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GRAN CURSOS

Escola para Concursos Públicos

Disciplina: Direito Constitucional


Professor: Sérgio Wagner - sergiow@mpdft.gov.br
Bacharel em Direito. Pós-Graduado em Direito Público, Estado e Constituição.

PODER JUDICIÁRIO (art. 92/126)


RESUMO

O art. 2º da CF preceitua que são Poderes da União, independentes e


harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Cada um desses Poderes exerce sua respectiva função TÍPICA. Porém
exercem também funções ATÍPICAS.
Assim temos:
A) Funções típicas do Legislativo → LEGISLAR e FISCALIZAR.
Funções atípicas do Legislativo → ADMINISTRAR seus serviços e
JULGAR determinadas Autoridades.
B) Função típica do Executivo → ADMINISTRAR.
Funções atípicas do Executivo → LEGISLAR e JULGAR.
C) Função típica do Judiciário → JULGAR.
Funções atípicas do Judiciário → ADMINISTRAR seus serviços e
LEGISLAR (Criação de seus Regimentos Internos, por exemplo).

Órgãos do Poder Judiciário

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:

I - o Supremo Tribunal Federal;

I-A o Conselho Nacional de Justiça;

II - o Superior Tribunal de Justiça;

III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;


IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;

V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;

VI - os Tribunais e Juízes Militares;

VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

ORGANOGRAMA DO PODER JUDICIÁRIO

STF

CNJ

STJ TST TSE STM

TRFs TJ Estaduais TRTs TREs


e do Dist.

VARAS JUNTAS Auditorias


VARAS e VARAS e ELEITORAIS E
FEDERAIS e JUÍZES JUÍZ. Militares e
JUÍZES
JUÍZES ESTADUAIS TRAB ELEITORAIS Juízes Milit.
FEDERAIS.

Visualizando o organograma acima faremos as seguintes observações:


1ª) Compõem a 1ª Instância da Justiça Brasileira:
1 - Varas Federais e Juízes Federais.
2 - Varas Estaduais e Juízes Estaduais.
3 - Varas e Juízes do Trabalho.
4 - Juntas Eleitorais e Juízes Eleitorais.
5 - Auditorias Militares e Juízes Militares.

2ª) Compõem a 2ª Instância da Justiça Brasileira:


1 – Tribunais Regionais Federais.
2 – Tribunais de Justiça dos Estados e Tribunal de Justiça do Distrito
Federal e dos Territórios.
3 – Tribunais Regionais do Trabalho.
4 – Tribunais Regionais Eleitorais.

3ª) São Tribunais Superiores:


O Superior Tribunal de Justiça.
O Tribunal Superior do Trabalho.
O Tribunal Superior Eleitoral.
O Superior Tribunal Militar.

4ª) São tribunais de SUPERPOSIÇÃO: o Supremo Tribunal Federal e o Superior


Tribunal de Justiça.

5ª) O Supremo Tribunal Federal e os tribunais superiores (STJ, TST, TSE e


STM) têm jurisdição em todo o território nacional. Isso significa que estes
tribunais possuem competência para julgar processos oriundos de qualquer parte
do País. Jurisdição quer dizer: compor litígios, julgar, dizer qual é o direito
aplicado ao caso concreto, a fim de pacificar as partes que se encontram em
contenda. Tal atividade (jurisdição) tem a característica da definitividade. Assim,
decidida a causa pelo Poder Judiciário, não podem o Poder Legislativo ou o
Poder Executivo modificá-la.
6ª) O Conselho Nacional de Justiça integra o Poder Judiciário e tem sede na
Capital Federal, porém não possui JURISDIÇÃO. Em outras palavras, o
Conselho Nacional de Justiça não julga processos judiciais. Suas atribuições se
limitam ao controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário
e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes (§ 4º do inciso XIII do
art. 103-B da CF/88. Pela importância do assunto, vamos insistir: O CONSELHO
NACIONAL DE JUSTIÇA (a) tem sede na Capital Federal (Brasília), (b) integra o
Poder Judiciário, (c) é órgão de controle interno do Poder Judiciário, porém (d)
não julga processos judiciais, (e) não é instância recursal, ou seja, não é possível
se recorrer ao Conselho Nacional de Justiça para que ele modifique alguma
sentença ou acórdão proferidos por algum juiz ou Tribunal, (f) sua função reside
no controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário.

