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Dispõe sobre o Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Minas Gerais.
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art.1º Esta lei institui o Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Minas
Gerais.
Art.2º Para os efeitos deste Estatuto, servidor público é a pessoa legalmente investida
em cargo público.
I – efetivo, o qual constitui unidade de ocupação funcional do quadro de pessoal privativa de servidor
aprovado em concurso público, CORRESPONDENDO AO MÍNIMO DE 80% (OITENTA POR CENTO)
DOS CARGOS PÚBLICOS À DISPOSIÇÃO DE CADA ÓRGÃO ESTATAL; e
Justificativa: Regulamentação do Art. 37, V, da CF/88. A alteração da redação visa ainda valorizar os
servidores das carreiras sem, contudo, engessar a administração, ou seja, haverá ainda margem
suficiente para cargos em comissão de recrutamento amplo, a fim de atender as peculiaridades de cada
órgão.
II – em comissão, o qual constitui unidade de ocupação funcional do quadro de
pessoal destinado às atividades de direção, chefia e assessoramento, de livre
nomeação e exoneração.
Justificativa: Dar maior efetividade ao dispositivo constitucional (art. 37, V, CF/88), a fim de evitar que haja
desvio de função com o fim de burlar a lei. Redação idêntica a da Resolução nº 88, do Conselho Nacional
de Justiça, que regulamenta a matéria no Judiciário.
Os ocupantes de cargos em comissão que não se enquadrem nos requisitos do inciso II deverão ser
exonerados no prazo de 90 dias da publicação desta Lei Complementar.
Justificativa: Visa dar maior efetividade ao disposto nesta lei e na Constituição, a fim de que os órgãos e
entidades que, eventualmente, não estejam dentro da legalidade, tenham tempo para se adequarem sem,
contudo, esquivarem-se da lei. Texto previsto na Resolução nº 88, do Conselho Nacional e Justiça.
Art. 4º A função de confiança, criada por lei e exercida exclusivamente por servidor
ocupante de cargo de provimento efetivo, destina-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento.
I - de recrutamento amplo, o qual pode ser provido por todos que atendam os
requisitos dispostos no art. 8º desta lei.
Parágrafo único. Serão estabelecidos em lei os percentuais mínimos de ocupação obrigatória de cargos
de provimento em comissão por servidores de carreira, devendo os Poderes e Órgãos encaminharem
projeto de lei, no prazo 90 (noventa) dias da publicação desta lei complementar, para regulamentação da
matéria.
Justificativa: Dar maior efetividade ao disposto nesta proposta de lei e na Constituição, a fim de que sejam
corrigidas eventuais distorções, demonstrando para a sociedade a seriedade desta proposta de novo
Estatuto. Prazo previsto na Resolução nº 88, do Conselho Nacional de Justiça, aos tribunais.
TÍTULO II
DO PROVIMENTO E DA VACÂNCIA
CAPÍTULO I
DO PROVIMENTO
Seção I
Disposições gerais
Seção II
Do concurso público
Art.13 O percentual mínimo de cargos reservados para pessoas com deficiência será
previsto em lei.
Seção III
Da nomeação
Art.14 Nomeação é o ato formal firmado pelo titular do Poder do Estado, da Defensoria
Pública, do Ministério Público ou do Tribunal de Contas para determinar o provimento
originário de cargo público efetivo ou em comissão.
Seção IV
Da posse e do exercício
§1º No ato da posse, além dos documentos necessários para a comprovação dos
requisitos a que se refere o art. 8º desta lei, o servidor deverá apresentar as seguintes
declarações:
I – dos bens e valores que constituem seu patrimônio, observado o disposto no art. 13
Lei Federal nº 8.429, de 02 de junho de 1992.
II – quanto ao exercício de outro cargo, emprego ou função pública ou percepção de
proventos; e,
Sugestão de emenda:
Parágrafo único. A competência para dar posse poderá ser delegada pelas
autoridades de que trata o caput.
Art. 17 A posse ocorrerá no prazo de 30 (trinta) dias contados da publicação do ato de
provimento, prorrogável por até 30 (trinta) dias, mediante requerimento fundamentado
do interessado, observado o interesse da Administração Pública.
§ 2º O ato de nomeação será tornado sem efeito quando a posse não se der dentro do
prazo inicial ou no da prorrogação, ou ainda, quando houver renúncia expressa à
posse.
Art.22 O exercício de cargo ou função terá início dentro do prazo de 30 (trinta) dias,
contados da data da posse, podendo ser prorrogado por solicitação do interessado e a
juízo da autoridade competente, desde que a prorrogação não exceda 30 (trinta) dias.
§ 1º O prazo de que trata o caput poderá ser reduzido, em caráter excepcional e
mediante ato motivado da autoridade competente, para 15 (quinze) dias, prorrogável
por até 15 (quinze) dias.
§ 2º O ato de posse será tornado sem efeito quando o exercício não se der no prazo
inicial ou de prorrogação, ou ainda, quando houver renúncia expressa ao exercício.
Seção V
Da reversão
§ 3º O servidor público que retornar à atividade após a cessação dos motivos que
causaram sua aposentadoria por invalidez terá direito, para fins de aposentadoria, à
contagem do tempo relativa ao período de afastamento.
A reversão a pedido somente será aplicada ao servidor que tiver idade máxima de 65 (sessenta e cinco)
anos.
Justificativa: A minuta não fez previsão expressa de reversão à pedido. Outro fator é que a expectativa de
vida do brasileiro aumentou e não faz mais sentido impedir o retorno do servidor a atividade quando ele
detém plenas condições de laborar. A ausência deste dispositivo é discriminatória e atenta contra a
dignidade da pessoa humana e dos valores sociais do trabalho.
Seção VI
Da reintegração
Justificativa: O servidor não pode pagar pelo erro da administração. A redação proposta visa deixar claro
que o servidor não terá prejuízo ao retornar ao serviço.
Seção VII
Da disponibilidade e do aproveitamento
Seção VIII
Da readaptação
Seção I
Da exoneração
Seção II
Da demissão
Seção III
Da aposentadoria
TÍTULO III
DA ESTABILIDADE E DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
§ 3º Somente após a conclusão do período de estágio probatório, o servidor poderá exercer função de
confiança ou cargo de provimento em comissão de recrutamento limitado e restrito, previsto nos artigos 4º
e 5º, desta Lei Complementar.
Justificativa: Prestigiar os servidores mais antigos na carreira para o provimento de cargos em comissão,
valorizando a todos de acordo com a experiência no serviço público. Esta medida também evita
problemas no ambiente de trabalho. Ressalte-se que não há interferência para provimento de cargos de
recrutamento amplo.
