Como importar a produção de um colaborador para seu currículo Lattes (pero no mucho) | Marcelo Sabbatini 10/05/2018 16)35

Marcelo Sabbatini
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Como importar a produção de um

colaborador para seu currículo Lattes (pero
no mucho)
2 de junho de 2014 por Marcelo Sabbatini — 12 Comentários

Pense numa pro4ssão na qual o povo discute! E ainda bem que é assim,
pois se todos concordam, a ciência já não é mais ciência, é dogma.

Mas possivelmente, existe um ponto sobre o qual pesquisadores em geral

e professores universitários concordam. Em unanimidade. Unidos em
comunhão universal, apesar de todas as rusgas e disputas, intelectuais ou
não, que caracterizam a vida acadêmica.

Este ponto é o preenchimento do currículo Lattes. Tarefa absolutamente

tenebrosa para muitos, minimamente chata, tediosa, trabalhosa.

Para aliviar um pouco, existe uma funcionalidade, quase desconhecida, a chamada importação da
produção.

A ideia é simples: imagine que você publicou um trabalho junto com dois outros participantes de seu grupo
de pesquisa. Agora que o artigo 4nalmente “saiu” é hora de atualizar o Lattes, para que esta sua produção
esteja em seu currículo e passe a contar para os inúmeros processos pelos quais somos avaliados.

Enquanto você faz isso, seus dois colegas também estão fazendo a mesmíssima coisa, fazendo o que em
administração se chama “retrabalho”. Uma forma suave de dizer: perder tempo, gastar dinheiro, ser
improdutivo.

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Não seria ótimo que eles pudessem simplesmente copiar de seu currículo para os deles? Pois saiba que
isto é possível!

Importando a produção, passo a passo

Para importar uma produção em comum do currículo Lattes de um colaborador, por própria de4nição, é
necessário que duas pessoas ajam separadamente.

O exportador
Esse é o mais generoso, digamos, da dupla ou grupo de colaboradores. Foi ele que teve o trabalho de
atualizar seu próprio Lattes, entrando todas as informações de um artigo.

Pode ser um orientador prestativo. Pode ser o orientando que faz o “trabalho sujo”. Pode ser alguém que
incorporou a rotina de atualizar o currículo a ponto de beirar a compulsão.

Não importa. Para exercer seu espírito altruísta o exportador precisa realizar duas ações:

Deixar que seus colaboradores importem sua produção.

Identi4car estes mesmos colaboradores na base de dados do Lattes. Utilizando a terminologia das
redes sociais, ele precisa “marcar” seus amigos.

Vamos ver o passo a passo de como fazer isto.

1. Na barra de ferramentas, no lado esquerdo da tela, clique no ícone “Autores citados no currículo”

2. Localize o nome de seu colaborador no “dicionário de autores”. Clique sobre o nome.

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3. Uma nova janela irá abrir, com detalhes de seu coautor. Marque a caixinha “Autorizo este autor a
importar produções do meu currículo Lattes”.

4. Uma caixa de avisos irá aparecer, informando que é preciso identi4car o autor na base do Lattes, para
que ele possa importar. Clique “Ok”, para prosseguir. Se quiser cancelar a operação, rá, adivinhou, clique em
“Cancelar”.

5. A janela agora tem uma lista de autores prováveis, isto é, automaticamente identi4cados pelo sistema.
Caso não apareça, há uma caixa de buscas, para re4nar sua procura.

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6. Clique sobre o nome da pessoa, para autorizar. Dica: para veri4car se é este mesmo, clique sobre o nome
e uma nova janela se abrirá em seu navegador, com o currículo dele.

7. Uma janelinha surgirá do nada, informando sobre o sucesso da operação. Em alguns segundos ela
desaparece e você irá voltar à tela do dicionário de autores.

Perceba o detalhe: ao lado do nome do autor agora aparece um ícone com o logotipo do Lattes. Clicando
sobre este ícone, você será levado ao currículo de seu colega.

