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(Contraponto 1)
Aula 1 – Primeira Aula
Roteiro de Estudos
Josephus é o aluno
Aloysius é o professor
O texto abaixo, de Alfred Mann (o tradutor do Gradus ad Parnassum de Fux), apresenta referências
históricas sobre o método de Fux.
Seguindo essa vertenteintrodutória e conceitual do Gradus ad Parnassumde Fux, acesse o link abaixo.Será
apresentada uma série de links para textos introdutórios de autores importantes no estudo do
contraponto.
Contraponto
Como pode ser observado, cada um dos textos oferece pontos de vista sobre o desenvolvimento e a
importância do estudo e, portanto, refletem parcialmente o conceito, o significado e o método de
abordagem do estudo do contraponto.
Todos os textos afirmam direta ou indiretamente o estudo do contraponto como essencial na formação do
músico. Alguns dos motivos apresentados relacionam-se com:
Procurando uma solução para esse problema, comecei, portanto, vários anos atrás, a
desenvolver um método similar ao pelo qual as crianças aprendem primeiro letras,
depois sílabas, depois combinação de sílabas e finalmente, como ler e escrever. E isso
não foi em vão. Quando utilizei esse método no ensino, observei que os alunos fizeram
um progresso assombroso em curto espaço de tempo. Então achei que prestaria um bom
serviço à arte se o publicasse para o beneficio dos jovens estudantes, e repartisse com o
mundo musical a experiência de quase trinta anos, durante os quais servi três
imperadores (pelo que devo, com toda modéstia, meu orgulhar). Além disso, como
Cícero cita de Platão: "Nós não vivemos apenas para nós mesmos; nossas vidas
pertencem também ao povo, aos nossos pais e a nossos amigos".
Fux, acrescenta:
Por tudo isso, a teoria do contraponto será tratada, aqui, de forma totalmente diferente.
Não será considerada, de modo algum, uma teoria, mas um método de treinamento,
cujo propósito principal será ensinar o aluno de forma a torná-lo apto a utilizar
posteriormente seu conhecimento quando compuser [reger, tocar ou cantar]. Assim
sendo, será aqui visado não apenas o desenvolvimento da habilidade do aluno na
condução de vozes, mas também a sua introdução aos princípios propriamente artísticos
e composicionais [da música], de modo que ele reconheça até que ponto esses princípios
são duradouros na arte [musical].
O método de Fux está expresso no próprio título do trabalho: Gradus ad Parnassum, que subentende
atingir uma determinada meta, objetivo ou conhecimento (Parnassum), através de exercícios que
gradativamente (passo-a-passo) tornam-se cada vez mais complexos.
A primeira divisão intrínseca do método de construção de exercícios de Fux restringe a quantidade global
de notas que poderão ser utilizadas nos exercícios. Essa restrição é obtida com a utilização do
Contraponto Vocal, ou seja, a escrita utilizada nos exercícios é pensada para ser executada por vozes
humanas.
Arnold Schoenberg justifica o estudo do contraponto vocal utilizando as claves “antigas” (principalmente
as claves de Dó) por dois motivos principais:
1 – escrever para vozes reduz o número de erros que um iniciante irá cometer. A extensão das quatro
vozes compreende uma menor quantidade de notas do que a maioria das combinações instrumentais
permitiria. Menor a quantidade de notas, menor a quantidade notas erradas. Além do mais, é mais fácil
ensinar um iniciante a escrever de maneira aceitável para vozes do que para instrumentos. Mesmo
escrevendo para piano, pode ser difícil manter as partes dentro do alcance das duas mãos. Mas, para
escrever adequadamente para outros instrumentos, requer-se um conhecimento de suas técnicas, de suas
extensões individuais, de suas potencialidades de dinâmica e, por fim, mas não menos importante, um
conhecimento de como os ler, já que muitos deles são instrumentos transpositores.
2 – Tornar-se totalmente familiarizado com a leitura e escrita das claves de dó irá auxiliar o aluno a ler e
tocar partituras orquestrais. Não é somente o fato de a viola e trombone alto serem escritos na clave do
contralto, dó na terceira linha, bem como o violoncelo, o fagote e o trombone na clave de tenor, para as
passagens em suas regiões mais agudas -, mas há a vantagem adicional a ser adquirida pela semelhança
de algumas claves com algumas transposições.
Outra divisão intrínseca do método de Fux está na quantidade de melodias utilizadas. Cada melodia é
habitualmente denominada pelo termo vozou parte.
A lógica que está implícita no métodode Fux é a de ser “mais difícil” escrever para duas vozes do que para
uma; para três vozes do que para duas; para quatro do que para três; e assim por diante. E mais, o
conhecimento adquirido, por exemplo, nos exercícios de construção a duas vozes servem como base de
referência, tornando “mais fácil” e possível o aprendizado a três vozes; e assim por diante.
Tendo isso em mente, podemos entender cada incremento no número de vozes como umaEtapa(Gradus)
gradativa do estudo(iniciando com duas melodias ou vozes (ou partes) até n melodias ou vozes (ou
partes)). Desse modo:
Em cada uma das etapas uma melodia em semibreves, denominada pela tradição de Cantus Firmus
abreviado por CF(também chamada de Canto Dado),é fornecida como referência à qual se constrói a(s)
outra(s) melodia(s) chamada de voz(es) do contraponto e abreviada(s) por CP. Isso quer dizer que na
primeira etapa o aluno constrói somente uma melodia (CP) em contraponto com o CF; na segunda etapa o
aluno constrói duas melodias CP (1) e CP (2) em contraponto com o CF; e assim por diante.
A segunda divisão intrínseca do método de Fux se dá internamente a cada uma das etapas subdivididas
em cinco espécies. Isso quer dizer que a Primeira Etapa (que estuda duas vozes) passa por:
E assim por diante em relação às outras etapas (terceira etapa – quatro vozes; quinta etapa – cinco vozes
etc.).
a lógica do método por espécies de Fuxnão limita a quantidade de etapas a serem estudadas
(quantidade de vozes);
a espécie de cada etapa é determinada pela(s) voz(es) em contraponto (CP) e não pelo canto
dado (CF);
a cada passagem de Etapa (duas vozes para três; três para quatro etc.) o CF é retirado e
substituído por vozes livres.
O texto abaixo apresenta e discute diversas características do método coligido por Fux:
Esse outro revisa e apresenta uma síntese do que pode significar o seu estudo regular: