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Funções Quadráticas

0.1 Exercı́cios Recomendados - unidade 10


1. Encontre a função quadrática cujo gráfico é dado em cada figura abaixo:

(5, 13)
. 2 2
. (1, 9)
8

(−2, 3) .
. (3, 5)
(a) (b)

Soluções:
(a) Temos f (x) = a x2 + b x + c.
f (3) = 5 =⇒ 9 a + 3 b + c = 5 (1)
f (5) = 13 =⇒ 25 a + 5 b + c = 13 (2)
(2) − (1) =⇒ 8 a + b = 4 (3)

O gráfico de f é uma parábola com vértice −b , −∆



2a 4a
= (3, 5); como a abscissa xV do vértice é
−b
xV = , temos b = −6 a (4)
2a
De (3) e (4), temos a = 2, b = −12 Substituindo em (1) temos c = 5 − 9 a − 3 b = 23. Logo, a
função quadrática é f (x) = 2 x2 − 12 x + 23.
outro modo: A forma canônica de f é f (x) = a (x − x0 )2 + y0 , em que (x0 , y0 ) é o vértice do
gráfico de f . Pela figura, temos x0 = 3 e y0 = 5; assim, f (x) = a (x − 3)2 + 5. Como f (5) = 13,
temos a (5 − 3)2 + 5 = 13, donde obtemos a = 2. Logo f (x) = 2 (x − 3)2 + 5.
(b) Escrevendo f (x) = a x2 + b x + c, temos:
f (1) = 9 =⇒ a + b + c = 9 (1)
f (−2) = 3 =⇒ 4 a − 2 b + c = 3 (2)

Subtraindo (1) de (2) temos 3 a − 3 b = −6 ou seja a − b = −2 (3)


O vértice da parábola é o ponto −b , −∆ ; portanto f ( −b ) = −∆ . Pela figura, temos f (2 − 2ba ) −

2a 4a 2a 4a
f ( −b
4a
) = 8. Substituindo na expressão de f , temos
a (2 − 2 a ) + b (2 − 2 a ) + c − a (− 2ba )2 + b (− 2ba ) + c = 8;
b 2 b
 

efetuando as operações nesta relação temos a = 2. Substituindo em (3) temos b = 4 e substituindo


em (1) obtemos c = 3. Logo, a função quadrática é f (x) = 2 x2 + 4 x + 3.
outro modo: A forma canônica de f é f (x) = a (x − x0 )2 + y0 . Pela figura vemos que f (x0 + 2) =
y0 + 8; assim, a (x0 + 2 − x0 )2 + y0 = y0 + 8, ou seja, 4 a + y0 = y0 + 8, donde a = 2. Portanto
f (x) = 2 (x − x0 )2 + y0 . Agora,
como f (−2) = 3, temos 2 (−2 − x0 )2 + y0 = 3, ou 2 x20 + 8 x0 + 8 + y0 = 3, (1)
como f (1) = 9, temos 2 (1 − x0 )2 + y0 = 9, ou 2 x20 − 4 x0 + 4 + y0 = 9. (2)
Subtraindo (2) de (1) temos 12 x0 + 6 = −6 ou seja x0 = −1. Substituindo em (1) temos y0 = 1.
Logo f (x) = 2 (x + 1)2 + 1 = · · · = 2 x2 + 4 x + 3.
2. Identifique os sinais de a, b e c nos gráficos de funções quadráticas f (x) = a x2 + b x + c dados
abaixo:

1
y y y
6 6 6

- - -
x x x

(i) (ii) (iii)

Como em (i) a concavidade é voltada para baixo, temos a < 0. Como em (ii) e (iii) a
concavidade é voltada para cima, temos a > 0.
A abscissa do vértice é x = −b/(2 a): assim b = −2 a x.
Em (i) temos a < 0 e x > 0, portanto b > 0; em (ii) temos a > 0 e x < 0, portanto b > 0; em
(ii) temos a > 0 e x > 0, portanto b < 0.
Como c = f (0), temos c > 0 em (i) e (iii) e c < 0 em (ii).
3. Para cada uma das funções quadráticas abaixo, escreva-a na forma f (x) = a (x − m)2 + k. A
seguir, calcule suas raı́zes (se existirem), o eixo de simetria de seu gráfico e seu valor mı́nimo ou
máximo
a) f (x) = x2 − 8 x + 23 b) f (x) = 8 x − 2 x2
(a) Completando o quadrado, temos

f (x) = x2 − 8 x + 23 = x2 − 8 x + 16 + 7 = (x − 4)2 + 7

A reta x = 4 é o eixo de simetria; o vértice é o ponto de coordenadas (4, 7). Como f (x) ≥ 7
não existem raı́zes (reais).
O valor mı́nimo é f (4) = 7, quando x = 4; não tem máximo
(b) Fatorando −2, completando o quadrado e identificando o quadrado, temos

f (x) = −2 x2 + 8 x = −2 (x2 − 4 x) = −2 (x2 − 4 x + 4) + 8 = −2 (x − 2)2 + 8

A reta x = 2 é o eixo de simetria; o vértice é o ponto de coordenadas (2, 8); as raı́zes são 0 e 4
O valor máximo é f (2) = 8; f não tem mı́nimo.
4. Encontre a unidade que deve ser usada nos 6y
eixos cartesianos de modo que a parábola abaixo
seja o gráfico da função f (x) = 2 x2 . (1, 1)
2 2
Solução. A bissetriz do ângulo formado pelos
semieixos O x e O y intercepta o gráfico de f no
ponto P ( 12 , 12 ). Tomamos então como unidade o O
-
x
dobro da projeção de P sobre o eixo O x.

5. Encontre os valores mı́nimo e máximo assumidos pela função f (x) = x2 − 4 x + 3 em cada um


dos intervalos abaixo: a) [1, 4] b) [6, 10]
Como f (x) = x − 4 x + 3 = (x − 2)2 − 1, a função f é decrescente no intervalo (−∞, 2] e
2

crescente no intervalo [2, +∞).


