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IMPOSTO
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer
atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Tributo não vinculado à atividade estatal. Não tem contraprestação do estado. Para o pagamento do
imposto, basta a realização pelo particular, do fato gerador, não correspondendo a preço por vantagens
que o estado conceda ao obrigado, mas captação de riqueza para o tesouro público. Este é o motivo do
imposto ser um tributo unilateral. Para ser exigido o imposto de certo indivíduo, não é preciso que o
Estado lhe preste algo determinado.
Ex: Caio, proprietário de uma casa, localizada na zona urbana, deve pagar o IPTU, sem qualquer atuação
estatal paralela. Porém, quando o município presta a Caio um serviço público específico e divisível, Caio
deve pagar uma taxa de serviço ao ente político
A receita do imposto não pode se atrelar a qualquer órgão, fundo ou despesa, consoante proibição
derivada do principio da não-afetação (IV art 167 CF).
Impostos e competência:
União
II – Imposto de importação; 153-I
IE – de exportação; 153 II
IR – Renda; 153 III
IPI – Produtos Industrializados; 153 IV
IOF – sobre Operações Financeiras, 153 V
ITR – Territorial Rural, 153 VI
IGF – Sobre Grandes Fortunas, 153 VII
Imposto residual: impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; 154 I
Imposto Extraordinário de Guerra: na iminência ou no caso de guerra externa, impostos
extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos,
gradativamente, cessadas as causas de sua criação. 154 II
Municípios:
IPTU – Propriedade territorial urbana – 156 I e 32 CTN
ITBI – Transmissão de bens inter vivos – 156 II
ISSQN – Sobre serviços de qualquer natureza: excetuados os casos de ICMS; 156 III
Os impostos previstos na CF devem ser instituídos por meio de lei ordinária, porém o IGF e o Imposto
Residual atrelam-se à lei complementar.
TAXA
Tributo imediatamente vinculado à ação estatal, atrelando-se à atividade pública, e não à ação do
particular. Seu fato gerador não é um fato do contribuinte, mas um fato do Estado.
Diferença taxa e imposto: Taxa é um tributo vinculado a uma contraprestação direta e os impostos são
tributos desvinculados de qualquer contraprestação.
As taxas podem ser criadas pela A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, a semelhança do
que ocorre com os impostos, segundo art 147 CF. Não é adequado afirmar que território federal pode
instituir taxa.
O fato gerador da taxa é o exercício do regular do poder de polícia (atividade do estado que verifica o
cumprimento das exigências legais pertinentes e concede a licença, a autorização, o alvará...) ou a
utilização efetiva ou potencial de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto
à sua disposição (especifico é o serviço em que se discriminar o usuário e divisível é aquele suscetível de
utilização individual pelo contribuinte ex: esgoto).
Serviços públicos universais não remunerados por taxas: Segurança pública, Limpeza pública (varrição,
lavagem, capinação, desentupimento de bueiros pois é prestação de serviço indivisível e inespecifico,
insuscetível de ser referido a determinado contribuinte.) Devem ser remunerados por impostos.
Iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. A taxa de limpeza pública (inconstitucional)
não se confunde com a costumeira taxa municipal de coleta domiciliar de lixo, que é considerada válida
pelo STJ uma vez que tende a beneficiar unidades imobiliárias autônomas. Obras de pavimentação
asfáltica devem ensejar contribuição de melhoria e não taxa, em face da ausência dos requisitos da
especificidade e divisibilidade.
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
Art 81 CF
Toda vez que o poder público realizar uma obra pública que trouxer benefícios traduzíveis em valorização
para os proprietários de bens imóveis, poderá ser instituída contribuição de melhoria, desde que vinculada
a exigência por lei. É tributo federal, estadual ou municipal.
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
Tributo que consiste na tomada compulsória de certa quantidade em dinheiro do contribuinte a título de
"empréstimo", para que este o resgate em certo prazo, conforme as determinações estabelecidas por lei.
Pode ser instituído para atender despesas extraordinárias (calamidade pública e guerra externa) e para
investimento público de carater urgente e interesse nacional.
Fato gerador: Não é a guerra, a calamidade pública, nem o investimento publico, porem estes, nas
circusntancias previstas, condicionam o exercicio da competencia tributaria e direcionam a aplicação do
produto da arrecadação.
CONTRIBUIÇÕES
Art 149 e 149-A CF
O que caracteriza as contribuições especiais é que o produto de suas arrecadações deve ser carreado para
financiar atividades de interesse público, beneficiando certo grupo, e direta ou indiretamente o
contribuinte.
Princípio legalidade: As contribuições devem ser instituidas por lei ordinaria. Diante da majoração da
contribuição social por meio de decreto presidencial, para que tenha eficácia no mesmo exercício
financeiro da sua aplicação, será possivel afirmar que tal majoração é inconstitucional, pois depende de
lei, ainda que tenha eficácia do mesmo exercício financeiro ao da sua aplicação.
Princípio anterioridade: todas as contribuições devem respeitar os princípios da anterioridade anual e
nonagesimal.
