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Direito Processual Penal p/ Polícia Federal - 2017/2018 (Agente) - Com videoaulas

Professor: Renan Araujo

00000000000 - DEMO
D. PROCESSUAL PENAL PARA POLêCIA FEDERAL (2017-2018) Ð AGENTE
Teoria e quest›es
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo

AULA DEMO: INQUƒRITO POLICIAL.

SUMçRIO
1 INQUƒRITO POLICIAL ........................................................................................... 5
1.1 Natureza e caracter’sticas .............................................................................. 5
1.2 In’cio do IP (instaura•‹o do IP) ..................................................................... 8
1.2.1 Formas de instaura•‹o do IP nos crimes de a•‹o penal pœblica incondicionada ....... 8
1.2.1.1 De of’cio ................................................................................................ 8
1.2.1.2 Requisi•‹o do Juiz ou do MP...................................................................... 9
1.2.1.3 Requerimento da v’tima ou de seu representante legal ............................... 10
1.2.1.4 Auto de Pris‹o em Flagrante ................................................................... 11
1.2.2 Formas de instaura•‹o do IP nos crimes de A•‹o Penal Pœblica Condicionada ˆ
Representa•‹o ............................................................................................................. 11
1.2.2.1 Representa•‹o do Ofendido ou de seu representante legal .......................... 11
1.2.2.2 Requisi•‹o de autoridade Judici‡ria ou do MP ............................................ 12
1.2.2.3 Auto de Pris‹o em Flagrante ................................................................... 12
1.2.2.4 Requisi•‹o do Ministro da Justi•a ............................................................. 12
1.2.3 Formas de Instaura•‹o do IP nos crimes de A•‹o Penal Privada .......................... 12
1.2.3.1 Requerimento da v’tima ou de quem legalmente a represente ..................... 13
1.2.3.2 Requisi•‹o do Juiz ou do MP.................................................................... 13
1.2.3.3 Auto de Pris‹o em Flagrante ................................................................... 13
1.2.4 Fluxograma ................................................................................................. 13
1.3 Tramita•‹o do IP ......................................................................................... 14
1.3.1 Dilig•ncias Investigat—rias ............................................................................. 14
1.3.1.1 Requerimento de dilig•ncias pelo indiciado e pelo ofendido ......................... 17
1.3.1.2 Identifica•‹o criminal ............................................................................. 17
1.3.1.3 Nomea•‹o de curador ao indiciado ........................................................... 19
1.4 Forma de tramita•‹o .................................................................................... 19
1.4.1 Incomunicabilidade do preso ......................................................................... 22
1.4.2 Indiciamento ............................................................................................... 22
1.5 Conclus‹o do inquŽrito policial .................................................................... 24
1.6 Poder de investiga•‹o do MP........................................................................ 28
2 LEI 12.830/13 .................................................................................................... 29
3 CONTROLE EXTERNO DA ATIVIDADE POLICIAL .................................................. 31
4 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ............................................................... 33
5 SòMULAS PERTINENTES ..................................................................................... 38
5.1 Sœmulas vinculantes .................................................................................... 38
5.2 Sœmulas do STF ............................................................................................ 39
5.3 Sœmulas do STJ ............................................................................................ 39
6 RESUMO .............................................................................................................. 39
7 EXERCêCIOS PARA PARATICAR ........................................................................... 45

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Teoria e quest›es
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8 EXERCêCIOS COMENTADOS ................................................................................. 55
9 GABARITO .......................................................................................................... 74

Ol‡, meus amigos!

ƒ com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo ESTRATƒGIA
CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir para a aprova•‹o de
voc•s no concurso da POLêCIA FEDERAL (2017-2018). N—s vamos estudar
teoria e comentar exerc’cios sobre DIREITO PROCESSUAL PENAL, para o cargo
de AGENTE DA PF.
E a’, povo, preparados para a maratona?
O edital ainda n‹o foi publicado, mas estima-se que seja realizado em
breve. A expectativa Ž de que a Banca organizadora seja o CESPE.
Bom, est‡ na hora de me apresentar a voc•s, n‹o Ž?
Meu nome Ž Renan Araujo, tenho 30 anos, sou Defensor Pœblico
Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pœblica da Uni‹o no Rio de Janeiro,
e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da UERJ. Antes,
porŽm, fui servidor da Justi•a Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de
TŽcnico Judici‡rio, por dois anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e p—s-
graduado em Direito Pœblico pela Universidade Gama Filho.
Minha trajet—ria de vida est‡ intimamente ligada aos Concursos Pœblicos.
Desde o come•o da Faculdade eu sabia que era isso que eu queria para a minha
vida! E querem saber? Isso faz toda a diferen•a! Algumas pessoas me perguntam
como consegui sucesso nos concursos em t‹o pouco tempo. Simples: Foco +
For•a de vontade + Disciplina. N‹o h‡ f—rmula m‡gica, n‹o h‡ ingrediente
secreto! Basta querer e correr atr‡s do seu sonho! Acreditem em mim, isso
funciona!
ƒ muito gratificante, depois de ter vivido minha jornada de concurseiro,
poder colaborar para a aprova•‹o de outros tantos concurseiros, como um dia eu
fui! E quando eu falo em Òcolaborar para a aprova•‹oÓ, n‹o estou falando apenas
por falar. O EstratŽgia Concursos possui ’ndices alt’ssimos de aprova•‹o
em todos os concursos!
Neste curso voc•s receber‹o todas as informa•›es necess‡rias para que
possam ter sucesso no concurso da POLêCIA FEDERAL. Acreditem, voc•s n‹o
v‹o se arrepender! O EstratŽgia Concursos est‡ comprometido com sua
aprova•‹o, com sua vaga, ou seja, com voc•!
Mas Ž poss’vel que, mesmo diante de tudo isso que eu disse, voc• ainda
n‹o esteja plenamente convencido de que o EstratŽgia Concursos Ž a melhor
escolha. Eu entendo voc•, j‡ estive deste lado do computador. Ës vezes Ž dif’cil
escolher o melhor material para sua prepara•‹o. Contudo, alguns colegas de
caminhada podem te ajudar a resolver este impasse:

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Esse print screen acima foi retirado da p‡gina de avalia•‹o do curso de


Direito Processual Penal para Delegado da PC-PE. Vejam que, dos 62 alunos
que avaliaram o curso, 61 o aprovaram. Um percentual de 98,39%.
Ainda n‹o est‡ convencido? Continuo te entendendo. Voc• acha que
pode estar dentro daqueles 1,61%. Em raz‹o disso, disponibilizamos
gratuitamente esta aula DEMONSTRATIVA, a fim de que voc• possa analisar o
material, ver se a abordagem te agrada, etc.
Acha que a aula demonstrativa Ž pouco para testar o material? Pois
bem, o EstratŽgia concursos d‡ a voc• o prazo de 30 DIAS para testar o
material. Isso mesmo, voc• pode baixar as aulas, estudar, analisar detidamente
o material e, se n‹o gostar, devolvemos seu dinheiro.
Sabem porque o EstratŽgia Concursos d‡ ao aluno 30 dias para
pedir o dinheiro de volta? Porque sabemos que isso n‹o vai acontecer! N‹o
temos medo de dar a voc• essa liberdade.
Neste curso estudaremos todo o conteœdo de Direito Penal estimado
para o Edital. Estudaremos teoria e vamos trabalhar tambŽm com exerc’cios
comentados.
Abaixo segue o plano de aulas do curso todo:
! ! ! !

AULA CONTEòDO DATA


Aula 00 InquŽrito Policial 21.10
Aula 01 Provas (parte I) 31.10
Aula 02 Provas (parte II) 10.11
Pris‹o e liberdade provis—ria (parte
Aula 03 20.11
I). Pris‹o tempor‡ria (Lei 7.960/89)
Pris‹o e liberdade provis—ria (parte
Aula 04 30.11
II)

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Teoria e quest›es
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As aulas ser‹o disponibilizadas no site conforme o cronograma


apresentado. Em cada aula eu trarei algumas quest›es que foram cobradas
em concursos pœblicos, para fixarmos o entendimento sobre a matŽria.
Como a Banca do œltimo concurso foi o CESPE, vamos usar,
primordialmente, quest›es desta Banca. Caso seja escolhida outra Banca,
nosso curso sofrer‡ as adapta•›es necess‡rias.
AlŽm da teoria e das quest›es, voc•s ter‹o acesso a duas ferramentas
muito importantes:
¥! RESUMOS Ð Cada aula ter‡ um resumo daquilo que foi estudado,
variando de 03 a 10 p‡ginas (a depender do tema), indo direto ao
ponto daquilo que Ž mais relevante! Ideal para quem est‡ sem
muito tempo.
¥! FîRUM DE DòVIDAS Ð N‹o entendeu alguma coisa? Simples: basta
perguntar ao professor Vinicius Silva, que Ž o respons‡vel pelo
F—rum de Dœvidas, exclusivo para os alunos do curso.

Outro diferencial importante Ž que nosso curso em PDF ser‡


complementado por videoaulas. Nas videoaulas ser‹o apresentados
alguns pontos considerados mais relevantes da matŽria, seja atravŽs da
apresenta•‹o da teoria seja atravŽs da resolu•‹o de exerc’cios anteriores, como
forma de ajudar na assimila•‹o da matŽria.

No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos!


Prof. Renan Araujo

E-mail: profrenanaraujo@gmail.com

Periscope: @profrenanaraujo

Facebook: www.facebook.com/profrenanaraujoestrategia

Instagram: www.instagram.com/profrenanaraujo/?hl=pt-br
Youtube:
www.youtube.com/channel/UClIFS2cyREWT35OELN8wcFQ

Observa•‹o importante: este curso Ž protegido por direitos autorais


(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a
legisla•‹o sobre direitos autorais e d‡ outras provid•ncias.

Grupos de rateio e pirataria s‹o clandestinos, violam a lei e prejudicam os


professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe
adquirindo os cursos honestamente atravŽs do site EstratŽgia Concursos. ;-)

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1! INQUƒRITO POLICIAL

1.1! Natureza e caracter’sticas


Antes de tudo, precisamos definir o que seria o InquŽrito Policial, para, a
partir da’, estudarmos os demais pontos. Podemos defini-lo como:
ÒInquŽrito policial Ž, pois, o conjunto de dilig•ncias realizadas pela Pol’cia Judici‡ria para a
apura•‹o de uma infra•‹o penal e sua autoria, a fim de que o titular da a•‹o penal possa
ingressar em ju’zoÓ.1

Assim, por Pol’cia Judici‡ria podemos entender a Pol’cia respons‡vel por


apurar fatos criminosos e coligir (reunir) elementos que apontem se, de fato,
houve o crime e quem o praticou (materialidade e autoria). A Pol’cia Judici‡ria
Ž representada, no Brasil, pela Pol’cia Civil e pela Pol’cia Federal.
A Pol’cia Militar, por sua vez, n‹o tem fun•‹o investigat—ria, mas apenas
fun•‹o administrativa (Pol’cia administrativa), de car‡ter ostensivo, ou seja, sua
fun•‹o Ž agir na preven•‹o de crimes, n‹o na sua apura•‹o! Cuidado com
isso!
Nos termos do art. 4¡ do CPP:
Art. 4¼ A pol’cia judici‡ria ser‡ exercida pelas autoridades policiais no territ—rio de suas
respectivas circunscri•›es e ter‡ por fim a apura•‹o das infra•›es penais e da sua autoria.

!
O IP tem natureza de procedimento administrativo, e n‹o de
processo judicial. Muito cuidado com isso!
O inquŽrito policial possui algumas caracter’sticas, atreladas ˆ sua
natureza. S‹o elas:

¥! O IP Ž administrativo - O InquŽrito Policial, por ser instaurado e


conduzido por uma autoridade policial, possui n’tido car‡ter administrativo.
O InquŽrito Policial n‹o Ž fase do processo! Cuidado! O IP Ž prŽ-
processual! Da’ porque eventual irregularidade ocorrida durante a
investiga•‹o n‹o gera nulidade do processo. 2
¥! O IP Ž inquisitivo (inquisitorialidade) - A inquisitorialidade do
InquŽrito decorre de sua natureza prŽ-processual3. No Processo temos autor

1 1
Tourinho Filho, Fernando da Costa, 1928 Ð Processo penal, volume 1 / Fernando da Costa Tourinho Filho.
Ð 28. ed. ver. e atual. - S‹o Paulo : Saraiva, 2006.
2
Este Ž o entendimento do STJ, no sentido de que eventuais nulidades ocorridas durante a investiga•‹o n‹o
contaminam a a•‹o penal, notadamente quando n‹o h‡ preju’zo algum para a defesa (STJ - AgRg no HC
235840/SP).

3
Para entendermos, devemos fazer a distin•‹o entre sistema acusat—rio e sistema inquisitivo.

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(MP ou v’tima), acusado e Juiz. No InquŽrito n‹o h‡ acusa•‹o, logo, n‹o


h‡ nem autor, nem acusado. O Juiz existe, mas ele n‹o conduz o IP, quem
conduz o IP Ž a autoridade policial (Delegado). No InquŽrito Policial, por
ser inquisitivo, n‹o h‡ direito ao contradit—rio nem ˆ ampla defesa4.
Como dissemos, no IP n‹o h‡ acusa•‹o alguma. H‡ apenas um procedimento
administrativo destinado a reunir informa•›es para subsidiar um ato
(oferecimento de denœncia ou queixa). N‹o h‡, portanto, acusado, mas
investigado ou indiciado (conforme o andamento do IP).5 Em raz‹o desta
aus•ncia de contradit—rio, o valor probat—rio das provas obtidas no
IP Ž muito pequeno, servindo apenas para angariar elementos de
convic•‹o ao titular da a•‹o penal (o MP ou o ofendido, a depender do tipo
de crime) para que este ofere•a a denœncia ou queixa.

==0==

CUIDADO! O Juiz pode usar as provas obtidas no InquŽrito


para fundamentar sua decis‹o. O que o Juiz NÌO PODE Ž fundamentar sua
decis‹o somente com elementos obtidos durante o IP. Nos termos do art.
155 do CPP:
Art. 155. O juiz formar‡ sua convic•‹o pela livre aprecia•‹o da prova produzida em contradit—rio
judicial, n‹o podendo fundamentar sua decis‹o exclusivamente nos elementos informativos
colhidos na investiga•‹o, ressalvadas as provas cautelares, n‹o repet’veis e antecipadas.
Vejam que mesmo nesse caso, existem exce•›es, que s‹o aquelas provas
colhidas durante a fase prŽ-processual em raz‹o da impossibilidade de se
esperar a Žpoca correta, por receio de n‹o se poder mais obt•-las (ex.: Exame
de corpo de delito).

¥! Oficiosidade Ð Em se tratando de crime de a•‹o penal pœblica


incondicionada, a autoridade policial deve instaurar o InquŽrito
Policial sempre que tiver not’cia da pr‡tica de um delito desta
natureza. Quando o crime for de a•‹o penal pœblica incondicionada (regra),

O sistema acusat—rio Ž aquele no qual h‡ dialŽtica, ou seja, uma parte defende uma tese, a outra parte
rebate as teses da primeira e um Juiz, imparcial, julga a demanda. Ou seja, o sistema acusat—rio Ž
multilateral.
J‡ o sistema inquisitivo Ž unilateral. N‹o h‡ acusador e acusado, nem a figura do Juiz imparcial. No
sistema inquisitivo n‹o h‡ acusa•‹o propriamente dita.
4
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 124. Isso n‹o significa que o indiciado n‹o possua direitos, como
o de ser acompanhado por advogado, etc. Inclusive, o indiciado, embora n‹o possua o Direito
Constitucional ao Contradit—rio e ˆ ampla defesa nesse caso, pode requerer sejam realizadas
algumas dilig•ncias. Entretanto, a realiza•‹o destas n‹o Ž obrigat—ria pela autoridade policial.
5
Entretanto, CUIDADO:
O STJ possui decis›es concedendo Habeas Corpus para determinar ˆ autoridade policial que
atenda a determinados pedidos de dilig•ncias;
O exame de corpo de delito n‹o pode ser negado, nos termos do art. 184 do CPP:
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial negar‡ a per’cia requerida
pelas partes, quando n‹o for necess‡ria ao esclarecimento da verdade.

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portanto, a instaura•‹o do IP poder‡ ser realizada pela autoridade policial


independentemente de provoca•‹o de quem quer seja. ƒ claro que, se o MP
j‡ dispuser dos elementos necess‡rios ao ajuizamento da a•‹o penal, o IP
n‹o precisa ser iniciado. O que o inciso I do art. 5¼ quer dizer Ž que a
autoridade policial tem o poder-dever de instaur‡-lo, de of’cio, no caso de
crimes desta natureza (O que determinar‡ a instaura•‹o, ou n‹o, ser‡ a
exist•ncia de ind’cios m’nimos da infra•‹o penal e a eventual utilidade do
IP).
¥! Oficialidade Ð O IP Ž conduzido por um —rg‹o oficial do Estado.
¥! Procedimento escrito - Todos os atos produzidos no bojo do IP
dever‹o ser escritos, e reduzidos a termo aqueles que forem orais (como
depoimento de testemunhas, interrogat—rio do indiciado, etc.). Essa regra
encerra outra caracter’stica do IP, citada por alguns autores, que Ž a da
FORMALIDADE.
¥! Indisponibilidade - Uma vez instaurado o IP, n‹o pode a
autoridade policial arquiv‡-lo6, pois esta atribui•‹o Ž exclusiva do
Judici‡rio, quando o titular da a•‹o penal assim o requerer.
¥! Dispensabilidade - O InquŽrito Policial Ž dispens‡vel, ou seja,
n‹o Ž obrigat—rio. Dado seu car‡ter informativo (busca reunir
informa•›es), caso o titular da a•‹o penal j‡ possua todos os elementos
necess‡rios ao oferecimento da a•‹o penal, o InquŽrito ser‡ dispens‡vel.
Um dos artigos que fundamenta isto Ž o art. 39, ¤ 5¡ do CPP7.
¥! Discricionariedade na sua condu•‹o - A autoridade policial
pode conduzir a investiga•‹o da maneira que entender mais
frut’fera, sem necessidade de seguir um padr‹o prŽ-estabelecido. Essa
discricionariedade n‹o se confunde com arbitrariedade, n‹o podendo o
Delegado (que Ž quem preside o IP) determinar dilig•ncias meramente com
a finalidade de perseguir o investigado, ou para prejudic‡-lo. A finalidade da
dilig•ncia deve ser sempre o interesse pœblico, materializado no objetivo do
InquŽrito, que Ž reunir elementos de autoria e materialidade do delito.
¥! Sigiloso - o IP Ž sempre sigiloso em rela•‹o ˆs pessoas do povo em
geral, por se tratar de mero procedimento investigat—rio, n‹o havendo
nenhum interesse que justifique o acesso liberado a qualquer do povo.8
Todavia, o IP n‹o Ž, em regra, sigiloso em rela•‹o aos envolvidos (ofendido,
indiciado e seus advogados), podendo, entretanto, ser decretado sigilo em
rela•‹o a determinadas pe•as do InquŽrito quando necess‡rio para o sucesso
da investiga•‹o (por exemplo: Pode ser vedado o acesso do advogado a
partes do IP que tratam de requerimento de intercepta•‹o telef™nica
formulado pelo Delegado ao Juiz).

6
Art. 17 do CPP.
7
¤ 5o O —rg‹o do MinistŽrio Pœblico dispensar‡ o inquŽrito, se com a representa•‹o forem oferecidos
elementos que o habilitem a promover a a•‹o penal, e, neste caso, oferecer‡ a denœncia no prazo de quinze
dias.
8
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 124

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1.2! In’cio do IP (instaura•‹o do IP)


As formas pelas quais o InquŽrito Policial pode ser instaurado variam
de acordo com a natureza da A•‹o Penal para a qual ele pretende angariar
informa•›es. A a•‹o penal pode ser pœblica incondicionada, condicionada ou a•‹o
penal privada.

1.2.1!Formas de instaura•‹o do IP nos crimes de a•‹o penal pœblica


incondicionada

1.2.1.1! De of’cio
Tomando a autoridade policial conhecimento da pr‡tica de fato definido como
crime cuja a•‹o penal seja pœblica incondicionada, poder‡ proceder (sem que
haja necessidade de requerimento de quem quer que seja) ˆ instaura•‹o do IP,
mediante Portaria.
Quando a autoridade policial toma conhecimento de um fato criminoso,
independentemente do meio (pela m’dia, por boatos que correm na boca do povo,
ou por qualquer outro meio), ocorre o que se chama de notitia criminis. Diante
da notitia criminis relativa a um crime cuja a•‹o penal Ž pœblica
incondicionada, a instaura•‹o do IP passa a ser admitida, ex officio, nos
termos do j‡ citado art. 5¡, I do CPP.
Quando esta not’cia de crime surge atravŽs de uma dela•‹o formalizada por
qualquer pessoa do povo, estaremos diante da delatio criminis simples. Nos
termos do art. 5¡, ¤ 3¡ do CPP:
¤ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da exist•ncia de infra•‹o penal em que
caiba a•‹o pœblica poder‡, verbalmente ou por escrito, comunic‡-la ˆ autoridade policial, e esta,
verificada a proced•ncia das informa•›es, mandar‡ instaurar inquŽrito.

A Doutrina classifica a notitia criminis da seguinte forma:


⇒! Notitia criminis de cogni•‹o imediata Ð Ocorre quando a
autoridade policial toma conhecimento do fato em raz‹o de suas
atividades rotineiras.
⇒! Notitia criminis de cogni•‹o mediata Ð Ocorre quando a autoridade
policial toma conhecimento do fato criminoso por meio de um
expediente formal (ex.: requisi•‹o do MP, com vistas ˆ instaura•‹o do
IP).
⇒! Notitia criminis de cogni•‹o coercitiva Ð Ocorre quando a
autoridade policial toma conhecimento do fato em raz‹o da pris‹o em
flagrante do suspeito.

A delatio criminis, que Ž uma forma de notitia criminis, pode ser:

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⇒! Delatio criminis simples Ð Comunica•‹o feita ˆ autoridade policial


por qualquer do povo (art. 5¼, ¤3¼ do CPP).
⇒! Delatio criminis postulat—ria Ð ƒ a comunica•‹o feita pelo ofendido
nos crimes de a•‹o penal pœblica condicionada ou a•‹o penal privada,
mediante a qual o ofendido j‡ pleiteia a instaura•‹o do IP.
⇒! Delatio criminis inqualificada Ð ƒ a chamada Òdenœncia an™nimaÓ,
ou seja, a comunica•‹o do fato feita ˆ autoridade policial por qualquer
do povo, mas sem a identifica•‹o do comunicante.

Mas, e no caso de se tratar de uma denœncia an™nima. Como deve


proceder o Delegado, j‡ que a Constitui•‹o permite a manifesta•‹o do
pensamento, mas veda o anonimato? Nesse caso, estamos diante da delatio
criminis inqualificada, que abrange, inclusive, a chamada Òdisque-denœnciaÓ,
muito utilizada nos dias de hoje. A solu•‹o encontrada pela Doutrina e pela
Jurisprud•ncia para conciliar o interesse pœblico na investiga•‹o com a proibi•‹o
de manifesta•›es ap—crifas (an™nimas) foi determinar que o Delegado, quando
tomar ci•ncia de fato definido como crime, atravŽs de denœncia an™nima, n‹o
dever‡ instaurar o IP de imediato, mas determinar que seja verificada a
proced•ncia da denœncia e, caso realmente se tenha not’cia do crime, instaurar
o IP.9

1.2.1.2! Requisi•‹o do Juiz ou do MP


O IP poder‡ ser instaurado, ainda, mediante requisi•‹o do Juiz ou do MP.
Nos termos do art. 5¡, II do CPP:
Art. 5o Nos crimes de a•‹o pœblica o inquŽrito policial ser‡ iniciado:
(...)
II - mediante requisi•‹o da autoridade judici‡ria ou do MinistŽrio Pœblico, ou a requerimento do
ofendido ou de quem tiver qualidade para represent‡-lo.