(a) Valores máximo e mı́nimo de f (x) = x2 − 4 x + 3 em [1, 4].
Como f é decrescente no intervalo [1, 2] e crescente no intervalo [2, 4] o mı́nimo de f ocorre
quando x = 2 e vale f (2) = −1 e o valor máximo de f nesse intervalo ocorre em x = 4 e vale
f (4) = 16 − 16 + 3 = 3.
(b) Valores máximo e mı́nimo de f (x) = x2 − 4 x + 3 em [6, 10]
Como f é crescente no intervalo [6, 10] o valor mı́nimo de f ocorre em x = 6 e vale f (6) =
36 − 24 + 3 = 15 e o valor máximo de f ocorre em x = 10 e vale f (10) = 100 − 40 + 3 = 63.
6. Seja f (x) = a x2 + b x + c, com a > 0.

2
a) Mostre que  
x 1 + x2 f (x1 ) + f (x2 )
f ≤ .
2 2
b) Mais geralmente, mostre que se 0 < α < 1, então
f (α x1 + (1 − α) x2 ) ≤ α f (x1 ) + (1 − α)f (x2 ) .
Interprete
 geometricamente
 esta propriedade.
x1 + x2 f (x1 ) + f (x2 )
(a) f ≤
2 2
Já vimos ( no exercı́cio 5 do Capı́tulo 6y
 2 2 2
x1 + x2 x + x2
5) que < 1 . Por-
2 2
tanto
y∗
x +x    2
1 2 x1 + x2 x1 + x 2 f (x∗ )
f =a +b +c
2 2 2
2 2
x + x2 x1 + x2 -
<a 1 +b +c x1 x∗ x2
x
2 2 
2 2 x1 + x2 f (x1 ) + f (x2 )
a x1 + b x1 + c + a x2 + b x2 + c x∗ = y∗ =
= 2 2
2
f (x1 ) + f (x2 )
=
2  
x1 + x2 f (x1 ) + f (x2 )
Interpretação geométrica , é o ponto médio da secante que passa
2  2 
x1 + x2 f (x1 ) + f (x2 )
pelos pontos (x1 , f (x1 )) e (x2 , f (x2 )) e , é ponto da parábola.
2 2
Quando f é a função f : R → R, dada por f (x) = x2 , para todo x ∈ R, temos a interpretação
dada no exercı́cio 5 do Capı́tulo 5.
(b) f (α x1 + (1 − α) x2 ) ≤ α f (x1 ) + (1 − α) f (x2 ).
Mostremos primeiro que (α x1 + (1 − α) x2 )2 ≤ α x21 + (1 − α) x22 . Temos
α x21 + (1 − α) x22 − (α x1 + (1 − α) x2 )2 =
= α x21 + (1 − α) x22 − α x21 − 2 α (1 − α) x1 x2 − (1 − α) x22
= (α − α2 ) x21 − 2 α (1 − α) x1 x2 − (α − α2 ) x22 =
= (α − α2 )(x1 − x2 )2 ≥ 0
A demonstração da desigualdade proposta é análoga à do item (a). A interpretação geométrica
é a seguinte: para cada α ∈ [0, 1], a expressão α x1 + (1 − α) x2 descreve um ponto do intervalo
[x1 , x2 ]; assim (α x1 + (1 − α) x2 , f (α x1 + (1 − α) x2 ) é um ponto da parábola. Analogamente
(α f (x1 )+(1−α) f (x2 ), α f (x1 )+(1−α) f (x2 )) é um ponto da reta secante. A desigualdade acima
informa que cada ponto da secante está acima do ponto da parábola que tem mesma abscissa.

0.2 Exercı́cios Suplementares - unidade 10


1. Prove que se a, b e c são inteiros ı́mpares, as raı́zes de f (x) = a x2 + b x + c não são racionais.
(Primeira resolução): Escrevendo a = 2 p + 1, b = 2 q + 1, c = 2 r + 1, temos ∆ = b2 − 4 a c =
4 q (q + 1) − 16 p r − 8 p − 8 r − 3.
Como q (q + 1) é par, temos que 4 q (q + 1) − 16 p r − 8 p − 8 r é divisı́vel por 8. Portanto ∆ é
um número que, dividido por 8, dá resto 3.
Para um número N ∈ N, denotemos por α o resto da divisão de N por 8 (isto é N = 8 q1 + α)
e por β o resto da divisão de N 2 por 8, isto é, N 2 = 8 q2 + β. Notemos que, como N 2 =
64 q12 + 16 q1 α + α2 = 8 (8 q12 + 2 q1 α) + α2 , temos

3
se α = 0, então N 2 = 8 (8 q12 + 2 q1 α) = 8 (8 q12 ), portanto β = 0;
se α = 1, então N 2 = 8 (8 q12 + 2 q1 α) + 1 = 8 (8 q12 + 2 q1 ) + 1, portanto β = 1;
se α = 2, então N 2 = 8 (8 q12 + 2 q1 α) + 4 = 8 (8 q12 + 4 q1 ) + 4, portanto β = 4;
se α = 3, então N 2 = 8 (8 q12 + 2 q1 α) + 9 = 8 (8 q12 + 6 q1 + 1) + 1, portanto β = 1;
se α = 4, então N 2 = 8 (8 q12 + 2 q1 α + 2) = 8 (8 q12 + 8 q1 + 2), portanto β = 0;
se α = 5, então N 2 = 8 (8 q12 + 2 q1 α + 3) + 1 = 8 (8 q12 + 10 q1 + 3) + 1, portanto β = 1;
se α = 6, então N 2 = 8 (8 q12 + 2 q1 α + 4) + 4 = 8 (8 q12 + 12 q1 + 4) + 4, portanto β = 4;
se α = 7, então N 2 = 8 (8 q12 + 2 q1 α + 6) + 1 = 8 (8 q12 + 14 q1 + 6) + 1, portanto β = 1.
Vemos então que nenhum inteiro quadrado √ (da forma acima) dividido por 8 tem resto 3. Logo,
∆ não é quadrado perfeito e portanto ∆ não é racional. Logo, as raı́zes da equação não são
racionais.
(Segunda resolução): Vamos mostrar que nenhum número racional pode ser raiz de f (x). Seja
x ∈ Q: escrevemos x = m/n, com m, n ∈ Z (n 6= 0) na forma irredutı́vel (isto é, m e n são primos
entre si). Escrevemos
m 1
f = 2 (am2 + bmn + cn2 )
n n
2 2
Vamos mostrar que am + bmn + cn nunca é zero.
Como m e n são primos entre si
(a) m e n não são ambos pares.
Além disso,
(b) m e n não podem ambos ser ı́mpares: se m e n fossem ambos ı́mpares, terı́amos que am2 +
bmn + cn2 seria ı́mpar e portanto não poderia ser igual a zero, ou seja m/n não poderia ser raiz
de f .
(c) Resta analisar a possibilidade em que um dos números é par e o outro é ı́mpar: neste caso
duas das parcelas de am2 + b m n + c n2 são pares e a outra é ı́mpar e, portanto, a sua soma é um
número ı́mpar e, assim, não pode ser igual a zero.
Logo, nenhum número racional pode ser raiz de f (x).
2. Uma pessoa possui um gravador de vı́deo dotado de um contador que registra o número de
voltas dadas pelo carretel da direita. A fita, de 6 horas de duração, está parcialmente gravada.
O contador indica 1750 ao final do trecho gravado e 1900 ao final da fita. O problema é saber
quanto tempo de gravação ainda está disponı́vel no final da fita.
a) Explique porque não é razoável supor que o tempo de gravação seja proporcional ao número
de voltas no contador.
b) Considerando que a fita se enrola em cada carretel segundo cı́rculos Volta Tempo
concêntricos igualmente espaçados, mostre que o tempo T (n) de gravação 100 555
após n voltas é dado por uma função da forma T (n) = α n2 + β n. 200 1176
c) Medindo o tempo de gravação correspondente às primeiras 100, 200, 300 1863
300 e 400 voltas, foram encontrados os dados abaixo. Estes valores são 400 2616
consistentes com o modelo acima?
d) Quanto tempo de gravação resta na fita?
Denotemos por a o raio do carretel, por e a espessura da fita e por v a velocidade. Con-
forme a fita vai enrolando, os raios serão a, a + e, a + 2 e, . . . e os comprimentos das vol-
tas de fita serão 2 π a, 2 π (a + e), 2 π (a + 2 e), . . . . Os tempos para gravar as voltas serão
2 π a 2 π (a + e) 2 π (a + 2 e)
, , , . . . . Logo, o tempo T (n) para enrolar n voltas será
v v v

