Arquivo público(2) referência, informação, documentação e
mantido pela administração municipal, comunicação.
identificado como o principal agente da Acesso: 1 Possibilidade de consulta a
política arquivística nesse âmbito” [2]. documentos e informações. 2 Função
arquivo nacional: “Arquivo público(2) arquivística destinada a tornar acessíveis os
mantido pela administração federal ou central documentos e a promover sua utilização.
de um país, identificado como o principal Acondicionamento: Embalagem ou
agente da política arquivística em seu âmbito” guarda de documentos visando à sua
[2]. preservação e acesso(1).
arquivo permanente: “1 Conjunto de Acumulação: Reunião de documentos
documentos preservados em caráter definitivo produzidos e/ou recebidos no curso das
em função de seu valor. 2 Arquivo(2) atividades de uma entidade coletiva, pessoa ou
responsável pelo arquivo permanente(1)). família.
Também chamado arquivo histórico” [2]. Aditamento: Informação acrescentada a
arquivo pessoal: “Arquivo(1) de pessoa um documento para alterá-lo, explicando ou
física” [2]. corrigindo seu conteúdo.
arquivo privado: “Arquivo(1) de administração de arquivos: Direção,
entidade coletiva de direito privado, família ou supervisão, coordenação, organização e
pessoa. Também chamado arquivo particular” controle das atividades de um arquivo(2).
[2]. Também chamada gestão de arquivos.
arquivo público: “1 Arquivo(1) de Alienação: Transmissão formal da
entidade coletiva pública, independentemente custódia ou propriedade de documentos ou
de seu âmbito de ação e do sistema de governo arquivos(1).
do país. 2 Arquivo(2) integrante da Anexação: Juntada, em caráter
administração pública” [2]. definitivo, de documento ou processo a outro
arquivo setorial: “1 Arquivo(1) de um processo, na qual prevalece, para referência, o
setor ou serviço de uma administração. número do processo mais antigo.
Arquivo(2) responsável pelo arquivo Anexo: 1 Documento ou processo
setorial(1); existindo um arquivo central, juntado, em caráter definitivo, a outro
estará aele tecnicamente subordinado ” [2] documento ou processo, eventualmente de
mesma procedência, por afinidade de
conteúdo. 2 Depósito(1) fora da sede do
9 Dicionário Brasileiro de arquivo(2).
Anopistógrafo: Documento escrito ou
Terminologia Arquivística impresso de um único lado. Ver também
A seguir são apresentados conceitos opistógrafo.
destacados do Dicionário brasileiro de Apensação: Juntada, em caráter
terminologia arquivística (2005), não foram temporário, com o objetivo de elucidar ou
listados todos, embora sua leitura seja subsidiar a matéria tratada, conservando cada
recomendada. Os grifos são do autor. processo a sua identidade e independência.
20
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
22
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
código de referência: Código elaborado Alguns autores gostariam que tal termo
de acordo com a Norma Geral Internacional de fosse erradicado do universo arquivístico, por
Descrição Arquivística –ISAD(G), destinado a confundir com características de bibliotecas e
identificar qualquer unidade de descrição. museus.
Coleção: Conjunto de documentos com
características comuns, reunidos
intencionalmente.
10 Exercícios
10. Diapositivo, datilografia, contrato, pasta e ata de reunião são exemplos, respectivamente, de
12. “É a operação ao mesmo tempo intelectual e material: deve-se organizar os documentos uns
em relação aos outros; as séries, umas em relação às outras; os fundos, uns em relação aos
outros; dar número de identificação aos documentos…” (Bellotto, 2007.)
No trecho anterior a autora está tratando sobre que tipo de operação arquivística?
(A) Arranjo.
(B) Avaliação.
(C) Descrição.
(D) Recolhimento.
13. Na arquivologia, entende-se por arranjo:
(A) a ordenação dos documentos em fundos, a ordenação das séries dentro dos fundos
e, se necessário, dos itens documentais dentro das séries;
(B) a ordenação dos documentos em códigos, a ordenação dos códigos em índices e, se
necessário, dos itens documentais em fundos;
(C) a produção de instrumentos de pesquisa como guia, inventário analítico e inventário
sumário;
(D) a classificação dos documentos em pastas, caixas, gavetas e estantes;
(E) a análise da documentação de arquivos, visando a estabelecer a sua destinação, de
acordo com os valores primários e secundários.
Acerca dos arquivos correntes e intermediários, julgue
23
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
14. A instalação de arquivos setoriais é uma forma de centralização dos arquivos correntes da
organização como um todo.
15. Constituem exemplos de suporte:
(A) Arranjo.
(B) Descrição.
(C) Publicação.
(D) Conservação.
(A) Coleção.
(B) Dossiê.
(C) Avaliação.
(D) Arranjo.
Com relação às políticas públicas de arquivo e à legislação arquivística, julgue os itens que se
seguem
24
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
11 Conceitos (parte 2)
25
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
cópia azul: Cópia obtida da impressão em tecido ou papel sensibilizado por sais de ferro,
produzindo uma imagem em branco num fundo azul, normalmente utilizada para copiar mapas,
desenhos e plantas. Também chamada blueprint ou cópia blueprint.
cópia de segurança: Cópia feita com vistas a preservar as informações no caso de perda
ou destruição do original(1).
correspondência: Comunicação escrita, expedida (ativa) ou recebida (passiva), por
entidades coletivas, pessoas ou famílias.
Custódia: Responsabilidade jurídica de guarda e proteção de arquivos(1),
independentemente de vínculo de propriedade
Desapensação: Separação de documento ou processo juntado por apensação.
descarte: Exclusão de documentos de um arquivo(2) após avaliação.
desclassificação: Ato pelo qual a autoridade competente libera à consulta, no todo ou em
parte, documento anteriormente sujeito a grau de sigilo.
descrição: Conjunto de procedimentos que leva em conta os elementos formais e de
conteúdo dos documentos para elaboração de instrumentos de pesquisa. Ver também nível de
descrição e unidade de descrição.
destinação: Decisão, com base na avaliação, quanto ao encaminhamento de documentos
para guarda permanente, descarte ou eliminação. Ver também plano de destinação e tabela de
temporalidade.
Diapositivo: Imagem fotográfica positiva sobre filme(1), normalmente emoldurada e
apropriada para projeção. Também chamada eslaide ou slide.
Digitalização: Processo de conversão de um documento para o formato digital por meio
de dispositivo apropriado, como um escâner.
Diplomática: Disciplina que tem como objeto o estudo da estrutura formal e da
autenticidade dos documentos.
Documentação: 1 Conjunto de documentos. 2 Ato ou serviço de coleta, processamento
técnico e disseminação de informações e documentos.
Documento: Unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou formato
documento digital: Documento codificado em dígitos binários, acessível por meio de
sistema computacional
documento eletrônico: Gênero documental integrado por documentos em meio
eletrônico ou somente acessíveis por equipamentos eletrônicos, como cartões perfurados,
disquetes e documentos digitais.
documento especial: Documento em linguagem não-textual, em suporte não
convencional, ou, no caso de papel, em formato e dimensões excepcionais, que exige
procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda e preservação, e cujo acesso
depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica.
documento oficial: Documento emanado do poder público ou de entidades de direito
privado capaz de produzir efeitos de ordem jurídica na comprovação de um fato.
documento ostensivo: Documento sem qualquer restrição de acesso.
documento pessoal: 1 Documento cujo teor é de caráter estritamente particular. 2
Documento que serve à identificação de uma pessoa.
documento sigiloso: Documento que pela natureza de seu conteúdo sofre restrição de
acesso.
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
29
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
valor primário: Valor atribuído adocumento em função do interesse que possa ter para a
entidade produtora, levando-se em conta a sua utilidade para fins administrativos, legais e
fiscais.
valor probatório: Valor intrínseco que permite a um documento de arquivo(1) servir de
prova legal. Ver também valor legal.
valor secundário: Valor atribuído a um documento em função do interesse que possa ter
para a entidade produtora e outros usuários, tendo em vista a sua utilidade para fins diferentes
daqueles para os quais foi originalmente produzido.
12 Exercícios
21. A passagem de um conjunto de documentos do arquivo corrente para o arquivo
intermediário e do arquivo intermediário para o arquivo permanente são denominadas,
respectivamente, de:
23. O Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ) recomenda aos órgãos integrantes do Sistema
Nacional de Arquivos (SINAR) a adoção do Dicionário Brasileiro de Terminologia
Arquivística elaborado pelo Arquivo Nacional. Atendendo a essa recomendação, o conceito
“recurso de comunicação utilizado em microfilmagem, contendo informações pertinentes
ao conteúdo da microforma”, corresponde ao termo:
(A) sinalética
(B) selo
(C) cifra
(D) sigla
(E) Marca
30
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
13 Princípios Arquivísticos
Os princípios arquivísticos surgem ao longo do tempo à medida que se mostraram
necessários à gestão de documentos, para que essa seja eficiente. Contudo, não há uma origem
descritiva direta como veremos a seguir, a maioria dos princípios não é definido como tal, mas
são leituras doutrinarias.
Mesmo o principal princípio, tomado como base para o arranjo de documentos em um
arquivo, não consta com seu nome na legislação, mas sua essência é identificada nas entrelinhas
dos textos legais.
13.1 Proveniência / respeito aos fundos
Princípio básico da Arquivologia segundo o qual o arquivo produzido por uma entidade
coletiva, pessoa ou família, não deve ser misturado aos de outras entidades produtoras. Também
chamado de princípio de respeito aos fundos (respect des fonds).
“Princípio básico da arquivologia segundo o qual o arquivo(1) produzido por uma entidade
coletiva, pessoa ou família não deve ser misturado aos de outras entidades produtoras. Também
chamado princípio do respeito aos fundos” [2].
Vale destacar que um fundo2 pode ser aberto ou fechado:
• fundo aberto: é o arquivo que continua a receber novos documentos. “Fundo ao qual
podem ser acrescentados novos documentos em função do fato de a entidade
produtora continuar em atividade” [2].
• fundo fechado: é o arquivo que não possui mais atividade de recebimento, pois a
origem não produz mais documentos, pois suas atividades cessaram. “Fundo que, não
recebe acréscimos de documentos, em função de a entidade produtora não se encontrar
mais em atividade” [2].
