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Avaliação da capacidade de gestão


de organizações sociais: uma proposta
metodológica em desenvolvimento

Evaluation of management capacity


in social organizations: an in-process
methodological proposal

Maria do Carmo Lessa Guimarães 1


Sandra Maria Chaves dos Santos 2
Cristina Melo 3
Alvino Sanches Filho 1

Abstract Introdução

1 Escola de Administração, A bill for Public Sector Administrative Reform O artigo apresenta uma proposta metodológi-
Universidade Federal da
in Brazil introduces administrative strategies ca para avaliação da capacidade de gestão de
Bahia, Salvador, Brasil.
2 Escola de Nutrição, based on broad delegation of authority and “a organizações sociais. Estas são entidades pú-
Universidade Federal da posteriori” demands for results, thereby high- blicas não estatais, criadas no bojo da Reforma
Bahia, Salvador, Brasil.
3 Escola de Enfermagem,
lighting the issue of evaluation in public orga- Administrativa do Estado Brasileiro 1, na pri-
Universidade Federal da nizations. This article presents a methodologi- meira gestão do governo de Fernando Henri-
Bahia, Salvador, Brasil. cal proposal to evaluate management capabili- que Cardoso, para atuarem em setores consi-
ty in so-called social organizations, a kind of derados não exclusivos do Estado.
Correspondência
C. Melo non-government public entity created within O desenvolvimento da proposta contou com
Escola de Enfermagem, this Reform. Drafting of the bill included the de- a parceria da Secretaria de Administração do
Universidade Federal
da Bahia. Campus
finition of an underlying management concept Estado da Bahia (SAEB), responsável pelo acom-
Universitário do Canela and its dimensions, which oriented the con- panhamento e avaliação das organizações so-
s/n, Salvador, BA struction of variables, indicators, parameters, ciais implantadas no estado. A metodologia
40 110-060, Brasil.
cmmelo@ufba.br
and an analytical plan for evaluation. The final proposta encontra-se em implantação, não es-
remarks include the argument that the concep- tando ainda validada.
tual choices and procedural decisions aim to O escopo teórico da proposta metodológica
produce an evaluation design that would guar- para a avaliação pretendida contempla esco-
antee the results’ reliability and their sensitivity lhas conceituais que orientaram a construção
for approaching the phenomenon under evalu- do conceito-guia de gestão e dos indicadores
ation, as well as the methodology’s applicability que compõem o Plano de Indicadores e o Plano
and reproducibility in different contexts. de Análise dos Resultados.
Uma das características importantes do
Evaluation; Management Capacity; Social Or- processo de avaliação é a necessidade de que
ganizations as variáveis e os indicadores sejam factíveis de
serem construídos e que aquilo que expressam
sejam valores compartilhados por todos os en-
volvidos. Desta forma, o desenvolvimento da
proposta implicou momentos de trabalho co-
letivo com os técnicos da SAEB, com gestores
de organizações sociais e com outros técnicos

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AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE GESTÃO DE ORGANIZAÇÕES SOCIAIS 1643

