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1.

INTRODUÇÃO

Palavras-chave: ruptura e resistência, deformação e


recalque, recalque admissível.

1.1 Definição

a) Fundação: é o elemento que faz a interface entre


a superestrutura e o terreno (BOWLES,1977). Essa
definição tradicional, em que o elemento estrutural é
a própria fundação, consta, implicitamente, na NBR
6122/1996 – Projeto e execução de fundações, da
ABNT. AOKI e CINTRA (1999) optaram por uma
nova definição, em que ELEMENTO ISOLADO DE
FUNDAÇÃO é o sistema composto pelo elemento
estrutural e pelo maciço de solo que o envolve.

As fundações são, geralmente, classificadas como


RASAS ou PROFUNDAS, dependendo da
profundidade da base do elemento estrutural de
fundação. Teoricamente, o mecanismo de ruptura de
uma fundação profunda não atinge a superfície.
Tipicamente os mecanismos de ruptura de base,
atingem, acima dela, até duas vezes a sua menor
dimensão.

b) Fundação Rasa

Bloco
Sapata
Sapata corrida
Viga de fundação
Grelha
Sapata associada
Radier

b) Fundação Profunda

Estaca
Tubulão
Caixão

1.2 Elementos necessários ao projeto

a) Topografia
b) Dados geotécnicos
c) Dados da estrutura
d) Condições locais e de construções vizinhas
e) Aspectos executivos

De posse dessas informações analisa-se a


possibilidade de escolha dentre os vários tipos de
fundação, de acordo com a VIABILIDADE TÉCNICA
e ECONÔMICA de execução.

1.3 Requisitos para um projeto de fundações

Em geral as fundações devem ter:

a) Segurança adequada à ruptura do solo e à


ruptura do elemento estrutural de fundação;

b) Deformação aceitáveis sob condições de trabalho.

Outros requisitos, para certos tipos de obra, são:


Segurança ao tombamento e deslizamento;
Flambagem; Níveis de vibração.

1.4 Exemplos de problemas em fundações

Quando os requisitos mencionados não são


atendidos, então podem ocorrer problemas. Alguns
exemplos são os seguintes.

1.4.1 Ruptura do solo

Quando a ruptura é atingida, o terreno desloca-se,


arrastando consigo a fundação, como mostrado na
Figura 1.

Fig.1 – Ruptura do solo de fundação

Não são comuns. Um exemplo clássico é o caso


indicado na Figura 2. Trata-se de um conjunto de
silos apoiado sobre um RADIER com 23m de largura
por 57m de comprimento
Fig.2– Ruptura do solo de fundação de silos

Em conseqüência de uma assimetria de


carregamento houve a ruptura do solo de fundação e
o colapso da obra.

1.4.2 Deformação excessiva

a) Torre de Pisa: fundação superficial apoiada em


solo heterogêneo (presença de solo mais deformável
em um dos “lados” da torre). Recalques diferenciais
geraram desaprumo de 4 m.

Fig.3 - Torre de Pisa


b) Santos: edifícios altos construídos até a década
de 70, com fundações rasas na camada superficial
de areia (pouca espessa). O bulbo de tensões atinge
a camada de argila mole localizada logo abaixo,
gerando recalques da ordem de 30 cm. Dois
edifícios muito próximos provocam a intersecção dos
bulbos de tensões, causando desaprumo visível a
olho nu, em ambos.

Fig.4 - Edifícios inclinados na orla de Santos

1.5 Conceito de bulbo de tensões

Experiências mostraram que ao se aplicar uma


carga na superfície de um terreno, em área definida,
os acréscimos de tensão (Δσ) não se limitam à
projeção da área carregada, mas também nas
laterais. Além disso, ao longo da profundidade “z” a
tensão σ se propaga com o solo funcionando como
um amortecedor.

Denomina-se isóbara a superfície obtida unindo-se


os pontos em que os acréscimos de tensão (Δσ) são
de mesmo valor (mesmo percentual da σ0 aplicada
na superfície). Para efeitos práticos, considera-se
que valores de tensão inferiores a 10% da σ
aplicada na superfície não tem mais efeito de
deformabilidade no solo de fundação. Assim, a
isóbara (σz = 0,1. σ0) limitaria a zona, dentro da qual,
em termos práticos, o solo estaria sujeito a
deformações. Usualmente refere-se a essa isóbara,
com o termo BULBO DE TENSÕES.

1.6 Distribuição de tensões verticais no solo por


efeito de sobrecargas

A teoria mais antiga e mais simples (Kollbrunner,


1946 apud Barata,1984) para distribuição de tensões
verticais no solo admite que a carga Q ( ou tensão σ)
distribui-se uniformemente ao longo da
profundidade, segundo um ângulo de espraiamento
com a vertical (de 26,5º a 45º, em geral; quanto mais
resistente o solo maior o ângulo). Essa hipótese
contraria as observações experimentais, que
verificam que a distribuição não é uniforme, mas em
forma de sino. Entretanto, em face de sua
simplicidade, ainda é usada. Ressalta-se que para
estruturas rígidas, ou para grandes profundidades, a
distribuição tende a ser uniforme. A Figura 3 mostra
a aplicação dessa teoria, considerando um
espraiamento 2:1, isto é, um ângulo de espraiamento
de, aproximadamente, 26,5º.