4
2 π a 2 π (a + e) 2 π (a + 2 e) 2 π (a + (n − 1) e)
+
T (n) = + + ··· + =
v v v v
2π  
= a + a + e + a + 2 e + · · · + a + (n − 1) e =
v
2π  n (n − 1) 
= na + e =
v 2
π e 2 π (2 a − e)
= n + n
v v
que é da forma T (n) = α n2 + β n.
c) Substituindo os valores da tabela na expressão T (n) = α n2 + β n temos
T (100) = 555, T (200) = 1176, T (300) = 1863, T (400) = 2616

1002 α + 100 β = 555 =⇒ 100 α + β = 5, 55 (1)


2002 α + 200 β = 1176 =⇒ 200 α + β = 5, 88 (2)
3002 α + 300 β = 1863 =⇒ 300 α + β = 6, 21 (3)
4002 α + 400 β = 2616 =⇒ 400 α + β = 6, 54 (4)
De (1) e (2) temos α = 0, 0033. Substituindo em (2), temos β = 5, 22. Portanto T (n) =
0, 0033 n2 + 5, 22 n. Calculando, obtemos T (200) = 1176, T (300) = 1863, T (400) = 2616, logo os
valores da tabela são consistentes com o modelo.
d) O tempo de gravação que resta na fita é T (1900) − T (1750) ' 21831 − 19241 = 2590 segundos,
ou 43 min e 10 seg.
3. Dado um conjunto de retas do plano, elas determinam um número máximo de regiões quando
estão na chamada posição geral: isto é, elas são concorrentes duas a duas e três retas nunca têm
um ponto comum. Seja Rn o número máximo de regiões determinadas por n retas do plano.
a) Quando se adiciona mais uma reta na posição geral a um conjunto de n retas em posição geral,
quantas novas regiões são criadas?
b) Deduza de a) que Rn é dada por uma função quadrática de n e obtenha a expressão para Rn .

  A  A 

  A A

 HH  HH  A HH  A

 H H A H A

H H H
  HH  H AH 
HAH
  HH   A HH 
A HH
 
H
 
   H  A HH

 A HH

    A
 A
   A 
 A
   A
 A
a) O plano antes de ser traçada a primeira reta, consiste de uma região, que é o plano todo;
quando traçamos uma reta, ela divide o plano em 2 semiplanos: assim, o acréscimo ao número
de regiões é de 1. Quando traçamos uma segunda reta, ela divide cada semiplano em 2 regiões:
assim, o acréscimo ao número de regiões é de 2. Quando traçamos uma terceira reta, ela não
intersecta uma das regiões já existentes, mas divide cada uma das 3 regiões já existentes em 2
partes, de modo que o número de regiões aumenta 3 unidades. Pode-se mostrar, de um modo
geral, que quando já temos n retas e traçamos a (n + 1)−ésima reta, ela determina n + 1 novas
regiões.
b) Pelas observações em (a), o número Rn de regiões determinadas por n retas satisfaz a relação
Rn+1 = Rn + n + 1. Temos então

Rn = (Rn − Rn−1 ) + (Rn−1 − Rn−2 ) + · · · + (R3 − R2 ) + (R2 − R1 ) + R1 =


(n + 2) (n − 1) n2 + n + 2
= n + (n − 1) + · · · + 3 + 2 + R1 = +2=
2 2

5
4. No máximo quantos pontos de interseção existem quando são desenhadas n circunferências?

Em primeiro lugar, observemos que duas circunferências se intersectam em, no máximo, 2


pontos. Assim:
se temos 1 circunferência desenhada e desenhamos uma nova, obtemos, no máximo, 2 pontos
de interseção.
se temos 2 circunferências desenhadas e desenhamos uma nova, obtemos, no máximo, 4 novos
pontos de interseção.
se temos 3 circunferências desenhadas e desenhamos uma nova, obtemos, no máximo, 6 novos
pontos de interseção.
De um modo geral, se temos k circunferências desenhadas e desenhamos uma nova, obtemos,
no máximo, 2 k novos pontos de interseção.
Denotemos por Pk o número máximo de pontos de interseção de k circunferências. Pelas
observações acima, temos:
P2 = 2, P3 − P2 = 4, P4 − P3 = 6; mais geralmente, temos Pk − Pk−1 = 2 (k − 1).
Logo, temos:
     
Pn = Pn − Pn−1 + Pn−1 − Pn−2 + · · · + P3 − P2 + P2 
= 2 (n − 1) + 2 (n − 2) + · · · + 2 × 2 + 2 × 1 = 2 1 + 2 + · · · + (n − 2) + (n − 1)
= n (n − 1).