das secretarias setoriais da administração pú- Aspectos teórico-metodológicos


blica estadual, envolvidos com a implantação e da avaliação
implementação das organizações sociais.
Nesta perspectiva, a formulação desta pro- O espaço da avaliação
posta metodológica exigiu, antecipadamente,
revisões e debates teóricos e metodológicos so- O projeto de Reforma Administrativa do Esta-
bre as organizações sociais e a avaliação da do Brasileiro 1, iniciado na primeira gestão do
ação pública com os técnicos participantes, vi- governo de Fernando Henrique Cardoso, e de-
sando a construção de marcos conceituais e de corrente de um amplo processo de reforma cu-
instrumentos para a avaliação. jo eixo é a descentralização, contou com um
A construção do Plano de Indicadores se relativo consenso da sociedade brasileira em
deu num encontro com técnicos da adminis- função da forte e positiva associação entre a re-
tração estadual, do Ministério do Planejamen- forma e a chamada crise fiscal do Estado, a con-
to e Orçamento e das organizações sociais na tinuidade do sucesso do Plano Real e a promes-
Bahia, bem como a realização de Oficinas de sa de que a reforma tornaria o serviço público
Trabalho com a participação de consultores ex- eficiente 2,3. Esse projeto se voltou para o forta-
ternos. Um segundo momento contemplou a lecimento das funções de regulação e coorde-
revisão crítica da metodologia, pelos autores, nação do Estado, com separação das atividades
após os resultados do estudo piloto numa das de regulação das de execução, transferindo es-
organizações sociais em funcionamento, para tas para o chamado “setor público não-estatal”,
verificação da consistência e viabilidade dos representado pelas organizações sociais, fican-
indicadores propostos. Um terceiro momento do a produção de bens e serviços para o mer-
contemplou a realização de um Encontro Téc- cado 4. As organizações sociais são representa-
nico com a participação de consultores exter- das por pessoas jurídicas de direito privado e
nos (Dra. Marta Arretche, Universidade Esta- constituídas sob a forma de associação, funda-
dual Paulista Júlio de Mesquita Filho; Dr. Os- ção ou sociedade civil sem fins lucrativos que,
waldo Tanaka, Universidade de São Paulo; Dra. se habilitam, mediante a assinatura de um con-
Celina Souza, Universidade de São Paulo/Uni- trato de gestão, a absorver atividade pública,
versidade Federal da Bahia) para a verificação administrando serviços, instalações e equipa-
da consistência, coerência e viabilidade do mentos pertencentes ao Poder Público, e rece-
conjunto dos indicadores propostos. bendo recursos orçamentários necessários ao
Apresenta-se a metodologia de avaliação seu funcionamento 5.
em três seções. A primeira explicita os aspectos Outro aspecto importante da Reforma Ad-
teórico-metodológicos orientadores da pro- ministrativa do Estado Brasileiro, em face de
posta de avaliação, discutindo as escolhas con- sua complexidade, é a descentralização verti-
ceituais para construção de um conceito-guia cal dos serviços sociais, com implicações para
de gestão e das suas dimensões. A segunda se- estados e municípios, especialmente para os
ção informa sobre o processo de construção do municípios, bem como para a consecução de
Plano de Indicadores e apresenta, exemplar- objetivos como a ampliação da efetividade,
mente, a premissa e indicadores para cada uma universalização e democratização dos serviços
das dimensões adotadas na matriz de indica- públicos sociais 6. Sobre a descentralização,
dores construída para a avaliação, composta Souza & Carvalho 7 ressaltam que seus benefí-
originalmente de 34 indicadores utilizados. A cios não se distribuem uniformemente, princi-
terceira seção explicita o Plano de Análise dos palmente em um país de vasta dimensão terri-
Indicadores, contemplando as decisões que torial, marcado por profundas desigualdades
conduziram o processo de atribuição dos valo- inter e intra-regionais e sociais como o Brasil.
res numéricos que, por fim, buscaram traduzir Este conjunto de inovações apresenta-se
de forma objetiva os pressupostos de toda a como fundado na idéia de uma administração
avaliação. Finaliza o trabalho uma seção de pública gerencial, em que é possível desenvol-
considerações finais. ver estratégias administrativas baseadas na am-
pla delegação de autoridade e na cobrança a
posteriori de resultados. Estes pressupostos,
por sua vez, estão assentados num movimento
teórico denominado de Novo Gerencialismo
Público, que tem como objetivo tornar a admi-

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nistração pública mais eficiente e moderna, Por outro lado, também se observa na lite-
além de voltada para o atendimento das neces- ratura que o conceito de avaliação está em evo-
sidades e satisfação plena dos cidadãos 8,9. Es- lução, e muda de acordo com o contexto, in-
te projeto de reforma gerencial foi apresentado corporando as concepções anteriores e acres-
como uma oportunidade para corrigir os ru- centando novas perspectivas, tornando o pro-
mos da administração pública latino-america- cesso de avaliar mais complexo em informa-
na naquilo que sua trajetória escreveu com ções e mais sofisticado em termos de seus pro-
mais cores: rigidez conjugada com ineficiência; pósitos 11.
ausência de mecanismos de controle externo; Diante disso, torna-se necessário ressaltar
distanciamento e não compromisso com as de- algumas escolhas prévias sobre o tipo de ava-
mandas dos cidadãos; excessos burocráticos e liação que orientaram a proposta metodológi-
uso político da máquina estatal para realizar ca para avaliar a capacidade de gestão de orga-
interesses particulares. Frente ao desafio, o re- nizações sociais, a saber:
conhecimento e a valorização de um espaço (a) A natureza e o tipo de avaliação adotados se
público não-estatal como ator na provisão de aproximam do que é denominado de pesquisa
serviços públicos ganhou relevância. interessada ou Policy Oriented, a qual, segundo
O pressuposto balizador, que orienta a trans- Draibe 12, tem como objetivo detectar dificulda-
ferência da gestão de serviços públicos para or- des e obstáculos e produzir recomendações –
ganizações de natureza não-estatais, é o de que corrigir rumos do programa ou disseminar li-
existe um espaço público não-estatal, que en- ções e aprendizagens – visando a melhoria da
volve a capacidade da sociedade atuar junto qualidade do processo de implementação e do
com o Estado na oferta de serviços públicos, desempenho da política;
não apenas controlando-os, mas também co- (b) O foco da avaliação proposta é a gestão, o
mo executora, sempre visando a ganhos em que implicou a adoção de um tipo de avaliação
eficiência e efetividade 10. de processo, entendida como aquela que foca
A avaliação e o acompanhamento do de- as condições e o desenho da organização e o co-
sempenho da gestão pública, bem como destes mo são desenvolvidas as ações programadas.
novos parceiros instituídos por meio da conces- Pode-se detectar, assim, os fatores que, ao lon-
são dos serviços públicos e dos contratos de go da implementação, facilitam ou impedem
gestão, são vistos como importantes para subsi- que um dado programa/atividade atinja seus
diar as correções necessárias na formulação das resultados da melhor maneira possível 12;
políticas governamentais e na sua implementa- (c) Esse tipo de avaliação exige levantamento
ção, bem como no aperfeiçoamento dos instru- de hipóteses/premissas, que são formuladas à
mentos jurídicos e administrativos que balizam luz de uma imagem-objetivo referenciada pe-
as novas modalidades de gestão de serviços pú- los avaliadores e os outros atores envolvidos,
blicos previstos pela Reforma Administrativa do construindo compromissos em relação a uma
Estado Brasileiro. É nesta direção, e em sintonia direção futura que se pretende alcançar e/ou
com estes desafios, que se elaborou a proposta transformar.
metodológica para avaliar a capacidade de ges-
tão de organizações sociais objeto deste artigo. O foco da avaliação