Fig. 3 - Propagação de tensões pelo método 2:1

Por esse método o acréscimo de tensão (Δσ) a uma


profundidade z pode ser determinado pela equação
seguinte.

Para o caso de B = L, o acréscimo de tensão (Δσ),

Na profundidade z = B: Δσ = σ/4 = 25% σ


Na profundidade z = 2B: Δσ = σ/9 = 10 % σ

Por essa teoria simplificada nota-se que, para


superfícies quadradas, o bulbo de tensões atingiria
uma profundidade z = 2B.

Por intermédio da Teoria da Elasticidade e de


resultados experimentais pode-se determinar valores
práticos de profundidade atingida pelo bulbo de
tensões.
1.7 Exemplos de interação entre bulbos de
tensão

Casos dos edifícios na orla de Santos-SP.

a) Dois edifícios construídos simultaneamente


b) Edifício B construído muito depois do edifício A

1.8 Investigação do subsolo

Os materiais típicos de construção, concreto e aço,


podem ser fabricados com características impostas
ou especificadas. Ao contrário, o solo é um material
natural e, portanto, muito variável. Em geral, não há
como impor-lhe características desejadas; a
alternativa é estudá-las como elas são.

1.9 Sondagem de Simples Reconhecimento


(Sondagem à percussão ou Standard Penetration
Test – SPT)

A sondagem é normatizada pela ABNT. Consultar as


normas:
• NBR 6484 – Execução de Sondagens de Simples
Reconhecimento dos Solos.

• NBR 7250 – Identificação e descrição de amostras


de solos obtidos em sondagens de simples
reconhecimento dos solos.

• NBR 8036 – Programação de sondagens de


simples reconhecimento dos solos para fundações
de edifícios.

Etapas da sondagem:

I – perfuração;
II – amostragem;
III – ensaio penetrométrico (penetração
dinâmica).

As etapas I e II são alternadas, enquanto a II e III


são executadas simultaneamente, em cada metro da
sondagem. A perfuração é feita com trado até o N.A.
e com sistema de circulação de água após encontrar
o N.A. A amostragem é obtida com a cravação de
45cm, em cada metro, de um amostrador
padronizado.

A partir das amostras, pode-se inferir as camadas de


solo (tipo e espessura) presentes ao longo do furo
de sondagem.

No ensaio penetrométrico faz-se a contagem do


número de golpes para cravar cada 15 cm do
amostrador, por meio de um peso de 65 kg, caindo
de uma altura de 75 cm. Conforme a figura a seguir,
inicialmente perfura-se 1,0 m e depois, a cada metro,
tem-se 0,45 m para amostragem e ensaio
penetrométrico, seguidos de 0,55 m de perfuração.
No primeiro metro não é feita nem a amostragem
nem o ensaio penetrométrico.
Para cada metro de sondagem, exceto o primeiro,
obtém-se uma amostra (deformada) e três “leituras”
do ensaio penetrométrico (N1, N2 e N3), conforme
indicado na figura a seguir.

A partir desses valores, define-se o índice de


resistência à penetração como sendo a soma do
número de golpes dos últimos 30 cm de penetração
(despreza-se a primeira “leitura”):

N = N2 + N3 (golpes/30cm)

Simbologias utilizadas:

N = SPT = NSPT

Assim a sigla SPT ora representa o ensaio, ora o


índice de resistência à penetração.

Há correlações empíricas que utilizam o valor de N


para estimar parâmetros de interesse para projeto.
Há correlações, gráfico e tabelas para parâmetros de
resistência e peso específico, em função de N.

Outro objetivo do ensaio é a determinação do nível


d’água, o qual pode ser observado durante o
processo de perfuração e confirmado no dia seguinte
após o término da sondagem. No boletim de
sondagem deve também constar a data da
determinação do nível d’água.

A não realização de sondagens, ou seja a não


disponibilidade de informações em uma obra, pode
ter conseqüências imprevisíveis: falta/excesso de
segurança, custo elevado da fundação, etc.

Desse modo deve-se exigir sempre a execução de


sondagens para se projetar uma fundação. É papel
do engenheiro civil conscientizar o proprietário da
importância e necessidade das sondagens. Mas
como a sondagem é uma prestação de serviço,
cuidado: há sondagens e sondagens. Existem
empresas de sondagem que a realizam mal e outras
que são inidôneas, por isso não se deveria contratar
sondagens pelo critério do menor preço.

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