Palavra-chave: Fonte Geradora
13.2 Ordem original
Também chamado de princípio da “santidade” ou ordem primitiva, o princípio ressalva que
os documentos devem ser mantidos na ordem original sem mudança de ordem, pois pode afetar
a sua compreensão no contexto.
relações estruturais e funcionais da origem dos arquivos. Fornece o caminho para a
organização interna do fundo.
“Princípio segundo o qual o arquivo(1) deveria conservar o arranjo dado pela entidade
coletiva, pessoa ou família que o produziu” [2].
13.3 Organicidade
A organicidade é a qualidade segundo a qual os arquivos espelham a estrutura, funções e
atividades da entidade produtora/acumuladora em suas relações internas e externas. Relação
natural entre documentos de um arquivo em decorrência das atividades da entidade produtora.
2
“Conjunto de documentos de uma mesma proveniência. Termo que equivale a arquivo(1)” [2].
31
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
13.8 Legalidade
Princípio que atribui aos documentos públicos a “fé pública”, conferindo-lhes valor legal e
probatório, como provas testemunhais, uma vez reveladas as circunstâncias de sua criação tem,
portanto, valor probatório.
32
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
Cuidado com a veracidade, pois pode ser considera como princípio, pautada na legislação
(Lei 7.115 de 1983) que confere à documentos de declaração de prova de vida, residência,
pobreza, dependência econômica, homonímia ou bons antecedentes a veracidade.
Lei 7.115, de 29 de agosto de 1983:
Art. . 1º - A declaração destinada a fazer prova de vida, residência, pobreza, dependência econômica, homonímia
ou bons antecedentes, quando firmada pelo próprio interessado ou por procurador bastante, e sob as penas da Lei,
presume-se verdadeira.
Parágrafo único - O dispositivo neste artigo não se aplica para fins de prova em processo penal.
Art. . 2º - Se comprovadamente falsa a declaração, sujeitar-se-á o declarante às sanções civis, administrativas e
criminais previstas na legislação aplicável.
13.9 Inalienabilidade
Documentos públicos, produzidos ou recebidos por instituições públicas ou privadas de
interesse público, pertence, ao Estado e não podem ser cedidos a outros.
“Princípio pelo qual é impedida a alienação de arquivos públicos a terceiros” [2].
13.10 Imprescritibilidade
Documentos públicos, produzidos ou recebidos por instituições públicas ou privadas de
interesse público, pertence, ao Estado para sempre, ou seja, não há prazo que permita que
possam ser alienados/cedidos.
“Princípio pelo qual é assegurado ao Estado o direito sobre os arquivos públicos(1), sem
limitação de tempo, por serem estes considerados bens públicos inalienáveis”. [2]
33
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
14 Exercícios
25. A passagem de um conjunto de documentos do arquivo corrente para o arquivo
intermediário e do arquivo intermediário para o arquivo permanente são denominadas,
respectivamente, de:
27. O Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ) recomenda aos órgãos integrantes do Sistema
Nacional de Arquivos (SINAR) a adoção do Dicionário Brasileiro de Terminologia
Arquivística elaborado pelo Arquivo Nacional. Atendendo a essa recomendação, o conceito
“recurso de comunicação utilizado em microfilmagem, contendo informações pertinentes
ao conteúdo da microforma”, corresponde ao termo:
(A) sinalética
(B) selo
(C) cifra
(D) sigla
(E) Marca
29. O princípio que norteia o arranjo dos documentos nos arquivos permanentes é o princípio
da proveniência.
Acerca de princípios e conceitos arquivísticos, julgue o item que se segue.
34
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
32. O agrupamento dos documentos pela proveniência evita que eles sejam agrupados
tematicamente.
Acerca de princípios e conceitos arquivísticos, julgue o item que se segue.
33. Para garantir o vínculo arquivístico entre documentos oriundos da mesma atividade, é
necessário adotar o princípio da pertinência na classificação desses documentos.
Acerca de princípios e conceitos arquivísticos, julgue o item que se segue.
34. A existência jurídica resultante de lei, decreto ou resolução, a subordinação firmada por lei,
a chefia com poder de decisão e a organização interna fixa da Secretaria de Estado de
Educação do DF (SEE/DF) caracterizam esse órgão como detentor de um fundo de arquivo.
15.3 Objetivos
• EFICIÊNCIA: Garantir que todos os procedimentos referentes à gestão de
documentos arquivísticos (produção, tramitação, uso, avaliação, arquivamento e
destinação) sejam realizados de forma eficiente e prezando pela economicidade.
• DISPONIBILIDADE DAS INFORMAÇÕES: Garantir que as informações estejam
disponíveis no lugar certo, na hora certa, para as pessoas certas.
35
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
15.4 Fases
1 Produção
2 Utilização
3 Avaliação/Destinação
36
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
• Recuperação de informações.
▪ Destinação
• Análise e avaliação das séries documentais, com vistas a estabelecer prazos de guarda;
• eliminação periódica dos documentos sem valor de guarda permanente;
• transferências e recolhimentos.
37
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
Pode-se ainda destacar que a gestão documental pode ser descentralizada apenas na fase
corrente, logo, na fase intermediária ela é centralizada. Embora a gestão de documentos vigore
apenas nos arquivos corrente e intermediário pode-se dizer que o trato documental na fase
permanente é similar ao da fase intermediária, ou seja, centralizada.
Outro fator levando em contra na gestão documental é o que concebe a criação do arquivo
intermediário como uma estrutura que roga pela economicidade, ao propor a redução do volume
de documentos na fase corrente e possibilitar menores gastos com investimento em locais para
seu armazenamento afastados dos centros urbanos [1]. Ex.: imagine uma instituição que está
localizada no centro da cidade de São Paulo, onde o m² é de alto custo, quanto menos espaço for
desperdiçado melhor. Assim é possível investir em um local afastado com custos menores.
38
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
“Cabe ressaltar que, por refletirem as funções e atividades dos órgãos, o Código de
classificação de documentos de arquivo para a administração pública: atividades-meio e a Tabela
básica de temporalidade e destinação de documentos de arquivo relativos às atividades-meio da
administração pública são dinâmicos. Sendo assim, requerem revisões e alterações periódicas, a
fim de garantir sua atualização frente às constantes transformações da administração pública”
[4].
39
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
17.2 Secundário
“Valor atribuído a um documento em função do interesse que possa ter para a entidade
produtora e outros usuários, tendo em vista a sua utilidade para fins diferentes daqueles para os
quais foi originalmente produzido” [2].
Schellenberg (2006) também aponta que documentos que sejam de interesse de outras
instituições ou pessoas diferentes daquelas que produziram o documento com a intensão de uso
para fins diferentes daqueles para os quais os documentos foram criados.
Por vezes o valor secundário é mencionado em provas como valor permanente “Valor
probatório ou valor informativo que justifica a guarda permanente de um documento em um
arquivo. Também chamado valor arquivístico ou valor histórico” [2].
Shellenberg (2006) propõe dois aspectos que caracterizam um documento como detentor
de valor secundário: probatório e informativo.
a) Probatório – quando comprova a existência, o funcionamento e as ações da instituição
que os produziu. “Valor intrínseco que permite a um documento de arquivo servir de prova legal”
[2];
b) Informativo – quando contém informações “sobre pessoas, entidades, coisas,
problemas, condições, etc. com que o órgão governamental haja tratado” [5]. “Valor que um
documento possui pelas informações nele contidas, independentemente de seu valor
probatório” [2].
40
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
Probatório
Informativo
18 Funções Arquivísticas
De acordo com Santos (2008, P. 178), são sete as funções arquivísticas voltadas para a
gestão de documentos:
1 Criação / Produção
2 Avaliação
3 Aquisição
4 Conservação / Preservação
5 Classificação
6 Descrição
7 Difusão / acesso
18.1 Criação/Produção
Contempla os procedimentos relacionados à manutenção do maior rigor possível na
produção dos documentos de arquivo, abrangendo definição de normas, conteúdo, modelos,
formatos e trâmite. A execução adequada desta função demanda um conhecimento profundo da
instituição, seus objetivos e missão, as tecnologias disponíveis e os tipos de documentos
adequados ao exercício do negócio da instituição
18.2 AVALIAÇÃO
Feita a partir de critérios preestabelecidos, definição dos prazos de guarda e destinação
(eliminação ou preservação permanente) da documentação arquivística de uma dada
41
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
42
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
18.7 DIFUSÃO/ACESSO
Esta função não se restringe ao acesso às informações e documentos armazenados, mas a
difusão das práticas para que isso ocorra adequadamente, por isso, perpassa todas as outras
funções: difusão dos manuais de gestão, plano de classificação e tabelas de temporalidade e
promoção de treinamento para o seu uso; difusão da legislação e das normas internas que
regulamentam o acesso ao acervo e o respeito a direitos autorais, uso de imagens e ao sigilo;
utilização de sistemas informatizados; formas de atendimento; permissão de reprodução ou
impressão; elaboração de guias de acervo, inventários e páginas web; planejamento e realização
de exposições e concursos de pesquisas, etc.
19 Exercícios
35. A produção de documentos, no âmbito das instituições públicas ou privadas, não é
arbitrária, nem discricional. Ao contrário, é determinada
36. Produção, uso, conservação e destinação final são fases da gestão de documentos.
37. Segundo Jardim (1987), a gestão documental perpassa por três etapas distintas:
primeiramente pela _______________ , que envolve o desenvolvimento e/ou padronização dos
documentos da instituição. Posteriormente, pela_______________ e_________________,
caracterizadas pelo controle do fluxo documental e sua preservação. Por fim a
__________________ , responsável pelo desenvolvimento do "sistema" de avaliação documental,
o qual determina quais documentos possuem valores permanentes.
Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas.
38. Um dos objetivos da gestão de documentos é garantir, por meio da preservação do acervo,
que a documentação produzida esteja acessível em longo prazo.
Com relação à gestão de documentos, julgue o próximo item.
43
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
40. Responsável pelo controle do ciclo de vida dos documentos, cujo foco é o domínio das
versões destes, abrange todos os estágios de evolução dos documentos. Esse conceito
refere-se a:
(A) arquivamento.
(B) informação.
(C) gerenciamento arquivístico de documentos.
(D) gerenciamento de operações.
(E) gestão de arquivos.
43. Em relação aos instrumentos de gestão de documentos, a tabela de temporalidade é um
instrumento arquivístico resultante da
44. As funções arquivísticas são, comumente, enumeradas em sete. De acordo com essa visão,
assinale a alternativa que contém somente funções arquivísticas.