O tipo de avaliação que orientou o processo Algumas decisões importantes orientaram a


de construção da metodologia elaboração da proposta metodológica para ava-
liar a capacidade de gestão de organizações so-
Embora o termo avaliação seja utilizado quase ciais. Uma delas diz respeito ao foco da avalia-
sempre com o mesmo significado, o de expres- ção. O modelo de organizações sociais é bas-
sar juízo de valor a alguma coisa, a variação e tante polêmico no Brasil. Contudo, ainda que a
as imprecisões do conceito decorrem do fato discussão sobre o modelo em si seja importan-
de que o termo avaliação, para ganhar inteligi- te para o seu aperfeiçoamento, não foi este o
bilidade, necessita estar acompanhado de ou- objeto da metodologia de avaliação apresenta-
tros termos que informem sobre o objeto e o da neste artigo.
sujeito da avaliação, além dos seus propósitos, O foco da avaliação proposta é a gestão. Es-
objetivos e modos de proceder. Assim, as con- ta opção fundamentou-se nas considerações
trovérsias observadas situam-se no plano da de que, dentre os argumentos utilizados pelo
prática, do como esta deve ser conduzida, ou governo federal para a criação do modelo de
mais precisamente na seleção do foco, dos mé- organizações sociais, três princípios se desta-
todos e do grau de objetividade e de sistemati- caram: maior autonomia decisória destas orga-
zação utilizados para se avaliar. nizações frente aos níveis hierárquicos da es-