0.3 Exercı́cios de Anos Anteriores


Exercı́cio 1.b’: Encontre a função quadrática cujo gráfico é dado na figura abaixo:
Temos f (x) = a x2 + b x + c.
f (1) = 9 =⇒ a + b + c = 9 (1) 2 2 . (1, 9)
f (−2) = 3 =⇒ 4 a − 2 b + c = 3 (2)
8
(2) − (1) =⇒ 3 a − 3 b = −6 =⇒ a − b = −2 (3)
O vértice da parábola é o ponto −b −∆
; portanto f ( −b ) = −∆

2a
, 2a 2a 4a
.
Pela figura, temos f (2 − 2ba ) − f ( −b
4a
) = 8. Substituindo na expressão
de f , temos

a (2 − 2ba )2 + b (2 − 2ba ) + c − a (− 2ba )2 + b (− 2ba ) + c = 8;


 

efetuando as operações nesta relação temos a = 2. Substituindo em (3) temos b = 4 e substituindo


em (1) obtemos c = 3. Logo, a função quadrática é f (x) = 2 x2 + 4 x + 3.
Funções quadráticas - Aplicações

0.4 Exercı́cios Recomendados - unidade 11


1. Um estudante anotou a posição, ao longo do
tempo, de um móvel sujeito a uma força constante
e obteve os dados ao lado. Calcule a posição do
móvel nos instantes 5 s, 15 s e 25 s.

6
Instante Posição
0 17
10 45
20 81

Como o móvel está sujeito a uma força constante, a posição é dada por s(t) = a + b t + c t2 .
Como s(0) = 17, temos a = 17
s(10) = 45 =⇒ 17 + 10 b + 100 c = 45 (1)
s(20) = 81 =⇒ 17 + 20 b + 400 c = 81 (2)
8 1
De (1) e (2) temos 200 c = 8, portanto c = = .
200 25
12 12 1 2
Substituindo em (1) temos 4 + 10 b = 28, donde b = . Portanto s(t) = 17 + t+ t.
5 5 25
Logo,
12 1
s(5) = 17 + 5+ 25 = 30
5 25
12 1
s(15) = 17 + 15 + 225 = 62
5 25
12 1
s(25) = 17 + 25 + 625 = 102
5 25
2. O motorista de um automóvel aplica os freios de modo suave e constante, de modo a imprimir
uma força de frenagem constante a seu veı́culo, até o repouso. O diagrama a seguir mostra a
posição do veı́culo a cada segundo a partir do instante em que os freios foram aplicados.a) Os
dados acima são compatı́veis com o fato de a força de frenagem ser constante?
b) Qual a posição do veı́culo 5 s após o inı́cio da frenagem?
c) Quanto tempo o veı́culo demora para chegar ao repouso?
d) Qual era a velocidade do veı́culo no instante em que o motorista começou a aplicar os freios?

0s 1s 2s 3s
• • • •
30 m 25 m 20 m

A posição é dada por s(t) = a + b t + c t2 . Como s(0) = 0, temos a = 0 e s(t) = b t + c t2 .


s(1) = 30 =⇒ b + c = 30 (1)
s(2) = 55 =⇒ 2 b + 4 c = 55 (2)

Resolvendo (1) e (2) obtemos b = 65 2


e c = − 52 , portanto s(t) = 652
t − 52 t2 .
Como s(1) = 65 2
− 52 = 30, s(2) = 65 2
2 − 52 4 = 55 e s(3) = 65 2
3 − 52 9 = 75, vemos que os
dados acima são coerentes.
Temos s(5) = 652
5 − 52 25 = 100.
Resolvendo a equação (para t > 0) 65 2
t − 52 t2 = 0, obtemos t = 13. Logo, o veı́culo demora
13 s para chegar ao repouso.
Na fórmula da posição s(t) = 65
2
t − 52 t2 , o coeficiente de t dá a velocidade no instante inicial.
65
Portanto v0 = 2 .
A velocidade média no intervalo de tempo [0, t], (t > 0) é
65 5 2
s(t) − s(0) 2
t− 2
t 65 5
vM ([0, t]) = = = − t.
t t 2 2
65
À medida que tomamos t cada vez menor, vemos que vM ([0, t]) aproxima-se de , que é a
2
velocidade no instante t = 0.

7
3. Numa vidraçaria há um pedaço de espelho, sob a forma de um triângulo retângulo de lados
60 cm, 80 cm e 1 m. Quer-se, a partir dele, recortar um espelho retangular com a maior área
possı́vel. Afim de economizar corte, pelo menos um dos lados do retângulo deve estar sobre um
lado do triângulo.
C HH C HH E
HH H
HH
HH H
HHE D
HH
D H H
HH HH
G
H H
HH HH
H
H H
H
A F B A F B

As posições sugeridas são as da figura acima. Em cada caso, determine qual o retângulo de
maior área e compare os dois resultados. Discuta se a restrição de um lado estar sobre o contorno
do triângulo é realmente necessária para efeito de maximizar a área. Na figura, os dados do
problema são AB = 80, AC = 60 e BC = 100.
Analisemos primeiro o triângulo da esquerda. Denotemos por x o comprimento do segmento
DE e por y o comprimento do segmento EF . Como os triângulos ABC e EBF são semelhantes,
EF FB y 80 − x 3 (80 − x)
temos = , ou seja, = e portanto y = . Logo a área é A(x) =
AC AB 60 80 4
3 x (80 − x)
, que tem seu valor máximo quando x = 40 e vale A(40) = 1200.
4
Analisemos agora o triângulo da direita. Denotemos por x o comprimento do segmento DF e
por y o comprimento do segmento EG.
AE 80
Como os triângulos ABC e AEB são semelhantes, temos = e portanto AE = 48.
60 100
AG GF 48 − y GF
Como os triângulos ABE e AF G são semelhantes, temos = , ou seja, = .
AE EB 48 EB
AG DG
Analogamente, como os triângulos ACE e ADG são semelhantes, temos = , ou seja,
AE CE
48 − y DG GF 48 − y DG GF DG
= . Temos então = = . Como = , por uma propriedade
48 CE EB 48 CE BE EC
a c a a+c GF GF + DG DF
das proporções (a saber = ⇒ = ) temos = = . Portanto
b d b b+d BE BE + EC BC
48 − y DF x 48 (100 − x)
= = . Desta relação temos y = . Portanto a área é dada pela função
48 BC 100 100
48
quadrática A(x) = x (100 − x); seu valor máximo ocorre quando x = 50 e vale A(50) = 1200.
100
4. Com 80 metros de cerca um fazendeiro deseja rio
circundar uma área retangular junto a um rio
área
para confinar alguns animais. Quais devem ser cercada
as medidas do retângulo para que a área cercada
seja a maior possı́vel? x

Designemos por x comprimento do lado do retângulo paralelo ao rio. Então cada um dos
80 − x
lados perpendiculares ao lado mencionado acima mede metros. A área do retângulo é
2
80 − x 1
A(x) = x = x (80 − x). O vértice da parábola dá o ponto de máximo. A abscissa do
2 2
vértice é x0 = 40 e o valor máximo é A(40) = 800.

