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08/07/2018 Orígenes — como seus ensinos influenciaram a Igreja?

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Orígenes — como seus ensinos


influenciaram a Igreja?
“O grande mestre da Igreja depois dos apóstolos.” Foi assim que
Jerônimo, tradutor da Bíblia Vulgata latina, se referiu a Orígenes, um
teólogo do terceiro século. Mas nem todos estimavam tanto a Orígenes.
Alguns o consideravam uma raiz do mal de onde se originavam as
heresias. Conforme disse um escritor do século 17, os críticos de
Orígenes afirmavam: “Sua doutrina é de modo geral absurda e
perniciosa, um veneno serpentino mortífero que ele vomitou no mundo.”
Cerca de três séculos depois de sua morte, Orígenes foi oficialmente
declarado herege.

POR QUE Orígenes despertou tanto admiração quanto rivalidade? Que influência ele
teve no desenvolvimento das doutrinas da Igreja?

Zelo pela Igreja


Orígenes nasceu por volta de 185 EC, em Alexandria, no Egito. Obteve amplo
conhecimento da literatura grega, mas seu pai, Leonides, o obrigou a dedicar-se
igualmente ao estudo das Escrituras. Quando Orígenes tinha 17 anos, o imperador
romano baixou um decreto transformando a mudança de religião em crime. O pai de
Orígenes foi preso porque havia se tornado cristão. Jovem e cheio de zelo, Orígenes
estava determinado a juntar-se ao pai na prisão e no martírio. Ao perceber isso, a mãe
dele escondeu suas roupas para impedir que fosse embora de casa. Por carta, ele
implorou a seu pai: “Cuidado! Não mude de idéias por nossa causa.” Leonides
continuou firme e foi executado, deixando a família na pobreza. Mas Orígenes já
estava bem adiantado nos estudos, o suficiente para poder sustentar a mãe e seis
irmãos mais novos dando aulas de literatura grega.

O objetivo do imperador era impedir o avanço do cristianismo. Visto que o decreto não
afetava apenas alunos, mas também instrutores, todos os instrutores religiosos
cristãos fugiram de Alexandria. Quando alguns não-cristãos apelaram para o jovem
Orígenes em busca de orientação bíblica, ele assumiu essa obra como comissão
divina. Muitos de seus alunos foram martirizados, alguns mesmo antes de completar
os estudos. Correndo grande risco, Orígenes incentivava abertamente seus alunos,
quer estivessem diante de um juiz quer na prisão, ou prestes a ser executados.
Eusébio, historiador do quarto século, relata que quando eles estavam sendo
conduzidos à execução, Orígenes “os cumprimentava corajosamente com um beijo”.

Muitos que não eram cristãos ficaram irados com Orígenes por considerá-lo
responsável pela conversão e morte de seus amigos. Por diversas vezes ele escapou
por um triz de turbas e de uma morte violenta. Embora fosse obrigado a mudar-se

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constantemente para escapar dos seus perseguidores, ele não diminuiu suas
atividades de ensino. Sua coragem e dedicação impressionaram Demétrio, bispo de
Alexandria. Por isso, Demétrio nomeou Orígenes, de apenas 18 anos de idade, diretor
da escola de instrução religiosa em Alexandria.

Com o tempo, Orígenes tornou-se erudito notável e escritor prolífero. Alguns disseram
que ele escreveu 6.000 livros, embora é provável que isso seja um exagero. Sua obra
mais conhecida é a Hexapla, uma gigantesca versão de 50 volumes das Escrituras
Hebraicas. Ele dispôs a Hexapla em seis colunas paralelas, contendo: (1) o texto
hebraico e aramaico, (2) uma transliteração desse texto para o grego, (3) a versão
grega de Áquila, (4) a versão grega de Símaco, (5) a Septuaginta grega, que ele
revisou para corresponder mais exatamente ao texto hebraico, e (6) a versão grega de
Teodocião. “Com essa combinação de textos”, escreveu o erudito bíblico John Hort,
“Orígenes esperava elucidar o significado de muitas passagens nas quais o leitor
grego ficaria confuso ou seria enganado caso tivesse diante de si apenas a
Septuaginta”.

‘Ir além das coisas escritas’


Contudo, a confusão religiosa no terceiro século afetou profundamente os ensinos de
Orígenes sobre as Escrituras. Embora a cristandade estivesse apenas engatinhando,
já havia se poluído com crenças antibíblicas, e suas igrejas espalhadas ensinavam
diversas doutrinas.

Orígenes aceitou algumas dessas doutrinas antibíblicas, chamando-as de ensinos


dos apóstolos. Mas ele se sentiu à vontade para especular sobre outros assuntos.
Muitos de seus alunos se debatiam com questões filosóficas da época. Com o
objetivo de ajudá-los, Orígenes fez um estudo profundo sobre as diversas escolas
filosóficas que estavam formando a opinião de seus jovens alunos. Ele se empenhou
em dar a eles respostas satisfatórias às suas questões filosóficas.

Na tentativa de conciliar a Bíblia com a filosofia, Orígenes se valeu do método


alegórico de interpretar as Escrituras. Ele presumiu que as Escrituras sempre tinham
um significado espiritual, mas não necessariamente literal. Como disse um erudito,
isso deu a Orígenes “os meios de extrair da Bíblia quaisquer conceitos antibíblicos
que se harmonizassem com seu próprio sistema teológico, apesar de ele professar
ser (e sem dúvida acreditava sinceramente nisso) um intérprete especialmente
entusiasta e fiel do pensamento bíblico”.