(A) Criação – Classificação – Preservação.
(B) Avaliação – Gestão – Difusão.
44
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
20 Código de Classificação
O trecho a seguir apresenta a definição e estruturação do código de Classificação,
Temporalidade e Destinação de Documentos de Arquivo relativos às Atividades-meio da
Administração Pública do CONARQ.
”O código de classificação de documentos de arquivo é um instrumento de trabalho utilizado para
classificar todo e qualquer documento produzido ou recebido por um órgão no exercício de suas funções e
atividades. A classificação por assuntos é utilizada com o objetivo de agrupar os documentos sob um mesmo
tema, como forma de agilizar sua recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas relacionadas com a
avaliação, seleção, eliminação, transferência, recolhimento e acesso a esses documentos, uma vez que o
trabalho arquivístico é realizado com base no conteúdo do documento, o qual reflete a atividade que o gerou
e determina o uso da informação nele contida. A classificação define, portanto, a organização física dos
documentos arquivados, constituindo-se em referencial básico para sua recuperação.
No código de classificação, as funções, atividades, espécies e tipos documentais genericamente
denominados assuntos, encontram-se hierarquicamente distribuídos de acordo com as funções e atividades
desempenhadas pelo órgão. Em outras palavras, os assuntos recebem códigos numéricos, os quais refletem
a hierarquia funcional do órgão, definida através de classes, subclasses, grupos e subgrupos, partindo-se
sempre do geral para o particular.
Para este instrumento adotou-se o modelo de código de classificação decimal. Como o próprio nome
indica, o sistema decimal de classificação por assuntos constitui-se num código numérico dividido em dez
classes e estas, por sua vez, em dez subclasses e assim sucessivamente. As dez classes principais são
representadas por um número inteiro, composto de três algarismos, como se segue:
Classe 000
Classe 100
Classe 200
Classe 300
Classe 400
Classe 500
Classe 600
Classe 700
Classe 800
Classe 900
As classes principais correspondem às grandes funções desempenhadas pelo órgão. Elas são divididas
em subclasses e estas, por sua vez, em grupos e subgrupos, os quais recebem códigos numéricos, seguindo-se
o método decimal. Desta forma, tomando-se como exemplo a classe 000, tem-se:
45
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
Note-se que os códigos numéricos refletem a subordinação dos subgrupos ao grupo, do grupo à
subclasse e desta, à classe. Esta subordinação é representada por margens, as quais espelham a hierarquia
dos assuntos tratados.
O Código de classificação de documentos de arquivo para a administração pública: atividades-meio,
possui duas classes comuns a todos os seus órgãos: a classe 000, referente aos assuntos de ADMINISTRAÇÃO
GERAL e a classe 900, correspondente a ASSUNTOS DIVERSOS.
As demais classes (100 a 800) destinam-se aos assuntos relativos às atividades-fim do órgão. Estas
classes não são comuns, cabendo aos respectivos órgãos sua elaboração, seguindo orientações da instituição
arquivística na sua esfera específica de competência.
Compõe ainda este código o índice, instrumento auxiliar à classificação, no qual os assuntos são
ordenados alfabeticamente e remetidos ao código numérico correspondente.
Entendidos os mecanismos de elaboração do Código de classificação de documentos de arquivo, serão
apresentadas, a seguir, algumas explicações acerca das classes 000 e 900, e suas respectivas subclasses.” [4].
A elaboração deste instrumento tem por objetivo orientar as unidades da instituição para
que os seus documentos sejam classificados no momento de sua produção ou de seu
recebimento. Esses documentos deverão ser classificados no código específico referente ao seu
descritor.
Para auxiliar a classificação desses documentos, pode ser utilizado o índice, que,
alfabeticamente ordenado, facilita a localização dos descritores no Código de Classificação e na
Tabela de Temporalidade.
46
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
47
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
21.3 Exemplo de Tabela de Temporalidade de Documentos
A Tabela 3 ilustra uma parte da tabela de temporalidade e destinação de documentos da PRF.
PRAZOS DE GUARDA
DESTINAÇÃO
CÓDIGO ASSUNTO FASE FASE INTER- OBSERVAÇÕES
FINAL
CORRENTE MEDIÁRIA
120 AÇÕES DE CONTRAINTELIGÊNCIA
121 SEGURANÇA ORGÂNICA
Enquanto Vigora 5 anos Eliminação
121.1 CONTROLE DE ACESSO A ÁREA RESTRITA
Enquanto o 10 anos Eliminação Deverá ser levado em consideração o prazo de
PREVENÇÃO DE VAZAMENTO DE servidor guarda dos documentos de classificação sigilosa,
INFORMAÇÃO mantiver vínculo em conformidade com a Lei nº 12.527, de 18 de
com a instituição novembro de 2011.
121.3 INVESTIGAÇÃO SOCIAL
121.31 5 anos 95 anos Eliminação
CANDIDATO A SERVIDOR. SERVIDOR
49
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
22 Exercícios
Com relação à arquivologia, julgue o item que se segue.
(A) V, V, F, F, F
(B) F, V, F, V, F
(C) F, F, V, F, V
(D) V, F, F, V, V
23 Gabarito
1) Certo.
2) Certo.
3) Certo.
4) B.
5) A.
6) E.
24 Ciclo Vital
Também chamado de Teoria das 3 idades.
Segundo o dicionário brasileiro de terminologia arquivística o ciclo vital dos documentos
consiste em “sucessivas fases por que passam os documentos de um arquivo, da sua produção à
guarda permanente ou eliminação”.
51
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
Compõe o arquivo corrente “Conjunto de documentos, em tramitação ou não, que, pelo seu
valor primário, é objeto de consultas frequentes pela entidade que o produziu, a quem compete
a sua administração” [2].
São arquivos que devem permanecer próximos aos produtores e serem de fácil acesso, pois
existem em função do cumprimento de sua finalidade administrativa.
Via de regra um documento de arquivo ao ser criado possui valor primário e, portanto,
pertence a fase corrente.
24.1.1 Características:
• Primeira fase do ciclo de vida dos documentos;
• Documentos consultados frequentemente;
• Devem permanecer próximos aos produtores por razões administrativas e técnicas;
• Devem ser de fácil acesso;
• São absolutamente essenciais ao funcionamento de quem os acumula;
• Consulta restrita ao órgão produtor.
• Uso de Armazenamento Vertical.
Corresponde a 2ª Idade. São os conjuntos documentais que, não sendo mais de uso
corrente nos órgãos produtores, por razões de ordem administrativa, legal ou financeira,
aguardam a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente.
Existe para fins de economicidade, de modo a diminuir o volume de documentos presentes
no arquivo corrente, uma vez que já não possuem mais uso tão frequente.
Os arquivos intermediários são transitórios e, também, são conhecidos como “limbo” ou
“purgatório”.
24.2.1 Características:
• Segunda fase do ciclo de vida dos documentos;
• Documentos com baixa frequência de consulta;
• Conservados por ordem administrativa, legal ou financeira;
• Aguardam a eliminação ou guarda permanente;
• Podem ser alocados em local afastado, de manutenção barata;
52
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
Segundo o texto da Lei 8.159/91 Art. 10º “Os documentos de valor permanente são
inalienáveis e imprescritíveis”.
Deste modo jamais podem ser eliminados.
Essa representa 3ª Idade e a última fase do ciclo de vida dos documentos de arquivo.
É composta pelos conjuntos de documentos de valor histórico, probatório e informativo
que devem ser definitivamente preservados pela instituição.
Nesta fase do ciclo vital ele passa a interessar mais aos pesquisadores (fins científicos,
sociais e culturais) do que aos produtores. Os arquivos dessa natureza situam-se em lugares
acessíveis e dotados de salas de pesquisas para atender ao público.
24.3.1 Características:
• Terceira fase do ciclo de vida dos documentos;
• Conjuntos documentais de valor histórico, probatório e informativo;
• O documento permanente perdeu todo o valor de natureza administrativa;
• O documento permanente deve ser guardado definitivamente;
• Possui fins científicos, sociais e culturais;
• Os arquivos permanentes devem ficar localizados em lugares de fácil acesso;
• Consulta liberada ao público;
• Mais comum a adoção do Arquivamento Horizontal.
24.4 Transferência, recolhimento e eliminação dos documentos.
Atenção pois estes conceitos são amplamente cobrados em provas de concursos e prezam
pela exatidão do emprego dos termos.
TRANSFERÊNCIA: representa a passagem de documentos do arquivo corrente para o
arquivo intermediário.
O processo de transferência é realizado por meio da produção do termo de transferência,
que é o instrumento legal que define e formaliza a transferência de documentos.
RECOLHIMENTO: representa a operação pela qual um conjunto de documentos passa para
o arquivo permanente.
O recolhimento pode ocorrer tanto a partir do arquivo corrente como oriundo do arquivo
intermediário.
O processo é realizado por meio da produção do termo de recolhimento, que é o
instrumento legal que define e formaliza o recolhimento de documentos ao arquivo permanente.
ELIMINAÇÃO: é a destruição de documentos destituídos de valor primário e secundário,
cujos prazos de guarda já foram cumpridos
Ela também é conhecida como expurgo de documentos.
Muito cuidado, por mais que a destinação final seja a eliminação, os documentos não
podem ser simplesmente jogados fora é necessário formalizar por meio da publicação do edital
53
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
de ciência de eliminação, que é um ato publicado em periódicos oficiais que tem por objetivo
anunciar e tornar pública a eliminação.
25 Exercícios
7. Arquivo corrente é aquele chamado de 1ª idade e é constituído por documentos em curso
ou consultados frequentemente, localizados nos próprios setores que os receberam ou
produziram ou dependências próximas e de fácil acesso. Assinale a alternativa que indique
uma característica não relacionada a esse tipo de arquivo.
8. Quando se envia documentos dos arquivos correntes para o arquivo intermediário, realiza-
se atividade de transferência.
Acerca da gestão arquivística de documentos, julgue o item que se segue.
10. A organização dos acervos arquivísticos é fundamentada na teoria das três idades.
54
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
(A) aqueles em curso ou que, mesmo sem movimentação, são objeto de seguidas
consultas.
(B) os que, por interesse administrativo, serão eliminados ou recolhidos
definitivamente.
(C) os que têm valor histórico, com reconhecimento internacional.
(D) os eliminados e refeitos continuamente.
(E) substituídos a qualquer momento.