TÍTULO IV
DO DESENVOLVIMENTO DO SERVIDOR
CAPÍTULO I
DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO DO SERVIDOR
As propostas orçamentárias dos Poderes e Órgãos do Estado deverão prever recursos para assegurar o
cumprimento do disposto neste Título.
Justificativa: Garantir que o disposto neste artigo seja efetivamente cumprido pelos Órgãos e entidades e
que o servidor seja realmente reconhecido como instrumento de implementação de políticas públicas.
CAPÍTULO II
DA CARREIRA
TÍTULO V
DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Justificativa: apesar de a Minuta reconhecer que os afastamentos acima são considerados com efetivo
exercício para desenvolvimento na carreira, deixou de remeter, expressamente, o assunto à avaliação de
desempenho, visto que esta é requisito básico para progressão ou promoção.
CAPÍTULO II
DA AVALIAÇÃO ESPECIAL DE DESEMPENHO
CAPÍTULO III
DA AVALIAÇÃO PERIÓDICA DE DESEMPENHO
TÍTULO VI
DA MOVIMENTAÇÃO DE PESSOAL
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 41 Nenhum servidor poderá ter exercício em órgão ou entidade diferente daquele
em que estiver lotado, salvo os casos previstos nos arts. 42 a 45 ou prévia autorização
do titular do Poder do Estado, da Defensoria Pública, do Ministério Público ou do
Tribunal de Contas.
Parágrafo único - Nesta última hipótese, o afastamento do servidor só será permitido
para fim determinado e por prazo certo.
Parágrafo único - Nesta última hipótese, o afastamento do servidor só será permitido para fim
determinado e por prazo certo, sem ônus para o órgão estatal cedente.
No caso do disposto no art. 43, o tempo de disposição não será computado para progressão ou promoção
na carreira, ressalvados os casos previstos em legislação especial.
Justificativa: Visa impedir a disposição indiscriminada, unicamente por interesse do servidor. Ainda que o
texto diga que deve ser observada a conveniência da administração, na prática, isso não ocorre. Cita-se a
legislação especial, pois, por exemplo, a Justiça Eleitoral pode requisitar servidores, mantendo-se todos
os direitos e vantagens do cargo – Lei 6.999/82)
CAPÍTULO II
REMOÇÃO
§1º Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de remoção:
I - de ofício, no interesse da Administração;
II - a pedido, a critério da Administração;
§3º A remoção será promovida por ato do dirigente do órgão ou entidade de exercício
do servidor, podendo essa competência ser delegada.
§ 6º O servidor que tiver ingressado por meio de concurso público regionalizado não
poderá ser removido até o término do prazo de validade do certame.
CAPÍTULO III
DA DISPOSIÇÃO
Disposição é a cessão do servidor, pelo prazo de 2 (dois) anos, prorrogável uma única vez por até igual
período, para exercício em outro órgão ou entidade que não o de seu quadro de lotação, mantido o
vínculo ao quadro de pessoal do órgão de origem e observada a conveniência da Administração Pública.
CAPÍTULO IV
DA REDISTRIBUIÇÃO
Art. 44 Redistribuição é a passagem do servidor ocupante de cargo de provimento
efetivo para o mesmo cargo, pertencente à mesma carreira, de quadro de pessoal de
outro órgão ou instituição do mesmo Poder, mediante ato administrativo motivado,
observada a conveniência da Administração Pública.
A redistribuição só poderá ocorrer se, no quadro de pessoal do órgão de destino, existir cargo vago e não
houver concurso público em vigor com candidatos aprovados.
CAPÍTULO V
DA PERMUTA
§1º O requerimento de que trata o caput deverá conter manifestação favorável das
chefias imediatas envolvidas ou as informações sobre eventual discordância, para
avaliação da conveniência e oportunidade da prática do ato pela Administração.
Parágrafo Único – A retribuição pecuniária a que se refere o caput deverá obrigatoriamente ser objeto de
revisão geral anual sempre na mesma data e sem distinção de índices, fixada por lei específica,
observada a iniciativa privativa em cada caso.
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto implicará sua inscrição
em dívida ativa.
Art. 53 Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá
sobre a retribuição pecuniária do servidor.
CAPÍTULO II
DAS VANTAGENS
I – indenizações;
II – gratificações; e
III – adicionais.
§ 3º Outras vantagens remuneratórias poderão ser criadas por lei especifica, que
deverá observar as diretrizes dispostas na presente lei complementar.
I - ajuda de custo;
II- diárias e:
III- transporte.
Subseção I
Da ajuda de custo
§ 1º A ajuda de custo será paga de uma única vez e não poderá exceder à importância
correspondente a 3 (três) vezes a remuneração mensal do servidor.
Subseção II
Das diárias
Subseção III
Do transporte
Seção II
Das gratificações
Subseção I
Da gratificação pelo exercício de cargo em comissão
Subseção III
Da gratificação de produção por desempenho das atribuições do cargo
Subseção IV
Da gratificação natalina
Seção III
Dos adicionais
I – de desempenho;
II – pelo exercício de atividade insalubre ou perigosa;
III – pelo exercício de serviço extraordinário;
IV – pelo serviço noturno;
V- de férias.
Subseção I
Do adicional de desempenho
Subseção II
Do adicional pelo exercício de atividade insalubre ou perigosa
§1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade deverá
optar por um deles.
§ 2º A lei de que trata o caput estabelecerá formas de permanente controle da
atividade dos servidores em operações ou locais considerados insalubres ou
perigosos.
§ 3º A percepção do adicional pelo exercício de atividade insalubre ou perigosa cessa
com a eliminação das condições ou dos riscos que lhes deram causa.
Subseção III
Do adicional pelo exercício de serviço extraordinário
Justificativa: Tratando-se de serviço extraordinário, que, com o próprio nome diz, é realizado
extraordinariamente, é dever da administração indenizar o servidor com, pelo menos, 50% a mais do que
o valor da hora normal de trabalho, conforme disposição constitucional.Ainda que possível,
acompensação dessas horas deve ser, também, na proporção de, pelo menos, 50% a mais do que o
tempo trabalhado, sob pena de enriquecimento ilícito da administração. Aliás, o título dessa subseção III é
“Do adicional pelo exercício de serviço extraordinário” o que, por si só, retira a possibilidade de
compensação, pois não haverá nenhum adicional pelo serviço extraordinário, mas,tão somente a
compensação, pura e simples. Exemplo claro é a legislação eleitoral, que assegura ao convocado para
serviço eleitoral a compensação em dobro do dia trabalhado. Vale lembrar que na Lei Federal 8112/90,
que trata do Estatuto dos servidores federais, não existe a figura da compensação. Por fim, enfatizo que,
caso esta possibilidade seja aprovada, o Governo estará impondo aos servidores o perverso “banco de
horas”, combatido na iniciativa privada pela Justiça do Trabalho.
