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O que é a reforma?
É um conjunto de novas diretrizes para o ensino médio implementadas via Medida Provisória apresentadas
pelo governo federal em 22 de setembro de 2016. Por se tratar de uma medida provisória, o texto teve força
de lei desde a publicação no "Diário Oficial". Para não perder a validade, precisava ser aprovado em até 120
dias (4 meses) pelo Congresso Nacional.
Antes da MP, estava em tramitação na Câmara o Projeto de Lei nº 6840/2013, do deputado Reginaldo Lopes
(PT-MG). Entidades como o Movimento Nacional pelo Ensino Médio defendiam a continuidade da
tramitação e das discussões sobre o PL. Governo e congressistas dizem que o conteúdo da MP considera
discussões da Comissão Especial que resultou no PL.
Áreas de concentração
O currículo do ensino médio será definido pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), atualmente em
elaboração. Mas a nova lei já determina como a carga horária do ensino médio será dividida. Tudo o que
será lecionado vai estar dentro de uma das seguintes áreas, que são chamadas de "itinerários formativos":
As escolas, pela reforma, não são obrigadas a oferecer aos alunos todas as cinco áreas, mas deverão oferecer
ao menos um dos itinerários formativos.
Carga horária
O texto determina que 60% da carga horária seja ocupada obrigatoriamente por conteúdos comuns da
BNCC, enquanto os demais 40% serão optativos, conforme a oferta da escola e interesse do aluno, mas
também seguindo o que for determinado pela Base Nacional. No conteúdo optativo, o aluno poderá, caso
haja a oferta, se concentrar em uma das cinco áreas mencionadas acima.
Inglês
A língua inglesa passará a ser a disciplina obrigatória no ensino de língua estrangeira, a partir do sexto ano
do ensino fundamental. Isso quer dizer que Congresso manteve a proposta do governo federal. Antes da
reforma, as escolas podiam escolher se a língua estrangeira ensinada aos alunos seria o inglês ou o espanhol.
Agora, se a escola só oferece uma língua estrangeira, essa língua deve ser obrigatoriamente o inglês. Se ela
oferece mais de uma língua estrangeira, a segunda língua, preferencialmente, deve ser o espanhol, mas isso
não é obrigatório.
Outro objetivo da reforma é incentivar o aumento da carga horária para cumprir a meta 6 do Plano Nacional
de Educação (PNE), que prevê que, até 2024, 50% das escolas e 25% das matrículas na educação básica
(incluindo os ensinos infantil, fundamental e médio) estejam no ensino de tempo integral.
No ensino médio, a carga deve agora ser ampliada progressivamente até atingir 1,4 mil horas anuais.
Atualmente, o total é de 800 horas por ano, de acordo com o MEC. No texto final, os senadores incluíram
uma meta intermediária: no prazo máximo de 5 anos, todas as escolas de ensino médio do Brasil devem ter
carga horária anual de pelo menos mil horas. Não há previsão de sanções para gestores que não cumprirem a
meta.
O MEC não apontou como será cumprida a carga horária, mas instituiu o Programa de Fomento à
Implementação de Escolas em Tempo Integral para apoiar a criação de 257,4 mil novas vagas no ensino
médio integral. Inicialmente previa uma ajuda de 4 anos. No texto final, os senadores sugerem que ele se
estenda para 10 anos. Atualmente, só 5,6% das matrículas do ensino médio são em tempo integral no Brasil.
Segundo associações, a adoção do turno integral elevaria mensalidades nas escolas particulares.
Não há estimativa de quanto os estados gastariam com a ampliação dos turnos para integral, mas o governo
federal afirmou que, por meio desse programa de fomento, apenas cobriria parte dos gastos.
Disciplinas obrigatórias
A principal polêmica diz respeito às disciplinas obrigatórias do ensino médio. Antes da MP, no Brasil, não
existia uma lei que especificava todas as disciplinas que deveriam obrigatoriamente ser ensinadas na escola
– esse documento será a Base Nacional Curricular Comum (BNCC), que ainda não saiu do papel. Até então,
a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) só citava explicitamente, em trechos diversos, as disciplinas de português,
matemática, artes, educação física, filosofia e sociologia como obrigatórias nos três anos do ensino médio.
Na versão original enviada pelo governo, a MP mudou isso, e retirou do texto as disciplinas de artes,
educação física, filosofia e sociologia. Ela determinava que somente matemática e português seriam
disciplinas obrigatórios ao longo dos três anos, e tornava obrigatório o ensino de inglês como língua
estrangeira. Mas, além disso, os demais conteúdos para a etapa obrigatória seriam definidos pela Base
Nacional, ainda em debate.
Outro alvo de críticas foi a permissão para que professores sem diploma específico ministrem aulas. O texto
aprovado no Congresso manteve a autorização para que profissionais com "notório saber", reconhecidos
pelo sistema de ensino, possam dar aulas exclusivamente para cursos de formação técnica e profissional,
desde que os cursos estejam ligados às áreas de atuação deles.
Também ficou definido pelos deputados e senadores que profissionais graduados sem licenciatura poderão
fazer uma complementação pedagógica para que estejam qualificados a ministrar aulas.
Na Câmara, a proposta recebeu 567 emendas de deputados e senadores com o objetivo de alterar o conteúdo
da proposta. Foram realizadas nove audiências públicas durante a tramitação.
Outra crítica é que na prática, uma escola da rede pública não terá como oferecer todos os itinerários
formativos, o que pode reduzir o potencial de escolha do estudante. Consultados pelo G1, ex-ministros da
Educação alertaram para o risco de que a reforma amplie as desigualdades de oportunidades educacionais. O
ministro Mendonça Filho rebateu a acusação.
