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I-RELATÓRIO:
II-FUNDAMENTAÇÃO:
II-2-1-INÉPCIA DA INICIAL:
II-3-MÉRITO:
A parte autora sustenta que o pedido de demissão realizado por empregado com
mais de um ano de serviço só será valido quando feito com a assistência do
respectivo sindicato ou perante autoridade do MPT, pleiteando a nulidade do
pedido de demissão, presumindo-se a dispensa sem justa causa com base em
jurisprudência consolidada do TST, requerendo o pagamento das verbas
referentes à demissão por justa causa.
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Confederação Nacional de Transportes. A nova legislação trabalhista é constitucional.
Disponível em: http://www.cnt.org.br/imprensa/Noticia/reforma-trabalhista-constitucional-
entrevista-ives-gandra-filho.
A 2a. parte ré alega ser da primeira reclamada a responsabilidade do pagamento
de todas as verbas pleiteadas pelo reclamante, alegando ser sua responsabilidade
subsidiaria, alegando ainda não poder ser responsabilizada por verbas trabalhistas
referente ao período em que o reclamante não exerceu atividade laboral para ela.
Assim, sob a ótica da lei 13.467/2017 que revoga o parágrafo 1º do artigo 477,
INDEFIRO o pedido autoral de reconhecimento da justa causa, ademais, procedo
à devida homologação do pedido de demissão.
DO DIREITO:
DOS FATOS:
Tal sedimentação jurisprudencial tem por base o princípio de que a solidariedade só pode
ser estabelecida por lei, ou seja, não pode ser presumida (artigo 896 do antigo Código Civil
e artigo 265 do novo Código Civil).
Por aplicar os Arts.421 e 422 do Código Civil ("A liberdade de contratar será exercida em
razão e nos limites da função social do contrato"; "Os contratantes são obrigados a
guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios da
probidade e boa-fé") este Juízo elastecia a responsabilidade, para reconhecê-la solidária,
inclusive quando a parte autora pedia apenas a responsabilidade subsidiária.
Tendo em vista que tal entendimento não vingou, ao contrário, encontrou forte
resistência do E. Regional, que muitas vezes reformou as sentenças por defeito processual
(julgamento extra/ultra petita), este Juízo resolve quedar-se ao entendimento da Súmula,
para aplicar a responsabilidade apenas subsidiária.
A parte autora postula pela equiparação salarial entre o reclamante e os empregados das
reclamadas. Isso porque segundo alegações, os requisitos legais da equiparação restam
inteiramente preenchidos. Requer também a equiparação das condições de trabalho dos
empregados das empresas terceirizadas, já que as normas coletivas celebradas pelas
empresas garantem melhor condições de trabalho. Fundamenta ainda pela aplicação
analógica do disposto no art. 12, “a” da Lei 6.019/74, além do cabimento da OJ 383 do
TST.
Em resposta, a Primeira Reclamada, qual seja INSTALAÇÕES GERAIS LTDA, afirma ser
equivocado a aplicação analógica do disposto no art. 12, “a” da Lei 6.019/74, além do não
cabimento da OJ 383 do TST. Requer que caso seja reconhecida a aplicação analógica do
disposto no art. 12, “a” da Lei 6.019/74, seja reconhecida a faculdade disposta no art. 4ºC,
paragrafo 1º. Sustenta ainda que pela reforma trabalhista, não cabe a equiparação por
não estar preenchido o requisito de a reclamante e os empregados não trabalharem no
mesmo espaço físico.
A nova redação do artigo 461 da CLT apresenta mudanças significativas, no que diz
respeito ao tempo de serviço, localidade da execução dos trabalhos, bem como na escolha
do paradigma.
Com as alterações trazidas pela nova legislação, para fazer jus às diferenças em virtude da
equiparação salarial, o empregado:
a) Não poderá possuir tempo superior a 2 (dois) anos na mesma função em relação ao
paradigma.
b) O empregado paradigma não pode também ter tempo igual ou superior a 4 (quatro)
anos no mesmo empregador.
Em resposta, a Primeira Reclamada, qual seja INSTALAÇÕES GERAIS LTDA, afirma que não
houve supressão do intervalo intrajornada, e tentou provar a mesma através da oitiva de
sua testemunha que depôs em audiência, fato que não há como se considerar como
sendo prova cabal.
Com base nos argumentos elencados pelas partes, porém, pela ausência de prova sobre o
intervalo intrajornada, decide-se a favor do Reclamante, porém, com a observância do
pagamento, APENAS sobre o tempo suprimido e não sobre a hora cheia como ocorria
antes da Reforma Trabalhista.