12. Gestores e administradores devem manter documentos de alto valor primário nas
proximidades do seu local de uso, registrando-os no momento de sua criação, ou de seu
recebimento. Caso tenham de transferi-los para arquivos intermediários, deverão fazê-lo
mediante registro em um(a):
13. Após análise e avaliação dos documentos acumulados em arquivo, devem-se estabelecer os
prazos de guarda e determinar os que precisam ser eliminados. Além disso, selecionar os
que serão recolhidos ao arquivo permanente por apresentarem valor:
(A) venal.
(B) histórico.
(C) intermediário.
(D) primário.
(E) secundário.
26 Gabarito
1) D.
2) Certo.
3) Certo.
4) Errado.
5) A.
6) D.
7) E.
27 Avaliação
55
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
pesquisa e em que momento poderão ser eliminados ou destinados aos arquivos intermediário
e permanente, segundo o valor e o potencial de uso que apresentam para a administração que
os gerou e para a sociedade” [4].
A avaliação é a etapa em que são atribuídos aos documentos os prazos de guarda e dada
sua destinação final, de acordo com o que prescreve a tabela de temporalidade, principal
instrumento da avaliação.
56
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
57
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
30 Exercícios
1. A avaliação documental permite a definição dos prazos de guarda corrente e intermediária,
bem como a destinação final dos documentos, tendo por base seus valores
3. A organização dos documentos nos arquivos correntes é feita com base no plano de
destinação.
Acerca da gestão arquivística de documentos, julgue o item que se segue.
58
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
5. A eliminação de documentos públicos é uma decisão autônoma dos órgãos e das entidades
do serviço público.
6. Tanto a tabela de temporalidade, quanto a lista de eliminação fazem parte dos instrumentos
de:
(A) avaliação.
(B) descarte.
(C) referência.
(D) destinação.
(E) seleção.
31 Gabarito
1) C.
2) Errado.
3) Errado.
4) Errado.
5) Errado.
6) D.
59
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
7) A.
8) D.
9) D.
32 Classificação de Arquivos
A compreensão dos arquivos, como conjunto e objeto de estudo e de trabalho, abrange
classificá-los segundo:
1) As entidades mantenedoras;
2) Os estágios de evolução;
3) A extensão de atuação; e
4) A natureza dos documentos.
32.1 Classificação quanto às entidades mantenedoras
Esta classificação parte do entendimento acerca da origem dos documentos de arquivo, em
face das características das organizações. De acordo com Paes (2007, p.21), quanto à entidade
mantenedora, os arquivos podem ser classificados da seguinte forma:
❖ Público
➢ Federal
▪ Central
▪ Setorial
➢ Estadual
➢ DF
➢ Municipal
❖ Institucionais
➢ Instituições Educacionais
➢ Igrejas
➢ Corporações não lucrativas
➢ Sociedades e associações
❖ Comerciais
➢ Firmas
➢ Companhias
❖ Família ou pessoa
60
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
61
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
Arquivo setorial: são aqueles estabelecidos junto aos órgãos operacionais, cumprindo
função de arquivo corrente. A instituição que opta por organizar sua estrutura de gestão
documental por meio da criação de arquivos setoriais, passa a ter arquivos instalados nas
unidades de trabalho do órgão, de forma descentralizada. Eles ficam responsáveis por apoiar as
atividades do dia-a-dia. Por exemplo:
• Presidência
• Pessoal
• Material
• Patrimônio
• Tecnologia
Arquivo central ou geral: destina-se a receber os documentos correntes provenientes de
diversos órgãos que integram a estrutura da instituição, centralizando as atividades de arquivo
corrente.
Patrimônio Pessoal
Material Tecnologia
Arquivo
Central
33 Classificação de Documentos
Conforme suas características e elementos essenciais, os documentos podem ser
classificados de acordo com o gênero, a natureza do assunto, a forma, o formato, a espécie e
a tipologia.
62
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
34 Exercícios
1. O instituto da delegação de competências foi sempre empregado pela administração estatal
no Brasil, seja pelo número insuficiente e pouco especializado de agentes públicos, em
tempos passados, seja pela vontade política de descentralização, mais recentemente. Os
documentos acumulados por uma empresa de direito privado, encarregada da prestação de
serviços de iluminação de uma cidade ou de uma região, constituem, do ponto de vista legal,
2. São considerados como arquivos públicos os arquivos mantidos pelos órgãos públicos das
esferas municipal, estadual e federal e pelas instituições privadas que tenham como objetivo
gerir os serviços públicos.
(A) setoriais.
(B) centrais.
(C) gerais.
(D) correntes.
(E) específicos.
4. Assinale a opção que apresenta corretamente as três características básicas dos arquivos.
63
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
(A) Exclusividade de criação e recepção por uma repartição, firma ou instituição; origem
no curso de suas atividades; caráter orgânico que liga o documento aos outros do
mesmo conjunto.
(B) Arquivos de primeira idade (intermediários); classificação pela natureza das
entidades mantenedoras; caráter orgânico que liga o documento aos outros do
mesmo conjunto.
(C) Arquivos gerais ou centrais que recebem documentos provenientes dos diversos
órgãos que integram a estrutura de uma instituição; centralização exclusiva dos
serviços; origem no curso de suas atividades.
(D) Arquivo em depósito, com guarda de arquivos permanentes sem pertencer ao
acervo; arquivo privado, produzido ou recebido por instituições não
governamentais; arquivo corrente, com documentos em curso ou de uso frequente.
(E) Análise de dados coletados; planejamento através de um plano de coordenação dos
serviços de arquivos; definição do arranjo por assunto e cronológico.
A respeito dos fundamentos da arquivologia, julgue o item a seguir.
8. A Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos
e privados, classificando os documentos públicos como correntes, intermediários e
permanentes. Os arquivos correntes são aqueles destinados aos documentos com valor
primário, que podem ser distinguidos pelo(a):
64
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
35 Gabarito
1) A.
2) Certo.
3) A.
4) A.
5) Errado.
6) C.
7) Errado.
8) E.
9) A.
36 Exercícios
1. Assinale a alternativa que não indica arquivos classificados quanto ao gênero.
(A) Textuais
(B) Cartográficos
(C) Ostensivos
(D) Filmográficos
Com relação aos arquivos permanentes, julgue o item.
65
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
(A) três métodos de classificação baseados nos valores que cada documento possui:
administrativo, jurídico ou fiscal.
(B) uma operação técnica que irá determinar a ordenação física, por meio da aplicação
de métodos de arquivamento (alfabético, cronológico ou geográfico), dos conjuntos
documentais.
(C) uma atividade de ordenação intelectual de acervos arquivísticos, baseada em uma
proposta de hierarquização dos documentos e seus conjuntos.
(D) uma técnica aplicada às massas documentais acumuladas que permite separar o que
deve ser arquivado e o que não requer tratamento imediato.
(E) organização física dos documentos em séries e subséries, segundo métodos de
arquivamento padronizados.
Com relação à arquivologia, julgue o item que se segue.
6. O documento é sigiloso quando a ele é atribuído algum grau de sigilo, em razão de o acesso
ao seu conteúdo poder colocar em risco direitos individuais ou coletivos. Um documento
sigiloso classificado como “reservado” NÃO poderá manter este grau de sigilo por mais do
que:
(A) 5 anos.
(B) 30 anos.
(C) 15 anos.
(D) 20 anos.
(E) 10 anos.
7. Há temas relacionados à empresa que não devem ser do conhecimento do público em geral.
Assim, em vez de ter sua difusão liberada, receberá uma classificação sigilosa de menor
intensidade, que é:
(A) secreto.
(B) protegido.
(C) reservado.
(D) guardado.
(E) ostensivo.
66
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
9. A Lei de Acesso à Informação define o tempo pelo qual os documentos classificados como
secretos deverão ficar restritos. Assinale a alternativa que indica, em anos, o tempo de
restrição dos referidos documentos.
(A) 1
(B) 5
(C) 10
(D) 15
(E) 20
Em relação ao acesso e sigilo dos documentos públicos, analise a questão.
10. O tratamento das informações pessoais deve ser feito de forma transparente e com respeito
à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como à liberdade e garantias
individuais. As informações pessoais terão seu acesso restrito, independentemente de
classificação de sigilo, pelo prazo máximo de
(A) 05 anos.
(B) 25 anos.
(C) 50 anos.
(D) 75 anos.
(E) 100 anos.
Com relação às funções arquivísticas de criação, classificação e avaliação de documentos,
julgue o item seguinte.
11. Documentos de um acervo que podem ser amplamente divulgados à sociedade são
considerados ostensivos quanto à natureza do assunto.
37 Gabarito
1) C.
2) Errado.
3) Errado.
4) C.
5) Errado.
6) A.
7) C.
67
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
8) B.
9) D.
10)E.
11)Certo.
38 Atividades de protocolo
Consideram-se atividades de protocolo o recebimento, a classificação, o registro, a
distribuição, o controle da tramitação, a expedição e a autuação de documentos avulsos
para formação de processos, e os respectivos procedimentos decorrentes, sendo estas atividades
aplicáveis a todos os documentos, avulsos ou processos, independentemente do suporte.
De acordo com a definição apresentada pelo Dicionário Brasileiro de Terminologia
Arquivística (2005, p.140), o termo protocolo pode ser devidamente conceituado da seguinte
forma: “Serviço encarregado do recebimento, registro, classificação, distribuição, controle da
tramitação e expedição de documentos”
É uma unidade muito importante no âmbito das organizações, tendo em vista que responde
pelo rigoroso controle de toda a documentação recebida ou expedida.
Deve-se tomar muito cuidado com a polissemia do termo protocolo, pois ele também pode
ser utilizado para designar o número de registro dado ao documento ou, ainda, o nome
atribuído ao livro de registro de documentos recebidos e expedidos.
38.1 Recebimento
Atividade realizada no âmbito da unidade de protocolo. É acompanhada de uma série de
procedimentos importantes que devem ser rigorosamente observados com o intuito de efetuar
a formalização dos documentos para que eles cumpram suas funções institucionais, a saber:
68
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
38.2 Classificação
A classificação representa o ato ou efeito de analisar e identificar o conteúdo dos
documentos arquivísticos e de selecionar a classe sob a qual serão recuperados. É realizada a
partir de um plano de classificação elaborado pelo órgão ou entidade e pode incluir ou não a
atribuição de código aos documentos.