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“ Observação
Observação: é sempre interessante e recomendável autorizar as pessoas com quem você
colabora a importar sua produção; já, já, veremos o por quê.

Pronto! Agora que um colaborador está identi4cado e autorizado, ele poderá importar a produção. Para ser
ainda mais prestativo, o exportador pode avisar, por seu canal de comunicação preferido, esta
possibilidade.

Mas atenção! Depois de enviar o currículo para o CNPq, leva um tempinho para a base ser atualizada.
Dizem que no máximo 48 horas, mas em geral, em 15 minutos a alteração já está lá.

Note também outra mudança: agora o nome de seu coautor aparece em seu currículo em cor azul, como
um link. Clicando sobre ele, a mesma coisa, você será levado ao currículo Lattes de seu colaborador.

O que o Lattes une, ninguém separa!

O importador

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Naturalmente poderia falar no plural, “os importadores”, pois cada vez mais vemos artigos coletivos,
elaborados por grupos de pesquisa. Mas para simpli4car e evitar aqueles parênteses depois de cada
palavra, é melhor 4car no singular mesmo.

Seja um, sejam muitos, quem for importar a produção de um colega para reduzir seu trabalho de atualizar
o Lattes, precisa seguir estes passos.

1. Na barra de ferramentas, clique sobre o ícone da função “Importar produção”.

2. Uma nova janela se abre, com uma lista de autores do Lattes que lhe marcaram em publicações. Caso
tenha dúvida de quem seja, o ícone com o logotipo do Lattes está ali. Você já sabe para o que ele serve, não
é?

3. Clique sobre o nome desta pessoa. Agora aparece uma lista com as produções que podem ser
importadas. Preste atenção na legenda. Itens com sinal verde ainda não estão constam de seu currículo.
Sinal amarelo, atenção! A produção pode estar, dou pode não estar. Por algum detalhe nas informações, o
sistema não conseguiu se decidir a respeito e você precisa decidir por ele. Sinal vermelho, pare, a produção
já consta de seu currículo e não deve ser importada.

4. Marque a caixinha da produção que você quer importar e clique em “Salvar”.

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Lista de produções a serem importadas

5. Se tudo der certo, aparece uma caixinha informando sobre o sucesso da operação.

6. Envie o currículo para o CNPq, para que a produção seja realmente incorporada a seu currículo.

3 motivos para permitir a importação de sua

produção
Evitar trabalho, e ainda mais um trabalho que é visto como burocrático e chato, tem seu próprio apelo.

Porém, a função de importação da produção de coautores possui outras motivações. Vejamos quais são.

1. Pesquisadores devem pesquisar

Lógico que como em quase qualquer outra pro4ssão, as tarefas burocráticas são inevitáveis. Mas se elas

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puderem ser facilitadas, melhor.

2. A tecnologia de informação é para isso mesmo

Em termos técnicos, o currículo Lattes é construído em dados estruturados, justamente para que toda
informação que você, eu, nós introduzimos ao preenchê-lo possa fazer algum sentido.

Neste ponto, o intercâmbio destes dados é um dos grandes trunfos do Lattes, ao permitir que sistemas de
informação diferentes “conversem” entre si. Como exemplo, a Capes coleta automaticamente os dados de
produção dos pesquisadores de uma pós-graduação a partir do Lattes. Muitas universidades também têm
feito o mesmo em relação as diversas atividades de seus professores.

Não tem sentido repetir o trabalho, digitando todas as informações de novo ou, na melhor das hipóteses,
“copiando e colando”.

3. As redes de colaboração tornam-se visíveis

Como num Facebook acadêmico, ao associar um outro pesquisador com o “per4l real” dele no Lattes (por
assim dizer), estamos acrescentando ainda mais estrutura aos dados. Agora, a partir desta imensa base de
dados, é possível saber quem publica com quem, quem trabalha com quem, etc.

Como a a palavra de ordem nos dias de hoje no mundo da ciência é a colaboração, estes dados serão
muito úteis para os organismos de gestão. E você também pode ver sua própria rede de colaboração,
através do menu que se abre logo após você buscar o currículo de alguém na base Lattes.

