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Curso Técnico em Eletromecânica

Matemática Aplicada à Eletromecânica


Armando de Queiroz Monteiro Neto
Presidente da Confederação Nacional da Indústria

José Manuel de Aguiar Martins


Diretor do Departamento Nacional do SENAI

Regina Maria de Fátima Torres


Diretora de Operações do Departamento Nacional do SENAI

Alcantaro Corrêa
Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina

Sérgio Roberto Arruda


Diretor Regional do SENAI/SC

Antônio José Carradore


Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC

Marco Antônio Dociatti


Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC
Confederação Nacional das Indústrias
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Curso Técnico em Eletromecânica

Matemática Aplicada à Eletromecânica

Fernando Carlos Dorte

Florianópolis/SC
2010
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio
consentimento do editor. Material em conformidade com a nova ortografia da língua portuguesa.

Equipe técnica que participou da elaboração desta obra

Coordenação de Educação a Distância Design Educacional, Ilustração,


Beth Schirmer Projeto Gráfico Editorial, Diagramação
Equipe de Recursos Didáticos
Revisão Ortográfica e Normatização SENAI/SC em Florianópolis
Contextual Serviços Editoriais
Autor
Coordenação Projetos EaD Fernando Carlos Dorte
Maristela de Lourdes Alves

Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB14/937 - Biblioteca do SENAI/SC Florianópolis
Ficha catalográfica elaborada por Luciana Effting CRB14/937 - Biblioteca do SENAI/SC Florianópolis

D719m
Dorte, Fernando Carlos
Matemática aplicada à eletromecânica / Fernando Carlos Dorte. –
Florianópolis : SENAI/SC, 2010.
49 p. : il. color ; 28 cm.

Inclui bibliografias.

1. Matemática. 2. Matemática - Estudo e ensino. 3. Trigonometria. I.


SENAI. Departamento Regional de Santa Catarina. II. Título.

CDU 51

SENAI/SC — Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Rodovia Admar Gonzaga, 2.765 – Itacorubi – Florianópolis/SC
CEP: 88034-001
Fone: (48) 0800 48 12 12
www.sc.senai.br
Prefácio
Você faz parte da maior instituição de educação profissional do estado.
Uma rede de Educação e Tecnologia, formada por 35 unidades conecta-
das e estrategicamente instaladas em todas as regiões de Santa Catarina.

No SENAI, o conhecimento a mais é realidade. A proximidade com as


necessidades da indústria, a infraestrutura de primeira linha e as aulas
teóricas, e realmente práticas, são a essência de um modelo de Educação
por Competências que possibilita ao aluno adquirir conhecimentos, de-
senvolver habilidade e garantir seu espaço no mercado de trabalho.

Com acesso livre a uma eficiente estrutura laboratorial, com o que existe
de mais moderno no mundo da tecnologia, você está construindo o seu
futuro profissional em uma instituição que, desde 1954, se preocupa em
oferecer um modelo de educação atual e de qualidade.

Estruturado com o objetivo de atualizar constantemente os métodos de


ensino-aprendizagem da instituição, o Programa Educação em Movi-
mento promove a discussão, a revisão e o aprimoramento dos processos
de educação do SENAI. Buscando manter o alinhamento com as neces-
sidades do mercado, ampliar as possibilidades do processo educacional,
oferecer recursos didáticos de excelência e consolidar o modelo de Edu-
cação por Competências, em todos os seus cursos.

É nesse contexto que este livro foi produzido e chega às suas mãos.
Todos os materiais didáticos do SENAI Santa Catarina são produções
colaborativas dos professores mais qualificados e experientes, e contam
com ambiente virtual, mini-aulas e apresentações, muitas com anima-
ções, tornando a aula mais interativa e atraente.

Mais de 1,6 milhões de alunos já escolheram o SENAI. Você faz parte


deste universo. Seja bem-vindo e aproveite por completo a Indústria
do Conhecimento.
Sumário
Conteúdo Formativo 9 24 Unidade de estudo 4 40 Unidade de estudo 7
Potenciação e Trigonometria
Apresentação 11 Radiciação Básica

12 Unidade de estudo 1 25 Seção 1 - Propriedades de 41 Seção 1 - Definição de trigo-


potenciação nometria
Números Decimais 27 Seção 2 - Propriedades de 41 Seção 2 - O triângulo retân-
radiciação gulo
43 Seção 3 - Teorema de
Pitágoras, seno, cosseno e
13 Seção 1 - Introdução 30 Unidade de estudo 5 tangente
13 Seção 2 - Operações básicas Equação de 1º e 2º 45 Seção 4 - Aplicação prática
com números decimais
Grau
Finalizando 47
16 Unidade de estudo 2 31 Seção 1 - Introdução à
Proporções equação
31 Seção 2 - Equação de 1º grau Referências 49
32 Seção 3 - Equação de 2º grau
17 Seção 1 - Definição de pro-
porção (conceito de razão)
19 Seção 2 - Regra de três 34 Unidade de estudo 6
simples
Função de 1º e 2º
Grau
20 Unidade de estudo 3
Frações 35 Seção 1 - Definição de
função
36 Seção 2 - Função de 1º grau
21 Seção 1 - Propriedades com
frações: multiplicação e 37 Seção 3 - Função de 2º grau
divisão
21 Seção 2 - Propriedades com
frações: adição e subtração
8 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Conteúdo Formativo
Carga horária da dedicação

Carga horária: 30 horas

Competências

Aplicar ferramentas matemáticas para resolução de problemas em sistemas


industriais.

Conhecimentos

▪▪ Conjuntos numéricos.
▪▪ Operações com números decimais.
▪▪ Frações, potenciação e radiciação.
▪▪ Proporções e regra de três simples.
▪▪ Equações do 1º e 2º grau.
▪▪ Funções do 1º e 2º grau.
▪▪ Trigonometria básica.

Habilidades

▪▪ Interpretar catálogos, manuais e tabelas técnicas.


▪▪ Utilizar técnicas da matemática aplicada.
▪▪ Utilizar calculadora científica.

Atitudes

▪▪ Proatividade.
▪▪ Trabalho em equipe.