A classificação determina o agrupamento de documentos em unidades menores (processos
e dossiês) e o agrupamento destas em unidades maiores, formando o arquivo do órgão ou
entidade. Para isso, deve tomar por base o conteúdo do documento, que reflete a atividade que
o gerou e determina o uso da informação nele contida. A classificação também define a
organização física dos documentos, constituindo-se em referencial básico para agilizar sua
recuperação e facilitar tanto as tarefas de destinação (eliminação ou recolhimento dos
documentos) como as de acesso.
O Dicionário de Terminologia Arquivística (2005, p.49) apresenta mais de uma definição
para o termo classificação, o que nos força a ter que prestar bastante atenção quanto ao aspecto
polissêmico do termo:
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41 Métodos de Arquivamento
Os métodos de arquivamento de documentos se dividem em dois grandes sistemas:
• Sistema Indireto: são aqueles que necessitam do uso de um instrumento/ferramenta
intermediário para localizar um documento específico, como um índice ou código.
• Sistema Direto: neste se enquadram os métodos que utilizam elementos do próprio
documento para sua ordenação, não necessitado, assim, de instrumentos intermediários
74
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
Alfabético
Geográfico Simples
Numérico Cronológio
Básicos Dígito-terminal
Enciclopédico
Alfabético
Dicionário
Ideográfico ou por
assunto Duplex
Decimal
Numérico
Unitermo ou
Indexação
coordenada
Padronizados
Além dos métodos citados existe o método ALFANUMÉRICO (combina letras e números)
este método pode ser considerado semi-indireto.
75
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
41.1.1 Vantagens:
• Rápido;
• Direto;
• Fácil;
• Barato.
41.1.2 Desvantagem:
Grande possibilidade de erro quando o volume de documentos é muito grande, por conta
do cansaço visual e da variedade de grafia dos nomes.
João Barbosa
Maria Luísa Vasconcelos
Pedro Álvares Cabral
Paulo Santos
Arquivam-se:
Barbosa, João
Cabral, Pedro Álvares
Santos, Paulo
Vasconcelos, Maria Luísa
Arquivam-se
Castelo Branco, Camilo
Monte Verde, Paulo
Villa-Lobos, Heitor
3º. Sobrenomes formados com as palavras Santa, Santo ou São seguem a regra anterior;
Exemplos:
Carlos São Paulo
Luciano Santo Cristo
Waldemar Santa Rita
Arquivam-se
Santa Rita, Waldemar
76
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
Exemplos:
J. Vieira
Jonas Vieira
José Vieira
Arquivam-se
Vieira, J.
Vieira, Jonas
Vieira, José
5º. Os artigos e preposições, tais como: a, o, de, d’, da, do, e, um, uma não são considerados;
Exemplos:
Arnaldo do Couto
Lúcia da Câmara
Pedro de Almeida
Ricardo d’Andrade
Arquivam-se
Almeida, Pedro de
Andrade, Ricardo d’
Câmara, Lúcia da
Couto, Arnaldo do
6º. Os sobrenomes que exprimem grau de parentesco como Filho, Júnior, Neto, Sobrinho
são considerados parte integrante do último sobrenome, mas não são considerados na
ordenação alfabética;
1. Os graus de parentesco só serão considerados na alfabetação quando servirem de
elemento de distinção.
Exemplos:
Antônio Almeida Filho
Antônio Almeida Neto
Henrique Viana Neto
Joaquim Vasconcelos Sobrinho
Paulo Ribeiro Júnior
Arquivam-se
Almeida Filho, Antônio
Almeida Neto, Antônio
Ribeiro Júnior, Paulo
Vasconcelos Sobrinho, Joaquim
Viana Neto, Henrique
77
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
7º. Os títulos não são considerados na alfabetação. São colocados após o nome completo,
entre parênteses.
Exemplos:
Ministro Milton Campos
Professor Evandro Guedes
General André Arruda
Dr. Pedro Pablo
Arquivam-se
Arruda, André (General)
Campos, Milton (Ministro)
Guedes, Evandro (Professor)
Pablo, Pedro (Dr.)
8º. Os nomes estrangeiros são considerados pelo último sobrenome, salvo nos casos de
nomes espanhóis e orientais;
Exemplos:
Georges Aubert
Jorge Schmidt
Paul Müller
Winston Churchill
Arquivam-se
Aubert, Georges
Churchill, Winston
Müller, Paul
Schmidt, Jorge
9º. As partículas dos nomes estrangeiros podem ou não ser consideradas. O mais comum é
considerá-las como parte integrante do nome quando escritas com letra maiúscula;
Exemplos:
Charles Du Pont
Esteban De Penedo
Giulio di Capri
Gordon O’Brien
John Mac Adam
Arquivam-se
Capri, Giulio di
De Penedo, Esteban
Du Pont, Charles
Mac Adam, John
O’Brien, Gordon
78
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
Exemplos:
Angel del Arco y Molinero
Antonio de los Ríos
Francisco de Pina de Mello
José de Oviedo y Baños
Arquivam-se
Arco y Molinero, Angel del
Oviedo y Baños, Jose de
Pina de Mello, Francisco de
Ríos, Antonio de los
Exemplos:
Al Ben-Hur
Li Yutang
Arquivam-se
Al Ben-Hur
Li Yutang
12º. Os nomes de firmas, empresas, instituições e órgãos governamentais devem ser
transcritos como se apresentam, não se considerando, porém, para fins de ordenação,
os artigos e preposições que os constituem. Admite-se, para facilitar a ordenação, que
os artigos iniciais sejam colocados entre parênteses após o nome;
Exemplos:
Álvaro Ramos & Cia.
A Colegial
Barbosa Santos Ltda.
Companhia Progresso de Guanabara
Embratel
The Library of Congress
Arquivam-se
Álvaro Ramos & Cia.
Barbosa Santos Ltda.
Colegial (A)
Companhia Progresso de Guanabara
Embratel
Library of Congress (The)
79
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
Exemplos:
II Conferência de Pintura Moderna
Quinto Congresso de Geografia
3º Congresso de Geologia
Arquivam-se
Conferência de Pintura Moderna (II)
Congresso de Geografia (Quinto)
Congresso de Geologia (3º)
O método geográfico pode ser ordenado por estado, por cidade ou por país:
41.2.3 Organização por estado
Na organização do arquivo por estado, a capital do estado deve ser ordenada em primeiro
lugar, mesmo que não fique na ordem alfabética em relação às demais cidades, que deverão estar
dispostas alfabeticamente na sequência.
As regras de alfabetação presentes no método alfabético continuam sendo necessárias e
empregadas para ordenar os nomes dos estados e cidades. Por exemplo:
80
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
81
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
Nº da
Correspondente pasta
4
Barbosa, Heloisa
2
Guedes, Evandro
3
Lima, Ana
1
Orso, João
O método numérico simples tem ampla aplicação nos arquivos especiais (discos,
fotografias, filmes, fitas sonoras) e especializados (projetos de engenharia, projetos de
financiamento, prontuários médicos, cadastros funcionais).
41.3.2 Numérico-cronológico
Deve-se observar a numeração e a data atribuídas aos documentos. A atribuição de número
e data aos documentos é um método bastante difundido e utilizado pelas instituições públicas.
Esse método toma o próprio documento para a ordenação ao invés de sua pasta. Após cada
documento receber seu identificador único, ele será ordenado em ordem numérica.
Assim como o numérico simples, o numérico-cronológico caracteriza-se por ser um
método do sistema indireto, tendo em vista a necessidade de confecção de um índice auxiliar
para ajudar na localização e recuperação dos documentos.
82
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
Na autuação dos seus processos, o Poder Executivo Federal adota uma metodologia
padronizada e estabelecida pela Portaria Nº 3, de 16 de maio de 2003 do Ministério do
Planejamento.
De acordo com a referida Portaria (aplicável aos órgãos do Poder Executivo Federal), o
número único atribuído ao processo, quando da sua autuação, será constituído de quinze
dígitos acrescido de mais dois dígitos de verificação (DV), assim o número atribuído ao processo
será composto por dezessete dígitos, separados em grupos (00000.000000/0000-00),
conforme descrito abaixo:
I - o primeiro grupo é constituído de cinco dígitos, referentes ao código numérico atribuído
a cada unidade protocolizadora e este código identifica o órgão de origem do processo,
mantendo-se inalterado;
II - o segundo grupo é constituído de seis dígitos, separados do primeiro por um ponto e
determina o registro sequencial dos processos autuados, devendo este número ser reiniciado
a cada ano;
III - o terceiro grupo, constituído de quatro dígitos, separado do segundo grupo por uma
barra, indica o ano de formação do processo; e
IV - o quarto grupo, constituído de dois dígitos, separado do terceiro grupo por hífen, indica
os dígitos verificadores (DV), utilizados pelos órgãos que façam uso de rotinas automatizadas.
Exemplo: 35041.000387/2000-19
83
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
Percebe-se que no método dígito-terminal, quando o número for composto por menos de
cinco dígitos, será colocado (0) zero à sua esquerda para sua complementação, a exemplo do que
ocorreu com o número 42.639, que passou a ter a seguinte composição: 04.26.39.
Observa-se, também, que a organização dos documentos é em ordem crescente, levando-
se em consideração, primeiramente, o grupo primário. Os demais grupos (secundário e terciário)
serão considerados para fins de ordenação quando mais de um documento tiver números
idênticos ao do grupo primário.
41.4 Método ideográfico – (assunto)
Método de arquivamento de documentos que tem sua aplicação atrelada à interpretação
do assunto do documento em análise. Paes (2007, p. 77) defende que o método em estudo é mais
aconselhável nos casos de grandes massas documentais e variedade de assuntos, pois exige
profundo conhecimento das atividades institucionais.
84
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
Enciclopédico
Alfabético
Dicionário
Ideográfico ou
por assunto Duplex
Decimal
Numérico
Unitermo ou
Indexação
coordenada
85
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
86
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
atividades no momento da construção do plano de classificação, pois novas classes poderão ser
abertas de acordo com a necessidade institucional.
Para facilitar o entendimento, será utilizado o exemplo do esquema de classificação
apresentado no método alfabético enciclopédico. Contudo, ele será incrementado com a
metodologia de numeração duplex.