Principio vedação ao confisco: no campo das contribuições, a nocao de confisco despontará quando
houver desproporção entre o vulto da exação e a atuação do Estado, ou, igualmente, quando inexistir a
atuação estatal.
Contribuição anuidade: Visa prover de recursos os órgaos controladores e fiscalizadores das profissões.
Art. 149-A - Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas
leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de
energia elétrica.
Nenhum tributo será instituído ou aumentado, a não ser por intermédio de lei. O consentimento emanará
da lei ordinária. Este é o veículo normativo hábil a instituir e a aumentar as exações tributárias.
Ex: Se há um IPTU em dado município, há, por certo, uma lei ordinária municipal que o instituiu e que
deverá veicular, quiçá, um possível aumento.
Todavia, há casos de tributos federais que, obedecendo ao postulado da legalidade tributária, avocam o
processo elaborativo de edição de lei complementar. São eles: IGF, Emp. Compulsório, Impostos
Residuais, Contribuições social-previdenciárias Residuais.
As matérias cabentes à lei complementar não poderão ser objeto de medida provisória. Daí se afirmar, p. ex., que
seria inconstitucional um empréstimo compulsório ou mesmo, uma residual contribuição-social previdenciária,
instituídos por medida provisória.
O principio da legalidade comporta exceções: Segundo art 153 §1º CF, há quatro impostos federais que poderão ter
suas alíquotas majoradas ou reduzidas por ato do Poder Executivo Federal, o que se dá comumente por decreto
presidencial ou portaria do Ministro da Fazenda: II, IE, IPI, IOF, Cide-Combustivel e ICMS-Combustivel (EC
33/2001).
Ex: Lei do IE estipula alíquota de 20% para um certo bem exportável. Pode o PE reduzi-la para 10% e, se quiser,
retorná-la a seu patamar máximo de 20%.
Atualmente, sabe-se que a medida provisória (art 62 §2º) é meio idôneo de instituição e majoracao de imposto.
Pode haver MP para criar e aumentar imposto. Assim não há inconstitucionalidade em aumento de ITR, de IR ou
outro imposto federal por MP.
Princípio Anterioridade
A anterioridade objetiva ratificar o sobreprincípio da segurança jurídica, evitando-se que o contribuinte se veja
diante de inesperada cobrança tributária.
Anterioridade ≠ Anualidade
Anualidade: Nenhum tributo poderia ser exigido sem que a lei instituidora ou majoradora tivesse obtido a
autorização orçamentária. Diante disso, a arrecadação de um novo tributo ou aumento dos já existentes,
eventualmente não inscritos na lei orçamentária, demandaria a espera do próximo orçamento.
Anterioridade: Exige que a lei instituidora ou majoradora do tributo seja publicada antes do final do exercício
financeiro.
Porém, uma lei que extinga ou reduza um tributo, mitigue-lhe uma alíquota, conceda isenção ou dilate o prazo para
pagamento, sem provocar qualquer onerosidade, deverá produzir efeitos imediatos, com pronta incidência.
Ex: Em 20/03/00 o Presidente editou MP aumentando alíquota da contribuição social a cargo das empresas
destinadas à seguridade social. Tal norma incidirá no 91º dia a contar de 20/03/00
Em 20/03/00 o Presidente editou MP reduzindo a alíquota da contribuição social a cargo das empresas destinadas à
seguridade social. Tal norma incidirá na data da publicação da MP (20/03/00).
Anterioridade anual: Determina que os entes tributantes não podem cobrar tributos no mesmo exercício
financeiro que tenha sido publicada a lei majorada ou instituidora do comando.
Anterioridade nonagesimal: Veda a cobrança de tributos antes de decorridos 90 dias da data em que tenha sido
publicada a lei que haja instituído ou majorado o tributo.
Deve ser obedecer à anterioridade anual e nonagesimal cumulativamente.
Ex: Lei majorou um tributo em 15/12/07. Aumento: Projeta-se incidência para o ano seguinte em respeito a
anterioridade anual: 01/01/08. Após, projeta-se a incidência para o 91º dia a contar do termo inicial (15/12/07)
chegando a uma data final em meados de março de 2008. Por fim, escolhe-se a data maior.
Irretroatividade e Anterioridade:
O convívio entre os dois principios é intimo. Ex: Em 10/08/2008, publica-se lei instituidora de um certo tributo,
entrando a norma em vigor nessa mesma data. De inicio, assegura-se que todos os fatos geradores anteriores à data
mencionada 10/08/2008 não serão atingidos pela lei tributaria. O respeito com a anterioridade fará com que se
postergue a eficácia para o primeiro dia do exercício financeiro seguinte (01/01/09). Assim, em consonancia com
os princípios da anterioridade e irretroatividade tributarias, a mencionada lei atingirá apenas fatos geradores
ocorridos a partir de 01/01/09.
O art 106 II do CTN, aproximando-se do campo afeto as sanções tributarias, permite que se aplique retroativamente
a lei nova, quando mais favorável ao sujeito passivo, comparativamente à lei vigente a época da ocorrência do fato.