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trutura burocrática da administração pública discussão levantada por Matus 14 sobre a capa-
brasileira, por possibilitar um processo decisó- cidade de governo, que se aproxima, tanto do
rio mais rápido e mais efetivo; maior flexibili- ponto de vista conceitual como operacional,
dade para romper com a rigidez da estrutura da capacidade de gestão. Para Matus 14, a capa-
organizacional, objetivando maior interdepen- cidade de governo é aferida com base em três
dência e compartilhamento na autoridade e na dimensões, interdependentes entre si, cujas re-
responsabilidade 13; por fim, maior transpa- lações compõem o Triângulo de Governo. Es-
rência, ao instituir, na estrutura organizacional sas dimensões revelam a capacidade de gover-
da organizações sociais, os conselhos adminis- no por meio da articulação dinâmica entre a
trativo e fiscal, com a participação de represen- existência de projetos de governo (Dimensão
tantes do Estado e da sociedade civil, com vis- 1), do grau de governabilidade do sistema (Di-
tas a gerar decisões mais consensuais, além de mensão 2) e da capacidade de governo (Dimen-
instituir canais e expedientes que possam, ao são 3). Com este entendimento, Matus 14 agre-
divulgar e socializar estas decisões para traba- ga conceitos que se situam em campos teóri-
lhadores e usuários, contribuir para a constru- cos que tradicionalmente se polarizam na dis-
ção de um processo decisório mais transparen- cussão sobre gestão: o da administração e o da
te e, por conseqüência, sujeito a um maior con- ciência política. Este modelo triangular de go-
trole social. verno privilegia tanto categorias normativas
Cabe ressaltar que, embora a proposta me- (existência de projetos) e categorias adminis-
todológica esteja centrada no modelo de orga- trativas (capacidade técnica), como categorias
nizações sociais, os resultados da avaliação políticas (governabilidade do sistema).
não autorizam aferir qualquer juízo de valor ao Assim, o conceito-guia de gestão adotado,
modelo em si, como antes referido. Isto porque assume que a capacidade de gestão de uma or-
outras variáveis e outros tipos de avaliação, a ganização pode ser também aferida pela capa-
exemplo daqueles que avaliam resultados e im- cidade de formular projetos, políticas e normas
pactos, precisariam ser também incorporados. legais; pelas condições técnicas e administrati-
vas (recursos humanos, materiais e financei-
A construção de um conceito-guia de gestão ros), que representam as condições logísticas
para a execução e por sua capacidade de arti-
A definição do conceito-guia de gestão tomou cular e de mobilizar alianças e parcerias, assim
em consideração que o conceito de gestão é am- como recursos políticos e estratégicos, no sen-
plo, diversificado e por isto mesmo controver- tido de assegurar as condições políticas para a
tido. Os conceitos existentes na literatura fun- busca dos objetivos perseguidos por meio das
damentam-se em campos teóricos diversos e a políticas, dos planos e dos programas.
polarização qualitativa encontra-se entre o cam- Outros aspectos foram agregados ao pro-
po da administração e o da ciência política. cesso de construção do conceito-guia de ges-
No campo da administração, o conceito de tão. O primeiro relativo à escolha sobre o tipo
gestão se aproxima da idéia de gerência e desta de gestão, ou seja, qual a imagem-objetivo que
forma toma um caráter mais operacional e ins- está sendo perseguida sobre a gestão. Não se
trumental ao prevalecer o entendimento de tratava, no caso, de avaliar uma idéia descon-
que se trata de uma função organizacional vol- textualizada ou descomprometida de gestão.
tada para a coordenação e o controle. Ao contrário, como antes discutido, tratava-se
No campo da ciência política, do qual tam- de desenhar a avaliação de modelo de gestão
bém se aproxima a administração pública, o orientado por princípios previamente estabe-
conceito de gestão incorpora uma dimensão lecidos. Nesse sentido, o tipo assumido de ges-
política que se traduz em aspectos menos pro- tão orientava-se na direção de decisões mais
cedimentais, privilegiando a discussão sobre o partilhadas, contando com trabalhadores com-
poder e sua legitimidade, politizando assim os prometidos com a organização e usuários sa-
conflitos presentes no processo de decisão no tisfeitos com o atendimento de suas necessida-
âmbito das organizações, inclusive nas organi- des, contemplando ainda maior autonomia de-
zações públicas. cisória em todos os níveis e menores entraves
Neste debate, constata-se que estes pólos burocráticos e distanciamentos hierárquicos, o
conceituais não são antagônicos e/ou exclu- que permite conferir legitimidade aos gestores
dentes entre si, e em certa medida eles se com- e confiabilidade à organização.
plementam na discussão sobre o conceito de Esta constatação conduziu à necessidade
gestão. desta imagem-objetivo de gestão estar baliza-
Nessa perspectiva, a construção de um con- da nos princípios orientadores dos novos mo-
ceito-guia sobre gestão partiu, inicialmente, da delos de gestão pública que são, por sua vez,