Essa requisi•‹o deve ser obrigatoriamente cumprida pelo Delegado,


n‹o podendo ele se recusar a cumpri-la, pois requisitar Ž sin™nimo de exigir com

9
(...) Admite-se a denœncia an™nima como instrumento de deflagra•‹o de dilig•ncias, pela
autoridade policial, para apurar a veracidade das informa•›es nela veiculadas, conforme
jurisprud•ncias do STF e do STJ. (...) (AgRg no RMS 28.054/PE, Rel. MIN. ADILSON VIEIRA MACABU
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RJ), QUINTA TURMA, julgado em 27/03/2012, DJe 19/04/2012)
O STF corrobora esse entendimento: (...) Segundo precedentes do Supremo Tribunal Federal, nada impede
a deflagra•‹o da persecu•‹o penal pela chamada Ôdenœncia an™nimaÕ, desde que esta seja
seguida de dilig•ncias realizadas para averiguar os fatos nela noticiados (86.082, rel. min. Ellen
Gracie, DJe de 22.08.2008; 90.178, rel. min. Cezar Peluso, DJe de 26.03.2010; e HC 95.244, rel. min. Dias
Toffoli, DJe de 30.04.2010 Ð Informativo 755 do STF).
A denœncia an™nima s— pode ensejar a instaura•‹o do IP, excepcionalmente, quando se constituir como
o pr—prio corpo de delito (ex.: carta na qual h‡ materializa•‹o do crime de amea•a, etc.).

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base na Lei. Contudo, o Delegado pode se recusar10 a instaurar o IP quando a


requisi•‹o:
¥! For manifestamente ilegal
¥! N‹o contiver os elementos f‡ticos m’nimos para subsidiar a
investiga•‹o (n‹o contiver os dados suficientes acerca do fato
criminoso)11

1.2.1.3! Requerimento da v’tima ou de seu representante legal


Nos termos do art. 5¡, II do CPP:
Art. 5o Nos crimes de a•‹o pœblica o inquŽrito policial ser‡ iniciado:
(...)
II - mediante requisi•‹o da autoridade judici‡ria ou do MinistŽrio Pœblico, ou a requerimento do
ofendido ou de quem tiver qualidade para represent‡-lo.

Vejam que aqui o CPP fala em requerimento, n‹o requisi•‹o. Por isso,
a Doutrina entende que nessa hip—tese o Delegado n‹o est‡ obrigado a
instaurar o IP, podendo, de acordo com a an‡lise dos fatos, entender que n‹o
existem ind’cios de que fora praticada uma infra•‹o penal e, portanto, deixar de
instaurar o IP.
O requerimento feito pela v’tima ou por seu representante deve preencher
alguns requisitos. Entretanto, caso n‹o for poss’vel, podem ser dispensados. Nos
termos do art. 5¡, ¤ 1¡ do CPP:
¤ 1o O requerimento a que se refere o no II conter‡ sempre que poss’vel:
a) a narra•‹o do fato, com todas as circunst‰ncias;
b) a individualiza•‹o do indiciado ou seus sinais caracter’sticos e as raz›es de convic•‹o ou de
presun•‹o de ser ele o autor da infra•‹o, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
c) a nomea•‹o das testemunhas, com indica•‹o de sua profiss‹o e resid•ncia.

Caso seja indeferido o requerimento, caber‡ recurso para o Chefe de


Pol’cia. Vejamos:
Art. 5o (...) ¤ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquŽrito caber‡
recurso para o chefe de Pol’cia.

10
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 111/112
11
Neste œltimo caso o Delegado deve oficiar a autoridade que requisitou a instaura•‹o solicitando que sejam
fornecidos os elementos m’nimos para a instaura•‹o do IP.

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1.2.1.4! Auto de Pris‹o em Flagrante


Embora essa hip—tese n‹o conste no rol do art. 5¡ do CPP, trata-se de
hip—tese cl‡ssica de fato que enseja a instaura•‹o de IP. Parte da Doutrina, no
entanto, a equipara ˆ notitia criminis e, portanto, estar’amos diante de
uma instaura•‹o ex officio.

1.2.2!Formas de instaura•‹o do IP nos crimes de A•‹o Penal Pœblica Condicionada


ˆ Representa•‹o
A a•‹o penal pœblica condicionada Ž aquela que, embora deva ser ajuizada
pelo MP, depende da representa•‹o da v’tima, ou seja, a v’tima tem que querer
que o autor do crime seja denunciado.
Nestes crimes, o IP pode se iniciar:

1.2.2.1! Representa•‹o do Ofendido ou de seu representante legal


Trata-se da chamada delatio criminis postulat—ria, que Ž o ato mediante
o qual o ofendido autoriza formalmente o Estado (atravŽs do MP) a
prosseguir na persecu•‹o penal e a proceder ˆ responsabiliza•‹o do
autor do fato, se for o caso. Trata-se de formalidade necess‡ria nesse tipo de
crime, nos termos do art. 5¡, ¤ 4¡ do CPP:
Art. 5¼ (...) ¤ 4o O inquŽrito, nos crimes em que a a•‹o pœblica depender de representa•‹o,
n‹o poder‡ sem ela ser iniciado.

N‹o se trata de ato que exija formalidade, podendo ser dirigido ao Juiz, ao
Delegado e ao membro do MP. Caso n‹o seja dirigida ao Delegado, ser‡ recebida
pelo Juiz ou Promotor e ˆquele encaminhada. Nos termos do art. 39 do CPP:
Art. 39. O direito de representa•‹o poder‡ ser exercido, pessoalmente ou por procurador com
poderes especiais, mediante declara•‹o, escrita ou oral, feita ao juiz, ao —rg‹o do MinistŽrio
Pœblico, ou ˆ autoridade policial.

Caso a v’tima n‹o exer•a seu direito de representa•‹o no prazo de seis


meses, a contar da data em que tomou conhecimento da autoria do fato,
estar‡ extinta a punibilidade (decai do direito de representar), nos termos do
art. 38 do CPP:
Art. 38. Salvo disposi•‹o em contr‡rio, o ofendido, ou seu representante legal, decair‡ no direito
de queixa ou de representa•‹o, se n‹o o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do
dia em que vier a saber quem Ž o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se
esgotar o prazo para o oferecimento da denœncia.

Caso se trate de v’tima menor de 18 anos, quem deve representar Ž o


seu representante legal. Caso n‹o o fa•a, entretanto, o prazo decadencial
s— come•a a correr quando a v’tima completa 18 anos, para que esta n‹o

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seja prejudicada por eventual inŽrcia de seu representante. Inclusive, o verbete


sumular n¡ 594 do STF se coaduna com este entendimento.
E se o autor do fato for o pr—prio representante legal (como no caso
de estupro e viol•ncia domŽstica)? Nesse caso, aplica-se o art. 33 do CPP12,
por analogia, nomeando-se curador especial para que exercite o direito de
representa•‹o:

1.2.2.2! Requisi•‹o de autoridade Judici‡ria ou do MP


Como nos crimes de a•‹o penal pœblica incondicionada, o IP pode ser
instaurado mediante requisi•‹o do Juiz do membro do MP, entretanto, neste caso,
depender‡ da exist•ncia de representa•‹o da v’tima.

1.2.2.3! Auto de Pris‹o em Flagrante


TambŽm Ž poss’vel a instaura•‹o de IP com fundamento no auto de pris‹o
em flagrante, dependendo, tambŽm, da exist•ncia de representa•‹o do ofendido.
Caso o ofendido n‹o exer•a esse direito dentro do prazo de 24h contados do
momento da pris‹o, Ž obrigat—ria a soltura do preso, mas permanece o direito
de o ofendido representar depois, mas dentro do prazo de 06 meses.

1.2.2.4! Requisi•‹o do Ministro da Justi•a


Esta hip—tese s— se aplica a alguns crimes, como nos crimes cometidos por
estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (art. 7¡, ¤ 3¡, b do CP), crimes contra
a honra cometidos contra o Presidente da Repœblica ou contra qualquer chefe de
governo estrangeiro (art. 141, c, c/c art. 145, ¤ œnico do CP) e alguns outros.
Trata-se de requisi•‹o n‹o dirigida ao Delegado, mas ao membro do
MP! Entretanto, apesar do nome requisi•‹o, se o membro do MP achar que n‹o
se trata de hip—tese de ajuizamento da a•‹o penal, n‹o estar‡ obrigado a
promov•-la.
Diferentemente da representa•‹o, a requisi•‹o do Ministro da Justi•a
n‹o est‡ sujeita a prazo decadencial, podendo ser exercitada enquanto
o crime ainda n‹o estiver prescrito.

1.2.3!Formas de Instaura•‹o do IP nos crimes de A•‹o Penal Privada

12
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e n‹o tiver
representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poder‡ ser exercido
por curador especial, nomeado, de of’cio ou a requerimento do MinistŽrio Pœblico, pelo juiz competente para
o processo penal.

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1.2.3.1! Requerimento da v’tima ou de quem legalmente a represente


Nos termos do art. 5¡, ¤ 5¡ do CPP:
Art. 5¼ (...) ¤ 5o Nos crimes de a•‹o privada, a autoridade policial somente poder‡ proceder a
inquŽrito a requerimento de quem tenha qualidade para intent‡-la.

Caso a v’tima tenha falecido, algumas pessoas podem apresentar o


requerimento para a instaura•‹o do IP, nos termos do art. 31 do CPP:
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decis‹o judicial, o
direito de oferecer queixa ou prosseguir na a•‹o passar‡ ao c™njuge, ascendente, descendente
ou irm‹o.

Este requerimento tambŽm est‡ sujeito ao prazo decadencial de seis


meses, previsto no art. 38 do CPP, bem como deve atender aos requisitos
previstos no art. 5¡, ¤ 1¡ do CPP, sempre que poss’vel.

1.2.3.2! Requisi•‹o do Juiz ou do MP


Neste caso, segue a mesma regra dos crimes de a•‹o penal pœblica
condicionada: A requisi•‹o do MP ou do Juiz deve ir acompanhada do
requerimento do ofendido autorizando a instaura•‹o do IP.

1.2.3.3! Auto de Pris‹o em Flagrante


TambŽm segue a mesma regra dos crimes de a•‹o penal pœblica
condicionada, devendo o ofendido manifestar seu interesse na instaura•‹o do IP
dentro do prazo de 24h contados a partir da pris‹o, findo o qual, sem que haja
manifesta•‹o da v’tima nesse sentido, ser o autor do fato liberado.

1.2.4!Fluxograma

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FORMAS DE
INSTAURA‚ÌO DO IP

CRIMES DE A‚ÌO PENAL


PòBLICA
INCONDICIONADA

EX OFFICIO REQUISI‚ÌO DO REQUERIMENTO AUTO DE PRISÌO


MP OU DO JUIZ DA VêTIMA EM FLAGRANTE

CRIMES DE A‚ÌO PENAL PòBLICA CONDICIONADA


Ë REPRESENTA‚ÌO DA VêTIMA
(DEPENDE SEMPRE DE MANIFESTA‚ÌO DA
VêTIMA)

REPRESENTA‚ÌO REQUISI‚ÌO DO AUTO DE PRISÌO


DA VêTIMA JUIZ OU DO MP EM FLAGRANTE

CRIMES DE A‚ÌO PENAL PRIVADA


(DEPENDE SEMPRE DE
MANIFESTA‚ÌO DA VêTIMA)

REQUERIMENTO REQUISI‚ÌO DO AUTO DE PRISÌO


DA VêTIMA JUIZ OU DO MP EM FLAGRANTE

ATEN‚ÌO! Se o inquŽrito policial visa a investigar pessoa que possui foro por
prerrogativa de fun•‹o (Òforo privilegiadoÓ), a autoridade policial depender‡ de
autoriza•‹o do Tribunal para instaurar o IP.
Qual Tribunal? O Tribunal que tem compet•ncia para processar e julgar o crime
supostamente praticado pela pessoa detentora do foro por prerrogativa de fun•‹o
(Ex.: STF, relativamente aos crimes comuns praticados por deputados federais).
Este Ž o entendimento adotado pelo STF13.

1.3! Tramita•‹o do IP
J‡ vimos as formas pelas quais o IP pode ser instaurado. Vamos estudar
agora como se desenvolve (ou deveria se desenvolver o IP).

1.3.1!Dilig•ncias Investigat—rias
Ap—s a instaura•‹o do IP algumas dilig•ncias devem ser adotadas pela
autoridade policial. Estas dilig•ncias est‹o previstas no art. 6¡ do CPP:

13
STF - Inq. 2.411

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Art. 6o Logo que tiver conhecimento da pr‡tica da infra•‹o penal, a autoridade policial dever‡:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que n‹o se alterem o estado e conserva•‹o das
coisas, atŽ a chegada dos peritos criminais; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 8.862, de 28.3.1994)
(Vide Lei n¼ 5.970, de 1973)
II - apreender os objetos que tiverem rela•‹o com o fato, ap—s liberados pelos peritos criminais;
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 8.862, de 28.3.1994)
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunst‰ncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observ‰ncia, no que for aplic‡vel, do disposto no Cap’tulo III do T’tulo
Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham
ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acarea•›es;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras
per’cias;
VIII - ordenar a identifica•‹o do indiciado pelo processo datilosc—pico, se poss’vel, e fazer juntar
aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social,
sua condi•‹o econ™mica, sua atitude e estado de ‰nimo antes e depois do crime e durante ele,
e quaisquer outros elementos que contribu’rem para a aprecia•‹o do seu temperamento e
car‡ter.
X - colher informa•›es sobre a exist•ncia de filhos, respectivas idades e se possuem alguma
defici•ncia e o nome e o contato de eventual respons‡vel pelos cuidados dos filhos, indicado
pela pessoa presa. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.257, de 2016)
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infra•‹o sido praticada de determinado modo,
a autoridade policial poder‡ proceder ˆ reprodu•‹o simulada dos fatos, desde que esta n‹o
contrarie a moralidade ou a ordem pœblica.

Alguns cuidados devem ser tomados quando da realiza•‹o destas dilig•ncias,


como a observ‰ncia das regras processuais de apreens‹o de coisas, bem como
ˆs regras constitucionais sobre inviolabilidade do domic’lio (art. 5¡, XI da CF),
direito ao silencio do investigado (art. 5¡, LXIII da CF), aplicando-se no que tange
ao interrogat—rio do investigado, as normas referentes ao interrogat—rio judicial
(arts. 185 a 196 do CPP), no que for cab’vel.
Percebam que o art. 7¡ prev• a famosa Òreconstitui•‹oÓ, tecnicamente
chamada de reprodu•‹o simulada. ESTA REPRODU‚ÌO ƒ VEDADA QUANDO
FOR CONTRçRIA Ë MORALIDADE OU Ë ORDEM PòBLICA (no caso de um
estupro, por exemplo). O investigado n‹o est‡ obrigado a participar desta
dilig•ncia, pois n‹o Ž obrigado a produzir prova contra si.
Em se tratando de determinados crimes, a autoridade policial ou o MP
poder‹o requisitar dados ou informa•›es cadastrais da v’tima ou de
suspeitos14. S‹o eles:

14
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no ¤ 3¼ do art. 158 e no art. 159 do Decreto-
Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (C—digo Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de
1990 (Estatuto da Crian•a e do Adolescente), o membro do MinistŽrio Pœblico ou o delegado de pol’cia poder‡
requisitar, de quaisquer —rg‹os do poder pœblico ou de empresas da iniciativa privada, dados e informa•›es
cadastrais da v’tima ou de suspeitos. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)

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⇒! Sequestro ou c‡rcere privado


⇒! Redu•‹o ˆ condi•‹o an‡loga ˆ de escravo
⇒! Tr‡fico de pessoas
⇒! Extors‹o mediante restri•‹o da liberdade (Òsequestro rel‰mpagoÓ)
⇒! Extors‹o mediante sequestro
⇒! Facilita•‹o de envio de crian•a ou adolescente ao exterior (art. 239 do
ECA)

Ou seja, em se tratando de um desses crimes o CPP expressamente autoriza


a requisi•‹o direta pela autoridade policial (ou pelo MP) dessas informa•›es,
podendo a requisi•‹o ser dirigida a —rg‹os pœblicos ou privados (empresas de
telefonia, etc.).
AlŽm disso, em se tratando de crimes relacionados ao tr‡fico de
pessoas, o membro do MP ou a autoridade policial poder‹o requisitar, mediante
autoriza•‹o judicial15, ˆs empresas prestadoras de servi•o de
telecomunica•›es e/ou telem‡tica que disponibilizem imediatamente os dados
(meios tŽcnicos) que permitam a localiza•‹o da v’tima ou dos suspeitos do delito
em curso (como sinais, informa•›es e outros).
Contudo, o acesso a esse sinal:

Par‡grafo œnico. A requisi•‹o, que ser‡ atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conter‡:
(Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)
I - o nome da autoridade requisitante; (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)
II - o nœmero do inquŽrito policial; e (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)
III - a identifica•‹o da unidade de pol’cia judici‡ria respons‡vel pela investiga•‹o. (Inclu’do pela Lei
n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)
Art. 13-B. Se necess‡rio ˆ preven•‹o e ˆ repress‹o dos crimes relacionados ao tr‡fico de pessoas, o membro
do MinistŽrio Pœblico ou o delegado de pol’cia poder‹o requisitar, mediante autoriza•‹o judicial, ˆs empresas
prestadoras de servi•o de telecomunica•›es e/ou telem‡tica que disponibilizem imediatamente os meios
tŽcnicos adequados Ð como sinais, informa•›es e outros Ð que permitam a localiza•‹o da v’tima ou dos
suspeitos do delito em curso. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)
¤ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da esta•‹o de cobertura, setoriza•‹o e
intensidade de radiofrequ•ncia. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)
¤ 2o Na hip—tese de que trata o caput, o sinal: (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)
I - n‹o permitir‡ acesso ao conteœdo da comunica•‹o de qualquer natureza, que depender‡ de autoriza•‹o
judicial, conforme disposto em lei; (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)
II - dever‡ ser fornecido pela prestadora de telefonia m—vel celular por per’odo n‹o superior a 30 (trinta)
dias, renov‡vel por uma œnica vez, por igual per’odo; (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016)
(Vig•ncia)
III - para per’odos superiores ˆquele de que trata o inciso II, ser‡ necess‡ria a apresenta•‹o de ordem
judicial. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)
¤ 3o Na hip—tese prevista neste artigo, o inquŽrito policial dever‡ ser instaurado no prazo m‡ximo de 72
(setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva ocorr•ncia policial. (Inclu’do pela Lei n¼
13.344, de 2016) (Vig•ncia)
¤ 4o N‹o havendo manifesta•‹o judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente requisitar‡
ˆs empresas prestadoras de servi•o de telecomunica•›es e/ou telem‡tica que disponibilizem imediatamente
os meios tŽcnicos adequados Ð como sinais, informa•›es e outros Ð que permitam a localiza•‹o da v’tima
ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata comunica•‹o ao juiz. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344,
de 2016) (Vig•ncia)

15
Embora seja necess‡ria a prŽvia autoriza•‹o judicial, caso o Juiz n‹o se manifeste em atŽ 12h, a
autoridade (MP ou autoridade policial) poder‡ requisitar diretamente, sem a autoriza•‹o judicial.
Nesse caso, dever‡ comunicar tal fato ao Juiz, imediatamente.

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⇒! N‹o permitir‡ acesso ao conteœdo da comunica•‹o, que


depender‡ de autoriza•‹o judicial (apenas dados como local
aproximado em que foi feita a liga•‹o, destinat‡rio, etc.).
⇒! Dever‡ ser fornecido pela prestadora de telefonia m—vel celular por
per’odo n‹o superior a 30 dias (renov‡vel uma vez por mais 30
dias). Para per’odos superiores ser‡ necess‡ria ordem judicial

Nesses crimes (relacionados ao tr‡fico de pessoas) o IP dever‡ ser


instaurado em atŽ 72h, a contar do registro de ocorr•ncia policial (informa•‹o da
ocorr•ncia do crime ˆ autoridade, o chamado ÒB.O.Ó).

1.3.1.1! Requerimento de dilig•ncias pelo indiciado e pelo ofendido


O ofendido ou seu representante legal podem requerer a realiza•‹o de
quaisquer dilig•ncias (inclusive o indiciado tambŽm pode), mas ficar‡ a
critŽrio da Autoridade Policial deferi-las ou n‹o. Vejamos a reda•‹o do art.
14 do CPP:
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poder‹o requerer qualquer
dilig•ncia, que ser‡ realizada, ou n‹o, a ju’zo da autoridade.

Contudo, com rela•‹o ao exame de corpo de delito, este Ž obrigat—rio quando


estivermos diante de crimes que deixam vest’gios (homic’dio, estupro, etc.), n‹o
podendo o Delegado deixar de determinar esta dilig•ncia. Nos termos do art. 158
do CPP:
Art. 158. Quando a infra•‹o deixar vest’gios, ser‡ indispens‡vel o exame de corpo de delito,
direto ou indireto, n‹o podendo supri-lo a confiss‹o do acusado.

1.3.1.2! Identifica•‹o criminal


Com rela•‹o ˆ identifica•‹o do investigado (colheita de impress›es de
digitais), esta identifica•‹o criminal s— ser‡ necess‡ria e permitida quando o
investigado n‹o for civilmente identificado, pois a Constitui•‹o pro’be a
submiss‹o daquele que Ž civilmente identificado ao procedimento constrangedor
da coleta de digitais (identifica•‹o criminal), nos termos do seu art. 5¡, LVIII:
Art. 5¼ (...)
VIII - o civilmente identificado n‹o ser‡ submetido a identifica•‹o criminal, salvo nas hip—teses
previstas em lei;

Primeiramente, quem se considera civilmente identificado? A


resposta est‡ no art. 2¼ da Lei 12.037/90:
Art. 2¼ A identifica•‹o civil Ž atestada por qualquer dos seguintes documentos:
I Ð carteira de identidade;

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II Ð carteira de trabalho;
III Ð carteira profissional;
IV Ð passaporte;
V Ð carteira de identifica•‹o funcional;
VI Ð outro documento pœblico que permita a identifica•‹o do indiciado.
Par‡grafo œnico. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos documentos de identifica•‹o
civis os documentos de identifica•‹o militares.

Contudo, percebam que a CF/88 veda a identifica•‹o criminal do civilmente


identificado Òsalvo nas hip—teses previstas em leiÓ. Quais s‹o estas exce•›es?
A Lei que regulamenta a matŽria, atualmente, Ž a Lei 12.037/09. Vejamos o
que diz seu art. 3¼:
Art. 3¼ Embora apresentado documento de identifica•‹o, poder‡ ocorrer identifica•‹o criminal
quando:
I Ð o documento apresentar rasura ou tiver ind’cio de falsifica•‹o;
II Ð o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
III Ð o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informa•›es conflitantes entre
si;
IV Ð a identifica•‹o criminal for essencial ˆs investiga•›es policiais, segundo despacho da
autoridade judici‡ria competente, que decidir‡ de of’cio ou mediante representa•‹o da
autoridade policial, do MinistŽrio Pœblico ou da defesa;
V Ð constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualifica•›es;
VI Ð o estado de conserva•‹o ou a dist‰ncia temporal ou da localidade da expedi•‹o do
documento apresentado impossibilite a completa identifica•‹o dos caracteres essenciais.
Par‡grafo œnico. As c—pias dos documentos apresentados dever‹o ser juntadas aos autos do
inquŽrito, ou outra forma de investiga•‹o, ainda que consideradas insuficientes para identificar
o indiciado.

Assim, em qualquer destes casos, poder‡ ser realizada a identifica•‹o


criminal. Contudo, ainda que haja necessidade de se proceder a este tipo
vexat—rio de identifica•‹o, n‹o se pode proceder de forma a deixar constrangida
a pessoa, devendo a autoridade (Em regra, o Delegado) tomar as precau•›es
necess‡rias a evitar qualquer tipo de constrangimento ao investigado.
Por fim, mas n‹o menos importante, A Lei 12.654/12 acrescentou alguns
dispositivos ˆ Lei 12.037/09, passando a permitir a coleta de MATERIAL
GENƒTICO como forma de identifica•‹o criminal. Vejamos:
Art. 5¼ (...)
Par‡grafo œnico. Na hip—tese do inciso IV do art. 3o, a identifica•‹o criminal poder‡ incluir a
coleta de material biol—gico para a obten•‹o do perfil genŽtico. (Inclu’do pela Lei n¼
12.654, de 2012)
Art. 5o-A. Os dados relacionados ˆ coleta do perfil genŽtico dever‹o ser armazenados em
banco de dados de perfis genŽticos, gerenciado por unidade oficial de per’cia criminal.
(Inclu’do pela Lei n¼ 12.654, de 2012)
¤ 1o As informa•›es genŽticas contidas nos bancos de dados de perfis genŽticos n‹o poder‹o
revelar tra•os som‡ticos ou comportamentais das pessoas, exceto determina•‹o genŽtica de

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g•nero, consoante as normas constitucionais e internacionais sobre direitos humanos, genoma
humano e dados genŽticos. (Inclu’do pela Lei n¼ 12.654, de 2012)
¤ 2o Os dados constantes dos bancos de dados de perfis genŽticos ter‹o car‡ter sigiloso,
respondendo civil, penal e administrativamente aquele que permitir ou promover sua
utiliza•‹o para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em decis‹o judicial. (Inclu’do pela Lei
n¼ 12.654, de 2012)
¤ 3o As informa•›es obtidas a partir da coincid•ncia de perfis genŽticos dever‹o ser
consignadas em laudo pericial firmado por perito oficial devidamente habilitado. (Inclu’do pela
Lei n¼ 12.654, de 2012)

Percebam que o ¤ œnico do art. 5¼ apenas possibilita a coleta de material


genŽtico na hip—tese do inciso IV do art. 3¼, ou seja, somente quando a
identifica•‹o criminal for indispens‡vel ˆs investiga•›es.
De qualquer forma, esse perfil genŽtico coletado dever‡ ser armazenado
em banco de dados sigiloso, de forma a preservar o indiciado de qualquer
0
constrangimento, nos termos do art. 7¼-B da Lei.

