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Resumo: Unidades complexas do léxico de Maria Tereza Camargo Biderman

Na introdução do texto a autora discute a heterogeneidade do léxico de uma


língua, analisando que o fenômeno da lexicalização não vai ocorrer de uma forma
uniforme e estruturada. Além de refletir sobre problemática da identificação das
unidades léxicas nos dicionários de língua portuguesa e a carência de uma
fundamentação teórica consiste na área; a autora retoma o estudo “Phrases figées du
français” de Gross (1982) para comprovar que os linguistas não davam e/ou
ignoravam um tratamento cientifico adequado as expressões cristalizadas pois
atribuíam a estas um caráter de exceção. A nomenclatura dada às unidades (frases,
formas, expressões congeladas, idiomáticas, proverbiais, metáforas e clichês), a grafia
atribuída a estas unidades (para alguns autores deveriam ser grafadas com hífen) e a
sintaxe das sequencias também serão discutidas e apresentadas na parte introdutória
do texto.

Tomando como exemplo a sequência bater as botas, que é cristalizada e de


herança cultural , além de possuir o significado de morrer, se cria um paralelismo entre
os estudos de Gross (1982) e Xatara (1994), onde se percebe-se segundo a autora que
a sintaxe desta expressão cristalizada não difere de uma sequência livre, isso quer
dizer que as variações de tempo e modo são causadas pela concordância. O sentido
desta sequencia não é previsível pelos seus constituintes, pois o verbo que faz parte da
mesma não pode ser analisado a partir das regras que se aplicam a outras frases
idênticas.

Expressões cristalizadas não se comportam como frases comuns, isso quer dizer
que nem todas as modificações possíveis e aceitas em uma frase cotidiana irão ocorrer
em uma expressão cristalizada. Como por exemplo: nas expressões cristalizadas o
sujeito tende a ser menos cristalizado do que os objetos e complementos, a inclusão
de um determinante pode alterar o sentido de uma expressão, é impossível passar do
negativo para o afirmativo e vice-versa, entre outros casos. A partir de exemplos do
português e do francês (tais sequências são numerosas em ambos), as noções de
sintagmas cristalizados, vias de cristalização, lexicalização e polissemia vão ser
discutidas ao longo do texto.
Seguindo a linha de raciocínio de Ornella Corazzani (1992), a autora passar a
nomear as unidades complexas do léxico como Unidades fraseológicas (UF´s), que
segundo a definição de Corazzani (1992), são sequências de palavras que possuem
uma coesão interna semântica e propriedades morfossintáticas específicas. Apoiada
nessa definição e em exemplos a autora vai esmiuçar a definição de UF: são formadas
por duas ou mais palavras, separadas ou não por hífens e/ou apóstrofos. Apesar de ser
uma expressão polilexical, é classificada funcionalmente como uma única categoria
léxico-gramatical. Possuem diferentes graus de cristalização. O significado não
depende dos constituintes da expressão, etc.

Ainda apoiada pelos embasamentos teóricos de Gross ( 1982) e Corazzani


(1992), a autora apresenta os testes para classificação e definição das unidades
fraseológicas, esses testes são baseados na formação morfológica da expressão. Por
exemplo, uma UF´s que é formada por N +ADJ (o adjetivo nesse caso não é
predicativo) vai possuir os seguintes traços de identificação: Não é possível a
nominalização , a modificação adverbial e a coordenação; As flexões de numero
possuem características diferentes (apenas plural, apenas singular ou singular e plural);
Existem restrições de coocorrência. Em casos de UF´s formadas por sequências
verbais: Inserção; não é possível extrair um componente por meio de certas
construções sintáticas; Substituição por uma pro-forma; Não são possíveis
modificações (flexão, comutação de determinantes, adjetivo). Segundo Biderman,
esses testes evidenciam que há distinção entre expressões totalmente cristalizadas e
sequências não cristalizadas.

Por fim, o texto discute a Expressão Idiomática (EI), basicamente a autora vai
apresentar as propriedades e características dessa expressão. Uma das características
da EI é possuir um alto grau de fixidez e por esse motivo não é considerada uma
sequência discursiva. A EI exibe uma enorme heterogeneidade dentro da língua, fruto
da cultura de seus falantes, isso quer dizer que as EI vão traduzir os hábitos dos
falantes de determinada língua, demonstrando as irregularidades e a norma linguística
de um determinado idioma. Com o suporte dos teóricos citados ao longo do texto, a
autora conclui que é necessário que se faça um estudo amplo e exaustivo das unidades
complexas do léxico do português, para que haja uma adequação nas descrições e
registros em dicionário destas unidades.

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