O reclamante alega que nunca recebeu horas extras sob a alegação de exercer trabalho
externo. Cita a existência de um de um aplicativo chamado REGISTRIC-LINE, no qual eram
registrados os serviços diários com o horário de início e fim de cada atendimento.
Requereu ainda a inversão do ônus da prova por ter a empresa maior facilidade e acesso
ao relatório produzido pelo referido aplicativo. Sustenta seu pedido autoral com base da
não incidência do artigo 62, I da CLT, 818, paragrafo 1º da CLT e jurisprudência de nº RR-
87200-92.2009.5.17.0014.
Em resposta, a Primeira Reclamada, qual seja INSTALAÇÕES GERAIS LTDA, alegou que a
atividade externa é incompatível com a fixação do horário de trabalho e que não há que
se falar em inversão do ônus da prova pois o próprio reclamante alimentava o aplicativo
com as informações.
Já a 2a Reclamada, TBT SERVIÇOS SA, afirmou, em síntese, que seu labor era externo e sem
a possibilidade de controle e fiscalização de seu serviço, alegando ser inviável a presença
constante da reclamada para acompanhar e registrar todos os serviços e horários do
reclamante. Requerendo por fim a aplicação do artigo 62, I da CLT.
Com base nos argumentos elencados pelas partes, o reclamante possui o aplicativo
REGISTRIC-LINE para mero manuseio e anotação de execução laboral de suas atividades
com horário de atendimento e fiscalização da atividade.
O controle de horas era feito tão somente pelo reclamante como forma de anotações, na
qual o controle de ponto deste empregado externo, é incompatível de se controlar, torna-
se impossível do empregador controlar.
Ou seja, não ficou comprovado pela parte autora que o aplicativo conseguia monitorar
cada passo do empregado, aonde ele esteja, através de sistema de rastreamento por GPS
(Sistema de Posicionamento Global) tanto do veículo quanto do smartphone que ele porta
nas mãos. Ademais, não ficou comprovado também porque além do sistema antes
mencionado, temos o whatsapp, o próprio telefone celular que pode ser facilmente
rastreado e a possibilidade de “check in” que é o envio do local que se encontra o
trabalhador naquele determinado momento.
Assim, fica nítido que o aplicativo não gerava a capacidade de controlar a jornada de
trabalho do empregado. Ademais a 3a Reclamada, NETLAND SERVIÇOS DE
TELECOMUNICAÇÕES AS, juntou documentos que demostram as anotações feitas no
aplicativo pela reclamada, mostrando-se não haver hora extra.
Contudo, por questão de disciplina judiciária ao C. TST e por não vislumbrar este Juízo que
a Suprema Corte (STF) modifique a matéria sem modulação a respeitar o que fixado na
Súmula 219 do C. TST, queda-se à redação da mesma:
III - São devidos os honorários advocatícios nas causas em que o ente sindical figure como
substituto processual e nas lides que não derivem da relação de emprego.
O Imposto de Renda devido pelo trabalhador deve ser retido e repassado aos cofres da
União, por decorrer da lei, que inclusive foi alterada recentemente para minorar os efeitos
em caso de pagamento de rendimento de forma acumulada.
Afasta-se a incidência do IPCA-E, por conta da liminar do Supremo Tribunal Federal ter
sido cassada há pouco tempo e em virtude da TR ter sido o indexador fixado na reforma
trabalhista vigente a partir de 11.11.2017.
II-3-10-COMPENSAÇÕES E DEDUÇÕES:
O Processo do Trabalho não pode permitir o enriquecimento sem causa, com o que o
magistrado analisará eventuais compensações e deduções quando da análise dos pedidos
ou no presente tópico.
III - DISPOSITIVO:
Pelo exposto, resolve este Juízo, nos autos da ação trabalhista ajuizada por PATRICK
SOARES em face de INSTALAÇÕES GERAIS LTDA; TBT SERVIÇOS S.A e de NETLAND
SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES SA. julgar PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos
para condenar as partes rés, a segunda e terceira, subsidiariamente, (inclusive em caso de
conversão de obrigação de fazer em obrigação de indenizar), de acordo com as parcelas
deferidas, tomando por base a fundamentação supra.
Deve ainda, ser observada tabela feita pela contadoria desse Juízo para fins de pagamento
do valor da condenação.
Custas de R$ 800,00, calculadas sobre o valor da condenação (R$ 40.000,00), pelas partes
rés, sem dispensa.