MATEMÁTICA APLICADA À ELETROMECÂNICA 9


Apresentação

Sabemos que hoje é de fundamental importância o desenvolvimento Professor Fernando Carlos


pessoal e profissional. A sociedade e as empresas almejam não somente Dorte
indivíduos capacitados, mas também profissionais que sejam acima de
tudo éticos e tenham atitudes proativas em busca de desenvolvimento e Fernando Carlos Dorte é pós-
crescimento contínuos. graduado em Gestão Industrial
pela UNERJ Jaraguá do Sul,
Você está convidado a iniciar uma nova etapa no desenvolvimento de formado em Pedagogia para
sua formação, com um maior aprofundamento de seus conhecimentos, o Ensino Técnico pela UNISUL,
utilizando-se de uma abordagem integrada entre os assuntos expostos tecnólogo em Processos de
nesta unidade curricular e suas aplicações práticas. Fabricação (convênio CEFET/
Os fundamentos matemáticos aqui tratados estão elaborados de forma PR – UNERJ/SC), técnico em
Mecânica pelo CIS Joinville e
a lhe fornecer informações, objetivando contribuir para o seu cresci-
em Mecânica Geral pelo SENAI
mento profissional e proporcionando o interesse e a motivação para Taubaté. Trabalha há 25 anos na
a sua autoaprendizagem. Os assuntos abordados procuram estabelecer área de engenharia industrial
ligações com as atividades e as situações práticas vivenciadas no dia a de diversas empresas atuando
dia, objetivando o seu aperfeiçoamento profissional e social de uma for- como analista de processos e
ma prática, criativa e agradável por meio dos temas correlacionados e desenvolvendo atividades ob-
desenvolvidos. jetivando a redução dos custos
industriais, melhoria da quali-
Bons estudos!
dade do produto, processos e
também das condições de tra-
balho (ergonomia). Atualmente,
exerce a função de especialista
de ensino no SENAI Unidade de
Jaraguá do Sul, no núcleo Metal
Mecânico, onde ministra além
de disciplinas nas áreas de exa-
tas, disciplinas relacionadas à
gestão e humanas. Participou
de vários cursos relativos a ges-
tão industrial, sistemas da quali-
dade, processos de fabricação e
gestão de manutenção e ainda
de cursos de formação pedagó-
gica e desenvolvimento tecno-
lógico pelo SENAI/SC.

MATEMÁTICA APLICADA À ELETROMECÂNICA 11


Unidade de
estudo 1
Seções de estudo

Seção 1 – Introdução
Seção 2 – Operações básicas com nú-
meros decimais
Números Decimais

SEÇÃO 1
Introdução

Leitura de um número
decimal DICA
No número decimal, temos: Quando a parte inteira for zero, lemos apenas a parte decimal.

Parte Inteira Parte Decimal


Exemplos Exemplo
{

3 , 52 64,5836 (sessenta e quatro intei-


a. 0,6 (seis décimos).
ros, cinco mil, oitocentos e trinta
b. 0,38 (trinta e oito centésimos). e seis décimos de milésimos).
Para ler um número decimal, de-
vemos proceder conforme descri- c. 0,25 (vinte e cinco centési-
to a seguir. Acompanhe! mos). SEÇÃO 2
1. Primeiro, lemos os inteiros.
Operações básicas com
d. 0,002 (dois milésimos).
números decimais
2. Depois, lemos a parte decimal
seguida da palavra: Composição de um va-
▪▪ décimos – caso exista apenas lor (padrão de leitura) Adição e subtração
uma casa decimal; Prática para realizar as operações
▪▪ centésimos – caso existam Milhar de adição e subtração com núme-
duas casas decimais; ros decimais:
Centena
▪▪ milésimos – caso existam três 1º Passo: é preciso organizar os
Dezena
casas decimais. números colocando vírgula abai-
Unidade xo de vírgula;
Exemplos ,
2º Passo: adicionar ou subtrair
Décimos como se fossem números natu-
a. 2,8 (dois inteiros e oito déci-
Centésimos rais.
mos).
Milésimos
b. 3,27 (três inteiros e vinte e sete Décimos Exemplos
centésimos). milésimo
a. Comprei uns utensílios domés-
Centésimos ticos de limpeza que me custa-
c. 14,008 (quatorze inteiros e oito milésimo ram, respectivamente, R$ 4,34
milésimos).
e R$ 2,27. Quanto gastei no
total?
d. 12,531 (doze inteiros, quinhen-
tos e trinta e um milésimos). 4,34
+2,27
6,61

MATEMÁTICA APLICADA À ELETROMECÂNICA 13


Resposta: gastei um total de R$ Devemos contar o total de casas
Números Naturais: Integram 6,61. decimais dos números multipli-
ao conjunto dos Números cados entre si para posicionar a
Naturais (N) os números não c. Eu possuía uma saca contendo vírgula no resultado final (pro-
decimais e maiores ou iguais arroz pesando 84,63 kg; meu duto), contando da direita para a
a zero. vizinho solicitou um emprés- esquerda.
N = {0, 1,2,3...}. timo de três conchas pesando
8,74 kg. Quantos quilos resta- Exemplos
ram na saca?
84,63 a. 4,26 x 2,3
-8,74 4,26
75,89 x2,3
1278
Resposta: restaram na saca 75,89 852/
kg de arroz. 9,798

b. 0,23 x 0,007
DICA
0,23
Havendo uma quantidade
de casas diferente entre x0,007
os números após a vírgula, 0,00161
você deve igualar com ze-
ros à direita.
Divisão
Dividir os números decimais
como se fossem Números Natu-
Exemplos rais.
Para se dividir números decimais,
a. 3,73 + 2,4
devemos igualar as casas decimais
3,73 destes, completando com quantos
+2,40 zeros forem necessários.
6,13
Exemplos

b. 47,6 – 23,84 a. 3,52 ÷ 0,2 = Igualando as casas
47,60 decimais: 3,52 ÷ 0,20
-23,84 Após as casas decimais estarem
31,76 com a mesma quantidade de al-
garismos, eliminamos as vírgulas
e procedemos a divisão como se
Multiplicação fossem números naturais.
Multiplicar os números decimais 352 | 20
como se fossem Números Na- 20 17,6
turais. 152
140
0120
120
0

14 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Observe que a divisão foi efetuada como se tivéssemos multiplicado
ambos os números decimais por 100, eliminando assim as vírgulas.

b. 68,4 ÷ 1,44 = 684 ÷ 144 = 47,5 (ambos multiplicados por 100).

c. 3,458 ÷ 0,25 = 3458 ÷ 250 = 13,832 (ambos multiplicados por


1.000).

DICA
Podemos encontrar expressões que envolvem adições, subtrações,
multiplicações e divisões. Quando isso ocorrer, devemos primeira-
mente efetuar a multiplicação ou divisão e somente após somar ou
subtrair, salvo operações que se encontrem entre parênteses.

Exemplo

a. 3,5 x 2,45 + 2,5 = multiplicando: 3,5 x 2,45 = 8,575.

Finalmente, soma-se o resultado ao valor restante: 8,575 + 2,5 = 11,075.