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Uma rede de colaboração. Quem sabe um dia você não esteja no centro?

Limitações da importação Lattes

Tudo muito bonito e uma excelente ideia, como já vimos.

Mas parece que sempre tem um “porém”…

No caso, a importação funciona bem, bem mesmo. No teste que 4z, depois de alguns minutos que minha
coautora e colaboradora de pesquisa tinha me marcado, a entrada estava disponível em minha lista de
importação. Mais um clique e pronto, o artigo já estava em meu currículo.

E aqui está a limitação: no momento em que escrevo, só é possível importar artigos completos publicados
em periódicos. Tudo bem que este tipo de produção cientí4ca é uma, se não a mais, valiosa de todas no
jogo da publicação acadêmica.

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Artigo completo em revista cientíFca é o que vale!

Todavia, não é a mais comum. Trabalhos apresentados e publicados em anais de congressos, participação
em bancas, em projetos de pesquisa, etc. São elas que fazem o dia a dia do pesquisador, mas que não
podem ser importadas. Algumas produções coletivas, como por exemplo as bancas são inclusive muito
mais trabalhosas, pois possuem mais informações a serem adicionadas.

Ou seja, a importação ajuda, pero no mucho.

Por útil que seria ter esta facilidade à disposição, não há nenhuma informação sobre quando
quando, e se
se, a
importação dos outros tipos de produção vão estar disponíveis.

Um incentivo ao comportamento antiético?

Vou antecipar aqui um tipo de comentário que certamente irá surgir: ao facilitar a trabalhosa e entediante
tarefa que é atualizar o Lattes, a importação de dados de produção incentiva a coautoria, principalmente os
chamados “bancos de autores”.

Do que se trata? Na busca por uma maior produtividade (ou produtivismo) e do consequente
reconhecimento, uma estratégia cada vez mais utilizada é publicar junto com outros autores, mesmo não
tendo participado da pesquisa. Dessa forma, três pesquisadores que sejam amigos e tenham con4ança
entre si podem multiplicar por três suas respectivas produções.

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Com um banco de autores, seu Lattes vai Fcar assim!

Um banco de autores não é uma fraude cientí4ca, mas é considerado um comportamento antiético (saiba
mais sobre a diferença em meu artigo sobre ética na produção cientíFca). Por este motivo, talvez muitos
argumentem que facilitar a coautoria irá incentivar ainda mais este tipo de ação.

Acredito que este pensamento é um determinismo tecnológico, isto é, atribui à tecnologia a

responsabilidade por qualquer mudança, seja ela para o bem, ou para o mal.

E basicamente é atribuir uma responsabilidade à tecnologia que não lhe pertence. Se pesquisadores no
mundo todo estão recorrendo a este estratagema, o motivo não são as facilidades da tecnologia, mas sim
um sistema de recompensas e de punições que utiliza como critério principal a quantidade de ciência que
alguém é capaz de realizar.

Portanto, agora é esperar que o CNPq amplie as funções de importação para que a vida de pesquisador se
torne um pouquinho, somente um pouquinho, mais fácil e mais produtiva.

Relacionados:

Como e por que fazer o
backup de seu currículo
Lattes
Vulnerabilidade do
professor universitário e
a concentração de
capitais no ensino
superior privado
Você está preparado para Como a tecnologia vai
o debate da afetar nossas vidas?
internacionalização da Black Mirror é inquietante
universidade brasileira?

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Comentários

Michael diz
12 de novembro de 2014 em 7:34

Olá

Por favor, preciso de uma informação: É possível associar o meu curriculo lattes com o google,
por exemplo, ao digitar meu nome na busca não aparece o curriculo, mas aparece de outros
pesquisadores. O posso fazer?

grato

Michael

Responder

Marcelo Sabbatini diz

25 de novembro de 2014 em 15:18

Michael,

devido a questionamentos sobre privacidade, a administração do Lattes retirou os currículos

da base de busca do Google. Porém, é possível acrescentar, de forma manual, para que sua
produção volte a aparecer nas buscas.