A Constituição Federal, a partir do seu art. 93, estabelece um conjunto de


princípios e regras, as mais variadas possíveis, para a organização do Poder
Judiciário, de seus membros e de seus serviços. Assim, é exigência
constitucional que o ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de JUIZ
SUBSTITUTO, se dará mediante CONCURSO PÚBLICO de PROVAS e
TÍTULOS, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em TODAS
AS FASES DO CONCURSO.
O que primeiro se observa dessa regra é a exigência de concurso público
para o ingresso na carreira de magistrado. Segundo, vale dizer, tal concurso será
de PROVAS e TÍTULOS, não se admitindo concurso para a magistratura
somente de provas. Peculiaridade interessante é a exigência de que a Ordem
dos Advogados do Brasil (OAB) participe do concurso em todas as suas fases,
seja impugnando inscrição de candidato que não preenche requisitos mínimos
para a inscrição, seja elaborando questões, julgando eventuais recursos, etc.
Também não se olvide de que o candidato deve demonstrar que possui, no
mínimo, três anos de atividade jurídica, cantados a partir da conclusão do curso
de direito e, sendo aprovado no concurso, será nomeado, obedecida a ordem de
classificação. Porém, a aprovação de candidato em concurso público não lhe dá
o direito à nomeação.
Esta última afirmação merece um comentário adicional!
O candidato aprovado dentro do número de vagas previstas no edital do
concurso tem direito à nomeação. Essa é a orientação perfilhada pelo STJ.
Senão vejamos:
DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE
SEGURANÇA.
CONCURSO PÚBLICO. CANDIDATO APROVADO DENTRO DO NÚMERO DE
VAGAS PREVISTO NO EDITAL. DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO.
EXISTÊNCIA. PRECEDENTES DO STJ. RECURSO PARCIALMENTE
PROVIDO.
1. O Superior Tribunal de Justiça firmou compreensão segundo a qual o
candidato aprovado em concurso público dentro do número de vagas previsto
no edital tem direito subjetivo de ser nomeado e empossado no prazo de
validade do certame.
2. Recurso ordinário parcialmente provido.
(RMS 26.447/MS, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA,
julgado em 10/09/2009, DJe 13/10/2009)

Já os candidatos aprovados FORA do número de vagas previstas no edital


possuem mera expectativa de direito, conforme a orientação do Egrégio STJ:

DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE


SEGURANÇA.
CONCURSO PÚBLICO. APROVAÇÃO FORA DO NÚMERO DE VAGAS
PREVISTO NO EDITAL. MERA EXPECTATIVA DE DIREITO. PRORROGAÇÃO
DO PRAZO DE VALIDADE. ATO DISCRICIONÁRIO. RECURSO IMPROVIDO.
1. O candidato aprovado em concurso publico fora do número de vagas
previsto no edital tem mera expectativa de direito à nomeação. Com isso,
compete à Administração, dentro do seu poder discricionário e atendendo aos
seus interesses, nomear candidatos aprovados de acordo com a sua
conveniência, respeitando-se, contudo, a ordem de classificação, a fim de evitar
arbítrios e preterições.
2. A prorrogação do prazo de validade de concurso público é ato discricionário da
Administração, sendo vedado ao Poder Judiciário o reexame dos critérios de
conveniência e oportunidade adotados.
3. Recurso ordinário improvido.
(RMS 25.501/RS, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA,
julgado em 18/08/2009, DJe 14/09/2009)