Trata-se de comando que se refere às infrações e penalidades, e não ao tributo em si mesmo. O não pagamento do
tributo não avoca a aplicação retroativa do art 106 do CTN caso sobrevenha uma normal isentiva da exação
tributária.
A aplicação retroativa da lei tributaria não é admitida quando estabelecer hipótese de isenção. A lei tributaria não
será aplicada a fato anterior a sua vigência, quando extinguir tributo, já que vem em beneficio do contribuinte.
Art. 144 CTN- O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então
vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
Urge destacar que inexistem imunidades para as contribuições de melhoria e os empréstimos compulsórios. Acresça-se
também o fato de que as imunidades circunscritas, em geral a um único tributo, diante de conveniências especiais, são
denominadas imunidades especificas. Há relevantes preceitos imunitorios afetos a um e outros impostos:
a) Não-incidencia do ICMS na operação que destine combustível a outro Estado da Federação.
b) A não incidência de ITBI sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa
jurídica.
A imunidade recíproca dos entes federados não abrange as taxas.
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas (b) e (c), compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços,
relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
O preceptivo que desonera, alcança o patrimônio mobiliário e imobiliário dos tempos, as rendas e os serviços
vinculados a finalidades religiosas. Assim, não há incidência de IPTU sobre o prédio utilizado para culto, IPVA sobre
o veiculo utilizado para o trabalho eclesiástico, ITBI sobre aquisição de prédio destinado ao tempo, IR sobre dízimos e
doações e nem ISS sobre batismos.
Casos:
1. Igreja A, proprietária de dezenas de imóveis, locados a terceiros, questiona se deve haver a imunidade de
IPTU sobre os bens a estes alugados.
Não, pois há que se estender a imunidade aos tais bens imóveis da Igreja A, desde que se prove tratar-se de
atividade correlata de uma ação ocasional, e não de uma atividade principal. É razoável a locação de uma,
duas ou mais sem a finalidade econômica e concorrência desleal; todavia, locando-se dezenas de bens,
configuraria uma feição de imobiliária celestial, não se fazendo justiça ao lhe estender a benesse
constitucional.
2. Igreja B, verificando o mercado de roupas, decidiu abrir uma fabrica, haja vista o êxito alcançado pelas
empresas locais na mencionada atividade. Questiona se deve haver imunidade de ICMS sobre a saída de
mercadoria do estabelecimento comercial.
Não, há que se estender a imunidade às mercadorias comercializadas pela Igreja B, desde que se prove tratar-
se de atividade conexa de uma ação ocasional, a titulo precário, sem cunho empresarial. A imunidade deve
cessar a partir do momento em que o templo passa a exercer atividade econômica em caráter empresarial.
3. Igreja C, arrendou um terreno, localizado ao lado do templo para uma empresa particular, a fim de que esta
viesse a explorar a atividade econômica de estacionamento de veículos. Assim, questiona se deve haver a
imunidade quanto ao IR, relativamente a renda auferida da atividade.
No problema não ficou claro se o imóvel é utilizado como estacionamento com o intuito de auferir recursos a
serem utilizados no objeto social dessa entidade. Nesse caso, não remanesce duvida de que deve subsistir a
imunidade. O estacionamento, sendo utilizado apenas pelos fieis, pagando ou não pela utilização do recinto,
será palco de inequívoca imunidade, porquanto a renda é proveniente dos seguidores do templo. Por outro
lado, sendo aberto ao publico, para uso coletivo, a manutenção dos efeitos da norma imunitoria já se torna
duvidosa.
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais
dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei;
Trata-se de dispositivo que hospeda imunidade não autoaplicaveis, pois atrela a fruição da benesse
constitucional ao cumprimento de requisitos definidos na lei complementar (CTN ART 14 I a III).
Desse modo, por exemplo, sendo locatárias a igreja, o partido político ou a entidade beneficente, haverá
normal incidência sobre o proprietario, pois as clausulas contratuais que deslocam o onus para terceira
pessoa não tem o condao de alterar a sujeicao passiva.
Assim, permance imune ao IPTU o imóvel alugado a terceiro, pertencente à entidade que goza de
imunidade tributaria, desde que o valor dos alugueis seja aplicado nas atividades essenciais de tais
entidades. Não permanece imune ao IPTU o imóvel alugado a terceiro, pertencente à entidade que goza de
imunidade tributaria, qualquer que seja a destinação do valor dos alugueis arrecadados.
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas (b) e (c), compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços,
relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
Pacificado o entendimento de que o benefício não alcança só o papel, mas também os filmes e papeis
fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos. Estão incluídas nesse entendimento as
revistas.
Art. 2 CTN O sistema tributário nacional é regido pelo disposto na Emenda Constitucional n. 18, de 1º de
dezembro de 1965, em leis complementares, em resoluções do Senado Federal e, nos limites das respectivas
competências, em leis federais, nas Constituições e em leis estaduais, e em leis municipais.
Lei complementar institui normas gerais e a lei ordinária institui normas específicas, detalhes.