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Maria

Posso perder-me hoje mais que nunca


Tua poesia refaz meu caminho
Tua poesia inventa meu destino
Se até aqui mal sabia do amor
É que o amor não se faz de saberes
Nem tão pouco com cestas e prazeres
Pouco diz o amor quando beira
Olhos, bocas, mãos ou as vísceras
Pouco se diz do amor que o é
Dá-se por ser, sem contidos
Sem referendar razões
Sem arregimentar motivos
Sem ordenar o sizo
Posso perder-me mais que fui
Agora, molhar-me do teu gozo
Lavar-me no teu riso
Secar-me ao teu olhar
Por fim ao frio outonal
Desconstruir tuas certezas
Uma por uma sem maldade
Ou pudor
Desfazer o arrumado da cama
Ignorar a tua mesa posta
Por insólito que te soe
Dou-te esse que presumo amor
Pouco afeito ao sofrer ou as desditas
Implacável contestador das mentiras
E mesmo daquelas que ele cria
Posso perder-te do alcance da vista
Essa sim alguma perdição
A confundir os dormentes
E apenas esses

D’Almeida Souza

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