1.3.1.3! Nomea•‹o de curador ao indiciado


O art. 15 prev• a figura do curador para o menor de 21 anos quando de seu
interrogat—rio:
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-‡ nomeado curador pela autoridade policial.

Entretanto, a Doutrina e a Jurisprud•ncia s‹o pac’ficas no que tange ˆ


altera•‹o desta idade para 18 anos, pois a maioridade civil foi alterada de 21
para 18 anos com o advento do Novo C—digo Civil em 2002.
Assim, atualmente este artigo est‡ sem utilidade, pois n‹o h‡
possibilidade de termos um indiciado que Ž civilmente menor (eis que a
maioridade civil e a maioridade penal ocorrem no mesmo momento, aos 18 anos),
diferentemente do que ocorria quando da edi•‹o do CPP, j‡ que naquela Žpoca a
maioridade penal ocorria aos 18 anos e a maioridade civil ocorria apenas aos 21
anos. Assim, era poss’vel haver um indiciado que era penalmente maior, mas
civilmente menor de idade.

1.4! Forma de tramita•‹o


O sigilo no IP Ž o moderado, seguindo a regra do art. 20 do CPP:
Art. 20. A autoridade assegurar‡ no inquŽrito o sigilo necess‡rio ˆ elucida•‹o do fato ou exigido
pelo interesse da sociedade.

A corrente doutrin‡ria que prevalece Ž a de que o IP Ž sempre sigiloso em


rela•‹o ˆs pessoas do povo em geral, por se tratar de mero procedimento

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investigat—rio, n‹o havendo nenhum interesse que justifique o acesso liberado a


qualquer do povo.16
Entretanto, o IP n‹o Ž, em regra, sigiloso em rela•‹o aos envolvidos
(ofendido, indiciado e seus advogados), podendo, entretanto, ser decretado sigilo
em rela•‹o a determinadas pe•as do InquŽrito quando necess‡rio para o sucesso
da investiga•‹o (por exemplo: Pode ser vedado o acesso do advogado a partes
do IP que tratam de requerimento do Delegado pedindo a pris‹o do indiciado,
para evitar que este fuja).
Com rela•‹o ao acesso por parte do advogado, h‡ previs‹o no art. 7¼, XIV
do Estatuto da OAB. Vejamos o que diz esse dispositivo:
Art. 7¼ S‹o direitos do advogado:
(...) XIV - examinar, em qualquer institui•‹o respons‡vel por conduzir investiga•‹o,
mesmo sem procura•‹o, autos de flagrante e de investiga•›es de qualquer natureza, findos
ou em andamento, ainda que conclusos ˆ autoridade, podendo copiar pe•as e tomar
apontamentos, em meio f’sico ou digital; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 13.245, de 2016)

Durante muito tempo houve uma diverg•ncia feroz na Doutrina e na


Jurisprud•ncia acerca do direito do advogado de acesso aos autos do IP,
principalmente porque o acesso aos autos do IP, em muitos casos, acabaria por
retirar completamente a efic‡cia de alguma medida preventiva a ser tomada pela
autoridade.
Visando a sanar essa controvŽrsia, o STF editou a sœmula vinculante
n¡ 14, que possui a seguinte reda•‹o:
Sœmula vinculante n¼ 14
Òƒ direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova
que, j‡ documentados em procedimento investigat—rio realizado por —rg‹o com compet•ncia de
pol’cia judici‡ria, digam respeito ao exerc’cio do direito de defesaÓ.

Percebam, portanto, que o STF colocou uma Òp‡-de-calÓ na discuss‹o,


consolidando o entendimento de que:
⇒! Sim, o IP Ž sigiloso
⇒! N‹o, o IP n‹o Ž sigiloso em rela•‹o ao advogado do indiciado,
que deve ter livre acesso aos autos do IP, no que se refere aos
elementos que j‡ tenham sido juntados a ele.17

ƒ —bvio, portanto, que se h‡ um pedido de pris‹o tempor‡ria, por exemplo,


esse mandado de pris‹o, que ser‡ cumprido em breve, n‹o dever‡ ser juntado
aos autos, sob pena de o advogado ter acesso a ele antes de efetivada a medida,
o que poder‡ levar ˆ frustra•‹o da mesma.

16
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 124
17
N‹o ˆs dilig•ncias que ainda estejam em curso.

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Outro tema que pode ser cobrado, se refere ˆ necessidade (ou n‹o) da
presen•a do defensor (Advogado ou Defensor Pœblico) no Interrogat—rio Policial.
ƒ pac’fico que a presen•a do advogado no interrogat—rio JUDICIAL Ž
INDISPENSçVEL, atŽ por for•a do que disp›e o art. 185, ¤1¡ do CPP18.
Entretanto, n‹o h‡ norma que disponha o mesmo no que se refere ao
interrogat—rio em sede policial. Vejamos o que diz o art. 6¡ do CPP:
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da pr‡tica da infra•‹o penal, a autoridade policial dever‡:
(...) V - ouvir o indiciado, com observ‰ncia, no que for aplic‡vel, do disposto no Cap’tulo III
do T’tulo Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que
Ihe tenham ouvido a leitura;

Vejam que o inciso que trata do interrogat—rio em sede policial determina a


aplica•‹o das regras do inquŽrito judicial, NO QUE FOR APLICçVEL. A quest‹o Ž:
Exige-se, ou n‹o, a presen•a do advogado?
Vem prevalecendo o entendimento de que o indiciado deve ser
alertado sobre seu direito ˆ presen•a de advogado, mas, caso queira ser
ouvido mesmo sem a presen•a do advogado, o interrogat—rio policial Ž
v‡lido. Assim, a regra Ž: deve ser possibilitado ao indiciado, ter seu advogado
presente no ato de seu interrogat—rio policial. Caso isso n‹o ocorra (a
POSSIBILIDADE de ter o advogado presente), haver‡ nulidade neste
interrogat—rio em sede policial.
Contudo, mais uma pol•mica surgiu. A Lei 13.245/16, que alterou
alguns dispositivos do Estatuto da OAB, passou a prever, ainda, que Ž direito
do defensor Òassistir a seus clientes investigados durante a apura•‹o de
infra•›es, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogat—rio ou
depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigat—rios e
probat—rios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamenteÓ.
Art. 7¼ (...) XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apura•‹o de infra•›es,
sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogat—rio ou depoimento e,
subsequentemente, de todos os elementos investigat—rios e probat—rios dele decorrentes ou
derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva
apura•‹o: (Inclu’do pela Lei n¼ 13.245, de 2016)

A pergunta que fica Ž: a presen•a do advogado passou a ser


considerada INDISPENSçVEL tambŽm no interrogat—rio policial? Ainda
n‹o temos posicionamento dos Tribunais sobre isso, pois Ž muito recente. Mas
h‡ duas correntes:
v! 1¼ CORRENTE - O advogado, agora, Ž indispens‡vel durante o IP.

18
Art. 185 (...)
¤ 1o O interrogat—rio do rŽu preso ser‡ realizado, em sala pr—pria, no estabelecimento em que estiver
recolhido, desde que estejam garantidas a seguran•a do juiz, do membro do MinistŽrio Pœblico e dos
auxiliares bem como a presen•a do defensor e a publicidade do ato. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 11.900, de
2009)

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v! 2¼ CORRENTE - A Lei n‹o criou essa obrigatoriedade. O que a Lei criou


foi, na verdade, um DEVER para o advogado que tenha sido
devidamente constitu’do pelo indiciado (dever de assisti-lo, sob pena
de nulidade). Caso o indiciado deseje n‹o constituir advogado, n‹o haveria
obrigatoriedade.

Assim, Ž necess‡rio que os Tribunais Superiores se manifestem sobre o tema


para que possamos ter um posicionamento mais seguro.

1.4.1!Incomunicabilidade do preso
O art. 21 do CPP assim disp›e:
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado depender‡ sempre de despacho nos autos e
somente ser‡ permitida quando o interesse da sociedade ou a conveni•ncia da investiga•‹o o
exigir.
Par‡grafo œnico. A incomunicabilidade, que n‹o exceder‡ de tr•s dias, ser‡ decretada por
despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do —rg‹o do
MinistŽrio Pœblico, respeitado, em qualquer hip—tese, o disposto no artigo 89, inciso III, do
Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963)
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 5.010, de 30.5.1966)

A incomunicabilidade consiste em deixar o preso sem contato algum com o


mundo exterior, seja com a fam’lia, seja com seu advogado.
A despeito de o art. 21 do CPP ainda estar formalmente em vigor, a Doutrina
Ž un‰nime ao entender que tal previs‹o NÌO foi recepcionada pela CF/88,
por duas raz›es:
⇒! A CF/88 prev• que Ž direito do preso o contato com a fam’lia e com
seu advogado
⇒! A CF/88, em seu art. 136, ¤3¼, IV, estabelece ser vedada a
incomunicabilidade do preso durante o estado de defesa. Ora, se nem
mesmo durante o estado de defesa (situa•‹o na qual h‡ a flexibiliza•‹o
das garantias individuais) Ž poss’vel decretar a incomunicabilidade do
preso, com muito mais raz‹o isso n‹o Ž poss’vel em situa•‹o normal.

1.4.2!Indiciamento
O indiciamento Ž o ato por meio do qual a autoridade policial, de forma
fundamentada, ÒdirecionaÓ a investiga•‹o, ou seja, a autoridade policial centraliza
as investiga•›es em apenas um ou alguns dos suspeitos. Assim:

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SUSPEITO
"A"

SUSPEITO INDICIADOS: SUSPEITO


"D" "A" e "C" "B"

SUSPEITO
"C"

Vejam, portanto, que a autoridade policial come•a investigando algumas


pessoas (suspeitas), mas no decorrer das investiga•›es vai descartando algumas,
atŽ indiciar uma ou alguma delas. ƒ claro que nem sempre isso vai acontecer, ou
seja, Ž poss’vel que s— haja um suspeito e ele seja indiciado, ou, Ž poss’vel ainda
que haja v‡rios suspeitos e todos sem indiciados, etc.
O indiciamento n‹o desconstitui o car‡ter sigiloso do InquŽrito
Policial, sendo apenas um ato mediante o qual a autoridade policial passa a
direcionar as investiga•›es sobre determinada ou determinadas pessoas.
O ato de indiciamento Ž PRIVATIVO da autoridade policial19, nos
termos do art. 2¼, ¤6¼ da Lei 12.830/13:
Art. 2¼ (...)
¤ 6o O indiciamento, privativo do delegado de pol’cia, dar-se-‡ por ato fundamentado,
mediante an‡lise tŽcnico-jur’dica do fato, que dever‡ indicar a autoria, materialidade e suas
circunst‰ncias.

Ainda que tal previs‹o legal n‹o existisse, tal conclus‹o poderia ser extra’da
da pr—pria l—gica do IP: ora, se Ž a autoridade policial quem instaura, preside e
conduz o IP, naturalmente Ž a autoridade policial quem tem atribui•‹o para o ato
de indiciamento.

19
Se a pessoa a ser indiciada possui foro por prerrogativa de fun•‹o (Òforo privilegiadoÓ), a autoridade
policial depender‡ do Tribunal que tem compet•ncia para processar e julgar o crime supostamente praticado
pela pessoa detentora do foro por prerrogativa de fun•‹o (Ex.: STF, relativamente aos crimes comuns
praticados por deputados federais) (STF Ð Inq. 2.411).

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1.5! Conclus‹o do inquŽrito policial


Esgotado o prazo previsto, ou antes disso, se conclu’das as investiga•›es, o
IP ser‡ encerrado e encaminhado ao Juiz. Nos termos do art. 10 do CPP:
Art. 10. O inquŽrito dever‡ terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em
flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hip—tese, a partir do dia
em que se executar a ordem de pris‹o, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante
fian•a ou sem ela.
¤ 1o A autoridade far‡ minucioso relat—rio do que tiver sido apurado e enviar‡ autos ao juiz
competente.

Caso o Delegado n‹o consiga elucidar o fato no prazo previsto, dever‡ assim
mesmo encaminhar os autos do IP ao Juiz, solicitando prorroga•‹o do prazo. Caso
o indiciado esteja solto, o Juiz pode deferir a prorroga•‹o do prazo. Caso o
indiciado esteja preso, o prazo n‹o pode ser prorrogado, sob pena de
constrangimento ilegal ˆ liberdade do indiciado, ensejando, inclusive, a
impetra•‹o de Habeas Corpus.
Estes prazos (10 dias e 30 dias) s‹o a regra prevista no CPP. Entretanto,
existem exce•›es previstas em outras leis:
¥! Crimes de compet•ncia da Justi•a Federal Ð 15 dias para indiciado
preso (prorrog‡vel por mais 15 dias) e 30 dias para indiciado solto.
¥! Crimes da lei de Drogas Ð 30 dias para indiciado preso e 90 dias para
indiciado solto. Podem ser duplicados em ambos os casos.
¥! Crimes contra a economia popular Ð 10 dias tanto para indiciado
preso quanto para indiciado solto.

O STJ firmou entendimento no sentido de que, estando o indiciado solto,


embora exista um limite previsto no CPP, a viola•‹o a este limite n‹o teria
qualquer repercuss‹o, pois n‹o traria preju’zos ao indiciado, sendo considerado
como prazo impr—prio. Vejamos:
(...) 1. Esta Corte Superior de Justi•a firmou o entendimento de que, salvo quando o
investigado se encontrar preso cautelarmente, a inobserv‰ncia dos lapsos temporais
estabelecidos para a conclus‹o de inquŽritos policiais ou investiga•›es deflagradas
no ‰mbito do MinistŽrio Pœblico n‹o possui repercuss‹o pr‡tica, j‡ que se cuidam de
prazos impr—prios. Precedentes do STJ e do STF.
2. Na hip—tese, o atraso na conclus‹o das investiga•›es foi justificado em raz‹o da
complexidade dos fatos e da quantidade de envolvidos, o que revela a possibilidade de
prorroga•‹o do prazo previsto no artigo 12 da Resolu•‹o 13/2006 do Conselho Nacional do
MinistŽrio Pœblico - CNMP.
3. Habeas corpus n‹o conhecido.
(HC 304.274/RJ, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 04/11/2014, DJe
12/11/2014)

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A maioria da Doutrina e da Jurisprud•ncia entende que se trata de


prazo de natureza processual. Assim, a forma de contagem obedece ao
disposto no art. 798, ¤ 1¡ do CPP:
Art. 798. Todos os prazos correr‹o em cart—rio e ser‹o cont’nuos e perempt—rios, n‹o se
interrompendo por fŽrias, domingo ou dia feriado.
¤ 1o N‹o se computar‡ no prazo o dia do come•o, incluindo-se, porŽm, o do vencimento.

Contudo, estando o indiciado PRESO, Doutrina e Jurisprud•ncia


entendem, majoritariamente, que o prazo Ž considerado MATERIAL, ou
seja, inclui o dia do come•o, nos termos do art. 10 do CP.
H‡ diverg•ncia na Doutrina quanto ao destino do IP, face ˆ promulga•‹o da
Constitui•‹o de 1988 (O CPP Ž de 1941), posto que a CRFB/88 estabelece que o
MP Ž o titular da a•‹o penal pœblica. Entretanto, a maioria da doutrina
entende que a previs‹o de remessa do IP ao Juiz permanece em vigor,
devendo o Juiz abrir vista ao MP para que tenha ci•ncia da conclus‹o do
IP, nos casos de crimes de a•‹o penal pœblica, ou ainda, disponibilizar os autos
em cart—rio para que a parte ofendida possa se manifestar, no caso de crimes de
a•‹o penal privada.
Ainda com rela•‹o ao destinat‡rio do IP, a Doutrina se divide. Parte da
Doutrina, acolhendo uma interpreta•‹o mais gramatical do CPP, entende que o
destinat‡rio IMEDIATO do IP Ž o Juiz, pois o IP deve ser remetido a este. Desta
forma, o titular da a•‹o penal seria o destinat‡rio MEDIATO do IP (porque, ao fim
e ao cabo, o IP tem a finalidade de angariar elementos de convic•‹o para o titular
da a•‹o penal).
Outra parcela da Doutrina, que parece vem se tornando majorit‡ria, entende
que o destinat‡rio IMEDIATO seria o titular da a•‹o penal, j‡ que a ele se
destina o IP (do ponto de vista de sua finalidade). Para esta corrente o Juiz seria
o destinat‡rio MEDIATO, pois as provas colhidas no IP seriam utilizadas, ao
fim e ao cabo, para formar o convencimento do Juiz.
Caso o MP entenda que n‹o Ž o caso de oferecer denœncia (por n‹o
ter ocorrido o fato criminoso, por n‹o haver ind’cios a autoria, etc.), o membro
do MP requerer‡ o arquivamento do IP, em peti•‹o fundamentada, incluindo
todos os fatos e investigados. Caso o Juiz discorde, remeter‡ os autos do IP
ao PGJ (Procurador-Geral de Justi•a), que decidir‡ se mantŽm ou n‹o a
posi•‹o de arquivamento. O Juiz est‡ obrigado a acatar a decis‹o do PGJ
(Chefe do MP).
Mas, em se tratando de crime de a•‹o penal privada, o que se faz?
Depois de conclu’do o IP, nesta hip—tese, os autos s‹o remetidos ao Juiz,
onde permanecer‹o atŽ o fim do prazo decadencial (para oferecimento da
queixa), aguardando manifesta•‹o do ofendido. Essa Ž a previs‹o do art. 19 do
CPP:
Art. 19. Nos crimes em que n‹o couber a•‹o pœblica, os autos do inquŽrito ser‹o remetidos
ao ju’zo competente, onde aguardar‹o a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal,
ou ser‹o entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.

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O Juiz nunca poder‡ determinar o arquivamento do IP sem que haja


manifesta•‹o do MP nesse sentido! NUNCA!20

A Doutrina criou a figura do arquivamento impl’cito.


Embora n‹o tenha previs‹o legal, o arquivamento impl’cito, como o nome diz,
Ž deduzido pelas circunst‰ncias. Ocorrer‡ em duas hip—teses:
⇒! Quando o membro do MP ajuizar a denœncia apenas em rela•‹o a alguns
fatos investigados, silenciando quanto a outros
⇒! Quando o membro do MP ajuizar a denœncia apenas em rela•‹o a alguns
investigados, silenciando quanto a outros
Nesses casos, como o MP teria sido omisso em rela•‹o a determinados fatos
ou a determinados indiciados, parte da Doutrina sustenta ter havido um
pedido impl’cito de arquivamento em rela•‹o a estes.
No entanto, o STF vem recha•ando a sua aplica•‹o em decis›es
recentes, afirmando que n‹o existe Òarquivamento impl’citoÓ: Ò(...) O
sistema processual penal brasileiro n‹o prev• a figura do arquivamento impl’cito de inquŽrito
policial.Ó (HC - 104356, informativo 605 do STF).

Outros pontos merecem destaque:


¥! ARQUIVAMENTO INDIRETO Ð ƒ um termo utilizado por PARTE da
Doutrina para designar o fen™meno que ocorre quando o membro do
MP deixa de oferecer a denœncia por entender que o Ju’zo (que est‡
atuando durante a fase investigat—ria) Ž incompetente para processar
e julgar a a•‹o penal. Todavia, o Juiz entende que Ž competente, ent‹o
recebe o pedido de decl’nio de compet•ncia como uma espŽcie
de pedido indireto de arquivamento. Grande parte da Doutrina
entende este fen™meno como inadmiss’vel, j‡ que se o Promotor
entende que o Ju’zo n‹o Ž competente deveria requerer a remessa dos
autos do IP ao Ju’zo competente para, ent‹o, prosseguir nas
investiga•›es ou, se j‡ houver fundamentos, oferecer a denœncia.
¥! TRANCAMENTO DO INQUƒRITO POLICIAL Ð O trancamento
(encerramento an™malo do inquŽrito) consiste na cessa•‹o da
atividade investigat—ria por decis‹o judicial quando h‡ ABUSO na
instaura•‹o do IP ou na condu•‹o das investiga•›es (Ex.: ƒ instaurado
IP para investigar fato nitidamente at’pico, ou para apurar fato em que
j‡ ocorreu a prescri•‹o, ou quando o Delegado dirige as investiga•›es
contra uma determinada pessoa sem qualquer base probat—ria). Neste
caso, aquele que se sente constrangido ilegalmente pela investiga•‹o
(o investigado ou indiciado) poder‡ manejar HABEAS CORPUS

20
Apenas para corroborar: (...) N‹o se admite o arquivamento de inquŽrito policial de of’cio, sem a oitiva
do MinistŽrio Pœblico, sob pena de ofensa ao princ’pio acusat—rio. (STF, Pleno, AgRg no Inq 2913 julg.
01/03/2012)

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(chamado de HC ÒtrancativoÓ) para obter, judicialmente, o


trancamento do IP, em raz‹o do manifesto abuso.

A decis‹o de arquivamento do IP faz coisa julgada? Em regra, NÌO,


pois o CPP admite que a autoridade proceda a novas dilig•ncias investigat—rias,
se de OUTRAS PROVAS tiver not’cia.
Isso significa que, uma vez arquivado o IP, teremos uma espŽcie de Òcoisa
julgada secundum eventum probationisÓ, ou seja, a decis‹o far‡ Òcoisa julgadaÓ
em rela•‹o ˆquelas provas. Assim, n‹o poder‡ o MP ajuizar a a•‹o penal
posteriormente com base NOS MESMOS ELEMENTOS DE PROVA, nem se admite
a reativa•‹o da investiga•‹o.
O STF, inclusive, possui um verbete de sœmula neste sentido:
SòMULA 524
Arquivado o InquŽrito Policial, por despacho do Juiz, a requerimento do Promotor de Justi•a,
n‹o pode a a•‹o penal ser iniciada, sem novas provas.

Entretanto, existem EXCE‚ÍES, ou seja, situa•›es em que o arquivamento


do IP ir‡ produzir Òcoisa julgada materialÓ (n‹o ser‡ poss’vel recome•ar a
investiga•‹o). Vejamos:
¥! ARQUIVAMENTO POR ATIPICIDADE DO FATO Ð Neste caso, h‡
entendimento PACêFICO no sentido de que n‹o Ž mais poss’vel
reativar, futuramente, as investiga•›es. Isso Ž absolutamente l—gico,
j‡ que n‹o faz o menor sentido permitir a retomada das investiga•›es
quando j‡ houve manifesta•‹o do MP e chancela do Juiz atestando a
ATIPICIDADE da conduta (irrelev‰ncia penal do fato)21.
¥! ARQUIVAMENTO EM RAZÌO DO RECONHECIMENTO DE
EXCLUDENTE DE ILICITUDE OU DE CULPABILIDADE Ð A Doutrina
e a jurisprud•ncia MAJORITçRIAS entendem que tambŽm n‹o Ž
poss’vel reabrir futuramente a investiga•‹o. Embora haja diverg•ncia
jurisprudencial a respeito, o STJ pacificou seu entendimento neste
sentido22.