0 Administração Geral
1 Pesquisas
1-1 Psicologia
1-1-1 Aplicada ao trabalho
1-1-2 Aplicada à educação
1-2 Ciência política
1-3 Administração
1-4 Economia
1-4-1 Desenvolvimento econômico
1-4-2 Custo de vida
1-4-2-1 No Rio de Janeiro
1-4-2-2 Em São Paulo
2 Cursos
2-1 Formação
2-2 Especialização
2-3 Pós-graduação
2-3-1 Mestrado
2-3-2 Doutorado
3 Publicações
3-1 Impressão
3-1-1 De periódicos
3-1-2 De livros
3-2 Postos de vendas
3-3 Exposições
87
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
41.5.3 Unitermo
A utilização deste método consiste na atribuição, a cada documento ou grupo de documentos, de
um número em ordem crescente, de acordo com seu ingresso na unidade de arquivo (assinalado
em local visível e previamente determinado).
Após a realização da numeração, cada documento passará pelo processo de análise e indexação
por termos simples extraídos de seu conteúdo, de forma que as palavras indexadas servirão de
base à pesquisa posterior. Tais elementos deverão ser transcritos em uma ficha-índice sob a
forma de palavras chave.
Na ficha índice deverão constar ainda outras informações complementares sobre a apresentação
do documento e a quantidade. Para cada palavra-chave prepara-se uma ficha (ficha de palavra-
chave), dividida em 10 colunas e numeradas de 0 a 9. O número de registro é transcrito na ficha
ou fichas correspondentes às palavras chaves.
A pesquisa é feita por intermédio das fichas de palavras-chaves, as quais devem ser
consultadas superpostas, uma vez que o método aqui descrito funciona à base da comparação.
O método unitermo é utilizado com êxito em arquivos especiais e especializados, não sendo
recomendada sua aplicação em acervos convencionais.
41.6 Métodos Padronizados
41.6.1 Variadex
É o método de ordenação que tem por eixo as letras do alfabeto representadas por cores
diferentes. Para facilitar o arquivamento e a localização dos documentos, decidiu-se atrelar
cores ao método alfabético já estudado anteriormente.
Haverá uma chave dividida em cinco cores: Letras
Letras Cores
88
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
A, B, C, D e abreviações Ouro
E, F, G, H e abreviações Rosa
I, J, K, L, M, N e abreviações Verde
O, P, Q e abreviações Azul
R, S, T, U, V, W, X, Y, Z e abreviações Palha
De acordo com o método, as cores da chave devem ser atribuídas às projeções das pastas
em função da segunda letra do nome de entrada e não da letra inicial, a qual indicará a seção
alfabética correspondente para sua ordenação.
Exemplo:
89
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
Nomes Pastas
Acrísio, Paulo 1
Almeida. João 2
Amaral, Roberto 3
42 OPERAÇÕES DE ARQUIVAMENTO
Algumas atividades devem ser executadas no arquivamento dos documentos, visando
preservar a memória da instituição no tempo e no espaço e fornecer ao usuário, de forma
eficiente, as informações necessárias
90
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
42.2 Arquivamento
É a operação física de colocar os documentos em pastas ou caixas orientadas pelo esquema
de classificação e pela ordenação definida
91
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
˃ Inventário –
a) Sumário: as unidades de arquivamento de um fundo ou de uma de suas divisões são
identificadas e descritas sucintamente e
b) Analítico: as unidades de arquivamento de um fundo ou de uma de suas divisões são
identificadas detalhadamente.
˃ Catálogo - Instrumento de pesquisa elaborado segundo um critério temático,
cronológico, onomástico ou geográfico, incluindo todos os documentos, pertencentes a um ou
mais fundos, são descritos de forma sumária ou pormenorizada.
˃ Repertório - Descreve pormenorizadamente documentos previamente selecionados,
pertencentes a um ou mais fundos, segundo um critério temático, cronológico, onomástico ou
geográfico. Pressupõe um juízo de valor que estabelece ou não a inclusão de determinados
documentos.
42.3.1 Instrumentos de Pesquisa Auxiliares
˃ Índice - É uma lista sistemática, pormenorizada, dos elementos do conteúdo de um
documento ou grupo de documentos, disposta em determinada ordem para indicar sua
localização no texto.
˃ Tabela de Equivalência ou Concordância - É um instrumento de pesquisa auxiliar que
dá a equivalência de antigas notações para as novas que tenham sido adotadas, em decorrência
de alterações no sistema de arranjo.
43 Microfilmagem
43.1 Conceitos Importantes
O Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística (2005) apresenta os seguintes
conceitos importantes ao contexto da microfilmagem:
Microfilmagem: Produção de imagens fotográficas de um documento em formato
altamente reduzido. [2]
Microfilme: Filme(1) resultante do processo de reprodução de documentos, dados e
imagens, por meios fotográficos ou eletrônicos, em diferentes graus de redução, cuja leitura só é
possível por meio d e leitor de microformas. [2]
microfilme de complemento: Microfilme cujo conteúdo serve para complementar ou
suplementar acervo. [2]
microfilme de preservação: Microfilme que serve à preservação de documentos,
protegendo-os do uso e manuseio constantes.
microfilme de segurança: Microfilme que serve de cópia de segurança, devendo ser
armazenado em local distinto daquele dos originais(1), de preferência em câmara de segurança
microfilme de substituição: Microfilme que serve à preservação das informações
contidas em documentos que são eliminados, tendo em vista a racionalização e o aproveitamento
de espaço.
Microforma: Termo genérico para designar todos os tipos de suporte contendo
microimagens.
Micrografia: Conjunto de técnicas e procedimentos usados para o registro de informações
em microformas.
Sinal ética: Recurso de comunicação utilizado em microfilmagem, contendo informações
pertinentes ao conteúdo da microforma.
92
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
44 Microfilmagem
A microfilmagem é uma técnica fotográfica que surgiu em meados de 1870 durante a
guerra prussiana. Esta técnica permite a substituição do original por representar uma cópia fiel
à fonte primária.
O microfilme é um material translúcido, flexível e estável, contendo microimagens para
projeção ótica. É considerada uma tecnologia estabelecida, possui padrões e técnicas definidas e
tem validade legal como prova, ou seja, é juridicamente amparado, tendo o mesmo valor legal do
documento original (Lei n° 5.433, de 8 de maio de 1968 e Decreto n° 1.799, de 30 de janeiro de
1996).
Os documentos são microfilmados em rolo de filme de sais de prata, podendo ser
reduzidos, até cinquenta vezes o tamanho do original. É composto por uma sucessão de
imagens/fotogramas, ou seja, microimagens, reproduções exatas e fiéis de um documento
original, bastando a sua ampliação para se conseguir a leitura.
Tendo em vista que a microfilmagem é um processo técnico comprovado
laboratorialmente, alguns autores estimam uma garantia de vida de cerca de 500 anos, se a
produção, manuseamento e armazenamento forem feitos em condições adequadas.
É uma tecnologia que está estabilizada e normalizada, além disso, os documentos
microfilmados possuem valor de documento original. Desta forma, a microfilmagem adquiriu
um estatuto de grande credibilidade, sendo um processo fiável e reconhecido mundialmente.
93
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
• Possui valor legal. Lei 5.433 de 08/05/1968 e pelo Decreto 1.799 de 30/01/1996,
que conferem ao microfilme o mesmo valor legal do documento original.
• Confiável quanto a sua autenticidade, pois não permite alterações.
• Os documentos microfilmados podem ser digitalizados.
• Dificulta ação dos falsificadores.
• Favorece o sigilo das informações.
• Acesso rápido e fácil, quando bem catalogado e indexado, em comparação com o
suporte em papel.
• Devido ao volume reduzido, permite seu armazenamento em caixas-fortes
(arquivos de segurança).
• Integridade do arquivo.
• Facilidade de reversão ao papel.
44.3 Legislação
A microfilmagem é um procedimento respaldado pela Lei n° 5.433, de 8 de maio de 1968 e
pelo Decreto n° 1.799, de janeiro de 1996, que, resumidamente, trazem os seguintes e
importantes apontamentos sobre o procedimento: A microfilmagem, em todo território
nacional, autorizada pela Lei n° 5.433, de 8 de maio de 1968, abrange a dos documentos oficiais
ou públicos, bem como a dos documentos particulares ou privados, de pessoas físicas ou
jurídicas.
As cópias, traslados e certidões extraídas de microfilmes, bem assim a autenticação desses
documentos, possuem efeitos legais.
Os microfilmes resultam do processo de reprodução em filme, de documentos, dados e
imagens, por meios fotográficos ou eletrônicos, em diferentes graus de redução.
A microfilmagem será feita em equipamentos que garantam a fiel reprodução das
informações, sendo permitida a utilização de qualquer microforma.
Tanto o filme original como o filme cópia terá, na sua parte superior, área reservada à
titulação, à identificação e à numeração sequencial legíveis com a vista desarmada, bem como
fotogramas destinados à indexação.
A microfilmagem, de qualquer espécie, será feita sempre em filme original, com o
mínimo de 180 linhas por milímetro de definição, garantida a segurança e qualidade de
imagem e de reprodução.
Será obrigatória, para efeito de segurança, a extração de filme cópia, do filme original.
Fica vedada a utilização de filmes atualizáveis de qualquer tipo, tanto para a confecção
do original como para a extração de cópias.
O armazenamento do filme original deverá ser feito em local diferente do seu filme
cópia.
Na microfilmagem poderá ser utilizado qualquer grau de redução, garantida a
legibilidade e a qualidade de reprodução.
Quando se tratar de original cujo tamanho ultrapasse a dimensão máxima do campo
fotográfico do equipamento em uso, a microfilmagem poderá ser feita por etapas, sendo
obrigatória a repetição de uma parte da imagem anterior na imagem subsequente, de
modo que se possa identificar, por superposição, a continuidade entre as seções adjacentes
microfilmadas.
Cada série microfilmada deverá possuir imagem de abertura, imagem de
encerramento.
Os documentos da mesma série ou sequência, eventualmente omitidos quando da
microfilmagem, ou aqueles cujas imagens não apresentarem legibilidade, por falha de
94
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
44.4 Sinaléticas
Tendo em vista a necessidade de que a microfilmagem dos documentos arquivísticos seja
realizada dentro dos padrões e normas internacionais, resolveu-se adotar o uso de sinaléticas
que transmitam informação o mais acessível possível aos futuros leitores e que, ao mesmo
tempo, contribua na execução do trabalho por parte do técnico de microfilmagem.
95
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
O uso de sinaléticas na execução de um microfilme tem que estar de acordo com todos os
padrões de qualidade e integridade de imagem e o técnico de microfilmagem deve compreender
bem onde as inserir.