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baseados nas teses do Novo Gerencialismo Pú- Vale ressaltar que a construção do Plano de
blico. Observou-se, por exemplo, no bojo das Indicadores exigiu decisões metodológicas que
justificativas para criação dos novos modelos conformam a proposta de avaliação em sua to-
de gestão de serviços públicos, que além dos talidade. Neste particular, partiu-se do enten-
princípios da flexibilidade e da maior autono- dimento de que esta construção deve ser vista
mia decisória, esses novos modelos de gestão como um exercício contínuo, o que significa
também perseguem uma maior capacidade de revisões e adaptações continuadas e contex-
sustentar resultados, no sentido da construção tualizadas dos indicadores, tendo em vista o
de estratégias de gestão que possam assegurar aperfeiçoamento da capacidade de aferir aqui-
a continuidade dos resultados obtidos e favo- lo a que se propõem. Nesta perspectiva, o Pla-
recer maior confiabilidade à organização. no de Indicadores não se constitui em um pro-
Diante disso, o conceito de capacidade de duto universal e acabado, ao contrário, defen-
gestão agregou, na sua dimensão política, a de-se que este deve ser sempre submetido às
idéia de sustentabilidade, contemplando as- críticas que possibilitem ajustes, principal-
pectos relacionados com a institucionalização mente no que diz respeito à parametrização
de mecanismos e estratégias que ampliem e/ou dos diversos indicadores propostos.
consolidem apoios e alianças capazes de favo- Foi também necessário convencionar um
recer a manutenção das decisões e dos resulta- conceito operacional importante, o de Indica-
dos pretendidos. dor, que foi concebido como sendo elemento
Nesta perspectiva, o conceito de gestão que que indica certa condição, característica, qua-
serviu de referência para a construção da pro- lidade, atributo ou medida numérica que, ao
posta de avaliação, parte do entendimento de registrar, compilar e analisar facilita que con-
que a decisão é o elemento central que perpas- ceitos mais complexos se tornem mensuráveis.
sa o processo de gestão e se revela por meio de Nesse sentido, o Indicador sintetiza ou repre-
três dimensões: uma dimensão organizacional senta e/ou dá maior significado ao que se quer
que evidencia o formato do processo decisório avaliar. Pode ser representado por um número,
(quem e como se decide); uma dimensão ope- por uma relação entre dois eventos ou uma
racional (capacidade de executar) que indica qualidade do evento. O mais importante é que
iniciativas de gestão no sentido de manter e o Indicador só é válido no contexto específico
ampliar as condições logísticas e gerenciais da onde se processa a avaliação.
organização, mobilizando recursos, inclusive Para que os indicadores permitissem a lei-
os estratégicos; e a dimensão da sustentabili- tura do fenômeno foi necessário também defi-
dade (capacidade de sustentar resultados) que nir os parâmetros da avaliação. Obtido um de-
revela como os gestores vêm construindo a ca- terminado resultado, e sendo necessário emitir
pacidade de sustentar os resultados de gestão. um julgamento, tornou-se essencial, como em
Dessa forma, a capacidade de gestão de uma qualquer avaliação, estabelecer um ótimo es-
organização social foi concebida como sendo a perado, e outras gradações, como referência
faculdade de uma organização em decidir com para a emissão do juízo de valor.
autonomia, flexibilidade e transparência, mo- Importante destacar que, em se tratando da
bilizando recursos e construindo a sustentabili- avaliação da capacidade de gestão de organi-
dade dos resultados de gestão. Este conceito foi zações sociais, entidades relativamente recen-
a ferramenta teórico-analítica do modelo me- tes, uma das maiores dificuldades referiu-se à
todológico desenhado para aferir a capacidade condição de sistematizar ou adaptar indicado-
de gestão de organizações socais. res e parâmetros já testados. Dessa forma, tra-
tou-se predominantemente de construir indi-
cadores e propor parâmetros, tendo por refe-
A construção do Plano de Indicadores rência o conceito-guia e os pressupostos sobre
a inovação do modelo de organizações sociais
A convenção de conceitos operacionais no campo da gestão.
Resultou de todo este processo a elabora-
O Plano de Indicadores foi construído em duas ção de uma matriz contemplando 34 indicado-
etapas. A primeira envolveu a definição das di- res, distribuídos nas dimensões organizacio-
mensões e das variáveis. A segunda contem- nal, operacional e da sustentabilidade da ges-
plou a seleção do conjunto de indicadores, suas tão, que estruturam o conceito-guia de gestão
descrições, cálculos, fórmulas, requisitos e pa- e somam um total de 194 pontos. A matriz é
râmetros, orientados por premissas a serem composta pelos indicadores, cálculos, fórmu-
confirmadas e que representam o caminho de las, requisitos e parâmetros adotados, orienta-
volta que os indicadores deverão realizar. dos por premissas a serem confirmadas, que