Uma carta de Orígenes a um de seus alunos nos ajuda a entender sua maneira de
pensar. Ele disse que os israelitas usaram ouro egípcio para fazer utensílios para o
templo de Jeová, e entendia que isso fornecia apoio alegórico ao uso da filosofia grega
para ensinar o cristianismo. Ele escreveu: “Quão úteis para os filhos de Israel foram
as coisas levadas do Egito, as quais os egípcios não haviam usado de maneira
correta, mas que os hebreus, orientados pela sabedoria divina, empregaram no
serviço a Deus!” Dessa maneira, Orígenes incentivou seu aluno a “extrair da filosofia
dos gregos o que pudesse servir como assunto de estudo ou preparação para o
cristianismo”.

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Essa abordagem irrestrita à interpretação bíblica anuviou os limites entre a doutrina


cristã e a filosofia grega. Por exemplo, em seu livro intitulado De Principiis (Primeiros
Princípios), Orígenes descreveu Jesus como ‘Filho unigênito, que nasceu, mas que
não teve princípio’. E acrescentou: ‘Sua geração é eterna e infinita. Ele se torna Filho
não pelo recebimento do fôlego de vida, por algum ato externo, mas pela própria
natureza de Deus.’

Orígenes não encontrou essa idéia na Bíblia, porque as Escrituras ensinam que o
Filho unigênito de Jeová é “o primogênito de toda a criação” e “o princípio da criação
de Deus”. (Colossenses 1:15; Revelação [Apocalipse] 3:14) De acordo com o
historiador religioso Augustus Neander, Orígenes chegou ao conceito de “geração
eterna” por meio de sua “educação filosófica na escola platônica”. Dessa maneira,
Orígenes violou o princípio bíblico básico: “Não vades além das coisas que estão
escritas.” — 1 Coríntios 4:6.

Condenado por heresia


Havia passado pouco tempo desde que Orígenes tinha se tornado instrutor quando
um sínodo alexandrino o destituiu do sacerdócio. Isso provavelmente ocorreu porque
o bispo Demétrio ficou com ciúme de sua crescente fama. Orígenes mudou-se para a
Palestina, onde ainda tinha a fama de defensor da doutrina cristã e continuou a servir
como sacerdote ali. De fato, quando surgiram “heresias” no Oriente, ele foi procurado
para convencer os bispos errantes a retornar à ortodoxia. Depois de sua morte em
254 EC, a reputação de Orígenes sofreu um abalo. Por quê?

Depois de o cristianismo nominal tornar-se uma religião importante, a Igreja passou a


definir de maneira mais restritiva o que era aceito como ensino ortodoxo. Assim,
gerações posteriores de teólogos não aceitaram muitos conceitos filosóficos
especulativos e, às vezes, imprecisos de Orígenes. Por isso, os ensinamentos dele
provocaram amargas controvérsias dentro da Igreja. Na tentativa de resolver essas
controvérsias e preservar sua unidade, a Igreja condenou Orígenes formalmente por
heresia.

Ele não foi o único a cometer erros. Na verdade, a Bíblia havia predito um desvio geral
dos ensinos genuínos de Cristo. Essa apostasia começou a se desenvolver no fim do
primeiro século, depois da morte dos apóstolos de Jesus. (2 Tessalonicenses 2:6, 7)
Com o tempo, certos professos cristãos assumiram a posição de “ortodoxos”,
afirmando que todos os outros eram “hereges”. Mas na realidade a cristandade
desviou-se muito do verdadeiro cristianismo.

O “falsamente chamado ‘conhecimento’ ”


Apesar das muitas especulações de Orígenes, suas obras contêm elementos
benéficos. Por exemplo, a Hexapla conservou a forma original do nome de Deus em
quatro letras hebraicas, chamadas de Tetragrama. Isso é uma prova importante de
que os primitivos cristãos conheciam e usavam o nome pessoal de Deus, Jeová.
Contudo, Teófilo, patriarca da Igreja que viveu no quinto século, advertiu: “As obras de
Orígenes são como uma campina com flores de todo tipo. Se encontro uma flor

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bonita, eu a apanho; mas se alguma coisa me parece espinhosa eu a evito como faria
com um espinho.”

Por misturar ensinos bíblicos com filosofia grega, a teologia de Orígenes ficou repleta
de erros, e as conseqüências foram desastrosas para a cristandade. Por exemplo,
embora a maioria das especulações infundadas de Orígenes acabassem sendo
rejeitadas, seus conceitos sobre a “geração eterna” de Cristo ajudaram a lançar a
base para a doutrina antibíblica da Trindade. O livro The Church of the First Three
Centuries (A Igreja dos Primeiros Três Séculos) observa: “O gosto pela filosofia
[introduzido por Orígenes] estava destinado a não ser logo extinto.” Com que
resultado? “A simplicidade da fé cristã foi corrompida, e uma infinidade de erros foi
introduzida na Igreja.”

Orígenes podia ter seguido o conselho do apóstolo Paulo e evitado contribuir para
essa apostasia ‘desviando-se dos falatórios vãos, que violam o que é santo, e das
contradições do falsamente chamado “conhecimento”’. Por basear tantos de seus
ensinos em tal “conhecimento”, Orígenes ‘se desviou da fé’. — 1 Timóteo 6:20, 21;
Colossenses 2:8.

[Foto na página 31]

A “Hexapla” de Orígenes mostra que as Escrituras Gregas Cristãs continham o nome


de Deus

[Crédito]

Publicado com autorização dos Síndicos da Cambridge University Library, T-S 12.182

[Crédito da foto na página 29]

Culver Pictures

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