Fim do rolo
Sinalética que deve constar em todos os rolos para que não restem dúvidas quanto
ao fim do filme.
44.4.2 Obrigatórias em todos os rolos caso o documento seja microfilmados em mais de um rolo:
Continua em outro rolo
Sinalética usada para informar que documentos do mesmo conjunto
documental encontram-se microfilmados noutro rolo.
Outras sinaléticas:
Essas devem ser apresentadas sobre a imagem do documento (em um dos cantos) a fim de
indicar sua condição de acordo com cada sinal ética.
Original ilegível
Sinalética usada para indicar as omissões e problemas de legibilidade
Texto deteriorado
Sinalética usada para indicar texto deteriorado problema na
encadernação
Numeração incorreta
Sinalética usada para indicar erro na numeração das páginas ou datas
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
Original colorido
Sinalética usada para indicar que o documento original é colorido
Repetição de imagem
Sinalética usada sempre que houver repetição de imagem
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
45 Digitalização
A digitalização de acervos tem se tornado um dos procedimentos essenciais ao acesso e à
difusão dos documentos arquivísticos, além de contribuir para a sua preservação, uma vez que
restringe o manuseio dos documentos originais. Por isso, o uso da tecnologia digital traz grandes
perspectivas de trabalho para os arquivos e bibliotecas, instituições por excelência
mantenedoras de fontes primárias de informação.
Constitui-se como instrumento capaz de dar acesso simultâneo local ou remoto aos seus
representantes digitais.
101
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
102
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
químicas de cada tipo de documento, pois isso reduzirá os riscos à integridade física do
documento original.
O processo de digitalização deverá ser realizado, preferencialmente, nas instalações das
instituições detentoras do acervo documental, evitando seu transporte e manuseio inadequados,
e a possibilidade de danos causados por questões ambientais, roubo ou extravio. Recomenda-se
a digitalização de conjuntos documentais integrais, como fundos/coleções ou séries. No entanto,
é possível digitalizar itens documentais isolados, devido frequência de uso, estado de
conservação, ou alto valor intrínseco com necessidade de incremento de sua segurança, sem,
entretanto, descontextualizá-los do conjunto a que pertencem.
A definição do equipamento de captura digital a ser utilizado só poderá ser realizada após
o minucioso exame do suporte original, considerando suas características físicas e estado de
conservação, de forma a garantir aos representantes digitais a melhor fidelidade visual em
relação aos documentos originais, sem comprometer o estado de conservação deste.
103
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
104
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
Bitonal (**) TIFF38 sem Resolução mínima de 300 dpi, escala 1:1,
Textos
compressão com margem preta de 0,2 cm ao redor do
impressos,
documento, 4 bits, modo bitonal (**)
sem
ilustração,
preto e
branco. (*)
sem manchas
Tons de cinza TIFF sem Resolução mínima de 300 dpi, escala 1:1,
Textos
(***) compressão com margem preta de 0,2 cm ao redor do
impressos,
documento, 8 bits, modo tons de cinza (***)
com
ilustração e
preto e
branco.(*)
com manchas
Cor TIFF sem Resolução mínima de 300 dpi , escala 1:1,
Textos
compressão com margem preta de 0,2 cm ao redor do
impressos,
documento, 24 bits (8 bits por canal de cor),
com
modo RGB (****)
ilustração e
cor
Tons de cinza TIFF sem Resolução mínima de 300 dpi, escala 1:1,
Manuscritos
compressão com margem preta de 0,2cm ao redor do
sem a
documento, 8 bits, modo tons de cinza (***)
presença de
cor
Cor TIFF sem Resolução mínima de 300 dpi, escala 1:1,
Manuscritos
compressão com margem preta de 0,2 cm ao redor do
com a
documento, 24 bits (8 bits por canal de cor),
presença de
modo RGB (****)
cor
Cor TIFF sem Resolução mínima de 300 dpi, escala 1:1,
Fotografias
compressão com margem preta de 0,2 cm ao redor do
(Preto e
documento, 24 bits (8 bits por canal de cor),
Branco e Cor)
modo RGB, com carta de cinza para ajuste de
(**)
níveis (preferencialmente)
Cor TIFF sem Resolução mínima de 3000 dpi, 24 bits (8
Negativos
compressão bits por canal de cor), modo RGB (****)
fotográficos e
diapositivos
(a)
Cor TIFF sem Resolução mínima de 300 dpi, escala 1:1,
Documentos
compressão com margem preta de 0,2cm ao redor do
cartográficos
documento, 24 bits (8 bits por canal de cor),
modo RGB, com carta de cinza para ajuste de
níveis (preferencialmente) (****)
Preto e branco TIFF Resolução mínima de 600 dpi, 8 bits, com
Plantas
possibilidade de modo tons de cinza (****)
105
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
Tons de cinza TIFF sem Resolução mínima de 300 dpi, 8 bits, modo
Microfilmes e
(***) compressão tons de cinza (***)
microfichas
Cor TIFF sem Resolução mínima de 300 dpi, escala 1:1,
Gravuras,
compressão com margem preta de 0,2cm ao redor do
cartazes e
documento, 24 bits (8 bits por canal de cor),
desenhos
modo RGB, com carta de cinza ou cores para
(Preto e
ajuste de níveis (preferencialmente) (****)
Branco e Cor)
106
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
POR IMPRESSÃO
Exame pelo olho humano, de cópias impressas para avaliar a qualidade da captura
digital comparando com o documento original.
Observar o perfil de Cor pelo Padrão ICC. Especificações para sistemas de cores em
formatos e plataformas abertas.
Cada equipamento deve ser calibrado e gerado o seu ajuste individual denominado
de ICC Profile.
CALIBRAÇÃO DE MONITORES
VALIDAÇÃO E CONFORMIDADE
107
ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
1º. Os documentos passam por um processo de preparação para que se tornem aptos à
digitalização (higienização, retirada de grampos ou qualquer objeto que prejudique
o acesso do documento ao scanner, desmontagem das pastas, desamassar
documentos dobrados ou amassados, recuperação documentos rasgados,
separação dos documentos manchados, etc).
2º. Digitalização dos documentos. Deve ser feita a escolha da resolução, cor e formatos
desejados. Recomenda-se que a escolha dos formatos leve em consideração a necessidade
de preservação de longo prazo que recai sobre determinados tipos de documentos.
3º. Indexação dos documentos. Contribuem para a precisa localização, agrupamento e
gerenciamento das imagens geradas durante a digitalização, permitindo a posterior
conferência da regularidade das etapas do processo adotado.
4º. Controle de qualidade dos representantes virtuais. Análise minuciosa das imagens para
verificar se estão de acordo com as especificações do projeto de digitalização.
5º. Disponibilização dos representantes virtuais para acesso e pesquisa. O projeto de
digitalização deverá permitir que as imagens capturadas possam ser visualizadas em
microcomputadores convencionais, podendo ser ampliadas para melhor leitura de
detalhes, reduzidas para oferecer uma visão total da imagem, rotacionadas, impressas
por impressoras gráficas ou mesmo transmitidas via comunicação de dados.
45.7 Acesso
Os representantes digitais, que serão colocados em acesso à própria organização e aos
usuários finais deverão estar à disposição por meio de algum sistema eletrônico de acesso:
(intranet e internet), para pesquisa, busca e recuperação, acesso, visualização, e download (se
couber). Recomenda-se que os formatos digitais destinados para uso de usuários finais
(download ou cópia por demanda), sejam preferencialmente em formato digital aberto, e
disponibilizados em variados tamanhos.
45.8 Extração de conteúdos
45.8.1 OCR (Optical Character Recognition) – Reconhecimento Óptico de Caracteres
Tecnologia para reconhecimento óptico de caracteres a partir de um arquivo de imagem.
Através do OCR é possível digitalizar uma folha de texto impresso e obter um arquivo de texto
editável, de forma a permitir, por exemplo, alteração e pesquisa no conteúdo do texto.
45.8.2 ICR (Intelligent Character Recognition) – Reconhecimento Inteligente de Caracteres
Forma avançada de OCR que inclui capacidade de aprender fontes durante o processo ou
usar o contexto para fortalecer probabilidades de reconhecimento correto ou reconhecer
caracteres manuscritos.
45.8.3 OMR (Optical Mark Recognition) – Reconhecimento Óptico de Marcas
Detecta presença ou ausência de marcas em áreas definidas. Usado para processar
questionários, testes padronizados, cédulas, gabaritos, etc. Os documentos a serem processados
são semelhantes e preenchidos à mão.
45.8.4 HCR (Handwritten Character Recognition) – Reconhecimento de Caracteres Manuscritos
Tecnologia voltada ao reconhecimento de caracteres manuscritos para conversão em
código ACSII, ou seja, conversão do manuscrito ou letras em caracteres de texto.
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
45.9 Aspectos gerais para segurança, armazenamento e preservação das imagens digitais
45.9.1 Armazenamento
Para o armazenamento de representantes digitais de acervos de grandes dimensões e que
envolvam grande quantidade de dados e portanto maiores dimensões de volume em bytes
recomenda-se preferencialmente a utilização de memórias secundárias e terciárias.
Para matrizes digitais: discos rígidos (HD) e fitas magnéticas do tipo LTO (permitem o
armazenamento off-line de grandes volumes de documentos digitais com custo mais baixo que
os Hds).
Para as derivadas de acesso: Os representantes digitais para acesso pelo usuário final
(internos ou externos), deverão estar disponíveis por meio de unidades de HD ou mesmo em
juke-box de CDs/DVDs, concebidas especificamente para esse fim. Quando se pretender
disponibilizar os representantes digitais em sistemas de acesso externo (sítios da internet),
esses devem estar armazenados em dispositivos próprios, como os citados acima, mas não
interligados (on-line) ao sistema de armazenamento e segurança das Matrizes Digitais.
Cópias de segurança: Devem ser criadas ao menos duas matrizes digitais de segurança, e
uma matriz com processamento de imagem (se for gerada). Essas cópias devem estar
armazenadas fora de linha (off-line), ou seja sem conexão física na rede de dados e recomenda-
se que uma cópia esteja em armazenamento off-site (armazenada em condições adequadas em
instalação diversa e afastada da organização detentora do acervo). Recomenda-se a geração e
manutenção também de cópias de segurança dos representantes digitais (derivadas) para
acesso. Cada tipo de cópia, matriz ou derivada deve ser armazenada em dispositivo específico.