8
0.5 Exercı́cios Suplementares - unidade 11
1. Um grupo de alunos, ao realizar um experimento no laboratório de Fı́sica, fez diversas medidas
de um certo comprimento. O instrutor os orientou no sentido de tomar a média aritmética dos
valores encontrados como o valor a ser adotado. Este procedimento pode ser justificado do modo
abaixo. Sejam x1 , x2 , . . . , xn os valores encontrados. É razoável que o valor adotado x seja
escolhido de modo que o erro incorrido pelas diversas medições seja o menor possı́vel. Em geral,
este erro é medido através do chamado desvio quadrático total, definido por

d(x) = (x − x1 )2 + (x − x2 )2 + · · · + (x − xn )2 .

a) Mostre que d(x) é minimizada quando x é a média de x1 , x2 , . . . , xn , ou seja,


x 1 + x2 + · · · + xn
x= .
n
b) Suponha agora que se deseje utilizar o desvio absoluto total e(x) = |x − x1 | + |x − x2 | + · · · +
|x − xn | como medida do erro cometido. Mostre que e(x) é minimizado quando x é a mediana de
x1 , x2 , . . . , xn .
Solução:
(a) Vamos escrever d(x) na forma d(x) = a x2 + b x + c. Elevando ao quadrado cada uma das
expressões entre parênteses, temos
(x − x1 )2 = x2 − 2 x1 x + x21 , (x − x2 )2 = x2 − 2 x2 x + x22 , . . . , (x − xn )2 = x2 − 2 xn x + x2n
e portanto
d(x) = n x2 − 2 (x1 + x2 + · · · + xn ) x + (x21 + x22 + · · · + x2n ).
−b 2 (x1 + x2 + · · · + xn ) x1 + x2 + · · · + xn
O valor mı́nimo ocorre quando x = = = .
2a 2n n
(b) e(x) = |x − x1 | + |x − x2 | + · · · + |x − xn | é mı́nima quando x é a mediana de x1 , x2 , · · · , xn .
Para fixar as idéias, suponhamos x1 ≤ x2 ≤ · · · ≤ xn . Se x ≤ x1 , temos |x − x1 | =
x1 − x , |x − x2 | = x2 − x , · · · , |x − xn | = xn − x e portanto d(x) = −n x + (x1 + x2 + · · · + xn ));
note que a inclinação do gráfico de e neste intervalo é −n.
Se x1 ≤ x ≤ x2 , temos |x − x1 | = x − x1 , |x − x2 | = x2 − x , · · · , |x − xn | = xn − x e portanto
e(x) = (−n + 2) x + (−x1 + x2 + · · · + xn ): note que a inclinação do gráfico de e neste intervalo é
−n + 2. Assim, quando s passa por cada xj a inclinação do gráfico aumenta de 2.
Quando n é ı́mpar, a inclinação troca de sinal (passando de −1 para +1) quando x = x(n+1)/2
e a função d assume seu valor mı́nimo nesse ponto.  
Quando n é par, a inclinação é nula no intervalo xn/2 , x(n/2)+1 e a função d assume seu valor
mı́nimo em cada ponto desse intervalo. Veja as figuras abaixo.

x1 x2 x3 x4 x5 x1 x2 x3 x4

2. No instante t = 0 o ponto P está em (−2, 0) e o ponto Q em (0, 0). A partir desse instante,
Q move-se para cima com velocidade de 1 unidade por segundo e P move-se para a direita com
velocidade de 2 unidades por segundo. Qual é o valor da distância mı́nima entre P e Q?

9
6
Como P = (−2 + 2 t, 0) e Q = (0, t), temos
1/2 1/2
d(P, Q) = − 2 + 2 t, 0)2 + t2 = 5 t2 − 8 t + 4 .
2
d(P, Q) é mı́nima quando d(P, Q) é mı́nima, isto é, quando f (t) =
5 t2 − 8 t + 4 é mı́nima. Como f (t) = 5 (t − 54 )2 + 45 , seu valor é . Q(t)

mı́nimo quando√ t = 54 e esse valor mı́nimo é 45 . Logo, o valor mı́nimo


de d(P, Q) é 2 5 5 . . -
P (t)
Outro modo: o valor mı́nimo ocorre quando x = −b/(2 a) = 4/5,
e o valor mı́nimo é f (4/5) = 4/5.
3. Um avião de 100 lugares foi fretado para uma excursão. A companhia exigiu de cada passageiro
R$ 800,00 mais R$ 10,00 por cada lugar vago. Para que número de passageiros a rentabilidade da
empresa é máxima?
Como o preço de cada passageiro é R$ 800,00 mais R$ 10,00 por cada lugar vago, se viajarem
x passageiros, teremos 100−x lugares vagos e cada passageiro paga 800+10 (100−x).  Portanto, o
total
 recebido pela companhia se viajarem x passageiros x passageiros será f (x) = 800+10 (100−
x) x = −10 x2 + 1800 x = 10 x (−x + 180), que tem seu valor máximo quando x = 90 e esse valor
máximo é f (90) = 81000.
4. João tem uma fábrica de sorvetes. Ele vende, em média, 300 caixas de picolés, por R$ 20,00
cada caixa. Entretanto, percebeu que, cada vez que diminuı́a R$ 1,00 no preço da caixa, vendia
40 caixas a mais. Quanto ele deveria cobrar pela caixa para que sua receita fosse máxima?
Quando João diminui x reais no preço da caixa, vende 40 x caixas a mais, isto é, vende 300+40 x
caixas e recebe 20 − x por caixa. Logo, recebe f (x) = (20 − x) (300 + 40 x) reais.
O valor máximo de f (x) = −40 x2 + 500 x + 6000 ocorre quando x = −b 2a
= 254
= 6, 25. Logo, o
preço de cada caixa deve ser R$ 13,75.
5. Uma loja está fazendo uma promoção na venda de balas: “Compre x balas e ganhe x% de
desconto”. A promoção é válida para compras de até 60 balas, caso em que é concedido o desconto
máximo de 60%. Alfredo, Beatriz, Carlos e Daniel compraram 10, 15, 30 e 45 balas, respectiva-
mente. Qual deles poderia ter comprado mais balas e gasto a mesma quantia, se empregasse
melhor seus conhecimentos de Matemática?
Antes da promoção, o preço de cada bala era p: assim, quem compra y 6
x
x balas pagava p x. Na promoção, há o desconto de x % = 100 para
que compra x balas (com x ≤ 60): assim, o desconto para quem
x
compra x balas é p x 100 e o comprador de x balas (com x ≤ 60)
x p
paga f (x) = p x (1 − 100 ). Como f (x) = 100 x (100 − x), vemos que
. . . -x
o valor máximo de f (x) ocorre quando x = 50. 40 45 55 60