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representam o caminho de volta que os indica- ção pelos gestores, o que soma para a sustenta-
dores devem realizar. bilidade dos resultados de gestão.
Na etapa da construção das três dimensões Indicador 26: percentual de trabalhadores
foram adotadas questões e premissas para tra- que referem existência de mecanismos de re-
çar o caminho de ida para a construção dos in- torno sobre a avaliação de seu desempenho.
dicadores. Pontuação prevista: 3; 1,5 pontos para cada
• Na Dimensão Organizacional, temos como 25% de respostas positivas.
exemplo:
Questão: os gestores da organizações so-
ciais têm capacitação técnica e experiência pré- O Plano de Análise
via em gestão e os conselheiros foram eleitos
para o cargo e sua atuação é reconhecida pelo O Plano de Indicadores sistematiza as variá-
conjunto de trabalhadores da organização? veis e os indicadores que integram a metodo-
Premissa: um perfil desejável de gestor con- logia de avaliação. No entanto, saber que da-
templa capacitação técnica e experiência pré- dos e informações são necessários e os seus
via como requisitos desejáveis para lhe confe- meios de verificação não encerra a tarefa da
rir legitimidade técnico-política para decidir. A avaliação. Partindo da premissa central de que
legitimidade política é conferida pela condu- avaliar é atribuir um julgamento de valor, im-
ção via eletiva aos cargos e pelo exercício efeti- põe-se a necessidade de emitir um julgamen-
vo da liderança. to desses dados em função de uma escala de
Indicador 1: porcentual de atendimento pe- critérios que podem ser explícitos ou implíci-
los gestores de requisitos para exercício da fun- tos 15,16.
ção gerencial. Pontuação prevista: 4 (2,0 pon- Dupuis 15 acrescenta que a definição dos
tos a cada 25% de respostas positivas). critérios e valores para julgamento dos resulta-
• Na Dimensão Operacional, temos como dos em uma avaliação estabelece a efetiva dife-
exemplo: renciação entre esta e a realização de uma au-
Questão: os gestores têm promovido inicia- ditoria ou de um controle administrativo. Por
tivas no sentido de ampliar alianças e parcerias outro lado, esses critérios devem estar devida-
para manter ou ampliar as condições logísticas mente justificados e partilhados pelo maior nú-
e gerenciais da organização? mero de atores envolvidos com o alvo da ava-
Premissa: a autonomia decisória e a flexibi- liação. Isto porque critérios e valores atuam na
lidade administrativa prevista para o modelo avaliação como os fundamentos que orientam
de organizações sociais possibilitam aos gesto- todas as análises, o que permite dar sentido a
res condições para manterem e ampliarem as um conjunto de dados e informações que, sem
condições logísticas e operacionais da organi- este referencial, não ultrapassariam a condição
zação, incorporando novas fontes de financia- de meros descritores da situação avaliada.
mento, de recursos técnicos e estratégicos. No caso desta proposta metodológica assu-
Indicador 20: tipo (diversidade) de recursos miu-se que: (a) a avaliação tem o sentido de
incorporados por intermédio de parceiros ex- produzir respostas sobre a capacidade de ges-
ternos. Pontuação prevista: para 2 ou mais ti- tão de organizações sociais; (b) que todos os
pos = 4 pontos; pelo menos 1 tipo = 2 pontos. critérios para a avaliação seriam explícitos, in-
• Na Dimensão da Sustentabilidade, temos clusive como forma de garantir a aplicação da
como exemplo: metodologia e a análise comparativa dos acha-
Questão: as iniciativas de gestão têm con- dos no tempo e entre diferentes organizações.
templado a construção de um processo de tra- De outra parte, reuniões e oficinas foram
balho e de decisão calcado na liderança e na realizadas visando a pactuar com atores das or-
busca de alianças, elevando a satisfação dos ganizações sociais, com aqueles que vêm se
trabalhadores, dos usuários e dos parceiros com responsabilizando pela implantação e acom-
a condução da organização pelos gestores? panhamento deste modelo de gestão no âmbi-
Premissa: uma gestão autônoma e orienta- to da administração pública e também com es-
da pela flexibilidade gerencial, propiciada pelo pecialistas da área, as variáveis, os indicadores
modelo de organizações sociais, utiliza distin- e as premissas da avaliação. Todo este processo
tos expedientes de divulgação e difusão de in- resultou na construção de uma escala concei-
formações dentro da organização e institucio- tual que partiu de categorias mais abstratas até
naliza mecanismos de gestão para ausculta dos alcançar variáveis mensuráveis, organizadas
trabalhadores e dos usuários, o que eleva o grau sobre a forma de indicadores.
de transparência do processo de decisão e da Uma dificuldade adicional na construção
satisfação destes com a condução da organiza- da matriz de indicadores foi a ausência de refe-