21
STF - Inq 3114/PR
22
O STJ possui decis‹o recente no sentido de que faz coisa julgada MATERIAL:
(...) A par da atipicidade da conduta e da presen•a de causa extintiva da punibilidade, o
arquivamento de inquŽrito policial lastreado em circunst‰ncia excludente de ilicitude tambŽm
produz coisa julgada material.
2. Levando-se em considera•‹o que o arquivamento com base na atipicidade do fato faz coisa julgada formal
e material, a decis‹o que arquiva o inquŽrito por considerar a conduta l’cita tambŽm o faz, isso porque nas
duas situa•›es n‹o existe crime e h‡ manifesta•‹o a respeito da matŽria de mŽrito.
3. A mera qualifica•‹o diversa do crime, que permanece essencialmente o mesmo, n‹o constitui fato
ensejador da denœncia ap—s o primeiro arquivamento.
4. Recurso provido para determinar o trancamento da a•‹o penal.
(RHC 46.666/MS, Rel. Ministro SEBASTIÌO REIS JòNIOR, SEXTA TURMA, julgado em
05/02/2015, DJe 28/04/2015)

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¥! ARQUIVAMENTO PELO RECONHECIMENTO DA EXTIN‚ÌO DA


PUNIBILIDADE Ð Tanto Doutrina quanto Jurisprud•ncia entendem
que se trata de decis‹o que faz coisa julgada material, ou seja, n‹o
admite a reabertura do IP. Com rela•‹o a este ponto, entende-se que
se o reconhecimento da extin•‹o da punibilidade se deu pela morte do
agente (art. 107, I do CP) mediante apresenta•‹o de certid‹o de —bito
falsa (o agente n‹o estava morto) Ž poss’vel reabrir as investiga•›es.

Resumidamente, o STJ entende atualmente que toda decis‹o de


arquivamento que enfrente o mŽrito far‡ coisa julgada material, ou seja,
somente poder‡ ser reaberta a investiga•‹o no caso de arquivamento por
aus•ncia de provas para a denœncia.23

1.6! Poder de investiga•‹o do MP


Durante muito tempo se discutiu na Doutrina e na Jurisprud•ncia24 acerca
dos poderes de investiga•‹o do MP, j‡ que embora estas atribui•›es tenham
sido delegadas ˆ Pol’cia, certo Ž que o MP Ž o destinat‡rio da investiga•‹o, na
qualidade de titular da a•‹o penal (pœblica).
No entanto, essa discuss‹o j‡ n‹o existe mais. Atualmente o
entendimento pacificado Ž no sentido de que o MP tem, sim, poderes
investigat—rios, j‡ que a Pol’cia Judici‡ria n‹o detŽm o monop—lio constitucional
dessa tarefa.
Resumidamente:
¥! MP pode investigar (por meio de procedimentos pr—prios de investiga•‹o)
¥! MP n‹o pode instaurar e presidir inquŽrito policial

23
(...) 1. A permiss‹o legal contida no art. 18 do CPP, e pertinente Sœmula 524/STF, de desarquivamento
do inquŽrito pelo surgimento de provas novas, somente tem incid•ncia quando o fundamento daquele
arquivamento foi a insufici•ncia probat—ria - ind’cios de autoria e prova do crime.
2. A decis‹o que faz ju’zo de mŽrito do caso penal, reconhecendo atipia, extin•‹o da punibilidade
(por morte do agente, prescri•‹o...), ou excludentes da ilicitude, exige certeza jur’dica - sem
esta, a prova de crime com autor indicado geraria a continuidade da persecu•‹o criminal - que,
por tal, possui efeitos de coisa julgada material, ainda que contida em acolhimento a pleito
ministerial de arquivamento das pe•as investigat—rias.
3. Promovido o arquivamento do inquŽrito policial pelo reconhecimento de leg’tima defesa, a coisa julgada
material impede rediscuss‹o do caso penal em qualquer novo feito criminal, descabendo perquirir a
exist•ncia de novas provas. Precedentes.
4. Recurso especial improvido.
(REsp 791.471/RJ, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 25/11/2014, DJe
16/12/2014)
24
REsp 998.249/RS, Rel. MIN. LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 22/05/2012, DJe 30/05/2012

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2! LEI 12.830/13

A Lei 12.830/13 teve por finalidade regulamentar a atividade de


investiga•‹o criminal conduzida pelo Delegado de Pol’cia.
Vejamos a reda•‹o do art. 1¼ da Lei:
Art. 1o Esta Lei disp›e sobre a investiga•‹o criminal conduzida pelo delegado de
pol’cia.

Algumas de suas disposi•›es j‡ poderiam tranquilamente ser extra’das,


ainda que de forma impl’cita, do pr—prio regramento do CPP.
Temos que entender, ainda, o contexto em que a Lei fora editada (No meio
da discuss‹o a respeito dos poderes de investiga•‹o do MP), de forma que
poderemos entender melhor, ainda, o n’tido viŽs ÒcorporativistaÓ da Lei (n‹o que
haja algum tom pejorativo nisso!). Vejamos, por exemplo, a reda•‹o do art. 2¼:
Art. 2o As fun•›es de pol’cia judici‡ria e a apura•‹o de infra•›es penais exercidas
pelo delegado de pol’cia s‹o de natureza jur’dica, essenciais e exclusivas de Estado.

Tala afirma•‹o j‡ poderia ser extra’da do sistema jur’dico-processual penal


brasileiro. Contudo, percebe-se o car‡ter ÒafirmativoÓ da Lei, ou seja, buscou
deixar imune a dœvidas a natureza da atividade desenvolvida pelo
Delegado de Pol’cia.
O ¤1¼ do art. 2¼ Ž outro que traz disposi•‹o que, na pr‡tica, n‹o alterou em
nada o mundo jur’dico:
Art. 2¼ (...)
¤ 1o Ao delegado de pol’cia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condu•‹o da
investiga•‹o criminal por meio de inquŽrito policial ou outro procedimento previsto em
lei, que tem como objetivo a apura•‹o das circunst‰ncias, da materialidade e da
autoria das infra•›es penais.

O ¤2¼ do art. 2¼ trata do poder de requisi•‹o do Delegado de Pol’cia,


cuja finalidade Ž permitir a melhor instru•‹o poss’vel do procedimento
investigat—rio, que em regra ser‡ o InquŽrito Policial. Vejamos:
Art. 2¼ (...)
¤ 2o Durante a investiga•‹o criminal, cabe ao delegado de pol’cia a requisi•‹o de
per’cia, informa•›es, documentos e dados que interessem ˆ apura•‹o dos fatos.

Se atŽ agora a Lei n‹o trouxe grandes ÒnovidadesÓ jur’dicas, o ¤4¼ do art.
2¼ traz um regramento que parece estabelecer uma espŽcie de ÒDelegado
NaturalÓ. Vejamos:
Art. 2¼ (...)
¤ 4o O inquŽrito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente
poder‡ ser avocado ou redistribu’do por superior hier‡rquico, mediante despacho

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fundamentado, por motivo de interesse pœblico ou nas hip—teses de inobserv‰ncia dos
procedimentos previstos em regulamento da corpora•‹o que prejudique a efic‡cia da
investiga•‹o.

Percebam que esta regulamenta•‹o tem a n’tida inten•‹o de evitar Òmandos


e desmandosÓ no seio da Pol’cia, ou seja, evitar que o Chefe da Pol’cia altere
o Delegado respons‡vel por determinado caso de acordo com a
necessidade de uma investiga•‹o Òmais r’gidaÓ ou Òmais brandaÓ.
Isso n‹o significa que a substitui•‹o do Delegado respons‡vel n‹o poder‡
ocorrer. Contudo, ela somente pode ocorrer:
¥! Por motivo de interesse pœblico
¥! No caso de inobserv‰ncia dos procedimentos previstos em
regulamento da corpora•‹o que prejudique a efic‡cia da
investiga•‹o

Em qualquer caso, dever‡ se dar por despacho fundamentado da


autoridade superior.
Da mesma forma que a altera•‹o do Delegado respons‡vel por determinado
caso n‹o poder‡ ser feita Òao bel prazerÓ do Superior, o que evidencia uma
espŽcie, ainda que rudimentar, do princ’pio do ÒDelegado NaturalÓ, o Delegado
tambŽm n‹o poder‡ ser removido livremente de seu —rg‹o de atua•‹o.
Vejamos a reda•‹o do art. 2¼, ¤5¼ da Lei:
Art. 2¼ (...)
¤ 5o A remo•‹o do delegado de pol’cia dar-se-‡ somente por ato fundamentado.

Percebam que n‹o chega a ser uma ÒinamovibilidadeÓ do Delegado,


pois ele pode ser removido Òde of’cioÓ. Contudo, Ž ineg‡vel que a Lei, ao
exigir que tal remo•‹o se d• por ato fundamentado, busca dar mais transpar•ncia
em tal procedimento, de forma a salvaguardar os direitos do pr—prio Delegado e
a moralidade no bojo da Administra•‹o Pœblica.
Por fim, o ¤6¼ do art. 2¼ estabelece ser o indiciamento um ato privativo
do Delegado, e dever‡ ser necessariamente FUNDAMENTADO. Vejamos:
Art. 2¼ (...)
¤ 6o O indiciamento, privativo do delegado de pol’cia, dar-se-‡ por ato fundamentado,
mediante an‡lise tŽcnico-jur’dica do fato, que dever‡ indicar a autoria, materialidade
e suas circunst‰ncias.

Como encerramento, a Lei estabelece em seu art. 3¼ que o cargo de


Delegado de Pol’cia Ž privativo de Bacharel em Direito, devendo ser dispensado
ao Delegado o mesmo tratamento protocolar que recebem Magistrados, membros
do MP e da Defensoria Pœblica, e os advogados. Vejamos:

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Art. 3o O cargo de delegado de pol’cia Ž privativo de bacharel em Direito, devendo-
lhe ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os
membros da Defensoria Pœblica e do MinistŽrio Pœblico e os advogados.

Temos aqui mais uma previs‹o referente ˆ ÒcarreiraÓ de Delegado que


propriamente ao sistema jur’dico-processual penal brasileiro. De toda forma, a
Lei traz importante previs‹o com a finalidade de contribuir para a equaliza•‹o de
tratamento das carreiras jur’dicas do pa’s.

3! CONTROLE EXTERNO DA ATIVIDADE POLICIAL

Outra das fun•›es do MP (alŽm de poder investigar, como vimos), Ž exercer


o controle externo da atividade policial.
O MP n‹o faz parte da organiza•‹o policial. Entretanto, como o desempenho
das fun•›es da pol’cia contribui negativa ou positivamente para o desempenho
das fun•›es do MP (Um crime mal investigado dificilmente gera uma
condena•‹o), ao MP foi conferido o controle externo da atividade policial.
Isso est‡ previsto no art. 129, VII da CF/88:
Art. 129. S‹o fun•›es institucionais do MinistŽrio Pœblico:
(...)
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar
mencionada no artigo anterior;

No art. 3¼ da LC 75/93 n—s temos uma defini•‹o melhor das raz›es que
fundamentam esse controle. Este artigo regulamenta o art. 129, VII da
Constitui•‹o, tra•ando os objetivos que se pretende alcan•ar com o
exerc’cio deste controle externo pelo MPU. Vejamos a reda•‹o do art. 3¼:
Art. 3¼ O MinistŽrio Pœblico da Uni‹o exercer‡ o controle externo da atividade policial
tendo em vista:
a) o respeito aos fundamentos do Estado Democr‡tico de Direito, aos objetivos
fundamentais da Repœblica Federativa do Brasil, aos princ’pios informadores das
rela•›es internacionais, bem como aos direitos assegurados na Constitui•‹o Federal e
na lei;
b) a preserva•‹o da ordem pœblica, da incolumidade das pessoas e do patrim™nio
pœblico;
c) a preven•‹o e a corre•‹o de ilegalidade ou de abuso de poder;
d) a indisponibilidade da persecu•‹o penal;
e) a compet•ncia dos —rg‹os incumbidos da seguran•a pœblica.

ƒ bom que se deixe clara uma coisa: O MP NÌO ƒ O CHEFE DA


POLêCIA! O MP apenas tem a atribui•‹o para FISCALIZAR o exerc’cio da
atividade policial. AtravŽs desta fiscaliza•‹o, caso seja constatada alguma

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irregularidade, o MP pode adotar as medidas judiciais ou extrajudiciais cab’veis


para resolver o problema (seja ajuizando a•‹o penal contra os infratores, seja
requisitando a abertura de inquŽrito para apurar os fatos, etc.).
Mal comparando, o MP atua mais ou menos como o Congresso Nacional, que
fiscaliza os atos do Poder Executivo, sem ser, contudo, seu chefe.
Um dos objetivos mais evidentes deste controle externo realizado pelo MPU
Ž a preserva•‹o da indisponibilidade da persecu•‹o penal. O que Ž isso? A
persecu•‹o penal nada mais Ž que o exerc’cio do poder-dever conferido ao Estado
para que investigue os fatos a fim de que, l‡ na frente, se possa punir eventuais
culpados. A este procedimento de busca pelos fatos preliminares (investiga•‹o)
e processo e condena•‹o dos culpados (processo penal) se d‡ o nome de
persecu•‹o penal.
Mas o que significa a Òindisponibilidade da persecu•‹o penalÓ?
Significa a aus•ncia de discricionariedade na persecu•‹o penal. A persecu•‹o
penal n‹o Ž dispon’vel, ou seja, n‹o pode o respons‡vel por ela simplesmente
Òabrir m‹oÓ, deixar de realiza-la, seja qual for o motivo. Assim, quando se busca
garantir a indisponibilidade da a•‹o penal, ao fim e ao cabo o que se
pretende Ž evitar que fatores externos (principalmente $$$) influenciem
negativamente na condu•‹o da persecu•‹o penal, que numa fase preliminar
Ž conduzida pela Pol’cia, atravŽs da investiga•‹o criminal, e Ž nesta fase que a
persecu•‹o Ž mais vulner‡vel.
N—s acabamos de ver quais s‹o os objetivos do controle externo da atividade
policial. O art. 9¼, todavia, nos traz alguns (sim, pois este rol NÌO ƒ TAXATIVO)
mecanismos de que disp›e o MPU para exercer este controle externo.
Vejamos:
Art. 9¼ O MinistŽrio Pœblico da Uni‹o exercer‡ o controle externo da atividade policial
por meio de medidas judiciais e extrajudiciais podendo:
I - ter livre ingresso em estabelecimentos policiais ou prisionais;
II - ter acesso a quaisquer documentos relativos ˆ atividade-fim policial;
III - representar ˆ autoridade competente pela ado•‹o de provid•ncias para sanar a
omiss‹o indevida, ou para prevenir ou corrigir ilegalidade ou abuso de poder;
IV - requisitar ˆ autoridade competente para instaura•‹o de inquŽrito policial sobre a
omiss‹o ou fato il’cito ocorrido no exerc’cio da atividade policial;
V - promover a a•‹o penal por abuso de poder.

Vejam que estas s‹o ferramentas que contribuem para o bom exerc’cio
dessa fun•‹o de fiscaliza•‹o que Ž atribu’da ao MPU.
ƒ importante notar que o inciso II fala em Òacesso a documentos relativos ˆ
atividade-fim policialÓ. Isso significa que o MPU tem acesso livre a quaisquer
documentos relativos ˆ atividade de investiga•‹o da pol’cia (no caso da Pol’cia
Civil, Federal, etc., que s‹o as chamadas Òpol’cias judici‡riasÓ, pois lhes incumbe
obter elementos de convic•‹o para apresenta•‹o perante o Poder Judici‡rio) ou
ˆ sua atividade de preven•‹o ostensiva (No caso da Pol’cia Militar, Rodovi‡ria

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Federal, etc., que s‹o as chamadas Òpol’cias administrativasÓ, cuja fun•‹o Ž


basicamente preservar a ordem pœblica, prevenindo a ocorr•ncia de infra•›es).
Assim, o MPU n‹o ter‡ acesso, por exemplo, ao documento referente a um
pedido de fŽrias de um Delegado, pois isso n‹o guarda qualquer rela•‹o com a
atividade-fim da pol’cia (A menos que haja ind’cios de que esse pedido de fŽrias,
por exemplo, tenha se dado com a finalidade de furtar-se a uma investiga•‹o, no
que estar‡ se relacionando com a atividade-fim).
Um dos objetivos principais, alŽm de garantir a indisponibilidade da
persecu•‹o penal, Ž garantir o respeito aos direitos da pessoa, zelando pela
n‹o ocorr•ncia de abuso de poder e promovendo medidas contra aqueles que
eventualmente o pratiquem. Para tanto, o art. 10 nos traz a necessidade de
comunica•‹o ao MP competente (MPF, MPT, MPDFT ou MPM) quando da
realiza•‹o de pris‹o de qualquer pessoa por parte de autoridade federal
ou do DF, devendo se indicar o local onde se encontra o preso e c—pia dos
documentos acerca da legalidade da pris‹o. Vejamos:
Art. 10. A pris‹o de qualquer pessoa, por parte de autoridade federal ou do Distrito
Federal e Territ—rios, dever‡ ser comunicada imediatamente ao MinistŽrio Pœblico
competente, com indica•‹o do lugar onde se encontra o preso e c—pia dos documentos
comprobat—rios da legalidade da pris‹o.

CUIDADO! O MPU exerce o controle EXTERNO da atividade policial, pois o MPU


NÌO INTEGRA a mesma estrutura da pol’cia. Quem exerce o controle
INTERNO da atividade policial Ž a CORREGEDORIA da pol’cia respectiva.

4! DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES

CîDIGO DE PROCESSSO PENAL


Ä Art. 4¡ a 23 do CPP - Disposi•‹o legal do CPP acerca do InquŽrito Policial:
Art. 4¼ A pol’cia judici‡ria ser‡ exercida pelas autoridades policiais no territ—rio de
suas respectivas circunscri•›es e ter‡ por fim a apura•‹o das infra•›es penais e da
sua autoria. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.043, de 9.5.1995)

Par‡grafo œnico. A compet•ncia definida neste artigo n‹o excluir‡ a de autoridades


administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma fun•‹o.
Art. 5o Nos crimes de a•‹o pœblica o inquŽrito policial ser‡ iniciado:
I - de of’cio;
II - mediante requisi•‹o da autoridade judici‡ria ou do MinistŽrio Pœblico, ou a
requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para represent‡-lo.
¤ 1o O requerimento a que se refere o no II conter‡ sempre que poss’vel:
a) a narra•‹o do fato, com todas as circunst‰ncias;
b) a individualiza•‹o do indiciado ou seus sinais caracter’sticos e as raz›es de
convic•‹o ou de presun•‹o de ser ele o autor da infra•‹o, ou os motivos de
impossibilidade de o fazer;

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c) a nomea•‹o das testemunhas, com indica•‹o de sua profiss‹o e resid•ncia.
¤ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquŽrito caber‡
recurso para o chefe de Pol’cia.
¤ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da exist•ncia de infra•‹o penal
em que caiba a•‹o pœblica poder‡, verbalmente ou por escrito, comunic‡-la ˆ
autoridade policial, e esta, verificada a proced•ncia das informa•›es, mandar‡
instaurar inquŽrito.
¤ 4o O inquŽrito, nos crimes em que a a•‹o pœblica depender de representa•‹o, n‹o
poder‡ sem ela ser iniciado.
¤ 5o Nos crimes de a•‹o privada, a autoridade policial somente poder‡ proceder a
inquŽrito a requerimento de quem tenha qualidade para intent‡-la.
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da pr‡tica da infra•‹o penal, a autoridade policial
dever‡:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que n‹o se alterem o estado e conserva•‹o
das coisas, atŽ a chegada dos peritos criminais; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 8.862, de
28.3.1994) (Vide Lei n¼ 5.970, de 1973)
II - apreender os objetos que tiverem rela•‹o com o fato, ap—s liberados pelos peritos
criminais; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 8.862, de 28.3.1994)
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
circunst‰ncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observ‰ncia, no que for aplic‡vel, do disposto no Cap’tulo
III do T’tulo Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas
testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acarea•›es;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer
outras per’cias;
VIII - ordenar a identifica•‹o do indiciado pelo processo datilosc—pico, se poss’vel, e
fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar
e social, sua condi•‹o econ™mica, sua atitude e estado de ‰nimo antes e depois do
crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribu’rem para a aprecia•‹o
do seu temperamento e car‡ter.
X - colher informa•›es sobre a exist•ncia de filhos, respectivas idades e se possuem
alguma defici•ncia e o nome e o contato de eventual respons‡vel pelos cuidados dos
filhos, indicado pela pessoa presa. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.257, de 2016)
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infra•‹o sido praticada de determinado
modo, a autoridade policial poder‡ proceder ˆ reprodu•‹o simulada dos fatos, desde
que esta n‹o contrarie a moralidade ou a ordem pœblica.
Art. 8o Havendo pris‹o em flagrante, ser‡ observado o disposto no Cap’tulo II do
T’tulo IX deste Livro.
Art. 9o Todas as pe•as do inquŽrito policial ser‹o, num s— processado, reduzidas a
escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
Art. 10. O inquŽrito dever‡ terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido
preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta
hip—tese, a partir do dia em que se executar a ordem de pris‹o, ou no prazo de 30
dias, quando estiver solto, mediante fian•a ou sem ela.

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¤ 1o A autoridade far‡ minucioso relat—rio do que tiver sido apurado e enviar‡ autos
ao juiz competente.
¤ 2o No relat—rio poder‡ a autoridade indicar testemunhas que n‹o tiverem sido
inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
¤ 3o Quando o fato for de dif’cil elucida•‹o, e o indiciado estiver solto, a autoridade
poder‡ requerer ao juiz a devolu•‹o dos autos, para ulteriores dilig•ncias, que ser‹o
realizadas no prazo marcado pelo juiz.
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem ˆ prova,
acompanhar‹o os autos do inquŽrito.
Art. 12. O inquŽrito policial acompanhar‡ a denœncia ou queixa, sempre que servir de
base a uma ou outra.
Art. 13. Incumbir‡ ainda ˆ autoridade policial:
I - fornecer ˆs autoridades judici‡rias as informa•›es necess‡rias ˆ instru•‹o e
julgamento dos processos;
II - realizar as dilig•ncias requisitadas pelo juiz ou pelo MinistŽrio Pœblico;
III - cumprir os mandados de pris‹o expedidos pelas autoridades judici‡rias;
IV - representar acerca da pris‹o preventiva.
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no ¤ 3¼ do art. 158 e no
art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (C—digo Penal), e no art.
239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Crian•a e do Adolescente),
o membro do MinistŽrio Pœblico ou o delegado de pol’cia poder‡ requisitar, de
quaisquer —rg‹os do poder pœblico ou de empresas da iniciativa privada, dados e
informa•›es cadastrais da v’tima ou de suspeitos. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344,
de 2016) (Vig•ncia)
Par‡grafo œnico. A requisi•‹o, que ser‡ atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas,
conter‡: (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)
I - o nome da autoridade requisitante; (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016)
(Vig•ncia)
II - o nœmero do inquŽrito policial; e (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016)
(Vig•ncia)
III - a identifica•‹o da unidade de pol’cia judici‡ria respons‡vel pela investiga•‹o.
(Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)
Art. 13-B. Se necess‡rio ˆ preven•‹o e ˆ repress‹o dos crimes relacionados ao tr‡fico
de pessoas, o membro do MinistŽrio Pœblico ou o delegado de pol’cia poder‹o
requisitar, mediante autoriza•‹o judicial, ˆs empresas prestadoras de servi•o de
telecomunica•›es e/ou telem‡tica que disponibilizem imediatamente os meios
tŽcnicos adequados Ð como sinais, informa•›es e outros Ð que permitam a localiza•‹o
da v’tima ou dos suspeitos do delito em curso. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344,
de 2016) (Vig•ncia)
¤ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da esta•‹o de
cobertura, setoriza•‹o e intensidade de radiofrequ•ncia. (Inclu’do pela Lei n¼
13.344, de 2016) (Vig•ncia)
¤ 2o Na hip—tese de que trata o caput, o sinal: (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344,
de 2016) (Vig•ncia)
I - n‹o permitir‡ acesso ao conteœdo da comunica•‹o de qualquer natureza, que
depender‡ de autoriza•‹o judicial, conforme disposto em lei; (Inclu’do pela
Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)

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II - dever‡ ser fornecido pela prestadora de telefonia m—vel celular por per’odo n‹o
superior a 30 (trinta) dias, renov‡vel por uma œnica vez, por igual per’odo;
(Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)
III - para per’odos superiores ˆquele de que trata o inciso II, ser‡ necess‡ria a
apresenta•‹o de ordem judicial. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016)
(Vig•ncia)
¤ 3o Na hip—tese prevista neste artigo, o inquŽrito policial dever‡ ser instaurado no
prazo m‡ximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva
ocorr•ncia policial. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.344, de 2016) (Vig•ncia)
¤ 4o N‹o havendo manifesta•‹o judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade
competente requisitar‡ ˆs empresas prestadoras de servi•o de telecomunica•›es e/ou
telem‡tica que disponibilizem imediatamente os meios tŽcnicos adequados Ð como
sinais, informa•›es e outros Ð que permitam a localiza•‹o da v’tima ou dos suspeitos
do delito em curso, com imediata comunica•‹o ao juiz. (Inclu’do pela Lei n¼
13.344, de 2016) (Vig•ncia)
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poder‹o requerer
qualquer dilig•ncia, que ser‡ realizada, ou n‹o, a ju’zo da autoridade.
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-‡ nomeado curador pela autoridade policial.
Art. 16. O MinistŽrio Pœblico n‹o poder‡ requerer a devolu•‹o do inquŽrito ˆ
autoridade policial, sen‹o para novas dilig•ncias, imprescind’veis ao oferecimento da
denœncia.
Art. 17. A autoridade policial n‹o poder‡ mandar arquivar autos de inquŽrito.
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquŽrito pela autoridade judici‡ria,
por falta de base para a denœncia, a autoridade policial poder‡ proceder a novas
pesquisas, se de outras provas tiver not’cia.
Art. 19. Nos crimes em que n‹o couber a•‹o pœblica, os autos do inquŽrito ser‹o
remetidos ao ju’zo competente, onde aguardar‹o a iniciativa do ofendido ou de seu
representante legal, ou ser‹o entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.
Art. 20. A autoridade assegurar‡ no inquŽrito o sigilo necess‡rio ˆ elucida•‹o do fato
ou exigido pelo interesse da sociedade.
Par‡grafo œnico. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a
autoridade policial n‹o poder‡ mencionar quaisquer anota•›es referentes a
instaura•‹o de inquŽrito contra os requerentes. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.681, de
2012)
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado depender‡ sempre de despacho nos autos
e somente ser‡ permitida quando o interesse da sociedade ou a conveni•ncia da
investiga•‹o o exigir.
Par‡grafo œnico. A incomunicabilidade, que n‹o exceder‡ de tr•s dias, ser‡ decretada
por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do
—rg‹o do MinistŽrio Pœblico, respeitado, em qualquer hip—tese, o disposto no artigo
89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de
abril de 1963) (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 5.010, de 30.5.1966)
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscri•‹o
policial, a autoridade com exerc’cio em uma delas poder‡, nos inquŽritos a que esteja
procedendo, ordenar dilig•ncias em circunscri•‹o de outra, independentemente de
precat—rias ou requisi•›es, e bem assim providenciar‡, atŽ que compare•a a
autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua presen•a, noutra
circunscri•‹o.
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquŽrito ao juiz competente, a autoridade
policial oficiar‡ ao Instituto de Identifica•‹o e Estat’stica, ou reparti•‹o cong•nere,

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mencionando o ju’zo a que tiverem sido distribu’dos, e os dados relativos ˆ infra•‹o
penal e ˆ pessoa do indiciado.