PRESERVAÇÃO
CONSERVAÇÃO
RESTAURAÇÃO
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
No edifício para arquivo, com vários serviços, a área destinada aos depósitos deve ser em
torno de 60% da área construída. Da área restante, 15% deverão ser destinados aos trabalhos
técnicos e administrativos e 25% para o público.
É, também, importante prever o crescimento do acervo e a necessidade futura, dentro de
um prazo médio de cinquenta anos, de ampliação das áreas de depósito.
46.1.3 Depósitos especiais
Para o armazenamento de fotografias, filmes, discos, registros eletrônicos, fitas de áudio e
videomagnéticas são necessárias condições especiais de armazenamento, que irão influir nos
requisitos arquitetônicos relativos à termoestabilidade, luminosidade e estática. Ou seja, os
documentos especiais devem ser armazenados separadamente, de acordo com o seu suporte e
suas especificidades, pois demandam parâmetros climáticos de preservação mais rigorosos.
46.2 Fatores de deterioração
Agentes de deterioração dos acervos são aqueles que levam os documentos a um estado de
instabilidade física ou química, com comprometimento de sua integridade e existência. Eles são
classificados em: fatores ambientais, fatores biológicos, intervenções impróprias, agentes
biológicos, furtos e vandalismo.
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
não param enquanto não devoram todo o 46.6 Problemas no manuseio de livros e
papel, deixando no fim uma massa onde antes documentos
havia páginas impressas.
O manuseio inadequado dos documentos
é um fator de degradação muito frequente em
46.4.7 Traça qualquer tipo de acervo.
Inseto de corpo mole, cor cinzenta e O manuseio abrange todas as ações de
brilho prateado, reconhecido facilmente pelas tocar no documento, sejam elas durante a
antenas largas e pontiagudas. Foge da luz e se higienização pelos funcionários da instituição,
movimenta com rapidez. Come os materiais de na remoção das estantes ou arquivos para uso
origem vegetal, em particular o papel. do pesquisador, nas reproduções, na pesquisa
pelo usuário, etc..
O suporte-papel tem uma resistência
46.5 Intervenções inadequadas nos acervos determinada pelo seu estado de conservação.
Chamamos de intervenções inadequadas Os critérios para higienização, por exemplo,
todos os procedimentos de conservação que devem ser formulados mediante avaliação do
realizamos em um conjunto de documentos estado de degradação do documento. Os
com o objetivo de interromper ou melhorar limites devem ser obedecidos. Há documentos
seu estado de degradação. Muitas vezes, com a que, por mais que necessitem de limpeza, não
boa intenção de protegê-los, fazemos podem ser manipulados durante um
intervenções que resultam em danos ainda procedimento de higienização, porque o
maiores. tratamento seria muito mais nocivo à sua
Nos acervos formados por livros, integridade, que é o item mais importante a
fotografias, documentos impressos, preservar.
documentos manuscritos, mapas, plantas de
arquitetura, obras de arte, etc., é preciso ver 46.7 Furto e vandalismo
que, segundo sua natureza, cada um apresenta
suportes, tintas, pigmentos e estruturas Um volume muito grande de documentos
completamente diferentes. em nossos acervos é vítima de furtos e
Qualquer tratamento que se queira vandalismo. A falta de segurança e nenhuma
aplicar exige um conhecimento das política de controle são a causa desse desastre.
características individuais dos documentos e Além do furto, o vandalismo é muito
dos materiais a serem empregados no frequente. A quantidade de documentos
processo de conservação. Todos os mutilados aumenta dia a dia. Esse é o tipo de
profissionais de arquivos devem ter noções dano que, muitas vezes, só se constata muito
básicas de conservação dos documentos com tempo depois. É necessário implantar uma
que lidam, seja para efetivamente executá-la, política de proteção, mesmo que seja através
seja para escolher os técnicos capazes de fazê- de um sistema de segurança simples.
lo, controlando seu trabalho. Os
conhecimentos de conservação ajudam a 46.8 Critérios de intervenção para a
manter equipes de controle ambiental,
estabilização de documentos
controle de infestações, higienização do
ambiente e dos documentos, melhorando as Os documentos que sofrem algum tipo de
condições do acervo. dano apresentam um processo de
Pequenos reparos e acondicionamentos deterioração que, progressivamente, vai levá-
simples podem ser realizados por aqueles que los a um estado de perda total. Para evitar esse
tenham sido treinados nas técnicas e critérios desfecho, interrompe-se o processo através de
básicos de intervenção. intervenções que levam à estabilização do
documento.
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
• PINCÉIS: São muitos os tipos de pincéis uma solução de água + álcool a 50%, passada
utilizados na limpeza mecânica. Diferentes com pano muito bem torcido. Em seguida,
formas, tamanhos, qualidades e tipos de passar outro pano seco. É preciso estar atento
cerdas. à umidade relativa do ar. Não devem ser
• FLANELA: Serve para remover sujidade de utilizados produtos químicos, porque estes
encadernações. exalam vapores que, geralmente, são
• ASPIRADOR DE PÓ: Sempre com proteção compostos de elementos de natureza ácida. As
de bocal e com potência de sucção estantes mais adequadas são as de metal
controlada. esmaltado. A madeira sem revestimento ou de
• OUTROS MATERIAIS: Bisturi, pinça, fórmica não é recomendada, pois, em ambos os
espátula, agulha, cotonete. casos, há emissão de produtos voláteis ácidos.
O mesmo tratamento se aplica aos móveis de
madeira ou metal.
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responsabilidades, consubstanciadas pelo Decreto privados de interesse público e social, nos termos do
nº 4.073, de 3 de janeiro de 2002, que consolidou os art. 12 da Lei no 8.159, de 1991;
decretos anteriores - nºs 1.173, de 29 de junho de
˃ Propor ao Presidente da República, por intermédio
1994; 1.461, de 25 de abril de 1995, 2.182, de 20 de
do Ministro de Estado da Justiça, a declaração de
março de 1997 e 2.942, de 18 de janeiro de 1999.
interesse público e social de arquivos privados;
De acordo com estes dispositivos legais, as ações
˃ Estimular a capacitação técnica dos recursos
visando à consolidação da política nacional de
humanos que desenvolvam atividades de arquivo
arquivos deverão ser emanadas do Conselho
nas instituições integrantes do SINAR;
Nacional de Arquivos – CONARQ.
˃ Recomendar providências para a apuração e a
→ O Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ foi
reparação de atos lesivos à política nacional de
criado pelo art. 26 da Lei nº 8.159/91 e
arquivos públicos e privados;
regulamentado pelo Decreto nº 4.073, de 3 de
janeiro de 2002 e tem como competências: ˃ Promover a elaboração do cadastro nacional de
arquivos públicos e privados, bem como desenvolver
˃ Estabelecer diretrizes para o funcionamento do
atividades censitárias referentes a arquivos;
Sistema Nacional de Arquivos - SINAR, visando à
gestão, à preservação e ao acesso aos documentos ˃ Manter intercâmbio com outros conselhos e
de arquivos; instituições, cujas finalidades sejam relacionadas ou
complementares às suas, para prover e receber
˃ Promover o interrelacionamento de arquivos
elementos de informação e juízo, conjugar esforços
públicos e privados com vistas ao intercâmbio e à
e encadear ações;
integração sistêmica das atividades arquivísticas;
˃ Articular-se com outros órgãos do Poder Público
˃ Propor ao Ministro de Estado da Justiça normas
formuladores de políticas nacionais nas áreas de
legais necessárias ao aperfeiçoamento e à
educação, cultura, ciência, tecnologia, informação e
implementação da política nacional de arquivos
informática.
públicos e privados;
O funcionamento do CONARQ é regulamentado pelo
˃ Zelar pelo cumprimento dos dispositivos
seu regimento interno aprovado pela Portaria nº
constitucionais e legais que norteiam o
2.588, de 24 de novembro de 2011.
funcionamento e o acesso aos arquivos públicos;
O CONARQ é constituído por dezessete membros
˃ Estimular programas de gestão e de preservação
conselheiros: o Diretor-Geral do Arquivo Nacional,
de documentos públicos de âmbito federal,
que o presidirá, representantes dos poderes
estadual, do Distrito Federal e municipal, produzidos
Executivo Federal, Judiciário Federal, Legislativo
ou recebidos em decorrência das funções executiva,
Federal, do Arquivo Nacional, dos arquivos públicos
legislativa e judiciária;
estaduais e do Distrito Federal, dos arquivos
˃ Subsidiar a elaboração de planos nacionais de públicos municipais, das instituições mantenedoras
desenvolvimento, sugerindo metas e prioridades da de curso superior de Arquivologia, de associações de
política nacional de arquivos públicos e privados; arquivistas e de instituições que congreguem
profissionais que atuem nas áreas de ensino,
Estimular a implantação de sistemas de arquivos nos
pesquisa, preservação ou acesso a fontes
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da União,
documentais.
dos Estados, do Distrito Federal e nos Poderes
Executivo e Legislativo dos Municípios; Cada Conselheiro tem um suplente. Sua composição
espelha, portanto, a convergência de interesses do
˃ Estimular a integração e modernização dos
Estado e da Sociedade, de modo a compatibilizar as
arquivos públicos e privados; identificar os arquivos
questões inerentes à responsabilidade funcional e
social do Poder Público perante a gestão e
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
As pessoas físicas e jurídicas de direito privado, Fonte: Câmara Técnica de Documentos Eletrônicos
detentoras de arquivos, podem integrar o SINAR
http://www.conarq.arquivonacional.gov.br
mediante acordo ou ajuste com o órgão central.
52.6.1 O Que é e-ARQ Brasil?
→ Compete aos integrantes do SINAR:
Estabelece um conjunto de condições a serem
˃ Promover a gestão, a preservação e o acesso às cumpridas pela organização produtora/recebedora
informações e aos documentos na sua esfera de de documentos, pelo sistema de gestão arquivística
competência, em conformidade com as diretrizes e e pelos próprios documentos a fim de garantir a sua
normas emanadas do órgão central; confiabilidade e autenticidade, assim como seu
acesso. Pode ser usado para orientar a identificação
˃ Disseminar, em sua área de atuação, as diretrizes e
de documentos arquivísticos digitais, estabelecer
normas estabelecidas pelo órgão central, zelando
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
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ARQUIVOLOGIA João Paulo Colet Orso
53 Bibliografia
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