Apesar de depender da aprovação da BNCC, o MEC ainda faz a ressalva de que a MP já terá valor de lei e
que escolas privadas e redes estaduais já podem fazer adaptações seguindo os seus currículos já em vigor.
Um dos pontos polêmicos da reforma foi o fato de o texto da MP retirar da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB) a garantia explícita de que algumas disciplinas já consolidadas (artes, educação física,
filosofia e sociologia) deveriam ser aplicadas no ensino médio. A medida, porém, foi revertida na tramitação
do texto no Congresso.
saiba mais
Por um placar de 263 votos a favor, 106 contra e 3 abstenções, a Câmara dos Deputados aprovou nesta
quarta-feira (7) o texto-base da medida provisória que estabelece uma reforma no ensino médio.
Para concluir a votação, os parlamentares ainda precisam concluir a análise de sugestões de emenda que
podem alterar o conteúdo da proposta. A votação das emendas, porém, ficou para a semana que vem.
Depois, a medida ainda precisará passar pelo Senado.
O texto flexibiliza o conteúdo e determina que 60% da carga horária de todo o ensino médio sejam
obrigatórias. Nos 40% restantes, os alunos poderão escolher as disciplinas de acordo com seus interesses.
“Eu celebro a aprovação como algo muito positivo, que vai ao encontro do que esperávamos, que é um
ensino médio mais flexível e que valorize o protagonismo do jovem, definindo a sua própria trajetória”,
afirmou Mendonça.
A proposta aprovada estabelece que educação física e artes continuarão obrigatórias no ensino médio.
Na versão original enviada pelo governo, a MP dizia que somente matemática, português e inglês seriam
compulsórios. Os demais conteúdos para a etapa obrigatória seriam definidos pela Base Nacional Curricular
Comum (BNCC), ainda em debate.
A medida provisória incentiva ainda o ensino integral e diz que a carga horária deve ser ampliada
progressivamente até atingir 1,4 mil horas anuais. Atualmente, o total é de 800.
Considerada necessária por alguns gestores de fundações e institutos ligados à educação, a reforma recebeu
críticas de especialistas e entidades de classe desde que chegou ao Congresso Nacional em setembro.
Também em protesto ao seu teor, estudantes ocuparam escolas e universidades em diversas cidades do país.
Nos últimos dois meses e meio, o texto foi debatido por uma comissão especial, formada por deputados e
senadores, e acabou aprovado na semana passada por 16 votos a 5.
Por se tratar de medida provisória, o projeto tem força de lei desde sua edição pelo governo, em setembro.
No entanto, precisa ser aprovado em até 120 dias para que vire lei.
No plenário da Câmara, a proposta sofreu resistência dos partidos de oposição, que tentaram dificultar a sua
aprovação, sem sucesso.
“É um atropelo do Poder Executivo sobre o Legislativo e que vai prejudicar os estudantes”, disse o líder da
Rede, deputado Alessandro Molon (RJ), em referência ao envio de uma MP, que tem prazo para tramitar e,
na avaliação dos oposicionistas, impede um debate mais amplo.
A MP foi defendida por deputados da base governista. “Não é a reforma dos sonhos, mas é um passo
importante que temos que dar”, afirmou Izalci Lucas (PSDB-DF).
Principais pontos
Entenda os principais pontos da medida provisória da reforma do ensino médio:
O texto aprovado, entretanto, voltou a incluir educação física e artes como disciplinas obrigatórias, sem
fazer menção ao futuro da BNCC. No caso específico da educação física, no último ano do ensino médio, a
disciplina será optativa ao aluno.
Conteúdo obrigatório
O texto estabelece que o equivalente a no máximo 60% da carga horária de todo o ensino médio deverá ser
usada para aplicação do conteúdo obrigatório determinado pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
O governo havia proposto uma proporção de 50%.
O restante da grade será composto conforme a escolha do estudante, que optará por um itinerário a seguir. O
novo texto determina que, de acordo com a disponibilidade de vagas, o aluno possa cursar mais de um
itinerário formativo; o texto anterior abria essa possibilidade, mas somente no ano letivo posterior.
No texto, foi incluída a previsão de que o sistema de ensino tenha módulos e seja integrado de modo a
permitir que o estudante possa aproveitar aspectos de áreas diferentes da que estiver seguindo.
As escolas não serão obrigadas a disponibilizar aos alunos todas as cinco áreas.
Tempo integral
Um dos objetivos do governo na reforma é ampliar o número de escolas com ensino integral para atender à
meta 6 do Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê que, até 2024, 50% das escolas e 25% das
matrículas na educação básica (incluindo os ensinos infantil, fundamental e médio) estejam no ensino de
tempo integral.
O texto manteve o trecho da MP original que diz que a "carga horária" deve ser ampliada de forma
progressiva para 1,4 mil horas.
Entretanto, o novo texto estipula que, no prazo de cinco anos, as escolas deverão ter carga horária anual de
mil horas. Até o prazo de cinco anos, a carga mínima obrigatória continua em 800 horas divididas em 200
dias letivos.
Apoio financeiro
A MP instituiu o Programa de Fomento à Implementação de Escolas em Tempo Integral, que prevê que o
Ministério da Educação apoie a criação de novas 257.400 vagas no ensino médio integral.
Originalmente, a previsão era repassar à rede de ensino R$ 2 mil por ano, para cada aluno, durante quatro
anos.
O novo texto afirma que essa política de fomento pode ser aplicada "por até dez anos".
Notório saber
O texto manteve a autorização para que profissionais com notório saber reconhecido pelo sistema de ensino
possam dar aulas exclusivamente para cursos de formação técnica e professional, desde que ligada às suas
áreas de atuação.
Também ficou definido que profissionais graduados sem licenciatura poderão fazer uma complementação
pedagógica para que estejam qualificados a ministrar aulas.