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renciais testados que pudessem ser adotados 4. Indicadores de existência: conjunto de in-
como parâmetros para esta avaliação. dicadores que mensuram a existência efetiva
Frente ao exposto, partindo-se da constru- ou referida, na organização, de procedimentos
ção teórica e adotando como cenário os princí- e ou mecanismos que são estratégicos na im-
pios que, no plano conceitual e também políti- plementação e sustentação de um modelo di-
co, justificam a adoção do modelo de organiza- ferenciado de gestão.
ções sociais, construiu-se os critérios para as Os valores atribuídos a cada um dos indica-
análises dos resultados de cada um dos indica- dores representam um máximo de pontuação
dores. que pode ser alcançado. Desta forma, foi ne-
Visando a permitir uma melhor compreen- cessário definir critérios para pontuar os dife-
são dos achados e, também, como forma de fa- rentes resultados que podem advir quando da
vorecer o acompanhamento dos resultados no aplicação da metodologia. Para tanto, importa
tempo, optou-se por esclarecer os critérios e considerar que: (a) alguns indicadores contem-
pontuar os resultados, de acordo com uma es- plam resultados dicotômicos (sim e não). Nes-
cala numérica. Dessa forma, uma situação ideal tes casos, os pontos serão totalmente atribuí-
seria representada pelo alcance do máximo de dos para a resposta positiva; (b) os indicadores
pontuação possível para cada um dos indica- que mensuram a freqüência de determinadas
dores, tendo em vista os pontos atribuídos e os respostas entre um conjunto de atores podem
critérios adotados para a pontuação a partir assumir valores entre zero e o total de respos-
das respostas obtidas no levantamento dos da- tas possíveis.
dos. O anverso desta situação seria, em teoria, Assim, a pontuação total prevista foi redis-
representado pela inexistência de pontuação tribuída de forma a corresponder às possibili-
(zero ponto), o que significaria o não alcance dades das respostas, o que se fez a partir dos
de pontos em qualquer dos indicadores consi- seguintes princípios:
derados. • Adoção de uma escala numérica com quatro
Tomada esta decisão metodológica, o passo pontos de corte (25%, 50%, 75% e 100%), que re-
seguinte foi estabelecer como seriam valorados presentam o percentual de respostas esperadas.
os diferentes indicadores. Para tanto, conside- • Para alguns indicadores arbitrou-se que só
rou-se: (a) que os indicadores detêm natureza é possível alcançar a pontuação máxima com o
distinta na medida em que mensuram fenôme- total de respostas positivas. Este critério foi ado-
nos diversos e, por essa razão, detêm poder de tado para aqueles indicadores (a exemplo do
definição também diferenciada sobre a capaci- indicador 3: percentual de trabalhadores que
dade de gestão; (b) que os indicadores buscam referem conhecimento sobre existência do Con-
mensurar fenômenos que expressam, no pro- selho Curador ou Administrativo com um total
cesso de gestão, os princípios que orientaram a de 8 pontos possíveis de obter a partir de 25%
opção pelo modelo de organizações sociais. Al- de respostas positivas) que expressam fenôme-
guns dos indicadores precedem a outros em nos mais relevantes e para os quais a maior
ordem de importância porque medem aspec- pontuação possível é teoricamente viável.
tos do fenômeno que, segundo sua natureza, • Para outros indicadores (a exemplo do in-
são também mais importantes na caracteriza- dicador 7: percentual de trabalhadores que re-
ção dos princípios que regem a consolidação ferem ter participado do processo de elabora-
da organização social. ção do Plano de Metas ou de outro instrumen-
Resultou das considerações acima, a seguin- to de planejamento utilizado pela organização,
te ponderação, apresentada por ordem de prio- com um total de 10 pontos para 25% de respos-
ridade dos indicadores selecionados: tas positivas) arbitrou-se a divisão dos pontos
1. Indicadores de participação: conjunto de totais em até 25%, 50% e 75% de respostas po-
indicadores que mensuram o envolvimento de sitivas, o que significa aceitar que em alguns
diferentes atores no processo de planejamento casos, um percentual de respostas menor que
utilizado pela organização. 100% é também relevante.
2. Indicadores de conhecimento: conjunto de Para alcançar os resultados finais da avalia-
indicadores que mensuram a disseminação de ção, após registrar os valores obtidos em cada
conhecimentos estratégicos entre diferentes um dos indicadores, procede-se à soma dos va-
atores organizacionais. lores. Dessa forma os avaliadores chegarão a
3. Indicadores de satisfação: conjunto de in- um valor numérico que expressa a capacidade
dicadores que mensuram a satisfação referida de gestão da organização.
de diferentes atores internos e externos com os Por último, importa ressaltar a metodologia
aspectos estratégicos na gestão de uma organi- utilizada para a leitura dos achados. Neste sen-
zação social. tido, assumindo que o foco da avaliação é o pro-

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AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE GESTÃO DE ORGANIZAÇÕES SOCIAIS 1649