Pode-se afirmar que este também é o entendimento perfilhado pelo


Supremo Tribunal Federal.
Pois bem, o candidato aprovado no concurso da magistratura e nomeado
para o cargo de juiz substituto, adquirirá VITALICIEDADE após DOIS anos de
efetivo exercício. Perceba que esta VITALICIEDADE diz respeito ao juiz que
ingressa nos quadros da magistratura de 1ª Instância. Se o ingresso do
magistrado se der diretamente na 2ª Instância ou diretamente nos Tribunais
Superiores ou mesmo no Supremo Tribunal Federal, a VITALICIEDADE é
adquirida no ato da POSSE. Em outras palavras, quando o um indivíduo é
nomeado para integrar um Tribunal de 2ª Instância, pela regra do Quinto
Constitucional (art. 94 da CF/88), um Tribunal Superior ou o STF, esta pessoa
não precisa cumprir dois anos de estágio probatório. No momento da posse
adquiri a vitaliciedade, só perdendo o cargo por sentença transitada em julgado.
Assim, o magistrado de 1ª Instância submete-se ao estágio probatório de
dois anos, findo esse prazo de efetivo exercício, adquire a VITALICIEDADE.
Também não se olvide que o juiz, além da vitaliciedade, pode titularizar-se numa
vara. Expliquemos!
O juiz, enquanto for substituto, não tem um lugar definitivo para exercer
suas atribuições. Ora, o próprio nome ajuda já indica que o juiz substituto
exercerá atribuições de substituição dos demais juízes que porventura se
afastam de suas varas. Seja por motivo de férias, doença, licença para tratar de
assuntos particulares, licença gestante e tantos outros casos, o juiz titular terá
um substituto para assumir, na sua ausência, aquela vara. O que de importante
tem nisso tudo é que a CF/88 estabelece que o juiz titular resida na respectiva
comarca onde atue, salvo autorização do Tribunal para que resida em outra
localidade. Mas lembre-se, essa regra aplica-se tão somente ao juiz titular da
vara e não ao substituto.
Quanto à promoção de magistrados, dela também se ocupou a CF/88 no
art. 93, inciso II, alíneas a, b, c, d, e.
Há duas formas adotadas para a promoção de magistrados.
Alternadamente, por antiguidade e por merecimento. Essas promoções
obedecerão as seguintes regras:
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou
cinco alternadas em lista de merecimento.
b) a promoção por merecimento pressupõe dois nãos de exercício na
respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de
antiguidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o
lugar vago.
c) Aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios
objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela
freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de
aperfeiçoamento.
d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais
antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme
procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação
até fixar-se a indicação.
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu
poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o
devido despacho ou decisão.

Da mesma forma, o acesso aos Tribunais de 2º Grau far-se-á por


antiguidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única
entrância.
Ponto interessante, e que não deve ser esquecido, diz respeito ao ato de
REMOÇÃO, DISPONIBILIDADE e APOSENTADORIA de magistrado, por
INTERESSE PÚBLICO. É sabido que aos magistrados foram outorgadas
garantias funcionais – vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de
subsídios. Ora, a inamovibilidade impede que o juiz seja removido para outro
local ou mesmo promovido sem a sua anuência. Todavia, tal inamovibilidade não
é absoluta, pois o art. 93, inciso VII, da CF preceitua que no caso de
INTERESSE PÚBLICO e por decisão tomada por MAIORIA ABSOLUTA dos
membros do Tribunal ao qual estiver vinculado o magistrado ou por decisão do
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, também por MAIORIA ABSOLUTA de
seus membros, poderá ser removido para outra localidade (juízo). Desta forma, a
inamovibilidade é uma garantia do juiz, no entanto, não é absoluta. Finalizando o
assunto, REMOÇÃO, DISPONIBILIDADE e APOSENTADORIA de magistrado
ocorrerá por INTERESSE PÚBLICO, cuja decisão há de ser tomada por
MAIORIA ABSOLUTA, seja do Tribunal ao qual estiver vinculado o juiz, seja do
CNJ. Nos dois casos assegura-se ao magistrado a AMPLA DEFESA.