Compreendido isso, que tal agora você avançar em seus estudos e co-
nhecer o conceito de razão? A compreensão deste conceito é primordial
para o entendimento de proporções, tema da unidade de estudo a seguir.
Vamos! O que você está esperando para prosseguir? Bons estudos!

MATEMÁTICA APLICADA À ELETROMECÂNICA 15


Unidade de
estudo 2
Seções de estudo

Seção 1 – Definição de proporção (con-


ceito de razão)
Seção 2 – Regra de três simples
Proporções

SEÇÃO 1
Definição de proporção
(conceito de razão)
Para compreendermos a definição Exemplo Grandezas direta e
e aplicação prática de proporção, 9=6 inversamente proporcio-
devemos entender o conceito de
12 8 nais
razão.
Lê-se: 9 está para 12, assim como Duas grandezas são diretamen-
6 está para 8. te proporcionais quando, ao se
Razão aumentar o valor de uma certo
Entre dois números dados, é o Note que a razão para cada uma número de vezes, o valor da outra
quociente do primeiro pelo se- das relações é mantida inalterada, aumenta o mesmo número de ve-
gundo, ou seja, a relação entre es- isto é, igual a “0,75”, portanto, são zes, ou quando, ao se diminuir o
ses números. razões proporcionais. valor de uma, o valor da outra di-
minui o mesmo número de vezes.
Os números que compõem uma
Exemplo proporção são chamados termos,
Exemplo
De cada 10 bolas coloridas, 5 são os quais recebem denominações
azuis. Portanto, 5 em 10 são azuis. especiais. O primeiro e o último Uma pessoa paga R$ 2,58 por um
termo entre duas razões são os litro de gasolina, por 45 litros pa-
extremos e os outros recebem a gará o valor de: 45 x R$ 2,58 = R$
5 → Lê-se 5 para 10; 116,10.
denominação de meios:
10
A razão é “0,5“ pois 5 ÷ 10 = 0,5
Tabela 1 - Grandezas Diretas
extremo ← 9 6 → meio
= Gasolina Preço (R$)
Os números dados são os ter- meio ← 12 8 → extremo
mos da razão e, em toda razão, o
1 litro 2,58
dividendo é chamado anteceden- 9 6 → 12 × 6 = 72
=
te e o divisor é chamado conse- 12 8 → 9 × 8 = 72
2 litros 5,16
quente.
12 → Antecedente 5 litros 12,90
2 → Consequente
Propriedade fundamental das 10 litros 25,80
proporções: “O produto dos
Proporção extremos é igual ao produto 45 litros 116,10
É a igualdade entre duas ou mais dos meios.” (NEVES, [200-?]).
razões, isto é, mantendo-se a mes-
ma relação (quociente) entre o
antecedente e o consequente de
cada uma das razões temos razões
proporcionais.

MATEMÁTICA APLICADA À ELETROMECÂNICA 17


Nas grandezas diretamente proporcionais, a razão entre os valores cor-
respondentes é constante.

2,58 5,16 12,90 25,80 116,10


= = = = = 2,58
1 2 5 10 45

Duas grandezas são inversamente proporcionais quando, aumentan-


do a grandeza de uma certo número de vezes, a grandeza da outra dimi-
nui o mesmo número de vezes, ou quando, ao se diminuir a grandeza de
uma, a grandeza da outra aumentará o mesmo número de vezes.

Exemplo
Relação entre velocidade e tempo necessário para percorrer a distância
de 180 km.

Tabela 2 - Grandezas Inversas

Velocidade (km/h) Tempo (horas)


90 2
60 3
45 4
36 5
30 6

Sempre que duas grandezas são inversamente proporcionais, o produto


entre os valores correspondentes é constante.
90 x 2 = 60 x 3 = 36 x 5 = 30 x 6 = 180

18 CURSOS TÉCNICOS SENAI


SEÇÃO 2
Regra de três simples
Por meio da regra de três podemos determinar um termo desconhecido
de uma relação de proporção, caso sejam conhecidos os demais termos.
A regra de três se baseia na propriedade fundamental das proporções.

Exemplo

a.

x 12
= ∴ Aplicando a propriedade :
2 4

4 × x = 2 × 12 Assim :

2 × 12 24
x= ∴ x= ∴ x =6
4 4


b. Se um minuto equivale a 60 s, então 400 min equivalem a quantos
segundos?

1min ⇒ 60 s 1 60
Montando a proporção: Portanto: =
400 min ⇒ xs 400 x

60 × 400
1 × x = 60 × 400 Matematicamente: x = ∴ x = 24000s
1

Visto a regra de três simples, estudaremos agora as frações, nosso próxi-


mo tema de estudo. Continue antenado!

MATEMÁTICA APLICADA À ELETROMECÂNICA 19


Unidade de
estudo 3
Seções de estudo

Seção 1 – Propriedades com frações:


multiplicação e divisão
Seção 2 – Propriedades com frações:
adição e subtração
Frações

SEÇÃO 1
Propriedades com
frações: multiplicação e
divisão
Números fracionários são for- Divisão com frações
mas de representação numérica, A operação de divisão com frações segue a seguinte regra: para se dividir
significando uma relação de pro- fração por fração, deve-se transformar a operação de divisão em uma
porção, que não passa de uma di- multiplicação.
visão entre valores apresentada da
seguinte forma: No entanto, é necessário respeitar o seguinte processo: a primeira fração
é mantida inalterada enquanto ela é multiplicada pela segunda fração
invertida. Em outras palavras, o numerador é trocado pelo denominador
dessa mesma fração. Por fim, a regra da multiplicação é aplicada.

Exemplos

a. 2 3 2 4 2× 4 8 b.
: = × = = 3 4 5× 4 20 2
5÷ = 5× = = =6
Multiplicação com 7 4 7 3 7×3 21 4 3 1× 3 3 3
frações Segunda fração invertida
A operação de multiplicação en-
tre frações é muito simples, basta
multiplicar os numeradores entre
si e os denominadores entre si. Observe que no exemplo “b” a fração resultante possui o numerador
maior que o denominador, para realizar sua simplificação foram retira-
Exemplos dos os inteiros do número fracionário, formando uma fração composta.

a.
SEÇÃO 2
2 3 2×3 6
Propriedades com frações: adição e subtração
⋅ = =
7 4 7× 4 28
As operações de adiçãoe subtração de frações exigem uma condição
fundamental a ser respeitada, acompanhe!

b.
Para se efetuar as operações de adição e subtração entre duas ou mais fra-
ções, os denominadores das respectivas frações “devem ser iguais”, pois
3 5× 3 15 3
5⋅ = = =3 devemos manter uma relação de proporcionalidade entre elas.
4 1× 4 4 4

Fração equivalente
Frações equivalentes são aquelas que não alteram sua grandeza, repre-
sentam a mesma parte de um inteiro, assim, mantemos a essa relação de
proporção entre numerador e denominador da fração, multiplicando ou
dividindo os mesmos por um único valor.