Para isso, primeiramente capture a URL ou endereço de seu CV Lattes, copiando e colando

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da barra de endereços do navegador. Depois, vá a este endereço:

http://www.google.com.br/add_url.html

Para realizar o registro. Boa sorte!

Responder

Elizeu Farias diz

19 de junho de 2015 em 21:18

Marcelo, excelente post. Parabéns! Tenho uma dúvida, como faço para solicitar a um colaborador
que ele o inclua na sua lista de importadores? Tem como fazer isso via lattes? Agradeço desde já.

Responder

Marcelo Sabbatini diz

20 de junho de 2015 em 10:09

Olá Elizeu, obrigado e 4co feliz que tenha gostado. Que eu saiba não, o Lattes não tem essas
facilidades de comunicação que as redes sociais nos acostumaram. Levando em conta que
é um colaborador e que vocês se comunicam habitualmente, a forma de pedir a importação
é a tradicional…grande abraço!

Responder

Thiago diz
19 de dezembro de 2016 em 10:45

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Parabéns pelo tutorial, ajudou bastante.

Responder

Marcelo Sabbatini diz

19 de dezembro de 2016 em 11:03

Olá Thiago, muito obrigado! Mas como comentei, ainda é muito limitado. Seria interessante
se fosse possível compartilhar outros tipos de produção, pouparia bastante de nosso
escasso tempo.

Responder

Patrick Barboza diz

4 de abril de 2017 em 17:33

Boa tarde! Eu posso importar trabalho de conclusão de curso no currículo? Como eu faço se for
possível? Seria no item “importar”? Se for, salbei meu trabalho no formato XML, porém dá erro
dizendo para que eu me certi4que que o arquivo esteja conforma DTD Lattes.. o que devo fazer? É
correto inserir TCC no currículo?​

Responder

Marcelo Sabbatini diz

4 de abril de 2017 em 21:33

Patrick,

A importação somente funciona para artigos publicados em periódicos.

Também é importante notar que a DTD (de4nição dos dados) do Lattes envolve dados
bibliográ4cos, também chamados de meta-informação. Ou seja, são informações a respeito

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da produção cientí4ca. Não haveria forma, portanto, de você gerar estes dados a partir do
arquivo de seu TCC.

No caso de TCC, mesmo dissertação de mestrado e tese de doutorado, não é comum

colocar isso como produção bibliográ4ca. O normal é que este trabalho já 4ca atrelado a sua
formação. Por exemplo, ao incluir uma graduação, existem os campos “título monogra4a” e
“nome do orientador”.

Responder

Luciane diz
2 de junho de 2017 em 12:08

Gostaria de importar um projeto de pesquisa. como fazer?

Responder

Marcelo Sabbatini diz

6 de junho de 2017 em 10:26

Olá Luciane, como comento no texto, a importação está limitada a artigos de periódicos.
Projetos de pesquisa não possuem esta funcionalidade, infelizmente.

Responder

Luana diz
16 de outubro de 2017 em 14:48

Olá Marcelo, participei de vários estudos multicêntricos como co-investigadora em um centro de

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pesquisa, ao 4nal dessas pesquisas esses resultados foram publicados em periódicos, como
posso fazer para importar essas publicações? Obrigada

Responder

Marcelo Sabbatini diz

22 de outubro de 2017 em 19:19

Olá Luana,
como explico no tutorial, é preciso que algum autor que colocou a publicação no Lattes faça
um procedimento de lhe identi4car como co-autora e de autorizar a importação da produção.
Então veja em seu grupo de pesquisa se algum dos pesquisadores já colocou as publicações
em comum no Lattes e peça a ele que realize este procedimento, para que você possa
importar as produções. Sugiro enviar o link do tutorial para que ele saiba como fazer isto.
Sempre lembrando, até o momento só funciona para artigos publicados em revistas
cientí4cas.
Abraço!

Responder

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