PUBLICIDADE DOS JULGAMENTOS DO PODER JUDICIÁRIO.


A fim de assegurar o controle dos atos jurisdicionais, a CF/88 impõe que os
julgamentos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, SOB PENA DE NULIDADE, caso as decisões judiciais não apresentem
fundamentação. É claro que dita regra não é absoluta, como de resto não o são
as direitos constitucionais. Isso significa que, em hipóteses excepcionais, é
possível a decretação do segredo de justiça, a obstar acesso a terceiros não
envolvidos no litígio. Assim, a CF/88 autoriza que a lei limite a presença, em
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes
no intuito de preservar o direito à intimidade dos interessados. Contudo, a
preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo é garantido desde
que não prejudique o interesse público à informação. Em outras palavras,
qualquer pessoa pode ter acesso aos processos judiciais que corram no âmbito
do judiciário, bem como pode também ter acesso às salas de audiência para
acompanhar qualquer julgamento. Porém, quando houver a necessidade de se
resguardar a intimidade dos envolvidos no processo, a publicidade dos atos será
contida.
Quanto às decisões administrativas dos tribunais, estas serão motivadas e
em sessão pública, sendo as decisões administrativas disciplinares tomadas pelo
voto da MAIORIA ABSOLUTA dos membros do tribunal.

ÓRGÃO ESPECIAL
Antes de mais nada, tribunal pleno é o tribunal na sua inteireza. É o tribunal
reunido na sua integralidade. É o tribunal com todos os seus membros reunidos
para decidir causas de sua competência. Todavia, o tribunal pode julgar por meio
de seus órgãos fracionários (turmas, câmara, seções). Assim, existem causas
que serão julgadas pelo tribunal pleno. Outras, são julgadas por órgãos
fracionários. Além desses, é possível a constituição de outro órgão chamado
ESPECIAL. Dele tratam os parágrafos abaixo.
O inciso XI do art. 93 da CF/88 autoriza a constituição de órgão especial,
que terá no mínimo 11 e no máximo 25 membros. Esse órgão especial, acaso
constituído, terá atribuições administrativas e jurisdicionais, que lhe serão
outorgadas pelo Tribunal Pleno.
Impende salientar que o tribunal tem a faculdade de constituir o órgão
especial. Porém, só poderá fazê-lo, se este mesmo tribunal possuir mais de 25
julgadores. Nos termos constitucionais, os tribunais com número superior a vinte
e cinco julgadores poderão constituir órgão especial, com o mínimo de onze e o
máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições
administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno.
Perceba que as vagas existentes nesse órgão especial serão providas
(preenchidas): (a) metade por antiguidade e (b) metade por eleição realizada
pelo tribunal pleno.
Assim, a fim de diluir sua competência, o tribunal pleno poderá constituir
um órgão especial, delegando-lhe atribuições que pertencem ao próprio tribunal
pleno, mas que doravante serão também do órgão especial. Tal fenômeno
(constituição do órgão especial) viabiliza que determinadas decisões sejam
proferidas por um órgão cujo número de integrantes seja reduzido,
principalmente quando o tribunal pleno possui um número elevado de julgadores,
a exemplo do Tribunal de Justiça de São Paulo que possui mais de 600
desembargadores. Ora, reunir mais de 600 desembargadores para decidir uma
causa é um tanto contraproducente, por isso, ao tribunal facultou-se a
constituição de um órgão especial para que este pudesse exercer as atribuições
que, a princípio, são do pleno. Mas lembre-se de que este órgão especial
somente pode ser constituído quando o tribunal possuir mais de 25 julgadores. O
STF, por exemplo, não pode constituir um órgão especial, pois só possui 11
julgadores.

Término das Férias Coletivas nos Juízos e Tribunais de 2º Grau.