MATEMÁTICA APLICADA À ELETROMECÂNICA 21


1 1 1×2 2 2 ÷2 1
Ex.: ×2
= e ÷2 =
2 2 2 4 4 2

2
"
1" " 2"
Assim: e são frações equivalentes.
2 4 2 4
4

Para igualar os denominadores das frações a serem somadas ou subtraí-


das, podemos aplicar a sistemática do Mínimo Múltiplo Comum (m.m.c).
Vamos relembrar como obter o Mínimo Múltiplo Comum (m.m.c.) en-
tre dois ou mais denominadores:

3 , 6 , 10 2
2 3 1 3 3 5 3
Ex.: − + = ?
3 10 6 1 1 5 5
1 1 1 2 × 3 × 5 = 30
é o m.m.c. de 3, 6 e 10.

FraçõesEquivalentes
 
2 3 1 20 9 5 20 − 9 + 5 16 ÷2 8
Assim: − + = − + = = =
3 10
  6 30
 30 30
 30 30 ÷2 15
× deno min adoresantigos deno min adorcomum

= ÷

22 CURSOS TÉCNICOS SENAI


DICA
Processo: dividir o novo denominador das frações equivalentes pelo
antigo de cada fração e multiplicar esse resultado pelo numerador
respectivo de cada fração.

Exemplos

a. 2 1 8+5 13
+ = =
5 4 20 20

b. 1 3 8−3 5
−= =
2 16 16 16

Com o tema propriedades com frações: adição e subtração, você con-


cluiu aqui a terceira unidade de estudo. Antes de avançar para uma pró-
xima unidade, certifique-se de que apreendeu todas as dicas e orienta-
ções para operar propriedades com frações. Vamos! Não custa conferir.
Como diz o ditado, “o seguro morreu de velho...”

MATEMÁTICA APLICADA À ELETROMECÂNICA 23


Unidade de
estudo 4
Seções de estudo

Seção 1 – Propriedades de potenciação


Seção 2 – Propriedades de radiciação
Potenciação e Radiciação

SEÇÃO 1
Propriedades de potenciação
A potenciação indica o produto (multiplicações) de fatores (números)
iguais, representado da seguinte forma: xn . yn = x .yn

an = a . a . a .( . . .) . a { n = número de vezes que o fator “a” deve ser


multiplicado). Sendo:
Exemplos
Símbolo de potência: an expoente
base a. a5 . b5 = a . b5
Por exemplo, o produto: 5 . 5 . 5 . 5 pode ser indicado na forma 54.
b. 57 . 27 = (5 . 2)7 = 107
Exemplos
23 = 2. 2. 2 = 8
32 = 3. 3. = 9 Divisão de potências
44 = 4. 4. 4. 4 = 256 Bases iguais: para dividir potên-
53 = 5. 5. 5 = 125 cias de mesma base, deve-se man-
ter a base e subtrair os expoentes.
Atenção: todo número inteiro é uma potência de expoente 1.
Ex.: 7 = 71 am
n
= a m −n
a
Podemos reverter o processo, neste caso, transformar um número intei-
ro não primo em potência, fatorando esses números. Observe.
Exemplos
Exemplo 8 = 23 8 2
4 2
4
2 2 a. 3 = 34−2 = 32
2
1 8 3
3
b. 5 = 53−8 = 5 −5
8
5
Multiplicação de potências
Bases iguais: para multiplicar potências de mesma base, deve-se man-
ter a base e somar os expoentes. am . an = am+n
Expoentes iguais: para dividir
Exemplos potências de mesmo expoente,
deve-se manter o expoente e divi-
dir as bases.
a. a4 . a7 = a4+7 = a11
n
b. 25 . 22 = 25+2 = 27 xn x
=  
yn y

Expoentes iguais: para multiplicar potências de mesmo expoente, deve-se


manter o expoente e multiplicar as bases.
MATEMÁTICA APLICADA À ELETROMECÂNICA 25
Exemplos Expoente igual a zero am-n; e, em outra, tem-se apenas o
expoente da base elevado a outro
(0)
expoente:
4
4
a. 3 =  3  Toda potência de expoente 0 é
4
4 4 igual a 1. n
am = a m(multiplicado. por .ele.mesmo."n".vezes)
2 2
2
b. 6 =  6  =  3  a0 = 1
2    
4 4 2
Exemplos Neste caso, elevamos o expoente
20 = 1 da base ao segundo expoente.
30 = 1
Potências de base 100 = 1 Exemplos
negativa 1000 = 1 a. (32 )3 = 3(2.3) = 36
Podemos encontrar potências com 3000 = 1
base negativa em que o sinal de ne- 10000 = 1 b. (23 )2 = 2(3.2 ) = 26
gatividade pode estar sob o efeito
do expoente (entre parênteses) ou c. 323 = 3(2.2.2 ) = 38
não. Potência de expoente
negativo d. 232 = 2(3.3) = 29
Exemplos
Podemos alterar o expoente nega-
tivo de uma potência para positi-
Notação científica –
a.a. − 34 = −(3.3.3.3) = −81 vo invertendo a base.
potência de dez (10)
b.b. (−3)4 = (−3. − 3. − 3. − 3) = 81 1 Aplicamos números representa-
a−n = dos em forma de notação cientí-
an
fica quando esses números forem
c.c. − 23 = −(2.2.2) = −8
de grandeza muito reduzida ou
de grandeza muito elevada, com
d.d. (−2)3 = (−2. − 2. − 2) = −8 Exemplos o objetivo de facilitar seu enten-
dimento ou os cálculos a serem
efetuados.
Conclusões a. 2 −1 = 1 Para representar um número em
2
notação científica devemos res-
Sempre que a base for negativa,
1 1 peitar o seguinte formato: a x 10n
isto é, o sinal também estiver sob 3− 3 = =
b. 3 em que: “a” deverá ser um núme-
a influência do expoente (entre 3 27
ro entre 1,00 e 9,99 multiplicado
parênteses), o resultado depende-
−2 2 por uma potência de expoente
rá da regra dos sinais. 2
2
3 3 9 1
=  = 2 = =2 “n” e base 10.
c.  3  2
  2 4 4