Como f (55) = f (45), Daniel poderia ter comprado mais balas (55) e gastaria a mesma quantia;
na verdade, se comprasse 60 balas, pagaria menos.
6. O diretor de uma orquestra percebeu que, com o ingresso a R$ 9,00, em média 300 pessoas
assistem aos concertos e que, para cada redução de R$ 1,00 no preço dos ingressos, o público
aumenta de 100 espectadores. Qual deve ser o preço do ingresso para que a receita seja máxima?
Com o desconto de x reais, cada espectador paga 9 − x e o número de espectadores será
300 + 100 x; portanto a renda será f (x) = (300 + 100 x)(9 − x) = −100 x2 + 600 x + 2700 =
100 (−x2 + 6 x + 27). O valor máximo ocorre quando x = −b 2a
= 3. Logo, ao preço de R$ 6,00 a
receita será máxima.
7. Determine explicitamente os coeficientes a, b, c do trinômio f (x) = a x2 + b x + c em função
dos valores f (0), f (1) e f (2).
Temos
f (0) = c e portanto f (x) = a x2 + b x + f (0)
f (1) = a + b + f (0) ou a + b = f (1) − f (0) (1)
f (2) = 4 a + 2 b + f (0) ou 4 a + 2 b = f (2) − f (0) (2)

10
1 1
 
Resolvendo o sistema (1) e (2) temos a = 2
f (0) − 2 f (1) + f (2) e b = 2
− 3 f (0) + 4 f (1) − f (2) .

8. Um restaurante a quilo vende 100 kg de comida por dia, a 12 reais o quilo. Uma pesquisa de
opinião revelou que, por cada real de aumento no preço, o restaurante perderia 10 clientes, com
um consumo médio de 500g cada. Qual deve ser o valor do quilo de comida para que o restaurante
tenha a maior receita possı́vel?
Quando aumenta o preço em x reais, o restaurante perde 10 x clientes com um consumo de 5 x
Kg de comida. A receita é (12 + x) (100 − 5 x) = −5 x2 + 40 x + 1200. O máximo ocorre quando
−b 40
x= = = 4. Logo, o preço deve ser R$ 16,00 por quilograma.
2a 10
9. Um prédio de 1 andar, de forma retangular, com lados proporcionais a 3 e 4, vai ser construı́do.
O imposto predial é de 7 reais por metro quadrado, mais uma taxa fixa de 2.500 reais. A prefeitura
concede um desconto de 60 reais por metro linear do perı́metro, como recompensa pela iluminação
externa e pela calçada em volta do prédio. Quais devem ser as medidas dos lados para que o
imposto seja o mı́nimo possı́vel? Qual o valor desse imposto mı́nimo? Esboce o gráfico do valor
do imposto como função do lado maior do retângulo.
Se os lados medirem 3 x e 4 x o desconto é 60 (6 x + 8 x) = 840 x. O imposto é 2500 + 7 · 3 x ·
4 x − 840 x.
−b −840
Portanto I(x) = 84 x2 − 840 x + 2500. Ponto de mı́nimo x = = = 5. Logo, as
2a 2 · 84
dimensões devem ser 12 e 15.
10. Determine entre os retângulos de mesma área a, aquele que tem o menor perı́metro. Existe
algum retângulo cujo perı́metro seja maior do que os de todos os demais com mesma área?
Denotando por x e y os lados do retângulo, seu semi-perı́metro é x + y = p e sua área é x y = a.
Em primeiro
 lugar, procuramos condições sobre p para que exista um tal retângulo: para isto o
x + y = p (1)
sistema precisa ter (ao menos) uma solução. Da equação (1) temos y = p − x;
xy = a (2)
substituindo esse valor em (2), temos x (p − x) = a, ou seja, x2 − p x + a = 0. Para que esta
equação tenha
√ solução, seu discriminante ∆ = p2 −4 a precisa ser não 2
√ negativo: assim, p −4 a ≥ 0
ou p ≥ 2 √ a. Logo, o menor valor possı́vel de p para que √ ∆ ≥ 0 é 2 a; para este valor de p temos
x = y = a e o menor valor possı́vel do perı́metro é 4 a.
outro modo: Em primeiro lugar, notemos que x + y é o dobro da média aritmética de x e y.
x+y √
Mostremos que ≥ x y, isto é, a média aritmética de dois números é sempre maior do
2 √ √ √
que ou igual à média geométrica. De fato, como ( x − y)2 = x + y − 2 x y, temos x + y =
√ √ √ √ x+y √
2 x y + ( x − y)2 ≥ 2 x y, donde ≥ x y. Além disso, é claro que estas médias são
2
x+y √ √ √
iguais se e somente se x = y. Como ≥ x y = a, temos 2 (x + y) ≥ 4 a, e portanto o
√ 2
valor mı́nimo do perı́metro é 4 a e ocorre quando x = y.

11. Que forma tem o gráfico da função f : [0; +∞) → R, dada por f (x) = x ?

O gráfico tem equação y = x, que é equivalente a x = y 2 , x ≥ 0, que descreve a parte
superior da parábola.