II – ser remunerada com acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) em relação à
remuneração da hora normal de trabalho, pago a título de adicional, que vigorará
apenas enquanto durar a prestação do serviço extraordinário, respeitado o limite de
até 2 (duas) horas extras por dia.
Parágrafo único. O limite de que trata o inciso II do caput poderá ser excedido para
atendimento a necessidade temporária de excepcional interesse público.
Subseção IV
Do adicional pelo serviço noturno
O serviço noturno, prestado em horário compreendido entre as 22 (vinte e duas) horas de um dia e as 5
(cinco) horas do dia seguinte, terá o valor da hora acrescido de 25% (vinte cinco por cento), nos termos
de regulamento.
Justificativa: O percentual proposta na minuta é inferior ao previsto na CLT e na Lei federal 8112/90,
demonstrando retrocesso para os servidores mineiros. Vale enfatizar que o serviço noturno é uma
exceção, pois prejudica a qualidade de vida do trabalhador, e, portanto, deve ser remunerado
dignamente.
Subseção V
Do adicional de férias
Art. 74 Será pago ao servidor, por ocasião das férias, adicional correspondente a1/3
(um terço) da remuneração do período das férias.
Sugestão de alteração na redação:
Será pago ao servidor, por ocasião das férias, adicional correspondente a, pelo menos, 1/3 (um terço) da
remuneração do período das férias.
Justificativa: adequação ao texto constitucional que prevê “pelo menos, 1/3 a mais”. A proposta da minuta
inviabiliza qualquer tentativa de se aumentar esse valor. Isto por que, em alguns Estados, já existe
previsão de valor maior, com o objetivo de valorizar os servidores.
No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou assessoramento, a respectiva vantagem será
considerada no cálculo do adicional de que trata este artigo.
Justificativa: retirada da expressão “ou ocupar cargo em comissão” somente por ser para atribuições de
direção, chefia ou assessoramento. O texto está redundante.
CAPÍTULO III
DAS FÉRIAS
Seção I
Das férias regulamentares
Art. 76 O servidor terá direito, anualmente, ao gozo de 25 (vinte e cinco) dias úteis de
férias, que não poderão ser acumuladas em qualquer hipótese.
§ 1º Ingressando no serviço público estadual, somente depois do 11º (décimo
primeiro) mês de exercício poderá o servidor gozar férias.
Art. 79 As férias somente poderão ser suspensas por motivo de calamidade pública,
comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade
de serviço declarada pelo titular do órgão ou entidade.
Parágrafo único. O restante do período suspenso será gozado até o final do ano
subsequente, nos termos do § 2º do art. 76 desta lei.
Art. 81 O servidor estudante, bem como aquele com filhos menores em idade escolar,
terá prioridade em gozar férias regulamentares em período coincidente com as
escolares.
Seção II
Das férias-prêmio
§3º - Para fins de contagem de tempo para férias-prêmio, consideram-se como efetivo
exercício os afastamentos em virtude de:
CAPÍTULO IV
DAS LICENÇAS
Seção I
Disposições gerais
O servidor em gozo de licença para acompanhar cônjuge ou companheiro ou para tratar de interesses
particulares deverá recolher sua contribuição previdenciária com base na remuneração do seu cargo
efetivo.
Justificativa: a obrigação de recolher a contribuição patronal é a mesma coisa que negar o direito dessas
licenças aos servidores. A medida não é razoável e nem proporcional.
Art. 85 As licenças da mesma espécie concedidas com intervalo de até 60 (sessenta)
dias contados do término da anterior serão consideradas como prorrogação.
Art. 86 A prorrogação das licenças não remuneradas somente será possível caso o
servidor esteja quite com o Tesouro Estadual e com o Regime Previdenciário do
Estado, nos termos da legislação previdenciária específica.
Art. 87 As licenças previstas neste capítulo não implicam a perda da titularidade dos
cargos, empregos ou funções públicas ocupados e não descaracterizam a
acumulação.
Seção II
Da licença por motivo de doença em pessoa da família
Art. 88 Poderá ser concedida ao servidor licença não remunerada por motivo de
doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e
enteado, ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento
funcional, sujeita a ratificação da perícia médica oficial, ressalvada legislação
específica.
Poderá ser concedida ao servidor licença por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais,
dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva às suas expensas e conste do
seu assentamento funcional, sujeita a ratificação da perícia médica oficial, ressalvada regulamentação
específica.
Justificativa: Essa licença, remunerada, é uma medida que valoriza socialmente o servidor e, portanto,
não pode ser alterada. A expressa necessidade de não remunerar o período de licença é a mesma coisa
que negar esse direito ao servidor. Alternativamente, solicitamos que seja alterada a parte final do caput
para “regulamentação específica” ao invés de lei, pois alguns órgãos dispõem a matéria por ato normativo
interno.
Seção III
Da licença para acompanhar cônjuge ou companheiro
§ 1º A licença de que trata o caput será concedida sem remuneração e por prazo de
até 2 (dois) anos, prorrogável por igual período, sucessivamente, enquanto durar o
afastamento do cônjuge ou companheiro, ressalvado o disposto no § 2º.
§ 2º O disposto no caput aplica-se ao servidor cujo cônjuge ou companheiro tenha se
deslocado em razão de exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo ou
Legislativo, pelo prazo correspondente à duração do mandato.
Art. 91 Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma
e condições previstas na legislação específica.
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 (trinta) dias sem
remuneração para reassumir o exercício do cargo.
Seção V
Da licença para exercer mandato eletivo em diretoria de entidade sindical
representativa de servidores públicos estaduais
Seção VI
Da licença para tratar de interesses particulares
Parágrafo único. Não será concedida licença para tratar de interesse particular quando
o afastamento resultar em contratação ou designação para substituição do servidor.
Seção VII
Da licença para tratamento de saúde
Subseção I
Disposições gerais
§1º Ao servidor ocupante de cargo em comissão, que fizer jus ao benefício de que
trata essa seção e for exonerado, fica garantida a continuidade de percepção dos
vencimentos daquele cargo até o final do respectivo período.