−1 1 1
DICA 3 4 4 4 1
d.  4  =  = 1 = =1 DICA
Observe que se o expoen-   3
  3 3 3
Quando o expoente “n” for
te for par, o resultado será
positivo, devemos acres-
positivo; e se o expoente Expoente de expoente centar zeros ao valor “a” ou
for ímpar, o resultado será
deslocar a vírgula para a di-
negativo. Existem duas formas para en-
reita; quando for negativo,
contrar potências elevadas a um
devemos acrescentar casas
determinado expoente. Em uma decimais ou deslocar a vír-
situação, tem-se a base sendo uma gula para a esquerda.
potência (entre parênteses) (am)n =

26 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Exemplos Multiplicação e divisão Exemplos
de raízes
a. 48365 = 4 ,8365× 104 a. 3 4
7 = 3 x 4 7 = 12 7
Para multiplicar e dividir raízes,
deve-se possuir o mesmo índice.
b. 0,0000000562 = 5,62 × 10−8
b. 5 3 = 5 x 2 3 = 10 3
c. 3,45 x 104 = 34500 Multiplicação
c. 3 4
7 = 3 x 4×2 7 = 24 7
−3 Multiplicamos duas ou mais raízes
d. 1,38 x 10 = 0,00138
entre si mantendo o índice e mul-
tiplicando os radicandos. d. 5
3 = 2 x 5 3 = 10 3
e. 8 x 109 = 8.000.000.000

f. 6,8 x 10−6 = 0,0000068 n


x ×n y = n xy
Raiz de uma potência
SEÇÃO 2 Divisão Quando temos a raiz de uma po-
tência podemos transformá-la em
Propriedades de Dividimos duas raízes entre si uma potência de expoente fracio-
radiciação mantendo o índice e dividindo os nário, ou vice-versa, caso isso fa-
radicandos. cilite a simplificação da expressão
A radiciação é a operação inversa matemática.
da potenciação, na qual: n
x x m
= n n
n n y y xm ⇔ x n
x = y ∴ yn = x
n Exemplos
Sendo: x = y ∴ yn = x
n – é chamado índice; Exemplos 2
3 3 3 3 3 2
x – é chamado radicando. 5 × 3 = 5 × 3 = 15 a. 5 ⇔ 53
a.
√ – é chamado radical.
2 × 3 = 2×3 = 6 −
2

b. b. 7 3 −2 ⇔ 3 7
5
5 5 5
5
=
DICA 7 7 1
c. c. 7 2 ⇔ 7
Devemos lembrar que quan- 4
3 4 3 41
= =
do o índice não aparecer na d. 4 6 6 2 2
4
representação, temos uma d. 20 ,4 ∴ 2 10 ÷2 ∴ 2 5 ⇔ 5
22
raiz quadrada, assim, o índi-
ce é n = 2.
Raiz de raiz
DICA
Quando temos a raiz de outra raiz Muitas vezes podemos fa-
Exemplos podemos transformá-la em uma torar o radicando e obter
única raiz multiplicando os índi- uma potência.
a. 9 = 3 ∴ 32 = 9 ces das raízes.
Exemplo
mn m.n mn
x ∴ x = x
b. 3
8 = 2 ∴ 23 = 8 3
5 5
8 ∴ 23 = 2 5

MATEMÁTICA APLICADA À ELETROMECÂNICA 27


Potência de raiz
Quando temos a potência de uma raiz dizemos que o radicando dessa
raiz está elevado ao mesmo expoente.

( x)
n p
∴ n
xp

Exemplos
3
( 5)
4 3
∴ 4
53 : recordando : 5 4

Aplicando as propriedades já conhecidas:

( 5)
4 3
∴ 4
5 × 4
5× 4
5= 4
5× 5× 5 ∴ 4
53

Redução de radicais ao mesmo índice


Podemos alterar o índice de uma raiz com o objetivo de aplicar alguma
outra propriedade já conhecida, ou mesmo objetivando a simplificação
da expressão matemática.
Procedemos multiplicando ou dividindo o índice da raiz e o expoente
do radicando por um mesmo número, assim, mantemos a sua grandeza.

n×p
n
xm ∴ x m×p

Exemplos

a. 3 32 ∴ 3×2 2×2
3 ∴ 6
34

b. 2 ∴ 2×5 1×5
2 ∴ 10
25

c. 3 3 × 2 ∴ 3×2 1×2
3 × 2×3 21×3 ∴ 6
32 × 6 23 ∴ 6 32 × 23 ∴ 6 9 × 8 ∴ 6 72

28 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Adição e subtração de raízes
Somente podemos somar ou subtrair raízes que forem totalmente iguais,
isto é, que possuírem o mesmo índice e o mesmo radicando.

4 4
3 + 3 = 2.4 3

Exemplos

a. 2 + 5 2 = 6 2

b. 5 7 + 3 7 − 4 7 = 4 7

c. 2 8 + 3 2 ∴ 2 2 3 + 3 2

Aplicando a propriedade de potenciação teremos:

2 22 × 2 + 3 2 .

Lembrando a propriedade de multiplicação de raízes.

2 22 × 2 ⇒ 2 × 2 22 × 2 ⇒ 2 × 2 × 2

Assim:

4 2 + 3 2 ∴7 2

Iniciaremos agora a quinta unidade de estudo. Perceba que já fizemos


uma boa caminhada até aqui. Mas não pense que acabou! Ainda há mui-
to pela frente... Bons estudos!

MATEMÁTICA APLICADA À ELETROMECÂNICA 29


Unidade de
estudo 5
Seções de estudo

Seção 1 – Introdução à equação


Seção 2 – Equação de 1º grau
Seção 3 – Equação de 2º grau
Equação de 1º e 2º grau

SEÇÃO 1
Introdução à equação
Para resolvermos expressões ma- Resolvendo pelas operações inversas:
temáticas aplicamos a lógica,
assim, conseguimos transformar
desafios cotidianos em um “pro- 2.x=3+5
blema matemático”, esse é o pri- x=3+5
meiro passo para entender e resol- 2
ver uma equação de igualdade que x=4
possua pelo menos uma incógnita
(valor que você não conhece) re-
presentada por letra. SEÇÃO 2
Vejamos a condição seguinte. Equação de 1º grau
Pense em um número, multipli-
que-o por 2, diminua 5 e o resul-
tado será 3. Que número é esse?
Definição de equação
Para resolver, devemos nos utili-
zar das operações inversas e ini- Qualquer expressão matemática determinada por uma condição de igual-
ciar pelo fim, veja. dade, formada por uma ou mais letras (variáveis ou incógnitas) que repre-
1º Passo: 3 + 5 = 8 (a adição é sentem valores numéricos desconhecidos. Define-se como sendo de 1º
a operação inversa da subtração). grau quando suas variáveis constituem uma potência de expoente igual a 1.
2º Passo: 8 ÷ 2 = 4 (a divisão é A expressão matemática situada à esquerda da igualdade é denominada:
a operação inversa da multiplica- 1º membro da equação (ou igualdade).
ção). A expressão matemática situada à direita da igualdade é denominada 2º
Assim obteremos o número resul- membro da igualdade (ou equação).
tante que é 4.
Porém podemos descrever o de- 2
x−5 = 3 Onde o " x" é a var iável ou incógnita
safio de forma diferente, veja. Equação Igualdade