12. Mostre que a equação x+m = x possui uma raiz se m > 0, duas raı́zes quando − 41 < m ≤ 0,
1 1
uma raiz para m = √ 4
e nenhuma raiz √ caso m < − 4 .
Chamando y = x, a equação x + m = x (∗) fica y + m = y 2 , ou y 2 − y − m = 0 (**).
Como ∆ = 1 + 4 m, temos:
(i) se m < − 41 a equação (**) não tem solução (real) e portanto (*) não tem solução.
(ii) se m = − 14 a equação (**) tem uma única solução, y = 12 , que dá a solução x = 41 de (*).
(iii) se − 41 < m < 0 a equação (**) tem duas soluções positivas, e portanto (*) tem 2 soluções.
(iv) se m > 0 a equação (**) tem uma solução positiva e uma negativa, e portanto (*) tem 1
solução.

11
13. Numa concorrência pública para a construção de uma pista circular de patinação apresentam-
se as firmas A e B. A firma A cobra 20 reais por metro quadrado de pavimentação, 15 reais por
metro linear do cercado, mais uma taxa fixa de 200 reais para administração. Por sua vez, a firma
B cobra 18 reais por metro quadrado de pavimentação, 20 reais por metro linear do cercado e taxa
de administração de 600 reais. Para quais valores do diâmetro da pista a firma A é mais vantajosa?
Esboce um gráfico que ilustre a situação. Resolva um problema análogo com os números 18, 20 e
400 para A e 20, 10, 150 para B. 6
y
Para pavimentar uma área circular de raio x a firma A
cobra A(x) = 20 π x2 + 30 π x + 200 e a firma B cobra
B(x) = 18 π x2 + 40 π x + 600. Temos A(0) = 200 < y = B(x)
B(0) = 600. Determinemos o valor positivo de x tal que
A(x) = B(x), isto é,√tal que 2 π x2 − 10 π x − 400 = 0.
y = A(x)
5 π + 5 π 2 + 32 π . -
Temos x1 = . Assim, se 0 < x ≤ x1 x1 x

temos A(x) ≤ B(x) e a firma A é mais vantajosa; se
x > x1 a firma B é mais vantajosa. Na figura ao lado
esboçamos os gráficos de A e B.

14. Dados a, b, c positivos, determinar x e y tais que x y = c e que a x + b y seja o menor possı́vel.
O enunciado não menciona, mas x e y devem ser positivos: se admitirmos x < 0, então
y = c/x < 0 e a expressão a x + b y não é limitada inferiormente: por exemplo, tomando x = −n
e y = −c/n, temos a x + b y = −a n − b c/n.
Agora analisemos o caso x > 0 e y > 0. Como a média aritmética de dois números é sempre
ax + by p √
maior do que ou igual à média geométrica temos ≥ a b x y = a b c, donde a x + b y ≥
√ 2 √
2 a b c, e portanto o valor pmı́nimo de a xp + b y sujeito à restrição x y = c é 2 a b c, e este valor
mı́nimo ocorre quando x = b c/a e y = a c/b (verifique).
15. Cavar um buraco retangular de 1m de largura de modo que o volume cavado seja 300 m3 .
Sabendo que cada metro quadrado de área cavada custa 10 reais e cada metro de profundidade
custa 30 reais, determinar as dimensões do buraco de modo que o seu custo seja mı́nimo.
Sejam x o comprimento e y a profundidade do buraco, a largura é 1. Então o volume cavado é
x y = 300 (assim, y = 300/x). O custo é dado por C(x) = 10 x+30 y = 10 x+30 ( 300 x
) = 10 x+ 9000
x
;
assim C(x) é o dobro da média aritmética de 10 x e 9000
x
. Como a média aritmética é sempre maior
do que ou igual à média geométrica, temos
r
9000 9000
10 x + ≥ 2 10 x = 600 (∗ ∗ ∗)
x x
Logo, o custo mı́nimo é R$ 600,00. Da igualdade (***) temos também x2 − 60x + 900 = 0, ou
(x − 30)2 = 0, portanto o custo mı́nimo ocorre para x = 30, que implica y = 300/x = 10 e as
dimensõesdo buraco são: comprimento 30m, largura 1 m e profundidade 10m.
16. Dois empresários formam uma sociedade cujo capital é de 100 mil reais. Um deles trabalha
na empresa três dias por semana e o outro 2. Após um certo tempo, vendem o negócio e cada um
recebe 99 mil reais. Qual foi a contribuição de cada um para formar a sociedade?
O sócio A investiu capital x e trabalhava 2 dias por semana; o sócio B investiu capital 100 − x
e trabalhava 3 dias por semana. No final cada um recebeu 99, de modo que o lucro de A foi 99 − x
e o de B foi 99 − (100 − x) = x − 1. É natural supor que o lucro recebido seja proporcional ao
capital investido e ao número de horas trabalhadas. Assim
99 − x x−1
=
2x 3 (100 − x)

Efetuando as operações, obtemos a equação x2 − 595 x + 29700 = 0, que tem as soluções x1 = 55