cesso de gestão, admite-se que o resultado con- Considerações finais


clusivo da análise deve sinalizar para um mo-
mento específico no desenvolvimento da capa- O desenvolvimento da metodologia para ava-
cidade de gestão de uma organização social. Is- liação da capacidade de gestão de organizações
to implica que a metodologia não avalia uma sociais encerrou uma série de desafios e, por is-
gestão como boa ou má, evitando as armadi- to mesmo, permitiu aprendizagens sobre a pró-
lhas de avaliações binárias que não geram pers- pria proposta de organizações sociais, sobre o
pectivas de aperfeiçoamento, seja para os “bons”, conceito de gestão e sobre muitos dos aspectos
seja para os “maus”. que envolvem a avaliação de qualquer ação.
Da mesma forma, considerou-se que qual- Por outro lado, importa destacar que os au-
quer metodologia de avaliação deve revelar os tores adotaram um caminho metodológico
pontos críticos que vêm constrangendo o de- compatível com as exigências da pesquisa aca-
senvolvimento pleno da capacidade de gestão dêmica para o desenvolvimento da proposta
de uma organização. Assim, tanto os gestores de avaliação, mas os objetivos do trabalho vão
da organização como os gestores do processo além dos relativos à produção de conhecimen-
de implementação do modelo de organizações to. Tendo em vista o entendimento de que a
sociais podem incorporar os resultados da ava- avaliação deve ser uma prática incorporada ao
liação como parte do planejamento de ações cotidiano das organizações públicas, argumen-
presentes e futuras, e não apenas julgar o que ta-se que os instrumentos de avaliação devem
não foi feito ou o que foi feito inadequadamen- ser factíveis e viáveis. Desta forma, o rigor que
te no passado. presidiu as escolhas conceituais e decisões pro-
Também para esta avaliação da capacidade cedimentais visaram a produzir um desenho de
de gestão como um continnum fez-se necessá- avaliação que, de um lado, possa garantir a con-
rio arbitrar valores. Neste caso optou-se por fiabilidade dos resultados e também sua sensi-
uma leitura inclusiva dos resultados, o que le- bilidade em aproximar-se do fenômeno em
vou à concepção da seguinte escala de valores: avaliação, por outro, a aplicabilidade do instru-
(a) entre zero e 48,5 pontos (até 25% de desem- mental e sua reprodutibilidade em diferentes
penho): insuficiente desenvolvimento da capa- contextos também deveria estar preservada.
cidade de gestão; (b) entre 48,6 e 97,0 pontos Um aspecto relevante foi o constante diálo-
(26 a 50%): baixo desenvolvimento da capaci- go entre os pesquisadores e os técnicos do es-
dade de gestão; (c) entre 97,1 e 145,5 pontos tado e das organizações sociais no desenho da
(51 a 75%): médio alto desenvolvimento da ca- proposta. É reconhecido que esse diálogo não
pacidade de gestão; (d) entre 145,6 e 194 pon- se faz sem dificuldades, o que valoriza ainda
tos (76% ou mais de desempenho): alto desen- mais o esforço em se tratando de uma avaliação
volvimento da capacidade de gestão. que gera resultados sobre o trabalho de muitas
Para reconhecer os pontos de constrangi- pessoas.
mentos e também os pontos altos da capacida- Cabe ainda ressaltar que presidiu o desen-
de de gestão faz-se uma leitura crítica dos re- volvimento do trabalho o entendimento de que
sultados obtidos com os indicadores. Tendo em uma avaliação é positiva quando é capaz de
vista o desenho da avaliação, isto permite: (a) contribuir para a identificação dos problemas
identificar os indicadores que obtiveram piores e de proposições para o seu enfrentamento.
e melhores resultados; (b) promover discussões Desta forma, pressupõe-se que a avaliação pro-
internas com a equipe sobre os determinantes posta não se encerra em si mesma, ao contrá-
e os condicionantes do comportamento de de- rio, subsidia o planejamento de um futuro na
terminadas variáveis; (c) identificar constrangi- direção da conquista de um desenvolvimento
mentos e sua inserção, os quais podem ser in- pleno da capacidade de gestão.
ternos ou externos à organização; (d) definir e
articular estratégias para a superação de cons-
trangimentos no curto, médio e longo prazos.

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1650 Guimarães MCL et al.

Resumo Colaboradores

O projeto de Reforma Administrativa do Estado Brasi- Todos os autores participaram da pesquisa que deu
leiro, ao introduzir estratégias administrativas basea- origem ao artigo. C. Melo coordenou a pesquisa e ela-
das na ampla delegação de autoridade e na cobrança borou o artigo que foi revisto pelos demais autores.
a posteriori de resultados, colocou em relevo a questão
da avaliação nas organizações públicas. Este artigo
apresenta uma proposta metodológica para avaliar a
capacidade de gestão de organizações sociais, ente pú-
blico não-estatal criado no bojo dessa Reforma. A
construção da proposta contemplou a definição de um
conceito-guia de gestão e suas dimensões, os quais
orientaram a seleção e construção de variáveis, indi-
cadores, parâmetros e plano de análise para a avalia-
ção. Nas considerações finais argumenta-se que as es-
colhas conceituais e decisões procedimentais visaram
a produzir um desenho de avaliação que garantisse a
confiabilidade dos resultados e sua sensibilidade em
aproximar-se do fenômeno avaliado, e a aplicabilida-
de e reprodutibilidade da metodologia em diferentes
contextos.

Avaliação; Capacidade de Gestão; Organização Social

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