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0 poeta e Íascista
Gabriele d'Annunzio
observa um desfile dos
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-W da sacada da prefeitura
em Milã0, 1922.
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lini adotou o símbolo romano de autoridade, o feixe de varas, ou fasci, como o ícone de
seu novo partido, o fascista.
Enquanto Mussolini ocupava-se em estabelecer seu Partido Fascista, muitos dos
seus ex-camaradas no Partido Socialista ltaliano desviavam-se cada vez mais para a
esquerda, inspirados pelo exemplo soviético. lnflação e desordem econômica levaram
operários em muitas fábricas no norte da ltália a entrar em greve e ocupar'as instala-
ções, arrebatando o controle dos proprietários,
Por toda a dinâmica e ativismo brutal dos seus adeptos, e o fato de que o governo em
Roma parecia complacente com osfascistas infratores da lei, o partido de Mussolinifoi
mal nas eleições. Apesar da introdução da representação proporcional, os fascistas não
conquistaram quaisquer assentos em 1920 e ganharam apenas 35 (7"/" da votação) em
maio de 1921, quando o premiê liberal Giolitti deu-lhes seu apoiotácito.
Mussolini reconhecia que os integrantes do parlamento davam certas vantagens a
seus adeptos, tais como imunidade de prisão por suas ações violentas mas também via
que não tinha chances de chegar ao poder por meio de eleições. Para isto, fazia-se ne-
cessário um aguçamento da crise interna da ltália. Até certo ponto, a esquerda radical
O LIVRO DE OURO DAS REVOLUçÕES I T57
fez o seu jogo em I92I, ao rachar o Partido Socialista e estabelecer um Partido Comu-
nista abertamente aliado ao regime de Lenin em Moscou.
Tamanha polarização da política italiana serviu bem a Mussolini. Apostando no te-
mor ao comunismo, deu rédeas soltas aos seus camisas-pretas, enquanto em Roma o
jogo melodioso das cadeiras parlamentares, cuja representação proporcional favoreceu
a eleição de uma hoste de pequenos grupos para o parlamento, viu outra coalizão gover-
namental fraca instalada em fevereiro de 1922.
MUSS0UÌil É SUsrSilillOO
uma virtude fascista "cada mulher é uma mãe por seu destino natural,' mas prin-
-
cipalmente porque queria produzir jovens
-,
mais homens para suas planejadas guerras
de conquista,
Mussolini queria mobilizar os recursos da ltália para criar uma grande potência mi-
litar que resgatasse o prestígio há muito tempo perdido do lmpério Romano na região
do Mediterrâneo. Contudo, Mussolini confundiu sua retórica sobre o poder italiano com
a realidade.
Em 1935 ele invadiu a Etiópia, mas só foi bem-sucedido em derrotar os etíopes pre-
cariamente equipados ao usar táticas de terror como gás tóxico. Ao invés de aprender as
lições da medíocre preparação da ltália, Mussolini utilizou valiosos recursos italianos e
enviou 70 mil soldados para lutar na Espanha em 1936.
A megalomania visionária de Mussolini piorou quando seu aliado alemão, Hiiler,
conquistou vitórias fáceis sobre a Polônia, Países Baixos e França, fazendo Mussolini
concluir que os Aliados já estavam derrotados. Assim, ele declarou guerra à França e à
Grã-Bretanha em 10 de junho de 1940 para garantir sua parte no espólio. A lnglaterra,
contudo, continuou a luta e em breve a precariedade do poder militar italiano se revelou
no norte da África e por uma desastrosa invasão à Grécia. As tropas alemãs resgataram
as italianas a princípio, mas, quando Hitler invadiu a União Soviética e depois declarou
guerra aos Estados Unidos em 1941, o equilíbrio de poder mudou mais uma vez contra
os países do Eixo, e os exércitos italianos sofreram baixas terríveis.
Em casa, a popularidade de Mussolini decaía, e muitos fascistas, generais e o rei
começaram a buscar meios de escapar da catástrofe inevitável. A ditadura de Mussolini
Um grupo de soldados
do Erército Abissínio (na
Etiópia) canega escudos
reÍorçados e fuzis durante
a guena perdida para a
Itália, março de 1936.
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