1º Passo: “Pense em um núme-


ro”: como não conhecemos esse
número, pode ser qualquer valor,
assim, vamos representá-lo por DICA
uma letra, que tal X? Podemos transformar uma equação em outra equivalente simplifica-
x da adicionando ou subtraindo um mesmo valor em ambos os mem-
bros da equação. Ou ainda, multiplicando ou dividindo seus mem-
bros por um mesmo valor, diferente de zero.
2º Passo: “multiplique-o por 2”:
2.x
Exemplo
3º Passo: “diminua 5”:
2x - 5
x − 5 = 0 Somando 5 a ambos os membros teremos : x − 5(+5) = 0(+5)
4º Passo: o resultado será 3:
Portanto: x = 5
2x - 5 = 3

MATEMÁTICA APLICADA À ELETROMECÂNICA 31


Assim, solucionar uma equação significa encontrar as grandezas de suas Sendo que:
incógnitas, valor esse que deverá respeitar a condição de igualdade. “a”, “b” e “c” são os coeficientes
da equação;
Exemplos de equação de 1º grau o coeficiente “a” deve ser sem-
pre diferente de zero (caso con-
trário, não teríamos uma equação
a. 22xx +
+88=
= 10
10 de 2º grau);
a incógnita “x”, que determina a
2xx =
2 10 −
= 10 −88 equação quadrática, é a grandeza
a ser determinada.
xx = 10 −
10 −88∴x = 2
2 A maneira mais simples e prin-
= 2 ∴x = 2 ∴
∴ xx =
=11
2 2 cipal de se resolver uma equação
quadrática é aplicar a chamada
b. x + 5 = 7 Fórmula de Bhaskara:

x = 7−5 − b ± b 2 − 4ac
x=
2a
x= 2
sendo “a”, “b” e “c” os mes-
mos coeficientes da equação de 2º
grau. A partir dessa fórmula po-
demos encontrar os possíveis va-
SEÇÃO 3 lores para a resolução da equação.
Equação de 2º grau A parcela da Fórmula de Bhaska-
ra b2 - 4ac também é conhecida
Também conhecida como equação quadrática, é uma equação polino- como Δ. Vale salientar que po-
mial matemática. Para que a equação seja considerada quadrática, é ne- demos encontrar duas grandezas
cessário que sua incógnita forme uma potência de expoente 2 e siga a possíveis que atendam a con-
forma geral: dição de igualdade da equação.

ax 2 + bx + c = 0

32 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Exemplo

3x 2 − 7x + 2 = 0

Temos:

a=3 b = –7 c=2

Sabendo-se que:

∆ = b 2 − 4ac

Obteremos:

∆ = (− 7)2 − 4.3.2

Concluindo:

∆ = 49 − 24 ∴ ∆ = 25

Aplicando a Fórmula de Bhaskara:

− 7 ± 25
x=
3

Assim:

−(−7) + 5 12
x1 = ∴ ∴ x1 = 2
3.2 6
−(−7) − 5 2 1
x2 = ∴ ∴ x1 =
3.2 6 3

Visto isso, que tal agora saber se você apreendeu tudo até aqui? Retome
os exemplos. Se possível, refaça-os. Articular teoria e prática, esse é o
segredo. Bom trabalho!

MATEMÁTICA APLICADA À ELETROMECÂNICA 33


Unidade de
estudo 6
Seções de estudo

Seção 1 – Definição de função


Seção 2 – Função de 1º grau
Seção 3 – Função de 2º grau
Função de 1º e 2º Grau

SEÇÃO 1
Definição de função
O conceito de função é um dos
mais importantes em toda a mate-
mática por se tratar de estabelecer DICA
a relação de grandezas entre si. Nesses pequenos exemplos se reflete o conceito de função, perce-
Tem grande importância não só ba que existe uma relação entre as duas grandezas, e que a varia-
pela sua aplicação na Matemática, ção de uma depende da variação da outra.
mas também na Química, Biolo-
gia, Física, entre outras ciências.
Dessa forma, podemos dizer que
a função está presente em nosso Domínio e imagem
dia a dia e nos possibilita entender
melhor o mundo que nos cerca. Nos exemplos anteriores, o peso expressa a grandeza que chamamos
domínio, enquanto a grandeza preço expressa o que chamamos ima-
gem.
Eis alguns exemplos práticos para
compreensão das relações entre Tomando um dos exemplos citados acima, vamos verificar como pode-
grandezas e da importância da mos relacioná-lo com função, utilizando-se de um quadro.
função: No 1º exemplo podemos afirmar que o valor da refeição é de R$15,00/
kg, portanto:
a. o preço de uma refeição em
função do peso;
Peso 0,5 1 1,5 2 2,5
b. a altura de uma pessoa em fun- Preço (R$) 7,50 15 22,50 30,00 37,50
ção de sua idade;

c. o salário de um vendedor em Perceba que o valor da refeição é uma grandeza variável e que o peso
função do volume de vendas; também é uma grandeza variável, assim, podemos afirmar que o preço
é função do peso.
d. a área de um quadrado em fun-
ção da medida seu lado.

MATEMÁTICA APLICADA À ELETROMECÂNICA 35


Notação de uma função
Representamos a função pela letra “f ” e, matematicamente, utilizamos
letras para representar grandezas variáveis, assim, no exemplo citado an-
teriormente vamos utilizar “x” para representar a variável peso e “y”
para a variável preço.