Modificação introduzida pela Emenda Constitucional nº 45/2004. Hoje não
há mais as ditas férias coletivas dos juízes e tribunais de 2º grau.
Atenção! Os tribunais superiores continuam com “férias coletivas”. A E/C nº
45/2004 acabou com férias coletivas nos JUÍZOS e TRIBUNAIS DE 2º GRAU.
Assim, as atividades jurisdicionais nesses tribunais e nos juízos de 1ª instância
serão ininterruptas, ou seja, não haverá mais férias coletivas. Porém, este
dispositivo não alcança os Tribunais Superiores, tampouco o Supremo Tribunal
Federal que continuam interrompendo suas atividades jurisdicionais. Seja como
for, nos dias em que não estiver expediente forense normal (feriado, domingo)
haverá juízes de plantão permanente.
Essa mesma emenda também possibilitou que os servidores poderão
receber delegação para a prática de atos de administração e atos de mero
expediente sem caráter decisório.

Regra do Quinto Constitucional. Art. 94 da CF/88.


A regra de que agora se trata diz respeito à composição dos tribunais de 2ª
instância. Desde já, um detalhe deve logo ser realçado, é possível o ingresso nos
tribunais sem, no entanto, a submissão ao concurso público.
A Constituição estabelece no art. 94 que um quinto dos lugares dos
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e
Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez
anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação
ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista
sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. Recebidas as
indicações na lista sêxtupla, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder
Executivo, que nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes
para a nomeação.
Um exemplo ajuda a entender.
Imaginemos que um Tribunal Estadual qualquer tenha 30 membros. Pela
regra do quinto constitucional, 1/5 dessas vagas (6 vagas) serão distribuídas
entre membros do Ministério Público e Advogados. Os primeiros com mais de 10
anos de carreira e os últimos com mais de 10 anos de efetiva atividade
profissional. Nesses termos, 3 vagas pertencem à carreira do MP e as outras 3,
aos Advogados.
Continuando o nosso exemplo, imaginemos agora que ocorra vacância em
uma das vagas ocupadas pelos advogados. Assim, das três existentes, uma está
vaga. Para o preenchimento dessa vaga, a OAB formará uma lista com seis
nomes (lista sêxtupla). Por que é a OAB que formará a lista sêxtupla? Porque a
vacância ocorreu em vaga destinada à OAB. Logo, é ela que formará a lista
sêxtupla.
Atingido esta fase (formada a lista sêxtupla), a OAB encaminhará essa lista
para o tribunal que vai reduzi-la a uma lista tríplice. Formada a lista tríplice, esta
é encaminhada para o Chefe do Poder Executivo que nomeará um dentre os
integrantes da lista tríplice.