Subseção II
Do acidente no trabalho ou moléstia profissional
Art. 101 Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício das atribuições inerentes
ao cargo do servidor público, provocando lesão que cause a morte ou a perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Art. 102 Entende-se por moléstia profissional a que decorrer das condições do serviço
ou de fato nele ocorrido, devendo o laudo médico oficial estabelecer-lhe a rigorosa
caracterização.
Art. 105 O disposto nos arts. 95 a 100 aplica-se nos casos em que o acidente de
trabalho ou moléstia profissional implicar licença para tratamento de saúde.
Seção VIII
Da licença à maternidade e da licença à paternidade
Art. 106 À servidora gestante será concedida licença-maternidade por 120 (cento e
vinte) dias, contados a partir da data do parto, com remuneração integral, mediante a
apresentação de atestado médico, na unidade de recursos humanos do órgão ou
entidade de lotação.
§ 1º A licença poderá ter início a partir do primeiro dia do nono mês de gestação, a
pedido da servidora.
§ 2º Antes do período estabelecido no parágrafo anterior, a servidora poderá afastar-
se para tratamento de saúde por recomendação de médico assistente, nos termos da
seção VI deste capítulo.
Justificativa: os períodos de licença para tratamento de saúde anterior ao parto são considerados como
licença saúde. A redação proposta dá margem para interpretação de que os períodos para tratamento de
saúde anterior ao parto serão contabilizados/abatidos do período de licença maternidade. Se assim for,
trata-se de medida desproporcional e prejudicial as servidoras que em nada contribuirá para o serviço
público, pelo contrário.
§ 5º – No caso de aborto atestado por perícia médica oficial, a servidora terá direito a
trinta dias de repouso remunerado.
Art. 107 Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à licença à
paternidade por 8 oito dias consecutivos.
Art. 108 Será concedida licença em virtude de adoção ou concessão de guarda judicial
de criança, conforme critérios definidos em regulamento.
Parágrafo único. O prazo para regulamentação do disposto no caput será de 6 (seis)
meses após a publicação deste estatuto.
CAPÍTULO V
DOS AFASTAMENTOS
Seção I
Disposições gerais
Seção II
Do afastamento para concorrer e exercer mandato eletivo
Art. 110 O servidor ocupante de cargo de provimento efetivo, que concorrer a mandato
público eletivo, será afastado do exercício de seu cargo, na forma da legislação
eleitoral.
Art. 111 O afastamento do servidor para exercício de mandato eletivo será feito nos
termos da Constituição da República, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 112
desta lei complementar.
Seção III
Do afastamento para servir a outro órgão ou entidade
Art. 112 O servidor ocupante de cargo de provimento efetivo poderá ser cedido para
ter exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios, nas seguintes hipóteses:
Seção IV
Do afastamento para cumprimento de pena por crime comum
Art. 113 O servidor preso por crime comum será afastado do exercício de seu cargo.
§1º No caso de condenação transitada em julgado e se esta não for de natureza que
determine a demissão, ou a perda da remuneração, o servidor continuará afastado até
o cumprimento total da pena e receberá 1/3 (um terço) da remuneração, não
computando a seu favor o tempo em que permanecer preso, inclusive cautelarmente,
para qualquer efeito legal.
§2º À família do servidor preso na situação prevista no caput será devido Auxílio-
Reclusão, nos termos da legislação específica.
Seção V
Do afastamento para missão no exterior ou estudo
CAPÍTULO VI
DO TEMPO DE SERVIÇO
Art. 115 A contagem do tempo de serviço será feita em dias, que serão convertidos em
anos, considerado o ano como de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.
Art. 116 Serão computados, para fins de contagem do tempo de serviço, os
afastamentos em virtude de:
I – férias regulamentares;
II – férias-prêmio;
III – participação em programas de formação, qualificação, capacitação e treinamento,
conforme dispuser o regulamento;
IV – desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou distrital;
V – júri e outros serviços obrigatórios por lei;
VI – missão ou estudo no exterior quando autorizado o afastamento, conforme
dispuser o regulamento;
VII – licença:
a) maternidade e paternidade e adoção;
b) para tratamento de saúde;
c) por motivo de acidente de trabalho ou doença profissional;
d) para exercer mandato eletivo em diretoria de entidade sindical representativa de
servidores públicos estaduais.
Seção I
Da Frequência
Art. 117 A frequência do servidor público será apurada preferencialmente por meio
eletrônico, conforme disposto em regulamento.
I – a remuneração do dia, se não cumprir no mínimo 50% (cinqüenta por cento) de sua
jornada diária de trabalho; e
II – a remuneração proporcional ao período não trabalhado no dia, se cumprir no
mínimo 50% (cinqüenta por cento) de sua jornada diária de trabalho.
Art. 122 No caso de três faltas na mesma semana, intercaladas ou não, serão
computados, para efeito de desconto, os sábados e domingos subseqüentes, bem
como os feriados intercalados.
Seção II
Das Concessões
§ 1º O servidor estudante que cumpre jornada diária de 8 (oito) horas poderá ter
horário especial, sendo o limite de tolerância de uma hora por dia, desde que
comprovada a necessidade e no interesse da Administração Pública, nos termos de
regulamento.
Art. 124 O servidor legalmente responsável por pessoa com deficiência em tratamento
especializado poderá ter redução de jornada, nos termos de regulamento.
I – por período de até uma jornada diária de trabalho por mês, por razões de saúde;
II – por 3 (três) dias ao ano para mulher e por 4 (quatro) dias ao ano para homem,
para doação de sangue;
a) casamento;
b) falecimento do cônjuge ou companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos,
enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.
Sugestão de alteração na redação:
falecimento do cônjuge ou companheiro, pais, madrasta ou padrasto, sogro ou sogra, filhos, enteados,
menor sob guarda ou tutela e irmãos.
Justificativa: O sogro e a sogra fazem parte da entidade familiar, a exemplo dos demais exemplos descrito
na proposta. Ressalte-se que a Lei Complementar 59/2001 concede aos magistrados estaduais este
direito. Assim, não há qualquer incompatibilidade para que o mesmo direito seja concedido aos
servidores.
CAPÍTULO VII
DA ACUMULAÇÃO
Art. 127 É assegurado ao servidor o direito de requerer ou representar, bem como, nos
termos desta Lei, pedir reconsideração e recorrer de decisões, salvo previsão legal
específica.
TÍTULO VIII
DO REGIME DISCIPLINAR
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Sugestão de alteração:
O regime disciplinar estabelecido neste Estatuto aplica-se ao servidor legalmente investido em cargo
público ou função pública pertencente aos órgãos e entidades do Poder Executivo estadual.