Assim:

y = f(x) ⇒ significa que " y" é função de " x"

A função do exemplo acima fica desta forma:

f(x) = 15.x

SEÇÃO 2
Função de 1º grau

Funções e gráficos
Frequentemente nos deparamos com tabelas e gráficos em jornais, re-
vistas e, especialmente, em empresas. De forma simples, são transmi-
tidos os mais variados tipos de informações, acontecimentos do dia a
dia, desempenho de uma empresa, etc. Pela compreensão de funções
podemos facilmente interpretar e compreender os dados apresentados
nesses gráficos e até projetar possíveis tendências.
Para construir um gráfico baseado numa função, basta atribuir valores
do domínio da função e calcular suas respectivas imagens por meio da
sentença matemática que define essa função.
A função de 1º grau com duas variáveis pode ser representada por uma
equação de 1º grau, em que:

f(x) = a . x + b Valor inicial Portanto: y = a . x + b

Variável determinante

Variação constante

Observação: se a grandeza “a” for positiva, temos uma função crescen-


te; se for negativa, a função é decrescente. Para “a” nulo (a = 0) obtemos
uma função constante.
O valor “b” corresponde à ordenada do ponto no gráfico de f(x) que
cruza o eixo “y”:

36 CURSOS TÉCNICOS SENAI


SEÇÃO 3
Função de 2º grau
Denominamos função de 2º grau
como sendo toda função que tem
o fator de uma potência quadrá-
tica e suas variáveis, por isso, a
Figura 1 - Exemplos de Gráficos da Função de 1º Grau
função de 2º grau também é co-
nhecida como função quadrática.
Exemplo Como vimos em função de 1º
grau, a função de 2º grau também
x é representada por uma equação,
Para a função f(x) =
2 e a equação que melhor represen-
ta uma função de 2º grau é uma
x 2 4 6 8 equação já conhecida nossa:
y 1 2 3 4
f(x) = ax 2 + bx + c .

Obtenção dos valores de “y” em função de “x”:


Observação: para termos uma fun-
ção de 2º grau, o termo “a” deve
x1 2
y1 = ∴ y1 = y1 = 1 ser diferente de “0”.
2 2

y2 =
x2
∴ y2 =
4
y2 = 2 Funções e gráficos
2 2
Como na função de 1º grau ob-
x3 6 temos gráficos que podem repre-
y3 = ∴ y3 = y3 = 3 sentar a função, assim também
2 2
podemos elaborar gráficos a par-
x4 8 tir de uma função de 2º grau.
y4 = ∴ y4 = y4 = 4
2 2 Os gráficos gerados por uma
função de 2º grau têm uma par-
Elaborando o gráfico ticularidade, o resultado das co-
ordenadas obtidas pelos cálculos
formará uma parábola.

x
Figura 2: Gráfico f(x) =
2

Observação: o gráfico de uma função de 1º grau gera uma reta.

MATEMÁTICA APLICADA À ELETROMECÂNICA 37


Exemplo
Vejamos a função: f(x) − x 2 + 6x na qual entendemos: y = -x² + 6x.

Vamos determinar valores para “x” e obter grandezas relativas para “y”.

Elaborando o gráfico

Coordenadas Gráfico

x y Cálculo

1 5 y = - 12 + 6 . 1 y = -1 + 6 y=5

2 8 y = - 22 + 6 . 2 y = -4 + 12 y=8

3 9 y = - 32 + 6 . 3 y = -9 + 18 y=9

4 8 y = - 42 + 6 . 4 y = -16 + 24 y=8

5 5 y = - 52 + 6 . 5 y = -25 + 30 y=5

6 0 y = - 62 + 6 . 6 y = -36 + 36 y=0

Figura 3 - Gráfico de Parábola

38 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Quando a > 0, o gráfico da função forma uma parábola côncava para
cima. Quando a < 0, a parábola é côncava para baixo.

Tabela 3 - Tipos de Parábolas

Fonte: Coser (2009).

Estamos chegando ao final desta unidade curricular. A unidade de es-


tudo que veremos a seguir trata especialmente da trigonometria básica.
Aqui você terá algumas noções introdutórias de trigonometria.

MATEMÁTICA APLICADA À ELETROMECÂNICA 39


Unidade de
estudo 7
Seções de estudo

Seção 1 – Definição de trigonometria


Seção 2 – O triângulo retângulo
Seção 3 – Teorema de Pitágoras, seno,
cosseno e tangente
Seção 4 – Aplicação prática
Trigonometria Básica

SEÇÃO 1
Definição de trigonometria
De origem grega, “trigonon + metria” significa o estudo puro e simples
das medidas dos lados, ângulos e outros elementos dos triângulos. A tri- Hipotenusa: hypoteinusa =
gonometria é usada em várias áreas das ciências, como as Engenharias, a hipó (por baixo) + teino (eu
Física, a Astronomia, a Navegação, etc., segundo Cardoso (2009). estendo).

Para aplicação em nossa área iremos estudar, em particular, os funda- Catetos: cathetós (perpendi-
mentos e as propriedades relativas ao triângulo retângulo e para isso é cular).
fundamental o conhecimento dessa figura geométrica.

SEÇÃO 2
O triângulo retângulo
Triângulo retângulo é todo triângulo que possui um de seus ângulos com
inclinação igual a 90° (ângulo reto). Como já sabemos, a somatória dos
ângulos internos de um triângulo é igual a 180° ∑ Ângulos = 180° , então,
para em um triângulo retângulo os outros dois ângulos somarão 90°
(ângulos complementares) α + β = 90° .
Os lados de um triângulo retângulo são denominados de forma especial,
tomando-se como referência o ângulo reto (90°), de acordo com suas
posições em relação a esse ângulo. O lado oposto ao ângulo reto é a
hipotenusa, ou também o maior lado do triângulo retângulo. Os lados
que formam o ângulo reto são conhecidos por catetos.

Figura 4 - Triângulo Retângulo

MATEMÁTICA APLICADA À ELETROMECÂNICA 41


Identificando os cate-
tos
Como já aprendemos, os cate-
tos são os lados do triângulo que
formam o ângulo reto, devemos
diferenciá-los entre si tomando
como referência outros dois ân-
gulos restantes, pois será necessá-
rio utilizar um desses ângulos, ou
mesmo os dois, para podermos
aplicar as relações trigonométri-
cas ao triângulo retângulo. Figura 5 - Ângulos Complementares

Esse ângulo complementar será


considerado o ângulo de referên- Cateto oposto e cateto adjacente
cia para basear os cálculos mate- Orientados por esse ângulo de referência determinado, podemos distin-
máticos que iremos estudar, bem guir os catetos e identificar adequadamente todas as características do
como orientar as práticas envolvi- triângulo retângulo analisado.
das nesta unidade.

É primordial a interpretação cor-


Cateto oposto
reta de um triângulo retângulo e a Entendemos por cateto oposto o lado do triângulo que fica oposto ao
identificação de suas informações, ângulo determinado como ângulo de referência.
em especial seus catetos, para que
possamos desenvolver os cálculos
necessários e compreender suas
relações. Portanto, continue ante-
nado em sua aprendizagem.

Figura 6 - Ângulo de Referência: Cateto Oposto

42 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Cateto adjacente
Entendemos por cateto adjacente o lado do triângulo que forma conjun-
tamente com a hipotenusa esse mesmo ângulo de referência.

Figura 8 - Teorema de Pitágoras

Nota: alterando o ângulo de referência, alteramos os ca- Seno


tetos oposto e adjacente.
Num triângulo retângulo, o sen de
determinado ângulo de referência
é dado pela razão (divisão) entre o
Figura 7 - Ângulo de Referência: Cateto Adjacente cateto oposto (CO) a esse ângulo
e a hipotenusa (HIP).

SEÇÃO 3 senα =
CO
HIP
Teorema de Pitágoras, seno, cosseno e tangente

Teorema de Pitágoras
Existe uma relação direta entre os lados de um triângulo e por meio des-
sa afirmação foi elaborada uma teoria na qual Pitágoras pôde demons-
trar que: "Em um triângulo retângulo, a hipotenusa ao quadrado é igual
à soma dos quadrados dos catetos".

hip 2 = cateto2 + cateto2

Figura 9 - Lei do Seno

MATEMÁTICA APLICADA À ELETROMECÂNICA 43


Cosseno
Num triângulo retângulo, o cos de
determinado ângulo de referência
é dado pela razão (divisão) entre o
cateto adjacente (CA) a esse ângu-
lo e a hipotenusa (HIP).

CA
cosα =
HIP

Figura 11 - Lei da Tangente

Exemplo
Determinar as dimensões faltantes para o triângulo retângulo abaixo.

Figura 10 - Lei do Cosseno

Tangente Dados: ângulo 30° e CO 122 mm.


Num triângulo retângulo, a tg de Sendo a dimensão “x” o CA em relação ao ângulo de referência, aplica-
determinado ângulo de referência mos a fórmula da tangente:
é dada pela razão (divisão) entre CO 122 122
o cateto oposto (CO) e o cateto tgα = ∴ tg30° = ∴x = ∴ x = 211,3mm
CA x tg30°
adjacente (CA) a esse ângulo. Po-
demos também dividir o valor do Utilizando os mesmos dados e sendo “y” a hipotenusa, aplicamos a fór-
seno do ângulo pelo valor do cos- mula do seno:
seno do mesmo ângulo e, assim,
obteremos a sua tangente, CO 122 122
senα = ∴sen30° = ∴y = ∴ y = 244mm
Hip y sen30°
CO senα
tgα = ou tgα = Sendo “α” um ângulo complementar:
CA cosα

α + β = 90° α + 30° = 90° ∴α = 90° − 30°


α = 60°

44 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Os gregos, há mais de 2000 anos,
SEÇÃO 4 conseguiram determinar o raio da Trigonometria: Astronomia,
Aplicação prática Terra (distância inacessível). Cartografia e Navegação Oce-
ânica.
Os astrônomos precisaram, no
A trigonometria nasceu entre os passado, determinar a distância da
gregos e foi aplicada à Astrono- Terra até a Lua.
mia pura. Suas primeiras apli-
Muito utilizada ainda hoje pelos
cações práticas ocorreram com
navios para determinar distâncias
Ptolemaios, por volta do ano 150
entre ilhas, de sua posição até a
d.C., que a usou para determinar a
costa, etc.
latitude e a longitude de cidades e
de outros pontos geográficos em Os cartógrafos se utilizam dos
seus mapas. recursos trigonométricos para de-
terminar a altura de montanhas,
Do mundo grego, a trigonometria
o comprimento de rios, desenhar
passou para a Índia, onde era usa-
mapas, etc.
da a partir do século V nos cál-
culos astrológicos. No ano 800, Um engenheiro aplica a trigono-
aproximadamente, ela chegou ao metria para determinar larguras
mundo islâmico, onde foi muito de rios e assim construir uma
desenvolvida e utilizada na Astro- ponte, em dimensionamentos de
nomia e Cartografia. Alcançou, componentes mecânicos, etc.
com os livros de Ptolemaios, a Em atividades de produção, nas
Europa Cristã em torno do ano quais operadores de equipamen-
de 1100. Com os portugueses, en- tos de usinagem determinam re-
controu uma aplicação de enorme gulagens para preparação de má-
valor econômico na navegação quinas operatrizes ou fabricação
oceânica. de produtos.
Até cerca do ano de 1600, todas Como podemos notar, são inúme-
as aplicações da trigonometria ras as possibilidades de aplicação
nada tinham a ver com problemas da trigonometria em nosso coti-
de agrimensura ou topografia. diano e, em especial, em nossas
A trigonometria possui uma in- atividades. Encontre você mesmo
finidade de aplicações práticas, outras possibilidades de aplicação
vejamos alguns exemplos que en- da trigonometria em sua vida. Va-
volveram a necessidade da aplica- mos! Não é difícil...
ção da trigonometria e que ainda
hoje continua sendo largamente
aplicada:

MATEMÁTICA APLICADA À ELETROMECÂNICA 45


Finalizando
Este material foi elaborado de forma a relacionar todos os assuntos abordados com a vivência
prática necessária para o desenvolvimento das atividades profissionais inerentes ao seu curso.

Todos os temas abordados são de fundamental importância para o seu crescimento profissional
e pessoal dentro do ambiente de trabalho, bem como para o seu crescimento social, procurando
lhe proporcionar capacitação para que se torne autodidata, possa se aprofundar cada vez mais nos
assuntos e, assim, crescer no mercado de trabalho tão concorrido e exigente.

Esperamos ter atingido nossos objetivos e desejamos que você possa aprofundar seus conheci-
mentos e desenvolver suas habilidades e atitudes.
Sucesso!

MATEMÁTICA APLICADA À ELETROMECÂNICA 47


Referências
▪▪ CARDOSO, Adriano Sumar. Matemática na cabeça: Trigonometria. 2009. Disponível
em: <http://profdrico.sites.uol.com.br/trigono2.html>. Acesso em: 20 out. 2009.

▪▪ COSER, Marcelo Cóser. Funções de 1º grau. 2009. Disponível em: <http://www.marce-


locoser.com.br/03_funcoes1.pdf>. Acesso em: 01 nov. 2009.

▪▪ NEVES, Márcio. Proporção. [200-?]. Disponível em: <fadepe.com.br/restrito/conteudo/


matematica_proporcao.doc>. Acesso em: 10 jan. 2010.

Bibliografia complementar

▪▪ COLÉGIO Trilíngue Inovação. Disponível em: <http://www.colegioinovacao.com.br/


cms>. Acesso em: 30 out. 2009.

▪▪ FACCHINI, Walter. Matemática para a escola de hoje: guia pedagógico. São Paulo: FTD,
2006. 280 p.

▪▪ IEZZI, Gelson; DOLCE, Osvaldo; DEGENSZAJN, David Mauro. Matemática: ciência e


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MATEMÁTICA APLICADA À ELETROMECÂNICA 49

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