GARANTIAS ASSEGURADAS AOS MAGISTRADOS


1ª - Vitaliciedade, que no primeiro grau, só será adquirida após dois anos
de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do
Tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial
transitada em julgado.
Atenção! A vitaliciedade poder ser adquirida de duas formas distintas.
Como regra geral, o indivíduo para ingressar na carreira de magistrado submete-
se a concurso público de provas e títulos, com a participação da OAB em todas
as sua fases. Aprovado, o candidato pode ser nomeado, seguindo a ordem de
classificação. Assim, aquele aprovado no concurso público adquirirá vitaliciedade
após dois anos de efetivo exercício na magistratura.
Diferente é a hipótese daqueles que ingressam na magistratura através do
quinto constitucional (regra do art. 94 da CF/88). Outro exemplo de ingresso na
magistratura se tem para os cargos de Ministros do STF, que não exige concurso
público, mas tão somente a nomeação pelo Presidente da República, após a
aprovação pelo Senado Federal, em sessão pública, pelo voto da maioria
absoluta de seus membros. Outra exemplo também se dá com o STJ, haja vista
que 1/3 de seus integrantes advém da carreira do MP e da OAB. E, como se
sabe, esses últimos, sequer submeteram-se a qualquer concurso público, no
entanto, de forma legítima, nos termos constitucionais, integrarão o STJ na
condição de Ministros que não deixam de ser magistrados.
Para estes casos citados no parágrafo anterior, a vitaliciedade é adquirida
no ato da posse. Eis a distinção quanto a aquisição da vitaliciedade.
Assim, aqueles que ingressam na carreira da magistratura mediante
concurso público adquirem vitaliciedade após dois anos de efetivo exercício.
Aqueles que ingressam na magistratura pela regra do quinto constitucional ou
pelas hipóteses constitucionalmente previstas de nomeação sem concurso
público adquirem vitaliciedade no ato da posse.
2ª - Inamovibilidade. A inamovibilidade, enquanto garantia, assegura ao
magistrado a impossibilidade de remoção para outro juízo, localidade ou mesmo
promoção sem a sua concordância. Todavia, esta garantia não é absoluta, e o
próprio inciso II do art. 95 tratou de identificar o interesse público como hipótese
autorizadora de remoção.
Assim, ao combinar o art. 95, inciso II, com o art. 93, inciso VIII, ambos da
CF/88 chega-se às seguintes conclusões:
a) A regra é a inamovibilidade.
b) É possível remover magistrado, desde que justificado no interesse
público, e com manifestação da maioria absoluta do tribunal a que pertencer o
juiz ou manifestação do CNJ, assegurando ao magistrado, ampla defesa.
3ª Irredutibilidade de subsídios – é garantido aos magistrados
irredutibilidade nominal de seus subsídios. Aliás, o STF já teve oportunidade de
se manifestar acerca da irredutibilidade nominal dos subsídios dos magistrados,
o que também se aplica à remuneração dos demais servidores públicos. Note-se
que a irredutibilidade é apenas a nominal, ou seja, se os subsídios sofrerem
redução em decorrência da desvalorização da moeda (perda do poder aquisitivo
da moeda), tal fato não viola a regra da irredutibilidade. Em outras palavras, o
que se veda é a edição de lei alterando o valor nominal para menos. Um
exemplo ajuda a entender o caso.
Imagine que o subsídio dos magistrados esteja fixado no valor nominal de
R$ 21.500,00. Neste exemplo, uma nova lei não poderá modificar o subsídio
para reduzi-lo. Agora, se o poder de compra desse subsídio de R$ 21.500,00 se
reduz como conseqüência da inflação, ou mesmo como conseqüência de
majoração de imposto que sobre o subsídio incide, não se admitirá alegação de
violação da regra da irredutibilidade, pois como dito, o dispositivo constitucional
tutela o valor nominal e não o valor real.
Além das garantias expressamente previstas aos juízes, o CF/88
estabeleceu vedações a estes agentes. Logo, aos juízes é vedado:
I – exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de
magistério;
II – receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III – dedicar-se à atividade político-partidária;
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas
físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em
lei;
V – exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de
decorridos três anos do afastamento do cargo pó aposentadoria ou exoneração.

CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO


A fim de assegurar a higidez do ordenamento jurídico nacional, a
Constituição Republicana estabelece um procedimento de controle de
constitucionalidade, tutelando com isso sua própria supremacia frente às demais
leis e atos normativos então existentes. Tal controle é realizado no Brasil, como
regra, pelo Poder Judiciário, haja vista o sistema adotado ser o JURISDICIONAL.
Diz-se como regra, já que o Poder Legislativo e o Poder Executivo também
realizam controle de constitucionalidade.
Ocorre que o controle de constitucionalidade levado a cabo pelo Poder
Judiciário se concretiza na atuação dos juízes de 1ª instância como também
pelos magistrados tanto de 2ª instância, dos Tribunais Superiores e do próprio
STF.
A cláusula de reserva de plenário é aplicada a todos os tribunais que por
ventura realizam controle de constitucionalidade. Exclui-se dessa regra os juízes
de 1ª instância.

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