LEI N¡ 12.037/09 Ð LEI DE IDENTIFICA‚ÌO CRIMINAL

Ä Art. 3¡ da Lei 12.037/09 - Regulamenta•‹o do art. 5¼, VIII da CRFB/88,


acerca das hip—teses de admissibilidade da identifica•‹o criminal:
Art. 3¼ Embora apresentado documento de identifica•‹o, poder‡ ocorrer identifica•‹o
criminal quando:
I Ð o documento apresentar rasura ou tiver ind’cio de falsifica•‹o;
II Ð o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
III Ð o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informa•›es
conflitantes entre si;
IV Ð a identifica•‹o criminal for essencial ˆs investiga•›es policiais, segundo despacho
da autoridade judici‡ria competente, que decidir‡ de of’cio ou mediante representa•‹o
da autoridade policial, do MinistŽrio Pœblico ou da defesa;
V Ð constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualifica•›es;
VI Ð o estado de conserva•‹o ou a dist‰ncia temporal ou da localidade da expedi•‹o
do documento apresentado impossibilite a completa identifica•‹o dos caracteres
essenciais.
Par‡grafo œnico. As c—pias dos documentos apresentados dever‹o ser juntadas aos
autos do inquŽrito, ou outra forma de investiga•‹o, ainda que consideradas
insuficientes para identificar o indiciado.

Ä Art. 5¡ e 5¼-A da Lei 12.037/09 - Permitem a coleta de MATERIAL


GENƒTICO como forma de identifica•‹o criminal. Vejamos:
Art. 5¼ (...)
Par‡grafo œnico. Na hip—tese do inciso IV do art. 3o, a identifica•‹o criminal poder‡
incluir a coleta de material biol—gico para a obten•‹o do perfil genŽtico.
(Inclu’do pela Lei n¼ 12.654, de 2012)
Art. 5o-A. Os dados relacionados ˆ coleta do perfil genŽtico dever‹o ser armazenados
em banco de dados de perfis genŽticos, gerenciado por unidade oficial de per’cia
criminal. (Inclu’do pela Lei n¼ 12.654, de 2012)
¤ 1o As informa•›es genŽticas contidas nos bancos de dados de perfis genŽticos n‹o
poder‹o revelar tra•os som‡ticos ou comportamentais das pessoas, exceto
determina•‹o genŽtica de g•nero, consoante as normas constitucionais e
internacionais sobre direitos humanos, genoma humano e dados genŽticos. (Inclu’do
pela Lei n¼ 12.654, de 2012)
¤ 2o Os dados constantes dos bancos de dados de perfis genŽticos ter‹o car‡ter
sigiloso, respondendo civil, penal e administrativamente aquele que permitir ou
promover sua utiliza•‹o para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em decis‹o
judicial. (Inclu’do pela Lei n¼ 12.654, de 2012)
¤ 3o As informa•›es obtidas a partir da coincid•ncia de perfis genŽticos dever‹o ser
consignadas em laudo pericial firmado por perito oficial devidamente habilitado.
(Inclu’do pela Lei n¼ 12.654, de 2012)

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ESTATUTO DA OAB

Ä Art. 7¼, XIV do Estatuto da OAB Ð Trata-se de positiva•‹o do entendimento


consolidado do STF por meio da Sœmula Vinculante 14. O referido inciso tem
reda•‹o dada pela Lei 13.245/16:
Art. 7¼ S‹o direitos do advogado:
(...) XIV - examinar, em qualquer institui•‹o respons‡vel por conduzir investiga•‹o,
mesmo sem procura•‹o, autos de flagrante e de investiga•›es de qualquer natureza,
findos ou em andamento, ainda que conclusos ˆ autoridade, podendo copiar pe•as e
tomar apontamentos, em meio f’sico ou digital; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 13.245, de
2016)

Ä Art. 7¼, XXI do Estatuto da OAB Ð Trata do direito conferido aos advogados
de acompanharem seus clientes quando do interrogat—rio em sede policial. Ainda
n‹o Ž poss’vel afirmar que a presen•a do advogado no interrogat—rio policial ser‡
indispens‡vel em qualquer caso (mesmo que o indiciado dispense), mas parece
ser essa a inten•‹o da norma:
Art. 7¼ (...) XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apura•‹o de infra•›es,
sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogat—rio ou depoimento e,
subsequentemente, de todos os elementos investigat—rios e probat—rios dele
decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da
respectiva apura•‹o: (Inclu’do pela Lei n¼ 13.245, de 2016)

5! SòMULAS PERTINENTES
5.1! Sœmulas vinculantes
Ä Sœmula Vinculante 11: Restringe a utiliza•‹o de algemas a casos
excepcionais, notadamente quando risco de fugo ou perigo ˆ integridade f’sica do
preso ou de terceiros, devendo a utiliza•‹o se dar de maneira fundamentada:
Sœmula vinculante 11 - ÒS— Ž l’cito o uso de algemas em casos de resist•ncia e de
fundado receio de fuga ou de perigo ˆ integridade f’sica pr—pria ou alheia, por parte
do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da
pris‹o ou do ato processual a que se refere, sem preju’zo da responsabilidade civil do
Estado.Ó

Ä Sœmula Vinculante 14: Garante ao defensor do indiciado, na defesa dos


interesses deste, o acesso aos elementos de prova j‡ documentos nos autos do
IP, e que digam respeito ao direito de defesa:
Sœmula Vinculante 14 - Òƒ direito do defensor, no interesse do representado, ter
acesso amplo aos elementos de prova que, j‡ documentados em procedimento
investigat—rio realizado por —rg‹o com compet•ncia de pol’cia judici‡ria, digam
respeito ao exerc’cio do direito de defesa.Ó

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5.2! Sœmulas do STF


Ä Sœmula 524 do STF: Estabelece a impossibilidade de ajuizamento da a•‹o
penal quando houve arquivamento por falta de provas, salvo se surgirem novas
provas, em conson‰ncia com o art. 18 do CPP.
Sœmula 524 do STF - ÒArquivado o inquŽrito policial, por despacho do juiz, a
requerimento do Promotor de Justi•a, n‹o pode a a•‹o penal ser iniciada, sem novas
provas.Ó

5.3! Sœmulas do STJ


ÄSœmula n¼ 444 do STJ Ð Em homenagem ao princ’pio da presun•‹o de
inoc•ncia (ou presun•‹o de n‹o culpabilidade), o STJ sumulou entendimento no
sentido de que inquŽritos policiais e a•›es penais em curso n‹o podem ser
utilizados para agravar a pena base (circunst‰ncias judiciais desfavor‡veis), j‡
que ainda n‹o h‡ tr‰nsito em julgado de senten•a penal condenat—ria. Este
entendimento fica prejudicado pelo novo entendimento adotado pelo STF no
julgamento do HC 126.292 (no qual se entendeu que a presun•‹o de inoc•ncia
fica afastada a partir de condena•‹o em segunda inst‰ncia).
Sœmula n¼ 444 do STJ - ƒ VEDADA A UTILIZA‚ÌO DE INQUƒRITOS POLICIAIS E
A‚ÍES PENAIS EM CURSO PARA AGRAVAR A PENA-BASE.

6! RESUMO

INQUƒRITO POLICIAL
Conceito - Conjunto de dilig•ncias realizadas pela Pol’cia Judici‡ria, cuja
finalidade Ž angariar elementos de prova (prova da materialidade e ind’cios de
autoria), para que o legitimado (ofendido ou MP) possa ajuizar a a•‹o penal.
Natureza Ð Procedimento administrativo prŽ-processual. NÌO Ž processo
judicial.
Caracter’sticas
¥! Administrativo - O InquŽrito Policial, por ser instaurado e conduzido
por uma autoridade policial, possui n’tido car‡ter administrativo.
¥! Inquisitivo (inquisitorialidade) - A inquisitorialidade do InquŽrito
decorre de sua natureza prŽ-processual. No Processo temos autor (MP ou
v’tima), acusado e Juiz. No InquŽrito n‹o h‡ acusa•‹o, logo, n‹o h‡
nem autor, nem acusado. No InquŽrito Policial, por ser inquisitivo,
n‹o h‡ direito ao contradit—rio pleno nem ˆ ampla defesa.
¥! Oficioso (Oficiosidade) Ð Possibilidade (poder-dever) de
instaura•‹o de of’cio quando se tratar de crime de a•‹o penal pœblica
incondicionada.
¥! Escrito (formalidade) - Todos os atos produzidos no bojo do IP
dever‹o ser escritos, e reduzidos a termo aqueles que forem orais.

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¥! Indisponibilidade Ð A autoridade policial n‹o pode dispor do IP, ou


seja, n‹o pode mandar arquiv‡-lo.
¥! Dispensabilidade Ð N‹o Ž indispens‡vel ˆ propositura da a•‹o
penal.
¥! Discricionariedade na condu•‹o - A autoridade policial pode
conduzir a investiga•‹o da maneira que entender mais frut’fera, sem
necessidade de seguir um padr‹o prŽ-estabelecido.

INSTAURA‚ÌO DO IP
FORMAS DE INSTAURA‚ÌO DO INQUƒRITO POLICIAL
FORMA CABIMENTO OBSERVA‚ÍES

DE OFêCIO ¥! A•‹o penal pœblica OBS.:


incondicionada Requisi•‹o do
¥! A•‹o penal pœblica MP ou do Juiz
condicionada (depende de deve ser
representa•‹o ou requisi•‹o do cumprida pela
MJ) autoridade
¥! A•‹o penal privada (depende policial.
de manifesta•‹o da v’tima) OBS.:
REQUISI‚ÌO DO ¥! A•‹o penal pœblica Requerimento
MP OU DO JUIZ incondicionada do ofendido n‹o
¥! A•‹o penal pœblica obriga a
condicionada (requisi•‹o autoridade
deve estar instru’da com a policial. Caso
representa•‹o ou requisi•‹o do seja
MJ) indeferimento o
¥! A•‹o penal privada (requisi•‹o requerimento,
deve estar instru’da com a cabe recurso
manifesta•‹o da v’tima nesse ao chefe de
sentido) pol’cia.

REQUERIMENTO ¥! A•‹o penal pœblica


DO OFENDIDO incondicionada
¥! A•‹o penal pœblica
condicionada
¥! A•‹o penal privada
AUTO DE PRISÌO ¥! A•‹o penal pœblica
EM FLAGRANTE incondicionada
¥! A•‹o penal pœblica
condicionada (depende de
representa•‹o ou requisi•‹o do
MJ)

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¥! A•‹o penal privada (depende


de manifesta•‹o da v’tima)
OBS.: Denœncia an™nima (delatio criminis inqualificada) - Delegado,
quando tomar ci•ncia de fato definido como crime, atravŽs de denœncia an™nima,
n‹o dever‡ instaurar o IP de imediato, mas determinar que seja verificada a
proced•ncia da denœncia e, caso realmente se tenha not’cia do crime, instaurar
o IP.

TRAMITA‚ÌO DO IP
Dilig•ncias
Logo ap—s tomar conhecimento da pr‡tica de infra•‹o penal, a autoridade deve:
§! Dirigir-se ao local, providenciando para que n‹o se alterem o estado e
conserva•‹o das coisas, atŽ a chegada dos peritos criminais.
§! Apreender os objetos que tiverem rela•‹o com o fato, ap—s liberados pelos
peritos criminais
§! Colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
circunst‰ncias
§! Ouvir o ofendido
§! Ouvir o indiciado (interrogat—rio em sede policial)
§! Proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acarea•›es
§! Determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a
quaisquer outras per’cias Ð O exame de corpo de delito Ž indispens‡vel
nos crimes que deixam vest’gios.
§! Ordenar a identifica•‹o do indiciado pelo processo datilosc—pico, se
poss’vel, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes
§! Averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual,
familiar e social, sua condi•‹o econ™mica, sua atitude e estado de ‰nimo
antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que
contribu’rem para a aprecia•‹o do seu temperamento e car‡ter.
§! colher informa•›es sobre a exist•ncia de filhos, respectivas idades e se
possuem alguma defici•ncia e o nome e o contato de eventual respons‡vel
pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
§! Possibilidade de se proceder ˆ reprodu•‹o simulada dos fatos
(reconstitui•‹o) - Desde que esta n‹o contrarie a moralidade ou a
ordem pœblica.

OBS.: O procedimento de identifica•‹o criminal s— Ž admitido para aquele que


n‹o for civilmente identificado. Exce•‹o: mesmo o civilmente identificado
poder‡ ser submetido ˆ identifica•‹o criminal, nos seguintes casos:
¥! Se o documento apresentado contiver rasuras ou ind’cios de
falsifica•‹o.
¥! O documento n‹o puder comprovar cabalmente a identidade da
pessoa.

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¥! A pessoa portar documentos de identidade distintos, com informa•›es


conflitantes;
¥! A identifica•‹o criminal for indispens‡vel ˆs investiga•›es policiais
(Necess‡rio despacho do Juiz determinando isso).
¥! Constar nos registros policiais que a pessoa j‡ se apresentou com
outros nomes.
¥! O estado de conserva•‹o, a data de expedi•‹o do documento ou o local
de sua expedi•‹o impossibilitem a perfeita identifica•‹o da pessoa.

OBS.: ƒ permitida a colheita de material biol—gico para determina•‹o do perfil


genŽtico, exclusivamente quando isso for indispens‡vel ˆs investiga•›es Ð
depende de autoriza•‹o judicial. Deve ser armazenado em bando de dados
sigiloso.

Requerimento de dilig•ncias pelo ofendido e pelo indiciado Ð Ambos


podem requerer a realiza•‹o de dilig•ncias, mas ficar‡ a critŽrio da Autoridade
Policial deferi-las ou n‹o.

FORMA DE TRAMITA‚ÌO DO IP
Sigiloso Ð A autoridade policial deve assegurar o sigilo necess‡rio ˆ elucida•‹o
do fato ou o exigido pelo interesse da sociedade. Prevalece o entendimento de
que o IP Ž sempre sigiloso em rela•‹o ˆs pessoas do povo em geral, por se tratar
de mero procedimento investigat—rio.

Acesso do advogado aos autos do IP


O advogado do indiciado deve ter franqueado o acesso amplo aos elementos de
prova j‡ documentados nos autos do IP, e que digam respeito ao exerc’cio do
direito de defesa. N‹o se aplica ˆs dilig•ncias em curso (Ex.: intercepta•‹o
telef™nica ainda em curso) Ð SòMULA VINCULANTE n¼ 14.
OBS.: A Lei 13.24/16 alterou o Estatuto da OAB para estender tal previs‹o a
qualquer procedimento investigat—rio criminal (inclusive aqueles instaurados
internamente no ‰mbito do MP).

Interrogat—rio em sede policial


Necessidade de presen•a do advogado? Posi•‹o cl‡ssica da Doutrina e da
Jurisprud•ncia: NÌO.
Altera•‹o legislativa (Lei 13.245/16) Ð passou-se a exigir a presen•a do
advogado no interrogat—rio policial? Ainda n‹o h‡ posi•‹o do STF ou STJ.
Duas correntes:
§! Alguns v‹o entender que o advogado, agora, Ž indispens‡vel durante o
IP.

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§! Outros v‹o entender que a Lei n‹o criou essa obrigatoriedade. O que a
Lei criou foi, na verdade, um DEVER para o advogado que tenha sido
devidamente constitu’do pelo indiciado (dever de assisti-lo, sob
pena de nulidade). Caso o indiciado deseje n‹o constituir advogado, n‹o
haveria obrigatoriedade.

CONCLUSÌO DO IP
Prazo
PRAZO PARA A CONCLUSÌO DO IP
NATUREZA PRAZO OBSERVA‚ÍES
DA
INFRA‚ÌO
REGRA ¥! Indiciado preso: 10 dias OBS.: Em se tratando de
GERAL ¥! Indiciado solto: 30 dias indiciado solto, o prazo Ž
processual. Em se tratando de
CRIMES ¥! Indiciado preso: 15 dias indiciado preso o prazo Ž
FEDERAIS (prorrog‡vel por mais
material (conta-se o dia do
15 dias) come•o).
¥! Indiciado solto: 30 dias
OBS.: No caso de indiciado
LEI DE ¥! Indiciado preso: 30 dias preso, o prazo se inicia da data
DROGAS ¥! Indiciado solto: 90 dias da pris‹o. Em se tratando de
OBS.: Ambos podem ser indiciado solto, o prazo se inicia
duplicados. com a Portaria de instaura•‹o.

CRIMES ¥! Indiciado preso ou solto:


CONTRA A 10 dias
ECONOMIA
POPULAR
OBS.: Em caso de indiciado solto o STJ entende tratar-se de prazo impr—prio
(descumprimento do prazo n‹o gera repercuss‹o pr‡tica).

Indiciamento Ð Ato fundamentado por meio do qual a autoridade policial


ÒdirecionaÓ a investiga•‹o, ou seja, a autoridade policial centraliza as
investiga•›es em apenas um ou alguns dos suspeitos. Ato privativo da autoridade
policial, mas depende de autoriza•‹o do Tribunal se o indiciado for pessoa
detentora de foro por prerrogativa de fun•‹o (STF Ð Inq. 2.411).

Destinat‡rio do IP Ð Prevalece que:


§! Destinat‡rio imediato Ð titular da a•‹o penal
§! Destinat‡rio mediato Ð Juiz

ARQUIVAMENTO DO IP

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Regra Ð MP requer o arquivamento, mas quem determina Ž o Juiz. Se o Juiz


discordar, remete ao Chefe do MP (em regra, o PGJ). O Chefe do MP decide se
concorda com o membro do MP ou com o Juiz. Se concordar com o membro do
MP, o Juiz deve arquivar. Se concordar com o Juiz, ele pr—prio aju’za a a•‹o penal
ou designa outro membro para ajuizar.
A•‹o penal privada Ð Os autos do IP ser‹o remetidos ao Ju’zo competente,
onde aguardar‹o a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal (ou ser‹o
entregues ao requerente, caso assim requeira, mediante traslado).
Arquivamento impl’cito Ð Cria•‹o doutrin‡ria. Duas hip—teses:
§! Quando o membro do MP deixar requerer o arquivamento em rela•‹o a
alguns fatos investigados, silenciando quanto a outros.
§! Requerer o arquivamento em rela•‹o a alguns investigados, silenciando
quanto a outros.
STF e STJ n‹o aceitam a tese de arquivamento impl’cito.

Arquivamento indireto Ð Quando o membro do MP deixa de oferecer a denœncia


por entender que o Ju’zo (que est‡ atuando durante a fase investigat—ria) Ž
incompetente para processar e julgar a a•‹o penal. N‹o Ž un‰nime.
Trancamento do IP - Consiste na cessa•‹o da atividade investigat—ria por
decis‹o judicial quando h‡ ABUSO na instaura•‹o do IP ou na condu•‹o das
investiga•›es, geralmente quando n‹o hŽ elementos m’nimos de prova.

Decis‹o de arquivamento de IP faz coisa julgada? Em regra, n‹o, podendo


ser reaberta a investiga•‹o se de outras provas (provas novas) a autoridade
policial tiver not’cia. Exce•›es:
§! Arquivamento por atipicidade do fato
§! Arquivamento em raz‹o do reconhecimento de manifesta causa de
exclus‹o da ilicitude ou da culpabilidade Ð Aceito pela Doutrina e
jurisprud•ncia MAJORITçRIAS.
§! Arquivamento por extin•‹o da punibilidade
OBS.: Se o reconhecimento da extin•‹o da punibilidade se deu pela morte
do agente, mediante apresenta•‹o de certid‹o de —bito falsa (o agente n‹o
estava morto) Ž poss’vel reabrir as investiga•›es.

ATEN‚ÌO! A autoridade policial NÌO PODE mandar arquivar autos de inquŽrito


policial.

PODER DE INVESTIGA‚ÌO DO MP
Entendimento pac’fico no sentido de que o MP pode investigar, mediante
procedimentos pr—prios, mas n‹o pode presidir nem instaurar inquŽrito policial.

Bons estudos!
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7! EXERCêCIOS PARA PARATICAR

01.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð AGENTE DE POLêCIA - ADAPTADA)


Tratando-se de crimes de a•‹o penal pœblica, o inquŽrito policial ser‡ iniciado de
of’cio pelo delegado, por requisi•‹o do MinistŽrio Pœblico ou por requerimento do
ofendido ou de quem o represente.

02.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


Membro do MinistŽrio Pœblico ordenar‡ o arquivamento do inquŽrito policial se
verificar que o fato investigado Ž at’pico.

03.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


Cabe ˆ autoridade policial ordenar o arquivamento quando a requisi•‹o de
instaura•‹o recebida n‹o fornecer o m’nimo indispens‡vel para se proceder ˆ
investiga•‹o.

04.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


Sendo o crime de a•‹o penal privada, o arquivamento do inquŽrito policial
depende de decis‹o do juiz, ap—s pedido do MinistŽrio Pœblico.

05.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


O inquŽrito pode ser arquivado pela autoridade policial se ela verificar ter havido
a extin•‹o da punibilidade do indiciado.

06.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


Sendo o arquivamento ordenado em raz‹o da aus•ncia de elementos para basear
a denœncia, a autoridade policial poder‡ empreender novas investiga•›es se
receber not’cia de novas provas.

07.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð AGENTE - ADAPTADA)


O delegado de pol’cia, se estiver convencido da aus•ncia de elementos suficientes
para imputar autoria a determinada pessoa, dever‡ mandar arquivar o IP,
podendo desarquiv‡-lo se surgir prova nova.

08.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð AGENTE - ADAPTADA)

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O IP Ž presidido pelo delegado de pol’cia sob a supervis‹o direta do MP, que


poder‡ intervir a qualquer tempo para determinar a realiza•‹o de per’cias ou
dilig•ncias.

09.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð AGENTE - ADAPTADA)


A atividade investigat—ria de crimes n‹o Ž exclusiva da pol’cia judici‡ria, podendo
ser eventualmente presidida por outras autoridades, conforme dispuser a lei
especial.

10.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð AGENTE - ADAPTADA)


O IP Ž indispens‡vel para o oferecimento da denœncia; o promotor de justi•a n‹o
poder‡ denunciar o rŽu sem esse procedimento investigat—rio prŽvio.

11.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð AGENTE - ADAPTADA)


O IP Ž pe•a indispens‡vel ˆ propositura da a•‹o penal pœblica incondicionada,
sob pena de nulidade, e deve assegurar as garantias constitucionais da ampla
defesa e do contradit—rio.

12.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð AGENTE - ADAPTADA)


Uma vez arquivado o IP por decis‹o judicial, a autoridade policial poder‡ proceder
a novas pesquisas, se tiver not’cia de uma nova prova.

13.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð AGENTE - ADAPTADA)


O ofendido e o indiciado n‹o poder‹o requerer dilig•ncias no curso do IP.

14.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð AGENTE - ADAPTADA)


O IP, pe•a informativa do processo, oferece o suporte probat—rio m’nimo para a
denœncia e, por isso, Ž indispens‡vel ˆ propositura da a•‹o penal.

15.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð ESCRIVÌO - ADAPTADA)


O IP, em raz‹o da complexidade ou gravidade do delito a ser apurado, poder‡
ser presidido por representante do MP, mediante prŽvia determina•‹o judicial
nesse sentido.

16.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð ESCRIVÌO - ADAPTADA)


A notitia criminis Ž denominada direta quando a pr—pria v’tima provoca a atua•‹o
da pol’cia judici‡ria, comunicando a ocorr•ncia de fato delituoso diretamente ˆ
autoridade policial.

17.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð ESCRIVÌO - ADAPTADA)

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O indiciamento Ž ato pr—prio da autoridade policial a ser adotado na fase


inquisitorial.

18.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð ESCRIVÌO - ADAPTADA)


O prazo legal para o encerramento do IP Ž relevante independentemente de o
indiciado estar solto ou preso, visto que a supera•‹o dos prazos de investiga•‹o
tem o efeito de encerrar a persecu•‹o penal na esfera policial.

19.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð ESCRIVÌO - ADAPTADA)


Do despacho da autoridade policial que indeferir requerimento de abertura de IP
feito pelo ofendido ou seu representante legal Ž cab’vel, como œnico remŽdio
jur’dico, recurso ao juiz criminal da comarca onde, em tese, ocorreu o fato
delituoso.

20.! (CESPE Ð 2016 - PC/PEÐ DELEGADO - ADAPTADA)


Por substanciar ato pr—prio da fase inquisitorial da persecu•‹o penal, Ž poss’vel
o indiciamento, pela autoridade policial, ap—s o oferecimento da denœncia, mesmo
que esta j‡ tenha sido admitida pelo ju’zo a quo.

21.! (CESPE Ð 2016 - PC/PEÐ DELEGADO - ADAPTADA)


O acesso aos autos do inquŽrito policial por advogado do indiciado se estende,
sem restri•‹o, a todos os documentos da investiga•‹o.

22.! (CESPE Ð 2016 - PC/PEÐ DELEGADO - ADAPTADA)


Em conson‰ncia com o dispositivo constitucional que trata da veda•‹o ao
anonimato, Ž vedada a instaura•‹o de inquŽrito policial com base unicamente em
denœncia an™nima, salvo quando constitu’rem, elas pr—prias, o corpo de delito.

23.! (CESPE Ð 2016 - PC/PEÐ DELEGADO - ADAPTADA)


O arquivamento de inquŽrito policial mediante promo•‹o do MP por aus•ncia de
provas impede a reabertura das investiga•›es: a decis‹o que homologa o
arquivamento faz coisa julgada material.

24.! (CESPE Ð 2016 - PC/PEÐ DELEGADO - ADAPTADA)


De acordo com a Lei de Drogas, estando o indiciado preso por crime de tr‡fico de
drogas, o prazo de conclus‹o do inquŽrito policial Ž de noventa dias, prorrog‡vel
por igual per’odo desde que imprescind’vel para as investiga•›es.

25.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS - ADAPTADA)

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Conclu’da a per’cia do local do crime, o delegado deve restituir ao respectivo


propriet‡rio os instrumentos do crime e os demais objetos apreendidos.

26.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS - ADAPTADA)
O IP, um procedimento administrativo preparat—rio que tem por finalidade apurar
os ind’cios de autoria e materialidade, Ž indispens‡vel para o in’cio da a•‹o penal
pelo MinistŽrio Pœblico.

27.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS - ADAPTADA)
Em raz‹o do interesse da sociedade pelo esclarecimento dos fatos criminosos, as
investiga•›es policiais s‹o sempre pœblicas.

28.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS - ADAPTADA)
Por ser o IP um procedimento extrajudicial, anterior ao in’cio da a•‹o penal, n‹o
h‡ previs‹o legal de se observarem os princ’pios do contradit—rio e da ampla
defesa nessa fase investigativa.

29.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS - ADAPTADA)
O relat—rio de IP que concluir pela aus•ncia de justa causa para o prosseguimento
das investiga•›es dever‡ ser arquivado pelo delegado.

30.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS - ADAPTADA)
Nos crimes de a•‹o penal privada, a autoridade policial pode instaurar o IP de
of’cio.

31.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS - ADAPTADA)
Durante o curso do IP, o indiciado poder‡ requerer qualquer dilig•ncia, mas
realiz‡-la ou n‹o ficar‡ a critŽrio da autoridade.

32.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS - ADAPTADA)
Uma vez que o juiz tenha ordenado o arquivamento do IP, este n‹o poder‡ ser
desarquivado pela autoridade policial para novas investiga•›es, ainda que haja
not’cias de novas provas.

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33.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS - ADAPTADA)
Ap—s terminado o IP, a autoridade dever‡ fazer minucioso relat—rio do que tiver
sido apurado e enviar os autos ao MinistŽrio Pœblico (MP), para que este proceda
ao oferecimento de denœncia.

34.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS - ADAPTADA)
O IP deve terminar em trinta dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante.

35.! (CESPE Ð 2014 - CåMARA DOS DEPUTADOS - POLICIAL


LEGISLATIVO)
Paulo e Jo‹o foram surpreendidos nas depend•ncias da C‰mara dos Deputados
quando subtra’am carteiras e celulares dos casacos e bolsas de pessoas que ali
transitavam. Paulo tem dezessete anos e teve acesso ao local por intermŽdio de
Jo‹o, que Ž servidor da Casa.
Com base nessa situa•‹o hipotŽtica, julgue os itens a seguir.
Poder‡ ser dispensado o inquŽrito policial referente ao caso se a apura•‹o feita
pela pol’cia legislativa reunir informa•›es suficientes e id™neas para o
oferecimento da denœncia.

36.! (CESPE Ð 2014 - CåMARA DOS DEPUTADOS - POLICIAL


LEGISLATIVO)
No que se refere ao inquŽrito policial e ˆ prova criminal, julgue os itens
subsequentes.
Ainda que o contradit—rio e a ampla defesa n‹o sejam observados durante a
realiza•‹o do inquŽrito policial, n‹o ser‹o inv‡lidas a investiga•‹o criminal e a
a•‹o penal subsequente.

37.! (CESPE Ð 2014 - CåMARA DOS DEPUTADOS - POLICIAL


LEGISLATIVO)
No que se refere ao inquŽrito policial e ˆ prova criminal, julgue os itens
subsequentes.
O indiciamento no inquŽrito policial, por ser uma indica•‹o de culpa do agente,
poder‡ ser anotado em atestado de antecedentes criminais. A partir do
indiciamento, poder‡ ser divulgado o andamento das investiga•›es, com a
identifica•‹o do prov‡vel autor do fato.

38.! (CESPE Ð 2014 - CåMARA DOS DEPUTADOS - POLICIAL


LEGISLATIVO)
No que se refere ao inquŽrito policial e ˆ prova criminal, julgue os itens
subsequentes.

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A autoridade policial poder‡ arquivar o inquŽrito policial se verificar que o fato


criminoso n‹o ocorreu.

39.! (CESPE - 2014 - CBM-CE - PRIMEIRO-TENENTE)


No que se refere a princ’pios do direito processual penal, garantias do rŽu e
inquŽrito policial, julgue os itens a seguir.
Cabe ao delegado de pol’cia dirigir a investiga•‹o e, se for o caso, arquivar o
inquŽrito policial.

40.! (CESPE - 2014 - PGE-BA Ð PROCURADOR)


Acerca das provas, das senten•as e dos princ’pios do direito processual penal,
julgue os itens a seguir.
De acordo com a jurisprud•ncia do STF, Ž vedado ao juiz requisitar novas
dilig•ncias probat—rias caso o MP tenha-se manifestado pelo arquivamento do
feito.

41.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/CE Ð TƒCNICO)


Uma autoridade policial instaurou inquŽrito policial de of’cio para a apura•‹o de
crime de a•‹o penal pœblica. Depois de conclu’do o inquŽrito, os autos foram
remetidos ao juiz competente e, em seguida, ao MinistŽrio Pœblico. O promotor
de justi•a requereu a devolu•‹o do inquŽrito ˆ autoridade policial para a
realiza•‹o de novas dilig•ncias imprescind’veis ao oferecimento da denœncia, o
que foi deferido pelo juiz. De posse novamente dos autos, a autoridade policial
entendeu que n‹o havia mais nenhuma dilig•ncia a ser feita e determinou o
arquivamento dos autos de inquŽrito.
Com base nessa situa•‹o hipotŽtica, assinale a op•‹o correta.
A) O MinistŽrio Pœblico agiu incorretamente, j‡ que deveria ter oferecido a
denœncia de imediato, ap—s a conclus‹o do inquŽrito pela autoridade policial.
B) A autoridade policial agiu incorretamente, haja vista que n‹o pode instaurar
inquŽrito policial de of’cio para apura•‹o de crime de a•‹o penal pœblica.
C) A autoridade policial agiu corretamente ao arquivar o inquŽrito policial, uma
vez que n‹o havia mais nenhuma dilig•ncia a ser realizada.
D) O juiz agiu incorretamente, visto que n‹o poderia ter deferido a devolu•‹o do
inquŽrito j‡ conclu’do ˆ autoridade policial.
E) A autoridade policial agiu incorretamente, dado que n‹o poderia ter
determinado o arquivamento do inquŽrito policial.

42.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/CE Ð TƒCNICO)


No que diz respeito ao inquŽrito policial, assinale a op•‹o correta.
A) Se tratando de crimes de a•‹o penal pœblica condicionada, o inquŽrito policial
poder‡ ser iniciado de of’cio pela autoridade policial sem a representa•‹o do
ofendido, necess‡ria apenas para dar in’cio ˆ a•‹o penal.

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B) Tratando-se de crimes de a•‹o penal privada, o inquŽrito policial poder‡ ser


iniciado mediante requisi•‹o do MinistŽrio Pœblico ou da autoridade judici‡ria.
C) O indiciado pode requerer ˆ autoridade policial qualquer dilig•ncia que julgue
necess‡ria.
D) A autoridade policial deve nomear curador ao indiciar menor de 18 anos de
idade.
E) Nos crimes de a•‹o penal pœblica, o inquŽrito policial somente poder‡ ser
iniciado de of’cio pela autoridade policial.

43.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/SE - ANALISTA)


Acerca do inquŽrito policial, da a•‹o penal e da compet•ncia, julgue os pr—ximos
itens.
Comprovada, durante as dilig•ncias para a apura•‹o de infra•‹o penal, a
exist•ncia de excludente de ilicitude que beneficie o investigado, o delegado de
pol’cia dever‡ determinar o arquivamento do inquŽrito policial.

44.! (CESPE Ð 2014 Ð POLêCIA FEDERAL Ð AGENTE ADMINISTRATIVO)


A respeito da investiga•‹o criminal conduzida pelo delegado de pol’cia, julgue o
item abaixo.
Suponha que um delegado da Pol’cia Federal, ao tomar conhecimento de um
il’cito penal federal, instaure inquŽrito policial para a apura•‹o do fato e da autoria
do il’cito e que, no curso do procedimento, o seu superior hier‡rquico, alegando
motivo de interesse pœblico, redistribua o inquŽrito a outro delegado. Nessa
situa•‹o, o ato do superior hier‡rquico est‡ em desacordo com a legisla•‹o, que
veda expressamente a redistribui•‹o de inquŽritos policiais em curso.

45.! (CESPE Ð 2014 Ð PGE-BA Ð PROCURADOR)


A interveni•ncia do assistente de acusa•‹o n‹o Ž permitida no curso do inquŽrito
policial ou da execu•‹o penal.

46.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ-SE Ð TITULAR NOTARIAL Ð ADAPTADA)


No curso da tramita•‹o do inquŽrito policial, o delegado de pol’cia, nos crimes em
que a pena m‡xima cominada n‹o extrapole oito anos de reclus‹o, poder‡
conceder liberdade provis—ria, independentemente de fian•a.

47.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ-SE Ð TITULAR NOTARIAL Ð ADAPTADA)


No curso da tramita•‹o do inquŽrito policial, o delegado de pol’cia, quando
verificada a inexist•ncia de ind’cios de autoria, dever‡ arquivar os autos do
inquŽrito policial.

48.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ-SE Ð TITULAR NOTARIAL Ð ADAPTADA)

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ƒ direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos


elementos de prova, inclusive intercepta•›es telef™nicas em curso e n‹o
documentadas no bojo dos autos da investiga•‹o.

49.! (CESPE Ð 2014 Ð POLêCIA FEDERAL Ð AGENTE)


Logo que tiver conhecimento da pr‡tica de infra•‹o penal, a autoridade policial
dever‡ determinar, se for caso, a realiza•‹o das per’cias que se mostrarem
necess‡rias e proceder a acarea•›es.

50.! (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIçRIO - çREA


JUDICIçRIA)
Ap—s a realiza•‹o de inquŽrito policial iniciado mediante requerimento da v’tima,
Marcos foi indiciado pela autoridade policial pela pr‡tica do crime de furto
qualificado por arrombamento.
Nessa situa•‹o hipotŽtica, de acordo com o disposto no C—digo de Processo Penal
e na atual jurisprud•ncia do Superior Tribunal de Justi•a acerca de inquŽrito
policial, o MinistŽrio Pœblico pode requerer ao juiz a devolu•‹o do inquŽrito ˆ
autoridade policial, se necess‡ria a realiza•‹o de nova dilig•ncia imprescind’vel
ao oferecimento da denœncia, como, por exemplo, de laudo pericial do local
arrombado.

51.! (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIçRIO - çREA


JUDICIçRIA)
Ap—s a realiza•‹o de inquŽrito policial iniciado mediante requerimento da v’tima,
Marcos foi indiciado pela autoridade policial pela pr‡tica do crime de furto
qualificado por arrombamento.
Nessa situa•‹o hipotŽtica, de acordo com o disposto no C—digo de Processo Penal
e na atual jurisprud•ncia do Superior Tribunal de Justi•a acerca de inquŽrito
policial, embora fosse poss’vel a instaura•‹o do inquŽrito mediante requisi•‹o do
juiz, somente a autoridade policial poderia indiciar Marcos como o autor do delito.

52.! (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIçRIO - çREA


JUDICIçRIA)
Ap—s a realiza•‹o de inquŽrito policial iniciado mediante requerimento da v’tima,
Marcos foi indiciado pela autoridade policial pela pr‡tica do crime de furto
qualificado por arrombamento.
Nessa situa•‹o hipotŽtica, de acordo com o disposto no C—digo de Processo Penal
e na atual jurisprud•ncia do Superior Tribunal de Justi•a acerca de inquŽrito
policial, o prazo legal para que o delegado de pol’cia termine o inquŽrito policial
Ž de trinta dias, se Marcos estiver solto, ou de dez dias, se preso preventivamente
pelo juiz, contado esse prazo, em ambos os casos, da data da portaria de
instaura•‹o.

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53.! (CESPE Ð 2013 Ð PRF Ð POLICIAL RODOVIçRIO FEDERAL)


O MinistŽrio Pœblico pode oferecer a denœncia ainda que n‹o disponha do
inquŽrito relatado pela autoridade policial.

54.! (CESPE Ð 2013 Ð DEPEN Ð AGENTE PENITENCIçRIO)


O delegado de pol’cia, mediante despacho nos autos do inquŽrito policial, poder‡
determinar a incomunicabilidade do indiciado sempre que o interesse da
sociedade ou a conveni•ncia da investiga•‹o o permitir.

55.! (CESPE Ð 2013 Ð POLêCIA FEDERAL Ð ESCRIVÌO)


Acerca do inquŽrito policial, julgue os itens seguintes.
O valor probat—rio do inquŽrito policial, como regra, Ž considerado relativo,
entretanto, nada obsta que o juiz absolva o rŽu por decis‹o fundamentada
exclusivamente em elementos informativos colhidos na investiga•‹o.

56.! (CESPE Ð 2013 Ð POLêCIA FEDERAL Ð ESCRIVÌO)


Acerca do inquŽrito policial, julgue os itens seguintes.
O princ’pio que rege a atividade da pol’cia judici‡ria imp›e a obrigatoriedade de
investigar o fato e a sua autoria, o que resulta na imperatividade da autoridade
policial de instaurar inquŽrito policial em todos os casos em que receber
comunica•‹o da pr‡tica de infra•›es penais. A aus•ncia de instaura•‹o do
procedimento investigativo policial enseja a responsabilidade da autoridade e
dos demais agentes envolvidos, nos termos da legisla•‹o de reg•ncia, vez que
resultar‡ em arquivamento indireto de pe•a informativa.

57.! (CESPE Ð 2013 Ð POLêCIA FEDERAL Ð ESCRIVÌO)


Acerca do inquŽrito policial, julgue os itens seguintes.
A conclus‹o do inquŽrito policial Ž precedida de relat—rio final, no qual Ž descrito
todo o procedimento adotado no curso da investiga•‹o para esclarecer a autoria
e a materialidade. A aus•ncia desse relat—rio e de indiciamento formal do
investigado n‹o resulta em preju’zos para persecu•‹o penal, n‹o podendo o juiz
ou —rg‹o do MinistŽrio Pœblico determinar o retorno da investiga•‹o ˆ autoridade
para concretiz‡-los, j‡ que constitui mera irregularidade funcional a ser apurada
na esfera disciplinar.

58.! (CESPE Ð 2013 Ð PC/BA Ð DELEGADO)


Um delegado de pol’cia, tendo recebido denœncia an™nima de que M’lton estaria
abusando sexualmente de sua pr—pria filha, requereu, antes mesmo de colher
provas acerca da informa•‹o recebida, a juiz da vara criminal competente a
intercepta•‹o das comunica•›es telef™nicas de M’lton pelo prazo de quinze dias,
sucessivamente prorrogado durante os quarenta e cinco dias de investiga•‹o.

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K‡tia, ex-mulher de M’lton, contratou o advogado Caio para acompanhar o


inquŽrito policial instaurado. M’lton, ent‹o, ainda no curso da investiga•‹o,
resolveu interceptar, diretamente e sem o conhecimento de Caio e K‡tia, as
liga•›es telef™nicas entre eles, tendo tomado conhecimento, devido ˆs
intercepta•›es, de que o advogado cometera o crime de tr‡fico de influ•ncia.
Em raz‹o disso, M’lton procurou K‡tia e solicitou que ela concordasse com a
divulga•‹o do conteœdo das grava•›es telef™nicas, ao que K‡tia anuiu
expressamente. M’lton, ent‹o, apresentou ao delegado o conteœdo das
grava•›es, que foram utilizadas para subsidiar a•‹o penal iniciada pelo MP
contra Caio, pela pr‡tica do crime de tr‡fico de influ•ncia.
Com base nessa situa•‹o hipotŽtica, julgue os itens seguintes, a respeito das
intercepta•›es telef™nicas.
O delegado de pol’cia n‹o poderia ter determinado a instaura•‹o de inquŽrito
policial exclusivamente com base na denœncia an™nima recebida.

59.! (CESPE Ð 2013 Ð POLêCIA FEDERAL Ð DELEGADO DE POLêCIA)


Um delegado da Pol’cia Federal instaurou inquŽrito policial, mediante portaria,
para investigar a conduta de deputado federal suspeito da pr‡tica de crimes
contra a administra•‹o pœblica. Intimado para oitiva nos autos, o parlamentar
impetrou habeas corpus contra o ato da autoridade policial, sob o argumento de
usurpa•‹o de compet•ncia origin‡ria do STF. Nessa situa•‹o hipotŽtica, assiste
raz‹o ao impetrante, visto que, para a instaura•‹o do procedimento policial, Ž
necess‡rio que a autoridade policial obtenha prŽvia autoriza•‹o da C‰mara dos
Deputados ou do STF.

60.! (CESPE Ð 2013 Ð POLêCIA FEDERAL Ð DELEGADO DE POLêCIA)


F‡bio, delegado, tendo recebido denœncia an™nima na qual seus subordinados
eram acusados de participar de esquema criminoso relacionado ao tr‡fico il’cito
de subst‰ncias entorpecentes, instaurou, de imediato, inquŽrito policial e
requereu a intercepta•‹o das comunica•›es telef™nicas dos envolvidos, que,
devidamente autorizada pela justi•a estadual, foi executada pela pol’cia militar.
No decorrer das investiga•›es, conduzidas a partir da intercepta•‹o das
comunica•›es telef™nicas, verificou-se que os indiciados contavam com a ajuda
de integrantes das For•as Armadas para praticar os delitos, utilizando avi›es da
Aeron‡utica para o envio da subst‰ncia entorpecente para o exterior.
O inquŽrito passou a tramitar na justi•a federal, que prorrogou, por diversas
vezes, o per’odo de intercepta•‹o. Com a denœncia na justi•a federal, as
informa•›es colhidas na intercep•‹o foram reproduzidas em CD-ROM, tendo sido
apenas as conversas diretamente relacionadas aos fatos investigados transcritas
nos autos.
Acerca dessa situa•‹o hipotŽtica e do procedimento relativo ˆs intercepta•›es
telef™nicas, julgue os itens a seguir:
Ao instaurar imediatamente inquŽrito policial e requerer as intercepta•›es
telef™nicas para averiguar as acusa•›es contra seus comandados, o delegado em

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quest‹o agiu corretamente, em obedi•ncia ao princ’pio da moralidade


administrativa.

8! EXERCêCIOS COMENTADOS

01.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð AGENTE DE POLêCIA - ADAPTADA)


Tratando-se de crimes de a•‹o penal pœblica, o inquŽrito policial ser‡
iniciado de of’cio pelo delegado, por requisi•‹o do MinistŽrio Pœblico ou
por requerimento do ofendido ou de quem o represente.
COMENTçRIOS: Nos crimes de a•‹o penal de iniciativa pœblica, o inquŽrito
policial poder‡ ser iniciado de of’cio ou mediante requisi•‹o da autoridade
judici‡ria ou do MinistŽrio Pœblico, ou, ainda, a requerimento do ofendido ou de
quem tiver qualidade para represent‡-lo, nos termos do art. 5¼ do CPP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

02.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


Membro do MinistŽrio Pœblico ordenar‡ o arquivamento do inquŽrito
policial se verificar que o fato investigado Ž at’pico.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o membro do MP dever‡, neste caso,
requerer ao Juiz o arquivamento do IP. Ou seja, quem arquiva Ž o Juiz, embora
deva haver requerimento do MP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

03.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


Cabe ˆ autoridade policial ordenar o arquivamento quando a requisi•‹o
de instaura•‹o recebida n‹o fornecer o m’nimo indispens‡vel para se
proceder ˆ investiga•‹o.
COMENTçRIOS: A autoridade policial instaura, preside e conduz o IP, mas
NUNCA poder‡ mandar arquivar autos de IP, nos termos do art. 17 do CPP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

04.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


Sendo o crime de a•‹o penal privada, o arquivamento do inquŽrito
policial depende de decis‹o do juiz, ap—s pedido do MinistŽrio Pœblico.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o arquivamento, neste caso, depende de
requerimento do OFENDIDO, ou seja, da v’tima (ou de quem tenha qualidade
para ajuizar a a•‹o penal privada).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

05.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)

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O inquŽrito pode ser arquivado pela autoridade policial se ela verificar


ter havido a extin•‹o da punibilidade do indiciado.
COMENTçRIOS: A autoridade policial instaura, preside e conduz o IP, mas
NUNCA poder‡ mandar arquivar autos de IP, nos termos do art. 17 do CPP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

06.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA - ADAPTADA)


Sendo o arquivamento ordenado em raz‹o da aus•ncia de elementos
para basear a denœncia, a autoridade policial poder‡ empreender novas
investiga•›es se receber not’cia de novas provas.
COMENTçRIOS: Item correto, pois, nos termos do art.18 do CPP, arquivado o
IP por falta de base para a denœncia, a autoridade policial somente poder‡
proceder a novas pesquisas se tiver not’cia de PROVAS NOVAS.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

07.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð AGENTE - ADAPTADA)


O delegado de pol’cia, se estiver convencido da aus•ncia de elementos
suficientes para imputar autoria a determinada pessoa, dever‡ mandar
arquivar o IP, podendo desarquiv‡-lo se surgir prova nova.
COMENTçRIOS: A autoridade policial instaura, preside e conduz o IP, mas
NUNCA poder‡ mandar arquivar autos de IP, nos termos do art. 17 do CPP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

08.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð AGENTE - ADAPTADA)


O IP Ž presidido pelo delegado de pol’cia sob a supervis‹o direta do MP,
que poder‡ intervir a qualquer tempo para determinar a realiza•‹o de
per’cias ou dilig•ncias.
COMENTçRIOS: A atua•‹o do MP no IP Ž a de acompanhar a condu•‹o do IP
pela autoridade policial, mas n‹o h‡ supervis‹o direta. O MP, caso queira a
realiza•‹o de alguma dilig•ncia, dever‡ requisitar sua realiza•‹o ˆ autoridade
policial (e n‹o determinar diretamente sua realiza•‹o).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

09.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð AGENTE - ADAPTADA)


A atividade investigat—ria de crimes n‹o Ž exclusiva da pol’cia judici‡ria,
podendo ser eventualmente presidida por outras autoridades, conforme
dispuser a lei especial.
COMENTçRIOS: Item correto, pois a pol’cia n‹o detŽm o monop—lio da atividade
investigativa, conforme entendimento do STF. Um exemplo cl‡ssico disso Ž a
possibilidade de o MP investigar, atravŽs de mecanismos pr—prios de investiga•‹o
(procedimentos internos do MP).