Parágrafo único. Aplica-se supletivamente e no que couber o regime disciplinar estabelecido neste
Estatuto ao servidor legalmente investido em cargo público ou função pública pertencente aos órgãos e
entidades dos demais Poderes do Estado, da Defensoria Pública, do Ministério Publico e do Tribunal de
Contas.
Art. 131 O servidor público que receber ordem capaz de causar prejuízo à
Administração Pública, por ser ela manifestamente ilegal, antiética, imprópria ou em
desacordo com as disposições deste Estatuto, tem o dever de denunciar o fato à
autoridade competente, sob pena de responsabilidade.
CAPÍTULO II
DAS RESPONSABILIDADES
Art. 132 O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular
de suas atribuições.
Art. 133 A responsabilidade administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo,
doloso ou culposo, praticado pelo servidor no desempenho do cargo ou função.
§ 1º A legítima defesa e o estado de necessidade excluem a responsabilidade
administrativa, salvo nos casos de excesso, imoderação ou desproporcionalidade,
culposos ou dolosos, na conduta do servidor.
§ 2º Considera-se legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios
necessários, repele injusta agressão moral ou física, atual ou iminente, que atinja
ouvise atingir o servidor, seus superiores hierárquicos ou colegas, ou patrimônio da
instituição a que servir.
§ 3º Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de
perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar,
direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
Art. 134 Extingue-se a responsabilidade administrativa:
I – com a morte do servidor; e
II – pela prescrição do direito de agir do Estado ou de suas entidades em matéria
disciplinar.
Art. 135 A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou
culposo, que acarrete prejuízo pecuniário à Administração Pública ou a terceiros.
§ 1º A indenização ou ressarcimento de prejuízo causado à Administração Pública
será liquidada de imediato ou mediante prestações descontadas em parcelas mensais,
não excedentes à quinta parte da remuneração ou proventos, em valores atualizados,
com a autorização prévia do servidor.
§ 2º Caso o servidor não promova o imediato ressarcimento ou indenização, ou não
autorize o desconto nos limites legalmente previstos, o valor do dano causado ao
erário será cobrado judicialmente.
§ 3º Tratando-se de dano causado a terceiros, o servidor responderá perante a
Administração Pública, por meio de ação regressiva, na forma prevista em lei.
§ 4º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles poderá
ser executada, até o limite do valor do eventual patrimônio transferido.
Art.136 Após apuração, em devido processo administrativo, instruído na forma do art.
5º, inc. LV, da Constituição da República, a responsabilidade dolosa ou culposa do
servidor pelos prejuízos que causar à Administração Pública caracteriza-se,
notadamente, pela prática das seguintes condutas:
I – sonegação de valores e objetos confiados à sua guarda ou responsabilidade; II –
omissão do dever de prestar contas, ou de tomá-las, quando for o caso, na forma e
prazo estabelecidos em lei, regulamento, regimento, instrução e ordem de serviço;
III – ocorrência de faltas, danos, avarias ou quaisquer outros prejuízos sofridos pelos
bens e os materiais sob sua guarda ou sujeitos a seu exame ou fiscalização;
IV – falta ou inexatidão das necessárias averbações nas notas de despacho, guias,
demais documentos da receita e outros que tenham com eles relação; e
V – qualquer erro de cálculo ou redução contra a Fazenda Estadual.
Art. 137 A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao
servidor, nessa qualidade.
Art. 138 A responsabilidade administrativa não exime o servidor da sua
responsabilidade civil ou penal, podendo as sanções civis, penais e administrativas
cumularem-se por serem independentes entre si.
§ 1º A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de
absolvição criminal que negue a existência do fato ou a sua autoria.
§ 2º Se o comportamento funcional irregular do servidor configurar, ao mesmo tempo,
infração administrativa e responsabilidade civil ou penal, a autoridade que determinar
a instauração do procedimento disciplinar adotará providências para a apuração do
ilícito civil ou penal, quando for o caso, durante ou depois de concluídos a sindicância
ou o processo administrativo.
§ 3º Quando a infração estiver capitulada como crime, cópias dos documentos que
instruem o processo disciplinar serão remetidas à Autoridade Policial ou ao Ministério
Público, objetivando possível instauração de inquérito policial ou ação penal, ficando
os originais à disposição das autoridades competentes.
CAPÍTULO III
DOS DEVERES FUNDAMENTAIS
Art. 139 São deveres do servidor público: I – ser assíduo;
II – ser pontual;
III – ser discreto;
IV – ser leal às instituições a que servir;
V – desempenhar suas funções com ética;
VI – observar as normas legais e regulamentares;
VII – manter conduta compatível com a moralidade pública;
VIII – tratar com urbanidade as pessoas;
IX – manter-se atualizado com as leis e demais atos normativos que digam respeito às
suas funções;
X – desempenhar com zelo e presteza os encargos que lhe forem confiados;
XI – apresentar-se convenientemente trajado em serviço ou, quando for o caso, com
uniforme determinado;
XII – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais ou
contrárias ao interesse público;
XIII – atender, preferencialmente, às requisições de documentos, informações ou
providências que lhe forem feitas pelas autoridades judiciárias ou administrativas, para
a defesa do Estado em juízo;
XIV – atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as que
estiverem resguardadas por sigilo, na forma do inciso XXXIII do art. 5º, da Constituição
da República, regulamentado pela Lei 12.527/2011;
b) à expedição de certidões, informações e documentos requeridos para defesa de
direito, ou esclarecimento de situações, de interesse pessoal; e
c) às solicitações de informações e documentos destinados à instrução de
procedimento administrativo.
XV – guardar sigilo sobre assunto do setor de trabalho;
XVI – zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
XVII – providenciar a atualização no assentamento individual dos seus dados
pessoais;
XVIII – permanecer em seu local de trabalho, ainda que finda a escala de serviço, até
a chegada do respectivo substituto ou a liberação pelo superior, nos casos de serviços
considerados por lei de natureza essencial, desde que haja compensação de jornada
ou remuneração de serviço extraordinário;
XIX – apresentar-se à unidade setorial de pessoal indicada, dentro do prazo
estabelecido, quando do término da disponibilidade ou da licença para tratar de
interesse particular, independentemente de prévia comunicação, ressalvados os casos
previstos em Lei;
XX – seguir rigorosamente o tratamento médico adequado à doença diagnosticada, ou
o motivo da licença, devendo o setor de recursos humanos acompanhar a observância
do disposto neste inciso; e
XXI – entregar declaração de seus bens e valores ao setor competente, quando do
início e término do exercício em qualquer cargo ou função.
CAPÍTULO IV
DAS PROIBIÇÕES
Seção I
Da repreensão
Art. 143 A pena de repreensão será aplicada por escrito em caso de falta de
cumprimento dos deveres constantes deste Estatuto e de inobservância de dever
funcional previsto em lei, regulamento ou norma interna, que não justifique aplicação
de penalidade mais grave.
Seção II
Da suspensão
Seção III
Da destituição de cargo em comissão ou função de confiança
Art. 168 Como procedimento de rito sumário, a sindicância administrativa visa apurar a
existência de fatos tidos por irregulares e a possível indicação do responsável e se
desenvolverá nas seguintes fases:
I – instauração, mediante portaria, com a indicação da comissão e do fato a ser
apurado;
II – instrução,
III - relatório; e
IV – julgamento.
Art. 169 A comissão sindicante será composta por, no mínimo, dois servidores
detentores de cargo efetivo, designados pela autoridade competente, que indicará,
dentre eles, o seu presidente.
Parágrafo único. Os servidores que atuarem como membros de comissão sindicante
deverão ser dispensados de suas atribuições normais, para dedicação exclusiva ao
encargo, até a apresentação do relatório conclusivo, sem prejuízo de seus
vencimentos e vantagens decorrentes do cargo.
Art. 170 A comissão sindicante pode ser de natureza provisória ou permanente,
conforme seja constituída, para apurar fatos específicos e circunstanciados ou opere
como unidade correicional perene do órgão ou entidade.
§ 1º A comissão sindicante provisória terá o prazo de trinta dias corridos para concluir
o encargo, podendo o prazo ser prorrogado por até igual período.
§ 2º Em se tratando de comissão de natureza permanente, competirá à autoridade
instauradora a definição do prazo para a conclusão dos trabalhos.
Art. 171 Havendo indícios de autoria e materialidade de fato sujeito à penalidade de
repreensão, a comissão sindicante poderá exarar despacho de indiciamento nos
próprios autos da sindicância, objetivando apurar a responsabilidade administrativa do
servidor, sendo-lhe garantido a ampla defesa e o contraditório.
§ 1º O despacho de indiciamento conterá o nome, número de controle e cargo do
servidor, a descrição sucinta do fato tido por irregular, com o consequente
enquadramento do ilícito, e a indicação da pena a que está sujeito.
§ 2º A comissão deverá comunicar o indiciamento de que trata este artigo à autoridade
instauradora.
Art. 172 Após a lavratura do despacho de indiciamento, a comissão determinará a
citação do indiciado, para, no prazo de dez dias, apresentar defesa escrita, podendo
arrolar até três testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos,
quando se tratar de prova pericial.
Art. 173 A comissão deverá concluir os trabalhos, com a apresentação de relatório, no
prazo de trinta dias corridos, a partir da apresentação da defesa escrita, admitida uma
prorrogação por mais quinze dias.
§ 1º No relatório serão apreciadas separadamente as irregularidades mencionadas na
denúncia ou portaria de instauração, de acordo com as provas colhidas e a defesa,
devendo a comissão sugerir as providências que lhe pareçam de interesse do serviço
público.
§ 2º O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do
servidor.
§ 3º Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão indicará o dispositivo
legal ou regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou
atenuantes.
Art. 174 Findos os trabalhos de apuração, os autos da sindicância, com o relatório da
comissão, serão remetidos à autoridade que determinou a sua instauração, para
julgamento.
Seção III
Do processo administrativo disciplinar
Art.175 O processo administrativo disciplinar é instrumento destinado à apuração de
responsabilidade do servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições,
ou que tenha relação com as atribuições do cargo ou função em que se encontre
investido.
Art. 176 Sempre que a infração disciplinar ensejar a imposição de penalidade de
suspensão, demissão, demissão a bem do serviço público, destituição de cargo em
comissão ou função de confiança ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade,
será obrigatória a instauração de processo administrativo disciplinar.
Parágrafo único. Sendo possível à autoridade identificar a autoria do fato tido por
irregular, cujo enquadramento torne passível ao servidor a aplicação de penalidade de
repreensão, esta deverá obrigatoriamente determinar a instauração de processo
administrativo disciplinar.
Art.177 São competentes para instaurar a sindicância e o processo administrativo
disciplinar o Controlador-Geral do Estado, os Secretários de Estado, os titulares,
corregedores ou autoridades equivalentes dos órgãos autônomos, de entidades
autárquicas e fundacionais, permitida a delegação.
Art.178 O processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases:
I – instauração;
II – instrução, que compreende, ainda, a defesa;
III - relatório; e
IV – julgamento.
Parágrafo único. O ato de instauração de que se trata o inciso I do caput deverá ser
publicado no Diário Oficial do Estado.
Subseção I
Da Instauração
Art. 179 A portaria expedida pela autoridade competente instaura o processo
administrativo disciplinar.
§ 1° A portaria conterá o nome completo do servidor processado, número de controle,
cargo ou função, lotação, a descrição sucinta dos fatos tidos por irregulares, a
indicação dos ilícitos, em tese, infringidos e sua fundamentação legal, as penas
correspondentes e a designação da comissão.
§ 2° Será publicado o extrato da portaria, que deve conter as iniciais do processado,
seu número de controle, o cargo ou função que ocupa e a indicação dos membros de
comissão que ficarão responsáveis pelas apurações.
Art. 180 O processo disciplinar será conduzido por comissão, permanente ou
provisória, composta de três servidores efetivos designados pela autoridade
competente, que indicará, dentre eles, o seu presidente.
§ 1º O presidente da comissão processante deverá ocupar cargo de hierarquia
funcional e escolaridade igual, equivalente ou superior à do servidor indiciado.
§ 2º A comissão terá um secretário designado pelo seu presidente.
§ 3º É vedada a participação em comissão processante de servidor que não seja
ocupante de cargo efetivo, ou ainda que seja cônjuge, companheiro, parente
consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, do indiciado e do
denunciante.
Art.181 Poderá ser argüida a suspeição ou o impedimento de membro da comissão,
nos termos da lei.
Art.182 O processo disciplinar deve ser iniciado no prazo máximo de 05 (cinco) dias a
contar da publicação do extrato da portaria e concluído em até sessenta dias.
§ 1º A autoridade instauradora poderá prorrogar o prazo definido no caput por até
trinta dias, quando a instrução do processo disciplinar estiver a cargo de comissão
provisória, designada exclusivamente para o feito.
§ 2º Os membros da comissão deverão ser dispensados de suas atribuições normais,
para dedicação exclusiva ao encargo, até a apresentação do relatório conclusivo, sem
prejuízo de seus vencimentos e vantagens decorrentes do cargo.
§ 3º Em se tratando de comissão de natureza permanente, competirá à autoridade
instauradora a definição do prazo para a conclusão dos trabalhos.
Art. 183 A comissão, mencionada no art. 180, poderá ser constituída por dois
servidores públicos efetivos, a critério da autoridade instauradora, tratando-se de
processos que tenham por objeto a apuração das infrações enquadradas como
abandono de cargo, inassiduidade habitual, acúmulo ilícito de cargos, empregos ou
funções, ou cuja pena máxima prevista para a infração enquadrada for a repreensão.
Art. 184 A comissão, sindicante ou processante, exercerá suas atividades com
independência e imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato
ou quando exigido pelo interesse público.
Parágrafo único. Não haverá sigilo para o servidor processado, seu procurador
constituído ou defensor designado.
Art. 185 Observadas as limitações de ordem legal, a comissão, sindicante ou
processante, procederá a todas as diligências que julgar necessárias ao
esclarecimento dos fatos em apuração, ouvindo, quando necessário, a opinião de
técnicos e peritos.
Art. 186 O servidor poderá fazer parte, simultaneamente, de mais de uma comissão, a
qual pode ser incumbida concomitantemente de mais de uma sindicância
administrativa ou processo administrativo disciplinar.
Art. 187 Os membros da comissão não poderão atuar na sindicância ou processo
como testemunha.
Art. 188 A comissão sindicante ou processante somente poderá proceder às oitivas
com a presença de todos os seus membros.
§ 1º Na ausência, sem motivo justificado, de qualquer dos membros da comissão,
haverá, de imediato, a substituição do membro faltoso pelo presidente, sem prejuízo
da apuração de sua responsabilidade por descumprimento do dever funcional,
devendo a autoridade instauradora ser comunicada formalmente do fato.
§ 2º As reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado.
Subseção II
Da Instrução
Art. 189 Os procedimentos relativos à instrução da sindicância e do processo
administrativo disciplinar serão estabelecidos em regulamento, observando-se o
seguinte:
I- O servidor indiciado terá prazo máximo de 10 (dez) dias corridos para apresentação
de defesa;
II – Poderão ser arroladas até 05 (cinco) testemunhas por fato objeto de apuração;
III- Os prazos serão contados na forma da lei processual penal;
IV – Será admitido parecer técnico para a solução de controvérsia que demandar
conhecimentos específicos para subsidiar o relatório conclusivo e a decisão da
autoridade julgadora;
V – Os atos processuais de oitiva de testemunha e recebimento de defesa poderão ser
delegados a comissões regionalizadas, de modo a otimizar a tramitação e as custas
do procedimento.
VI – As intimações serão preferencialmente realizadas por meio eletrônico às partes e
seus procuradores, que deverão, no primeiro ato processual, informar os respectivos
endereços eletrônicos ao Presidente da Comissão.
Seção IV
Do Julgamento
Art. 190 As decisões proferidas pela autoridade julgadora na sindicância e processo
administrativo disciplinar deverão ser publicadas no Diário Oficial do Estado.
Art. 191 Apresentado o relatório, a comissão sindicante ou processante de natureza
provisória ficará automaticamente dissolvida, podendo ser convocada para prestação
de esclarecimento ou realização de diligência, se assim achar conveniente a
autoridade julgadora.
Art. 192 O julgamento poderá se dar na conformidade do relatório da comissão, salvo
quando contrário às provas dos autos ou da correta aplicação da lei.
Parágrafo único. Na hipótese de que trata o caput, a autoridade julgadora
motivadamente poderá arquivar os autos, agravar a penalidade proposta, abrandá-la
ou isentar o servidor de responsabilidade.
Art. 193 Havendo diversidade de sanções, independentemente de haver um ou mais
servidores indiciados, o julgamento caberá à autoridade competente para a imposição
da pena mais grave.
Art. 194 Extinta a punibilidade, a autoridade julgadora determinará o registro do fato
nos assentamentos individuais do servidor.
Art. 195 No caso do julgamento impor aplicação de penalidade, será publicado extrato
da decisão indicando o nome do servidor punido, a fundamentação legal, a indicação
dos ilícitos infringidos e a pena correspondente.
CAPÍTULO VIII
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
Art. 196 Como medida cautelar, devidamente fundamentada e mediante prova
inequívoca, a fim de que o servidor indiciado não venha a influir na apuração da
irregularidade, a autoridade instauradora do procedimento disciplinar poderá
determinar o seu afastamento das funções do cargo, de ofício ou a pedido da
comissão sindicante ou processante, pelo prazo de até sessenta dias ou até o término
da apuração, se inferior, sem prejuízo da remuneração.
Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual
cessarão os seus efeitos, ainda que não concluída a apuração.
CAPÍTULO IX
DO RITO SUMÁRIO NA ACUMULAÇÃO ILÍCITA
Art. 197 Detectada a qualquer tempo a ilicitude na acumulação de cargos, empregos
ou funções públicas, a autoridade responsável notificará o servidor, por intermédio de
sua chefia imediata, para apresentar a opção no prazo improrrogável de dez dias
contados da notificação válida e, na hipótese de omissão ou recusa de opção, adotará,
para a apuração da responsabilidade do servidor, procedimento sumário que se
desenvolverá nas seguintes fases:
I – instauração, com a publicação do extrato da portaria que constituir a comissão, a
ser composta por dois servidores efetivos e, simultaneamente, indicar a autoria e a
materialidade da transgressão objeto da apuração;
II – instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório; e
III – julgamento.
§ 1º A comissão deverá autuar o processo após três dias contados da publicação do
extrato de portaria ou do recebimento da portaria anexada à documentação que a
instrui.
§ 2º Após a autuação, a comissão deverá promover a citação do servidor, para, no
prazo de dez dias, apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo no
local de funcionamento da comissão.
§ 3º Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo, no prazo de
cinco dias e o encaminhará à autoridade instauradora, para julgamento, observado o
disposto na Seção IV deste Estatuto.
§ 4º A opção feita pelo servidor até o último dia de prazo para a defesa configurará
sua boa-fé, hipótese em que a autoridade julgadora encaminhará os autos ao setor
competente para o processamento do pedido de exoneração do outro cargo, emprego
ou função.
§ 5º Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, será aplicada a pena de
demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade, em relação
aos cargos, empregos ou funções públicas acumulados ilicitamente, hipótese em que
os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados.
§ 6º O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste artigo, observando-se,
no que lhe for aplicável o disposto no Capítulo VII, desta Lei Complementar.
CAPÍTULO X
DA PRESCRIÇÃO
Art. 198 O exercício do poder disciplinar, quanto à instauração de procedimento
administrativo, prescreve em:
I – 02 (dois) anos, quando o ilícito ensejar a pena de repreensão;
II – 04 (quatro) anos, quando o ilícito ensejar a pena de suspensão; e
III – 05 (cinco) anos, quando o ilícito ensejar as penas de demissão, demissão a bem
do serviço público, cassação de aposentadoria ou disponibilidade remunerada e
destituição de cargo em comissão ou função de confiança.
§ 1º Os prazos de prescrição previstos na lei penal, quando menores, aplicam-se às
infrações disciplinares capituladas também como crimes.
§ 2º A contagem do prazo de prescrição inicia-se na data do conhecimento do fato
pela autoridade competente para requerer ou instaurar o procedimento administrativo.
§ 3º O curso do prazo de prescrição interrompe-se com a instauração do procedimento
administrativo e em outras hipóteses definidas em regulamento.
§ 4º Interrompida a prescrição, todo o prazo começa a correr novamente do dia em
que cessar a interrupção.
Art. 199 Não se aplica a prescrição intercorrente nos procedimentos administrativos
disciplinares tratados nesta Lei Complementar.
CAPÍTULO XI
DA RECONSIDERAÇÃO E DA REVISÃO DO PROCESSO
Art. 200 A sindicância e o processo disciplinar que resultem em punição poderão ser
revistos, a pedido ou de ofício, no prazo de até cinco anos contados da publicação da
decisão final, desde que se aduzam fatos e provas ou circunstâncias suscetíveis de
justificar a inocência do indiciado ou a inadequação da pena aplicada.
§ 1º Os requerimentos de revisão e reconsideração poderão ter efeito suspensivo, nos
termos de regulamento.
§ 2º Tratando-se de servidor falecido, ausente, desaparecido ou incapacitado mental,
a revisão poderá ser requerida por qualquer pessoa da família mencionada no seu
assentamento individual ou por procurador.
§3º Poderá, ainda, ser apresentado Pedido de Reconsideração ao Controlador-Geral
do Estado ou à autoridade julgadora da sindicância ou do processo administrativo
disciplinar, mediante os fundamentos constantes do art. 200 deste Estatuto.
Art. 201 Não constitui fundamento para a revisão e a reconsideração a simples
alegação de injustiça da penalidade.
Art. 202 No processo revisional o ônus da prova cabe ao requerente.
Art. 203 O pedido de reconsideração deverá ser interposto pelo servidor no prazo de
30 (trinta) dias corridos a contar da publicação da decisão no Diário Oficial do Estado.
Art. 204 O pedido de revisão deverá ser interposto pelo servidor no prazo de 120
(cento e vinte) dias dirigido ao Governador do Estado, que o encaminhará para exame
e parecer da Advocacia-Geral do Estado- AGE ou a quem determinar, para subsidiar a
sua decisão.
Parágrafo único. Será anexada ao requerimento de revisão cópia da sindicância ou
processo administrativo disciplinar, bem como as provas que fundamentaram o
requerimento e a indicação daquelas a serem produzidas no processo de revisão.
Art. 205 Se o Governador do Estado julgar insuficientemente instruído o requerimento
de revisão, promoverá o seu indeferimento in limine.
Art. 206 Deferido o requerimento de revisão, a autoridade competente para instaurar a
sindicância ou o processo designará uma comissão composta de dois ou três
servidores efetivos para processar a revisão, indicando o seu presidente.
Art. 207 A comissão revisora terá até trinta dias para a conclusão dos trabalhos,
prorrogáveis por igual período quando a circunstâncias assim o exigirem.
Art. 208 Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no que couber, as normas
relativas ao processo administrativo disciplinar.
Art. 209 A revisão não poderá acarretar agravamento da pena.
Art. 210 O julgamento caberá à autoridade que aplicou a penalidade ou à autoridade
de hierarquia imediatamente superior àquela, nos termos, respectivamente do art. 156
e do art.193 deste Estatuto.
Art. 211 O prazo para o julgamento do pedido de revisão será de até vinte dias
contados do recebimento da sindicância ou processo, no curso do qual a autoridade
julgadora poderá determinar novas diligências.
Art. 212 Sendo a decisão pela inocência do servidor, será declarada sem efeito a
penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os seus direitos, exceto em relação à
destituição do cargo comissionado ou da função de confiança que será convertida em
exoneração ou dispensa.
TÍTULO VIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 213 Lei poderá estabelecer regime de dedicação exclusiva e integral para cargos
ou funções públicas.
Art. 214 Consideram-se da família do servidor, além do cônjuge e filhos, quaisquer
pessoas que vivam às suas expensas e constem do seu assentamento individual.
Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companheira ou companheiro, que
comprove união estável como entidade familiar.
Art. 215 Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias corridos, excluindo-se
o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.
Parágrafo único. O início do prazo, assim como o seu vencimento, será prorrogado
para o primeiro dia útil seguinte, caso ocorra em data na qual não haja expediente.
Art. 216 Ficam mantidos até a data prevista para o término de sua concessão os
prazos e benefícios originalmente concedidos antes da vigência desta lei.
Parágrafo único. Caso a prorrogação ocorra na vigência desta lei, aplicar-se-ão as
regras deste Estatuto.
Art. 217 Este Estatuto aplica-se supletivamente às carreiras que possuem leis
específicas.
Art. 218 Aplica-se o disposto neste Estatuto aos detentores de função pública, nos
termos da Lei n.º10.254, de 20 de julho de 1990.
Art. 219 Os atos de provimento de cargos públicos, as designações para funções de
confiança, bem como todos os atos relativos a direitos, vantagens, concessões e
licenças só produzirão efeito depois de publicados no órgão oficial ou em diário
eletrônico disponibilizado em site da internet.
Art. 220 O inciso I do art. 39 da Lei Complementar nº 64, de 25 de março de 2002,
passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 39 – (...)
I - os benefícios de aposentadoria e abono-família;”
Art. 221 Ficam revogados:
I - a Lei nº. 869, de 5 de julho de 1952;
Art. 222 Esta lei entra em vigor em 45 (quarenta e cinco) dias da data de sua
publicação.