12
e x2 = 540 (que não serve, pois é maior que o total investido). Logo A investiu R$ 55000,00 e B
investiu R$ 45000,00.
17. Nas águas paradas de um lago, Marcelo rema seu barco a 12km por hora. Num certo rio,
com o mesmo barco e as mesmas remadas, ele percorreu 12km a favor da corrente e 8km contra a
corrente, num tempo total de 2 horas. Qual era a velocidade do rio, quanto tempo ele levou para
ir e quanto tempo para voltar?
Marcelo rema seu barco a 12km por hora. Denotemos por v a velocidade do rio. Ele rema
12
12 Km a favor da corrente: o tempo gasto nessse percurso é durante e rema 8 Km contra
12 + v
8
a corrente: o tempo gasto nesse percurso é durante . Como o tempo total é de 2 horas,
12 − v
temos
12 8
+ =2
12 + v 12 − v
Esta equação conduz à equação quadrática v 2 − 2 v − 24 = 0, cujas soluções são v = −4 (que não
interessa pois estamos considerando v > 0) e v = 6. Logo, a velocidade do rio é 6 Km por hora
12 2 8 4
e Marcelo levou = (=40 minutos) para ir e = (=1 hora e 20 minutos) para
12 + 6 3 12 − 6 3
voltar.
18. Os alunos de uma turma fizeram uma coleta para juntar 405 reais, custo de uma excursão.
Todos contribuı́ram igualmente. Na última hora, dois alunos desistiram. Com isso, a parte de
cada um sofreu um aumento de um real e vinte centavos. Quantos alunos tem a turma?
Denotemos por n o número de estudantes e por x o quanto cada um pagaria se ninguém
desistisse: então n x = 405. Como o preço aumentou R$ 1,20 pela desistência dos 2 alunos,
temos (x + 1, 2) (n − 2) = 405, ou seja n x + 1, 2 n − 2 x − 2, 4 = 405. Substituindo a primeira
equação nesta, obtemos x = 0, 6 n − 1, 2. Substituindo este valor na primeira equação obtemos
0, 6 n2 − 1, 2 n − 405 = 0, que tem a solução positiva n = 27. Logo, a turma tem 27 alunos.
19. Prove que a função contı́nua f : R → R é quadrática se, e somente se, para todo h ∈ R, h 6= 0,
fixado, a função ϕ(x) = f (x + h) − f (x) é afim e não-constante.
Se f é quadrática, f (x) = a x2 + b x + c, então ϕ(x) = a (x + h)2 + b (x + h) − a x2 + b x =
2 a h x + b h + a h2 é função afim não constante, qualquer que seja h 6= 0.
Reciprocamente, suponhamos que f é contı́nua e que, para cada h 6= 0, a função ϕ(x) =
f (x + h) − f (x) é afim e não-constante. Para simplificar a notação, suponhamos também que
f (0) = 0 (isto não acarreta perda de generalidade: note que a função g(x) = f (x) − f (0) tem as
mesmas propriedades de f e satisfaz g(0) = 0).
Para h = 1, temos que ϕ(x) = f (x + 1) − f (x) é uma função afim, digamos ϕ(x) = A x + B.
Temos

ϕ(0) = f (1)−f (0) = f (1), ϕ(1) = f (2)−f (1), ϕ(2) = f (3)−f (2), . . . , ϕ(n−1) = f (n)−f (n−1).

Somando membro a membro todas estas parcelas, temos

ϕ(0) + ϕ(1) + ϕ(2) + · · · + ϕ(n − 1) =


= f (1) + [f (2) − f (1)] + [f (3) − f (2)] + · · · + [f (n) − f (n − 1)] =
= f (n)

Assim

f (n) = ϕ(0) + ϕ(1) + ϕ(2) + · · · + ϕ(n − 1) (1)

Por outro lado, como ϕ(x) = A x + B, temos

ϕ(0) = B, ϕ(1) = A + B, ϕ(2) = 2 A + B, ... ϕ(n − 1) = A (n − 1) + B.

13
Somando membro a membro todas estas parcelas, temos

ϕ(0) + ϕ(1) + ϕ(2) + · · · + ϕ(n − 1) = B + (A + B) + (2 A + B) + · · · + [(n − 1) A + B] =


= [1 + 2 + · · · + (n − 1)] A + n B = (2)
n (n − 1) A 2 A
= A + n B = n + (B − ) n
2 2 2
A
De (1) e (2) temos f (n) = 2
n2 + (B − A2 ) n, que escrevemos

f (n) = a n2 + b n (3)
1
Agora tomamos h = , p ∈ N, e procedemos analogamente. Para a função afim ψ(x) =
p
f (x + p1 ) − f (x), temos

1 1 2 1 n−1 n n−1
ψ(0) = f ( ), ψ( ) = f ( ) − f ( ), . . . , ψ( ) = f( ) − f( ).
p p p p p p p
Procedendo como acima, temos
n 1 2 n − 1
f = ψ(0) + ψ +ψ + ··· + ψ .
p p p p

Por outro lado, como ψ é função afim, digamos, ψ(x) = A0 x + B 0 , temos


     
0 1 0 1 0 2 2 0 0 n−1 n−1 0
ψ(0) = B , ψ =A +B, ψ = A + B ,..., ψ = A + B0.
p p p p p p

Somando membro a membro todas estas parcelas, temos


1 2 n − 1
ψ(0) + ψ +ψ + ··· + ψ =
p p p
 A0   2 A0  h (n − 1) A0 i
0 0 0 0
=B + +B + + B + ··· + +B =
p p p
A
= [1 + 2 + · · · + (n − 1)] A0 + n B 0 = (5)
p
A0 n (n − 1) A0 A0 2 A0
= + n (B 0 − ) = n + (B 0 − ) n
p 2 p 2p 2

n A0 2 A0
De (4) e (5) temos f ( ) = n + (B 0 − ) n, que escrevemos
p 2p 2p
n
f = a0 n2 + b0 n (6)
p
Desta igualdade temos
n p
f (n) = f = a0 (n p)2 + b0 (n p) = (a0 p2 ) n2 + (b0 p) n (7)
p

De (3) e (7) vemos que a função F (x) = a x2 + b x coincide com G(x) = (a0 p2 ) x2 + (b0 p) x em
todo x = n ∈ N. Portanto F = G (são duas funções quadráticas que coincidem em mais de 2
pontos). Isto implica a = a0 p2 e b = b0 p e, portanto

a b
a0 = e b0 =
p2 p

14
Portanto temos n a 2 b  n 2 n
f = a0 n2 + b0 n = n + n = a + b
p p2 p p p
Isto mostra que a função f coincide com a função a x2 + b x para todo x ∈ Q, x > 0; analogamente
tratamos o caso x ∈ Q, x < 0. Portanto, f coincide com a função a x2 + b x para todo x ∈ Q.
Como f é contı́nua, segue-se que f (x) = a x2 + b x para todo x ∈ R.
20. Olhando o gráfico da função quadrática f (x) = x2 , vê-se que ele parece uma parábola. Se
for, quais serão o foco e a diretriz? Por simetria, o foco deve ser F = (0, t) e a diretriz deve ser a
reta y = t. Use a definição de parábola para mostrar que t = 1/4.
Como f é uma função par, o seu gráfico é simétrico em relação ao eixo Oy: a simetria do
gráfico de f nos dá que F = (0, c) e que a diretriz r tem equação y = −c. Tomemos um ponto
P = (x, x2 ) 6= (0, 0) sobre a parábola. Temos

d(P, F )2 = x2 + (x − c)2 = x2 + x4 − 2 c x2 + c2 (1)


d(P, r)2 = (x2 + c)2 = x4 + 2 c x2 + c2 (2)

Como d(P, r)2 = d(P, F )2 temos x2 + x4 − 2 c x2 + c2 = x4 + 2 c x2 + c2 , donde 4 c x2 = x2 , ou


1
c= .
4

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