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D. PROCESSUAL PENAL PARA POLêCIA FEDERAL (2017-2018) Ð AGENTE
Teoria e quest›es
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Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

10.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð AGENTE - ADAPTADA)


O IP Ž indispens‡vel para o oferecimento da denœncia; o promotor de
justi•a n‹o poder‡ denunciar o rŽu sem esse procedimento investigat—rio
prŽvio.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o IP Ž DISPENSçVEL, j‡ que sua finalidade Ž
angariar prova da materialidade e ind’cios da autoria do delito. Se o titular da
a•‹o penal j‡ disp›e destes elementos, o IP n‹o precisa ser instaurado.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

11.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð AGENTE - ADAPTADA)


O IP Ž pe•a indispens‡vel ˆ propositura da a•‹o penal pœblica
incondicionada, sob pena de nulidade, e deve assegurar as garantias
constitucionais da ampla defesa e do contradit—rio.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o IP Ž DISPENSçVEL, j‡ que sua finalidade Ž
angariar prova da materialidade e ind’cios da autoria do delito. Se o titular da
a•‹o penal j‡ disp›e destes elementos, o IP n‹o precisa ser instaurado. AlŽm
disso, n‹o h‡ garantia do contradit—rio e da ampla defesa no IP, eis que se trata
de procedimento prŽ-processual n‹o acusat—rio.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

12.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð AGENTE - ADAPTADA)


Uma vez arquivado o IP por decis‹o judicial, a autoridade policial poder‡
proceder a novas pesquisas, se tiver not’cia de uma nova prova.
COMENTçRIOS: Item correto, pois, nos termos do art.18 do CPP, arquivado o
IP por falta de base para a denœncia, a autoridade policial somente poder‡
proceder a novas pesquisas se tiver not’cia de PROVAS NOVAS.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

13.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð AGENTE - ADAPTADA)


O ofendido e o indiciado n‹o poder‹o requerer dilig•ncias no curso do
IP.
COMENTçRIOS: Tanto o ofendido quanto o indiciado poder‹o requerer
dilig•ncias, que ser‹o realizadas ou n‹o a critŽrio da autoridade policial, nos
termos do art. 14 do CPP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

14.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð AGENTE - ADAPTADA)


O IP, pe•a informativa do processo, oferece o suporte probat—rio m’nimo
para a denœncia e, por isso, Ž indispens‡vel ˆ propositura da a•‹o penal.

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Teoria e quest›es
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COMENTçRIOS: Item errado, pois o IP Ž DISPENSçVEL, j‡ que sua finalidade Ž


angariar prova da materialidade e ind’cios da autoria do delito. Se o titular da
a•‹o penal j‡ disp›e destes elementos, o IP n‹o precisa ser instaurado.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

15.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð ESCRIVÌO - ADAPTADA)


O IP, em raz‹o da complexidade ou gravidade do delito a ser apurado,
poder‡ ser presidido por representante do MP, mediante prŽvia
determina•‹o judicial nesse sentido.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o IP s— pode ser presidido pela autoridade
policial. Caso o MP pretenda investigar diretamente o fato, dever‡ faz•-lo por
intermŽdio de procedimentos pr—prios de investiga•‹o.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

16.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð ESCRIVÌO - ADAPTADA)


A notitia criminis Ž denominada direta quando a pr—pria v’tima provoca
a atua•‹o da pol’cia judici‡ria, comunicando a ocorr•ncia de fato
delituoso diretamente ˆ autoridade policial.
COMENTçRIOS: Item errado, pois neste caso temos a chamada Ònotitia criminis
indiretaÓ. A Ònotitia criminisÓ direta ocorre quando a pr—pria autoridade policial
toma conhecimento do fato delituoso, diretamente, sem que alguŽm tenha levado
ao seu conhecimento.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

17.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð ESCRIVÌO - ADAPTADA)


O indiciamento Ž ato pr—prio da autoridade policial a ser adotado na fase
inquisitorial.
COMENTçRIOS: Item correto, pois o indiciado Ž o ato por meio do qual a
autoridade policial especifica as investiga•›es, direcionando a persecu•‹o penal
para um ou alguns indiv’duos.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

18.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð ESCRIVÌO - ADAPTADA)


O prazo legal para o encerramento do IP Ž relevante independentemente
de o indiciado estar solto ou preso, visto que a supera•‹o dos prazos de
investiga•‹o tem o efeito de encerrar a persecu•‹o penal na esfera
policial.
COMENTçRIOS: O prazo para a conclus‹o do IP, no caso de estar o indiciado
preso, Ž de 10 dias, contado o prazo a partir do dia em que se executar a ordem
de pris‹o. No caso de indiciado solto o prazo Ž de 30 dias, a contar da Portaria
de instaura•‹o do IP, nos termos do art. 10 do CPP.

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A eventual supera•‹o do prazo n‹o gera o encerramento for•ado da investiga•‹o,


mas pode gerar o relaxamento da pris‹o do indiciado.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

19.! (CESPE Ð 2016 - PC/GO Ð ESCRIVÌO - ADAPTADA)


Do despacho da autoridade policial que indeferir requerimento de
abertura de IP feito pelo ofendido ou seu representante legal Ž cab’vel,
como œnico remŽdio jur’dico, recurso ao juiz criminal da comarca onde,
em tese, ocorreu o fato delituoso.
COMENTçRIOS: Item errado, pois, neste caso, ser‡ cab’vel recurso ao chefe de
pol’cia, nos termos do art. 5¼, ¤2¼ do CPP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

20.! (CESPE Ð 2016 - PC/PEÐ DELEGADO - ADAPTADA)


Por substanciar ato pr—prio da fase inquisitorial da persecu•‹o penal, Ž
poss’vel o indiciamento, pela autoridade policial, ap—s o oferecimento da
denœncia, mesmo que esta j‡ tenha sido admitida pelo ju’zo a quo.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o indiciamento Ž ato inerente ˆ investiga•‹o,
ou seja, ˆ fase prŽ-processual.
Assim, n‹o h‡ que se falar em indiciamento ap—s o ajuizamento da a•‹o penal.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

21.! (CESPE Ð 2016 - PC/PEÐ DELEGADO - ADAPTADA)


O acesso aos autos do inquŽrito policial por advogado do indiciado se
estende, sem restri•‹o, a todos os documentos da investiga•‹o.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a autoridade policial poder‡ negar ao
defensor o acesso aos elementos de prova AINDA NÌO DOCUMENTADOS nos
autos do IP, nos termos da Sœmula Vinculante n¼ 14 do STF:
Sœmula vinculante 14
Òƒ direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos
de prova que, j‡ documentados em procedimento investigat—rio realizado por —rg‹o
com compet•ncia de pol’cia judici‡ria, digam respeito ao exerc’cio do direito de
defesaÓ.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

22.! (CESPE Ð 2016 - PC/PEÐ DELEGADO - ADAPTADA)


Em conson‰ncia com o dispositivo constitucional que trata da veda•‹o
ao anonimato, Ž vedada a instaura•‹o de inquŽrito policial com base
unicamente em denœncia an™nima, salvo quando constitu’rem, elas
pr—prias, o corpo de delito.

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Teoria e quest›es
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COMENTçRIOS: O item est‡ correto. A ÒdenœnciaÓ (o termo certo Ž delatio


criminis inqualificada) an™nima, embora seja admitida no nosso ordenamento
jur’dico, n‹o Ž suficiente para, por si s—, gerar a instaura•‹o de IP.
Neste caso a autoridade policial deve proceder a uma investiga•‹o preliminar,
de forma a apurar a veracidade dos fatos alegados e, somente neste caso,
proceder ˆ instaura•‹o do IP.
Esse Ž o entendimento doutrin‡rio e jurisprudencial (Ver AgRg no RMS
28.054/PE, STJ).
A denœncia an™nima s— pode ensejar a instaura•‹o do IP, excepcionalmente,
quando se constituir como o pr—prio corpo de delito (ex.: carta na qual h‡
materializa•‹o do crime de amea•a, etc.).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

23.! (CESPE Ð 2016 - PC/PEÐ DELEGADO - ADAPTADA)


O arquivamento de inquŽrito policial mediante promo•‹o do MP por
aus•ncia de provas impede a reabertura das investiga•›es: a decis‹o que
homologa o arquivamento faz coisa julgada material.
COMENTçRIOS: Item errado, pois, arquivado o inquŽrito policial por decis‹o do
juiz, a requerimento do MinistŽrio Pœblico, com base na aus•ncia de justa causa
(falta de elementos de prova para o ajuizamento da a•‹o), a a•‹o penal s— poder‡
ser instaurada com base em novas provas, nos termos do art. 18 do CPP e sœmula
524 do STF.
Assim, vemos que tal decis‹o de arquivamento n‹o faz coisa julgada material.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

24.! (CESPE Ð 2016 - PC/PEÐ DELEGADO - ADAPTADA)


De acordo com a Lei de Drogas, estando o indiciado preso por crime de
tr‡fico de drogas, o prazo de conclus‹o do inquŽrito policial Ž de noventa
dias, prorrog‡vel por igual per’odo desde que imprescind’vel para as
investiga•›es.
COMENTçRIOS: Item errado, pois no caso de crimes da Lei de Drogas os prazos
para a conclus‹o do IP s‹o de 30 dias, em caso de indiciado preso, e 90 dias, em
caso de indiciado solto, nos termos do art. 51 da Lei 11.343/06. Tais prazos
podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o MinistŽrio Pœblico, a pedido justificado
da autoridade policial, nos termos do ¤ œnico do referido artigo.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

25.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS - ADAPTADA)
Conclu’da a per’cia do local do crime, o delegado deve restituir ao
respectivo propriet‡rio os instrumentos do crime e os demais objetos
apreendidos.

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COMENTçRIOS: Item errado, pois, ap—s a libera•‹o pelos peritos, a autoridade


policial dever‡ apreender os objetos que tiverem rela•‹o com o fato, nos termos
do art. 6¼, II do CPP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

26.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS - ADAPTADA)
O IP, um procedimento administrativo preparat—rio que tem por
finalidade apurar os ind’cios de autoria e materialidade, Ž indispens‡vel
para o in’cio da a•‹o penal pelo MinistŽrio Pœblico.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o IP Ž DISPENSçVEL, j‡ que sua finalidade Ž
angariar prova da materialidade e ind’cios da autoria do delito. Se o titular da
a•‹o penal j‡ disp›e destes elementos, o IP n‹o precisa ser instaurado.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

27.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS - ADAPTADA)
Em raz‹o do interesse da sociedade pelo esclarecimento dos fatos
criminosos, as investiga•›es policiais s‹o sempre pœblicas.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o IP Ž um procedimento eminentemente
sigiloso, j‡ que visa ˆ apura•‹o preliminar da responsabilidade pelo fato, de
maneira que neste momento ainda inicial da persecu•‹o penal a intimidade do
investigado prevalece sobre o interesse pœblico.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

28.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS - ADAPTADA)
Por ser o IP um procedimento extrajudicial, anterior ao in’cio da a•‹o
penal, n‹o h‡ previs‹o legal de se observarem os princ’pios do
contradit—rio e da ampla defesa nessa fase investigativa.
COMENTçRIOS: Item correto, pois no IP n‹o h‡ garantia do contradit—rio e da
ampla defesa no IP, eis que se trata de procedimento prŽ-processual n‹o
acusat—rio.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

29.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS - ADAPTADA)
O relat—rio de IP que concluir pela aus•ncia de justa causa para o
prosseguimento das investiga•›es dever‡ ser arquivado pelo delegado.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a autoridade policial instaura, preside e
conduz o IP, mas NUNCA poder‡ mandar arquivar autos de IP, nos termos do art.
17 do CPP.

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Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

30.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS - ADAPTADA)
Nos crimes de a•‹o penal privada, a autoridade policial pode instaurar o
IP de of’cio.
COMENTçRIOS: Item errado, pois neste caso, Ž necess‡rio que haja
requerimento da v’tima nesse sentido, ou qualquer manifesta•‹o da v’tima que
demonstre, inequivocamente, sua inten•‹o em ver iniciada a persecu•‹o penal,
nos termos do art. 5¼, ¤5¼ do CPP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

31.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS - ADAPTADA)
Durante o curso do IP, o indiciado poder‡ requerer qualquer dilig•ncia,
mas realiz‡-la ou n‹o ficar‡ a critŽrio da autoridade.
COMENTçRIOS: Item correto, pois o ofendido (ou seu representante legal) e o
indiciado poder‹o requerer qualquer dilig•ncia, mas sua realiza•‹o fica a critŽrio
da autoridade policial, nos termos do art. 14 do CPP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

32.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS - ADAPTADA)
Uma vez que o juiz tenha ordenado o arquivamento do IP, este n‹o
poder‡ ser desarquivado pela autoridade policial para novas
investiga•›es, ainda que haja not’cias de novas provas.
COMENTçRIOS: Item errado, pois em se tratando de arquivamento por falta de
provas (falta de base para a denœncia), poder‡ haver o desarquivamento dos
autos do IP, desde que haja not’cia de prova nova, nos termos do art. 18 do CPP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

33.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS - ADAPTADA)
Ap—s terminado o IP, a autoridade dever‡ fazer minucioso relat—rio do
que tiver sido apurado e enviar os autos ao MinistŽrio Pœblico (MP), para
que este proceda ao oferecimento de denœncia.
COMENTçRIOS: Item errado, primeiramente, de acordo com a literalidade do
CPP, a autoridade policial remeter‡ os autos ao Juiz, n‹o ao MP, nos termos do
art. 10, ¤1¼ do CPP. Em segundo lugar, o oferecimento, ou n‹o, da denœncia, fica
a critŽrio do MP, de acordo com a avalia•‹o acerca da exist•ncia de prova da
materialidade e ind’cios de autoria.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

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34.! (CESPE Ð 2016 - PC/PE Ð POLêCIA CIENTêFICA Ð DIVERSOS


CARGOS - ADAPTADA)
O IP deve terminar em trinta dias, se o indiciado tiver sido preso em
flagrante.
COMENTçRIOS: Item errado, pois, como regra geral, o IP deve terminar em 10
dias, nos termos do art. 10 do CPP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

35.! (CESPE Ð 2014 - CåMARA DOS DEPUTADOS - POLICIAL


LEGISLATIVO)
Paulo e Jo‹o foram surpreendidos nas depend•ncias da C‰mara dos
Deputados quando subtra’am carteiras e celulares dos casacos e bolsas
de pessoas que ali transitavam. Paulo tem dezessete anos e teve acesso
ao local por intermŽdio de Jo‹o, que Ž servidor da Casa.
Com base nessa situa•‹o hipotŽtica, julgue os itens a seguir.
Poder‡ ser dispensado o inquŽrito policial referente ao caso se a
apura•‹o feita pela pol’cia legislativa reunir informa•›es suficientes e
id™neas para o oferecimento da denœncia.
COMENTçRIOS: O item est‡ correto. O MP n‹o est‡ obrigado a aguardar o IP
para oferecer a denœncia, podendo apresenta-la, desde j‡, caso possua os
elementos de prova necess‡rios.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

36.! (CESPE Ð 2014 - CåMARA DOS DEPUTADOS - POLICIAL


LEGISLATIVO)
No que se refere ao inquŽrito policial e ˆ prova criminal, julgue os itens
subsequentes.
Ainda que o contradit—rio e a ampla defesa n‹o sejam observados
durante a realiza•‹o do inquŽrito policial, n‹o ser‹o inv‡lidas a
investiga•‹o criminal e a a•‹o penal subsequente.
COMENTçRIOS: O item est‡ correto. Primeiro porque no IP n‹o se exige
contradit—rio e ampla defesa. Em segundo lugar, os v’cios do IP n‹o maculam a
a•‹o penal, conforme entendimento doutrin‡rio e jurisprudencial dominante.
Vejamos o entendimento do STJ:
PROCESSO PENAL. FORMA‚ÌO DE QUADRILHA. ADVOCACIA ADMINISTRATIVA.
PRESCRI‚ÌO. TRçFICO DE INFLUæNCIA. ENCONTRO FORTUITO DE NOTêCIA DE
PRçTICA CRIMINOSA. DENòNCIA REJEITADA.
(...)
2. A jurisprud•ncia do Superior Tribunal de Justi•a firmou-se no sentido de
que eventuais v’cios ocorridos na fase de inquŽrito n‹o maculam a a•‹o
penal, sobretudo quando verificado que tais v’cios tiveram por efeito
beneficiar o rŽu.

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(...)
(APn .510/BA, Rel. Ministra ELIANA CALMON, Rel. p/ Ac—rd‹o Ministro JOÌO OTçVIO
DE NORONHA, CORTE ESPECIAL, julgado em 21/08/2013, DJe 17/03/2014)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

37.! (CESPE Ð 2014 - CåMARA DOS DEPUTADOS - POLICIAL


LEGISLATIVO)
No que se refere ao inquŽrito policial e ˆ prova criminal, julgue os itens
subsequentes.
O indiciamento no inquŽrito policial, por ser uma indica•‹o de culpa do
agente, poder‡ ser anotado em atestado de antecedentes criminais. A
partir do indiciamento, poder‡ ser divulgado o andamento das
investiga•›es, com a identifica•‹o do prov‡vel autor do fato.
COMENTçRIOS: O item est‡ errado. O indiciamento n‹o desconstitui o car‡ter
sigiloso do InquŽrito Policial, sendo apenas um ato mediante o qual a autoridade
policial passa a direcionar as investiga•›es sobre determinada ou determinadas
pessoas.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

38.! (CESPE Ð 2014 - CåMARA DOS DEPUTADOS - POLICIAL


LEGISLATIVO)
No que se refere ao inquŽrito policial e ˆ prova criminal, julgue os itens
subsequentes.
A autoridade policial poder‡ arquivar o inquŽrito policial se verificar que
o fato criminoso n‹o ocorreu.
COMENTçRIOS: O item est‡ ABSOLUTAMENTE ERRADO! A autoridade policial
NUNCA poder‡ mandar arquivar autos de inquŽrito policial, nos termos do art. 17
do CPP:
Art. 17. A autoridade policial n‹o poder‡ mandar arquivar autos de inquŽrito.
O arquivamento Ž ato do Juiz, ap—s requerimento do titular da a•‹o penal.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

39.! (CESPE - 2014 - CBM-CE - PRIMEIRO-TENENTE)


No que se refere a princ’pios do direito processual penal, garantias do
rŽu e inquŽrito policial, julgue os itens a seguir.
Cabe ao delegado de pol’cia dirigir a investiga•‹o e, se for o caso,
arquivar o inquŽrito policial.
COMENTçRIOS: Item errado! Gravem isso: A autoridade policial NUNCA poder‡
mandar arquivar autos de inquŽrito policial. Vejamos o art. 17 do CPP:
Art. 17. A autoridade policial n‹o poder‡ mandar arquivar autos de inquŽrito.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

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40.! (CESPE - 2014 - PGE-BA Ð PROCURADOR)


Acerca das provas, das senten•as e dos princ’pios do direito processual
penal, julgue os itens a seguir.
De acordo com a jurisprud•ncia do STF, Ž vedado ao juiz requisitar novas
dilig•ncias probat—rias caso o MP tenha-se manifestado pelo
arquivamento do feito.
COMENTçRIOS: O item est‡ correto. Se o MP requerer o arquivamento do
inquŽrito policial, o Juiz, caso n‹o concorde com o pedido de arquivamento,
dever‡ proceder na forma do art. 28 do CPP (remeter ao chefe do MP):
Art. 28. Se o —rg‹o do MinistŽrio Pœblico, ao invŽs de apresentar a denœncia, requerer
o arquivamento do inquŽrito policial ou de quaisquer pe•as de informa•‹o, o juiz, no
caso de considerar improcedentes as raz›es invocadas, far‡ remessa do inquŽrito ou
pe•as de informa•‹o ao procurador-geral, e este oferecer‡ a denœncia, designar‡ outro
—rg‹o do MinistŽrio Pœblico para oferec•-la, ou insistir‡ no pedido de arquivamento,
ao qual s— ent‹o estar‡ o juiz obrigado a atender.
Ademais, o STF j‡ se manifestou nesse sentido:
(...) por imperativo do princ’pio acusat—rio, a impossibilidade de o juiz determinar
de of’cio novas dilig•ncias de investiga•‹o no inquŽrito cujo arquivamento Ž
requerido.
(HC 82507, Relator(a): Min. SEPòLVEDA PERTENCE, Primeira Turma, julgado em
10/12/2002, DJ 19-12-2002 PP-00092 EMENT VOL-02096-04 PP-00766)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

41.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/CE Ð TƒCNICO)


Uma autoridade policial instaurou inquŽrito policial de of’cio para a
apura•‹o de crime de a•‹o penal pœblica. Depois de conclu’do o
inquŽrito, os autos foram remetidos ao juiz competente e, em seguida,
ao MinistŽrio Pœblico. O promotor de justi•a requereu a devolu•‹o do
inquŽrito ˆ autoridade policial para a realiza•‹o de novas dilig•ncias
imprescind’veis ao oferecimento da denœncia, o que foi deferido pelo
juiz. De posse novamente dos autos, a autoridade policial entendeu que
n‹o havia mais nenhuma dilig•ncia a ser feita e determinou o
arquivamento dos autos de inquŽrito.
Com base nessa situa•‹o hipotŽtica, assinale a op•‹o correta.
A) O MinistŽrio Pœblico agiu incorretamente, j‡ que deveria ter oferecido
a denœncia de imediato, ap—s a conclus‹o do inquŽrito pela autoridade
policial.
B) A autoridade policial agiu incorretamente, haja vista que n‹o pode
instaurar inquŽrito policial de of’cio para apura•‹o de crime de a•‹o
penal pœblica.
C) A autoridade policial agiu corretamente ao arquivar o inquŽrito
policial, uma vez que n‹o havia mais nenhuma dilig•ncia a ser realizada.
D) O juiz agiu incorretamente, visto que n‹o poderia ter deferido a
devolu•‹o do inquŽrito j‡ conclu’do ˆ autoridade policial.

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E) A autoridade policial agiu incorretamente, dado que n‹o poderia ter


determinado o arquivamento do inquŽrito policial.
COMENTçRIOS: A œnica autoridade que agiu incorretamente foi a autoridade
policial, pois ela NUNCA poder‡ mandar arquivar os autos do IP:
Art. 17. A autoridade policial n‹o poder‡ mandar arquivar autos de inquŽrito.
Frise-se que a instaura•‹o do IP, de of’cio, neste caso, foi correta.
O pedido do MP tambŽm foi correto (art. 16), bem como a decis‹o do Juiz, a
pedido do MP (com base no mesmo art. 16).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

42.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/CE Ð TƒCNICO)


No que diz respeito ao inquŽrito policial, assinale a op•‹o correta.
A) Se tratando de crimes de a•‹o penal pœblica condicionada, o inquŽrito
policial poder‡ ser iniciado de of’cio pela autoridade policial sem a
representa•‹o do ofendido, necess‡ria apenas para dar in’cio ˆ a•‹o
penal.
B) Tratando-se de crimes de a•‹o penal privada, o inquŽrito policial
poder‡ ser iniciado mediante requisi•‹o do MinistŽrio Pœblico ou da
autoridade judici‡ria.
C) O indiciado pode requerer ˆ autoridade policial qualquer dilig•ncia
que julgue necess‡ria.
D) A autoridade policial deve nomear curador ao indiciar menor de 18
anos de idade.
E) Nos crimes de a•‹o penal pœblica, o inquŽrito policial somente poder‡
ser iniciado de of’cio pela autoridade policial.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: A representa•‹o Ž necess‡ria para a pr—pria instaura•‹o o IP, nos
termos do art. 5, ¤4¼ do CPP.
B) ERRADA: Neste caso o IP somente poder‡ ser instaurado a requerimento de
quem tenha qualidade para ajuizar a a•‹o penal (ofendido, seu procurador ou
seus sucessores legalmente habilitados para tal), na forma do art. 5¼, ¤5¼ do
CPP.
C) CORRETA: Esta Ž uma das faculdades do indiciado, muito embora o
deferimento da dilig•ncia fique a critŽrio da autoridade policial:
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poder‹o requerer
qualquer dilig•ncia, que ser‡ realizada, ou n‹o, a ju’zo da autoridade.
D) ERRADA: O item est‡ errado, pois os menores de 18 anos n‹o podem ser
indiciados j‡ que s‹o inimput‡veis, logo, n‹o praticam crime, devendo responder
perante as normas do ECA.
E) ERRADA: Esta Ž uma das formas poss’veis, mas n‹o a œnica. Poder‡ ser
instaurado, ainda, por requisi•‹o do MP ou do Juiz, bem como a requerimento do
ofendido.

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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

43.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/SE - ANALISTA)


Acerca do inquŽrito policial, da a•‹o penal e da compet•ncia, julgue os
pr—ximos itens.
Comprovada, durante as dilig•ncias para a apura•‹o de infra•‹o penal, a
exist•ncia de excludente de ilicitude que beneficie o investigado, o
delegado de pol’cia dever‡ determinar o arquivamento do inquŽrito
policial.
COMENTçRIOS: A autoridade policial NUNCA poder‡ mandar arquivar autos de
inquŽrito policial, nos termos do art. 17 do CP:
Art. 17. A autoridade policial n‹o poder‡ mandar arquivar autos de inquŽrito.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

44.! (CESPE Ð 2014 Ð POLêCIA FEDERAL Ð AGENTE ADMINISTRATIVO)


A respeito da investiga•‹o criminal conduzida pelo delegado de pol’cia,
julgue o item abaixo.
Suponha que um delegado da Pol’cia Federal, ao tomar conhecimento de
um il’cito penal federal, instaure inquŽrito policial para a apura•‹o do
fato e da autoria do il’cito e que, no curso do procedimento, o seu
superior hier‡rquico, alegando motivo de interesse pœblico, redistribua
o inquŽrito a outro delegado. Nessa situa•‹o, o ato do superior
hier‡rquico est‡ em desacordo com a legisla•‹o, que veda
expressamente a redistribui•‹o de inquŽritos policiais em curso.
COMENTçRIOS: A redistribui•‹o de inquŽrito policial em curso Ž permitida pela
Lei, que exige alguns requisitos. Vejamos o que diz o art. 1¼, ¤4¼ da Lei
12.830/13:
Art. 1¼ (...)
¤ 4o O inquŽrito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente
poder‡ ser avocado ou redistribu’do por superior hier‡rquico, mediante despacho
fundamentado, por motivo de interesse pœblico ou nas hip—teses de inobserv‰ncia dos
procedimentos previstos em regulamento da corpora•‹o que prejudique a efic‡cia da
investiga•‹o.
Assim, no caso em tela, a redistribui•‹o n‹o foi ilegal.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

45.! (CESPE Ð 2014 Ð PGE-BA Ð PROCURADOR)


A interveni•ncia do assistente de acusa•‹o n‹o Ž permitida no curso do
inquŽrito policial ou da execu•‹o penal.
COMENTçRIOS: Item correto. O assistente de acusa•‹o n‹o Ž admitido fora do
processo, ou seja, nem antes nem depois. Assim, n‹o se admite a interven•‹o
do assistente de acusa•‹o durante o IP, nem durante a execu•‹o penal. Vejamos:

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!!!!!Art. 268. Em todos os termos da a•‹o pœblica, poder‡ intervir, como assistente do
MinistŽrio Pœblico, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das
pessoas mencionadas no Art. 31.
Art. 269. O assistente ser‡ admitido enquanto n‹o passar em julgado a senten•a
e receber‡ a causa no estado em que se achar.
Assim, percebemos que s— se admite o assistente de acusa•‹o durante o curso
das a•›es penais pœblicas (nunca antes, nem depois).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

46.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ-SE Ð TITULAR NOTARIAL Ð ADAPTADA)


No curso da tramita•‹o do inquŽrito policial, o delegado de pol’cia, nos
crimes em que a pena m‡xima cominada n‹o extrapole oito anos de
reclus‹o, poder‡ conceder liberdade provis—ria, independentemente de
fian•a.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a autoridade policial somente pode arbitrar a
fian•a em rela•‹o aos crimes cuja pena m‡xima n‹o seja superior a 04 anos de
priva•‹o da liberdade. Vejamos:
Art. 322. A autoridade policial somente poder‡ conceder fian•a nos casos de infra•‹o
cuja pena privativa de liberdade m‡xima n‹o seja superior a 4 (quatro) anos. (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 12.403, de 2011).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

47.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ-SE Ð TITULAR NOTARIAL Ð ADAPTADA)


No curso da tramita•‹o do inquŽrito policial, o delegado de pol’cia,
quando verificada a inexist•ncia de ind’cios de autoria, dever‡ arquivar
os autos do inquŽrito policial.
COMENTçRIOS: O delegado de pol’cia NUNCA poder‡ mandar arquivar autos de
inquŽrito policial, nos termos do art. 17 do CPP:
Art. 17. A autoridade policial n‹o poder‡ mandar arquivar autos de inquŽrito.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

48.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ-SE Ð TITULAR NOTARIAL Ð ADAPTADA)


ƒ direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo
aos elementos de prova, inclusive intercepta•›es telef™nicas em curso e
n‹o documentadas no bojo dos autos da investiga•‹o.
COMENTçRIOS: Item errado. A quest‹o se baseia no teor da sœmula vinculante
n¼ 14 do STF:
Òƒ direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, j‡ documentados em procedimento investigat—rio
realizado por —rg‹o com compet•ncia de pol’cia judici‡ria, digam respeito ao
exerc’cio do direito de defesaÓ.
Contudo, como se pode ver, o defensor n‹o ter‡ acesso aos elementos de prova
que ainda n‹o tenham sido documentados nos autos do IP, como Ž o caso de

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uma intercepta•‹o telef™nica ainda em curso e que n‹o foi juntada ao IP (para
n‹o prejudicar a efic‡cia da medida).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

49.! (CESPE Ð 2014 Ð POLêCIA FEDERAL Ð AGENTE)


Logo que tiver conhecimento da pr‡tica de infra•‹o penal, a autoridade
policial dever‡ determinar, se for caso, a realiza•‹o das per’cias que se
mostrarem necess‡rias e proceder a acarea•›es.
COMENTçRIOS: Item correto, pois esta Ž a literalidade do CPP, em seu art. 6¼,
VII e VI:
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da pr‡tica da infra•‹o penal, a autoridade policial
dever‡:
(...)
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acarea•›es;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer
outras per’cias;
N‹o h‡, assim, maiores considera•›es a fazer.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

50.! (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIçRIO - çREA


JUDICIçRIA)
Ap—s a realiza•‹o de inquŽrito policial iniciado mediante requerimento
da v’tima, Marcos foi indiciado pela autoridade policial pela pr‡tica do
crime de furto qualificado por arrombamento.
Nessa situa•‹o hipotŽtica, de acordo com o disposto no C—digo de
Processo Penal e na atual jurisprud•ncia do Superior Tribunal de Justi•a
acerca de inquŽrito policial, o MinistŽrio Pœblico pode requerer ao juiz a
devolu•‹o do inquŽrito ˆ autoridade policial, se necess‡ria a realiza•‹o
de nova dilig•ncia imprescind’vel ao oferecimento da denœncia, como,
por exemplo, de laudo pericial do local arrombado.
COMENTçRIOS: Item correto, pois o pr—prio CPP admite tal possibilidade, nos
termos de seu 16:
Art. 16. O MinistŽrio Pœblico n‹o poder‡ requerer a devolu•‹o do inquŽrito ˆ
autoridade policial, sen‹o para novas dilig•ncias, imprescind’veis ao oferecimento da
denœncia.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

51.! (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIçRIO - çREA


JUDICIçRIA)
Ap—s a realiza•‹o de inquŽrito policial iniciado mediante requerimento
da v’tima, Marcos foi indiciado pela autoridade policial pela pr‡tica do
crime de furto qualificado por arrombamento.

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Nessa situa•‹o hipotŽtica, de acordo com o disposto no C—digo de


Processo Penal e na atual jurisprud•ncia do Superior Tribunal de Justi•a
acerca de inquŽrito policial, embora fosse poss’vel a instaura•‹o do
inquŽrito mediante requisi•‹o do juiz, somente a autoridade policial
poderia indiciar Marcos como o autor do delito.
COMENTçRIOS: Item correto, pois o ato de indiciamento Ž PRIVATIVO da
autoridade policial, nos termos do art. 2¼, ¤6¼ da Lei 12.830/13:
Art. 2¼ (...)
¤ 6o O indiciamento, privativo do delegado de pol’cia, dar-se-‡ por ato fundamentado,
mediante an‡lise tŽcnico-jur’dica do fato, que dever‡ indicar a autoria, materialidade
e suas circunst‰ncias.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

52.! (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIçRIO - çREA


JUDICIçRIA)
Ap—s a realiza•‹o de inquŽrito policial iniciado mediante requerimento
da v’tima, Marcos foi indiciado pela autoridade policial pela pr‡tica do
crime de furto qualificado por arrombamento.
Nessa situa•‹o hipotŽtica, de acordo com o disposto no C—digo de
Processo Penal e na atual jurisprud•ncia do Superior Tribunal de Justi•a
acerca de inquŽrito policial, o prazo legal para que o delegado de pol’cia
termine o inquŽrito policial Ž de trinta dias, se Marcos estiver solto, ou
de dez dias, se preso preventivamente pelo juiz, contado esse prazo, em
ambos os casos, da data da portaria de instaura•‹o.
COMENTçRIOS: O prazo, neste caso, Ž de 30 dias, em caso de indiciado solto e
10 dias no caso de indiciado preso. Contudo, neste œltimo caso, o prazo come•a
a correr da data da efetiva•‹o da pris‹o, nos termos do art. 10 do CPP:
Art. 10. O inquŽrito dever‡ terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido
preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta
hip—tese, a partir do dia em que se executar a ordem de pris‹o, ou no prazo de 30
dias, quando estiver solto, mediante fian•a ou sem ela.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

53.! (CESPE Ð 2013 Ð PRF Ð POLICIAL RODOVIçRIO FEDERAL)


O MinistŽrio Pœblico pode oferecer a denœncia ainda que n‹o disponha
do inquŽrito relatado pela autoridade policial.
COMENTçRIOS: O item est‡ correto, pois o InquŽrito Policial Ž uma pe•a que
visa ˆ colheita de elementos de convic•‹o para o ajuizamento da a•‹o penal por
seu titular (nas a•›es penais pœblicas, o MP).
Caso o titular da a•‹o penal j‡ disponha dos elementos necess‡rios (prova da
materialidade e ind’cios de autoria), poder‡ ajuizar a a•‹o penal mesmo sem a
conclus‹o do IP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

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54.! (CESPE Ð 2013 Ð DEPEN Ð AGENTE PENITENCIçRIO)


O delegado de pol’cia, mediante despacho nos autos do inquŽrito
policial, poder‡ determinar a incomunicabilidade do indiciado sempre
que o interesse da sociedade ou a conveni•ncia da investiga•‹o o
permitir.
COMENTçRIOS: O item est‡ errado por dois motivos. Primeiro porque a
Constitui•‹o Federal de 1988 n‹o recepcionou o art. 21 do CPP, que trata da
incomunicabilidade do preso. Segundo porque, ainda que tivesse recepcionado,
o CPP n‹o conferiu ao delegado tal compet•ncia, mas ao Juiz. Vejamos:
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado depender‡ sempre de despacho nos autos
e somente ser‡ permitida quando o interesse da sociedade ou a conveni•ncia da
investiga•‹o o exigir.
Par‡grafo œnico. A incomunicabilidade, que n‹o exceder‡ de tr•s dias, ser‡
decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial,
ou do —rg‹o do MinistŽrio Pœblico, respeitado, em qualquer hip—tese, o disposto no
artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei
n. 4.215, de 27 de abril de 1963) (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 5.010, de
30.5.1966)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

55.! (CESPE Ð 2013 Ð POLêCIA FEDERAL Ð ESCRIVÌO)


Acerca do inquŽrito policial, julgue os itens seguintes.
O valor probat—rio do inquŽrito policial, como regra, Ž considerado
relativo, entretanto, nada obsta que o juiz absolva o rŽu por decis‹o
fundamentada exclusivamente em elementos informativos colhidos na
investiga•‹o.
COMENTçRIOS: O item est‡ correto. O IP possui valor probat—rio reduzido por
uma raz‹o: Ele n‹o possui contradit—rio nem ampla defesa (embora isso venha
sendo paulatinamente mitigado pela ado•‹o de alguns entendimentos). Em
raz‹o disso, n‹o se pode atribuir ˆs provas nele colhidas o mesmo valor que se
atribui ˆs provas colhidas no processo (este sim com contradit—rio e ampla
defesa).
Contudo, o valor reduzido que Ž atribu’do ˆs provas do IP Ž uma forma de
prote•‹o do indiciado/acusado, pois foi ele quem ficou alheio ˆ sua produ•‹o.
Desta forma, o Juiz n‹o pode conden‡-lo tendo como base apenas provas
produzidas dentro do IP.
Por outro lado, nada impede que o Juiz absolva o acusado tendo como provas
apenas aquelas produzidas no IP, j‡ que, neste caso, n‹o h‡ qualquer preju’zo
ao acusado.
Esse Ž o entendimento jurisprudencial e doutrin‡rio.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

56.! (CESPE Ð 2013 Ð POLêCIA FEDERAL Ð ESCRIVÌO)


Acerca do inquŽrito policial, julgue os itens seguintes.

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O princ’pio que rege a atividade da pol’cia judici‡ria imp›e a


obrigatoriedade de investigar o fato e a sua autoria, o que resulta na
imperatividade da autoridade policial de instaurar inquŽrito policial em
todos os casos em que receber comunica•‹o da pr‡tica de infra•›es
penais. A aus•ncia de instaura•‹o do procedimento investigativo
policial enseja a responsabilidade da autoridade e dos demais agentes
envolvidos, nos termos da legisla•‹o de reg•ncia, vez que resultar‡ em
arquivamento indireto de pe•a informativa.
COMENTçRIOS: O item est‡ errado. O erro se refere ao fato de que nem
sempre a autoridade policial dever‡ instaurar inquŽrito quando receber
comunica•‹o de pr‡tica de infra•›es penais, por duas raz›es: a) Pode ser que a
autoridade policial n‹o verifique a exist•ncia de ind’cios m’nimos de infra•‹o
penal; b) Pode ser que se trate de a•‹o penal privada ou a•‹o penal pœblica
condicionada ˆ representa•‹o, e nestes casos a manifesta•‹o da v’tima Ž
indispens‡vel ˆ abertura do IP (art. 5¼, ¤¤4¼ e 5¼ do CPP).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

57.! (CESPE Ð 2013 Ð POLêCIA FEDERAL Ð ESCRIVÌO)


Acerca do inquŽrito policial, julgue os itens seguintes.
A conclus‹o do inquŽrito policial Ž precedida de relat—rio final, no qual
Ž descrito todo o procedimento adotado no curso da investiga•‹o para
esclarecer a autoria e a materialidade. A aus•ncia desse relat—rio e de
indiciamento formal do investigado n‹o resulta em preju’zos para
persecu•‹o penal, n‹o podendo o juiz ou —rg‹o do MinistŽrio Pœblico
determinar o retorno da investiga•‹o ˆ autoridade para concretiz‡-los,
j‡ que constitui mera irregularidade funcional a ser apurada na esfera
disciplinar.
COMENTçRIOS: O item est‡ correto. Nos termos do art. 16, os autos do IP
somente poder‹o retornar ˆ autoridade policial no caso de ser necess‡ria a
realiza•‹o de alguma outra dilig•ncia. Vejamos:
Art. 16. O MinistŽrio Pœblico n‹o poder‡ requerer a devolu•‹o do inquŽrito ˆ
autoridade policial, sen‹o para novas dilig•ncias, imprescind’veis ao oferecimento da
denœncia.
O relat—rio do IP n‹o Ž uma dilig•ncias, mas uma simples pe•a descritiva na qual
s‹o elencados os atos praticados no bojo do IP. Sua aus•ncia constitui mera
irregularidade.
Este Ž o entendimento doutrin‡rio e jurisprudencial.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

58.! (CESPE Ð 2013 Ð PC/BA Ð DELEGADO)


Um delegado de pol’cia, tendo recebido denœncia an™nima de que M’lton
estaria abusando sexualmente de sua pr—pria filha, requereu, antes
mesmo de colher provas acerca da informa•‹o recebida, a juiz da vara
criminal competente a intercepta•‹o das comunica•›es telef™nicas de

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M’lton pelo prazo de quinze dias, sucessivamente prorrogado durante


os quarenta e cinco dias de investiga•‹o.
K‡tia, ex-mulher de M’lton, contratou o advogado Caio para acompanhar
o inquŽrito policial instaurado. M’lton, ent‹o, ainda no curso da
investiga•‹o, resolveu interceptar, diretamente e sem o conhecimento
de Caio e K‡tia, as liga•›es telef™nicas entre eles, tendo tomado
conhecimento, devido ˆs intercepta•›es, de que o advogado cometera o
crime de tr‡fico de influ•ncia. Em raz‹o disso, M’lton procurou K‡tia e
solicitou que ela concordasse com a divulga•‹o do conteœdo das
grava•›es telef™nicas, ao que K‡tia anuiu expressamente. M’lton, ent‹o,
apresentou ao delegado o conteœdo das grava•›es, que foram utilizadas
para subsidiar a•‹o penal iniciada pelo MP contra Caio, pela pr‡tica do
crime de tr‡fico de influ•ncia.
Com base nessa situa•‹o hipotŽtica, julgue os itens seguintes, a
respeito das intercepta•›es telef™nicas.
O delegado de pol’cia n‹o poderia ter determinado a instaura•‹o de
inquŽrito policial exclusivamente com base na denœncia an™nima
recebida.
COMENTçRIOS: O item est‡ correto. A ÒdenœnciaÓ (o termo certo Ž delatio
criminis inqualificada) an™nima, embora seja admitida no nosso ordenamento
jur’dico, n‹o Ž suficiente para, por si s—, gerar a instaura•‹o de IP.
Neste caso a autoridade policial deve proceder a uma investiga•‹o preliminar,
de forma a apurar a veracidade dos fatos alegados e, somente neste caso,
proceder ˆ instaura•‹o do IP.
Esse Ž o entendimento doutrin‡rio e jurisprudencial (Ver AgRg no RMS
28.054/PE, STJ).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

59.! (CESPE Ð 2013 Ð POLêCIA FEDERAL Ð DELEGADO DE POLêCIA)


Um delegado da Pol’cia Federal instaurou inquŽrito policial, mediante
portaria, para investigar a conduta de deputado federal suspeito da
pr‡tica de crimes contra a administra•‹o pœblica. Intimado para oitiva
nos autos, o parlamentar impetrou habeas corpus contra o ato da
autoridade policial, sob o argumento de usurpa•‹o de compet•ncia
origin‡ria do STF. Nessa situa•‹o hipotŽtica, assiste raz‹o ao impetrante,
visto que, para a instaura•‹o do procedimento policial, Ž necess‡rio que
a autoridade policial obtenha prŽvia autoriza•‹o da C‰mara dos
Deputados ou do STF.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o STF solidificou entendimento no sentido de
que a autoridade policial, de fato, necessita de prŽvia autoriza•‹o para a
instaura•‹o de inquŽrito policial contra pessoas detentoras de foro por
prerrogativa de fun•‹o. Todavia, a autoriza•‹o deve ser dada pelo Tribunal
competente para o processo e julgamento da futura a•‹o penal, no caso dos
deputados federais, o STF.

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Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

60.! (CESPE Ð 2013 Ð POLêCIA FEDERAL Ð DELEGADO DE POLêCIA)


F‡bio, delegado, tendo recebido denœncia an™nima na qual seus
subordinados eram acusados de participar de esquema criminoso
relacionado ao tr‡fico il’cito de subst‰ncias entorpecentes, instaurou, de
imediato, inquŽrito policial e requereu a intercepta•‹o das comunica•›es
telef™nicas dos envolvidos, que, devidamente autorizada pela justi•a
estadual, foi executada pela pol’cia militar.
No decorrer das investiga•›es, conduzidas a partir da intercepta•‹o das
comunica•›es telef™nicas, verificou-se que os indiciados contavam com
a ajuda de integrantes das For•as Armadas para praticar os delitos,
utilizando avi›es da Aeron‡utica para o envio da subst‰ncia
entorpecente para o exterior.
O inquŽrito passou a tramitar na justi•a federal, que prorrogou, por
diversas vezes, o per’odo de intercepta•‹o. Com a denœncia na justi•a
federal, as informa•›es colhidas na intercep•‹o foram reproduzidas em
CD-ROM, tendo sido apenas as conversas diretamente relacionadas aos
fatos investigados transcritas nos autos.
Acerca dessa situa•‹o hipotŽtica e do procedimento relativo ˆs
intercepta•›es telef™nicas, julgue os itens a seguir:
Ao instaurar imediatamente inquŽrito policial e requerer as
intercepta•›es telef™nicas para averiguar as acusa•›es contra seus
comandados, o delegado em quest‹o agiu corretamente, em obedi•ncia
ao princ’pio da moralidade administrativa.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o delegado n‹o agiu corretamente, j‡ que o
STF possui s—lido entendimento no sentido de que o inquŽrito policial n‹o pode
ser instaurado com base exclusivamente em dela•‹o ap—crifa (denœncia an™nima,
tambŽm chamada de delatio criminis inqualificada). Nestes casos, a autoridade
policial deve proceder ˆ realiza•‹o de dilig•ncias preliminares, com vistas a
apurar a proced•ncia das informa•›es e, se for o caso, instaurar o IP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

9! GABARITO

1.! CORRETA
2.! ERRADA

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3.! ERRADA
4.! ERRADA
5.! ERRADA
6.! CORRETA
7.! ERRADA
8.! ERRADA
9.! CORRETA
10.! ERRADA
11.! ERRADA
12.! CORRETA
13.! ERRADA
14.! ERRADA
15.! ERRADA
16.! ERRADA
17.! CORRETA
18.! ERRADA
19.! ERRADA
20.! ERRADA
21.! ERRADA
22.! CORRETA
23.! ERRADA
24.! ERRADA
25.! ERRADA
26.! ERRADA
27.! ERRADA
28.! CORRETA
29.! ERRADA
30.! ERRADA
31.! CORRETA
32.! ERRADA
33.! ERRADA
34.! ERRADA
35.! CORRETA
36.! CORRETA
37.! ERRADA
38.! ERRADA
39.! ERRADA

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40.! CORRETA
41.! ALTERNATIVA E
42.! ALTERNATIVA C
43.! ERRADA
44.! ERRADA
45.! CORRETA
46.! ERRADA
47.! ERRADA
48.! ERRADA
49.! CORRETA
50.! CORRETA
51.! CORRETA
52.! ERRADA
53.! CORRETA
54.! ERRADA
55.! CORRETA
56.! ERRADA
57.! CORRETA
58.! CORRETA
59.! ERRADA
60.! ERRADA

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